INOVAR NOvembro 2015

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EDIÇÃO

57

NOVEMBRO 2015

O Plano de Negócio, o que esta ferramenta pode fazer por mim?

Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação


Edição nº 57| DEZEMBRO 2015

Editorial

O Plano de Negócio, o que esta ferramenta pode fazer por mim? ............ 3 Empresários Cabo-Verdianos acolhem o Programa PUM ........................................ 3 Artigo de Opinião: Cooperativismo Agrícola visto como um imperativo no processo de Desenvolvimento Rural .................................. 4 Livro recomendado: O poder do Mentoring nas organizações ................................................ 5 REMPE: Com a implementação do regime, qual e o papel da ADEI? ............ 5

Frantz Tavares

Presidente da ADEI

Caro Empreendedor/Empresário, Novembro brinda-nos com o tema Plano de Negócio, uma ferramenta muito importante para qualquer empreendedor e que serve como um cartão-de-visita para os investidores. Confira abaixo a importância dessa ferramenta, suas funções e as secções que deve conter. Leia ainda o artigo de opinião sobre Cooperativismo Agrícola visto como um imperativo no processo de Desenvolvimento Rural e o artigo sobre o Programa PUM em Cabo Verde, relativamente ao REMPE saiba Com a implementação do regime, qual e o papel da ADEI. Alargue seu conhecimento com o livro “O poder do Mentoring nas organizações”. Junte-se a nós, o nosso lema é inovar para crescer. Boa leitura

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Inovar para Crescer

Confira as acções previstas para o mês de Dezembro ......................................... 6


O Plano de Negócio, o que esta ferramenta pode fazer por mim?

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proporcional à natureza do negócio: Sumário executivo: antecipa ao leitor o que ele encontrará no plano, reforçando os pontos principais da ideia, como estratégia, equipa, diferencial, produto, investimento e retorno. 1. Descrição da empresa: contém a descrição do negócio, a sua estratégia de entrada e de crescimento, o modelo de negócio, as parcerias, objectivos, visão e missão. Muitos esquecem-se de que, antes de tornar-se num cartão-de-visita para os investidores, o plano de negócios é uma ferramenta para o próprio empreendedor. Ele funciona como um roteiro das coisas a fazer, um mapa para chegar ao objectivo desejado, com uma lista de todos os acidentes de percurso, os desvios e os atalhos, além das pessoas e dos recursos que podem servir de guia no caminho. Para relembrar a importância do plano de negócios apresentamos sete bons argumentos: Clarifica o pensamento, Dá conhecimento sobre o público-alvo, Coloca as coisas certas nos lugares certos, Testa as premissas, Alinha os objectivos, Possibilita um olhar de longo prazo e Melhora a mensagem. O plano de negócios de uma empresa tem três grandes funções: Durante a sua elaboração, ajudar o empreendedor a compreender as várias vertentes do seu negócio (mercado, produto, modelo de financiamento, modelo de negócios, factores de crescimento e riscos do negócio); Guiar o desenvolvimento da empresa a curto, médio e longo-prazo mediante um conjunto de objectivos previamente estabelecidos e acordados; Ser um apoio para apresentação da empresa a outras partes interessadas (investidores, parceiros e colaboradores). Confira os itens que normalmente fazem parte do plano de negócio e lembre-se que nem todas as secções são obrigatórias e que o tamanho de cada secção é

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2. Produto: descrição do produto ou serviço, com as suas funcionalidades, aplicabilidade, características físicas, estágio de desenvolvimento, certificações e protecções. 3. Marketing: com análise do sector e do mercado, avaliações dos concorrentes, estratégia de comunicação e distribuição, identidade, posicionamento e proposta de valor. 4. Organização: com a estrutura organizacional, estrutura legal, impostos e taxas, organograma, equipa de gestão, políticas de contratação, remuneração e retenção. 5. Operacional: descreve as etapas do processo de implantação, estudo de capacidade, fluxos operacionais, gestão de stock, sistemas de qualidade, pós venda e infra-estrutura. 6. Financeiro: com os pressupostos financeiros, modelos de custeio, análise de fluxo de caixa, demonstrativo de resultados, projecções de balanço, análise do ponto de equilíbrio e indicadores. 7. Investimento: necessidade de capital, origem dos recursos, composição accionaria, estratégia de saída, payback, taxa interna de retorno, valor presente líquido e análise do investimento.

Empresários Cabo-Verdianos acolhem o Programa PUM

O PUM é um programa de Consultoria de Especialistas Seniores da Holanda que integra cerca de 3.200 profissionais voluntários, unidos pela missão de partilhar com empresários dos países em desenvolvimento e nos mercados emergentes, um importante manancial de conhecimento técnico e experiência profissional, em diversas áreas económicas e empresariais. Com o workshop de apresentação do PUM ao tecido empresarial regional, foi celebrado entre a ADEI, as Câmaras de Comércio e o PUM um acordo de cooperação, visando a extensão do programa de assistência técnica especializada às empresas regionais. Em Março de 2015 e após mais uma sessão de esclarecimentos foi iniciado a operacionalização das assistências técnicas especializadas. Após a definição dos representativos locais de cada instituição, a ADEI deu início a apresentação do

programa aos vários promotores/empresas em seguimento na agência a nível nacional, sendo que dessa apresentação 18 empresas na região de Barlavento submeteram a sua candidatura e em Sotavento 9 empresas manifestaram interesse, quatro já se candidataram e estamos aguardando o envio de algumas informações para completar a sua candidatura. Com algumas condições de participação estabelecidas inicialmente, nomeadamente a nível de número de funcionários e anos de actividade, o programa tem sido bastante flexível no que toca ao número de funcionários, por forma a possibilitar as micro e pequenas empresas, que constituem o grosso do tecido empresarial cabo-verdiano à participação no programa. Estando as condições de candidaturas reunidas, as empresas candidatas identificam uma área chave de intervenção, sendo esta em regra uma área que representa um ponto fraco à empresa, constituindo uma barreira ao desenvolvimento e sustentabilidade da mesma.


O tecido empresarial da região de Barlavento, ao contrário do tecido empresarial de Sotavento onde encontramos mais dificuldades em nos reunir com os empresários, rapidamente se apercebeu das mais-valias que a consultoria internacional poderia trazer as suas empresas, tendo em conta o know-how dos expertises e tendo em conta o custo beneficio associado a vinda do especialista, uma vez que as empresas apenas têm custos com o alojamento e alimentação dos especialistas, cuja consultoria tem duração em média de 2 semanas. Das 31 empresas que submeteram candidaturas, 15 foram aprovados e 7 encontram-se em análise 4 aguardando feedback da candidatura 4 processos por completar 1 não interessado. Até ao momento já foram realizadas 6 consultorias, sendo 3 na ilha de São Vicente, uma na ilha do Sal e 2 na ilha de São Antão. Até final de Dezembro de 2015, estão já agendadas a chegada de mais 6 especialistas, para as ilhas de São Vicente, São Nicolau, Sal e Boavista, totalizando apenas na região de Barlavento o total de 15 consultorias. Já foram realizadas as consultorias as empresas, Residencial Beleza, OJFP – Transformação de Pescado, Enacol, Sal-Crioulo, Amusa e Art & Pão. Por realizar até Dezembro estão as empresas, Residencial Alice – São Nicolau, Hotel Boavista, Hotel Dunas -Boavista, Américo ´s Restaurante -Sal, Curral Tortolho – São Vicente, Cooperativa de consumo Planalto Norte – Santo Antão. Em sotavento acreditamos que em Dezembro poderá se dar início as consultorias. As empresas têm apontado como principais ganhos as recomendações de melhoria feitas pelos especialistas, a nova visão de negócio que os especialistas trazem e a motivação que a consultoria traz às empresas. Estas acreditam que essas consultorias trazem um novo fôlego as suas empresas, trilhando caminhos para a melhoria contínua e para o sucesso do negócio. O Coordenador da Pum para África Mr. Henk van der Spek estará reunido no dia 23 de Novembro com os representantes da PUM em Cabo Verde para um balanço anual das actividades da PUM em Cabo Verde e no dia 24 vai fazer um série de visitas as empresas candidatas ao PUM na ilha de Santiago.

Artigo de Opinião: “Cooperativismo Agrícola visto como um imperativo no processo de Desenvolvimento Rural”

“A cooperativa é uma associação autónoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades económicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade colectiva e democraticamente gerida” (Conceito oficial da ACI desde 1995).

O cooperativismo tem como princípios: a) pertença aberta e voluntária; b) controlo democrático; c) participação económica dos membros; d) autonomia e independência; e) educação dos membros; f) cooperação entre as cooperativas; g) contribuição no desenvolvimento da sociedade onde se encontra inserida; e h) neutralidade política e religiosa. Portanto, uma Cooperativa é uma Empresa com uma componente social. Se fizermos com que a cooperativa funcione bem como empresa e não nos preocupamos com mais nada, ao fim de pouco tempo os sócios só pensarão nos seus próprios interesses. Para evitar que isso aconteça, não nos deveremos esquecer nunca da componente social da cooperativa, ou seja, das pessoas. Do ponto de vista teórico, uma cooperativa deveria ser o melhor para o pequeno produtor, sobretudo, para um agricultor que não tem um grande volume de produção. Isto é, como costumamos dizer “a união faz a força”. - Mas infelizmente, nem sempre é assim que as coisas funcionam e acontecem na prática. Pois, estamos a falar de pessoas, de mentalidades, e neste caso, rapidamente esquecemo-nos dos princípios fundamentais e apenas pensamos naquilo que nos beneficia individualmente. Em Cabo Verde, temos de trabalhar para produzir e criar riquezas, envolvendo todos os actores. No que tange ao desenvolvimento do país, o desafio do governo passa por ter um sector público eficiente, um sector privado mais forte e o sector da economia social mais desenvolvido. Certamente, sendo Cabo Verde um país arquipelágico, se for feito um trabalho de fundo, o cooperativismo ajudará os produtores Cabo-Verdianos a resolver problemas estruturais, que de forma isolada será muito difícil ou mesmo impossível encontrar soluções. Estar-se organizado, ajudará os produtores à garantirem a qualidade, a quantidade, a regularidade, baixo custo de produção, eficiência em termos de marketing, e preços justos e competitivos no mercado. Neste sentido, no âmbito do projecto “Rede de Abastecimento Local de Cantinas Escolares” que o CERAI, a FICASE, o MDR e a ADEI estão a implementar em São Vicente, foi realizado entre 26 a 30 de Outubro de 2015, na mesma ilha, Jornadas de Cooperativismo e Comercialização Agrícola. Dada a relevância do tema para o desenvolvimento rural, a ADEI (Agencia de Desenvolvimento Empresarial e Inovação) e o CERAI (Centro de Estudos Rurais e Agricultura Internacional), articularam-se e aproveitaram o ensejo e a estadia do Consultor internacional na área do Cooperativismo Agrícola, Eng.º Ignacio Errando, da Federação Cooperativa da Comunidade Valenciana (Espanha), para levar dois eventos a ilha de Santo Antão, sendo um na Rª Grande e outro no Porto Novo. Nesses encontros, participaram um total de 60 participantes, entre agricultores, criadores, produtores de grogue, produtores de queijo, produtores de café, associações, cooperativa, confraria do grogue, técnicos do MDR e da Câmara do Comércio. Dos dois encontros, tirou-se conclusões interessantes e constata-se que há uma abertura dos produtores para abordarem a questão do cooperativismo. Ou seja, todos os participantes manifestaram a importância do cooperativismo, pese embora as más experiencias do passado. Alguns participantes,


defenderam que pelo facto das primeiras cooperativas em Cabo Verde, terem sido criadas baseado no estilo soviético, num processo brusco e rápido, fez com que as coisas não corressem bem. Contudo, outros participantes, pensam de forma diferente, e disseram que houve uma classe política, que por interesses pessoais, quis-se desvirtuar o cooperativismo, associando-o ao comunismo, e por isso hoje em dia, o cooperativismo é visto quase como algo proibitivo. Muitos deram exemplos de Israel, Japão, Suécia e Alemanha, onde o cooperativismo funciona muito bem. Portanto, é preciso livrar-se desse estigma, trabalhando na mudança de mentalidade visando resolver problemas do futuro. No caso de Santo Antão, produzir de forma organizada para poder alcançar mercados como Sal e Boavista de forma competitiva, é muito complicado e há uma clara desvantagem, por exemplo, comparativamente com os produtores de São Vicente. Ou seja, os perímetros agrícolas ficam distantes do Cais e do Centro Pós-colheita, implicando custos avultados de transporte terrestre e marítimo. Por outro lado, os produtores deparam-se com a falta de embalagens e transportes apropriados. Ainda prevalece a quarentena para muitos produtos de Santo Antão por causa da praga dos Mil Pés, deficiente assistência técnica e problema de acesso a créditos ajustados aos riscos existentes na actividade agro-pecuária. Outrossim, deve-se ao facto do povo querer o imediatismo e não há um espírito de sacrifícios visando o bem comum. Urge mudança de atitude para se poder contornar todos esses problemas. Nesta ilha, existem produtos de nichos (queijo, grogue, licores, doces, café…), que para serem melhor valorizados, é recomendável que os produtores se organizem em cooperativas. Especialmente, agora com a normalização do queijo e do grogue, o que irá implicar investimentos por parte dos produtores. Para tal, seria ideal que esses se organizassem, minimizando assim esses custos e garantir uma maior eficiência/eficácia na aquisição de embalagens/rotulagens, maquinarias, utensílios, matéria-prima e em toda a cadeia de comercialização. Isso tudo, exigirá que seja feito um trabalho a nível macro, que passa, pro exemplo, pela adaptação da legislação referente as cooperativas em Cabo Verde e na criação de um departamento no MDR, que assuma as questões que dizem respeito a promoção do cooperativismo. Ainda, sugere que se faça um trabalho no sentido de desenvolver uma marca “Produtos de Santo Antão”., de forma participativa, entre as instituições competentes, os produtores e actores da ilha, com vista a potenciar os produtos locais e aumentar a economia agrícola daquela ilha. O desenvolvimento não se oferece, mas sim constrói-se! Os desafios são muitos e o caminho é longo, mas o caminho faz-se caminhando. Todavia, temos que definir bem qual é a nossa visão, ou seja, onde queremos chegar e trabalharmos de forma articulada para que possamos dar resposta cabal, aos desafios do nosso país. Engº Odailson Bandeira | Técnico Unidade Desenvolvimento Empresarial - Mindelo

Livro recomendado: O poder do Mentoring nas organizações

Em função das transformações organizacionais, as práticas da gestão de pessoas têm sido alteradas, visando um melhor conhecimento dos talentos organizacionais bem como do seu potencial. Práticas como Mentoring têm sido utilizadas, actualmente, com o intuito de se trabalhar a transferência de conhecimento em diversos contextos, em especial entre seniores e juniores, preservando o conhecimento organizacional. O Mentoring poderá ser considerado dentro de uma organização como um programa de capacitação e um processo de socialização (formal ou informal).

REMPE: Com a implementação do regime, qual e o papel da ADEI?

A ADEI será responsável pelo processo de certificação, Elaboração e manutenção de uma base de dados das micro e pequenas empresas em Cabo Verde, Fiscalizar em colaboração com o departamento governamental responsável pelas finanças o cumprimento do disposto quanto a participação das micro e pequenas empresas nas aquisições públicas, Definir políticas nacionais de promoção MPE e coordenar com o sector público e privado as políticas sectoriais, Todas demais actividades não atribuídas a nenhuma entidade no presente diploma. Lei nº 70/VIII/2014, de 26 de Agosto de 2014 Aceda à página Facebook sobre o REMPE, no qual diariamente respondemos a uma “Questão do Dia” e recolheremos as dúvidas para posterior resposta.


Confira as acções previstas para o mês de Dezembro •

Academia MPME

Momento do Empreendedor

Sessões do Negócio em Dia

Inauguração de Incubadoras da RENI

Envie suas dúvidas e sugestões para: adei@adei.cv Rua Dr. Júlio Abreu nº3 Plateau CP nº710 Tel.:2601980 /90 Fax.:2616042

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Propriedade: Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação | Colaboradores: Sálua Barbosa e Helga Almeida Edição: Sálua Barbosa e Helga Almeida | Paginação: Helder Cardoso | Distribuição: Gratuita

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