Boletim Mar - Abr - 2010

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boletim informativo

INDÚSTRIAS DE MADEIRA Edição Bimensal Março | Abril 2010

Estatísticas 2008/2009

Fileira de Madeira e Mobiliário reafirma carácter exportador

DESTAQUE ASSOCIATIVE DESIGN comemora 1.º aniversário

INTERNACIONALIZAÇÃO Materiais de construção em Cabo Verde QUALIDADE Epal alerta ASAE para casos de contrafacção

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA



editorial

As interpretações do rating de Portugal Os mais recentes indicadores da evolução da economia mundial e nacional, no geral, e o lançamento do PEC pelo Governo português, bem como o corte no rating de Portugal, em particular, são claramente temas que marcam a actualidade (como neste boletim damos conta). E são também factos que pautam o quotidiano das nossas empresas empresas. É inquestionável que allguma especulação financeira relativame ente a Portugal esteja a ser aproveitada pela possível extrapolação da situação vivida a pela Grécia. Não podemos, contud do, deixar de perceber que os analistass e as agências de rating têm uma melhor m noção da dívida pública acumula ada de Portugal do que aquela que nos n é apresentada e transmitida. Faze endo as contas (e bem feitas), é preciso somar as dívidas e os financiamentoss acumulados pelas empresas do Esttado, que no limite são as responsáveis p pela situação actual. A análise d de risco decorre do somatório o da dívida pública global de um país p e não só da análise oficial q que tem sido assumida pelo Governo. Tamb bém os aspectos político e pssicológicos pesam mu uito nas interpretações d rating. Daí os do nossos governantes se “colarem” ao desenvolvimento de práticas ou a afirmações que, bem ou mal interpretadas, acabam por ter uma conotação passiva para um risco das dívidas da República portuguesa. R É fundamental, portanto, parrar de se dizer “vamos fazer isto que custa milhões e aquilo o que custa triliões de euros”,, e tudo a favor de um

desenvolvimento económico que não chega. É certo que quem manda no país e toma decisões é o Governo e as instituições, não as agências de rating. Mas se levarmos a discussão por este caminho, estamos condenados a perde-la, porque práticas financeiras negativas em relação ao nosso país têm um efeito mais rápido que a nossa potencial exposição (nem sempre é bom mexer num ninho de vespas só porque elas incomodam). Quanto à evolução do nosso sector nos últimos trimestres, é notório que a evolução (ou falta dela) na construção civil está a afectar todo o sector, particularmente os painéis e a carpintaria. No mercado interno, acredita-se na baixa de 5% relativamente a período homólogo. Além disso, e no que diz respeito ao fabrico e consumo de mobiliário, a baixa de confiança e o desemprego seguem uma baixa no mercado interno de cerca de 8%. Em ambos os subsectores (materiais de construção e mobiliário), as exportações permanecem praticamente constantes, ainda que seja cada vez mais importante e fundamental atingir mercados mais longínquos, apesar de estes apresentarem uma maior dificuldade logística. Isto decorre da baixa de cerca de 3 a 5 % nas margens libertas pela exportação. Para exemplificar alguns desses mercados em que vale a pena apostar, noticiamos, na presente edição, algumas iniciativas da aimmp neste âmbito. Entre estas, alerto para o Extremo Oriente, uma vez que um estudo que desenvolvemos recentemente aponta que 30% do mobiliário que consumimos é asiático e, de facto, não podemos competir com produtos mais baratos, de baixa qualidade e anti-regras de segurança e higiene europeias.

Fernando Rolin Presidente da Direcção

aimmp

ficha técnica

INDÚSTRIAS DE MADEIRA

COMPETE

Propriedade AIMMP Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal | Presidente Fernando Rolin | Secretária Geral Maria Fernanda Carmo Coordenação Editorial Liliana Magalhães | Redacção Ana Santos Silva e Liliana Magalhães (comunicacao@aimmp.pt) | Colaboradores Filipa Pereira e Paula Barroso (Ambiente, Qualidade e SHST), Joana Sousa e Raquel Costa (Informação Jurídica), Joana Nunes, Carlos Martins, Francine Sampaio, Vasco Teixeira Pedro Projecto Gráfico, Design e Paginação Pedro M.S. Teixeira | Fotografia Arquivo Fotográfico AIMMP | Impressão Tecniforma Print, S.A. | Tiragem 1.500 exemplares | Distribuição Gratuita. Contactos Rua Álvares Cabral, 281 4050-041 PORTO Portugal Tel. +351 223 394 200 Fax. +351 223 394 210 Email aimmp@aimmp.pt Web www.aimmp.pt

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destaque

Export Home 2010

ASSOCIATIVE DESIGN® comemorou primeiro aniversário Foi de 2 a 6 de Março, durante a feira Export Home, na Exponor, em Matosinhos, que a ASSOCIATIVE DESIGN® comemorou o seu primeiro aniversário. Um ano após a sua criação, o momento foi de balanço e de celebração pelos resultados obtidos. Serviu também de palco para anunciar as grandes novidades da Associação para este ano

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destaque

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om um formato novo e apelativo mas trabalhando pelos mesmos objectivos de sempre (proporcionar contactos e estabelecimento de relações comerciais, criar oportunidades e optimizar os negócios dos expositores): assim se apresentou a Export Home, na Exponor, no decorrer da sua 22.ª edição, entre os dias 2 e 6 de Março. Foi também este o palco para mais uma mostra da ASSOCIATIVE DESIGN®, organizada pela aimmp. Desta vez a exposição teve um brilho muito especial: o momento foi de celebração dos excelentes resultados de um ano a impulsionar a internacionalização das empresas portuguesas, a fidelizar consumidores e a potenciar o desenvolvimento social e empresarial do país – o que se traduz num investimento total de cinco milhões de euros e na participação de uma centena de empresas da Fileira Casa e Decoração nas iniciativas da marca. “É tempo de investir no mobiliário e na decoração nacional. Fizemo-lo no passado e iremos continuar a fazê-lo no futuro. Por isso, não podíamos deixar de partilhar com todos os portugueses, na

participação de empresas no stand ASSOCIATIVE DESIGN

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galeria de design o melhor de Portugal no mundo

1.º aniversário da ASSOCIATIVE DESIGN

Export Home, o resultado de um ano de muito trabalho, determinação e responsabilidade”, disse, a propósito do aniversário da marca, Maria Fernanda Carmo, secretária geral da aimmp. Dividida entre um espaço com uma galeria de design e outro com stands individuais, a exposição teve como grande tema mais uma das acções inovadoras da aimmp: a parceria com a Marinha Portuguesa, no âmbito da terceira viagem de circum-navegação do navio-escola Sagres. A exporem no espaço da ASSOCIATIVE DESIGN® estiveram as empresas Adico, Alvo, Anaric, Augusto Moreira Móveis, Boca do Lobo, Castro Lighting, Cerne, Cormar, Dimensão, Delightfull, Fertini, Glamm Fire, Hestia, Jetclass, Luis Soares Barbosa, Luz e Som, Manuel da Silva Jorge, Móveis Meireles, Mundos Perdidos, Munna, Mytto,

Paularte e TemaHome. A iniciativa contou, ainda, com o patrocínio da Delta Cafés, Lameirinho, Lusotufo e Murganheira. INICIATIVAS PARALELAS O espaço da ASSOCIATIVE DESIGN® na Export Home serviu também para a apresentação de diversas iniciativas que vão preencher a agenda da aimmp ao longo deste ano, entre as quais de destaca a organização do 4.º Congresso das Indústrias de Madeira, Mobiliário e Afins, a ter lugar na Exponor, em Matosinhos, nos dias 23 e 24 de Setembro. Outras delas são o lançamento da revista Xylon Portuguesa (uma conceituada revista internacional dirigida às Indústrias de Madeira e Mobiliário que chega a Portugal pelas mãos da aimmp); o 2.º Concurso Nacional de Design de Mobiliário (sob o


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tema Viver com madeira); e a organização do Gold Mercury Award (prémio de prestígio e reconhecimento mundial que premeia a inovação, o design e a sustentabilidade das empresas e seus negócios, aportando notoriedade para as marcas portuguesas [ver caixa]). Ainda no dia 3 de Março, a tarde deu lugar a uma sessão aberta onde foi feita a apresentação do Plano de Construção para Angola e do projecto Rua da Amizade, que será levado a cabo pela aimmp, na próxima edição da FILDA, em território angolano. A “ASSOCIATIVE DESIGN em 2009 e 2010”, “A habitação em Angola: desafios e oportunidades” e as “Novas ideias e oportunidades para o sector em 2010” foram outros dos temas que estiveram em discussão. Também a assinatura do protocolo com a Marinha Portuguesa e a apresentação do prémio Gold Mercury, por Nicolas di Santis, secretário-geral da Gold Mercury International, aconteceram ao longo da sessão.

Representantes da Marinha Portuguesa na Export Home

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AIMMP assina protocolo com Marinha Portuguesa

Sessão aberta foi muito concorrida


destaque

Protocolos

Gold Mercury International e AIMMP juntas pela sustentabilidade nas Indústrias de Madeira e Mobiliário

7 A organização e atribuição do prémio Gold Mercury em Portugal foi um dos temas marcantes da sessão de apresentações realizada pela aimmp, no dia 3 de Março. O momento contou com a presença de Nicolas De Santis, secretário-geral da Gold Mercury International. Resultado de uma parceria entre a Gold Mercury International – grupo independente de reflexão de governação mundial - e a aimmp, o Prémio Gold Mercury pretende promover a sustentabilidade na indústria portuguesa. Melhorar a forma como a madeira é vista enquanto material e a protecção florestal enquanto parte da diversidade biológica do nosso planeta é o objectivo primário da iniciativa. O prémio irá, assim, distinguir as empresas mais inovadoras, bem-sucedidas em termos de gestão e sustentáveis em cada sub-sector da Indústria de Madeira e Mobiliário portuguesa. Mais especificamente, o programa de prémios foi concebido para reconhecer indivíduos, empresas e organizações que alcançaram a excelência operacional nas seguintes áreas: Corte de Árvores e

Serração; Painéis de Madeira; Carpintaria e Outros Produtos de Madeira; Mobiliário; Importação e Exportação. Isto respeita um acordo básico entre a Gold Mercury e a aimmp de que, com vista a alcançar um mercado mais globalizado, a sustentabilidade poderá ser conduzida por meio de mudanças importantes na forma como as empresas são controladas e administradas e como os materiais para a indústria são originados, fabricados, usados e, posteriormente, eliminados ao longo da cadeia de valores. Sendo a Fileira da Transformação Florestal uma componente fulcral da economia portuguesa, representando cerca de 14% do PIB industrial, Fernando Rolin, presidente da aimmp assevera: “O papel da aimmp é promover o pensamento e a visão da indústria com vista à sustentabilidade. Desde que foi fundada, a Gold Mercury International tem sido um actor chave na promoção da globalização sustentável. Com o Gold Mercury Award, pretendemos estabelecer o padrão industrial para grandes êxitos em termos de sustentabilidade.”


aimmp em movimento

Tóquio, Xangai e Singapura

AIMMP prepara “ofensiva comercial” ao Extremo Oriente

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No âmbito do projecto de internacionalização INTERWOOD, da promoção internacional da marca ASSOCIATIVE DESIGN® e da parceria com a Marinha Portuguesa a propósito da viagem de circumnavegação do navio-escola Sagres, a aimmp vai partir nos próximos meses para o Extremo Oriente. Uma estratégia de combate à invasão dos produtos asiáticos servirá de pano de fundo desta viagem

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rês mostras de design, três grandes potências, três portos mundiais onde o navio-escola Sagres vai atracar. Tudo isto a aimmp conjugou para promover, ao mais alto nível, as marcas portuguesas da Fileira Casa e Decoração, em conjunto com outros sectores que lhe são complementares, sem excluir a moda, a relojoaria, a gastronomia, entre outros. Assim está prevista a presença da ASSOCIATIVE DESIGN® em Tóquio, de 24 a 29 de Julho, incluindo uma Missão Empresarial; Xangai, de 17 a 22 de Agosto, englobando a organização de uma semana temática na Expo Xangai 2010; e Singapura, de 19 a 23 de Outubro, que também engloba uma Missão Empresarial que se alargará a Malásia. “Não temos reagido convenientemente à invasão dos (maus) produtos do Extremo Oriente. Não podendo fazer face aos artigos deles em Portugal, teremos que colocar o nosso artigo (caro, de quali-

dade, com design) no mercado deles”, diz o presidente da aimmp. Para preparar esta “ofensiva comercial”, e porque a internacionalização sustentada exige um conhecimento efectivo do mercado, Fernando Rolin deslocou-se, de 3 a 20 de Abril, para o Extremo Oriente, passando por Tóquio, Xangai, Singapura e Kuala Lumpur. Nestes locais, reuniu-se com embaixadores de Portugal, directores da AICEP e consultores; explorou os melhores locais para a realização das mostras portuguesas e acomodação dos empresários; visitou vários pontos de venda, desde centros comerciais a lojas e department stores para prospecção do mercado; e documentou-se sobre a economia e a sociedade daquela região. “2010 será, sem dúvidas, um ano de preparação”, assegura Fernando Rolin, para quem, em 2011, já será uma realidade a “participação nas maiores e melhores feiras com o melhor artigo português”.

Assembleia Geral Ordinária

Relatório de Actividades e Contas 2009 aprovado por unanimidade

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Relatório de Actividades e Contas 2009 da aimmp já foi levado a apreciação e votação em Assembleia Geral Ordinária, realizada no passado dia 23 de Abril, tendo sido aprovado por unanimidade. Depois do discurso de boas-vindas pelo presidente da Assembleia Geral, General Vizela Cardoso, e de umas breves notas por João Ferreira da Costa, director da aimmp, foi Maria Fernanda Carmo quem tomou a palavra, apresentando o Relatório de Actividades. Deste Relatório, a secretária-geral da Associação destacou a intensa actividade no domínio da organização de eventos (37 no total), desde seminários, feiras, as-

sembleias-gerais a reuniões de industriais; e o reforço da comunicação com os media, de que resultaram 760 notícias. A merecer também destaque esteve a dinâmica no domínio institucional e de representação dos interesses do sector junto da administração pública, que se traduz, entre outros, na realização de várias audiências com altas entidades; e a execução de sete candidaturas no âmbito dos sistemas de incentivos integrantes do PRODIMMP. Por sua vez, Emídio Lima, do Departamento Financeiro da aimmp, fez a apresentação das Contas 2009, salientando o encerramento do ano com um resultado operacional e líquido positivo.


aimmp em movimento FORMWOOD 2009

Certames

Academia de PME com balanço positivo

Export Home regressa a Angola

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e Abril a Dezembro de 2009, a Academia de PME colocou no terreno 20 acções de formação-acção financiadas pelo Programa Operacional de Potencial Humano, dirigidas a empresários. Isto traduz-se em 283 PME formandas – a maior parte localizada no Norte de Portugal (47% das inscritas nos planos formativos) –, que, em média, demonstraram um grau de satisfação de 3,8 em 4 pontos possíveis. A metodologia de formação–acção utilizada pela Academia integra formação presencial em sala sob a forma de seminários e wokshops, bem como consultoria na empresa. O projecto prevê a participação de 14 PME formandas para cada acção de seis meses e entre 12 a 15 PME forman-

das para cada acção de 12 meses. Tendo uma intervenção nacional, o IAPMEI criou parcerias com dezasseis entidades formadoras, a fim de assegurar planos formativos para as regiões Norte, Centro, Alentejo e Algarve. Assegurou, ainda, a formação das equipas de formadores-consultores e gestores de formação dessas entidades, contabilizando-se 103 formandos. A aimmp é uma dessas entidades beneficiárias, o que culminou no projecto que designou de FORMWOOD, e que contou, em 2009, com 29 formandos, totalizando 2.602 horas de formação. O balanço que faz é, pois, muito positivo, estando já a dar continuidade ao programa este ano, com mais uma acção de formação-acção em gestão estratégica.

A aimmp está a organizar uma presença conjunta na segunda edição da Export Home Angola, que se realiza de 24 a 27 de Junho, no recinto da FILDA, em Luanda. De forma semelhante ao anterior certame, para esta edição está previsto um stand de grande visibilidade, com áreas individuais de exposição – apoiadas pelo projecto INTERWOOD – e uma área comum sob a assinatura da ASSOCIATIVE DESIGN®, que promete ser um lugar de excelência com ambientes de alta decoração. E porque Angola é um mercado emergente, apetecível ao investimento, a aimmp está a preparar igualmente a presença portuguesa na próxima edição da FILDA – feira multi-sectorial de âmbito internacional –, a decorrer de 20 a 25 de Julho. Uma participação inédita que irá claramente constituir um dos principais pontos de atracção do evento, pela ousadia da oferta que será apresentada: a Rua da Amizade. Trata-se da apresentação de uma rua dotada de todas as infra-estruturas essenciais a uma comunidade, desde habitações a escolas e restaurantes. Ou seja, soluções “chave na mão” para um país que está em plena reconstrução.

Nova Confederação

Tomaram posse os primeiros órgãos sociais da CPCI

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s primeiros órgãos sociais da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), eleitos para o triénio 2010-2012, tomaram posse no passado dia 25 de Fevereiro, em cerimónia que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Ao integrar como fundadoras praticamente todo o universo de associações que constituem a vasta fileira da construção e do imobiliário, a CPCI assume-se como um incontornável parceiro social estratégico, que fortalece e completa o movimento associativo português. Com Reis Campos (AICCOPN) como

Presidente da Direcção, Filipe Soares Franco (ANEOP) na liderança da Mesa da Assembleia Geral e António Ribeiro de Freitas (APEMIP) a presidir ao Conselho Fiscal, o órgão de cúpula empresarial da construção e do imobiliário integra, nos órgãos sociais

eleitos, representantes de todas as associações fundadoras. Também a aimmp está representada nesta nova confederação, assumindo Fernando Rolin o cargo de vice-presidência ao nível da Direcção. Representando um sector com 200 mil empresas, que emprega cerca de 820 mil trabalhadores e é responsável por 18% do PIB e 49,7% do investimento nacional, a nova Confederação será um instrumento de sensibilização do poder político e da sociedade em geral para o papel central que a fileira da construção e do imobiliário tem no desenvolvimento económico e no bem-estar social do país.

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internacionalização

Salão Internacional

Marcas portuguesas voltam ao grande palco mundial do móvel Em Abril, Milão foi palco para a realização de mais um Salão Internacional do Móvel. A contabilizar, em 2010, 49 edições nacionais e 32 internacionais, o evento contou com a

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participação de 2.542 expositores, numa área total de 530 mil metros quadrados. Foi neste contexto que 17 empresas portuguesas deram a conhecer as suas propostas e produtos, em parceria com a ASSOCIATIVE DESIGN®

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epois de, em 2009, ter protagonizado a maior participação lusa de sempre no Salão Internacional do Móvel, a ASSOCIATIVE DESIGN®, marca da aimmp, regressou ao evento, entre os dias 14 e 19 de Abril, acompanhada por um total de 17 empresas nacionais. Divididas entre um espaço moderno, um espaço clássico e stands individuais, todas as empresas partilharam, no entanto, a qualidade dos produtos em exposição. Fertini, Jetclass, Móveis Carlos Alfredo e Zaga’s, no Espaço Clássico; Anaric, Ducampus, Induflex, Jasmim Glass Studio, Jomasil, Movis (Miguel Vieira Casa) e Redi, no Espaço Moderno, foram as empresas presentes nos stands conjuntos da ASSOCIATIVE DESIGN®. Associadas à participação da marca estiveram, também, a Alvo, AMMóveis, Colunex, Fenabel, More Contract e TemaHome. Na totalidade, Portugal fez-se representar

com um espaço que rondou os 400 metros quadrados. A iniciativa contou, ainda, com o patrocínio de Solar de Merufe e da Delta Cafés. ORGULHO NACIONAL Considerada a maior e mais importante feira de design e mobiliário do mundo, o Salão Internacional do Móvel, em Milão, é um espaço privilegiado para todos os que querem apresentar os seus produtos. Os visitantes – na sua grande maioria profissionais – chegam um pouco de todos os cantos do globo, sendo elevadas as oportunidades de negócio. Este ano, o certame contabilizou 49 edições nacionais e 32 internacionais, tendo contando com a participação de 2.542 expositores, numa área total de 530 mil metros quadrados. Também a grande cobertura mediática dada ao evento faz dele um espaço tão apetecível para as empresas que querem

voar mais alto nos mercados internacionais. Aos primeiros minutos, logo após a abertura oficial da feira, dezenas de jornalistas já tinham percorrido o extenso parque de exposições. Para a secretária-geral da aimmp, “estar no iSalone pelo segundo ano consecutivo é um motivo de orgulho para as nossas empresas e para Portugal”. “Não tenho dúvidas de que este é o lugar ideal para reposicionarmos os produtos made in Portugal”, acrescenta Maria Fernanda Carmo. Mas, considera, “há ainda muito trabalho a ser feito no sentido de consolidar a presença lusa na feira. Empresas e entidades públicas e privadas devem fazer um esforço conjunto para tornar mais forte e reconhecido o nome do nosso país”. COM A PORTUGAL BRANDS NA ZONA TORTONA Paralelamente ao Salão, no número 32


internacionalização

da Via Novi, em pleno centro de Milão, uma extensa passadeira vermelha conduzia os milhares de curiosos que por ali passavam até um recanto bem português. Aí os visitantes puderam encontrar, em exposição, o melhor de Portugal. Resultado de uma parceria entre a ASSOCIATIVE DESIGN® e a Portugal Brands, diversas empresas recriaram uma galeria sob a máxima “We love Portugal”, na Zona Tortona, mostra de design alternativa. “Acreditamos no projecto da Portugal Brands e acreditamos que juntos temos mais força. Por isso, demos este passo: repetimos a presença conjunta na Zona Tortona, para ampliar a nossa missão e torná-la mais eficaz”, explica Maria Fernanda Carmo. Fundado em 2001, o evento tem vindo a afirmar-se como um local privilegiado para a troca de ideias no universo do design. Em edições anteriores, a Zona Tortona atraiu milhares de visitantes, entre os quais designers, arquitectos, estudantes e jornalistas. Baltazar – Home Collection, Boca do Lobo, Cerne, Delightfull, Glammfire, Imenza, Munna, My Face, Renova, TemaHome, Tufted, Viarco e KRVKurva foram as marcas portuguesas presentes no espaço ASSOCIATIVE DESIGN with Portugal Brands.

Números “Um enorme sucesso”: é com estas palavras que a organização do Salão Internacional do Móvel descreve a edição deste ano. Os números falam por si:

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329.563 visitantes acreditados de todas as partes do globo; 297.460 do total de visitantes eram operadores sectoriais acreditados – mais 7% do que no ano passado; 56% dos operadores sectoriais eram estrangeiros, dado que comprova o interesse internacional da feira; 5.110 jornalistas, vindos um pouco de todo o mundo, visitaram o iSalone.

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internacionalização

Missão Empresarial

Encontros de negócio em Cabo Verde abrem novas oportunidades para o sector Oito empresas portuguesas do sector do mobiliário e dos materiais de construção, incluindo cozinhas, esquadrias, portas, pavimentos, revestimentos, contraplacados e casas de madeiras, deslocaram-se a Cabo Verde para a realização de uma Missão Empresarial. Uma iniciativa organizada pela aimmp, que visou dar a conhecer ao mercado soluções “chave na mão”, sobretudo na área da hotelaria

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ma janela de oportunidades é aquilo que a Fileira de Madeira e Mobiliário portuguesa vê em Cabo Verde, país com uma economia orientada para o sector dos serviços, nomeadamente o turismo, apresentando um forte crescimento das importações de bens de equipamento e materiais de construção, determinado pela implementação de novos projectos de investimento turístico. A aimmp organizou, por isso, uma Missão Empresarial àquele país – integrada no seu projecto de internacionalização INTERWOOD –, levando consigo as empresas

Adriano Madeiras, Augusto Moreira, Carmo, Carpicruz, Carpintaria Virgílio Pereira, J. Dias, Placanobre e Sermafe. De 25 a 29 de Abril, passando por Praia (Ilha de Santiago), Mindelo (São Vicente) e Santa Maria (Sal), a comitiva portuguesa realizou uma bolsa de contactos promissora para quem quer investir no mercado cabo-verdiano [ver caixa]. SOLUÇÕES À MEDIDA A entrada no mercado e a promoção das exportações foram os objectivos principais apontados pelas empresas para participarem na Missão Empresarial a Cabo Verde,

que inclui, para além de encontros de negócio, visitas a pontos de venda e a empreendimentos imobiliários. Aos cabo-verdianos, os portugueses procuraram, sobretudo, mostrar a sua capacidade exportadora e de resposta às necessidades mais prementes do mercado local. Fernando Rolin destaca mesmo: “Somos responsáveis pelo fornecimento ‘chave na mão’ de carpintaria, mobiliário e decoração de numerosos empreendimentos turísticos e habitacionais um pouco por todo o mundo. Ora é disso que Cabo Verde necessita e a Fileira de Madeira e Mobiliário está, apta a dar resposta


internacionalização

Balanço

“Espera-se a concretização de negócios no curto prazo” A aimmp realizou um questionário aos participantes na Missão Empresarial a Cabo Verde para avaliar os resultados desta acção. O balanço não podia ser melhor. Ferreira da Costa, director da aimmp que acompanhou a comitiva portuguesa em território cabo-verdiano, dá-nos conta disso mesmo Quantos encontros de negócio foram realizados? Realizámos mais de 40 reuniões com empresários cabo-verdianos dos sectores da construção civil e da imobiliária, da carpintaria e marcenaria, bem como com arquitectos, fabricantes de móveis e importadores de produtos de madeira. E contactos institucionais? Efectuámos contactos institucionais ao mais alto nível: com a embaixadora de Portugal em Cabo Verde; com o presidente da ADEI – Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação; com a Administração da Cabo Verde Investimentos; com representantes das Câmaras de Comércio e Indústria do Barlavento e do Sotavento; e com os presidentes das Câmaras Municipais de Praia e de Santa Maria.

Realizámos ainda importantes contactos com a Banca, nomeadamente com o Bes, o Interatlântico e a Caixa Económica. Das reuniões realizadas, perspectivam-se negócios? Apesar de o primeiro e principal objectivo desta missão ter sido a prospecção do mercado, na verdade perspectiva-se já a realização de negócios num número superior a 20. Que tipo de negócios? Desde o fornecimento integrado de produtos de madeira, mobiliário e decoração a empreendimentos turísticos, até ao estabelecimento de parcerias com empresas de carpintaria e mobiliário com o objectivo de transferir equipamentos e tecnologias para Cabo Verde para a produção de alguns componentes e/ou acabamentos. Além disso, três das empresas participantes na missão estão a estudar a possibilidade de abrirem um showroom em Cabo Verde, em parceria com empresas cabo-verdianas. E parcerias? A aimmp, enquanto parte do Conselho de Administração do CFPIMM, disponibilizou-

-se, junto da ADEI e das Câmaras de Comércio, para o desenvolvimento de projectos conjuntos na área da formação e da consultadoria. A aimmp prevê, ainda, a elaboração de um estudo do sector em parceria com a ADEI; a organização de uma mostra da Fileira de Madeira e Mobiliário numa feira ou outro evento do género em Cabo Verde; e a participação no fórum que a Promitur realizará a 30 de Julho. Está também a ser estudada a possibilidade de desenvolver um projecto para a implementação de uma nova unidade industrial na área do mobiliário a partir de uma parceria conjunta entre empresários cabo-verdianos e portugueses. O balanço é, portanto, positivo… Sem dúvida. Fomos sempre recebidos com muita cordialidade por todos os cabo-verdianos, quer empresários, quer institucionais. Visitas, reuniões e encontros de negócios decorreram de forma bastante positiva. Espera-se a concretização de negócios no curto prazo. Em suma, os empresários portugueses saem desta missão com elevadas expectativas e a firme vontade de, brevemente, regressarem a Cabo Verde para darem continuidade aos contactos estabelecidos.

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qualidade

Importações controversas

Produtos asiáticos não cumprem exigências fitossanitárias e de segurança Apesar da produção nacional ser excedentária em 300 milhões de euros, 67% do consumo

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nacional de mobiliário já é importado, 30% do qual do Sudoeste asiático. A aimmp garante não estar contra a importação de móveis, mas está preocupada. É que os produtos asiáticos colocam em risco a segurança dos consumidores. Fernando Rolin garante: “Faz falta uma marca CE para o mobiliário”

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ão somos contra a importação de móveis. Somos contra a importação de maus móveis.” Quem o diz é Fernando Rolin, presidente da aimmp, preocupado com o que os números revelam: apesar da produção nacional ser excedentária em 300 milhões de euros, 67% do consumo nacional de mobiliário já é importado, 30% do qual do Sudoeste asiático, em especial de países como a China, as Filipinas, a Tailândia e o Vietname. O facto de o móvel asiático chegar ao retalhista, em média, 40% mais barato que o nacional pode explicar a tendência, contudo o dirigente associativo alerta para os custos na competitividade nacional: “Por cada móvel importado do Sudoeste asiático é menos um móvel português que se vende. Se não se vende, não se produz e isso gera desemprego. E gente desempre-

gada não compra móveis.” Mas, para a aimmp, o problema principal reside nas razões de base que permitem o embaratecimento do produto asiático, designadamente a completa desconformidade desse produto face às exigências fitossanitárias e de segurança que correspondem a directivas europeias que somos obrigados a cumprir [ver caixa]. INSPECÇÃO NO TERRENO É EXPECTÁVEL Recentemente, a Visão noticiou que uma cadeia de mobiliário estava a contactar os seus clientes no sentido de trocarem um sofá de pele que causaria reacções alérgicas por conter dimetilfumarato (MDF). Este é um agente químico proibido na Europa, mas que tem vindo a ser detectado em produtos oriundos da Ásia, nomeadamente em calçado chinês, o que já obrigou à retirada em Espanha de 200 mil pares de

Pontos críticos Madeiras: Não são secas e chegam a Portugal cheias de parasitas visíveis a olho nu. Convém recordar que o nemátodo entrou no país durante a Expo, em paletes vindas da China. Acabamentos: os vernizes são feitos com base nitrocelulósicas, banidas da Europa há cerca de 20 anos; as lacas estão baseadas em pigmentos de óxido de chumbo proibidos na Europa há 25 anos; os aglomerados de madeira têm emanações de formaldeíco três a cinco vezes superiores às permitidas pelas regras europeias.


qualidade

sapatos do mercado por conterem DMF. A aimmp já alertou os ministros da Economia e da Agricultura, o inspector de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e o secretário de Estado das Florestas para esta problemática, mas é preciso definir os parâmetros de fiscalização para que o processo seja colocado em marcha. “É que não há marca CE para o mobiliário. Por isso, temos de levar as entidades a inspeccionar as partes constitutivas do móvel e as matérias-primas utilizadas”, explica Fernando Rolin. Assim está já a ser preparada uma lista de impedimentos parciais que poderão ser colocados à importação, que passará pelo crivo do Instituto Português da Qualidade e do Instituto de Soldadura e Qualidade, para depois passar para a fase de inspecção no terreno, a cargo da ASAE. “Tudo o que não estiver conforme terá de ser retirado do mercado e queimado, em nome da protecção do consumidor e, em especial, das crianças”, assevera o presidente da aimmp. A guerra aos móveis oriundos da Ásia está também a ser travada a nível comunitário, nomeadamente através da Confederação Europeia do Mobiliário (EFIC). Em fase de desenvolvimento está uma ficha técnica do mobiliário que a indústria pretende discutir na DG Trade com vista ao desenvolvimento de uma directiva comunitária na área do mobiliário.

Estofos: as espumas usadas contrariam a directiva europeia que levou dez anos a aprovar – em caso de incêndio provocam fumos negros que impedem que se vejam as saídas de emergência; as peles são curtidas com excesso de crómio, o que as torna cancerígenas; os preservantes colocados no interior são à base de DMF que provoca alergias. Ferragens: não são seguras e podem provocar acidentes básicos, nomeadamente com crianças.

Produtos preservadores de madeira

Período de transição para aplicação das regras de utilização de biocidas foi alargado

Decretos - Lei •

O Decreto-Lei 121/2002, de 3 de Maio, transpôs a Directiva 98/8/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de Fevereiro e estabelece as normas e procedimentos necessários para a colocação no mercado dos produtos biocidas. O Decreto-Lei 13/2010, de 24 de Fevereiro prorroga o período de entrada em vigor das disposições do Decreto-Lei 121/2002, de 3 de Maio.

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o tratamento para preservação de madeiras utilizam-se produtos biocidas que contêm uma vasta gama de substâncias activas com a função de combater organismos nocivos, actuando ao nível do produto e dos processos para protecção da saúde e do ambiente. Comportam, deste modo, um risco potencial, pelo que são sujeitos a restrições ao nível da colocação no mercado, sendo abrangidos por regulamentação europeia transposta para a legislação nacional desde 2002. No entanto, o período transitório durante o qual continuam a ser aplicáveis as regras actuais foi prorrogado até 14 de Maio de 2014, à excepção dos produtos que contenham óxidos ou ácidos bóricos – como é o caso do Sinesto B, Celcure AC 500, Tana-

lith E 3492 e Wolmanit CX8). Estes podem ainda ser colocados no mercado até 1 de Setembro de 2011. O prazo foi alargado por ainda não estarem concluídos os estudos sobre a aceitabilidade, do ponto de vista da saúde humana e animal e do meio ambiente, das substâncias activas já existentes no mercado, anterior a 14 de Maio de 2000. São, assim, aplicáveis as normas ou métodos nacionais de colocação no mercado de produtos biocidas que contenham substâncias activas não constantes dos anexos I, I-A ou I-B da Directiva que os regula até 14 de Maio de 2014. Consulte a lista de produtos biocidas preservadores de madeira com autorização de colocação no mercado em www.dgadr.pt

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qualidade

Paletes EUR-Epal

AIMMP denuncia casos de contrafacção e alerta utilizadores para punição por crime

E

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stão em circulação no mercado paletes da EUR-Epal falsificadas. A situação foi identificada por industriais que integram o Comité Nacional da Epal que, através da aimmp – entidade gestora da marca EUR-Epal a nível nacional –, apresentou à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) uma denúncia dando conhecimento da existência de várias situações fraudulentas, nomeadamente de paletes que ostentam a referida marca sem a devida creditação ou que não cumprem os requisitos de qualidade exigidos. A contrafacção desta marca internacional detecta-se por várias formas, sendo as mais comuns a falta do agrafo no bloco central, a colocação dos símbolos requeridos nos blocos errados e o uso do número de autorização de utilização da marca de entidades que não estão autorizadas [ver caixa]. A utilização indevida da EUR-Epal não só descredibiliza o produto nacional e todos os operadores portugueses devidamente credenciados e respeitadores das imposições, como também pode resultar em avultados prejuízos, inclusivamente para os utilizadores das paletes. É que, além dos eventuais bloqueios no transporte e na circulação de mercadorias, a utilização de paletes EUR-Epal falsificadas é considerada crime, sendo, de acordo com o art. 269, n.º 3 do Código Penal, punível com pena de prisão até dois anos ou pena de multa até 240 dias. CONTRAFACÇÃO É CRIME Porque é necessário travar a contrafacção, a aimmp reuniu-se com a ASAE a 8 de Março, solicitando a sua intervenção e fiscalização das paletes que circulam no mercado, nomeadamente procedendo a inspecções junto de todos os operadores, sobretudo ao nível das grandes superfícies de distribuição, que são os maiores utilizadores de paletes.

A 31 de Março a aimmp apresentou ainda uma queixa-crime face às situações denunciadas e, entretanto, já encetou uma campanha de descredibilização dos infractores junto dos utilizadores e comerciantes de paletes, bem como dos órgãos de comunicação social. Recorde-se que a marca EUR-Epal constitui um símbolo de qualidade, de âmbito internacional, sendo a sua atribuição concedida a fabricantes e reparadores que cumpram os requisitos e critérios técnicos estabelecidos na UIC 435-2-0. O cumprimento destas regras garante um transpor-

te mais seguro e um armazenamento mais estável e eficaz, aumentando assim os níveis de segurança no manuseamento das paletes. As paletes certificadas são ainda susceptíveis de retorno e reparação, o que se traduz em uma maior responsabilidade social, designadamente um contributo para a sustentabilidade ambiental.

COMO IDENTIFICAR UMA PALETE CERTIFICADA

Marcação do Bloco Central Actualmente as paletes em Portugal devem ser sempre tratadas e marcadas da mesma forma

Marca da European Pallet Association

Marca protegida EUR

Símbolo colocado sempre no bloco esquerdo

A certificação europeia marca-se sempre no bloco direito


informação económica

Conjuntura económica

Economia portuguesa deverá continuar a crescer mas a taxas muito modestas O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta as suas previsões de crescimento do PIB mundial em 2010, esperando para a economia portuguesa um crescimento de 0,3%. No que se refere a défices orçamentais, em 2009, Portugal registou o quinto valor mais elevado (9,4% do PIB). Assim refere o Relatório de Conjuntura Económica de Abril, elaborado pela CIP

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ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Para a economia norte-americana, o FMI prevê um crescimento de 3,1%, em 2010, e 2,6%, em 2011. A taxa de desemprego registada em Março passado foi igual à verificada nos dois meses anteriores: 9,7%. A taxa de juro de referência (Fed Funds) continua a situar-se no intervalo entre 0% e 0,25%. UNIÃO EUROPEIA Ainda segundo o FMI, na área do euro aponta-se para taxas de crescimento do

Portugal : previsões do Governo, do Banco de Portugal e do FMI PIB (taxa de crescimento real; %) - va riaçã o homóloga 1,5 0,7

1,0 0,5

0,9 0,4

0,8

0,7

0,3

0,0 2009

-0,5 %

MUNDO O FMI reviu em alta (de 3,9% para 4,2%) as suas anteriores previsões (Janeiro/2010) para a taxa de crescimento do PIB mundial em 2010; as previsões para 2011 mantiveram-se inalteradas em 4,3%. Segundo este organismo, a recuperação da actividade económica global tem sido mais forte que o esperado e está a progredir a ritmos diferentes nas várias regiões, sendo liderada pelas economias de mercado emergentes e em desenvolvimento (sobretudo as asiáticas).

2010

2011

-1,0 -1,5 -2,0 -2,5 -3,0

-2,7

-2,7

-2,7

-3,5 Governo

PIB de 1%, em 2010, e de 1,5%, em 2011; para a UE as previsões são de 1%, em 2010, e de 1,8%, em 2011. Já dados do Eurostat destacam, na área do euro, o aumento do défice orçamental de 2% para 6,3% do PIB e da dívida pública de 69,4% para 78,7% do PIB, entre os anos de 2008 e 2009. Na UE, no mesmo período, o défice orçamental cresceu de 2,3% para 6,8% do PIB; a dívida pública aumentou de 61,6% para 73,6% do PIB.

Banco de Portugal

FMI

Em 2009, no conjunto da UE, os maiores défices orçamentais em percentagem do PIB foram registados na Irlanda (14,3), na Grécia (13,6), no Reino Unido (11,5), em Espanha (11,2) e em Portugal (9,4); doze Estados-membros da UE apresentaram valores da dívida pública superiores a 60% do PIB, tendo sido Portugal o sexto Estado-Membro com o valor mais elevado (76,8% do PIB). Destaque ainda para a desvalorização


informação económica Impactos na Fileira de Madeira e Mobiliário

As actuais previsões apontam para uma retoma da actividade económica em Portugal durante o próximo trimestre, depois de, em 2009, a indústria transformadora ter sofrido bastante com a crise internacional (taxas negativas de crescimento, queda do volume de negócios e fecho de muitas empresas). O clima económico global é agora mais favorável neste primeiro trimestre de 2010, de qualquer forma os índices de confiança (consumidores e empresários) apresentam-se ainda muito baixos, assim como o consumo não apresenta dados de recuperação. No nosso sector, os efeitos da lenta

do euro face ao dólar, batendo mínimos de 14 meses.

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PORTUGAL Para a economia portuguesa prevê-se que, depois da estagnação em 2008 e da contracção de 2,7% em 2009, esta cresça 0,3%, em 2010, e 0,7%, em 2011. Comparando as previsões do FMI, do Governo e do Banco de Portugal, o Relatório de Conjuntura Económica de Abril da CIP conclui que há unanimidade na recuperação da economia portuguesa em 2010 e no seu reforço em 2011; a economia portuguesa deverá continuar a crescer no futuro próximo a taxas muito modestas; as perspectivas do Governo são mais optimistas que as restantes. No final de Março, o INE enviou para o Eurostat a primeira notificação de 2010 relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos, na qual constam os seguintes valores de Portugal: défice orçamental de 9,4% do PIB em 2009 e 8,3% do PIB em 2010.

recuperação económica ainda não se fazem sentir. Correlacionado ao crescimento, ou falta dele neste caso, na construção civil registam-se perdas na área dos materiais de construção e do mobiliário de cerca de 5% e 8%. O aumento do desemprego e a baixa da confiança dos consumidores fazem com que o sector se depare com mais adversidades. Outra questão prende-se com o crédito às empresas, que continuam a debater-se com entraves, crescentes até, na concessão de crédito junto da banca. Agravam-se, assim, os problemas de tesouraria, visto estarem a conceder prazos mais alargados aos

seus clientes, e, com isto, acumulam-se problemas de falta de liquidez. À recuperação do sector também não parece ser muito favorável a situação do país em termos de contas públicas (alto défice e dívida pública elevada), uma vez que existe muita incerteza e desconfiança quanto aos efeitos do PEC nas finanças públicas e no crescimento do produto. Para além disso é de preocupar os possíveis impactos da baixa do rating da dívida portuguesa pelas agências financeiras a nível internacional. Tal situação aumentará os encargos do endividamento de Portugal e dos portugueses, como é o caso dos juros da dívida pública.

Crise

Cenário económico força corte no rating de Portugal

A

27 de Abril, a Standard & Poor’s (S&P) anunciou o corte de dois níveis do rating da dívida de longo prazo de Portugal de A+ para A-, e de curto prazo em um nível, de A-1 para A-2. Este foi o nível mais baixo que alguma vez uma agência de notação financeira tinha atribuído ao país, prevendo-se que um potencial choque de juros venha aumentar a pressão sobre os défices orçamentais nos próximos anos. Em declarações à Lusa, Kai Stukenbrock, director da S&P, explicou que a decisão de cortar o rating de Portugal aconteceu devido a uma mudança do cenário económico. “Prevemos agora que o crescimento real e nominal seja um pouco mais baixo no horizonte da projecção até 2013. Na nossa opinião, isto terá um impacto directo no défice orçamental, que esperamos que se mantenha acima dos 4% até 2013”, explicou. A agência afirmou ainda não ver o rácio da dívida pública a estabilizar no ho-

rizonte da projecção, como resultado do défice mais elevado e do mais baixo crescimento nominal, mas sim a aumentar até atingir os 95% do PIB em 2013. Para a S&P, o PIB nacional vai estagnar este ano, pelo que o Governo terá de “implementar uma consolidação orçamental superior e mais longa do que o previsto” no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). A agência alerta ainda para uma das principais consequências da descida da notação de risco no acesso e no preço do crédito – o corte do rating torna o financiamento à economia tendencialmente mais caro, o que se há-de reflectir no financiamento à economia. Entretanto, à data de fecho desta edição, a Moody’s colocou a nota de crédito Portugal sob revisão e avisou que poderá baixar o rating em um ou dois níveis, explicando a medida com a recente deterioração das finanças públicas e com os desafios de longo prazo para o crescimento económico.


informação económica Reacções

Certames

PEC poderá colocar défice abaixo de 3% do PIB em 2013

Prazo da linha de apoio ao crédito comercial alargado

C

F

oi apresentado a 15 de Março, na Assembleia da República, um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) com os objectivos de reduzir o défice público para 2,8% do PIB até 2013 e de controlar o crescimento da dívida pública, invertendo a actual trajectória e obtendo a sua redução nos próximos quatro anos. O cenário macroeconómico do Programa aponta para uma “recuperação económica progressiva mas moderada, traduzida num crescimento do produto de 0,7% em 2010, 0,9% em 2011, 1,3% em 2012 e 1,7% em 2013”. Para a consolidação orçamental concorrerá um amplo programa de privatizações. Segundo a Confederação da Indústria

Portuguesa (CIP), com as medidas apresentadas no PEC, “o défice poderá situar-se abaixo de 3% do PIB em 2013, mas voltaremos a ter problemas a partir desse ano”, sobretudo porque “o programa de privatizações previsto não está enquadrado numa estratégia política, coerente e fundamentada, de redução do peso do Estado na economia, o que se impunha”. Para a CIP, este é “um Plano de retoque da situação actual, que não gera confiança e não atrai o investimento”. Em 2013, conclui, o problema do défice público estará aparentemente resolvido mas sem crescimento económico que angarie receitas fiscais e com a despesa pública intacta, ao que haverá a acrescentar as responsabilidades com as parcerias público-privadas.

omo reforço dos apoios à internacionalização, o Governo prorrogou o prazo de vigência da OCDE II até ao próximo dia 31 de Dezembro. Esta linha de crédito, lançada em Março de 2009, foi criada com o objectivo de apoiar os créditos comerciais, com garantia do Estado, para empresas operantes em mercados da OCDE, que estão à partida excluídos das apólices comerciais devido ao risco que representa. Com esta medida, o Governo afectou 30% da Linha OCDE II, no valor de mil milhões de euros, para cobertura do risco de crédito em operações de exportação de dimensão significativa. Pretende-se, com esta medida, ir ao encontro das necessidades das empresas exportadoras, sem excluir novos exportadores, nem empresas com crescimento anual superior a 25%, que, mediante análise casuística, poderão ver operações que representem mais de 10% das exportações do ano transacto beneficiar de cobertura ao abrigo da nova medida.

PME Invest V

Governo lança nova linha de crédito

O

Governo lançou, no passado dia 24 de Março, a PME Investe V, nova linha de crédito para apoio a empresas economicamente viáveis que disponibilizada mais 750 milhões de euros, dos quais 250 milhões são exclusivamente destinados a micro e pequenas empresas. Do protocolo subscrito pela maioria dos bancos portugueses salienta-se, comparativamente às versões anteriores, o alargamento do crédito às empresas que têm necessidade de regularização de dívidas ao fisco e à Segurança Social, permitindo a utilização até 30% do empréstimo para liquidar dívidas contraídas junto da ban-

ca. Também as empresas que não tiveram acesso a nenhum das linhas anteriores terão cobertura pela Garantia Mútua de 65% (em detrimento dos 50% anteriores); no caso de se tratar de micro e pequenas empresas, o sistema de Garantia Mútua garante até 75% do valor do financiamento. Destaca-se ainda o alargamento do crédito às regiões autónomas dos Açores e da Madeira; o aumento em um ano do prazo das operações – de cinco para seis anos na Linha Geral e de três para quatro anos na Linha Micro e Pequenas Empresas; e a inserção, como operação elegível, da locação financeira imobiliária e de equipamentos.

Consulte o seu Banco

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informação económica

Estatísticas

Fileira de Madeira e Mobiliário reafirma o seu carácter exportador O Eurostat e o Instituto Nacional de Estatística acabam de disponibilizar os números relativos aos anos de 2008 e 2009 que permitem caracterizar a Fileira de Madeira e Mobiliário. Nesta e na próxima edição, faremos uma análise aos valores divulgados, começando pelo papel destas indústrias na socioeconomia europeia e nacional e finalizando com uma caracterização de cada subsector

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S

erração, painéis, carpintaria e mobiliário são os quatro grandes grupos em que se encontra dividida a Fileira de Madeira e Mobiliário. Sobre estes acabam de ficar disponíveis os dados estatísticos mais actualizados, referentes aos anos de 2008 e 2009, para as exportações e importações, assim como sobre os países e os tipos de produto com maior quota. No que se refere a valores, todos os grupos apresentam balanças comerciais positivas, o que revela bem o carácter exportador da Fileira de Madeira e Mobiliário portuguesa. Este carácter exportador é, no entanto, menor relativamente a anos anteriores devido à última crise internacional que afectou significativamente indicadores como o consumo, o investimento e, por conseguinte, o nível de produto. Deste modo o comércio externo sofreu uma queda no ano de 2009 devido ao abrandamento económico ocorrido na maioria das economias. UNIÃO EUROPEIA A Fileira de Madeira e Mobiliário assume um papel importante na economia europeia, tanto pelo seu peso no total da indústria transformadora, como pela quantidade de pessoas que emprega (cerca de três milhões de trabalhadores). Assume-se ainda

como um dos três maiores empregadores para países como Portugal, Áustria, Suécia e Finlândia. Este sector da indústria transformadora encontra-se geralmente distribuído por PME, à excepção de algumas grandes indústrias de serração e de painéis, e localiza-se em áreas rurais, menos desen-

União Europeia, ou seja, 269.000 milhões de euros. Deste valor total, cerca de metade refere-se à produção de mobiliário (49%), ao passo que os componentes de construção representam 20%, a serração 14%, os painéis 9% e as embalagens 4%. Refira-se ainda que o sector do mobiliário tem vindo a aumentar de importância

A FILEIRA DA MADEIRA NA U.E . (produção)

5% Outros 4% Embalagens 9% Painéis 14% Serração 20% Componentes de construção 48% Mobiliário

volvidos, funcionando assim como factor de desenvolvimento regional e de pólo de competitividade. Quanto a números calcula-se que existam cerca de 380.000 empresas no sector e que cerca de 150.000 estejam ligadas à produção de mobiliário. Olhando para os números constatamos que o sector da madeira representa cerca de 13% do total da produção industrial na

(crescimento da produção de mobiliário) desde 2004, sendo de destacar as altas taxas de crescimento da indústria de mobiliário em países como a Republica Checa, Eslováquia e Eslovénia. A Alemanha e a Itália afirmam-se como os maiores produtores na Fileira de Madeira e Mobiliário, distanciados de um trio formado por França, Reino Unido e Espanha.


informação económica

EM PORTUGAL Olhando agora para o contexto nacional e observando a importância do sector da madeira no panorama industrial português, podemos referir que este sector tem um peso aproximado de 5% do VAB total da economia, 4% do PIB nacional e 14% do PIB industrial. Quanto ao comércio externo, apresenta uma Balança Comercial positiva de cerca de 250 milhões de euros, assumindo para exportações e importações valores na ordem dos 1.100 e 860 milhões de euros, segundo dados do INE referentes a 2009. De referir ainda que este sector é responsável por cerca de 10% das exportações nacionais, valor que sofreu uma queda em parte devido à crise internacional. Do total das exportações grande parte foi de mobiliário (62,6%), seguido das serrações de madeiras (14,8%), dos painéis de madeira (13,3%) e da carpintaria (9,2%). Quanto à produção total para o ano de 2008 foi quase de 2.000 milhões de euros, valor que inverteu uma linha de crescimento estável e sustentada registada nos anos anteriores. Para 2009 o valor terá sido ainda mais baixo em consequência da diminuição do consumo interno e também afectado pela crise internacional. Atendendo aos Recursos Humanos inseridos neste sector calcula-se que haja aproximadamente cerca de 50.000 trabalhadores e pouco mais de 5.000 empresas, sendo cerca de metade empresas de produção de mobiliário. Destas a grande maioria são empresas de pequena dimensão (menos de nove trabalhadores). Quanto à sua formação, podemos afirmar que na generalidade são profissionais qualificados, sentindo-se a falta de quadros superiores especializados. Não perca na próxima edição a análise estatística de cada um dos subsectores da Fileira de Madeira e Mobiliário.

AS EXPORTAÇÕES POR SUBSECTORES NA FILEIRA DE MADEIRA

63% Mobiliário ( 712.626.748 ) 9% Carpintaria e outros produtos de madeira ( 104.739.323 ) 13% Paineis de madeira ( 152.045.838 ) 15% Serrações de Madeiras ( 169.112.325 )

A FILEIRA DA MADEIRA E MOBILIÁRIO EM PORTUGAL (produção)

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45% mobiliário - 887 17% carpintaria e outros produtos de madeira - 342 20% paineis de madeira - 393 18% Serrações de Madeiras - 358

1000

800

600

400

200

0 1a4

5a9

10 a 49

indústria de serração, painéis e carpintaria

50 a 99

100 a 249

250 a 499

<500

indústria de mobiliário

[Fontes: INE 2009, “ProdCom 2008” (EUROSTAT), CEI-Bois, AIMMP]


informação jurídica

Em discussão

Governo propõe alterações ao regime de subsídio de desemprego

N

No âmbito do PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento 2010-2013, o Governo apresentou aos Parceiros Sociais, no passado dia 28 de Abril, um pacote de medidas que visa a promoção do emprego, a ser debatido em Concertação Social. Uma delas é a alteração do regime do subsídio de desemprego, da qual se destaca a medida que determina que o montante mensal do referido subsídio não possa, em qualquer caso, ser superior a 75% do valor líquido da remuneração de referência. Outra prevê o reforço das regras de aceitação de ofertas de emprego. O Governo propõe, nomeadamente, a alteração ao conceito de Emprego conveniente, devendo ser considerado como tal o novo emprego cujo valor da retribuição seja igual ou superior à prestação de desemprego acrescida de 10%, se a oferta de emprego ocorrer

nos primeiros 12 meses, e valor igual ou superior à prestação de desemprego a partir dos 12 meses. Recorde-se, a este propósito, que o trabalhador desempregado que esteja actualmente a receber o subsídio de desemprego obriga-se à aceitação de emprego conveniente, definindo-se este, ao abrigo do regime legal em vigor, como aquele que cumulativamente: a) Respeite as retribuições mínimas e demais condições estabelecidas na lei geral ou em instrumento de regulamentação colectiva aplicável; b) Consista em tarefas que possam ser desempenhadas pelo beneficiário do subsídio, tendo em conta as suas aptidões físicas, nível de escolaridade e formação profissional; c) Garanta uma retribuição ilíquida igual ou superior ao subsídio de desem-

Perguntas & Respostas São várias as questões que chegam ao Departamento Jurídico da aimmp, muitas delas comuns à maioria dos empresários do sector. Neste espaço, passaremos a dar resposta às perguntas mais frequentes. A falta dos trabalhadores é o tema desta e da próxima edição O que são faltas? São as ausências do trabalhador no local em que devia desempenhar a actividade durante o período normal de trabalho diário. Consideram-se ainda os períodos inferiores ao período diário, sendo os respectivos tempos adicionados para determinação da falta.

prego, nos seguintes termos: acréscimo de 25% sobre o subsídio, se a oferta ocorrer durante os primeiros seis meses de concessão do mesmo; igual ou superior ao valor da prestação de desemprego acrescido de 10%, se a oferta de emprego ocorrer a partir do sétimo mês de concessão do subsídio. O Governo propõe ainda medidas mais apertadas para o combate à fraude, tais como o acompanhamento de entrevistas de emprego por parte de técnicos designados para o efeito e o encurtamento de prazos no processo administrativo que conduzem à cessação de subsídios motivados por recusas de emprego conveniente. Resta agora aguardar o termo das negociações a decorrer em sede de Concertação Social.

As faltas dos trabalhadores

Quais são as faltas justificadas? São consideradas justificadas as faltas dadas por: altura do casamento (15 dias); falecimento de cônjuge, parente ou afim; prestação de prova em estabelecimento de ensino; impossibilidade de prestar trabalho por facto não imputável ao trabalhador; prestação de assistência a membro do agregado familiar; deslocação a estabelecimento de ensino de responsável pela educação de menor (até quatro horas por trimestre). É também justificada a motivada por trabalhador eleito para estrutura de representação colectiva dos trabalhadores, a de candidato a cargo público e a autorizada pelo empregador - pode o empregador autorizar previamente ou aprovar posteriormente faltas dadas pelo trabalha-

I

dor por motivos que lhes são respeitantes e que o empregador considere atendíveis. Neste último caso, as faltas autorizadas/ aprovadas pelo empregador podem não determinar perda de retribuição, cabendo ao empregador essa decisão, definida caso a caso. As restantes faltas são injustificadas. É possível compensar faltas dadas pelo trabalhador retirando-lhe dias de férias? É, mas apenas nas seguintes condições: tratar-se de faltas (justificadas ou injustificadas) que impliquem perda de retribuição e que seja o trabalhador que, expressamente, prefira tal solução e desde que lhe seja assegurado o gozo efectivo de 20 dias úteis de férias.

[continua na próxima edição]

Para mais esclarecimentos, contacte o Depatamento Jurídico: joana.sousa@aimmp.pt


empresa do mês

Sonae Indústria, SGPS, SA | Lugar do Espido - Via Norte, Apart. 1096, Maia | Telf. 220 100 400 | www.sonaeindustria.com

Sonae Indústria

Líder mundial nos derivados de madeira

23 Com um volume de negócios consolidado de 1.283 milhões de euros em 2009, a Sonae Indústria empregava, em Dezembro passado, cerca de 5.500 colaboradores, distribuídos por 29 unidades em nove países distintos. Estes são alguns dos números que explicam o facto de a empresa ser, actualmente, uma das maiores do mundo no sector dos derivados de madeira

F

undada em 1959 na Maia, onde tem a sua sede, com o objectivo de produzir termolaminados decorativos, a Sonae Indústria dedica-se, nos dias de hoje, à produção de aglomerados de partículas de madeira, MDF, aglomerado de fibras duro e painéis melamínicos decorativos. Termolaminados decorativos de alta pressão, pavimentos laminados e produtos químicos fazem ainda parte da ampla gama de produtos da empresa. Anunciando como seu principal objectivo desenvolver o potencial dos derivados de madeira como material de excelência para os segmentos do mobiliário, da decoração e da construção, a Sonae Indústria assenta a sua actividade na promoção activa da sustentabilidade e da inovação e na melhoria contínua das operações. Ambição, inovação, responsabilidade e autenticidade são os valores que regem a actividade desta empresa que, contando, em Dezembro de 2009, com 5.500 colaboradores, distribuídos por 29 unidades em nove países – Portugal, Espanha, França,

Alemanha, Reino Unido, Canadá, Holanda, Suíça e África do Sul – é reconhecida como um dos líderes mundiais no sector dos derivados de madeira. POLÍTICA AMBIENTAL Fruto de uma atitude ambientalmente responsável, a Sonae Indústria adoptou os princípios do desenvolvimento sustentável e da eco-eficiência como referenciais de gestão das suas operações a nível global. A empresa assume, assim, o compromisso de minimizar, de forma contínua, os impactos ambientais da sua actividade, seja através da utilização de matérias-primas recicladas, seja pela redução de resíduos e emissões ou ainda pelo forte investimento na formação e na informação de colaboradores, clientes, fornecedores, accionistas, autarquias e outros. Esta política ambiental é formalmente reconhecida através de certificações segundo sistemas independentes como o FSC (Forest Stewardship Council), PEFC (Program for Endorsment of Forest Certification) ou ISO 14000.


programas & eventos

Competir, Competir, exportar exportar ee superar superar aa crise crise com com aa AIMMP AIMMP Certames Julho e Agosto de 2010 FEIRA F

DATA F

LOCAL F

WEB F

MOBILIÁRIO e DECORAÇÃO f ARCHIDEX 2010

1 a 4 de Julho

Kuala Lumpur, Malásia

www.archidex.com.my

OFFICE TODAY

2 de Julho

Índia

www.chennaitradecentre.org

INTERHOMETEX

7 a 10 de Agosto

Guangdong, China

www.biztradeshows.com

INNOWA

7 a 9 de Agosto

Dortmund, Alemanha

www.innowa-dortmund.de

HERALD SUN HOMESHOW AND GARDEN EXPO

19 a 22 de Agosto

Melbourne, Austrália

www.melbournehomeshow. com.au

AUTUMN GIFT + HOME FAIR

22 a 25 de Agosto

Dublin, Irlanda

www.autumngiftfair.com

MAQUINARIA - FERRAGENS e ACESSÓRIOS f MACHINE EXPO BANGLADESH

28 de Julho

Dakha, Bangladesh

www.eventseye.com

INDÚSTRIA da MADEIRA f MADEREXPO

19 a 22 de Agosto

Montevideo, Uruguai

www.maderexpo.com

INTERNATIONALE HOLZMESSE

26 a 29 de Agosto

Klagenfurt, Áustria

www.kaerntnermessen.at

WOOD PRODUCT AND TECHNOLOGY

24 a 27 de Agosto

Göteborg, Suécia

www.eventseye.com

OUTRAS FEIRAS f INTERFORST 2010

14 a 18 de Julho

Munique, Alemanha

www.interforst.de/en

WIRELESS NETWORK TECHNOLOGY

21 de Julho

Tóquio, Japão

__

EMC JAPAN

21 a 23 de Julho

Tóquio, Japão

www.jma.or.jp/tf/en/electronics/emc/

HOTELARIA BTC INTERNATIONAL

1 a 2 de Julho

Rimini, Itália

http://btc.it/

WESTERN FOODSERVICE & HOSPITALITY EXPO

14 a 16 de Agosto

Los Angeles, EUA

www.westernfoodexpo.com


programas & eventos

Passo a passo

Competir, exportar e superar a crise com a AIMMP PROJECTOS E INICIATIVAS

ÚLTIMAS ACÇÕES REALIZADAS

Reuniões de trabalho com o Governo para alertar sobre dificuldades levantadas pela Banco nos finaciamentos às PME; PASIMM - Plano de Apoio ao Sector

Sensibilização da imprensa para essas mesmas dificuldades; Divulgação da PME Invest V e da prorrogação do prazo OCDE II. Organização da participação individual de empresas no iSalone, Milão;

INTERWOOD Organização de Missão Empresarial a Cabo Verde.

ASSOCIATIVE DESIGN

Celebração do 1.º aniversário da ASSOCIATIVE DESIGN® na Export Home, Porto, e organização da participação de empresas neste certame; Participação da marca na Zona Tortona e no iSalone, Milão.

SECTORWOOD

Trabalho de campo para a elaboração de Estudos e modelos de Cooperação, Concentração empresarial, Inovação e Competitividade; Preparação do Observatório da Competitividade das Indústrias da Fileira de Madeira.

CONSULTWOOD

COMPETEWOOD

Trabalho contínuo com o Governo e junto do sector para promover a implementação plena dos eixos: apoio ao financiamento; Apoio ao investimento, exportação e promoção externa; Ajustamento ao perfil industrial e tecnológico do sector; incentivo ao consumo. Organização da participação individual de empresas na feiras ICFF (EUA) e Export Home Angola (Angola); Desenvolvimento de Estudos de Mercado. Participação da ASSOCIATIVE DESIGN® na ICFF (EUA) e na Export Home Angola(Angola); Organização de mostras de design no Japão e em Xangai.

Apresentação dos Estudos; Relatório sectorial de competitividade e estratégias de desenvolvimento.

Elaboração de diagnósticos e auditorias, e planos de intervenção em áreas críticas para a competitividade das empresas;

Divulgação da abertura de novos concursos ao QREN e apoio na elaboração e submissão de candidutas;

Elaboração de candidaturas individuais ao QREN e submissão das mesmas a concurso.

Acompanhamento dos projectos em execução.

Aprovação de candidatura para a implementação selectiva de factores de competitividade nas empresas da Fileira.

Apresentação do Programa.

Realização da acção padronizada em Internacionalização (5.º workshop sob o tema Participação em feiras); FORMWOOD

PRÓXIMOS PASSOS

Realização da acção individualizada em Estratégia e Gestão (8.º seminário sobre Recursos Humanos, visita a empresa modelo e seminário de encerramento).

Organização de acções padronizadas em Internacionalização (6.º workshop sobre Consolidação da internacionalização) e em Gestão e Estratégia (workshops Diagnóstico e Planeamento estratégico).

25


DATA*

LOCAL

FUNERGAL 2010

22 a 23 de Janeiro

Ourense, Espanha

INTERIORS BIRMINGHAM

24 a 27 de Janeiro

Birmingham, Reino Unido

MISSÃO EMPRESARIAL ARGENTINA/CHILE

7 a 15 de Março

ACÇÕES DE INTERNACIONALIZAÇÃO 2010 I

I

AD

I

N

PARTIDA

MERCADORIA

I

AD

INTERIORS EAU

29 a 31 de Março

Abu Dhabi

I

AD

ISALONE - SALONE INTERNAZIONALE DEL MOBILE

14 a 19 de Abril

Milão, Itália

6 Abril

AD

MOSTRA DE DESIGN NA ZONA TORTONA

14 a 19 de Abril

Milão, Itália

6 Abril

I

LOGITRANS MADRID

21 a 23 de Abril

I

MISSÃO EMPRESARIAL CABO VERDE

25 a 29 de Abril

Cabo Verde

16 Abril

I

AD

ICFF - INT. CONTEMPORARY FURNITURE FAIR

15 a 18 de Maio

Nova Iorque, EUA

8 Abril

I

AD

EXPORT HOME ANGOLA

24 a 27 de Junho

Luanda, Angola

14 Abril

I

AD

RUA ANGOLANA - FILDA

20 a 25 Julho

Luanda, Angola

14 Abril

AD

N

MOSTRA DE DESIGN NO JAPÃO

24 a 29 Julho

Tóquio, Japão

I

N

MISSÃO EMPRESARIAL NO JAPÃO (*)

24 a 29 Julho

Tóquio, Japão

AD

N

MOSTRA DE DESIGN EM TÓQUIO

24 a 29 Julho

Tóquio, Japão

24 Maio

AD

N

MOSTRA DE DESIGN EM XANGAI

17 a 22 de Agosto

Xangai, China

24 Maio

MISSÃO EMPRESARIAL BRASIL (*)

Setembro

DECOREX 2010

26 a 29 de Setembro

Reino Unido

14 Setembro

VISITA DE COMPRADORES INTERNAC. A PORTUGAL

30 Setembro a 1 Outubro

St. M Feira, Portugal

26 I

I

AD

I

I

N

MISSÃO EMPRESARIAL SINGAPURA / MALÁSIA (*)

19 a 23 de Outubro

Singapura / Malásia

AD

N

MOSTRA DE DESIGN EM SINGAPURA

19 a 23 de Outubro

Singapura, Indónesia

23 Agosto

MOSTRA DE DECORAÇÃO MOSCOVO

Outubro

Moscovo, Rússia

34 dias antes do ínicio

FEIRA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO - INTERBUILD

15 a 18 de Outubro

Reino Unido

5 Outubro

SIB MARROCOS

1 a 7 de Novembro

Casablanca, Marrocos

13 Outubro

EMBALLAGE

22 a 25 de Novembro

Paris, França

15 Novembro

MOSTRA DE DESIGN EM ALEXANDRIA

6 a 10 de Dezembro

Egipto

8 Novembro

AD

I

I

AD

I

AD

I

N

INTERWOOD 2010

AD

ASSOCIATIVE DESIGN

* Datas das missões sujeitas a alterações

N

NAVIO ESCOLA SAGRES

ACÇÕES REALIZADAS

ACÇÕES NÃO REALIZADAS

ACÇÕES POR REALIZAR


programas & eventos

PROGRAMA Quinta-feira, 23 Setembro 2010

Sexta-feira, 24 Setembro 2010

09.00

Recepção dos participantes e entrega de documentação

09.30

SESSÃO PLENÁRIA 3 Internacionalizar Sustentadamente

09.30

Sessão de Abertura Eng.º Fernando Rolin - Presidente da aimmp Mensagem ao Congresso Eng.º José Sócrates – Primeiro Ministro (*)

11.00

Coffee Break

11.30

Estratégias para vencer – o poder (ditadura?) das marcas e da comunicação As marcas sectoriais: iLove, iMake, iPack apresentação do rebranding e das empresas aderentes Comunicar o sector – lançamento da revista XYLON PORTUGUESA

12.30

Apresentação das Conclusões do Congresso Eng.º Fernando Rolin - Presidente da AIMMP Dr.º Victor Marinheiro - Presidente da AFAC Eng.º José Gaspar - Presidente da AIMC

10.30

SESSÃO PLENÁRIA 1 A Indústria de Madeira e Mobiliário em Portugal e no Mundo Situação Actual e Perspectivas Futuras As oportunidades e os desafios na economia global do pós-crise A Indústria Portuguesa A Indústria de Madeira e Mobiliário em Portugal

11.00

Intervalo para café

WORKSHOPS SIMULTÂNEOS 14.00

Sessão I WORKSHOP A

13.00

A1 A2

Inovação nas Indústrias de Madeira e Mobiliário A Floresta e a Energia

Discurso de Encerramento Dr. Vieira da Silva - Ministro da Economia (*)

13.30

13.00

Almoço Buffet

14.00

Sessão I WORKSHOP A

B1 B2

Eficiência Colectiva nas Indústrias de Base Florestal A Protecção do Consumidor num Mundo Globalizado

Almoço Buffet Durante o almoço Apresentação dos Encontros de Negócio Como surgiram Quem são os compradores Como serão organizados

19.30

JANTAR TEMÁTICO SABORES DO MUNDO

16.00

Coffee Break

16.00

SESSÃO PLENÁRIA 2 Ganhar o Futuro: O Futuro é já Hoje

19.30

Jantar de Gala Apresentação dos prémios Gold Mercury Jantar ENTREGA DOS 10 PRÉMIOS DE SUSTENTABILIDADE “GOLD MERCURY 2010”

23.00

Espectáculo musical

20.00

A Internacionalização na Fileira Casa Desafios e Oportunidades – Reflexões pessoais Debate Durante o jantar (antes da sobremesa) APRESENTAÇÃO DAS INICIATIVAS DA ASSOCIATIVE DESIGN – O MELHOR DE PORTUGAL PELO MUNDO A volta ao mundo do navio-escola Sagres A Rua da Amizade em Angola Maria Fernanda Carmo – Secretária Geral da aimmp 22.00

2.º CONCURSO NACIONAL DE DESIGN ENTREGA DOS PRÉMIOS

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