A charrua 62ª edição

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Ano XIV - 62ª Edição - Nov/Dez/2017- Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária

Editorial E

m um momento onde se tem uma divulgação dos ensinos espíritas através de vários meios de comunicação, torna-se necessário alguns cuidados, pois o homem moderno encontra-se envolto em dificuldades acerbas, que o acicatam por todos os lados. Em luta constante, vence alguns embates, contudo, outros tantos necessitam mais do que seus dotes intelectivos, recursos tecnológicos e esforços empreendedores; exigem uma força diferenciada que o ilumine e o harmonize intimamente, pois mesmo suas vitórias alcançadas, trazendo-lhe recursos e algum desenvolvimento material, não conseguem lhe dar confiança no futuro e muito menos paz de consciência. Esta força, ínsita na mensagem Espírita, o consolará através do seu esclarecimento, mas para tal, precisa que sua divulgação seja limpa e clara. Não obstante, vemos algumas ações que se dividem em posições conservadoras, negando qualquer contribuição e desdobramento natural de seus ensinos, assim como, daqueles

A Doutrina Espírita Explica... A Base Doutrinária

que travestidos de evolucionistas, atentam contra os seus conceitos mais valiosos, justificando sua desatualização. O espiritismo deve ser divulgado conforme foi apresentado por Allan Kardec, sem adaptações nem acomodações de conveniência em vãs tentativas de conseguir-se adeptos. (...). Possui a sua própria estrutura, que resiste a quaisquer investidas e lutas, permanecendo inabalável, sem que tenha necessidade de reformular conceitos para acompanhar modismos e modernismos, a pretexto de adaptar-se aos caprichos então vigentes.¹ A Doutrina Espírita é naturalmente flexível, como nos afirma o próprio codificador, quando nos diz que ela (...) assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonando o domínio da utopia (...). Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro

acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria neste ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.² Cabe-nos, no entanto, o estudo metódico da doutrina, para que não caiamos em precipitações e nem em dogmatismos. Aceitando os enriquecimentos das novas experiências, sem substituir os conceitos já consagrados. A base é a codificação, não tenhamos dúvida alguma, contudo precisamos entender que a codificação não são os livros em si, e sim o seu conteúdo, que periodicamente a providência divina, nos envia inúmeras almas, discípulos verdadeiros, que assumindo a função de reveladores, tem a missão de facilitar a nossa compreensão das verdades, desdobrando-as, dando-nos melhores condições de absorvê-las e utilizá-las em nossas vidas. De nossa parte, que um dia sejamos um deles, aqueles que irradiam os exemplos e diretrizes do Mestre. 1 . Aos Espíritas, Divaldo Franco - lição 15-Fidelidade Doutrinária, texto de Vianna de Carvalho- ed. LEAL; 2. A Genese, Allan Kardec - cap. I - item 55 carater da revelação espírita -ed. Feb;


Ano XIV - Nº 62

CECJMJ

Centro Espírita de Caridade Jesus, Maria e José

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Estude e Viva!

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com Raul Teçá Dicas para uma boa leitura

(“Quem aspire a entesourar os valores da própria emancipação intima, à frente do universo e da vida, deve e precisa estudar” - Emmanuel) (“(...) recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” - Emmanuel)

Reuniões Públicas: Segundas-feiras às 20:00 horas e Sábados as 18:00 horas Estudos das Obras Básicas: O Evangelho Seg. o Espiritismo e O Livro dos Espíritos; Quartas-feiras das 19:00 às 20:00h Estudo Sistematizado: Terças-feiras das 19:00 às 20:00h

Atividades 14h às 16h

TRABALHOS MANUAIS

Terças-Feiras: Bordados Quartas-Feiras:Crochê e Pintura

Sábados - 11:00 horas Serviços de Assistência e Promoção Social

Mais Informações: cecjmj@gmail.com ou pela nossa página no Facebook

Expediente

Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária do CECJMJ Fundado em Agosto de 2003 R. Bangu, 141 Bangu - RJ -CEP 21820-020 Email: cecjmj@gmail.com Edição - DSAD Ano XIV - 62º Edição - Nov/Dez/2017

Nesta oportunidade recomendamos algumas leituras que nos darão material inestimável, para que possamos reforças, ainda mais, em cada um de nós, a importância de zelarmos pela pureza doutrinária. Poderíamos começar pela leitura de todo o livro que tem como título os objetivos exarados acima, “Pureza doutrinária” de Ary Lex, ou pelo texto, de mesmo nome, no capítulo VIII; mas o primeiro texto do capítulo VI - ”O aperfeiçoamento doutrinário e as fantasias”, já bastaria para reforçar a importância da manutenção desses objetivos. Recomendamos também, alguns textos de duas obras (leituras obrigatórias) - de um “verdadeiro discípulo”Deolindo Amorim, são eles: “Allan Kardec e a unidade doutrinária” e “Discípulos de Kardec”, do livro Ponderações Doutrinárias; e “Enriquecimentos e adaptações” e “A doutrina Espírita e as mudanças históricas”, do livro Análises espíritas. Só para ilustrar o que você,

caro leitor, encontrará nessas páginas, finalizamos com um pequeno trecho que conclui um dos textos indicados: “Permitimo-nos oferecer aos companheiros, para meditação e crítica, as seguintes conclusões; 1º) – O ensino espírita deve preparar seus adeptos para conviver com as mudanças, sem desvios do roteiro básico; 2º) – os conceitos fundamentais do Espiritismo não são superados nem pelo advento de conceitos novos, nem pelas exigências até agora realizadas no campo do psiquismo em geral e no campo específico da mediunidade; 3º) – os valores éticos preconizados pela Doutrina Espírita não perderam a consistência, apesar da existência de novos conceitos de moral, pois a afirmação de que a Lei Moral está na consciência persiste até hoje, e nenhuma inovação conceitual conseguiu desfazê-la; e finalmente, 4º) – as mudanças sociais, culturais e religiosas não substituíram nem abalaram a estrutura doutrinária do Espiritismo.”

(Raul Teçá é militante do Movimento Espírita)


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Estudando Mediunidade com Joaquim Couto

Sobre os Médiuns

“Que eles se convençam bem de que, na esfera modesta e obscura em que estão colocados, podem prestar grandes serviços, auxiliando à conversão dos incrédulos ou dando consolo aos aflitos...”

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(O Livro dos Médiuns, Cap. XXXI, item 15 - O Espírito de Verdade)

esta comunicação observamos que é aconselhado aos médiuns que permaneçam fiéis ao compromisso assumido um dia no plano espiritual, nas tarefas específicas que vem desenvolvendo na “esfera modesta e obscura” em um centro espírita, buscando através das suas faculdades mediúnicas, intermediar a ação dos bons espíritos junto àqueles que batem a essa porta, em busca de socorro para as suas dores e aflições. Esta ação pode ser através do atendimento fraterno, das palestras, dos passes, o socorro aos espíritos sofredores. São atividades que na maioria das vezes não chamarão sobre o médium a atenção dos que buscam o amparo de um centro

espírita. O que é importante para o médium numa dessas funções é se sentir um útil instrumento para os espíritos que em nome de Jesus socorrem a humanidade sofredora. A mediunidade possibilita

aos que dela abusaram em outros tempos, provocando as mais diversas perturbações nas suas e em outras vidas, a oportunidade de se redimirem perante as leis de Deus. Assim como o filho pródigo na parábola narrada por Jesus, os médiuns são espíritos que buscam através dessas tarefas em “esferas modestas e obscuras”, retornar a Seara dos Espíritos servidores do bem, através do processo que lhes possibilita o soerguimento moral e espiritual. Após a desencarnação os que assim procederam estarão em melhores condições espirituais porque souberam bem utilizar o talento que o Senhor lhes concedeu, cultivando a mediunidade como um dom precioso a serviço do bem!

(Joaquim Couto é integrante do Centro Espírita Leon Denis e Expositor da Doutrina)

Conversando com Chico Como entender melhor as exigências da vida? - “Ninguém morre e cada um de nós encontrará consigo mesmo para além desta vida, onde a nossa vida, queiramos ou não, prosseguirá para frente, no Espaço e no Tempo, segundo as Leis Traçadas pela Sabedoria de Deus para o Universo em sua grandeza infinita e integral”. (Retirado do livro “Entrevistas” - Ed. IDE- Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP)


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O Livro dos Espiritos com Paulo Antonio

Louvado seja Deus, louvado seja Jesus. 2ª parte: Mundo espiritual ou dos Espíritos cap. V - Considerações sobre a Pluralidade das Existências (perg. 222)

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s considerações que Doutrina da Reencarnação, há, Kardec tece sobre a como se sabe, profunda Reencarnação de forma racional diferença assinalada pela e lógica, abordando vários rejeição, de maneira absoluta, ângulos do pensamento pelos Espíritos da transmigração humano, obrigam-nos da alma do homem para os desdobrar o tema em mais de animais e reciprocamente, como um artigo. Iniciamos situando-o podemos verificar e analisar nas historicamente. Dizem que o respostas dadas pelos Espíritos princípio da Reencarnação, não as perguntas 118, 612 e 778 do é novo, é cópia da doutrina de L.E. Fica bem esclarecido que os Pitágoras. Os Espíritos nunca Espíritos não degeneram, nem disseram ser de invenção retrogradam, portanto, moderna a Doutrina Espirita, ensinando o dogma da constituindo uma lei da localizado as tribos e famílias Pluralidade das Existências Natureza, o Espiritismo há de primitivas, descendentes dos Corpóreas, o Espiritismo renova ter existido desde a origem dos “Primatas” daí o sentimento de uma doutrina que tem origem tempos, tanto é verdade, que estarem encarnados em corpos nas primeiras idades do mundo dele se descobrem sinais na de animais, que os degredados e que conservou no íntimo de antiguidade mais remota. levaram para metempsicose. A muitas pessoas até aos nossos Sabemos, ainda, que ideia da transmigração das dias. Pitágoras não foi o autor do almas forma, pois, uma crença Voltaremos em outros sistema da Metempsicose; ele o vulgar, aceita pelos homens mais artigos discutindo o assunto, de colheu dos filósofos indianos e eminentes. Seja, porém, como outro ponto de vista, abstraindo egípcios, que o tinham desde for, por uma revelação, por a intervenção dos espíritos; a tempos imemoriais. Esses intuição, uma ideia não atravessa pluralidade ou a unicidade das povos, através do relato de séculos e séculos, nem consegue existências corpóreas; a crença Emmanuel, via Chico Xavier, no impor-se a inteligências de escol num futuro depois da morte; do livro A Caminho da Luz, eram se não contivesse algo de sério. nada ou na perda da constituídos de Espíritos Assim, a ancianidade desta individualidade; no Panteísmo e degredados na Terra, vindos do doutrina, em vez de ser uma também contrapondo o Sistema de Capela, que objeção, seria prova a seu favor. pensamento da Igreja , reencarnaram nas regiões mais Contudo, entre a metempsicose utilizando os Evangelhos de importantes, onde se haviam dos antigos e a moderna Mateus e João. Até a próxima oportunidade! Que Deus nos abençoe! (Paulo Antonio de A. Barbosa é militante do movimento Espírita e Expositor da Doutrina)


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Estudando O Evangelho com Sergio Daemon

O Evangelho segundo o Espiritismo

Capítulo 1 – Não vim destruir a Lei - Moisés (6) Continuando o nosso estudo sobre os Dez Mandamentos VI. Não cometais adultério.

criticando mentalmente. Falamos aqui somente dos pensamentos. Que dizer das pequenas e grandes adulterações (alterar algo desonestamente) que são feitas no dia a dia. Reflitamos isso.

Vamos inicialmente nos socorrer do nosso bom amigo dicionário. Adulterar (v.) 1 Alterar algo desonestamente. 2 Mudar a forma de. 3 Ser infiel no casamento. Como podemos observar o significado de adulterar é muito mais amplo do que podíamos imaginar. Sempre que falamos adulterar imediatamente somos levados ao terceiro significado (ser infiel no casamento). Porém, no Sermão da Montanha vemos que Jesus já havia ampliado o entendimento quando nos fala se referindo ao adultério (Mateus, 5:27 e 28): Eu, porém vos digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu

VII. Não roubeis.

adultério com ela.” Aqui claramente Jesus nos fala sobre os pensamentos (mudar a forma de) adulterados em relação a uma pessoa. Quantas vezes cometemos esse erro em nossa vida diária ao olharmos para um parente, um vizinho, um colega de tra-balho ou mesmo qualquer pessoa na rua e adulteramos nossos pensamentos analisando ou

Aqui também podemos entender que o alcance do verbo roubar é muito maior do que imaginamos. Normalmente associamos a palavra ao ato de suprimir algo de alguém: roubo de objetos, dinheiro, bens de um modo geral. Numa concepção mais ampliada poderíamos ai incluir alguns exemplos de atos em que roubamos os nossos semelhantes e muitas vezes a nós mesmos, que nos passam desapercebidos: o roubo do tempo, das ideias, do sossego, dos ideais, da saúde, etc.

(Sergio Daemon Guimarães é integrante do Grupo Espírita Auta de Souza e Expositor da Doutrina)

Que fazemos do Mestre?

(...) Que farei, então, de Jesus, Chamado Cristo? (...) Mateus 27:22 Não basta fazer do Cristo Jesus o benfeitor que cura e protege. É indispensável transformá-lo em padrão permanente da vida, por exemplo e modelo de cada dia. (Fragmento do texto - Lição 100 - retirado do livro “Vinha de Luz“- Emmanuel, ed. FEB)


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Estudando os Clássicos com Eduardo Bessa

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Albert de Rochas

lá, amigos! Apresentemos sobre Gravitação e Levitação (du Terra exerce sobre ele. Se fosse hoje Eugène Auguste Prel participou de experiências possível eliminar a Terra da Albert de Rochas d'Aiglun com personalidades da equação, tal corpo não teria peso (1837–1914), para nós espíritas, importância de Lombroso, e flutuaria (ou levitaria). É o que somente Albert de Rochas. Ele Richet, Aksakof etc.). acontece no espaço sideral, onde foi engenheiro militar, historiador Outra O autor principia sua discussão a gravidade é zero. da ciência, pesquisador de alertando-nos que por mais possibilidade seria eliminar, ou fenômenos espíritas, escritor, melhor, contrapor-se à gravidade. tradutor e diretor da Escola Como hipótese, cita o Politécnica de Paris. eletromagnetismo como uma Extremamente produtivo, Albert força capaz de se lhe opor. Hoje de Rochas publicou quase duas isso já é uma realidade nos trens dezenas de livros e várias dezenas Maglev que transitam numa de artigos científicos, sobre os linha elevada sobre o chão e é mais variados temas. Dentre impulsionado pelas forças esses livros, enfocaremos “La atrativas e repulsivas do Lévitation” (A Levitação), magnetismo através do uso de publicado em 1897. supercondutores. Nesta obra, de Rochas discorre Supõe então que o magnetismo sobre o fenômeno da levitação de animal é suscetível de contrariar corpos humanos. Ele dividiu o fantástico que possa parecer o a ação do peso, isto é, de produzir livro em duas partes principais: tema, impossível não é uma a levitação. Identifica a gravitação primeiramente, ele relata palavra que deva bailar nos lábios com a atração eletromagnética e ocorrências desse fenômeno ao de nenhuma pessoa séria e sem a levitação com a respectiva longo da história da humanidade preconceitos. Além disso, negar repulsão. Conclui que “a (no Oriente, no Ocidente, nos a priori a levitação por causa da gravitação e a levitação não se meios religiosos e os casos lei da gravitação só seria possível contradizem uma à outra mais rigorosamente controlados e se fosse conhecida a causa da que os dois polos de um ímã”. documentados pelos cientistas gravitação, assunto sobre o qual, Esses são apenas algumas contemporâneos de então). Em até hoje, a Ciência se debate. ideias extraídas do livro, tão segundo lugar, ele analisa Diz-nos, como sabemos, que o importante para começarmos a cientificamente as possíveis peso de um corpo não é uma entender o fenômeno das mesas causas da levitação e inclui o propriedade intrínseca dele, mas girantes. Boa leitura e até a trabalho do Sr. Dr. Carl du Prel sim resultante da gravidade que a próxima! Fiquem com Deus! Link: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Pesquisadores%20espiritas/Cel%20Albert%20de%20 Rochas/3/Albert%20de%20Rochas%20-%20A%20Levita%C3%A7%C3%A3o.pdf (Nesta Editoria, estudaremos as obras dos autores consideradas como os clássicos do Espiritismo Eduardo Bessa Azevedo é militante do movimento espírita de São Carlos - SP)


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Nós e o Mundo

Em Tempo Real com Nádia Maria Braga

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A Casa Espírita

inda o ano! Natal chegando! Com o verão vem mais calor e luz. A natureza se engalana, em mais beleza. A época nos sensibiliza mais. Os amigos espirituais adoram esses momentos, em que podem nos intuir, com mais facilidade, sobre a grandeza de se aprender a amar. Nos aproximamos de Jesus, nosso irmão, sentimos no ar algo diferente, que nos aproxima da família, muitas vezes a única época do ano, em que a família se reúne. Mestre de Amor, querido Jesus, que acalma as nossas sombras íntimas. Que nos faz desejar, mesmo que por pouco tempo, nos transformar, sermos bons. Nesse contexto agradecemos por nossas famílias, pela saúde e pelo trabalho. Não podemos deixar de agradecer pelo nosso segundo lar, que é a nossa casa espírita. Casa que é escola e hospital. Onde terapeutas espirituais fraternos e pacientes, nos auxiliam, com extraordinário amor. Lugar que deve ser de máxima tolerância, porque, senão, estará fugindo a sua missão de guiar para a luz. Tolerância! Mercadoria que tem estado em baixa na economia

social contemporânea. Um dia ouvi uma história, que gostaria de compartilhar com todos. Ela fala sobre tolerância e compaixão. Existe uma tribo africana, que tem um costume belíssimo. Quando alguém faz algo errado e prejudicial, é levado para o centro da aldeia e toda tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas, que ele já fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom. Mas, muitas vezes, na busca da felicidade e dos bens materiais, os homens cometem erros, como um grito de socorro. Todos então se reúnem para erguê-lo, para reconectá-lo, com a sua verdadeira natureza, para lembrá-lo de quem realmente ele é, até, que ele se lembre totalmente da verdade, da qual ele havia se desconectado temporariamente: “ Eu sou bom! “ Continuando na África, vamos até a África do Sul, onde existe um cumprimento em que as pessoas se dizem: “ Sawabona! “. Esse cumprimento se traduz da seguinte maneira: “ Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante para mim. “

Quem recebe esse cumprimento responde: “ Shikoba! “, isto é, “ Então eu existo para você! “ Que nós que formamos o Centro Espírita estejamos nos conectando, com esses sentimentos de tolerância e compaixão. Nada de disputas triviais, vaidades exacerbadas, preconceitos e intolerância. O Consolador prometido vem trazer de volta o cristianismo dos primeiros tempos, da igreja do caminho, como era conhecida, em Jerusalém. A igreja de Pedro, de Tiago, de Paulo e tantos outros. Onde todos eram atendidos, sem se perguntarem de onde vinham, o que tinham ou quem eram. Todos, simplesmente, conhecidos como irmãos do caminho. Que, a nossa Casa Espírita, possa estar cumprindo sua missão de moldar almas, para o Mestre Jesus. Que possamos, não só nessas datas festivas, que se aproximam, mas em todos os dias de nossas vidas, nos dirigirmos uns aos outros, independentemente de raça, credo e gênero, com as seguintes palavras: “ Sawabona! Shikoba! “

(Nádia Maria Braga Moreira é integrante da instituição Espírita Casa de Miguel e Expositora da Doutrina)


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Estudando

à Luz da Doutrina

com Frederico Mantuano

OS SUPERIORES E OS INFERIORES

“A autoridade, da mesma forma que a fortuna, é uma delegação das qual, aquele que a possui, terá que prestar contas. Não acrediteis que ela lhe seja dada para proporcionar o vão prazer do mando, nem como um direito ou uma propriedade, como erradamente os poderosos da Terra acreditam...” (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XVII, Item 9 – François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. Paris, 1863)

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omos criados por Deus para sermos, todos, Espíritos Perfeitos, co-criadores em sua grande obra. Longa estrada, longa caminhada, já que criados ‘simples e ignorantes’ temos muito a aprender e a evoluir até chegarmos a essa condição de pureza estabelecida por Deus para as nossas vidas. Reencarnamos um sem número de vezes na escola da matéria, nos diversos mundos, para podermos evoluir através do nosso constante aprendizado e do testemunho dado pelo nosso comportamento diante das situações que se nos apresentam a cada momento. A forma como lidamos com o outro, como o tratamos, influencia na nossa ascensão moral, rumo ao desiderato de nossas vidas. A cada reencarnação ocupamos, na sociedade, um determinado papel, masculino ou feminino, pobre ou rico, de maior ou menor importância dentro do

contexto social e econômico, de maior ou menor destaque; conforme a nossa necessidade evolutiva, para que possamos dar testemunho do nosso aprendizado, e adquirirmos novos valores. Ocupamos, por vezes, funções de chefia, de

direção, de comando, nos locais de trabalho, no setor público, privado ou político, nas quais temos pequeno ou grande número de pessoas sob nossa direção, em relação de subalternidade. Outras vezes, somos nós que estamos em posições subalternas, mas esta condição não nos exime da reponsabilidade que temos com o fiel cumprimento do nosso dever de cidadão, de realizarmos

as tarefas que nos competem da maneira correta, de respeito para com aqueles que, nesse momento, estão nessas posições superiores. Tanto a posição ‘SUPERIOR’, quanto a ‘INFERIOR’ representa uma prova para o espírito encarnado, para testálo em seu aprendizado. E estaremos sendo avaliados pelos benfeitores espirituais, que, após retornarmos à nossa verdadeira pátria, a pátria espiritual, tudo quanto tivermos feito na presente encarnação será determinante para nos elevarmos ou não, como ‘espíritos imortais’ a caminho da perfeição, bem como as metas que nos serão traçadas em um novo planejamento reencarnatório. Necessitamos estar, sempre, atentos e vigilantes quanto ao nosso comportamento para que a nossa reencarnação seja coroada de êxito em seu propósito maior, que é o de progredirmos.

(Frederico Mantuano é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina)


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Saúde Mental

Espiritismo & Psicologia com Orlando Ramos

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Mundo de regeneração: estamos prontos?

m verdade, quando observamos o mundo que vivemos, uma espécie de apreensão toma conta de nosso ser. Os noticiários informam diversos tipos de anomalias nos Campos da saúde, política, economia, etc....ficamos atônitos, com a fé sendo colocada à prova. Na relação com outro ser humano, sofremos devido ao excesso, uma espécie de psicose coletiva intermediada pelos diversos dispositivos eletrônicos tais como: WhatsApp, facebook e outros que acabam realizando o papel de comunicadores. O “olho no olho” tornou-se artigo de luxo nos tempos atuais. A internet-dependência e a tecnodependência engessam a criatividade e a arte de pensar. E que o ser humano do século XXI tornar-se-á muito rápido em respostas lógicas sem, no entanto, conseguir lidar com seus dramas existenciais; menos amoroso com o irmão de caminhada, cada vez mais excêntrico no falar e no agir.¹ Numa pesquisa realizada junto à mil educadores, constatou-se que noventa por cento acreditavam que a figura de Jesus na educação, contribuiria grandemente na formação da personalidade. Contudo, setenta

e três por cento sentiam-se impotentes para relacionar a figura do Mestre à pedagogia dos tempos novos.² Hoje somos mais capazes de entender as escrituras do que em séculos passados. Autores diversos trazem reflexões aprimoradas, fazendo valer a prerrogativa do Apóstolo Paulo, vivificando o espírito. Aprendemos com a Doutrina espírita que “As ideias só com o tempo se transformam; nunca de súbito”³...”só pouco a pouco se modificam, conforme os indivíduos, e preciso é que algumas gerações passem, para que se apaguem totalmente os vestígios dos velhos hábitos. A transformação, pois, somente com o tempo, gradual e progressivamente, se pode operar. Para cada geração uma parte do véu se dissipa. O Espiritismo vem rasga-lo de alto a baixo. ”⁴ Contudo, não há dúvida que nos encontramos em plena transição, nos últimos estertores do mundo de provas e expiações. Não estará o Pai a exceder, conclamando a todos para seguirmos adiante? Será que toda comoção que vivemos se deve a isso? Estamos no limiar de um novo tempo! “Nós nos encontramos no limiar

de uma era extraordinária, se nos mostrarmos capacitados coletivamente a recebe-la com a dignidade devida. (...). Mas isso terá um preço. Terá o preço da paz. Se nós pudermos nos suportarmos uns aos outros, quando não nos pudermos amar uns aos outros, segundo os preceitos de Jesus, até que essa era prevaleça...” provavelmente no próximo milênio*, não sabemos se no princípio, se nos meados ou se no fim. O terceiro milênio nos promete maravilhas, mas se o homem, filho e herdeiro de Deus, também se mostrar digno dessas concessões. (...)”⁵ Então, que façamos a escolha certa e que seja pelo Evangelho de Jesus. Ainda há tempo! Pois “O Pai não quer a condenação do ímpio, mas sua salvação”, como bem o disse Apóstolo Paulo. Deus nos abençoe e fortaleça os melhores propósitos! Muita paz! Referências: 1-Augusto Cury, do livro “O Mestre da Sensibilidade”; 2-Idem; 3-Livro dos Espíritos – Influência do espiritismo do progresso, fragmento dos comentários de Allan Kardec, ref. a perg. 798; 4-Livro dos Espíritos – Influência do espiritismo do progresso, ref. a resposta da perg. 800; 5-Resposta de Emmanuel da Perg. 27 – Período de transformação, do livro “Pinga-fogo com Chico Xavier”. (*) O Programa Pina-fogo foi realizado no ano de 1971.

(José Orlando Ramos é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina)


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O Ser Integral com Andréa Emília

O Agravamento do Mal e Suas Consequências

“Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terramotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” 1 m “O Livro dos Espíritos”, obtenção de prazer. Quanto íntima do Reino de Deus, como da questão 943 a 957, maior, mais imediato, mais nos ensina o Cristo Jesus — “O encontramos uma profunda constante é o prazer, mais feliz é o Caminho, a Verdade e a Vida” .6 reflexão a respeito do “Desgosto sujeito.”³ O Caminho, porque ensina pela Vida”; isto é, a escassez de Estamos falando de prazeres a forma de bem viver. prazer própria da indiferença efêmeros, passageiros, cuja A Verdade, porque Ele é o existencial. Inclusive, há consequência é um sujeito exemplo vivo da ética e da moral cientistas sociais que proclamam constantemente perturbado pelo para a Vida em plenitude. ser “A Cultura da Indiferença” sofrimento na forma de Conhecer Jesus é dar sentido uma das marcas registradas da desespero: substancial à existência humana, Sociedade Contemporânea, que “Toda criatura desesperada é, pelo crivo da razão. É viver de atravessa toda a vida de relação em princípio, de caráter acordo com a Lei de Deus — em seus diversos âmbitos. impaciente. (...). único meio de sermos felizes. Ser indiferente, sobretudo no É a impaciência que não nos Então, o “excesso do mal”, campo da moral, é estar eixa treinar a espera, que impede em que a Sociedade insensível a dor, tornando-se aprendamos com a natureza da Contemporânea está apático ao sofrimento do outro. qual fazemos parte. (...). mergulhada, é mecanismo da Disso decorre “a construção de Desesperados, ainda, os que Providência para que muros, mecanismos de defesa não aguardam a providência dos busquemos Jesus, a Excelência contra o que incomoda no mundo céus e se permitem operar a justiça do Amor. E assim, superarmos a e em si mesmo, restringindo, pelas próprias mãos. Ferem, indiferença moral e adquirirmos assim, os horizontes e provocando caluniam, vingam-se, matam, paz de espírito. psicopatologias como, por matam-se.” 4 Sendo assim, que tal, neste 2 exemplo, a depressão” . Temos, Tal comportamento nos faz Natal, permitir que o seu então, indivíduos imersos no entender o porquê de os Espíritos coração seja a “Manjedoura” a egoísmo em sua face mais aguda, Superiores afirmarem “ser receber Jesus definitivamente o narcisismo, que, por necessário que o mal chegue ao em sua Vida? conseguinte, está muito bem excesso, para tornar compreensível 1 - O Evangelho Segundo Mateus, 24:5-8; - Christina Duker - “Narcisismo e a Cultura da acompanhado de seu “irmão a necessidade do bem e das 2Indiferença”; siamês”, o hedonismo: reformas” .5 Deduzimos ser a 3 - Jurandir Freire Costa - “Cultura do Corpo e Pós-modernidade”; “O narcisista cuida apenas de trajetória para o despertamento 4 - Espírito Camilo - Psicografia de Raul Teixeira “A Carta Magna da Paz”; si porque aprendeu a acreditar da consciência em darmos em 5 - O Livro dos Espíritos - questão 784; que a felicidade é sinônimo de prioridade para a construção 6 - Evangelho Segundo João, 14:6;

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(Nesta Editoria serão abordados temas variados sobre a saúde integral - corpo e espírito - Andréa Emília de Barros é integrante do Grupo Espírita Fraternidade Irmão Abrahão, coordenadora do 29º CEU e Expositora da Doutrina.)


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Kurso de Esperanto com Eduardo Bessa

LECIONO 6 - KOLOROJ, KIO/TIO KAJ KIU/TIU Saluton! Kiel vi fartas? Vamos começar aprendendo algumas cores (koloroj) em Esperanto.

(branca, preta, cinza, amarela, azul, verde, laranja, cor-derosa, lilás, marrom, violeta e vermelha). Observe o leitor que as cores são usadas com a finaĵo –a. Portanto, são adjetivos. Ekzemple: blanka muro (parede branca), flava floro (flor amarela), blua ĉielo (céu azul) kaj ruĝaj lipoj (lábios vermelhos). Observe ainda que os adjetivos foram colocados antes dos respectivos substantivos. Essa é a maneira

mais usual, mas não é obrigatória. Vejamos a dupla Kio/tio. Kio significa que ou o que. Já tio significa isso ou aquilo. Se quisermos nos referir a algo próximo, adicionamos a partícula ĉi antes ou depois de tio. Ekzemple: -Kio estas tio? O que é isso/aquilo? - Tio estas libro. Isso/Aquilo é um livro. - Kio estas ĉi tio (aŭ tio ĉi)? O que é isto?

-Ĉi tio (aŭ tio ĉi) estas tornistro. Isto é uma mochila. Agora a dupla Kiu/tiu. Kiu significa que, quem ou o qual. Tiu significa esse, essa, aquele ou aquela. De maneira semelhante, usamos a partícula ĉi para este ou esta. Observe que, com essa dupla, é forçoso que exista um substantivo (expresso ou subentendido) nas frases (ou um pronome que o substitua). Ekzemple: - Kiu estas tiu knabo? Quem é esse/aquele menino? -Tiu knabo estas Karlo. Esse/Aquele menino é o Carlos. - Kiu estas ŝi? Quem é ela? -Ŝi estas mia patrino. Ela é minha mãe. - Kiu libro estas ĉi tiu (aŭ tiu ĉi)? Que livro é este? - Ĉi tiu (aŭ tiu ĉi) estas la malnova. Este é o antigo (livro).  •FINO•

(Nesta Editoria, estudaremos a lingua internacional “Esperanto”, à distância, com Eduardo Bessa Azevedo, militante do movimento espírita de São Carlos - SP)

Com Paciência Dificuldades te agitam. a fim de medir as sombras. Dá tempo a Deus para que Tudo parece noite ao redor Prossegue trabalhando e não Deus te acenda nova luz. de teus passos. te afastes da paciência. Não te detenhas, no entanto, Por nada te desesperes. Emmanuel (Retirado do livro Respostas, psicografia de Francisco Cândido Xavier)


A CHARRUA

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‘IN’ MOVIMENTO com Maria Luiza Ferreira

N

Trabalho Federativo ou de Unificação da Doutrina Espirita

a edição anterior, falamos sobre a distinção entre Doutrina Espírita, Movimento Espírita e quanto é necessário a preservação da pureza doutrinária. Nosso assunto agora é o Trabalho Federativo ou de Unificação do Movimento Espírita, sua importância e os benefícios que produz. O trabalho federativo se baseia na união dos grupos, centros e ou sociedades, com o propósito de resguardar a autonomia e a liberdade de ação, concomitantemente o fortalecimento e o aprimoramento das atividades do Movimento Espírita. Os grupos, centros ou sociedades espíritas unidas formam as Entidades ou Órgãos Federativos ou de unificação do movimento espírita em nível local, regional, estadual ou nacional. Os pilares do trabalho federativo não poderiam deixar de ser o respeito aos princípios da fraternidade, solidariedade e liberdade que a Doutrina recomenda. Dessa forma, caracteriza-se por oferecer sem exigir compensações, ajuda sem criar condicionamentos, expor se

impor resultados e unir sem tolher iniciativas preservando os valores e as características individuais dos homens como das instituições.¹ Bom ressaltar que a integração e a participação das instituições espíritas nas atividades federativas são sempre voluntárias. Importante deixar claro, que a liberdade de pensar, de criar e de agir que a Doutrina Espírita preconiza, assenta-se, todavia, todo e qualquer trabalho, nas obras da Codificação Kardequiana.² A função do trabalho federativo e de unificação do movimento espírita é de estar em contato com os grupos, os centros visando a união e integração dessas instituições oferecendo sugestões como programa de apoio caso necessitem para as suas atividades. Como o objetivo é o aprimoramento e ampliação das atividades nas instituições espíritas, facultando novas frentes de trabalho, é realizado reuniões, encontros, cursos, confraternizações entre todos os trabalhadores viabilizando, assim a renovação e atualização de conhecimento doutrinários e a divulgação da Doutrina Espírita.³

Os benefícios proporcionados pela união dos espíritas e dos centros espíritas são muitos. A começar pelo conhecimento entre os trabalhadores, favorecendo o fortalecimento da amizade entre todos, a troca de experiência possibilitando um ótimo resultado para os trabalhos realizados nas instituições. Essa aproximação entre todos e as casas faz crescer a confiança entre envolvidos no trabalho do movimento espírita resultando altamente benéfico, pois que a confiança é um dos pilares para o êxito de todo trabalho responsável. Então, nos cabe ser conscientes, agradecer a Deus por essa Doutrina Bendita que tanto nos consola, esclarece e nos dá a oportunidade de sermos pequenos elos dessa corrente que é o trabalho na seara do bem e do amor. Sendo assim,”Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”.⁴ 1 - Documento sobre as Diretrizes do trabalho de unificação do Movimento Espírita no site da FEB; 2 - Idem; 3 - Apostila do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - programa complementar - tomo I - módulo IX - roteiro 3 - FEB; 4 - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5 - ed. FEB;

(Nesta seção reproduziremos textos sobre o Movimento Espírita, sua trajetória e desenvolvimento, ontem e hoje através das pesquisas de vários confrades militantes do Movimento Espírita, nesta edição contamos com a participação de Maria Luiza Ferreira, integrante do CECJMJ)


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A CHARRUA

Gente Querida!

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com Celso Martins

Aconteceu no meio espírita

Depoimento

Graça um coronel do exército reconheceu ser uma obra importante diante da Lei de Reforma do Ensino, de 1972. O Ministério de Educação, não dispunha de verbas para editálo. O coronel alegou que o coronel Jarbas Passarinho – no posto do Ministério da - 49 – Em 1976, com o colega de Educação não fez a Reforma. turma Antônio Sobreiro, no Fez a Deforma do Ensino, no Colégio Pedro II – unidade de que concordei em toda a linha. esquina da Rua Larga (Rua - 51 – Marechal Floriano Peixoto com a av. Passos; da CEFET, ou Levei os originais Ao Livro seja, Escola Técnica Federal Técnico, na Rua Miguel Couto, Celso Suckow da Fonseca, no quase esquina com a Av. Rio bairro de São Cristóvão e com Branco. o José Carneiro Leão, cunhado O editor me aconselhou do sobreira, o José veterinário escrever sobre sexo, sangue e da Universidade Federal Rural, morte. Livros assim – saem. E criada por Vargas em 1943, em cita a escritora Cassandra Rios. Itaguaí, agora Seropédica (eu Com altivez eu lhe disse que levei meus filhos Celso e preferia morrer de fome a Silvana para a conhecer). abastardar a minha pena de Escrevemos o livro “Técnicas educador. Gerais de Laboratório”, - 52 – ensinando aos alunos como fazer (e interpretar) exames de O Washington hellow, curado sangue, fezes e urina do de ter quebrado as pernas num homem e dos animais, com acidente no helicóptero – o planchas, exibindo micróbios e editou pela Edart s/a – de São Paulo. A turma do Globo ovos de vermes intestinais. comprou a Edart s/a, e vendeu a obra no Brasil, em Portugal e - 50 – Levei ao bairro de Maria da Angola, jamais recebemos os

nossos direitos autorais. - 53 – Espíritos embusteiros João, o evangelista, o discípulo mais jovem de Jesus, o único que esteve com Maria e outras mulheres piedosas ao pé da cruz, já velhinho escreveu três epístolas, lá no final de O Novo Testamento. Valho-me da Primeira. Vou ao capítulo 4 e encontro exatamente o primeiro versículo esta oportuna advertência: -“Amados, não creiais em todo o Espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque muito falsos profetas se têm levantado no mundo. ” - 54 – Allan Kardec, ao elaborar “O Livro dos Espíritos”, exatamente em o número 350, também lá no final do texto – teve a prudência – ele o bom-senso encarnado, no discurso do astrônomo Flamarion ao pé do túmulo do codificador da Doutrina dos Espíritos – Kardec pôs a advertência de Erasto, discípulo de Paulo, com esta também oportuna advertência: -“É preferível rejeitar uma só verdade a aceitar nove mentiras”. (nº 350).

(Esta seção trará sempre um texto de Celso Martins - Série Depoimento, continua na próxima edição)


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Esflorando o Reformador

.

(...) Pergunta-se então: convém ao espírita, que deve procurar cercar-se de todas as condições propícias a serenidade de ânimo e ao cultivo dos sentimentos bons, expor-se a tais decepções, aos indignados assomos que podem sublevar lhe n’alma esbulhos semelhantes? Não será mais prudente abster-se, pois que os fatos aí estão como salutares advertências, e aguardar melhores tempos? Ou ser-lhe-á licito, em nome da ambição política, hoje menos nobre do que nunca, dada a situação anormal que assinalamos, transigir, submeter-se, adaptarse aos processos em uso, para galgar as posições? — Mas nem sequer discutível se nos afigura esta hipótese. *** Há ainda um terceiro aspecto da questão que reclama ser analisado. É o caso de conseguir o espírita, legitimamente eleito, ser reconhecido e ter ingresso, já seja na municipalidade da sua terra, ou na Câmara dos Deputados, ou no Senado, triunfando (e que assinalado triunfo!) da coligação dos interesses subalternos. Aí irão os seus esforços encontrar a resistência organizada daqueles mesmos interesses, e de duas uma: ou terá que capitular, resignando-

Os espíritas e a política (II) se a fazer com os seus colegas o papel de carneiro de Panurgio, cumprindo as ordens dos soberanos de que atrás falamos (a esta lamentável dependência tem com efeito descido o nosso sistema «representativo! »), ou se há de contentar com o isolamento de sua palavra, com a unidade do seu protesto em face das irregularidades que se hão de a sua vista consumar. Será esta única atitude compatível com a integridade moral do verdadeiro espírita, atitude louvável, posto que arriscada no ponto de vista da serenidade de ânimo de que falávamos há pouco, e porventura sem compensação relativa à extensão do sacrifício feito. Porque, de fato, não se nos afigura de pequeno vulto o sacrifício de penetrar no ambiente das assembleias políticas e lá suportar o contrachoque das paixões e dos interesses subalternos que em tal ambiente fervilham, unicamente para ter o direito do protesto singular, por assim dizer, platônico. Quem estas linhas escreve, jamais aspirou nem exerceu função política (declaramo-lo para assegurar a nossa palavra o cunho de insuspeição em que se inspira). Talvez por isso mesmo, apreciando o que, sobretudo (Continua na página 15)

nestes últimos dez anos, se tem passado nas mais altas assembleias políticas do nosso país, não nos podemos esquivar a um invencível sentimento de repugnância e de tristeza. Eis porque somos levados a concluir que, em nosso obscuro modo de entender, não convém aos espíritas, no atual momento histórico da nossa pátria, o exercício da atividade política, a não ser como uma rude provação, que só aos mais estoicos pode ser lícito voluntariamente procurar. Não terminamos, contudo, sem acudir a uma objeção, que muitos poderão dizer: Se a situação política do nosso país é assim desmoralizada e desmoralizadora, devem os espíritas cruzar os braços, em lugar de intervir com seus princípios de rígida moralidade, pondo de sua parte quando possível um paradeiro a esses males? Tão indiferente lhes é a noção de pátria e de civismo? Ao que responderemos: A dissolução dos costumes políticos entre nós, como por toda a parte, não é mais que um reflexo, um prolongamento da dissolução dos costumes privados. O que falta aos homens públicos —salvo as exceções, que felizmente as há —é o que falta a grande maioria dos homens: é o esteio e ao


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(Continuação da página 14)

mesmo tempo o estimulo moral de uma crença religiosa a altura das necessidades do nosso tempo, na qual encontrem eles todas as inspirações do dever e todos os meios de engrandecimento e de dignificação pessoal que, sem ela não existem. O Espiritismo é essa crença e vem satisfazer aquelas imprescritíveis necessidades.

Cumpre, portanto, propaga-lo por todos os meios, pela palavra, pelo escrito e sobretudo pelo exemplo. Urge levar a sua luz regeneradora a todas as consciências, desde as classes inferiores as mais altas da sociedade. Sem esse trabalho preparatório nenhuma reação será profícua, nenhuma reforma verdadeiramente realizável. Consagremo-nos, pois, a essa

tarefa, lancemos os fundamentos morais do edifício em que hão de assentar as sociedades vindouras, sejamos numa palavra operários e só operários do Espiritismo, e, deixando o exercício das funções políticas, tão pouco sedutoras para os verdadeiros crentes, aos que as ambicionam, demos por muito bem empregado o nosso tempo. É esta a nossa humilde opinião.

(Texto Retirado do Reformador de 15 de Fevereiro de 1908, seção “Doutrina” - páginas 49 a 52 - atualizado pelo acordo ortográfico) (Nesta seção relembraremos as matérias, notícias e informações, dessa fonte maravilhosa de conhecimento que é a Revista Reformador, editada pela FEB - Federação Espírita Brasileira, Casa Máter do Espiritismo no Brasil, desde 1883.)

Relembrando Irmãos amados, ofusca o teu espírito a jactância dos potentados? Repara então no desespero dos renegados, ambos se confundem no clímax de suas vidas. São almas torturadas que atravessam a oportunidade da vida terrena absorvidos apenas em si mesmos, portas serradas a claridade do sol que é Jesus Cristo. No entanto, tu que tens a alma iluminada, que és capaz de entender a palavra dos Mensageiros, que sentes as doçuras, o enlevo da comunhão divina, vigia bem, ora com humildade, mas procura discernir, estudar, entender bem essa virtude que te dará vitória, a Humildade; humildes

Sê Humilde

daqueles que apoiando ou desmentindo, estão sempre com a destra espalmada abençoando. Não importa a ignorância do vulgo, sê humilde interiormente para que Jesus te observe e possa apoiar a Sua esperança em ti. Mas sê valente e herói na luta contra a ignomínia dos falsos negativistas da luz, da razão, da sabedoria. Levanta-te e cresce em teu valor em defesa da verdade, mesmo que os teus próprios irmãos incompreensivos te firam. Vai irmão. Luta e recebe na humildade do teu proceder, o teu galardão de vencedor. Nos encontraremos na vanguarda.

também se parecem os covardes, os pusilânimes, eles não se levantam nem para amaldiçoar nem para abençoar. Mas tu, irmão em Jesus, observa o teu interior, sê humilde dentro Dimas, Espírito protetor. da sabedoria dos fortes, Psicografia de Eurídice Ribeiro Costa

Textos retirados de “O Espelho”- Órgão Noticioso da Juventude Geny Maia - Ano VI - Fevereiro - 1959 - nº 17


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INFORMANDO

Divulgação em canal aberto

Prezados Espíritas, Com grata satisfação, informo que acaba de ser publicado na recente edição da Revista de Medicina (FMUSP) o artigo “Antropologia Médica Vitalista: uma ampliação ao entendimento do processo de adoecimento humano”, disponibilizado livremente no site da mesma: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/110789 Como citado no resumo, “Antropologia é a ciência que tem como objetivo estudar o homem em sua pluralidade de modos de vida e de pensamento, incorporando os diversos aspectos da individualidade às suas modalidades de estudo (biológica, social, cultural e filosófica). Por sua vez, a Antropologia Médica estuda os fatores que influenciam o processo saúde-doença, incluindo os aspectos biossocioculturais e os variados sistemas de saúde. Seguindo o objetivo intrínseco de estudar o homem em sua pluralidade, a Antropologia Médica Vitalista fornece subsídios filosóficos para uma ampliação do entendimento do processo de adoecimento, analisando o mecanismo saúde-doença em conformidade com a estrutura ontológica humana. Fundamentando o diagnóstico e o tratamento das doenças em diversas racionalidades médicas não convencionais (Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Tradicional Indiana, Medicina Homeopática e Medicina

Antroposófica), a concepção vitalista é uma doutrina filosófica que considera a existência de uma força (princípio) vital responsável pela manutenção da saúde e da vida, unida substancialmente ao corpo físico. Além disso, valorizando a interação de outras instâncias superiores da individualidade humana (mente, alma e espírito) no equilíbrio fisiológico-vital, a concepção vitalista inclui a influência dos pensamentos, sentimentos e emoções na etiopatogenia e na evolução das doenças, aspectos difundidos pela dinâmica psicossomática moderna e pelo recente campo de pesquisas que relaciona a saúde à espiritualidade”. Nessa revisão, descrevemos inicialmente as analogias existentes entre as concepções vitalistas das principais racionalidades médicas e doutrinas filosóficas, trazendo subsídios para a ampliação do entendimento da essência íntima do homem e seu processo de adoecimento. Num

segundo momento, buscamos atualizar os conceitos e as propriedades vitalistas perante conhecimentos científicos modernos, citando pesquisas nos campos da Física, da Cosmologia, da Epigenética e da Interconexão Saúde, Espiritualidade e Religiosidade. Com esta publicação científica, nos sentimos recompensados por poder transmitir a pesquisadores, médicos e acadêmicos de medicina, dentre outros profissionais e atores sociais, uma síntese da obra A Natureza Imaterial do Homem: estudo comparativo do vitalismo homeopático com as principais concepções médicas e filosóficas, traçando analogias destes conhecimentos iniciáticos milenares com pesquisas contemporâneas, a fim de facilitar o entendimento e a compreensão dos conceitos. Eu agradeço a divulgação. Saudações homeopáticas, Marcus Zulian Teixeira www.homeozulian.med.br

(Esta seção é um canal aberto para divulgação de assuntos relevantes ao movimento espírita e ao leitor de uma forma geral, na presente edição contamos com a participação de Marcus Zulian Teixeira, médico e pesquisador homeopata - São Paulo - SP )


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