A charrua 56ª edição

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Editorial

Ano XIII / 2016 / Nº 56 - Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária

A Doutrina Espírita Explica... Reuniões Doutrinárias I

(Pronto socorro ignorado – trabalho dos espíritos nas reuniões doutrinárias)

O Centro Espírita pode, por analogia, ser comparado a um hospital de Pronto Socorro.1 -Grande número de almas desencarnadas nas ilusões da vida física, guardadas quase que integralmente no íntimo, conservam-se, por algum tempo, incapazes de aprender as vibrações do plano espiritual superior, sendo conduzidas por seus guias e amigos redimidos às reuniões fraternas do Espiritismo evangélico, onde, sob as vistas amoráveis desses mesmos mentores do plano invisível, se processam os dispositivos da lei de cooperação e benefícios mútuos, que rege os fenômenos da vida nos dois planos.2 uando buscamos entender a e dos objetivos descritos, atualmente necessitando da nossa palavra e dos função da Casa espírita, atualizado com todas as atividades nossos fluidos, para se aperceberem como unidade fundamental do minuciosamente detalhadas, não é da sua atual e real condição, efetivamente algo propiciando o seu despertamento, e Movimento Espírita3 , sempre nos mencionado deparamos com muitas definições, fundamental: A participação, relação dessa maneira , recebendo o amparo além de templo religioso, temos e assistência entre os encarnados e os efetivo do plano maior. Todo esse processo é natural em ainda: a oficina, a escola e hospital, desencarnados nesse tipo de reunião. Mesmo cientes que a todas reuniões públicas, inclusive etc.; que na realidade, funcionam em plena integração, impossíveis de responsabilidade da assistência na nos cultos domésticos, seja de estudo esfera do plano espiritual pertença doutrinário ou de assistência serem dissociadas. Dentre as suas várias atividades aos mentores espirituais, temos espiritual, onde todos que estejam básicas, temos a reunião pública que dentro do processo uma participação vinculados a ela, como trabalhadores ao longo tempo foi se especializando, importante, que os próprios mentores ou participantes assíduos, são sendo desmembrada, se assim destacam em várias oportunidades considerados membros de uma podemos nos expressar, pelo menos nos ditados mediúnicos; cujo os grande equipe. Doadores diretos de em três atividades: As Reuniões de beneficiários, e talvez maiores suas melhores energias e vibrações, Estudo Doutrinário, Divulgação necessitados, sejamos nós mesmos. além do exemplo no esforço sincero Doutrinária e Assistência espiritual. Além de que na maioria das vezes em sua própria reforma íntima. Então, o que acontece quando Todas descritas no opúsculo carregamos junto de nós um séquito testemunhas perturbadoras, desconsideramos essa realidade e “Orientação ao Centro Espírita” que, de enfocando o “como fazer”, oferece necessitando de esclarecimento e deixamos de participar e contribuir uma série de sugestões práticas ao harmonização conosco. Sem contar com a nossa presença? Centro espírita para o exercício das os espíritos que chegam em condições Referências: 1 - Estudando a Mediunidade - cap.XLI, Martins atividades básicas, com vistas no variadas de sofrimentos, sem Peralva- ed. FEB; estudo, à difusão e à prática do condições de receberem ajuda dos 2 - O Reformador, parte IV, pergunta 378, benfeitores espirituais, por estarem Emmanuel - ed. FEB; Espiritismo.”4 3 e 4 - Orientação ao Centro Espírita, ed. FEB Contudo, mesmo compreendendo ainda presos as sensações da matéria, - Os Mensageiros, captulos de 43 a 47, André de desencarnados; Luiz, ed. FEB a função do documento supracitado apesar

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Ano XIII - Nº 56

CECJMJ

Centro Espírita de Caridade Jesus, Maria e José

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Estude e Viva!

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com Raul Teçá Dicas para uma boa leitura

(“Quem aspire a entesourar os valores da própria emancipação intima, à frente do universo e da vida, deve e precisa estudar” - Emmanuel) (“(...) recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” - Emmanuel)

Reuniões Públicas: Segundas-feiras às 20:00 horas e Sábados as 18:00 horas Estudos das Obras Básicas: O Evangelho Seg. o Espiritismo e O Livro dos Espíritos; Quartas-feiras das 19:00 às 20:00h Estudo Sistematizado: sábados das 16:30 às 17:45horas Evangelização Juvenil - JEGM: sábados das 16:30 às 17:30horas Evangelização Infantil - 24 de Abril: sábados das 18:00 às 19:00horas

Atividades 14h às 16h

TRABALHOS MANUAIS Terças-Feiras: Bordados Quartas-Feiras:Crochê e Pintura

Sábados - 11:00 horas Serviços de Assistência e Promoção Social

Mais Informações: cecjmj@gmail.com ou pela nossa página no Facebook

Expediente Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária do CECJMJ Fundado em Agosto de 2003 R. Bangu, 141 Bangu - RJ -CEP 21820-020 Email: cecjmj@gmail.com Edição - DSAD

Ano XIII - 56º Edição - Nov/Dez/2016

Colaborando com o texto que abre a presente edição, além das referências indicadas, sugerimos a leitura integral do livro “Educandário de Luz”, obra especial, composta por mensagens ditadas por espíritos diversos, na pena do nosso querido Francisco Cândido Xavier; e com a resenha do cap. 46 – Aprendendo sempre, do livro “Os mensageiros”. —Uma hora antes do início da reunião, os trabalhos na esfera espiritual já eram intensos. Enquanto os frequentadores encarnados na assembleia contavam-se 38 participantes, os desencarnados excediam duas centenas, na sua maioria, acompanhantes dos próprios aprendizes encarnados, formando um verdadeiro séquito perturbador. Sendo preciso tratamento especial com uma maior vigilância. Em decorrência, os servidores espirituais já se colocavam em prontidão nos seus postos. Toda a movimentação na assistência era acompanhada pela equipe espiritual viabilizando as necessidades e solicitações possíveis, se necessárias, pois em sua maioria eram peditórios desassisados, baseados em realizações mentirosas e na lei do

menor esforço. Contudo, a harmonização da saúde física, quando sincera, é sempre justa, esclarece Aniceto. Já a solicitação de aconselhamento, merece cautela, principalmente aos que já conhecem a mensagem evangélica, pois negam-se “voluntariamente aos testemunhos de conduta cristã”; e conclui: “Alma alguma, nas diversas confissões religiosas do Cristianismo, recebe notícias de Jesus, sem razão de ser. Ora, se toda condição de trabalho edificante traduz responsabilidade. Cada aprendiz do Mestre, portanto, está no dever de observar a consciência, conferindo-lhe os alvitres profundos com as disposições evangélicas. ” Contudo alguns pedidos de esclarecimento são atendidos, quando se referem aos interesses eternos do espírito. Nunca diretamente, na maioria das vezes o silêncio é o melhor recurso para se voltarem a obrigação de consultarem a própria consciência. Finaliza o capítulo esclarecendo que a conduta invigilante e inferior das mentalidades encarnadas, são responsáveis em escravizar os espíritos ignorantes, que a seu turno, por se comprazerem com a situação, serão seus consultores fornecendo palpites a suas mentes preguiçosas.

(Raul Teçá é militante do Movimento Espírita)


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Estudando Mediunidade com Joaquim Couto

Influência Espiritual

Pergunta 459 - Os espíritos influem nos nossos pensamentos e nas nossas ações? Resposta: “Sob este aspecto, a influência deles é maior do que imaginais, pois, com muita frequência, são eles que vos dirigem.” (O Livro dos Espíritos - Parte 2ª - Capítulo IX - Allan Kardec)

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iante da resposta dada pelos espíritos é importante que todos nós de fato nos preocupemos sob a questão da influência deles em nossas vidas. É uma quest ão que de ve preocupar aqueles que sejam portadores de faculdades mediúnicas, já que diante dessa i n f lu ê n c i a , p o d e m ve i c u l ar comunicações positivas ou não. Procurar verificar sempre se os pensamentos ou sugestões que lhes chegam a mente são de ordem superior, pois, os bons espíritos de atração para que os espíritos se jamais influenciam para o mal. Já sabemos bem que os nossos aproximem de nós, identificandopensamentos e desejos são a fonte se com eles. Logo somos nós

que acabamos facilitando essa influência espiritual que poderá ser positiva ou não. Tr a b a l h a n d o p e l a n o s s a transformação moral, com a vontade de acertar o passo com as Leis de Deus, sem dúvida faremos a filtragem natural, permitindo que apenas os bons possam nos conduzir e nos influenciar o bem. Se a influência dos espíritos ocorre, compete ao encarnado selecionar o que lhe chega a me nte, opt and o p or a qu i l o que de fato lhe ajude a evoluir espiritualmente, de forma positiva e equilibrada, de conformidade com o que vimos aprendendo com o Espiritismo.

(Joaquim Couto é integrante do Centro Espírita Leon Denis e Expositor da Doutrina)

Conversando com Chico Os Três aspectos do Espiritismo

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os três aspectos doutrnários do Espiritismo - o científico, o fiosófico e o religioso, temos aprendido com os Benfeitores da Vida Maior que todos os três aspectos do Espirtismo são essencialmente importantes, entretanto, o religioso é o mais

expressivo por atribuir-nos mais amplas responsabilidades de ordem moral, no trato com a vida. Inclusive o benfeitor Emmanuel costuma afirmar-nos que, sem religião, seríamos na Terra, viajores sem bússula, incapazes de orientar-nos no rumo da elevação real.

(Retirado do livro “ENTREVISTAS” - Ed. IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP)


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O Livro dos Espiritos com Paulo Antonio

Louvado seja Deus, louvado seja Jesus. 2ª parte: Mundo espiritual ou dos Espíritos cap. IV - Pluralidade das existências Transmigração progressivaSorte das crianças depois da morte (pergs. 192 a 199 e obs.) vida se interrompe, com perversidade precoce, senão da de Chico Xavier pelo Espirito tanta frequência na inferioridade do Espirito, já que a André Luiz, no livro Entre a Terra infância, é porque a duração da educação em nada contribuiu para e o Céu, num trecho da lição X onde vida da criança pode representar isso. Como também verificamos, o Preciosa conversação, para o Espirito que nela está Espirito de uma criança morta em Clarêncio, Hilário, André Luiz e a encarnado, o complemento de tenra idade, algumas vezes é muito irmã Blandina nos esclarece: “ uma existência interrompida antes mais adiantado do que um adulto, Hilário, que acompanhava a e conversação com extremo do término devido, e sua morte, interesse, considerou: quase sempre, constitui provação - Antigamente, na Terra, ou expiação para os pais. Temos de conforme a teologia clássica, levar em conta também, que o supúnhamos que os inocentes, Espirito de uma criança que depois da morte, permaneciam morreu em tenra idade e por não recolhidos ao descanso do limbo, ter praticado o mal, por sua sem a glória do Céu e sem o tormento inocência, pertença às categorias do Inferno, e, nos últimos tempos, superiores, só porque não fez o com as novas concepções do mal, mas, precisamos considerar Espiritualismo, acreditávamos que o que também não fez o bem, e menino desencarnado retomasse, de sendo Deus, soberanamente justo imediato, a sua personalidade de e bom, não o isenta das provas que adulto... tenha de padecer para atingir a - Em muitas situações, é o que perfeição relativa que lhe cabe, dando lhe oportunidade de novas dos seus pais, em razão de ter acontece - esclareceu Blandina, vivido mais e adquirido maior afetuosa -; quando o Espirito já existências. Aliás, não é racional considerar- soma de conhecimentos e alcançou elevada classe evolutiva, sobretudo se assumindo o comando mental de si se a infância como um estado experiência, mesmo, adquire o poder de normal de inocência. Não se veem progrediu. Fica a pergunta, em que se facilmente desprender-se das crianças dotadas dos piores instintos numa idade em que a transforma o Espirito de uma imposições da forma, superando as educação ainda não pôde ter criança que morreu em tenra dificuldades da desencarnação exercido a sua influência? Mas, de idade? Responde os Espíritos na prematura. Conhecemos grandes onde podem provir instintos tão 199-a, “Recomeça uma nova almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com diversos em crianças da mesma existência.” Antes de uma nova existência, objetivo de acordar corações idade, educadas nas mesmas condições, e sujeitas às mesmas a sorte das crianças depois da queridos para a aquisição de valores influências? De onde vem essa morte pode ser vista na psicografia morais, recobrando, logo após o

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(Continua na página 5)


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Estudando O Evangelho com Sergio Daemon

O Evangelho segundo o Espiritismo

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Introdução 4 – Sócrates e Platão – Resumo da doutrina (19) XXI. Ajuizado serás, não supondo que sabes o que ignoras.

uito interessante Kardec ter colocado esta como última proposição de Sócrates antes de iniciarmos os capítulos do Evangelho. Mais uma vez vemos aqui a preocupação dele no uso da fé raciocinada que só é possível através do conhecimento das coisas. Por primeiro vemos aqui um convite ao estudo sério e profundo. Muitos daqueles que se dedicam a Doutrina dos Espíritos, infelizmente se detém somente na superficialidade. Acham que a simples leitura de alguns livros ou a presença em palestras públicas é o suficiente para o entendimento dos ensinamentos trazidos pelos espíritos reveladores e pelos espíritos que a complementaram. É necessário o estudo permanente a começar pelos clássicos da literatura espírita; o

acompanhamento do pensamento espírita através dos novos livros de autores reconhecidamente fiéis a Kardec e dos periódicos (jornais e revistas) sérios; a participação nos cursos, seminários e estudos sistematizados e a humildade de reconhecer sempre que nada sabe.

Por segundo vemos que a cada dia que passa com a maior divulgação dos princípios espíritas, aparecem também os seus opositores e contestadores. Não devemos nos deter em querelas infrutíferas. Cada um está no seu momento evolutivo e nem todos têm condição de absorver os ensinamentos que a doutrina nos traz. Façamos a nossa parte divulgando, pelo exemplo, os ensinamentos recebidos. Estejamos sempre presentes em qualquer ocasião com a palavra esclarecedora e confortadora. Por fim ao terminarmos este estudo da introdução do Evangelho segundo o Espiritismo percebemos que Kardec nos forneceu nela introdução as ferramentas básicas para o estudo sério e aprofundado desta obra.

(Sergio Daemon Guimarães é integrante do Grupo Espírita Auta de Souza e Expositor da Doutrina)

(Continuação da página 4 - O Livro dos Espíritos

serviço levado a efeito, a respectiva autogoverno. Jazem conduzidas É por esse motivo que não podemos apresentação, que lhes era pela Natureza, à maneira das prescindir dos períodos de costumeira. Contudo, para a grande criancinhas no colo maternal. Não recuperação para quem se afasta do maioria das crianças que sabem desatar os laços que as veículo físico, na fase infantil..." desencarnam, o caminho não é o aprisionam aos rígidos princípios (Para melhor entendimento, além mesmo. Almas ainda encarceradas que orientam o mundo das formas, da leitura do cap. X, da obra no automatismo inconsciente, e, por isso, exigem tempo para se supracitada, ver também o cap. IX acham-se, relativamente longe do renovarem no justo desenvolvimento. - No Lar da Benção). Até a próxima oportunidade! Que Deus nos abençoe! (Paulo Antonio de A. Barbosa é militante do movimento Espírita e Expositor da Doutrina)


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Estudando os Clássicos com Eduardo Bessa

O porquê da Vida

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Leon Denis

rezados, apresentamos aqui existência”. Destaca, de maneira lutas, os cuidados, as provas têm um dos livros de Léon especial, o caráter eminentemente sobrecarregado, que dedico estas Denis: “O Porquê da Vida”. Denis consolador do Espiritismo. páginas. É à intenção de vocês, nasceu em Foug (1846) e Permitam-me reproduzir as aflitos, deserdados deste mundo, desencarnou em Tours (1927), que escrevo. Humilde pioneiro da ambas na França. Foi pensador verdade e do progresso, coloco espírita, médium e um dos nelas o fruto de minhas vigílias, de principais continuadores do minhas reflexões, de minhas Espiritismo após o desencarne de esperanças, de tudo que me tem Allan Kardec, junto com Gabriel consolado, sustentado na minha Delanne e Camille Flammarion. caminhada aqui em baixo. Possam Neste livro, publicado em 1885, vocês aí encontrar alguns Denis discorre sobre as três ensinamentos úteis, um pouco de perguntas filosóficas mais graves: luz para aclarar os seus caminhos. O que somos? De onde viemos? Possa esta obra modesta ser Para onde vamos? para seus espíritos entristecidos Ao longo das suas páginas, o aquilo que a sombra representa autor vai tecendo raciocínios, com próprias palavras de Léon Denis: para o trabalhador queimado de uma lógica irretorquível, para “É a vocês, ó meus irmãos e Sol, aquilo que representa, no apresentar ao leitor a Doutrina irmãs em humanidade, a todos deserto árido, a fonte límpida e Espírita como a única a dar vocês a quem o fardo da vida tem refrescante se ofertando aos olhos “solução racional ao problema da curvado, a vocês a quem as ásperas do viajante sedento!” Link: http://www.autorespiritasclassicos.com/Leon%20Denis%20Livros/O%20Porque%20Da%20Vida/L%C3% A9on%20Denis%20-%20O%20Porqu%C3%AA%20da%20Vida.pdf

(Nesta Editoria, estudaremos as obras dos autores consideradas como os clássicos do Espiritismo Eduardo Bessa Azevedo é militante do movimento espírita de São Carlos - SP)


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Nós e o Mundo

Em Tempo Real com Nádia Maria Braga

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Transição Planetária - Parte II

Terra muda seu estado vibracional e sua humanidade tem que acompanhá-la Somos o que pensamos. Infelizmente na maior parte do tempo nossos pensamentos são de baixa vibração, revestidos pelos sentimentos da inveja, da mágoa, da vingança, e de tantos outros de igual teor negativo. Grande massa de espíritos migrando para mundos primitivos não representa um castigo de Deus. É apenas o efeito das leis que regem o Universo. A Terra modifica sua frequência vibracional e aqueles que não modificarem suas frequências, através da melhoria dos seus pensamentossentimentos, não poderão viver em sua superfície. É pura Física, não um castigo divino. É apenas uma inadequação energética. Esses espíritos construiriam corpos que não suportariam a frequência vibracional da Terra e

pereceriam tentando reencarnar. Qualquer um sabe que é temerário utilizar uma aparelhagem elétrica preparada para suportar 110 volts de energia, numa rede de 220 volts. O resultado seria a total destruição da aparelhagem, por excesso de energia.

Por bondade divina ocorrem essas grandes migrações para permitir que esses espíritos ainda perdidos na ignorância do bem possam habitar um mundo compatível com suas baixas vibrações, e onde eles poderão ser

úteis a população local, levando até ela o conhecimento mais avançado que já possuem. Ao mesmo tempo chegam até a Terra caravanas espirituais vindas de vários orbes para ajudar Jesus nessa grande tarefa. Como alertam os espíritos dedicados ao progresso da Terra, inúmeros espíritos de escol, que já viveram na Terra, reencarnam para nos auxiliarem nesse momento em que a Terra se aproxima da regeneração. Não podemos esperar mais! É hora de nos moldarmos à Nova Era. Fazermos parte da Geração Nova, como está dito na Gênese, que encontraria no solo terráqueo alegria e progresso. Torno a dizer: somos o que pensamos. Façamos como nos ensina Joana de Angelis, no livro Jesus e Vida: “Aclimatados à atmosfera do Evangelho respiremos o ideal da crença unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos. Jesus espera: avancemos! ”

(Nádia Maria Braga Moreira é integrante da instituição Espírita Casa de Miguel e Expositora da Doutrina)

Diante dos acontecimentos que demonstram a realidade da transição planetária, facultando o amanhecer de uma nova era, confirma-se o destino glorioso que está reservado à Terra, na sua próxima fase de mundo de regeneração. (...) Reencarnam-se em toda parte do Planeta tumultuado Espíritos missionários encarregados de apressar os acontecimentos, a fim de que se instale nas mentes e nos corações o Reino de Deus ou o estado de plenitude. (Manoel Philomeno de Miranda - Retirado do prefácio do livro “Fronteiras da Nova Era”, de Suely Caldas Schubert)


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Estudando

à Luz da Doutrina

com Frederico Mantuano

PACIÊNCIA

“Sede pacientes; a paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado por Deus. ”... (Evagelho Segundo o Espiritismo - Cap. 9, Item 7 – Um espírito amigo. Havre, 1862).

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Senhor Jesus encarnou entre nós para trazer-nos uma profunda lição de amor, de paciência, de resignação para que de posse de tantos exemplos edificantes possamos realizar as profundas transformações necessárias, ainda, nesse longo processo evolutivo no qual caminhamos para chegarmos à perfeição, nos tornarmos espíritos puros de coração e alma; e podermos, então, trabalharmos diretamente com Deus na sua grande obra da criação como seus auxiliares. Somos espíritos distantes, ainda, dessa realidade imutável, pois fomos criados para tal: sermos partícipes da grande obra da criação, como co-criadores, mas que alcançaremos essa condição, um dia, mais rapidamente ou não dependendo da vontade e da determinação de cada um de nós em nosso processo evolutivo. As lições do Mestre Jesus que não tivemos condições de entendê-las quando encarnou entre nós, pois as nossas mentes estavam, ainda, entorpecidas pela ignorância e dureza de nossos corações, hoje nos são, novamente,

apresentadas esclarecidas pela Doutrina dos Espíritos, o Consolador que ele prometeu que nos enviaria no momento oportuno em que estivéssemos com as nossas mentes mais aberta a novas ideias e pensamentos para nos esclarecer acerca de tudo que ele dissera e que não tivemos condições de entender naquele momento e trazer-nos novas revelações.

Então, hoje, já melhores esclarecidos pelo Evangelho de Amor do Senhor Jesus à luz do Consolador, podemos fazer as nossas reflexões calcadas em ensinamentos que nos elevam a alma a patamares anteriormente não alcançados por nós. A prática da caridade, tão bem exercida pelo Mestre Jesus em seu Ministério de Amor, ficou para nós como exemplo maior de sua estada conosco, e nós é apresentada

como o verdadeiro caminho para a salvação, como nos coloca Paulo, em sua 1ª Epístola aos Coríntios, Cap. XIII, versículos 1 a 7 e 13: “... A caridade é paciente, é terna e beneficente; a caridade não é invejosa, não é temerária nem precipitada, não se enche de orgulho, não é desdenhosa, não procura seus próprios interesses, não se vangloria nem se irrita com nada, não faz más suposições, não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade, ela tudo suporta, tudo crê, tudo espera e tudo sofre. Agora estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem, mas entre elas a principal é a caridade”. A paciência por vezes tão difícil de ser exercida por nós é, também, um exercício de caridade para com nossos irmãos. E, nós próprios, muitas vezes necessitamos que nossos irmãos tenham paciência conosco. Devemos ter sempre em mente, como nos disse Paulo em sua Epístola aos Coríntios citada acima, que “...a caridade é paciente...”, e como nos falou o Espírito amigo na mensagem do Evangelho que “...a paciência também é uma caridade...”.

(Frederico Mantuano é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina)


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Saúde Mental

Espiritismo & Psicologia com Orlando Ramos

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Allan Kardec e a psicologia do bom senso

amille Flamarion filósofo e cientista contemporâneo à Kardec, referiu-se ao codificador da Doutrina dos Espíritos como a " reencarnação do bom senso ". Allan Kardec imprimiu em toda sua tarefa o olhar positivista e reflexivo em contraposição a metafísica reinante. A partir dessa nova tomada de posição foi possível uma nova perspectiva para humanidade exausta das negativas para explicar-se os porquês da vida. Tomados pela surpresa das revelações Espíritas, o grande contingente de mentes pensantes, passaram a refazer os caminhos deixados pelo grande mestre da humanidade (Jesus). Pois há tempos, os comportamentos corrompidos pelas paixões degradantes e desejos escusos, fizeram da fé cega um norte incerto que levaram muitos aceitarem verdades e mentiras como iguais. Abdicar do

raciocínio e livre arbítrio tornarase para as almas intensivo suicídio intelectual; desrespeito a liberdade de consciência. Para o codificador da Doutrina dos Espíritos não

“ O Espiritismo bem

compreendido, mas sobretudo bem sentido levam aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. “

basta apenas ver para crer, mas sim compreender, porque a fé cega grandes estragos empreendeu, levando à incredulidade a muitos. Os parâmetros modificam-se com a fé que encarna face a face a razão em todas as épocas da humanidade.

Psicologiza a religião, revitalizando os porões da ignorância que tentaram manter em nós durante tanto tempo. Reverenciemos ao grande mestre francês que com sua perspicácia soube cumprir sua missão e" fazê-lo ler sem fadiga”, condição importantíssima para a vulgarização de uma ideia. Abençoada seja a razão e a livre expressão com responsabilidade. Santa Doutrina Espírita esclarecedora e que liberta. Expressão máxima da doutrina do Cristo Jesus, ajuda-nos a retomar o caminho de entendimento e atuação no bem com total convicção, haja vista que " O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido levam aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. “ (ESE - cap.: XVII Sede perfeitos, os bons espíritas).

(José Orlando Ramos é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina)

A Força do Hábito

Quando possível, procura acostumar-te ao bem. Pensa no bem. Age, fazendo o bem, tanto quando puderes. Um dia, compreenderás que a pessoa, seja ela quem for, somente crê e tão-só admite aquilo que cultiva no próprio coração. (Livro de Respostas - pelo espírito de Emmanuel - psicografia de Francisco Candido Xavier)


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O Ser Integral

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com Andréa Emília

“O Ofício de Consolar”

“A Consolação é sempre dinamizadora do divino que existe no homem.” esespero e Aflição são coração; tirar potencialidades o sofrimento, senão que o enfrenta consideradas palavras ocultas para si mesmo”2 . Em vista com confiança.” 4 sinônimas, mas do ponto de vista disso, não há dúvidas de que o A alegria tem o poder de comportamental refletem atitudes Espiritismo é o Consolador deflagrar a Humildade. diferentes. Prometido por Jesus”. Em sua origem, humildade vem Desespero compreende O Espiritismo ensina que os da palavra, do copta antigo, desequilíbrio emocional. A pessoa infortúnios da vida são fruto da lei “Húmus” — nome dado ao solo experimenta um estado de de causa e efeito; prova que a fertilizado pela cheia do rio Nilo profundo desânimo e desesperança justiça de Deus é misericordiosa, (Egito). diante as adversidades existenciais. Sendo assim, a humildade é a Já Aflição, é a “dor consciencial”. terra fértil da consciência plena É quando a pessoa se depara com das limitações éticas, sem culpas. “o bem que quero fazer, esse não É ter a lucidez de que Jesus é a faço, mas o mal que não quero, esse liderança a seguir, o Guia e o eu faço”1 , ou seja, é o entendimento Modelo: lúcido da relação entre sofrimento “Vinde a mim, todos vós que e as escolhas equivocadas pelo estais aflitos e sobrecarregados, que mau uso do livre-arbítrio; é ter eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o claro que ainda há uma lacuna alicerçada na reencarnação, com o meu jugo e aprendei comigo que entre o aprendizado do bem e sua esquecimento do passado, que sou brando e humilde de coração e prática nos conflitos do dia a dia. possibilita a superação dos “vícios achareis repouso para nossas almas, O aflito vivencia a angústia por morais” pela potencialização do pois é suave o meu jugo e leve o meu ainda ter dificuldades em resistir amor, através do exercício da fardo.” 5 às más inclinações, o que é um caridade como entendida com Este é o “Ofício do Espiritismo”, obstáculo a prática do bem Jesus: “O Consolador Prometido”: conforme deseja. Contudo, ele não “Benevolência para com todos, reviver a Boa Nova de Jesus, fica paralisado , reconhece sua indulgência para as imperfeições dando-lhe sentido prático pela pequenez moral e pede ajuda aos dos outros e perdão das ofensas.”3 lógica de seus princípios básicos, Amigos Espirituais, que vendo sua Com isso, a Alegria passa a ser fazendo com que “o divino que vontade firme em melhorar-se, a emoção reguladora de existe no homem seja sempre auxiliam oferecendo consolação. pensamentos, sentimentos e atos, dinamizado pelo amor e pela Entenda-se que Consolar é posto que: humildade”. “dinamizar o divino que existe no “A alegria não começa quando Referências: 1 - Paulo - Romanos, VII:19 homem; dar sentido novo a tudo acaba as dores; a alegria não 2 - Santo Inácio Loyola - em “Exercícios Espirituais 316” que antes tinha causado desconsolo; suprime o sofrimento, mas lhe dá 3 - O Livro dos Espíritos – questão 886 4 - Santo Inácio Loyola - em “Exercícios Espirituais 316” desfazer os fantasmas do medo do sentindo. A alegria não desconhece 5 - Mateus - XI:28-30

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(Nesta Editoria serão abordados temas variados sobre a saúde integral - corpo e espírito - Andréa Emília de Barros é integrante do Grupo Espírita Fraternidade Irmão Abrahão, coordenadora do 29º CEU e Expositora da Doutrina.


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Leituras & Releituras com Enock Mesquita

Toma o teu leito

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“Levanta-te, toma teu leito e vai-te”. (João 5: 1 a 17)

avia em Jerusalém uma piscina de ovelhas e, em torno dela, agrupavam-se pessoas portadoras das mais diversas moléstias. Acreditavam que, quando suas águas fossem movimentadas pelo anjo do Senhor, obteriam a cura imediata os que primeiro se atirassem nelas. Estava entre eles um paralítico em sofrimento havia 38 anos. Dentre todos que ali padeciam, foi exatamente a ele que Jesus dirigiu a palavra: “Levanta-te, toma teu leito e vai-te”. Raramente nos detemos nas últimas palavras do Cristo quando efetuava alguma cura. É próprio do ser humano dar mais atenção ao fenômeno do que ao ensinamento. Quando o Mestre amorosamente ordena que o paralítico se levantasse e andasse, sabia que a expiação daquele homem havia terminado. Entretanto, gostaríamos de nos deter um pouco mais no fragmento “toma teu leito”. Que ensinamento o manso Cordeiro quis legar aos homens com essa

frase proferida uma única vez em todo o Seu messianato? A resposta, queremos crer, é mais simples do que parece: quando libertos do nosso leito de dor, não necessariamente dor física, levemos conosco todo o aprendizado dos anos de

sofrimento por que passamos. É essa a simbologia de “tomar o leito”. Nessa mesma passagem do Evangelho de João, tempos depois, o Mestre torna a encontrar o homem e não perde a oportunidade de lhe dar mais um ensinamento: “Vês que foste curado; não tornes

de futuro a pecar para que não te aconteça coisa pior”. Este ensinamento do meigo Rabi completa e amplia a lição anterior que gerou essa breve reflexão: quando de posse dos ensinamentos da mãe-dor, adquiridos no leito dos reajustes com a Lei do Pai, é fundamental não “pecar” novamente. A palavra pecado etimologicamente significa “errar o alvo”. Mas o que seria afinal o alvo? E o que poderia de pior nos acontecer, caso voltássemos a errar o alvo? O alvo, meus irmãos, é sair vitoriosos dessa reencarnação; melhores do que quando aqui chegamos. E nada nos poderia ser pior do que ter de repetir a lição, por ter falhado nesta existência, atrasando nossa caminhada evolutiva. Por fim, roguemos sempre ao Pai que cada um de nós aprenda a tomar o próprio leito e, vez por outra, e sempre que necessário, deitar-se na lembrança dele, para que não tornemos a errar o alvo maior: o caminho que nos leva aos braços amorosos do Cristo. Muita paz para todos.

(Nesta Editoria serão abordados temas variados na visão de autores diversos, em uma verdaeira “Leitura e reeleitura”, buscando absorver, em vários ângulos, o máximo das lições Enock Mesquita é militante do movimento espírita de Angra dos Reis - RJ)


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Falando de Esperanto O Esperanto como Revelação Francisco Valdomiro Lorenz (Espírito)

IV - NECESSIDADE DE LÍNGUA INTERNACIONAL angusto de parco Inteligências dos conjuntos rgia, desse modo, não círculo apenas para o ajuste de vocabulário, quais pássaros de asiáticos, africanos, ameríndios, humanas cogitações, a criação de majestoso poder, aprisionados na latinos, eslavos, saxônios e de outros agrupamentos permutavam uma língua auxiliar que interligasse férrea gaiola da insipiência. Grandes comunidades aquisições, imolando cabedais os territórios do espírito. Um sistema de comunhão que imperiais, quais a Rússia e a Grã- insubstituíveis de tempo. Verificando as imensas exonerasse os lidadores do avanço Bretanha, mostravam-se divididas intelectual de maiores entraves por línguas várias e múltiplos dificuldades para o intercâmbio de para o acesso aos tipos mais altos dialetos, afigurando-se como tribos e povos desencarnados, corpos gigantescos em que o especialistas espirituais de fonética, de cultura... e onomatopeia Ansiavam milhões de almas sangue mental circulasse deficiente. etimologia E além da paisagem empreenderam a formação de um pela libertação das algemas internacional para linguísticas que lhes mumificavam propriamente terrestre, as criaturas idioma libertas do carro físico, se entendimento rápido nas regiões as expressões. Espíritos habilitados a vôos excepcionalmente evoluídas, no espaciais vizinhas do Globo, das reencarnações multiplicando, em vão, tentames e amplos, nos céus da ciência e da intervalo arte, da instrução e da indústria, necessárias, via de regra não experiências, até que um dos restringiam-se aos preceitos e ritos conseguiam transcender a fronteira grandes missionários da Luz, mentais dos tratos de gleba em que de realizações dos grupos raciais a consagrado à concórdia, tomou a si o exame e a solução do problema. agiam ou renasciam, sufocados no que se viam jungidas.

U

(Nesta seção reproduziremos textos sobre a lingua interncional, o ESPERANTO, retirada de várias fontes relacionadas a Doutrina Espírita - na presente edição, o texto da série “O Esperanto como Revelação”, parte 4/10, ditado pelo espírito Francisco Valdomiro Lorenz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 19 de janeiro de 1959, em Uberba- MG - Brasil)

Um Amigo Escreve... com Stenio Duarte

Que a Paz de Jesus esteja neste ambiente rer em Deus é a maneira do bem, pois através dos nossas realizações. correta de mantermos semelhantes é que realizamos a Crer em Deus, imitar Jesus, na nosso equilíbrio na vida. comunhão com Nosso Pai. medida das nossas possibilidades, É por Deus que vivemos, que Jesus, mestre e nosso irmão é o caminho correto de nossa recebemos a dádiva da vida e é em maior, foi e é quem melhor, nesse Emancipação Espiritual. direção a Ele que toda existência Planeta, exemplificou nossos Temos Deus, temos Jesus, se resume em executar. procedimentos. Seu resumo no temos tudo! Todos nossos sentimentos Evangelho, estudai e amai, é nossa Obrigado, meu Pai. Que Jesus devem ser direcionados na prática bússola para o norte elevado de nos abençoe.

C

(José Stenio Duarte é militante do Movimento Espírita de Ibatiba-ES e Expositor da Doutrina)


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Gente Querida! com Celso Martins

Aconteceu no meio espírita - 25 Ano de 1989. Escrevi um pequeno comentário sobre o sofrimento do suicida no mundo invisível no jornal O Imparcial, do Rio Pomba (MG), Rua Quirico Marini, 55. Dias depois me chega à caixa postal 20619, de Marechal Hermes – carta de Lydia Pires de Brito, que iria pôr uma bela na cabeça porque o marido a traíra. Leu meu artigo. Desistiu da ideia sinistra e mudou-se para Belo Horizonte (MG). - 26 A Federação espírita Brasileira (Av. Passos, 30 – Rio de Janeiro) lançou o livro do Almerindo Martins de Castro, de título O Martírio dos Suicidas, com propaganda nos jornais cariocas de grande circulação; e Memórias de um suicida do escritor português Camilo Castelo Branco, pela médium Ivone do Amaral Pereira. - 27 Conheci a José Salomão Mizrahy, judeu reencarnado no bairro carioca de Quintino. Uma vez espírita, era membro da Federação Espírita Brasileira, na sua sede histórica desde 1931, na av. Passos, 30 sobrado, quase Praça Tiradentes – no centro da Cidade do Rio de Janeiro, na presidência do Leopoldo Cirne,

Depoimento

autor do livro (eu o li) “Teoria e Prática do Espiritismo” - onde fiz três palestras, a convite do saudoso capixaba Alberto Mangueira Gama – secretário Geral da Feb, fundador e presidente do C. E. Manuel Martins, na rua Ubatinga, 95 – Benfica (barreira do Vasco), onde também palestrei. - 28 Salomão fundou e dirigiu o C.E. Fabiano, na rua Paulo Silva Araujo, 52 – no bairro carioca do Meier – tão alta era a tal que, de lá, a gente avistava a Ponte RioNiterói, erguida em 1975. Muitas vezes palestrei ali, Salomão dizia, a gracejar, que eu estava ensaiando para ser escritor na próxima encarnação, acrescentava, gaiato, que eu deveria fazer uma palestra sobre a teoria corpuscular do corpo de Jesus, tese defendida pelo engenheiro de São Paulo (SP) Hernani Guimarães Andrade, para muitos o famoso filósofo Leucipo, que perfurou os olhos para não ver o lado mau de seus contemporâneos na magna Grécia, quatro séculos antes do nascimento do Cristo. - 29 – Neli (*30/04/41 – †10/01/10), minha querida esposa, ficou abismada de ter este escriba feito uma palestra das 20h às 20:55 sobre reencarnação para um

púbico de perto de 150 pessoas, no C.E. Fabiano. Salomão foi acometido de doença degenerativa esclerose múltipla, doença que provoca dores terríveis e vai progressivamente dificultando o trabalho dos músculos. O médico e etnólogo sergipano, do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, onde estudava os hábitos dos índios, Edgard Roquette Pinto reencarnou em 1884 e desencarnou com este mal degenerescente, em 1954; que em 7 de setembro de 1922, introduziu entre nós a radiofonia, embora haja quem afirme que, em 1913, no Recife (Pernambuco) – houvesse a Rádio Clube. Salomão morava na Rua Sá Ferreira, em Copacabana, na entrada do chamado Túnel Velho, perto do Cemitério de São João Batista, na rua Real Grandeza, no bairro de Botafogo. Gaiato, eu ligava para ele e lhe perguntava, anos mais tarde: “Careca, como está a Jamyli?” Ele respondia de imediato: -”Ela está bem! Casou comigo e me deu três belos filhos!” E eu prosseguia, na galhofa; “Careca, como você está?”De pronto a resposta: -”Eu estou bem meu corpo é que está de mal a pior.”

(Esta seção trará sempre um texto de Celso Martins - continuação da série Depoimento)


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Esflorando o Reformador

N

Federação Espírita Brasileira e Santos Dumont

o cumprimento de um grato dever, julgou conveniente a nossa sociedade aproveitar a permanência do arrojado aeronauta Santos Dumont nesta capital, para lhe fazer chegar às mãos um exemplar da nossa edição de 1 de agosto de 1883, em que tivemos ocasião de publicar uma comunicação espírita, a propósito do seu invento, acompanhando essa oferta de uma coleção, deste ano, da nossa folha, bem como da seguinte mensagem, que temos satisfação em estampar, para conhecimento dos nossos leitores, a qual lhe foi entregue por uma comissão de dois de nossos diretores – o presidente e o 1º secretário: Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1903. Prezado e ilustre patrício Sr. Alberto Santos Dumont. Consenti que ao coro de unânimes e afetuosas saudações, com que é justamente festejado o vosso regresso à pátria, se venha associar, por seus diretores abaixo assinados, a federação Espírita Brasileira. E não vos pareça estranho, pela índole de suas cogitações, este testemunho da nossa sociedade que, ao contrário, por força mesmo dos seus ideais espiritualistas e humanitários, não se pode de modo algum

desinteressar das conquistas do século e dos benefícios que a causa do progresso humano trazem os seus colaboradores, em cujas fileiras vos reservou a Providência tão assinalado posto. Filhos desta abençoada terra da santa Cruz, cujos gloriosos destinos nem sequer pode sonhar a descuidosa geração contemporânea, é com verdadeiro interesse que temos acompanhado o vosso esforço perseverante, na absorção do gênio e da predestinação, por dotar a humanidade com os seus benefícios dessa conquista, com que, imortalizando-vos, enobreceis ao mesmo tempo a nossa pátria. Não enxergueis nestas (Continua na página 15)

expressões o intuito de vos estimular sentimentos de vaidade que, por fortuna vossa, parece serem alheios ao vosso espírito, revestido, ao contrário, da modéstia e do desinteresse característicos do verdadeiro missionário. Se algum outro fim temos em vista, além das saudações fraternas que vos trazemos, é o de oferecer-vos, como um documento que particularmente nos parece dever interessar-vos, o número do «Reformador» de 1 de agosto de 1883, jornal que no ano seguinte começou a ser órgão da nossa sociedade, tal se conservando até agora, como vereis da coleção deste ano, que igualmente vos oferecemos. A li se encontra uma comunicação espírita, ditada quando apenas contáveis 3 anos de idade, a qual, recebida por um médium que ainda vive, parece que se entende convosco. Ignoramos quais sejam as vossas ideias acerca desta nova ciência que na gloriosa França, como por toda a parte. Conta os mais esclarecidos e dedicados cultores. Sabemos, entretanto, pelas referências dos jornais a vosso respeito, que sois uma alma crente, alcandorando-vos nos transportes da prece, quando, nas arriscadas ascensões, expondes a vossa vida; e pois, sem nenhuma


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preocupação de proselitismo, temos unicamente em vista ministrar-vos esse esclarecimento acerca da providencialidade da vossa missão na terra. Ali se fala, é certo, de «pássaro mecânico», superior aos balões, meros «exploradores e precursores da admirável invenção. » Não se entenderá, porém, com os balões cativos esta alusão? Assim nos parece, tanto mais que, não somente o vosso invento tem o valor da conquista definitiva do ar,

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como a data da comunicação confirma a anterioridade do vosso nascimento. Guardai, pois, esse jornal, ao menos como uma afetuosa e espontânea recordação dos vossos irmãos espíritas do Brasil, e permiti-nos que, abraçando-vos, vos exortemos a que, de par com a simplicidade e modéstia que vos distingue, e tão bem vai nas almas crentes, conserveis sempre em Deus essa confiança que é o segredo dos vossos triunfos e

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serenidade de animo, e será o da vossa glorificação, não aos olhos dos homens, o que bem pouco vale, mas aos desse mesmo deus, que é a nossa força, o nosso amparo e a razão única as nossa própria existência. Se vos agradar continuardes a receber a nossa modesta folha, enviai-nos o vosso endereço em Paris. E crede sempre nos cordiais e fraternos sentimentos dos vossos sinceros irmãos em Jesus.

Leopoldo Cirne, presidente; Geminiano Brazil de O. Goes, vice-presidente; Albino Gonçalves Teixeira, 1º secretário; Pedro Richard, tesoureiro.

Federação e Santos Dumont

N

o intuito de satisfazer a justa curiosidade de alguns leitores, desejosos de conhecer a comunicação recebida em 1876 pelo confrade Ernesto Castro, e publicada no Reformador de 1 de agosto de 1883, de que oferecemos ao predestinado aeronauta um exemplar, com a mensagem que lhe endereçamos, aqui reproduzimos essa comunicação. É a seguinte: «Vencer o espaço com velocidade de uma bala de artilharia, em um motor que sirva para conduzir o homem, eis o grande problema que será resolvido dentro de pouco tempo. Essa máquina poderosa de condução não há de ser uma utopia, não. O missionário, que traz esse

( Echos e Factos) aperfeiçoamento a terra, já se acha entre vós. O progresso da viação aérea, que tantos prosélitos tem achado e tantas vítimas há feito, não está, portanto, longe de realizar-se. O aperfeiçoamento de qualquer ciência depende do tempo e do estado da humanidade para recebe-lo. A locomotiva, esse gigante que avassala os desertos e vence as distâncias, será um insignificante invento ante o pássaro colossal que, qual condor dos Andes, percorrerá o espaço, conduzindo em suas soberbas asas os homens de vários continentes. Os balões, meros exploradores e precursores da admirável invenção, nada, pois, serão perante o belo e portentoso

pássaro mecânico. Esse Deus de bondade e de misericórdia, que nada concede antes da hora marcada, deixa primeiramente que seus filhos trabalhem em procura da sabedoria, e depois que eles se têm esforçado em descobrir a verdade, aí então lhes envia um raio de sua divina luz. Já veem, ó mortais, que a navegação aérea não será um sonho, não, mas sim uma brilhante realidade. O tempo, que vem próximo, vos dará o conhecimento desse estupendo motor. Brasil, tu que foste o berço dessa grande descoberta, serás em breve o pais escolhido para demonstrar a força dessa grandiosa máquina aérea. Eis o prognóstico que vos dou, oh! Brasileiros! »

(Texto Retirado do Reformador de novembro e dezembro de 1903, ano XXI, nº 20 - páginas 306 e 307 e nº 23 - página 365 ) (Nesta seção relembraremos as matérias, notícias e informações, dessa fonte maravilhosa de conhecimento que é a Revista Reformador, editada pela FEB - Federação Espírita Brasileira, Casa Máter do Espiritismo no Brasil, desde 1883.)


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Relembrando

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A Caridade

ada mais belo que a caridade. Devemos praticá-la com humildade para que ela possa ser bem recebida por quem dela necessita. Não é só materialmente, mas também moralmente que podemos levá-la aos menos infelizes. Que alívio não sentirá uma pessoa que estando sofrendo, receba de nós uma palavra caridosa, um gesto de bondade. Pratiquemos a caridade e sentiremos em nossos corações a alegria dos benefícios que tão simplesmente poderemos fazer ao nosso próximo.

(Meire de Araújo Pereira – da aprendido. Enfim, hoje amarei Juventude Espírita Geny Maia) mais a Deus seguindo a Jesus.

L

Jesus

uz grandiosa que à Terra veio para educar e evangelizar os povos, e, no entanto, esta força vibrátil que só viveu para o ensinamento, que só viveu para a demonstração do amor e da compreensão evangélicas, pouco se tem aproveitado e muito se tem esbanjado. É preciso que cada um de nós faça interiormente um voto para cada dia que passa. Hoje procurarei compreender melhor a Jesus. Hoje procurarei orar mais pelo meu próximo. Hoje tolerarei mais o meu semelhante, perdoarei suas faltas de ontem. Hoje procurarei ensinar o que tenho

E, assim, penso que se nós empreendermos essa norma, essa lei de amor, então poderemos dizer seguros de nós mesmos: Hoje sou mais espírita. Hoje aproximei-me mais de Deus, seguindo a Luz que deixou na terra.

(Tarceli Santos – da Juventude Espírita Geny Maia)

S

Pensando

e não pudéssemos pensar livremente, se não tivéssemos o livre arbítrio, como se faria sentir em nós a misericórdia divina? “Faça o bem e eu te ajudarei. ” Reconhecendo nesta máxima a marcha para a perfeição, não

temos, ainda, a força necessária para nos libertar dos maus pensamentos e das ações pesadas. Sabemos que educando nossos pensamentos, que são livres, portanto, podem ser dirigidos para onde quisermos, alcançaremos a limpeza das palavras e das ações. Sabemos, também, que sem essa higiene mental, não podemos aspirar o progresso do nosso espírito. Por que então perdemos tempo? Por que desperdiçarmos as nossas preciosas lições da dor, das dificuldades e dos grandes momentos de felicidades? Será por pensarmos na impossibilidade do nosso progresso? Mas aquele que não crê no seu progresso duvida da misericórdia divina! Deus, não nos daria a liberdade de pensamento, palavras e ações se não visse nisso a desigualdade da luta entre o bem e o mal. O bem é mais forte, grita a todo o momento mal de nossa existência. O mal só avança na ausência do bem. Refletindo, chegamos à conclusão que a única imposição que recebemos do Alto, em pagamento a todos os sacrifícios de Jesus para deixar aos homens a palavra de Deus, é o bem. (Pautila de Araújo Barbosa)

Textos retirados de “O Espelho”- Órgão Noticioso da Juventude Geny Maia - Ano II - Jul/Ago/Set - 1954 - nº 7


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