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7 Fibromialgia e Fisioterapia A fibromialgia trata-se de uma doença de origem idiopática e crónica que se manifesta com dores em várias locais do corpo e um cansaço generalizado. A denominação fibromialgia, palavra derivada do latim fibro (tecido fibroso, presente em ligamentos, tendões e fáscias), e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição), foi proposta inicialmente por Yunus e cols. em 1981, com o intuito de substituir o termo fibrosite , até então utilizado para denominar um tipo particular de reumatismo caracterizado pela presença de pontos endurados musculares dolorosos à palpação, a partir do entendimento de que não havia, nestes adoecimentos, inflamação tecidual (Valentine M et al., 1947) . Esta doença ocorre em qualquer idade, contudo é diagnosticada com mais frequência no sexo feminino. As pessoas diagnosticadas com fibromialgia, costumam ter baixos níveis de serotonina, e reduzido numero de horas de sono. Cabe também afirmar que o seu diagnóstico não é fácil, neste caso as provas de imagem (ressonância magnética, radiografia, etc.) não mostram alterações no sistema nível músculo-esquelético em relação à dor nos músculos e articulações, mas se estas alterações existam, como por exemplo (hérnias, osteoartrite), não justificam a intensidade/características da dor, nem os sintomas cognitivos presentes e hi-

persensibilidade em diferentes partes do corpo. O diagnóstico faz-se valendo-se dos seguintes critérios: - Ter dor crónica, generalizada no sistema músculo-esquelético por mais de 3 meses; - Ausência de outra doença sistémica que poderia causar dor subjacente; - Múltiplos pontos sensíveis, em sítios característicos (mandíbula, joelhos, cotovelos…); Para os pacientes com fibromialgia em geral as dores são difusas e afectam ambos os lados do corpo, especialmente pescoço, ombros, braços, costas, peito, etc.. Embora factores externos, possam influenciar tais como ruídos externos, mudanças de clima, fontes de luz, stress intenso e emocional. Outros sintomas possíveis são as dores de cabeça, dormência em diversas partes do corpo, intestino e bexiga irritáveis, com uma consequente vontade de urinar frequentemente. Para o tratamento de fisioterapia em pacientes com esta doença, existem várias técnicas no sentido de minimizar a dor, manter a funcionalidade e qualidade de vida. No tratamento deste, estabelecem-se objectivos a curto e a longo prazo. A curto

prazo estão relacionados com os sintomas diários (dores, contracturas, pontos dolorosos…), enquanto a longo prazo, tendem a ver com a própria doença (fadiga, sono reparador, estado de ânimo, etc.). Um dos tratamentos mais eficazes nesta doença que se propõe é: - Educar o paciente. Indicar por exemplo como é a dor que tem, explicando-lhe que a dor é real, mas que as suas articulações não estão lesionadas, e que podem movê-las com normalidade, pois muitas das vezes alguns pacientes evitam a actividade, aumentando assim a sua gravidade. - Melhorar a mobilidade e diminuir a dor. Através da terapia manual trabalham-se os tecidos moles, activando a circulação, e funcionamento muscular. - Activar e fortalecer a musculatura. Através do exercício físico, começando por activar a musculatura profunda de toda a coluna (multíficos) e estabilizadora do corpo. O ideal será a prática de pilates, por exemplo. Em suma, trabalhar o controlo postural para passar a realizar uma actividade física, com exercícios de fortalecimento e flexibilização suaves. Desta maneira melhorar tanto a saúde como a qualidade de vida dos pacientes. Sara Tavares Fisioterapeuta


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