







Esta revista é uma publicação da Área de Comunicação da Abit
Redação: Lígia Santos Roberto Lima
Diagramação: Leandro Mira
Fotos: Neo Santana
Congresso Internacional Abit 2024: Abertura oficial
Estudo apresenta potencialidades do setor T&C na Bahia
Tripé de rupturas está guiando as mudanças no mercado global
Oportunidades: painel explora mercados internacionais
O mundo da moda está cada vez mais regulado e rastreável
Política industrial: aspectos para alcançar a competitividade
“Geração Z é informada, crítica e disruptiva”, diz especialista
Repensando a cadeia de valor da moda a partir de dados
Desenvolvimento sustentável: desafios rumo à competitividade
Consumidor Zero: zero orçamento, zero lealdade e zero barreiras
Ansiedade: o
que seria
tecnologia e inovação aliados ao desenvolvimento
Você cresce e o Brasil cresce junto.
O Exporta Mais Brasil conecta quem produz aqui a compradores de outros países, além de orientar e capacitar empresas de todos os tamanhos e regiões do Brasil para conquistar novos mercados. E isso é bom pra todo mundo, porque melhora nossa imagem lá fora, gera empregos, fortalece a economia e ajuda a desenvolver nosso país.
Onde todo mundo vê um empresário, a gente vê um exportador.
“Conexões Brasil – Mundo: caminhos estratégicos para competitividade” é o tema do Congresso Internacional Abit 2024, que acontece nos dias 30 e 31 de outubro, em Salvador (BA).
O evento, realizado no Senai CIMATEC, reúne cerca de 400 congressistas de diversas regiões do Brasil, com palestrantes nacionais e internacionais. Na abertura oficial, Fernando Pimentel, diretor-Superintendente da Abit, saudou os participantes. “É uma honra realizar esse fórum da cadeia produtiva têxtil e de confecção aqui na
Bahia, lugar emblemático, onde a indústria nacional teve seus primórdios. Temos buscado avançar em tudo que se refere aos princípios ESG e que esse encontro nos leve a caminhos que nos leve a um futuro de desenvolvimento do nosso país”, destacou. Confira o discurso na íntegra
Jorge Cury, superintendente do Sebrae na Bahia, reforçou a importância das micro e pequenas empresas no Brasil, em especial no setor têxtil e de confecção que geram riquezas tanto local como nacionalmente. “Aqui teremos muitas informações e com
elas poderemos fazer mais e melhor”. Carlos Henrique Passos, presidente Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) ressaltou a realização do evento no Senai. “É perfeito que esse Congresso, que trata da indústria, seja realizado nesse ambiente em que se produz conhecimento, onde se desenvolve projetos de pesquisa e inovação voltados para o setor têxtil e de confecção. Certamente vamos colher os frutos do que será tratado aqui”, disse.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, acompanhado do vice-governador,
Governador da Bahia
Geraldo Júnior, também marcou presença, além de deputados federais e estaduais. “Hoje a Bahia, ao sediar esse evento, é o Brasil. O tema tratado é competitividade e, cabe a nós, aprender sobre ele para responder ao mercado no tempo correto. Precisamos de inteligência para combinar bons resultados. Já oferecemos garantias quanto à segurança jurídica e econômica para investimentos. Queremos trazer a nova industrialização para a Bahia”, salientou o governador
O início das atividades da 9a edição do Congresso Internacional Abit contou com a apresentação do “Estudo Têxtil da Bahia – Potencialidades do Setor”. Os dados foram apresentados, em primeira mão, pelo diretor do IEMI, Marcelo Prado, que mostrou aspectos do cenário mundial, nacional e local. Prado enfatizou que a cadeia, no Brasil, é longa, cadeia produtiva longa, heterogênea e intensiva em mão de obra. Destacou que a produção de têxteis e de confecionados mostra crescimento, assim como o algodão tem estado em evidência nos últimos cinco anos especialmente.
O estudo revela a importância da Bahia que está aquém de seu potencial e hoje ocupa a posição de segundo maior produtor de fibras de algodão do país. É, também o maior estado nordestino mais próximo dos mercados do sul e sudeste.
“Somente 5% do algodão produzido aqui é consumido aqui”, apontou.
Vladson Menezes, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), acrescentou sobre as vantagens competitivas da Bahia. Ressaltou a respeito da disponibilidade do algodão e logística favorável. Segundo ele, é necessário viabilizar projetos de investimentos e articular com prefeituras, e outros agentes, a identificação de terrenos, buscar soluções de infra-estrutura, fornecimento de licenças, incentivos fiscais, entre outros aspectos que favoreçam o interesse de investidosres. Luciano Giudice Torres, da superintendência de Atração de Investimentos e Fomento ao Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia também participou da apresentação e reforçou as possibilidades para novos investimentos no setor têxtil e de confecção no Estado.
Quando era diplomata, Roberto Azevedo participou de várias discussões com o setor têxtil, em meados dos anos 80, e já era um mercado muito competitivo. Segundo Azevedo, que foi o primeiro speaker do Congresso Abit, em Salvador, nesta quarta 30, ele acompanhou as negociações de cotas com China e o antidumping contra o algodão americano em favor do brasileiro. “Acompanho o setor há muitos anos, e hoje muita coisa mudou no mercado internacional, menos a competição que acirrou mais ainda”.
Três grandes rupturas mudaram muito o perfil do mercado global como a tensão geopolítica, especialmente no eixo EUA-
-CHINA com ameaças política, militar e econômica. Outra ruptura foi a revolução digital onde as redes sociais amplificaram opiniões e discussões econômicas e políticas, além das dinâmicas do comércio digital transfronteiriço que alterou as regras de consumo. A terceira grande ruptura é a sustentabilidade do Planeta com exigências e regras criadas pela ONU, pelos governos e pela imposição dos consumidores, cada vez mais engajados, em relação aos impactos ambientais e climáticos dos produtos e meios de produção. Segundo Azevedo, a rastreabilidade virá com muita força e as empresas precisam se preparar urgente.
Espaço permite que clientes testem tecidos, acabamentos, modelagens e lavagens, com soluções alinhadas a tendências de sustentabilidade e moda.
Na vanguarda do setor têxtil global, a Vicunha inova ao trazer ao mercado o V.Laundry. O centro tecnológico possibilita o desenvolvimento de coleções criativas com agilidade. Lavanderia de ponta, equipamentos de laser, softwares digitais de design, sala de costura: reunimos tudo em um só lugar para que marcas e estilistas turbinem seu processo criativo
O primeiro painel do Congresso Internacional Abit 2024 tratou de oportunidades do setor têxtil e de confecção em mercados internacionais, além dos desafios apresentados nessas localidades e quais são as estratégias adotadas para se posicionar neles.
Moderado pela superintendente de projetos estratégicos da Abit, Lilian Kaddissi, o debate começou com a apresentação
de Michel Piroutek, analista de Pesquisa de Fashion, do Euromonitor International. Ele informou que o consumo fashion, no mundo, hoje está em torno de US$ 1 trilhão, e que o crescimento deve ser tímido nos próximos anos. Segundo ele, há um mercado intenso de consumo de vestuário no Brasil, mas o consumo per capita tem potencial de crescimento. “Também temos possibilidade de crescer no mercado global. O consumidor
sabe o que quer e as marcas que conseguirem conversar com ele terão mais sucesso no futuro”, frisou.
Manoela Amaro, CEO & Co-Founder da Blanc, plataforma digital que está no mercado há sete anos, apresentou a perspectiva operacional da empresa com ênfase na tecnologia como um facilitador para acessar mercados internacionais. “A integração tecnológica é algo muito importante. As marcas precisam diversificar seu mix de canais”, disse. Entre desafios e oportunidades, Amaro destaca o trabalho de marca, relacionamento com compradores e estratégia multicanal. “Com tecnologia é possível acompanhar as mudanças e abraçar as oportunidades de forma sustentável”, acrescentou.
O painel também teve o depoimento de Mariana Pavan, CEO da Maria Pavan. Com foco na qualidade do produto, a grife de Porto Alegre (RS) existe há 40 anos. Entre os motivos que levou à busca pela internacionalização, ela citou a sazonalidade do tricô no Brasil. Por meio o Texbrasil, Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira, uma parceria entre a Abit e a ApexBrasil, a Maria Pavan participa de feiras internacionais como uma das estratégias adotadas. Tem representantes locais nos Estados Unidos, por exemplo, e faz uso de plataformas como a Blanc. “Design com identidade, entendimento cultural e adaptação do mercado local são pontos de atenção. E mais: consistência traz credibilidade”, salienta.
O segundo painel do Congresso Abit, mediado por Rafael Cervone, Superintendente de Políticas Econômicas e Área Internacional, abordou as políticas regulatórias pelo mundo. As demandas por certificação aumentam globalmente a cada dia para o setor têxtil. A rastreabilidade para buscar a origem, por exemplo do algodão contido no produto, tem crescido em todos os maiores países consumidores, especialmente na União Europeia e algumas unidades federativas dos Estados Unidos, segundo David F. Olave - Associate and Trade Policy Advisor - Sandler, Travis & Rosenberg, P.A. Ao buscar a origem dos insumos, também se busca as certificações por trabalho decente, para as normas químicas, de impactos ambientais, reciclagem, dentre outros pontos com certificações internacionais. Alguns países, como Sri Lanka, estão sendo rejeitados como for-
necedor. A rastreabilidade inibe a triangulação que, eventualmente, inclui países não aceitos no meio do processo. Reguladores e legisladores estão diminuindo esses limites principalmente para os exportadores chineses. O próximo passo será a regulação também para as plataformas de vendas online. Portanto, as empresas precisam conhecer profundamente seus produtos, saber de onde veio o tecido, os aviamentos, o algodão do tecido, etc. Não basta colocar um CNPJ na etiqueta e dizer que é feito no Brasil. Em outras palavras, conheça o DNA do seu produto (todas as matérias-primas e insumos), avalie se todos cumprem as regras e crie uma forma de divulgar essa rastreabilidade.
Já Renata Amano – CEO – Bratac, contou a experiência da Bratac no mercado internacional e como a empresa foi
ganhando clientes, não apenas pelas certificações, mas principalmente pela qualidade. Segundo Amano, a empresa investe na humanização dos colaboradores e isso é o que vem garantindo a dedicação e a qualidade reconhecida mundialmente de seus fios de seda.
Considerada uma marca contemporânea, com tíquete médio de 400 dólares em grandes varejistas nos Estados Unidos e na Europa, a FARM está internacionalizada há anos, contando inclusive com lojas próprias e centros de distribuição nas duas costas dos EUA, seu principal mercado de destino, e também já com CD na Europa. Desde consumidoras como Beyonce até collabs com Starbucks mundial, a FARM tem levado o DNA brasileiro como diferencial. Para manter suas conquistas, segundo Marcella Cortez - Production Manager – Farm Rio, a empresa criou uma área de compliance e realiza auditorias para mapear todos os fornecedores, auditando as confecções e calçadistas terceirizados, totali-
zando mais de 200 empresas. Em breve, a marca conseguirá rastrear 100% dos produtos desde sua origem. Além disso, irá colocar nos produtos, em 2025, um QR Code nos produtos que traz informação sobre a origem, mas também o que é reciclado, verificação de trabalho digno, pegada de carbono, além dos dados de etiqueta.
Por último, falando neste painel, Mario Jorge Machado – Presidente da Euratex, enfatizou que a empresa que não cumprir as regras de sustentabilidade ambiental e de direitos humanos na Europa, ou para fornecer para Europa, não sobreviverá. Recém aprovada e em fase de regulamentação a Due Diligence (nova Diretriz de sustentabilidade para as empresas) irá punir legalmente essas empresas. “A empresa que não tiver o passaporte digital com todas as certificações exigidas e as rastreabilidades de cada produto, não vai conseguir vender para a Europa nos próximos 2 a 3 anos”.
A política industrial como fator-chave para competitividade das empresas brasileiras em cadeias globais de valor foi o tema abordado, no último painel, do primeiro dia do Congresso Internacional Abit 2024.
Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, disse que o Brasil tem a provocação de voltar a crescer e que a desindustrialização é o grande entrave. “O cenário é desafiador, mas tem oportunidades. Temos mercado interno forte, recursos minerais, matriz energética limpa e estrutura produtiva diversificada, entre outros”, disse. Ele apresentou a agenda de combato ao Custo Brasil e
que caminha junto com a política industrial brasileira. Fabrício Silveira também destacou a importância da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em 2024, pelo governo federal, visando estimular a indústria brasileira até 2033. A iniciativa inclui subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos.
Mariele Christ, coordenadora de Indústria e Serviços da ApexBrasil, destacou que a Agência apoia as ações da NIB na vertente internacional, com o objetivo de reposicionar o Brasil no mercado exterior. “Nossas iniciativas buscam vincular a NIB desde que foi criada”, enfati-
zou. Segundo ela, a Apexbrasil realizou planejamento estratégico interno e tem diretrizes alinhadas à política industrial com foco em sustentabilidade, diversificação regional , diversificação de empresas apoiadas e desconcentração de destinos internacionais.
Flavia Kickinger, do departamento de Bens de Consumo, Comércio, Economia Criativa e Serviços do BNDES comentou sobre o papel do Banco na NIB. “Financiamento é essencial para que esses pontos da Nova Indústria saiam do papel. Sem estrutura de capital, as empresas não conseguem reagir”. Acrescentou que o Plano Mais Produção está calcado na NIB e que o BNDES tomou uma série de medidas nesse sentido. “Estamos fortalecendo a questão industrial e lançamos o programa Mais Inovação para prover crédito em condições competitivas”.
Rodrigo Soares, do Sebrae Nacional, ressaltou a relevância do apoio oferecido es-
pecialmente às pequenas empresas que representam cerca de 90% do universo do setor têxtil e de confecção. Ele reforça que o Sebrae tem atuado em inovação, digitalização, internacionalização e práticas sustentáveis – pilares da NIB. “Juntamente com a Abit, estamos construindo novo projeto para apoiar a indústria da moda, assim como fizemos com o programa Vista Brasil, encerrado recentemente”.
William Rospendowski, Superintendente de Inovação da FINEP, também participou do painel. A Agência pública financia a inovação, desde a pesquisa básica até a preparação do produto para o mercado. “Atuamos em vários setores e eles precisam de crédito. Temos várias linhas com esse fim. Além disso, a FINEP auxilia a compor projetos para empresas de diversos perfis”, pontuou.
Fernando Pimentel, diretor-Superintendente da Abit, mediou o debate.
MAGIC é onde você encontrará roupas indispensáveis, calçados essenciais, acessórios marcantes e tudo mais. Se está em alta e sendo comentado – você encontrará aqui.
LAS VEGAS
6 a 7 de janeiro 2025 NEW YORK
18 a 20 de fevereiro
14 a 16 de setembro 2025
10 a 12 de fevereiro 18 a 20 de agosto
16 e 17 de abril 2 e 3 de outubro
SOURCING at MAGIC é a feira internacional ideal para empresas que buscam conectar suas marcas a redes comerciais, compradores de private label e os principais fornecedores do mercado. Nela, as empresas apresentam seus produtos, conhecem novos compradores e estabelecem contatos com pioneiros da indústria.
LAS V EGAS
10 a 12 de fevereiro 18 a 20 de agosto sourcingatmagic.com
NEW Y ORK 14 a 16 de setembro 2 2025
As atividades do segundo dia do Congresso Internacional Abit 2024, em Salvador (BA), tiveram início com a palestra de abertura “Megatendências de consumo e seus impactos no mundo dos negócios”, com Camila Toledo, Head da Fashion Snoops Brasil.
A diretora da plataforma americana de pesquisa de tendências comentou sobre aspectos das macrotendências 2025. “Precisamos repensar como fazemos nosso negócio e nossas práticas porque varejo e indústria são resistentes a mudanças em suas atividades”, disse Toledo direcionando as atenções para a
geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) que é informada e crítica. “É a geração do paradoxo e quer transparência. É um consumidor que se conecta mais quando percebe que a empresa é vulnerável também”, complementa.
Camila Toledo observa para a importância da inteligência artificial nos negócios. “IA vai nos ajudar a trabalhar melhor. Com ela, teremos muitos dados para analisar. Use a seu favor. Estamos entrando na era da responsabilidade mais produtiva. A geração Z não vê barreiras em nada, traz o mundo da internet para o físico, não tem barreira de
religião, de gênero, não querem perpetuar pré-conceitos. São consumidores conscientes dos valores e direitos”.
De acordo com ela, os próximos consumidores valorizam o mercado de segunda mão e considera que a raridade não é o luxo. “É uma geração que quer reformular construções sociais passadas e criar novas”. Ela acrescenta que para esse público o progresso coletivo é mais importante do que o sucesso individual.
A especialista também destaca sistemas corporativos motivados por empatia (diversidade). “Entendam os seus trabalhadores e consumidores de forma comportamental e neural. Há a demanda por experiências prazerosas nos locais de consumo, não pode ter apenas produtos nas lojas”, pontua.
Conhecer profundamente seu cliente é o primeiro passo para inovação com propósito. Assim começou o primeiro painel do segundo dia do Congresso Internacional Abit, nesta quinta (31), em Salvador, com a palestra da Cecília Rapassi, Sócia-Diretora da Gouveia Fashion Business. Rapassi apresentou pesquisa feita em setembro onde relevou vários dados, dentre eles que o Brasil e a América Latina são os países com maior propensão de compras de vestuário nos próximos meses. Outro dado é que no segmento de vestuário e calçados, a compra online está quase igual em volume à compra em loja física, sendo que a experiência na loja online é 63% melhor. Porém, quando a loja física traz um diferencial de experiência, isso é mais valoriza-
do do que o online. Ainda foram apresentadas oito Trends de comportamento do consumidor de moda feito pela MosaicLab.
“Tem moda no Mercado Livre”, afirmou Anna Araripe - Diretora de MarketplaceMercado Livre. Segundo Araripe, a plataforma está investindo há 4 ou 5 anos neste segmento. Considerada democrática e sendo a maior plataforma de compras online no Brasil, o Mercado Livre trabalha desde lojas e confecções pequenas locais como, grandes marcas de luxo e até de nicho. A rapidez de entrega é fator decisivo na compra de moda, sendo que 50% das compras é entregue em 24 horas e 80% em até 48 horas. A tecnologia de customizar experiência para cada consumidor
tem sido aperfeiçoada diariamente, sendo que 87% buscam no celular ao ver um item de interesse, 76% compram por indicação de influenciadores e maida da metade usam celular enquanto consomem outro conteúdo (exemplo, assistindo Netflix, TV...). Por isso, Mercado Livre também lançou streaming com filmes grátis, para entender ainda mais seus consumidores e não deixar ele sair da plataforma, mesmo sem estar comprando. Araripe ainda apresentou as estratégias tecnológicas de como a plataforma vende moda, como estar também em espaços físicos pontuais e trocar looks por likes. Boa parte dos dados gerados pelos algoritmos é compartilhada com as empresas vendedoras, como demanda na grade de cada produto.
Nascida numa garagem em Belo Horizonte, a Arezzo deu um grande salto quando
abandonou os modelos masculinos e partiu para os femininos. De lá para cá, após algumas fusões e expansões, sendo a última com o Grupo Soma, considerado o maior grupo de moda no País. Na palestra de Cassiano Lemos – COO - Grupo AZZAS 2154, enfatizou o lema do produto certo, na hora certa e no lugar certo. Unir sonho com ciência tecnológica é o grande desafio. “Nosso estoque tem que ser uma fábrica de mágica” disse Lemos, explicando que é preciso atender e reduzir tempo de demanda. Hoje a empresa não tem mais fábrica, mas parceiros certos que traduzem em produto tudo que a empresa desenhou, com a qualidade exigida. Para isso, Lemos explicou a Plataforma SER de produção da marca, que vai desde o planejamento até a recolha de produtos que não venderam nas lojas, para lançamento futuro, tudo guiado por dados e softwares dedicados.
Mudanças climáticas, uso correto dos recursos naturais, gestão de resíduos e preservação da biodiversidade são alguns dos desafios que vem se apresentando com cada vez mais e, junto a isso, surge uma séria de regulamentações. Esses foram alguns dos tópicos debatidos no segundo dia do Congresso Internacional Abit 2024.
Sissi Alves da Silva, coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular do MDIC apresentou detalhes do Decreto 12.082 que trata da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), lançada pelo governo federal em 2024. “Essa é uma agenda relevante para o governo Lula e o setor produtivo precisa se engajar. A ideia é que governo, sociedade, indústria, todos tralhem para que a economia seja cada
vez mais circular”, frisou. A ENEC está presente na política da Nova Indústria Brasil (NIB) e tem, entre suas diretrizes, a produção e o consumo sustentáveis. “Entendemos que essa é uma agenda de desenvolvimento econômico”.
Lars Fogh Mortensen, do EU Institution, participou do painel de forma online e comentou sobre a regulação do setor têxtil União Europeia que tem liderado a criação de regras, leis e obrigações em relação à sustentabilidade. Segundo ele, hoje a União Europeia tem 16 legislações em andamento que tem relação ao consumo de têxteis na região, impacto climático e ambiental e rastreabilidade, entre outros. Ele comentou que, na União Europeia, cada pessoa consome 14 kg de roupa por ano. “Percebemos o crescimento na pro-
dução de fibras sintéticas, especialmente poliéster. Cerca de 60% das roupas têm plástico envolvido”, citou.
O painel também contou com a participação de empresas que apresentaram suas ações nesse sentido. Viviane Lunelli, presidente da Lunelli, empresa com 43 anos de fundação e considerada a maior estamparia digital do Brasil, mostrou a visão de sustentabilidade da empresa, com o propósito de fazer moda com significado que promova impacto positivo no mundo e para todos. “Temos cadeia ampla, que inicia na malharia e vamos até o final da cadeia, nas lojas”. A Lunelli, de acordo com ela, tem um projeto de moda circular. “Ano passado, enviamos 2300 toneladas para reciclagem”, contou.
Paulo Costa, diretor da Nova Kaeru - empresa pioneira e inovadora no desenvolvimento de biocouros sustentáveis, com foco especial no couro de pirarucu (peixe
da Amazônia) – também esteve no debate. Além do manejo sustentável do pirarucu, ele contou detalhes do desafio que a empresa tem desenvolvido nos últimos anos e que deve entrar em prática em 2025: transformar a planta orelha de elefante em um novo produto como uma alternativa ao couro. “O caule dela também é biodegradável”, acrescentou.
Leandro Ito, Head de Sustentabilidade da C&A, comentou sobre diversas ações que a multinacional tem desenvolvido no seu histórico, como a fundação do Instituto C&A, em 1991, e o Movimento Reciclo, que envia para a reciclagem peças doadas pelos clientes nas 336 lojas da rede espalhadas pelo Brasil e, ainda, a criação de uma coleção totalmente rastreável. “Uma nova agenda está surgindo com regulamentações, a realidade das mudanças climáticas, biodiversidade e direitos humanos. Rastreabilidade e colaboração serão fundamentais”, considerou.
O painel que abordou as oportunidades e desafios para atender ao novo consumidor, neste segundo dia do Congresso Abit, foi mediado por Marcelo Ramos, Diretor de Planejamento e Inovação do SENAI Cetiqt, e foi aberto por Edwina Kulego - Vice-presidente de Desenvolvimento Internacional e de Negócios - Informa Markets Fashion, que trouxe um panorama do consumidor dos Estados Unidos. Basicamente, moda entra em quinto lugar dentre as compras mais recorrentes pelos consumidores americanos, sendo também o vestuário feminino o maior volume. Um guarda-roupa mais versátil, após a pandemia, tem apresentado o maior crescimento, como leggings, malhas e tops confortáveis. Para homens, jeans e roupas de ginástica são os itens que mais aumentaram a compra. Quanto ao canal de venda,
hoje 60% estão comprando ainda em loja física, pois as lojas oferecem boa experiência e o online na verdade está servindo para descoberta e a loja física para a compra. “Os clientes gostam de sentir o tecido, checar a qualidade e saber a origem, além de testar rapidamente o caimento. Quando não tem a grade na loja, aí compram depois no online. É preciso ter uma ótima experiência nas lojas físicas. Para os 30% que preferem comprar online, o software que faz o provador virtual com o próprio cliente tem convertido 90% das provas em vendas” afirmou Kulego.
Na sequência, Rogério Guimarães - Diretor - Lupo Sport, apresentou um histórico de 100 anos da marca que começou como roupa íntima e foi expandindo para fitness, sendo o DNA do produto focado em tec-
nologia têxtil para garantir conforto com performance. O novo consumidor da Lupo é bem informado, faz pesquisa no e-commerce, estuda a tecnologia e benefícios dos produtos, é muito ativo nas redes sociais e conversa com a marca criticando e sugerindo, exige entrega rápida e frete viável, além de questionar a sustentabilidade da empresa e do produto. Segundo Guimarães, a publicação de Relatório de Sustentabilidade, dentro das regras internacionais, pela Lupo desde 2012, mostra nossa cultura ao consumidor. Temos várias estratégias para ouvir o consumidor, e uma delas é ouvir os educadores físicos da Bodytech Academia, que é nossa parceira, sobre os comentários dos alunos e necessidade de adaptação para esportes específicos. A tecnologia nas operações da Lupo inclui desde a internalização de startups até o uso de inteligência artificial e foram dados vários exemplos desses usos.
A McKinsey & Company encerrou esse painel trazendo mais uma pesquisa sobre hábitos e tendências do consumidor
atual. Segundo Pedro Fernandes, Sócio na empresa de pesquisas, foram identificadas três grandes tendências que resumem o que eles chamaram de Consumidor Zero: zero folga no orçamento, zero lealdade e zero barreiras. Fernandes mostrou dados onde mostra que o consumidor aumentou seus gastos mais do que aumentou sua renda e, por consequência, tem lançado mão de estratégias como: pesquisar onde o produto da marca que gosta está mais barato, ou seja, antes de mudar de marca está mudando de canal de compra. Outro aspecto é a categoria de produtos que ele está disposto a abrir mão da marca e qual ele não abre a mão e, neste último caso, bebida alcóolica é um item que ele não abre mão. No entanto, vestuário entra na lista de produtos de maior indulgência, ou seja, quando pensa em um presente para si, algo no estilo “eu mereço” roupa tem os maiores índices. E quanto ao canal, omnichannel é o mais buscado, ou seja, a combinação de online e físico, para pesquisa e compra.
Coube à futurista Daniela Klaiman a palestra “Ansiedade do futuro: como se preparar transformando incertezas em oportunidades”, no encerramento do Congresso Internacional Abit 2024.
A especialista mostrou características do futuro próximo (comportamento das pessoas) e futuro a longo prazo (baseado em tecnologias). Considerando o cenário global, nos próximos cinco anos, Klaiman revelou a existência de uma série de crises simultâneas, mudança climática, guerras descentralizadas e mundo polarizado, entre outros. “Desde a crise de Covid, mudamos a forma de planejar. Não podemos ter um plano só e a pandemia foi uma prova irrefutável disso”, disse.
Soluções têxteis inovadoras
feitas para qualquer ambiente.
“A ansiedade é o reflexo de todos nós e do que estamos sentindo. Ansiedade do que não veio ainda”. Segundo ela, as redes sociais são a tecnologia que mais transformou o comportamento do ser humano nos últimos anos e tem forte participação nesse contexto.
E como lidar com tudo isso? Daniela Klaiman citou uma série de mindsets. Entre eles, a revolução em busca de bem-estar e saúde (oferecer produtos com sensações e experiências confortantes ao consumidor) e a bioeconomia (produtos dentro das regras cada vez mais sustentáveis).
“Precisamos ir além, romper as bolhas. O futuro não é mais o que seria”, sentencia.
Um dos pontos altos de todos os Congressos da Abit ocorre fora da sala das palestras. Seja na hora com coffee break, na hora do almoço ou no happy hour, é nesse momento que a magia do Networking acontece. E, claro, em Salvador não foi diferente, sendo elogiado por muitos participantes. Os expositores também gostaram da proximidade com o público nesses momentos, podendo apresentar seus produtos e serviços de forma bem descontraída, em meio a água de coco, sorvetes, cocada, música acústica, baiana fazendo acarajé, deixando a conversa mais animada.
O Minas Trend se consolida como o maior salão de negócios da moda na América Latina, reunindo mais de 3,5 mil visitantes e gerando mais de R$ 27 milhões em negócios Sua marca pode estar no centro desse movimento. Participe das próximas edições e faça parte do evento que impulsiona a indústria da moda brasileira.
MINASTREND.COM.BR
AO SEU NEGÓCIO!
100% aderente a todos os processos da cadeia têxtil, da fiação a confecção
100% em Cloud e Web, desenvolvido em Java e plataforma Low Code
Mais liberdade para atender as necessidades do seu negócio.
A Bahia sedia um grande complexo tecnológico que trabalha com diferentes linhas de atuação a favor do desenvolvimento e competitividade das empresas. Fundado em 2002, o SENAI CIMATEC (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia) hoje é considerado o mais avançado instituto de tecnologia e inovação do Brasil, com foco na pesquisa e criação de soluções para diversos setores.
Empresas do setor têxtil e de confecçãoat que participaram do Congresso Interna-
PARCERIA E SUSTENTABILIDADE: TRANSFORMANDO O FUTURO DO TÊXTIL
Quem esteve no Congresso Internacional ABIT 2024 pôde conferir de perto as bolsas que conquistaram os congressistas.
Elas foram produzidas com a Sarja Work dos Tecidos Constâncio Vieira, desenvolvida com a química responsável CHT, incluindo os corantes da linha BEZAKTIV, que garantem cores intensas e duradouras, reduzindo o consumo de água e energia.
Parcerias de sucesso refletem o compromisso de empresas engajadas com um futuro mais sustentável da indústria têxtil. Essa é a verdadeira sustentabilidade!
cional Abit 2024 teve a oportunidade de conhecer de perto, em 1 de novembro, parte das atividades desenvolvidas pela instituição. O study tour é uma ação exclusiva proporcionada aos congressistas, um dia após o evento, com o intuito de promover o acesso de empresas a experiências que agreguem mais conhecimento.
A primeira parte do roteiro contou com visita às instalações do SENAI CIMATEC Park que foi inaugurado em 2019 e ocupa 4 milhões de m2 no complexo industrial
de Camaçari. Atualmente 11 grandes galpões estão em atividade, sendo que seis deles são ocupados pela fabricante de automóveis Ford.
Monitorado por especialistas, o grupo pode conhecer na prática como funciona a manufatura aditiva (processo de produção que cria objetos 3D), além de conferir diferentes modelos de planta piloto (instalação para testes e aperfeiçoamento de produtos e processos antes da produção em larga escala). “Recebemos as demandas do mercado, indústria, governo e sociedade e desenhamos propostas de projetos e soluções”, sintetiza Ricardo Russel, gerente Executivo do SENAI CIMATEC.
A agenda do study tour também incluiu a ida aos laboratórios e projetos em andamento no SENAI CIMATEC, em Salvador. Os empresários foi recebido no espaço dedicado à primeira fábrica modelo 4.0 do hemisfério sul, na área de design de produto, robótica e sistemas autônomos. Eles ainda tiveram acesso aos laboratórios de ensaios mecânicos onde são realizados testes de torção, atrito e dureza do material analisado, entre outros. Destaque para o centro de supercomputação que abriga máquinas com altíssimo desempenho, como a yemoja, ogun e ogbon. Elas figuram no ranking dos maiores computadores do mundo pela capacidade de processamento, entre outras características.
Jolitex: 60 anos de excelência em nossos produtos.
Com um compromisso contínuo com a inovação e o bem-estar, nossa ampla linha de produtos, que inclui cobertores, tapetes e acessórios, tem sido uma escolha con ável para tornar os lares mais aconchegantes ao longo dessas seis décadas.
Esta revista é uma publicação da Área de Comunicação da Abit