A charrua 58ª edição

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Ano XIII - 58 ª Edição - Mar/Abr/2017- Periódico de Estudos e Divulgação Doutriná-

Editorial A

tualmente uma significante parte dos textos produzidos no movimento espírita falam sobre a transição planetária. Algo que indubitavelmente é um fato muito importante. Contudo, os nossos olhares comportam-se de duas maneiras: prendem-se somente à alguns ângulos nos dias atuais, com todas as suas características, cores e intensidades; ou projetam-se a um futuro como não dependesse dele sua realização. Nessas condições, a nossa percepção limita-se apenas em um foco, perdendo outras importantes e fundamentais “cenas”. O desenvolvimento como sabemos, é um processo que em nossa realidade torna-se necessariamente “longo”, pois é exatamente o que necessitamos para efetuarmos em nós, em primeiro lugar, as modificações necessárias para que assim possamos contribuir efetivamente na transformação geral.

A Doutrina Espírita Explica... A Regeneração

Para tal, inicialmente, necessitamos formar uma “visão sistêmica” do processo evolutivo. É nela que teremos as bases do entendimento para o processo de transformação. Dentro desse olhar diferenciado, temos a possibilidade de vislumbrarmos os caminhos percorridos, as experiências e conhecimentos adquiridos. Elementos fundamentais para que nossa atuação efetiva no processo de transição seja uma realidade. Contudo, não podemos esquecer que “aprender implica necessariamente em mudança pessoal. Esse o ponto crucial, pois se não ocorrer mudanças, não ocorreu aprendizagem, houve apenas troca de 1 informação” , impossibilitandonos a participação efetiva no processo evolutivo. Um outro equívoco, presos somente com os olhares no futuro, esquecemos do momento que nos encontramos, ”essa maravilhosa dádiva de Deus, por isso chamado (Continua na página 2)

presente!”2 É nele que construiremos, ou não, um mundo melhor, que entendemos como um mundo de regeneração. Há um pouco mais de 2000 anos, “começava a era definitiva da maioridade espiritual da humanidade terrestre, uma vez que Jesus, com sua exemplificação divina, entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações. (...) De suas lições inesquecíveis, decorrem consequências para todos os departamentos da existência planetária, no sentido de se renovarem os institutos sociais e políticos da humanidade, com a transformação moral dos homens dentro de uma nova era de justiça econômica e de concórdia universal.”3 Decorreram-se séculos de experiências, colimando no século XIX, momento de grandes transformações, a chegada do Espiritismo, o consolador prometido pelo Cristo.


Ano XIII - Nº 58

CECJMJ

Centro Espírita de Caridade Jesus, Maria e José

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Estude e Viva! com Raul Teçá Dicas para uma boa leitura

(“Quem aspire a entesourar os valores da própria emancipação intima, à frente do universo e da vida, deve e precisa estudar” - Emmanuel) (“(...) recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” - Emmanuel)

Reuniões Públicas: Segundas-feiras às 20:00 horas e Sábados as 18:00 horas Estudos das Obras Básicas: O Evangelho Seg. o Espiritismo e O Livro dos Espíritos; Quartas-feiras das 19:00 às 20:00h Estudo Sistematizado: sábados das 16:30 às 17:45horas Evangelização Juvenil - JEGM: sábados das 16:30 às 17:30horas Evangelização Infantil - 24 de Abril: sábados das 18:00 às 19:00horas

Atividades 14h às 16h

TRABALHOS MANUAIS Terças-Feiras: Bordados Quartas-Feiras:Crochê e Pintura

Sábados - 11:00 horas Serviços de Assistência e Promoção Social

Mais Informações: cecjmj@gmail.com ou pela nossa página no Facebook

Expediente

Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária do CECJMJ Fundado em Agosto de 2003 R. Bangu, 141 Bangu - RJ -CEP 21820-020 Email: cecjmj@gmail.com Edição - DSAD Ano XIII - 58º Edição - Mar/Abr/2017

Reforçando as informações contidas na página que abre a presente edição, recomendamos a leitura em sua íntegra dos capítulos 12, 23 ao 25 do livro “A Caminho da Luz”, do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Candido Xavier, Ed. FEB; A Gênese, o capítulo XVIII, São Chegados os Tempos, composto por dois temas: Sinais dos tempos; e A geração nova – Allan Kardec, Ed. FEB;

Recomendamos, por fim, também a leitura do livro “Nas fronteiras da Nova era” de Suely Caldas Schubert, e finalizamos com um trecho de sua apresentação: “Estamos vivendo o amanhecer de um novo tempo. A transição planetária, ora em curso, impele-nos a uma tomada de consciência acerca dessa mudança jamais vista na Humanidade. ” Paramos por aqui e desejamos uma boa leitura.

(Raul Teçá é militante do Movimento Espírita)

(Continuação da página 1 - Editorial - A Doutrina Espírita Explica...

“O Espiritismo vinha, desse modo, na hora psicológica das grandes transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse o fruto sagrado de quantos trabalharam e sofreram no esforço penoso da civilização. (...) o Espiritismo, a sua obra educativa junto das classes intelectuais e das massas anônimas e sofredoras, preparando o mundo de amanhã com luzes imorredouras da lição do Cristo. ”4 Sendo assim, rendamos graças a Deus, a Espiritualidade superior, ao querido Mestre Jesus, e ao grande e incansável

missionário, Allan Kardec – o bom senso encarnado - pelos 160 anos dessa Doutrina de Luz! Que os nossos olhares vislumbrem o novo porvir, mas que simultaneamente as nossas mentes, corações e braços estejam plenamente engajados na construção da nossa própria regeneração a cada minuto de nossas vidas. Referências: 1 - Trecho retirado de um texto sobre educação; 2 - Frase lida em um livro espírita; 3 - A Caminho da Luz, capítulos de 12 - A Vinda de Jesus, Emmanuel, ed. FEB 4 - A Caminho da Luz, capítulos de 24 - O espiritismo e as grandes transições, Emmanuel, ed. FEB


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Estudando Mediunidade com Joaquim Couto

O ESTUDO DOUTRINÁRIO “A prática do Espiritismo está cercada de muitas dificuldades e não se encontra isenta de inconvenientes.”

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(Introdução, O Livro dos Médiuns - Allan Kardec)

observação feita por Allan Kardec é de suma importância e precisa ser levada a sério por aqueles que pretendam lidar com a sua ou com a mediunidade de terceiros. Lidar com o plano espiritual e seus habitantes requer a necessidade dos conhecimentos que se podem obter pelo estudo das obras legadas à humanidade por Allan Kardec. No O Livro dos Espíritos encontramos a Escala Espírita que nos apresenta as condições mais diversas da natureza espiritual desses habitantes, que em realidade, são aqueles que já viveram diversas vezes como encarnados na Terra. Uns já podem ser considerados bons e elevados. Outros ainda trazem em si as

paixões humanas. Portanto é preciso incentivar a todos os que se aproximam da casa espírita buscar os estudos das obras que nos esclareçam, possibilitando que evitemos decepções,

aflições desnecessárias e processos obsessivos. Além disso, vamos compreendendo a necessidade da nossa reforma íntima, diluindo assim as causas de tantos sofrimentos, que nos desgastam e nos impedem de prosseguir na nossa caminhada evolutiva. As oportunidades de ação no bem em parceria com os bons amigos espirituais nos são dadas através das possibilidades mediúnicas que possamos ter em nossa programação reencarnatória. Que saibamos valorizar o que temos em nossas mãos e nunca permitamos que essas faculdades sejam prejudicadas pelo orgulho ou o egoísmo, que tantos prejuízos já nos causaram em outras épocas.

(Joaquim Couto é integrante do Centro Espírita Leon Denis e Expositor da Doutrina)

O pessimismo é doença grave. Instala-se devagarinho ou de repente. Insinua-se. Reveste-se de mil formas. Depois que entra, não quer sair. Corte-o. Prejudica você. Evite a tristeza, o desânimo, a solidão afirmando-se alegre, animado e comunicativo. Confie no seu potencial de luta. Não se renda ao pessimismo. Avante. O “péssimo” não existe nos planos de Deus. (Sementes de Felicidade, Lourival Lopes, cap. 169 - Ed. Otimismo)


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O Livro dos Espiritos com Paulo Antonio

Louvado seja Deus, louvado seja Jesus. 2ª parte: Mundo espiritual ou dos Espíritos cap. IV - Pluralidade das existências Parentesco, filiação (pergs. 203 a 206) e s s e c a p i t u l o , Espíritos ligações que remontam a família pode ter sido de outra P l u r a l i d a d e d a s as vidas anteriores, sendo as raça, um escravo ou tenha vivido existências, já estudamos, e, causas de simpatia e antipatia em condições muita diversa, temos como base para estudo existente entre nós que muitas diante das leis humanas, quem atual, a Reencarnação que tem vezes não sabíamos explicar. sabe burlando-a. Na verdade, como finalidade, a expiação e Na opinião de certas pessoas, a essa importância se baseia o melhoramento progressivo Reencarnação, destroem os laços no Orgulho. O que a maioria da Humanidade. A Justiça da de família, ao fazê-los recuar das pessoas veneram em seus antepassados são os títulos, reencarnação, dando a todos a posição social, a fortuna, os Espíritos a oportunidade de esquecendo o conteúdo moral. alcançar à perfeição relativa Um que se envergonhasse de para qual foi criado através ter, como ascendente honrado das provações da vida corporal sapateiro, se gabaria de descender daí a importância do instituto de um nobre devasso. Embora os da Família proporcionando o Espíritos não procedam uns dos Parentesco e a Filiação permitindo outros, nem por isso consagram a aproximação dos Espíritos menos afeição aos que lhes simpáticos e os devedores. estão ligados pelos laços da Sabemos que o pai transmite família, pois muitas vezes eles aos filhos somente a vida são atraídos para tal ou qual animal, e não uma parcela família por razões de simpatia de suas almas pois, a alma é ou por ligações anteriores, sem indivisível, quanto a vida moral a princípio é devido ao grau às existências anteriores. Em contar as dívidas. De fato, de não de evolução, proveniente das verdade, ela os amplia, porque haver filiação entre os Espíritos vivências de cada um, boa ou má. baseia o parentesco em afeições dos descendentes de uma mesma A Educação poderá transformar anteriores, mas, ainda, aumenta família, não será ridícula o o Espirito daí a importância da os deveres da fraternidade, culto dos antepassados. pois Infância, dos pais e da Família porque num vizinho ou num devemos considerar-nos felizes no processo de desenvolvimento empregado pode-se encontrar um por pertencermos a uma família dos Espíritos encarnados.Nossa Espirito que nos foi ligado por em que encarnaram Espíritos parentela se originou bem laços consanguíneos. Por outro elevados, mesmo sabendo que antes da nossa existência atual, lado, diminui a importância que os Espíritos não procedam um porque a sucessão das existências alguns atribuem à sua Genealogia dos outros mas são exemplos que corporais estabelece entre os porque um Espirito pertencente devemos seguir. Até a próxima oportunidade! Que Deus nos abençoe!

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(Paulo Antonio de A. Barbosa é militante do movimento Espírita e Expositor da Doutrina)


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Estudando O Evangelho com Sergio Daemon

O Evangelho segundo o Espiritismo

Capítulo 1 – Não vim destruir a Lei (2) Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los: porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passa-rão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto res-te um único iota e um único ponto. (Mateus, 5:17 e 18)

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sta citação de Jesus, que se encontra no Sermão da Montanha é muito interessante e a entenderemos perfeitamente quando analisamos o Seu comportamento ao longo de seus ensinamentos. Muitos acreditavam que esta citação referia-se a lei mosaica contida nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Não. Convém notarmos que Jesus respei-tava esta lei. No episódio da cura de um leproso (Mateus, 8:1 a 4, Marcos, 1:40 a 45 e Lucas, 5:12 a 14) isso fica bem claro quando Ele diz: “Olha, não o digas a ninguém, mas vai, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para

servir de testemunho ao povo” (destaque nosso). A Lei a que Jesus se referia, na realidade, eram os 10 Mandamentos considerados como a primeira grande revelação.

Estudando os ensinamentos de Jesus iremos verificar que os mesmos de forma direta ou indireta estão atrelados aos 10 Mandamentos. Ao longo de nossos estu-dos sempre que possível destacaremos esta ligação. Encerrando o ensinamento, Jesus nos faz uma séria advertência quando diz: “... o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeita-mente cumprido, ...” (destaque nosso). Somente quando realmente estivermos praticando, em toda a sua conformidade, a Lei contida nos 10 Mandamentos o Reino de amor ensinado por Jesus estará implantado.

(Sergio Daemon Guimarães é integrante do Grupo Espírita Auta de Souza e Expositor da Doutrina)

Conversando com Chico Assitência Espiritual

Não há ninguém desamparado. Assim como aqui na Terra, na pior das hipóteses, renascemos a sós, em compainha de nossa mãe, mas nunca sozinhos, no mundo espiritual também a Providência Divina ampara todos os seus filhos. Ainda aqueles considerados os mais infelizes, pelas ações que praticam e que entram no mundo espiritual com a mente barrada pela sombra, que eles próprios criaram em si mesmos, ainda esses têm o carinho de guardiães amorosos que os ajudam e amparam, no mundo de mais luzes e mais felicidade. (Retirado do livro “Entrevistas” - Organização e notas Salvador Gentile e Hércio Marcos C. Arantes - IDE - Araras - SP)


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Estudando os Clássicos com Eduardo Bessa

No Limiar do Amanhã

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José Herculano Pires

esta oportunidade, acerquemo-nos um pouco do notável José Herculano Pires. Ele nasceu em Avaré/SP aos 25 de setembro de 1914 e desencarnou em São Paulo/ SP aos 9 de março de 1979. Foi jornalista, filósofo, educador, escritor e tradutor brasileiro. J. Herculano Pires se destacou pela defesa dos princípios espíritas contra diversas tentativas de adulteração das obras básicas (em traduções “duvidosas”) e pela defesa de Chico Xavier contra ataques daqueles que tentavam desmoralizar o médium mineiro. Ele escreveu 81 livros, sendo que suas traduções dos livros de Kardec têm sido editadas por várias editoras como, por exemplo, LAKE, Editora Argentina e FEESP. Sua importância para a Doutrina Espírita é tamanha, que Emmanuel (o guia espiritual de Chico Xavier) o

definiu como “o metro que melhor mediu Kardec”. Todos os sábados, às 19 horas, é transmitido o programa “No Limiar do

Amanhã”, um programa de debates e palestras sobre O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, entre outros temas ligados ao Espiritismo pela Rádio Morada do Sol (Rádio

Mulher) – São Paulo – AM 1260 kHz e pela Rádio Morada do Sol – Araraquara – AM 640 kHz. De 1971 a 1974, J. Herculano Pires apresentou esse programa, há época constituído de aulas de Doutrina Espírita. Anos mais tarde, o confrade Altamirando organizou um livro com a transcrição de alguns desses programas. Veio a lume, então, o livro No Limiar do Amanhã (Lições de Espiritismo). Os amigos leitores encontrarão comentados os mais diversos assuntos, tais como: “Fluido e fluído”, “Deus”, “Os mundos habitados”, “A existência de Jesus”, “Exorcismo”, “Xifópagos”, “O Apocalipse”, “A transição da Terra” etc., sempre numa linguagem simples, clara e objetiva. Enfim, um livro que não deve faltar na biblioteca espírita. Até o nosso próximo encontro e boa leitura!

Link: http://www.autoresespiritasclassicos.com/autores%20espiritas%20classicos%20%20diversos/ herculano%20pires/14/Herculano%20Pires%20-%20No%20Limiar%20do%20Amanh%C3%A3.pdf (Nesta Editoria, estudaremos as obras dos autores consideradas como os clássicos do Espiritismo Eduardo Bessa Azevedo é militante do movimento espírita de São Carlos - SP)


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Nós e o Mundo

Em Tempo Real com Nádia Maria Braga

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ivemos momento tormentoso, como já nos alertara a Espiritualidade Superior. Aquele momento especial em que a humanidade do planeta deverá deixar sua fase infanto-juvenil e amadurecer. É momento de discórdia, violência, ansiedade e muita dor; onde haverá a separação do joio do trigo e afastamento, para outras dimensões, da humanidade que persistir no erro. De um modo geral, todos reclamam, transferem responsabilidades ou absorvem a culpa. Nesse caos de insatisfações é preciso parar e analisar o nosso posicionamento na vida. A partir daqui vamos pedir ajuda a Joanna de Ângelis em seu livro Psicologia da Gratidão. A gratidão não é simplesmente a retribuição ou reconhecimento de um bem ou favor recebido. Gratidão segundo esse ponto de vista nada mais seria que um

Gratidão negócio onde eu devolvo ou reconheço aquilo que me foi dado ou feito. A gratidão é um sentimento muito mais profundo, que reconhece e se satisfaz com as benesses a sua volta, que é tão grandioso que dá ao grato a

alegria de viver. Essa gratidão está relacionada com o que a vida, como um todo, nos oferece constantemente e não com o que alguém pode nos oferecer, em dado momento. Viver é sentir gratidão por tudo. É ser membro atuante na organização social. A nossa vida não é só nossa. Ela está inserida na teia da vida, onde uma vida se reflete e repercute em todas as vidas e vice-versa.

Os ingratos cultivam o orgulho e a prepotência, remanescentes do instinto. Nessa posição surgem enfermidades parasitas da agressividade, da violência, realizando mecanismos de transferência de responsabilidade. Sentem dificuldade de amar. O indivíduo grato alcança o sentido existencial que é de conquistas internas. Nesse momento abençoa a tudo e a todos. E esse desenvolvimento ético-moral traz a bondade e a gentileza, na forma de interagir com o mundo. O grato nunca se decepciona. Ele louva a vida. Ele entende que a finalidade da vida não é a felicidade, mas a busca do sentido de viver. O crescimento emocional traz o discernimento em torno dos valores significativos que integram o Universo. Nos atuais dias de violência, crueldade e indiferença pelos valores morais a gratidão tem papel significativo a desempenhar na saúde integral.

(Nádia Maria Braga Moreira é integrante da instituição Espírita Casa de Miguel e Expositora da Doutrina)


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Estudando

à Luz da Doutrina

com Frederico Mantuano

MOMENTOS DE DIFICULDADES

É

Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer o remédio que deve curar-vos; os fracos, os sofredores e os enfermos são meus filhos prediletos e venho salvá-los. (ESE Cap. VI – O CRISTO CONSOLADOR – Item 7)

na leitura do Capítulo VI, do Evangelho Segundo o Espiritismo, “O CRISTO CONSOLADOR”, que viemos encontrar as respostas para as nossas dores físicas e morais mais intensas, momentos de dificuldades que fazem parte de nossa caminhada, Espíritos imperfeitos que somos; necessitando de passar por diversas provas e até por expiações para que venhamos a remir as nossas almas de um passado de cometimento de muitos equívocos. Nenhum desses momentos de dificuldades é desmerecido. Mas a fé aliada a uma compreensão da nossa destinação de Espíritos Imortais a caminho da felicidade, qual seja, de nos tornarmos Espíritos Puros através desse processo de depuração através das sucessivas reencarnações, torna a nossa caminhada mais suave, mais leve. Logo no início deste Capítulo, Mateus nos fala, do Evangelho do Senhor Jesus, no Cap. XI: 28 a 30: “Vinde a mim,

todos vós que estais aflitos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.

“Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer o remédio que deve curar-vos; (...) Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e estais sobrecarregados e sereis consolados e aliviados;” Em nossa marcha evolutiva, em nossa caminhada da ignorância para o aprendizado maior vamos cometendo vários enganos que necessitamos consertar, adequá-los à nossa realidade espiritual; os cometimentos equivocados acarretam-nos dores, sofrimentos. E o sofrimento é uma forma de alerta para que

despertemos para a nossa realidade de Espíritos Imortais. Ainda no Capítulo VI, Item 7, em uma mensagem do Espírito de Verdade, dada em Bordeaux, no ano de 1861 Ele nos diz: “Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer o remédio que deve curar-vos; os fracos, os sofredores e os enfermos são meus filhos prediletos e venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e estais sobrecarregados e sereis consolados e aliviados; não procureis a força e a consolação em outro lugar, porquanto o mundo é incapaz de proporcioná-las. (...)”. Portanto, nesses momentos de dor, de sofrimento, muitas vezes nos quais nos achamos perdidos, desesperançados, é no Evangelho do Senhor Jesus que viemos encontrar o consolo, o alívio para as nossas almas doloridas, a força necessária para continuarmos a caminhar em direção ao nosso objetivo de sermos, um dia, espíritos puros, espíritos felizes.

(Frederico Mantuano é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina)


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Saúde Mental

Espiritismo & Psicologia com Orlando Ramos

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advento do Espiritismo por intermédio de Allan Kardec e orientação dos espíritos, possibilitou à humanidade uma perspectiva diferenciada do Pai criador. Jesus já O havia apresentado quando aqui esteve, e nos estimulou a amálo sobre todas as coisas. Em muitos de seus ensinamentos, afirmou que na casa Dele haviam várias moradas.Como a inteligência secunda o avanço moral (A Gênese-cap.: XVIII), passamos a ser bafejados por um intenso fluxo de informações ao longo da história que a ciência atual possibilita, retirando o véu dos mistérios a medida que avança. Aliás o próprio Francisco Cândido Xavier em programa exibido em 1971 pela extinta TV Tupi conhecido como Pinga Fogo e que até hoje é considerado como de maior audiência em todos os tempos, esclareceu assuntos e dúvidas sob a orientação de seu benfeitor Emanuel. Informou sobre realidades que somente com os avanços mais tarde seriam comprovadas pelos meios científicos, tais como os chamados órgãos de

Sós ou acompanhados?

plástico, as casas de vidro a serem construídas com utilização de recursos e água do solo lunar. Anteriormente a este episódio, Kardec abordou entre as questões de número 55 a 59 de O Livro dos Espíritos informações valiosíssimas sobre a pluralidade dos mundos

habitados. Hoje felizmente as evidências da presença desses “irmãos das estrelas”juntamente a nós é um fato, pois os olhos do cosmos estão voltados para a Terra que se encaminha para a regeneração, e apontam para uma realidade que outrora parecia difícil de se aceitar devido ao ceticismo da própria humanidade e teimosia em manter a fronte voltada para baixo, aos acobertamentos feitos por muitos governos e

instituições militarizadas e o pouco interesse pelas questões transcendentais. O caso Roswel como ficou conhecido desde 1947 no Novo México com a suposta queda de uma espaçonave dita alienígena, inaugurou a chamada era da Ufologia Moderna (hoje com 70 anos de existência) no mundo, oferecendo aos interessados vasto material de estudo e pesquisa. O que deve ser pensado e assimilado de forma criteriosa, haja vista os embusteiros de plantão que de tudo usam para sensacionalizar. O próprio Chico afirmou no programa mencionado acima, que “ Estamos no limiar de um tempo novo e caberá a ciência descortinar para o homem um futuro imenso diante do universo”. E muitos dos sinais dos tempos novos chegariam através do céu. Bem-dita seja a instituição da misericórdia Divina em nossas vidas que nos dá ânimo para confiarmos nesse novo tempo que cada vez mais se aproxima e solicita renovação da humanidade. Não percamos tempo! Um grande abraço para todos. Deus nos abençoe.

(José Orlando Ramos é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina)


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O Ser Integral com Andréa Emília

“Derrubar Muros... Construir Pontes...” “(..)E assim, escolhemos ser e não mais muros. E sendo pontes, enfim, construiremos um mundo melhor.”

(Pelo Espírito José Grosso — mensagem psicofônica proferida na Reunião de Sustentação Espiritual da XXXVIII COMEERJ1, no dia 22 de dezembro de 2017”)

É

fato que vivemos num mundo em que as informações circulam numa quantidade e velocidade vertiginosas; tanto que vários estudiosos do comportamento dizem estarmos vivendo a “Era da Comunicação”. Contudo, como as pessoas estão sentindose solitárias, com tantas dificuldades de relacionar-se com o próximo, tendo que derrubar muros tão sólidos para conviver com as diferenças. Precisamos derrubar “muros”— mas quais muros precisamos derrubar? Derrubar muros implica em aceitar a diferença do Outro incondicionalmente, ou seja, vendo-nos a todos com Filhos de Deus, “a caminho da luz”. Como? - Criticar o crime, nunca o criminoso, pois todos somos devedores perante a Lei de Deus, necessitando de indulgência – “deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a vós, pelas faltas que

cometeis contra a Sua Lei.” 2; - Libertar-se da culpa, assumindo a responsabilidade pelos seus erros — “indispensável que os espíritas (...) unam-se,

desculpem-se, permitam-se o direito de ser imperfeitos em processo de aprimoramento (...)”3 ; Colocar-se no lugar do outro, perguntando-se como agiria se estivesse na mesma situação, tendo as mesmas vivências que ela teve — “A tolerância, em razão disso, a todos se impõe (...), compreendendo as dificuldades do caído, enquanto lhe distende mãos generosas para o soerguer” 4. Agindo desta forma, estamos seguindo o conselho do Cristo: Por que vês tu, pois, o argueiro (Continua na página 11)

no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão. (Mateus, VII: 3-5). E estaremos construindo “Pontes”, estreitando os verdadeiros traços da fraternidade universal, lembrando-nos de que: “O Evangelho terá que florescer, primeiramente, na alma das criaturas, antes de frutificar para o espírito dos povos”. (Humberto de Campos, psicografia de Chico Xavier — do livro “Boa Nova”; cap. 8) E nós, os adeptos do Espiritismo somos convocados, neste momento de turbulências, próprio do processo de transição em que a Terra se encontra, de mundo de Expiações e Provas para Regeneração, a ser as pontes para tantos desalentados, sedentos de um sentido nas suas existências; cumprindo o “Novo Mandamento” que o


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Kurso de Esperanto com Eduardo Bessa

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LECIONO 2 -VORTARETO KAJ FINAĴOJ

lá, amigos! Vamos conhecer duas características muito importantes do Esperanto. Primeira: Seu vocabulário (vortareto) é retirado de diversas famílias de línguas: aproximadamente, 75% das raízes são latinas, 20% são germâ-nicas e 5% de outras famílias. Zamenhof tentou escolher raízes que fossem bastante conhecidas dos falantes dos principais idiomas europeus. Eis alguns exemplos: • do latim: sed (mas), tamen (contudo), okulo (olho), akvo (água); • do francês: dimanĉo (domingo), fermi (fechar), ĉevalo (cavalo), butiko (loja); • do italiano: ĉielo (céu), fari (fazer), voĉo (voz); de várias línguas latinas: facila (fácil), fero (ferro), tra (através), verda (verde); • do alemão: baldaŭ (em breve), bedaŭri (lamentar), jaro (ano), nur (apenas); • do inglês: birdo (pássaro), Suno (Sol), ŝarko (tubarão), teamo (time); e de várias línguas germânicas: bildo (figura, quadro), fremda (estrangeiro), halti (parar), ofta

(frequente). Segunda: Há certas terminações (finaĵoj) que são aplicadas igualmente bem a qualquer raiz (a parte invariável de uma palavra): -o para substantivos: hom|o (uma pessoa), ide|o (uma ideia), nom|o (um nome), dom|o (uma casa); -a para adjetivos: bel|a (belo, bela), bon|a (bom, boa), long|a (longo, longa), varm|a (quente), interes|a (interessante); -e para advérbios: bel|e (belamente), long|e (por um longo tempo), bon|e (bem), interes|e (interessantemente); -j para plurais: hom|o|j  •FINO•

(pessoas), ide|o|j (ideias), grand|a|j dom|o|j (casas grandes), varm|a|j somer|o|j (verões quentes). -i para o infinitivo: vid|i (ver), kant|i (cantar), rid|i (rir); -is para o pretérito: vid|is (viu, via), kant|is (cantou, cantava), rid|is (riu, ria); -as para o presente: vid|as (vê), kant|as (canta), rid|as (ri); -os para o futuro: vid|os (verei), kant|os (cantarei), rid|os (rirei); -us para o condicional: vid|us (veria), kant|us (cantaria), rid|us (riria); e -u para o imperativo: vid|u (veja!), kant|u (cante!), rid|u (ria!).

(Nesta Editoria, estudaremos a lingua internacional “Esperanto”, à distância, com Eduardo Bessa Azevedo, militante do movimento espírita de São Carlos - SP) (Continuação da página 10 - O Ser Integral)

Cristo nos deixou, em João XIII: 34-35: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns

para com os outros. Através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.” E, assim, amando a toda Humanidade.

1 - COMEERJ – Confraternização das Mocidades do Estado do Rio de Janeiro, organizado pelo Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro, que ocorre nos quatro dias de Carnaval. 2 - O Evangelho Segundo O Espiritismo – cap. XI, item 14 3 - Do Espírito Manoel P. de Miranda – psicografia de Divaldo Franco; do livro “Perturbações Espirituais”, cap. 12 4 - Joanna de Ângelis – psicografia de Divaldo Franco; do livro “Jesus e Atualidade”, cap. 5

(Nesta Editoria serão abordados temas variados sobre a saúde integral - corpo e espírito - Andréa Emília de Barros é integrante do Grupo Espírita Fraternidade Irmão Abrahão, coordenadora do 29º CEU e Expositora da Doutrina.


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Falando de Esperanto O Esperanto como Revelação Francisco Valdomiro Lorenz (Espírito)

VII - CONTRIBUIÇÃO MEDIÚNICA NA DIFUSÃO DO ESPERANTO stranha-se comumente a de cultura superior. analfabeto para inspeção atitude de muitos Facilitar o entendimento é ato demorada aos cursos da estudiosos desencarnados, de caridade, e construir o futuro é Universidade de Paris, tanto recomendando, através de canais serviço de confiança. quanto desagradável colocar mediúnicos, o estudo da língua Qualquer viagem, além das alguém nas telas maravilhosas do internacional. fronteiras em que nos inverno suíço sem um trapo de lã. Decerto que o Esperanto não desenvolvemos no torrão de Aprender Esperanto, ensináé disciplina religiosa, mas berço, exige preparação. lo, praticá-lo e divulgá-lo é fascinante chave de percepção, É inútil providenciar contribuir para a edificação do descortinando filões inesgotáveis passaporte em favor de um Mundo Unido.

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VIII - EXIGÊNCIAS DA SOLIDARIEDADE

s criaturas que hoje se amesendam com o pão da carne serão amanhã as criaturas da vida real, a c o m o d a n d o - s e , obrigatoriamente, aos valores do espírito. Desembaraçadas do coche físico, ainda mesmo quando temporariamente imobilizadas nas ideias antropocêntricas que lhes alimentavam os dias, acabarão apreendendo o imperativo da própria libertação, abrindo janelas

interiores que lhes ventilem os pensamentos. Se um homem comum da atualidade, ocupando um avião a jato, pode retirar-se da América, descansar na África e conciliar negócios na Europa, no espaço de algumas horas, precisa senhorear várias línguas ou remunerar diferentes intérpretes para movimentar-se com segurança e proveito, imaginemos o homem desencarnado, na complexidade das sensações

novas que o tomam de assalto, quando a ruptura da represa sensorial lhe extravasa os sentidos. A sede de comunicação e de solidariedade requeima-lhe o cérebro e comprime-lhe o coração. É imprescindível falar e ouvir, perceber e compreender, desonerar-se de condicionamentos antigos, quebrar velhas fórmulas, ajustar-se a mais amplas dimensões, expungir o passado e partir de si mesmo.

(Nesta seção reproduziremos textos sobre a lingua interncional, o ESPERANTO, retirada de várias fontes relacionadas a Doutrina Espírita - na presente edição, o texto da série “O Esperanto como Revelação”, parte 7 e 8/10, ditado pelo espírito Francisco Valdomiro Lorenz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 19 de janeiro de 1959, em Uberba- MG - Brasil)

Conhecendo...

Esperanto - Língua auxiliar de comunicação internacional, elaborado pelo médico judeu-polonês Ludwig Lazar Zamenhof (1859-1917) e por ele divulgada em 1887. O Espírito Emmanuel na obra “Nosso Livro”, considera que “o Esperanto é uma força que atua para a união e a harmonia, com o facilitar que estabeleça a permuta dos valores universais do pensamento em forma universalista”. (Retirado do Dicionário de Filosofia Espírita de Lamartine Palhano Junior - ed. CELD)


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Gente Querida! com Celso Martins

Aconteceu no meio espírita

Depoimento

- 34 Recordando José Herculano Pires Em 1972, no Quarto Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas do Brasil, conheci com a esposa Neli (1941-2010) e o pai dela, o meu querido sogro Antenor Correa Tavares (1910-1975) – o professor José Herculano Pires 1914-1979), foi em Niterói (RJ). Ao desencarnar de males cardíacos no Hospital das Clínicas de uma Universidade do Estado de São Paulo – enviou, por u médium psicógrafo, a frase que sempre repetia: -“Virginia, sirva café quente aos nossos confrades. E que eles não pisem, nas manhãs de domingo, os dedos de nossos netinhos!” Mensagem autêntica, pois! - 35 – Pouco antes de voltar ao mundo incorpóreo – conforme declarou a viúva Dona Virginia ao Jornal Espírita ¬– ambos visitaram numa dada cidade do Estado Bandeirante. Foram conhecer um cidadão que era tido e havido como maior conhecedor do

- 37 – Com base neste fato, Herculano escreveu a obra “O Espiritismo, este desconhecido,” parafraseando o médico francês Alexis Carrel que, em 1923, lançou o livro “O homem, este desconhecido.” Este memorialista leu com grande interesse e maior proveito o trabalho de Carrel. Numa certa altura o médico diz que a fé tem o poder igual à lei Espiritismo. Herculano, tradutor de Kardec, da gravidade. pondo notas ao rodapé de O Livro dos Espíritos, pela Edicel Leio o livro “Três Espíritas Ltda, antes na Capital Baianos” pelo site www.madras. Bandeirante, agora em com.br. Renda para o Lar de Sobradinho, no Planalto Caridade (Fogo Selvagem) com Central, pergunta (Herculano) a cx. Postal, 157 ou 7030 – ao tal maior entendido em Uberaba/MG – CEP. 38.025.300. Doutrina Espírita – se ele poderia ler os cinco livros do mestre lionês. - 36 – Uma semana depois, voltam a conversar com o dito-cujo mais bem conhecedor do Espiritismo. O nosso herói lhes disse, espantado: -“Meu senhor, que livros fabulosos. Eu não os conhecia. (Celso Martins – contato pelos Será que eu posso conhecer o telefones (21)3619-1083 e ou (21) 2627-8383, depois das 19:30h) tal Allan Kardec?”

(Esta seção trará sempre um texto de Celso Martins - Série Depoimento, continua na próxima edição)


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Esflorando o Reformador Hoje e Amanhã

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geral a queixa, é constante a grita provocada pelos sofrimentos que, na atualidade, nos oprimem, dadas as condições do meio social em que vivemos, o estado de atraso em que nos achamos, a falta de moral que nos rodeia, a ausência de justiça que nos cerca; e inúmeras outras dores afligem a humanidade de que fazemos parte, na época difícil que atravessamos. É geral o clamor, é geral o sofrimento é geral a luta: e onde encontrar o remédio? Cada um por seu lado o procura na esfera de seus conhecimentos filosóficos, políticos ou religiosos; mas todos vacilam no resultado prático de suas ideias, ou pela dificuldade de sua generalização compreensiva ou ainda pela sua inexequibilidade. O espírita não tem que vacilar. Ele tem nos conhecimentos hauridos nas obras do Mestre a indicação das causas dessas dores e dessa luta de hoje, como herança lógica de ontem, e sabe que, obreiro que é de sua felicidade ou desgraça, prepara o dia de amanhã com a semente dos bons ou maus sentimentos que

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for implantando em seu coração. A cada um segundo as suas obras, disse o divino modelo espírita. Se assim é, como a nossa razão bem alto nos afirma, qual o nosso dever em face da grande responsabilidade que contraímos com Jesus, aceitando esta existência, com o fim de sermos os arautos do seu amor e de seus ensinos, como discípulos que desejamos ser do seu Evangelho? A luta está travada; e, se a época atual é de lutas e de amarguras, consequência justa e logica do acervo de erros do nosso passado, individual e coletivo, possuindo hoje o (Continua na página 15)

santelmo da verdade, que com segurança nos guia ao levantamento moral de nossas almas e a condições de felicidade, que não podemos gozar hoje, tolhidos pela lepra de nossas paixões, procuremos com afinco e coragem despirnos delas, para que em novas existências que o Bom Pai nos concederá, não soframos as suas consequências, agravadas então pelos deveres que nos impõe a luz da nova revelação. «Sede precursores de vós mesmos», nos disse em uma comunicação, recebida em um grupo íntimo, um Espírito de luz! Achamos altamente filosófico este conceito; porque, se o dia de hoje é a consequência lógica do dia de ontem, o dia de amanhã será a consequência fatal do dia de hoje; e segundo o uso que fizermos do nosso livre arbítrio e dos conhecimentos que, por misericórdia do Pai, nos são revelados, assim será feliz ou desgraçado esse amanhã, quer como Espíritos no espaço, quer como criaturas na subsequente vida planetária. Volvendo à terra em novas existenciais, fazendo parte de novas sociedades, traremos as aquisições que hoje houvermos


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(Continuação da página 14)

em nós acumulado, e viremos encontrar desenvolvida a árvore do progresso em cujo crescimento tivermos colaborado. Os nossos filhos de hoje serão talvez nossos avós, e os sentimentos que implantarmos hoje em seus corações, os exemplos que lhes dermos, eles os farão produzir e frutificar, no novo meio, lançando as bases nova ordem social e moral, que os atingirá de fato a nós mesmos, como prêmio ou castigo do bom ou mau uso que tenhamos feito dos ensinos de Jesus, mediante a revelação trazida pelo Espiritismo, de que nos presumimos portadores e apóstolos. É, portanto, nosso dever dar o exemplo de tolerância, caridade e indulgência as faltas de nossos semelhantes, pontificando no lar, como no convívio social, o amor e a humildade, os sentimentos de paz e de justiça, por essa forma cimentando nos corações a resignação e a fé , numa palavra, preparando as novas gerações para o verdadeiro reinado do cristianismo, cujos elevados ideais, postos em prática, trarão a calma aos desassossegos da hora presente, por encerrarem a solução de todos os problemas que nos

agitam e o segredo da felicidade individual e social que o homem e a humanidade aspiram. Sabemos que a nossa época é de transição; que elementos de treva, aferrados à ignorância interesseira do passado, escravizados a estática do dogmatismo, ou ainda a fatuidade científica, nos oferecem luta e luta sem tréguas. Sejamos fortes, dando combate a esse inimigo que está em nós mesmos, porque ódio, ignorância, a maldade de quem quer que seja não nos afetarão, se em nós não encontrarem a necessária e correspondente afinidade. Sejamos cristãos, enfim, no sentir e no proceder; e se somos hoje um reduzido núcleo, seremos amanhã a maioria talvez, e com o amor de Jesus em nossos corações, com a sua doce paz em nossas consciências, poderemos expelir deste mundo o mal, que é o orgulho que ainda o domina, que todos sentimos e sofremos, fazendo raiar a aurora da regeneração que nos foi prometida, e que será uma realidade, quando esse desejo sincero for a aspiração da maioria dos filhos de Deus na terra. •

em 19 de abril de 1862, emigrou para o Brasil, em plena mocidade com forte intuição de buscar encontrar um ideal, naquela que seria a sua segunda pátria. Desembarca no Rio de janeiro sem recursos materiais, porém trazendo na sua bagagem, tudo aquilo que o diferenciaria na sua trajetória terrena, um caráter sério e de grandes dotes morais. A tal ponto, que devido a sua abnegação e piedade em relação ao próximo, possuía naturalmente uma mediunidade espontanea, claramente denotando sua evolução espiritual. Conheceu o espiritismo aos 20 anos de idade, devido a uma séria enfermidade, da qual foi curado por um médium chamado Cordeiro, tendo sua saúde completamente restabelecida. Impactado pela graça recebida, busca entender o ocorrido, indagando ao médium: ”não sendo o senhor médico, não indagando quais eram os meus padecimentos e não me tendo auscultado ou apalpado qualquer dos meus órgãos, como pode me curar? ” E a resposta veio incontinenti: «Leia “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”. Medite bastante e neles encontrará a resposta para a sua indagação» Paramos por aqui, e convidamos a todos, lerem na íntegra, a biografia desse insigne trabalhador e divulgador da Doutrina Espírita, no link: http://www.febnet.org.br/ Inácio Bittencourt Nascido no Arquipélago dos Açores blog/geral/pesquisas/biografias/

(Texto Retirado do Reformador de fevereiro de 1903, ano XXI, nº 3 - páginas 36 e 3 7- atualizado pelo acordo ortográfico) (Nesta seção relembraremos as matérias, notícias e informações, dessa fonte maravilhosa de conhecimento que é a Revista Reformador, editada pela FEB - Federação Espírita Brasileira, Casa Máter do Espiritismo no Brasil, desde 1883.)


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Relembrando

1ª Confraternização das Mocidades Espíritas do Distrito Federal

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ealizou-se, sábado, dia 7 deste, (07/06/1958) à noite, no Centro Espírita de Caridade Jesus, Maria e José, sob a direção do jovem presidente da Juventude “Geny Maia”, a 7ª sessão preparatória da 1ª Confraternização das Mocidades Espíritas do Distrito Federal patrocinadas pela Liga Espírita do Distrito Federal. Estiveram presentes o confrade Flávio Pereira, representando a Liga, as mocidades “Vicente Moretti”, “João Batista”, “prece aos Sofredores”, “Isaac Lima”, “Discípulos de Cristo”, “Filgueiras Lima”, “Gabriel” etc. A sede do Centro estava completamente lotada. Entre os jovens presentes notava-se muita alegria e entusiasmo.

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ranscorreram, este ano, com brilhantismo invulgar as solenidades que a Juventude Geny Maia realizou para homenagear o Livro Espírita. Não se limitou, tão somente ao dia 18 de abril mais estendeu os festejos às suas reuniões daquele mês. A sede do Centro achava-se bem iluminada e florida e nas suas paredes viam-se cartazes com versos e quadrinhas e alusivas ao livro, de poetas já desencarnados. Durante as sessões a alegria era geral e contagiante entre os moços. Todos queriam a palavra para ler suas lindas páginas ou declamar. Então ouvíamos:

Após todos de pé, entoarem a canção “Alegria cristã” e da prece proferida pelo sr. José Costa, presidente do Centro, o irmão Flávio Pereira explica os objetivos da 1ª Confraternização

O «Dia do Livro Espírita» poemas de Castro Alves, sonetos de Olavo Bilac, versinhos de Casimiro Cunha, etc. Perguntas sobre a doutrina eram feitas no curso das sessões valendo sempre um livro para o moço que respondesse certo. Também se faziam sorteios entre os presentes tendo com prêmio sempre um livro. Curiosidades sobre o livro, sobre bibliotecas, sobre a imprensa, desde épocas remotas, eram trazidas para o conhecimento dos jovens. A juventude aproveitou-se da oportunidade para visitar as mocidades «João Batista» e «Vicente Moretti» tendo, na

das Mocidades Espíritas a realizar-se, nesta Capital, em diversos locais, durante a semana de 17 a 23 de julho próximo. Para isso, conta com o apoio de todas as Juventudes e mocidades de Bangu e pede que apresentem até o dia 28 deste mês, as teses que achem devam ser discutidas durante a confraternização. A seguir nosso irmão Flávio, ouviu-se vários números de declamação e diversos representantes. Finalizando, o jovem dirigente – Jarbas Costa – agradece a presença de todos e pede a dona Zuzú (Eurídice Ribeiro Costa) que faça a prece de encerramento. Assim foi a 7ª sessão preparatória, cheia de vibração e alegria. ocasião, oferecido às mesmas um volume encadernado de obra psicografada. Ao encerramento das homenagens que a Juventude Geny Maia, prestava ao Livro Espírita, isto é, no último sábado do mês de abril, a sede do centro Espírita de Caridade Jesus, Maria e José ficou completamente lotada, pois as mocidades acima citadas num gesto de muita simpatia retribuíam a visita da «Geny Maia». Muita alegria, muito sorrisos, muita palrice. Marcaram essa noite memorável para os moços das três Organizações.

Textos retirados de “O Espelho”- Órgão Noticioso da Juventude Geny Maia - Ano V - Junho - 1958 - nº 15


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