Consumidor do Amanhã: novos comportamentos, tendências e impactos no setor
Painel 01 | Mercado: das fronteiras às portas
Sessão especial | A importância das políticas
Painel 02 | Consumo: valores e conceitos
Painel 03 | Tecnologia, Integração e Organização em redes
Sessão especial | Aliança pela descarbonização na moda
2 A evolução das Dinâmicas de Mercado na Omniera
Plataforma inédita ABIT.IEMI.io é lançada no Congresso
Painel 04 | Materiais Avançados: oportunidade, parcerias e competitividade
Sessão especial | A importância das Parcerias Público-Privadas
Painel 05 | Ações Colaborativas de Conhecimento
Painel 06 | Conexões para a Sustentabilidade
Palestra encerramento | ESG, Liderança e Estratégias de Negócios
IDEIAS NO PAPEL
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COMPARTILHAR, INTEGRAR e vencer barreiras na jornada
O Congresso Internacional Abit 2023 realizado nos dias 8 e 9 de novembro, na sede da Fiesc em Florianópolis, SC, consolidou a conclusão inevitável para as empresas do setor têxtil e de confecção que almejam sobreviver e crescer: juntar forças, colaborar, compartilhar investimentos e conhecimentos para romper barreiras, sejam elas internas ou externas ao Brasil.
Painel após painel, os temas focados em varejo, indústria e comportamento de consumo permeavam as questões da agenda ESG, tornando a sustentabilidade uma orientação geral para os planos estratégicos de competitividade das empresas. Mais de 400 congressistas, 34 palestrantes entre nacionais e internacionais, além de 75 patrocinadores, responderam às pesquisas instantâneas sobre o entendimento acerca de todas as complexidades envolvidas quando se desenha o futuro de uma das maiores cadeias produtivas do setor têxtil e de confecção do planeta. Na sequência, algumas das questões:
Quando perguntados sobre “qual a principal barreira enfrentada para uma maior integração e cooperação dentro do setor?” 44,7% dos congressistas apontaram que o mindset das organizações e os atores-chave são os maiores empecilhos de avanço.
Já quando perguntados “quais as ações estratégicas consideram mais importantes para o futuro do setor?” 32% responderam que impulsionar a integração e a cooperação entre governos, associações, sindicatos patronais e de traba-
lhadores na construção de políticas públicas aceleradoras da competitividade e da inovação é o mais urgente.
Em outra pergunta foi questionado “como promover, de forma tecnológica e organizada a integração de uma rede de têxteis e confeccionados, desde as matérias-primas até o pós-consumo? 32,1% dos congressistas responderam que através da adoção de tecnologias de rastreabilidade e transparência, que permitam o acompanhamento da trajetória de cada produto ao longo da cadeia de valor.
Na questão “como fomentar práticas conjuntas que viabilizem um futuro regenerativo, sustentável e de circularidade? Quase 40% dos participantes votaram que o desenvolvimento de sistemas eficazes de reciclagem e reuso de têxteis é a solução. Isso pode incluir programas de coletas de roupas usadas, parcerias com organizações da sociedade civil e a criação de infraestrutura para reciclagem de fibras têxteis.
Essas foram apenas algumas das perguntas e respostas das várias questões que a pesquisa instantânea promoveu ao longo do Congresso, dando um retrato muito claro dos gargalos e das oportunidades dentro do tema sustentabilidade do setor. Ou seja, a maioria sabe qual é a direção a ser tomada nas empresas, mas principalmente, que é uma jornada que “ não tem fita de chegada, apenas faixa de largada” como sempre citou Fernando Pimentel, diretor superintendente da Abit.
A Vicunha é a primeira fabricante brasileira de denim a utilizar algodão regenerativo em sua produção
Em parceria com a Scheffer, a iniciativa é um marco na história da indústria têxtil brasileira e demonstra o compromisso com a preservação do meio ambiente, contribuindo, de fato, para um desenvolvimento econômico sustentável.
Também somos a única fabricante a conquistar a certificação Regenagri!
Quer saber mais? Acesse nosso site e acompanhe nossas redes sociais para acompanhar esse e outros lançamentos! @vicunhabrasil
1º DIA 08/11
Começa hoje o Congresso Internacional Abit
Começou hoje (8) e vai até amanhã a oitava edição do Congresso Internacional Abit, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. O térreo da sede da Federação das Indústrias de SC (FIESC) se transformou num portal azul recebendo todos os mais de 400 congressistas que já visitam os expositores e patrocinadores do evento. Com vários painéis e palestras durante os dois dias de evento, as pessoas também participarão de pesquisas com resposta consolidada em tempo real, além de momentos de networking como almoços e coquetéis. Diariamente, no final do dia, uma live de 15 minutos no canal Youtube da Abit, irá trazer os destaques do dia. Na abertura do evento, representantes e autoridades deram as boas-vindas.
“Sejam todos bem-vindos à oitava edição do Congresso Abit, obrigado por prestigiarem este evento que levou um ano para ser construído. Redes, Conexões e Fronteiras, nosso tema deste ano, busca encontrar os melhores caminhos para a agenda da competitividade e sustentabilidade. São 25 mil empresas T&C distribuídas em todo território nacional, gerando emprego por toda a
cadeia produtiva. Cadeia esta que está entre as 5 maiores do mundo. O Brasil produz mais de 9 milhões de peças por ano, mas estamos perdendo competitividade, do nosso país e das nossas empresas, em função da competição mundial e custos de produção do Brasil. Precisamos continuar lutando por uma produção mais isonômica, especialmente na área tributária, pois a concorrência internacional é um caminho sem volta. Voltei do IAF e todos os países estão nesta posição de ganhar competitividade com sustentabilidade. Nosso Congresso irá tratar das redes, das conexões e das fronteiras que precisamos promover e ultrapassar para conseguir caminhar nesta jornada. Tivemos várias mãos construindo esse evento, apoiadores e patrocinadores que são muito importantes, para que os conteúdos possam nos orientar e nos colocar na vanguarda do conhecimento para um futuro melhor. Que possamos fazer muito networking e nos inspirar e nos energizar com tudo que será falado aqui. Sucesso e bom Congresso a todos” Fernando Valente Pimentel - Diretor Superintendente e presidente emérito da Abit
“não preciso falar da importância do setor têxtil. Temos empresas bicentenárias aqui em SC. A reindustrialização inteligente, com inovação e sustentabilidade, que são os dois focos no cenário atual, deve levar em conta a agenda ESG e a concorrência internacional. Temos que levar em conta o e-commerce internacional que veio para ficar, e não esquecer da responsabilidade social. Se puderem fazer uma visita às empresas de Santa Catarina seria interessante para que os empresários catarinenses, que investem muito em tecnologias, possam inspirar a todos. Desejo um bom Congresso a todos.
Espiridião Amin - Senador, coordenador no Senado da Frente Têxtil José Alencar
O Setor T&C é dos mais importantes dentre os setores de SC, e o principal empregador. Para nós é uma honra receber tão importante Congresso que irá impactar nos negócios dos empresários têxteis. A FIESC é a segunda maior federação, atrás só de SP, e está muito envolvida com o setor têxtil pela importância que ele tem, razão pela qual temos uma câmara da moda muito atuante. Ficamos honrados em sediar o Congresso Abit, contem com a gente e é um prazer recebe-los. Desejo um bom evento a todos
Mário Cezar de Aguiar - Presidente da FIESC
Boas-vindas a todos em nome do Governador de SC, Jorginho Mello. Boas-vindas, especialmente
às mulheres, pois reconheço a importância delas em tudo. Acredito que o setor público tem que incentivar o desenvolvimento das empresas. O papel do Estado é apoiar a indústria têxtil, que é muito forte, e se depender de nós, seremos protagonistas desta indústria. Falar de redes, conexões e fronteiras tem tudo a ver com planejamento, onde fazemos todas as conexões. Contem com a nossa parceria, juntamente com a Federação das Indústrias e tenham um bom evento.
Edgard Usuy - Secretáriodo Planejamento do Estado de SC
Agradeço a sensibilidade da Abit em fazer a 8 edição do Congresso aqui em SC, assim como agradecer ao presidente Mario Cezar, da FIESC, todo o apoio para esta edição emblemática. Como participante da Câmara da Moda da Federação, confrontei a necessidade de aumentar as exportações, para não ter que sofrer com importados sendo competitivos aqui. Nossa cadeia aqui no Estado reúne 9 mil empresas, a maioria são microempresas e é um desafio chegar a todas. Por isso, é tão importante a realização do Congresso aqui para mostrarmos um pouco a nossa capacidade de articulação com a cadeia têxtil catarinense, com a FIESC e com o governo. Obrigado pela presença de todos e desejo que aproveitem bem as palestras e os contatos nos corredores.
Giuliano Donini - CEO da Marisol
RICARDO CONTRERA MOSAICLAB
Consumidor do Amanhã:
novos comportamentos, tendências e impactos no setor
A Mosaiclab realiza pesquisas de comportamento em todo o mundo e, para o Congresso, trouxe a última pesquisa feita com consumidores de moda latino-americanos.
Em 2020, os setores de vestuário e cosmético eram os que as pessoas mais afirmaram ter o desejo de consumir em 5 e 10 anos próximos. Geralmente, após uma crise, como Guerra, a moda se adapta à nova realidade. Este movimento está se repetindo, especialmente depois da pandemia. As pessoas querem se mostrar. Esses consumidores são mais jovens e earlyadapters de moda, comprando muito mais online e por apps e se informando por redes sociais. Dão muito importância à produtos e embalagens recicláveis ou já reciclados. São tecnológicos ao ponto de querer ter experiência em loja física, mas não ter contato com vendedores, no máximo, uma inteligência artificial. Esta e outras tendências como Hyper Convenience, SpaceReframing, HumanSustentability, GenuineInclusion, SmartSustentability, Global Tech-Sharing e Mindcraft foram apresentadas nesta primeira palestra do Congresso.
Mercado:
DAS FRONTEIRAS ÀS PORTAS
Esse painel, mediado por Giuliano Donini, Marisol, trouxeinformações e cases internacionais e brasileiros para mostrar como as empresas estão rompendofronteiras e fazendo conexões. Inicialmente, Cem Altan faz uma contextualização sobre os desafios das confecções no mundo. Na sequência, Renner e Cataguases falaram com estão compartilhando tecnologias e responsabilidade social.
As dificuldades após a Covid 19 aumentaram muito para as empresas do mundo todo. O IAF temorientado os fabricantes a se tornarem cada vez mais sustentáveis, investir em máquinas com menor impacto de resíduos ou de uso de energia e redução de CO2 em toda a cadeia produtiva, mas, segundo Altan,as empresas não estão conseguindo sozinhas. Há necessidade do apoio dos governos para conseguir melhorar os índices que haviam sido previstos antes da pandemia.
A taxa de crescimento na União Europeia em 0,8% em 2023 e 1.4% em 2024 com uma taxa de inflação respectivamente em 6.5% e 3,2. Essas são taxas que impactam muito as empresas que reduziram muito os investimentos. “Se as empresas não vendem, não podem investir. Será difícil alcançar as metas que a UE impôs até 2040 de sustentabilidade”.
A mudança de mercado consumidor e de fornecedores tem movimentado muito o cenário e criado oportunidades, principalmente para China, América Latina e, neste contexto, para o Brasil também.
A palestra do executivo da Renner abordou a concorrência com as plataformas internacionais e o quanto é difícil trabalhar no Brasil com uma fiscalização muito intensa, mas só para os empresários
brasileiros. Costa falou que para ser uma cadeia de produção e de varejo forte precisaremos ganhar o mercado internacional.“Não podemos esperar pelo governo e pelas mudanças tão necessárias, mas por hora podemos torcer para ele não nos atrapalhar muito”. Costa falou dos investimentos em tecnologiapara arquivo 3D de tecidos, de criação e ajustes de roupas, onde a modelagem é ajustada conforme dados colhidos com os clientes e rapidamente os fornecedores alteram a roupa.“Temos puxado o uso da tecnologia com nossos clientes e nossos fornecedores, inclusive no uso de dados capturados de tendênciasna Europa peça a peça, bem como nas araras e estoques de todas as lojas Renner e juntando todos esses dados com o mapeamento de redes sociais, para gestão dos produtos”. Costa ainda refletiu com os congressistas que algumas tecnologias não precisam ser compradas individualmente, mas compartilhada entre as empresas e que, mesmo a última tecnologia não pode perder de vista, antes de tudo, a qualidade.
Com 85 anos, a Cataguases trouxe o case do processo de mudança de mindset da empresa, onde problemas de burocracia na comunicação, de falta de colaboração interna, dentre outros, foram trocados por um olhar mais de rede e colaborativo, criando oportunidades de diálogo, flexibilidadee inovação, ressignificando o propósito da empresa. “Começamos a olhar para o Brasil de uma forma muito aberta, trazendo para nossoobjetivo ser uma indústria de possibilidades de produtos e serviços. Neste contexto, olhamos para o agronegócioe a sustentabilidade ambiental e social para criar o projeto (ilu)miara, onde apoiamos o trabalho social do algodão orgânico favorecendo 60 famílias, junto com a Dalila Têxtil”.
CEM ALTAN
HENRY COSTA
TIAGO INÁCIO PEIXOTO
Sessão especial
A importância das políticas industriais
Organismos públicos expuseram a forma como o governo tem visto e operado para aumentar a competitividade das empresas brasileiras. Ronaldo Carmona, da FINEP, explorou as oportunidades junto à Fundação para as empresas que buscam digitalização e sustentabilidade. Já Samantha Cunha, da CNI, abordou as megatendências da indústria e a agenda de trabalho dentro dessas premissas buscando uma indústria mais forte, inovadora, sustentável e integrada. Para tanto, explicou várias iniciativas com injeção de recursos na indústria realizados em 2023. João Paulo Pieroni, do BNDES, também trouxe as linhas de crédito atuais, mas foi questionado pelo mediador Fernando Pimentel sobre as garantias exigidas. “A Abit entrou com um projeto mostrando que é possível entrar com maquinários, o parque textil das empresascomo de garantias” explicou Pimentel aos representantes Finep, CNI e BNDES, que reconheceram o gargalo e afirmaram que estão tentando solucionar esta curva de rio que empoça recursos. “FGPac, fundo permanente garantidor, criado na Pandemia e que está servindo de modelo. Segundo ponto, estamos assumindo riscos maiores para projetos de inovação, que nem garantias serão pedidas” explicou Pieroni.
www.abdi.com.br
Consumo:
VALORES E CONCEITOS EMERGENTES
Este painel, mediado por Giuliano Donini, presidente da Câmara de Moda da FIESC, trouxe um termômetro do comportamento do consumidor, que hoje não precisa ser famoso para ser ouvido, não precisa ser rico para virar influencer e cobrar sustentabilidade, mesmo sem ter renda para adquirir produtos da economia verde. O produto tem que partir do consumidor e não dentro da empresa. Entender a miscigenação de corpos, por exemplo.
Cocriação, perspectivismo e transversalidade, relevância. Esses são os pilares para as empresas na relação com os consumidores.A Aspiração das pessoas dialogam com o propósito delas e não somente com as questões de salário. Segundo Renato Meirelles, estamos na era do empreendedorismo, concentração de riqueza, trabalho híbrido, equilíbrio salarial, transferência de renda e escolarização crescente, mas estamos indo para a
era do remunerar para preservar, remunerar para gerarvidas (ser mães), na era da economia dos dados e flexibilidade de trabalho. “O braço de ferro entre o ontem e o amanhã está acontecendo hoje. Não é porque as pessoas falam, mas não praticam a sustentabilidade que isso não é importante. A Tecnologia vai baratear esses produtos e, quando todos tiverem dinheiro, produtos e empresas devem provar que são responsáveis, pois sem issovai sentir o impacto grandioso” conclui Meireles.
“Como é que uma pessoa do segmento sintético tem a cara de pau de vir aqui falar de sustentabilidade?” assim começou a palestra da vice-presidente da Lycra Company, já explicando que, há muitos anos, o consumidor exigia uma lycra®que não degradasse e assim foi feito. Produto consolidado, agora a marca investe em pesquisa para sua reciclagem. “Vamos trazer o fio QIRA®, que será lança-
do no mundo todo, que é o fio à base de milho que será a nova geração para o fio Lycra®bioderivado. bem breve, até o final de 2024. Este fio mantém as mesmas qualidades do fio normal, masmas reduzirá em 44% a pegada de carbono” anunciou Morasco. A empresa ainda falou dos fios, como poliéster de pet, que são recicláveis e reciclados.
Dois franceses vieram para o Brasil e, inspirados na vivência com a natureza e as comunidades da Amazônia, desenvolveram um tênis sustentável, com comércio justo com os seringueiros, colaboradores e clientes. No mundo todo, o tênis verde é conhecido pela marca VEJA, mas no Brasil, não podendo usar o nome, foi criada a marca VERT. “Vamos para o campo para checar toda a rastreabilidade da borracha que os seringueiros produzem, isso é transparência ao máximo”. Os franceses ainda são os donos e têm Zeroinvestidores, Zero
Estoque e Zero publicidade. Sim, todos os famosos que usam VERT não recebem um tostão da marca e nem ganham os produtos. Eles realmente entendem o propósito. A obsessão pelo meio ambiente vai desde a produção de borracha nativa (sem mudar o bioma), plantação de algodão orgânicosequeiro com culturas rotativas através decooperativas, transparência química e reciclagem. “Floresta em pé não tem preço”, diz Regis.A VERT monitora as florestas onde atuam seus fornecedores, capacita as famílias seringueirase paga 5x mais (mercado paga 2.50 a marca paga 8,50 reais por kg) pela dificuldade da agricultura extrativa.O couro também é rastreado, sendo nativo de biomas com técnicas dentro da legislação. Parte dos lucros são revertidos para muitos projetos sociais. Regis conclui sua palestra citando Chico Mendes “Sem justiça social, ecologia é jardinagem”.
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TECNOLOGIA, INTEGRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO EM REDES
O Painel III, mediado por Fernando Pimentel, presidente emérito da Abit. evidenciou a tecnologia integrando redes de produção, como a plataforma da Amazon, para os varejistas de todos os tamanhos, assim como a plataforma de suply do SOMA e a experiência da plataforma da Vicunha, através de seu Hub de inovação V.Laundry.
O objetivo da Amazon é ser a empresa mais focada no cliente no mundo.Segundo Jeff Bezzos, dono da empresa, o círculo virtuoso da Amazon começa no cliente, no que ele precisa. Sendo assim, a mega varejistaficou 5 pilares de crescimento junto às empresas: fulfillment, AmazonAds, Consistência de ofertas, seleção de produtos e catálogo. Segundo Salles, todo pequeno ou grande cliente pode ter uma páginas exclusiva dentro da Amazon, gratuitamente. “Poucos empresários sabem disso. Queremos dar uma experiência aos consumidores o mais próximo de uma loja física e uma página personalizada traz muito mais ferramentas”. Desta forma, a empresa usa a tecnologia
físicas e produtos digitais durante o Congresso Abit. Com mais de 140 mil interações através de sua loja e canais digitais, a marca vai desenhando a gestão de produtos com dados coletados, com cerca de 5 a 6 algoritmos usados para desenvolver produtos. Calgoroto explicou como funciona a comunicação em tempo real, através de sua plataforma de suplychain, com os fornecedores, controlando toda a produção e eventuais substituições de insumos, compliance de cada empresa e a logística compartilhada com outros parceiros também.Tudo isso para oferecer uma experiência de compra digital e física positiva para cada cliente, potencializando vendas.
Uma das maiores empresas têxteis do planeta, a Vicunha apresentou seu compromisso com a sustentabilidade e inovação no mercado de jeanswear, especialmente através de seu recém-lançado Hub de inovação no Ceará, o V.Laundry, com pesquisas para os mais avançados produtos de denim, como o denim reciclado para fazer novos
Sessão especial
Aliança pela descarbonização na moda
Durante o Congresso foi anunciado o lançamento do Guia Moda e Clima para descarbonização da indústria têxtil e de confecção. A iniciativa é da Abit, ABVTEX e SENAI CETIQT e contou com a consultoria da ReosPartner que, através da Lucilene Dancinger, apresentou todas as etapas de construção do Guia, alguns capítulos como o Inventário de CO2 emitidos e reduzidos por meio do GHG Protocol, dentre outros. É uma iniciativa inédita no setor e, logo após a apresentação, foi disponibilizado um QR Code para os congressistas já baixarem o Guia que é gratuito. “Ninguém estará bem se todos não estiverem. Este é um trabalho de fôlego, mas extremamente necessário para ajudar as empresas neste caminho, e esse é o nosso papel” declarou Fernando Pimentel da Abit. “O GHG Protocol é uma ferramenta muito eficiente para empresas que possibilita gerenciar toda a sua emissão e traçar metas de redução” enfatizou Daniela Cunha, da PVH Corp. Já o presidente da Cedro Têxtil, Marco Antonio Branquinho, falou da oportunidade do Brasil ocupar o lugar de primeira cadeia da moda verde. “O caminho
é se engajar com convicção neste caminho, com dinheiro próprio ou emprestado, ou irá realizar por constrangimento, porque o mercado cobrou” disse Branquinho. Graziela Moretto, da Ufo Way, relembrou as várias inciativas que estão aí, no setor, como certificações, mas é preciso mais. “Reduzir a temperatura do planeta é uma questão de responsabilidade nossa e começa pelas nossas empresas. O tema nos dá a oportunidade de fazer a diferença, nos unirmos e fazer a lição de casa para virar referência. Este Guia é um despertar para muitos” disse Moretto. Por fim, Edmundo Lima, da ABVTEX, falou dos desafios de engajar as empresas, principalmente considerando suas individualidades. Como representante do setor varejista, é um desafio criar esse ambiente de confiança com as confecções de compartilhar informações.“Este Guia ajudará a mapear e construir suas emissões e, assim, planejar suas metas. Parece complexo, mas este trabalho conseguiu colocar de forma simples” conclui Edmundo.
Neste link é possível acessar o Guia
RESENHA
O Congresso Abit buscou compartilhar algumas máximas do dia com o público geral, enviando Boletim de resumo diário. Nesta edição, voltamos também a fazer a live RESENHA, onde um grupo de congressistas e palestrantes conversam sobre o que mais aproveitaram durante o dia de palestras. Essas conversas de 10 a 15 minutos ficaram gravadas e podem ser acessadas abaixo:
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O networking é um dos pontos altos do Congresso, tanto para os congressistas quando para os expositores. No Hall de entrada do auditório, entre um cafezinho e outro ou nos coquetéis no final de cada dia, a conversa descontraída aproximava os stakeholders. Esta é a principal razão pela qual os congressistas pediram, e foram atendidos, para ter Congresso apenas presencial.
2º DIA 09/11
A evolução das Dinâmicas de Mercado na Omniera
O pensamento binário de separar o varejo físico do digital não vinga mais. O consumidor quer tudo ao mesmo tempo agora. O Omnichanel é a estratégia de misturar os diferentes modelos de negócio, facilitando a vida do consumidor e em favor da experiência dele. É o mundo “figital” e não tem volta. O home office impulsionou a Omnicanalidade e 88% das compras hoje são “figitais” após pandemia. Mais de 70% dos consumidores pesquisam na internet antes de comprar e as marcas aproveitam esse momento para oferecer seus produtos. Um exemplo que essa estratégia é funcional está nos resultados do grupo SOMA que,hoje, tem 31% do total de suas vendas feitas no online. Na Arezzo, a participação digital nas vendas das lojas físicas alcançou 56%, pois as vendedoras acionam seus clientes quando não estão atendendo. Por isso,as campanhas de fidelidade estão voltando com muita força, pois o cadastro das pessoas vale dinheiro. É o fim do PDV e o início do OmniPDX, onde o X é a multicanalidade. “Temos que pensar em novas formas de conquistar os mesmos clientes todos os dias. Antes, nosso desafio era fazer o cliente comprar o que vendíamos. Agora, é vender o que o cliente quer do jeito que ele quer e da forma como deseja comprar. A loja física será o apoio do e-commerce” concluiu Marinho.
LUIZ ALBERTO MARINHO GOUVÊA MALLS
Anos
Plataforma inédita ABIT.IEMI.io é lançada no Congresso
Após quatro anos, Abit e IEMI lançam a primeira plataforma aberta gratuita e também para assinantes, de inteligência de mercado do setor têxtil e de confecção brasileiro, o ABIT.IEMI.io. A Plataforma será disponibilizada a partir do início de dezembro. O assinante poderá optar por fazer download de suas pesquisas ou dos conteúdos existentes.A ferramenta permite selecionar produtos, segmentos, períodos de análise e tipo de informação, dentre outras funcionalidades como acompanhar os principais indicadores no Dashboard. As camadas de informações chegam até os municípios do Brasil e mapeiam lojas, fornecedores, empresas, empregos, etc. “Estamos neste Congresso falando de conexões, de fronteiras e redes. Esta é mais uma contribuição da Abit para facilitar esse caminho para o setor” afirmou Fernando Pimentel, diretor superintendente e presidente emérito da Abit.
A ABIT.IEMI.io será gratuito (nível de acesso básico) e terá outros tipos de planos pagos com diferentes níveis de acesso. Associados Abit terão descontos exclusivos. São mais de 1800 produtos mapeados desde 1990. “A Abit é um parceiro de mais de 20 anos e nos apoiou fortemente neste produto que é inédito no mundo” declarou Marcelo Prado, presidente o IEMI.
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MATERIAIS AVANÇADOS:
oportunidade, parcerias e competitividade
Os desafios da sustentabilidade continuaram a ser explorados neste painel, onde parcerias resultam em produtos inteligentes, não só por suas funcionalidades tecnológias, mas por sua viabilidade de ser reciclado, diluído ou reduzir impactos. Desde a área médica, na área esportiva e também no apoio silencioso da área química para tornar muitos desses desafios uma realidade.
A cadeia têxtil e de confecção é muito longa desde a extração de insumos até o descarte do produto usado, sendo desafio de sustentabilidade. Criar fibras mais sustentáveis é eminente. Toda a estratégia da União da Europa tem a ver com o Green Deal e, portanto, toda nossa pesquisa está orien-
tada por esse regulamento. Desde a minimização da extração de recursos até o desenvolvimento de novos produtos e seu descarte, todas as fases são muito pesquisadas.O mundo tem mudado tão rapidamente, mas a tecnologia permite manipular quase tudo em pequenas escalas, desde nanofibras a macrofibras que a própria natureza nos fornece até soluções multiescala que a tecnologia permite criar a partir dessas origens. Mas hoje, a orientação e visa, além das funcionalidades, a redução da pegada de carbono.A plataforma Fibrenamics Green conecta várias empresas para criar simbiose industriais para reciclar diferentes resíduos de diferentes setores da economia. Um exemplo é a cadeia do automóvel fornecendo
DANIA
resíduos para setor têxtil reciclar e fazer novos produtos, como isolamentos e preenchimentos. Fangueiro citou também o uso da caseína do leite para fabricação de nanofibraspara uso na indústria têxtil, através desse biopolímero. Paralelo à sustentabilidade, estão sendo agregadas nas fibras naturais funcionalidades como condutividade, aquecimento, respirabilidade, medicinal, etc., como as fibras celulósicas. Fibras mais fortes que o aço e que não sofrem intempéries a partir de pilares de aço corroídos.“temos pesquisado e lançado muitos produtos inovadores para diferentes áreas e convidamos as empresas brasileiras a participarem da nossa plataforma green” diz Fangueiro.
Buscando criar produtos cada vez mais inovadores para a prática de esportes e seus consumidores, a Decathlon está investindo também na sustentabilidade dos produtos. No vestuário, a oportunidade surgiu para o fitness e moda praia com materiais avançados, mais orgânicos ou mais recicláveis. Além disso, todas as lojas abriram oficinas para conserto dos produtos e torná-los mais longevos. Através do programa Ecodesign, todos os produtos estão sendo revisados e devem melhorar no mínimo em 10% a emissão CO2, devem ser mais duradouros e oferecer reparabilidade. Elastano, poliéster e poliamida são as fibras mais usadas (e bem menos viscose e algodão), sendo o tecido de poliéster o mais utilizado. “agora em moda praia, juntamente com a Lycra Company, conseguimos um fio mais reciclável (T400 ) que é a nossa linha Nabaiji, que mantém todas as funcionalidades que os atletas precisam. O que parecia impossível, agora está se concretizando de forma rápida, mas o
jogo não está ganho. Por hora, estamos reduzindo impactos e reforçando o reclycling” cita Hage.
A CHT iniciou sua apresentação falando da necessidade de colocar a área química em seu devido lugar na cadeia têxtil, considerada por vezes um problema no cenário ambiental. O palestrante reiterou a grande responsabilidade do setor químico com a sustentabilidade e segurança ambiental, pois sem a química não haveria setor têxtil. “A química tem sido considerada vilão, mas sem ela não há também solução. Ela é a trama silenciosa por trás de tudo que nos rodeia” afirma o executivo Leonardo Salles da CHT. Com o slogan “tudo é química” a CHT evidenciou a presença de química a partir do átomo e, portanto, não haveria vida sem ela. Exemplo de química que vem garantindo sustentabilidade é a geração de energia a partir do hidrogênio verde. A química tem sido muito útil nas reciclagens, como um amaciante à base de silicone descartado (milhões de capas de celulares saíram do lixo) que o setor têxtil vem usando e também nas residências. O uso de produtos bio-base em substituição às bases de petróleo chegam a 74% de redução de GEE. “As parcerias com produtores locais ou globais têm conseguido reduzir água e energia a partir de desenvolvimento químico para esses parceiros. Atendemos necessidades específicas. A própria sacola entregue para vocês neste congresso foi feita a partir de tingimento bio-base” informa Salles. O propósito da química têxtil, segundo o executivo, é estar alinhada aos propósitos das empresas e cocriar produtos,conclui.
Sessão especial
A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Atuando entre o público e o privado, a ApexBrasil apresentou seus resultados em 2022 ao apoiar exportações das empresas brasileiras e investimentos no Brasil. Até o momento, os resultados da Agência só crescem:foram 14.462 empresas atendidas de todos os setores da economia,além da atração de US$ 7,4 bilhões em investimentos e a geração de mais de 5 mil empregos. A Apex atua em duas frentes para atender as empresas: o PEIX que capacita exportadores e os Projetos Setoriais, como o Texbrasil para a indústria têxtil e de confecção que existe há mais de 20 anos. “O Texbrasil é uma ponte que liga empresas a compradores em todo o mundo e hoje são 388 empresas apoiadas que representam 57% das exportações do setor. É um mito achar que exportação é só para os grandes. Temos várias pequenas e microempresas dentro do Programa” enfatizou Mariele Christ, Gestora de Projetos da Apex. A executiva mostrou os resultados de 20 anos do Texbrasil, com mais de 1.900 empresas já atendidas, cerca de US$ 10,5 bilhões em produtos exportados, 504 feiras internacionais que geraram US$ 460 milhões em negócios, atuando em cinco pilares: cameba, têxtil, confecção, TT e NT. “Estamos à disposição, através do Texbrasil, para as empresas que desejam exportar, de qualquer porte, capacitando e aproximando dos mercados-alvo de cada pilar” conclui Christ.
O Sebrae apresentou a importância das micro e pequenas empresas na economia nacional,
inclusive para geração da maior parcela dos empregos do País, porém também abordou os ciclos de sobrevivência dessas empresas. “Pensar em internacionalizar uma marca pequena é aumentar o tempo de vida dessa marca e até torná-la uma grande empresa. Quem está preparado para exportar, está preparado para o mercado nacional” afirmou Anacleto Ortigara, do Sebrae. A Abit possui um convênio com o Sebrae chamado Vista Brasil que tem capacitado, promovido negócios e até levado empresas para feiras internacionais.
Nesta sessão, Giuliano Donini, presidente da câmara da moda da FIESC, apresentou os cenários das milhares de pequenas empresas do setor têxtil e de confecção de Santa Catarina e seus imensos desafios, semelhantes ao que acontece no resto do Brasil. Participam da Câmara 168 empresas e sindicatos do setor que elencaram 10 prioridades urgentes para o setor. A atuação da câmara também envolve defesa de interesse em assuntos como reforma tributária, competitividade e temas legislativos do Estado, através da Federação.“A FIESC apoia a câmara na formação de costureiras, com empresas madrinhas, com núcleo de negócios e com o D.Lab com oferecimento de dados públicos e privados para a construção de estratégias. Desta forma, a Federação tem se mostrado mais sensível às demandas das empresas e investido nessas necessidades” disse Donini.
Valorizar a moda vai muito além das vitrines. É levar desenvolvimento a toda CADEIA PRODUTIVA DO SETOR.
MARIELE CHRIST
ANACLETO ORTIGARA
GIULIANO DONINI
MARÍA LUISA MARTÍNEZ
GABRIEL VETTORAZZO
ANDREW DENT
FERNANDO SIEBERT
AÇÕES COLABORATIVAS DE CONHECIMENTO
Explorando duas iniciativas internacionais e uma nacional, este painel, que contou com a mediação de Giuliano Donini, presidente da câmara da moda da FIESC, detalhou como a Global Fashion Agenda (GFA) tem construído e partilhado regulamentos de sustentabilidade pelo mundo e boas práticas. Já a OIT apresentou o programa SCORE com riqueza de detalhes sobre o ambiente encontrado dentro das empresas. Por fim, o SCMC mostrou como a plataforma vem ajudando as empresas associadas através da cooperação, compartilhamento e parceria com empresas e academia.
Após apresentação da GFA e sua academia, Diez detalhou ações mais específicas como a importância do Summit de Copenhagen que é específico de moda. Dentro das ações do GFA foram abordados os programas de capacitação e publicações da entidade, dentre eles o GFA Monitor que é anual, lançado em 2022, além do documento que é enviado para CEOS do mundo todo do setor têxtil. O GFA tem cinco prioridades: respeito e segurança ambiental, melhor sistema de salários, recursos de gestão, escolha de materiais inteligentes e sistema de circularidade. A GFA oferece em seu site ferramentas para melhores práticas e referências para aprofundamento em diversos temas. “Atualmente, também entramos na área política a partir do Summit, colocando na mesa os pontos importantes e sensibilizamos os políticos. Realizamos Fóruns para debater as questões regulatórias e disponibilizamos em nosso site as publicações dessas regulações, que no caso são duas: regulações da UE e dos Estados Unidos. Espero que vocês possam acessar” concluiu Diez
Foi abordado nesta palestra a experiência brasileira com o SCORE, que é uma pesquisa que mede a competividade responsável das empresas, específico sobre as políticas de trabalho, no setor têxtil. Foi importante entender os formatos da cadeia, como subcontratos, representantes, terceirizados e celetistas. Com recursos do Ministério Público do Trabalho, o SCORE foi iniciado em São Paulo, com 15 empresas apresentadas pela Abit e Abvtex que deveriam fazer parte das duas entidades. Dessas, 8 finalizaram todo o processo de capacitação e implementação de sugestões da consultoria que conta com três visitas técnicas da OIT, o que envolveu mais de 70 visitas pessoais e impactou diretamente mais de 1240 trabalhadores, sendo 82,7% de mulheres. “Trabalhamos os canais de comunicação para ser fluido, melhorias no local de trabalho, relações laborais, diversidade, inclusão, equidade, dente outros” explicou Vettorazzo.O Score começou em junho e os resultados consolidados serão apresentados na segunda quinzena de novembro, no Senai Cetiqt. Alguns dos desafios encontrados e citados
pelos consultores foram: falta de engajamento, cronograma muito justo sem espaço para imprevistos, deficiências não previstas no planejamento, baixa capacidade de precificação, falta de mão de obra, falta de cronometragem por peça, entre outras. “O aumento da competitividade foi um dos ótimos resultados que conseguimos com essas empresas, além da melhoria das relações trabalhistas e melhora da entrega da produção. Esperamos maior engajamento dos empresários para uma nova rodada do Score e conseguir maior tempo de treinamento dos funcionários. Da nossa parte, a OIT está conversando com Abit e Abvtex em como maximizar a consultoria, visando não ocupar muito tempo dos empresários” explica Vetorazzo.
Sediados em Nova York, a MaterialConneXion visa a circularidade dos materiais e temos uma grande biblioteca e base de dados para consulta de nossos produtos lançados. Nossos clientes de vestuário encontram uma grande base de dados, de mais de 10 mil materiais que podem ser consultados. Não é preciso reinventar a roda o tempo todo, mas ver o que os outros já fizeram tanto em insumos, produtos e embalagem. Para escolher um material é preciso entender a fundo o ecossistema daquele material, o ciclo de vida e setores que também utilizam para compartilhamento e reciclagem. A Material ConneXion tem pesquisa global desses materiais não só para moda, mas também eletroeletrônicos, calçados, embalagens, cosméticos e como eles podem se correlacionar. “Buscar parcerias com outros setores tem sido uma maneira promissora para a reciclagem de materiais” diz Dent.
Com quase 20 anos de existência, a plataforma SCMC tem 28 empresas associadas e mais de 20 instituições de ensino superior. Com o propósito de estimular ambientes inspiradores, a plataforma conseguiu reunir empresas que antes se viam apenas como concorrentes e, hoje, se consideram um grupo de empresas que buscam inovar, compartilhar e tornar o setor T&C de Santa Catarina o mais pujante do Brasil. Para tanto, realizam reuniões para compartilhar banco de talentos, acelerar transformação digital e pensar junto a circularidade dos produtos. No programa VIP (Very Important Industry) são realizadas visitas detalhadas dentro das empresas que são referência em boas práticas. Já o programa Moda Amanhã é a parceria que temos junto com as Universidades onde alunos e professores desenvolvem projetos para as empresas associadas do SCMC. “Gostaria de convidar todos a conhecerem o SCMC, nos visitarem, pois será um prazer receber e compartilhar” finaliza Siebert.
CONEXÕES PARA A SUSTENTABILIDADE
Os desafios de reciclagem são globais. Neste painel, duas empresas estrangeiras e uma brasileira apresentam suas soluções e barreiras, à luz da legislação da Europa e do Brasil. A Capricórnio mostra suas boas práticas e projetos ainda em desenvolvimento, a americana Unifi apresentou o fio mais reciclado do mundo e a sueca Sysav trouxe a solução de triagem automatizada de retalhos têxteis.
Para os desafios da reciclagem, a primeira ação da Capricórnio foi melhorar a comunicação educativa, não só do descarte dos materiais da empresa, mas também a prática individual fora do trabalho de todos os colaboradores. Neste ano, a empresa lançou seu primeiro relatório de sustentabilidade em 2022, mesmo não sendo obrigados por lei, o incentivo do Pacto Global e da Liga de Sustentabilidade da Abit foram fundamentais para a iniciativa da publicação. A Capri, como é chamada pelo diretor, falou da experiência com a plataforma “a-terra” para disponibilizar os resíduos da produção e as ações de circularidade da empresa, como: projeto resíduo zero realizado em parceria com uma fiação para gerar novos produtos e uso de fibras certificadas. O descarte de lodo químico e pó de algodão tinto são os maiores desafios da empresa e projetos estão sendo desenvolvidos,
como uso do lodo para geração de biogás. “Não adianta lutar contra as mudanças. Precisamos nos adaptar para sobreviver” concluiu Bordignon
Abordando o fio sustentável REPREVE, o executivo da UNIFI iniciou sua apresentação elogiando a criatividade dos brasileiros que puxou os lançamentos da Unifi para atender as demandas dos empresários. A empresa já reciclou mais de 35 bilhões de garrafas Pet para criar o REPREVE e está na busca incansável de continuar nesta tendência. “Acreditamos que não é só uma questão de lucros, mas acreditamos em conciliar propósitos com nossos clientes” disse Ingle. “Nosso carro-chefe é o polyester REPREVE e hoje estou usando roupa e sapato com este fio reciclável” completou. A empresa levou três anos para dar uma solução aos resíduos até chegar no REPREVE. O fio mais reciclável do mundo é também o mais caro, mas os consumidores estão dispostos a pagar e empresas como a Patagônia, Target, The North Face, Asics, Adidas, dentre outras, também pagam mais por este fio reciclável e feito de garrafas pet. Os resultados de impacto ambiental alcançaram 1,05 tonelada de GEE retirados do ambiente.Ingle citou ainda o case da empresa brasileira Döhler que investiu neste fio.
Milhões de roupas e resíduos são descartados em aterros anualmente. Porém, mais que 97% são fibras virgens, pois menos de 1% das empresas reciclam, sem contar 12% de 141 milhões de toneladas descartadas que são perdidas na produção. As pessoas usam no máximo 7 vezes em média as suas roupas e já descartam.As empresas enfrentam grande fluxo de materiais residuais e o desafio de triagem como seleção de retalhos que utilizam misturas, mas é difícil a olho nu identificar composições. Estava faltando automatizar essa parte. A Syptex, da empresa suecaSysav, se coloca como o novo elo que pode ajudar as empresasneste desafio já que promete reciclar com muita eficiência automatizada a separação de resíduos, sendo ganhadora de vários prêmios por conseguir reciclar diferentes materiais, de roupa a carpetes. “Ainda temos o desafio de conseguir reciclar materiais que retardam chamas ou que têm muitas camadas, como algumas roupas. As principais barreiras da circularidade pós-consumo são as fibras mistas. O têxtil tem baixo valor, então precisamos de um grande volume para lucrar algo. Estamos esperançosos nos planos de grandes marcas, como Inditex, que almejam organizar essa reciclagem de roupas” explicou Vilén, que enfatizou a necessidade de aumentar escala e desenvolver o uso de inteligência artificial nos processos.
ANNA VILÉN
EDDIE INGLE JOÃO BORDIGNON
RACHEL MAIA
RM CONSULTING
ESG, LIDERANÇA E ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
Primeira presidente mulher e negra de muitas empresas, Rachel Maia é conselheira e consultora de várias corporações, como grupo SOMA, sempre focando nos temas de reciclagem e inclusão, especialmente em varejo de moda. Nesta semana em que também está acontecendo o SPFW, Rachel citou que desfiles onde tecidos e roupas não trouxeram seus registros sustentáveis, provavelmente não vão vender. A COP 30, marcada para acontecer na Amazônia, precisa receber grandes exemplos de inovação e transformação, segundo a palestrante, mas ela sabe que será duro, pois é necessário investimento. Participante de cinco Conselhos Administrativos, como o do Banco do Brasil, Rachel acompanha de perto a dificuldade dos pequenos empresários. Porém, também no Conselho da Vale, observa uma outra conversa e outro olhar, com dificuldades diferentes. Em um ano e meio, as empresas deverão trazer em seus produtos o rastreio de quanto foi usado de água e só irá transitar no mercado se também trouxer no seu RG as ações in e out de sustentabilidade (dentro e fora da empresa). “Se você não tem pluralidade de raça, de deficiência, gênero, seu produto não será chancelado para venda. São pontos que são críticos e o tempo está correndo” alerta Rachel. “A transformação é uma jornada e as empresas estão trabalhando, dependendo às vezes do fornecedor, e isso não é ser Greenwashing (criar uma imagem sustentável que não é real na prática). Empresas que estão trabalhando e têm suas metas, ainda que longe de outras, não são greenwashing. Todos nós estamos neste processo, pois não basta assinar o Pacto Global, tem que estar na jornada”. Rachel fala de letramento e não de treinamento, ou seja, letramento como desconstrução e isso não é fácil, chegando a ser doloroso e de movimentos diários. “Não é só o agro que é pop, a mineração também é pop porque emprega e transforma. Quem gera emprego é pop, como o têxtil. Eu sou coordenadora de sustentabilidade Global pela ONU e é sobre transformar vidas que estamos falando”. Mudar mindset de empresário é estar na jornada. “Mulheres devem se posicionar e, ocasionalmente, serão excluídas das rodinhas, mas não devem desistir. Se não mudar, é porque não te cabe. Mas, não devemos deixar de falar. Isso serve para questões como gordofobia, pois não sou eu que tenho que emagrecer, são eles que têm que me atender e com produtos sustentáveis”
Palestra de Encerramento
Apresentação dos projetos de inovação do Senai e do Sebrae Florianópolis e visita à linha de produção Lab.Faber 4.0 do CERTI
DE IDEIAS NO PAPEL ATÉ GRANDES EMPRESAS INTERNACIONAIS A
jornada de startups em Florianópolis
Realizado tradicionalmente no dia seguinte ao fim do Congresso, o Study Tour é uma oportunidade de aproveitar a viagem e participar de uma exploração organizada ao que a cidade que sediou o evento apresenta de inovação tecnológica. Portanto, no dia 10/11, para os que puderam ficar um dia a mais na capital catarinense, o Study Tour promoveu um mergulho nos centros tecnológicos de Florianópolis que estão borbulhando de novidades.
Sede do projeto Celta que abriga startups de tecnologia
A primeira parada do grupo foi no lugar onde o Congresso foi sediado, na FIESC, porém, alguns andares acima. A Câmara da Moda guiou os participantes pelos serviços oferecidos às empresas da região, através do Sistema MBR Priori de Moda, como aceleração, gestão, área jurídica, inovação, sustentabilidade dentre outras capacitações. Também foi mostrado para o grupo o Observatório FIESC que reúne em uma sala adaptada mais de 10 telas com diversas informações do mercado local, estadual e nacional, por setores, com filtros de pesquisa. Parte do Observatório, inclusive, está disponível no site da Federação, bastando preencher um cadastro.
A próxima parada foi em um dos Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras- Certi, para conhecer o projeto Celta que seleciona, abriga e acelera startups, fornecendo toda a infraestrutura e desafios de gestão para chegar na sustentabilidade aos dois anos, quando então a startup sai do período de incubação e está pronta para enfrentar o mercado. Assim nasceram várias grandes empresas de SC, como a Audaces, por exemplo, que hoje é uma multinacional. O grupo foi apresentado à
4FeedStock que é uma das várias Startups que estão lá no espaço, voltada para tecnologia e inovação em sustentabilidade. Ou seja, fazem projeto para reciclar qualquer coisa que a indústria pedir. O setor têxtil é um dos clientes dessa Startup.
A empresa TNS Nano abriu suas portas para mostrar um pouco das tecnologias que desenvolve como antivirais e biodefensivos agrícolas, dentre outras pesquisas. A empresa apresentou o laboratório, apenas na parte externa, explicando alguns experimentos e fez demonstração de um piso com e sem tratamento bactericida, elucidando o uso de um dos muitos produtos que pode ser aplicado em diferentes superfícies e setores, além do têxtil.
Após o almoço, o Study tour fez sua última parada no prédio que abriga laboratórios de produção do Certi, de Projetos de Inovação do Senai e atendimento Sebrae. O grupo pode visitar a linha de produção 4.0 de circuitos elétricos que, devido ao nível elevado de qualidade, atende até o setor aeronáutico. Ao final do Study Tour, o grupo concordou que “quem não foi, perdeu”.