BOLETIM. 07
ZENÓBIA
Título: Mente Interconectada. Ilustração: Wallace Dornelas.
PPG.au UFV
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Equipe: novos 04 Nossa integrantes Um olhar sobre as TICs:
a gestão comunicacional em municípios brasileiros
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A contribuição das TICs: conversa com o prof. Rafael Garcia
Além dAs 4 pilaSTRAS: relatos de egressos
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Publicações, Chamadas, Eventos e avisos
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Chegou mais um
Boletim Zenóbia! Em sua sétima edição, a publicação do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (PPG.au) da UFV dá boas vindas aos alunos de mestrado e doutorado em mais um semestre! Nesta publicação trazemos um pouco sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), além de relatos sobre a docência por egressos do programa, bem como dicas de publicações, eventos e chamadas em aberto para àqueles que tiverem interesse em explorar novos temas e divulgar suas pesquisas e projetos. O boletim é destinado não só aos estudantes e professores do PPG.au, mas a todos os que se interessam pelas relações entre arquitetura e cidades, tecnologia e inovações, planejamento urbano e regional, patrimônio histórico, meio ambiente, dentre outras áreas englobadas pelas pesquisas de nossa pós-graduação. Nessa edição, apresentamos também os novos integrantes da nossa equipe. Como forma de tornar o Boletim mais dinâmico e inclusivo, buscamos renovar semestralmente seus integrantes, oferencendo a oportunidade de alunos regulares do PPG.au que
tiverem interesse de contribuir com a publicação participarem com sugestões de textos, relatórios, desenhos, fotografias e outros materiais que possam auxiliar na produção do próximo boletim. Infelizmente, por conta da pandemia do Covid-19, as aulas e principais atividades da UFV continuam sendo realizadas exclusivamente em regime remoto, mas temos esperança de que tudo irá se normalizar em breve... Desejamos a vocês uma boa leitura e um ótimo semestre e esperamos que mesmo de forma virtual todos estejam aproveitando ao máximo as trocas e experiências que o Programa busca oferecer!
equipe
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NOVOS INTEGRANTES O Grupo Zenóbia está sob a supervisão do Prof. Dr. Ítalo C. Stephan, membro associado do DAU/ UFV, onde desenvolve atividades de pesquisa e extensão em planejamento urbano em cidades de pequeno e médio portes demográficos. Essa revista virtual conta, também, com participantes diversos ao longo de suas publicações, sendo composto por estudantes de mestrado e doutorado do PPG.au/UFV. Nesta edição, trazemos um pouco sobre seus integrantes e convidamos a todas e todos que tiverem interesse em contribuir com esse material que não se acanhem e entrem em contato conosco através do nosso e-mail: zenobia.ufv@gmail.com Estamos abertos também a qualquer sugestões de pautas que julgarem relevantes para compartilhamos nas próximas edições!
Cléo Adário: Arquiteta e Urbanista pela UFJF, onde foi bolsista no núcleo de pesquisa e extensão “Urbanismo.mg”, participando da elaboração e revisão de planos diretores de cidades mineiras de pequeno porte. Extensão universitária no IHS - ERASMUS de Rotterdam, na 3ª turma do curso “Gestão e Desenvolvimento Urbano Sustentável”. Mestranda no PPG. au/UFV, na LP 1 - Planejamento do Espaço Urbano e Regional, estudando sobre a análise de Planos de Mobilidade Urbana de cidades médias brasileiras. Vinculada, também, à Rede Mob.Inc, um espaço co-criativo para se debater a inovação nas práticas de mobilidade e transporte e fomentar a mobilização de cidades mais inclusivas. Contato: cleo.nascimento@ufv.br 4
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Vitor de Souza: Engenheiro Civil pela Universidade Redentor/ Itaperuna-RJ, bolsista pelo programa PROUNI, Engenheiro de Segurança do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes/ Rio de Janeiro-RJ. Mestrando no PPG.au/UFV, na LP1 - Produção do Espaço Urbano e Regional, estudando sobre a “Elaboração de legislação urbanística para cidades com menos de 5000 habitantes”. Membro do grupo de pesquisa Planejamento Urbano e Projeto, da Universidade Federal de Viçosa. Contato: vitor.souza2@ufv.br
Wallace Dornelas: Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Viçosa. Mestrando no PPG.au/UFV, na LP2 - Tecnologias e Aspectos Ambientais no Espaço Construído, estudando sobre o tema de Customização em Massa de habitações em edifícios verticais. Membro do grupo de pesquisa Nó.Lab, desde 2016, como bolsista de iniciação científica e, atualmente, como estudante de mestrado, trabalhando com processos computacionais, ferramentas paramétricas de projeto e ferramentas digitais aplicadas à arquitetura. Contato: wallace.dornelas@ufv.br
Yanka Flor: Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Especialista em Arquitetura e Urbanismo Sustentável pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). Mestranda no PPG. au/UFV, na LP3 - A Produção do Edifício e do Espaço Urbano nas Pequenas e Médias Cidades, estudando sobre a “Cidade de 15 minutos” em cidades de pequeno e médio porte brasileiras. Membro do grupo de pesquisa ARQMnese Percepção e Memória do Espaço Construído. Contato: yanka.eleuterio@ufv.br
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UM OLHAR SOBRE AS TICs: a gestão comunicacional em municípios brasileiros A temática das cidades inteligentes abraça, no século XXI, uma realidade e um desejo pela participação cidadã, sendo esta conectada aos usos de novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Esses meios e ferramentas de comunicação foram explorados no contexto urbano das últimas duas décadas, o que tornou a compreensão dos sistemas urbanos mais complexa. Levando em consideração as dinâmicas comunicacionais entre Sociedade Civil e Poder Público, essa pesquisa de mestrado teve como foco algumas experiências de gestão comunicacional desenvolvidas por prefeituras em municípios brasileiros. Buscou-se compreender as relações do fenômeno urbano enquanto sistema social complexo e a comunicação, em seu sentido amplo, enquanto meio e ferramenta para o desenvolvimento de políticas públicas de gestão e de planejamento urbano. Explorou-se a necessidade de produzir estratégias de gestão da comunicação urbana, pensada entre Sociedade Civil e Poder Público, num caráter dialógico, ético e que reconheça os conflitos existentes como potenciais de transformação da realidade. Três experiências de políticas públicas e estratégias relacionadas à gestão comunicacional foram descritas e analisadas neste trabalho: CuritibaPR (2013-2016), Pelotas-RS (2017-2020) e Viçosa-MG (2020). Nas duas últimas, foi possível acompanhar os processos de adaptação e implementação das estratégias comunicacionais desenvolvidas ao longo do primeiro ano da pandemia da COVID-19.
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Imagem ilustrativa das TICs. Via: https://www.iep-edu.com.co/que-sonlas-tic/
Os resultados apontaram padrões estruturais e estratégicos, diferenças nas dinâmicas das comunidades locais e na alocação de recursos (humanos, políticos, técnicos e econômicos), e condições de diálogo entre instituições na concepção de seus modelos de gestão comunicacional. A utilização de novos meios e ferramentas de comunicação não solucionam necessariamente os diversos problemas dos processos dialógicos urbanos, mas permitem aproximar o cidadão comum das instâncias públicas decisórias. No contexto da pandemia isso se tornou ainda mais evidente e relevante, podendo esse tema ser considerado como uma inteligência desejável em tempos de crise sistêmica (e em outros também) e melhor explorado em outras pesquisas relacionadas às cidades inteligentes.
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Cidades e universidades: interações sistêmicas para a gestão urbana em tempos de crise Como consequência do trabalho desenvolvido no mestrado, algumas perguntas surgiram sobre as interações internas e externas entre sistemas urbanos. As interações entre as universidades públicas e os municípios durante a pandemia da COVID-19 chamaram a atenção pelo seu potencial em produzir soluções inteligentes para problemas complexos, como é o caso da crise sistêmica causada pela pandemia. A proposta de trabalho tem seguido no sentido de compreender essas relações internacionais entre municípios e universidades públicas no Brasil, a fim de identificar potencialidades e intensidades dessas relações nos processos de gestão urbana e superação de crises.
Lucas Berdague PPG.au/ UFV
Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Viçosa (2018) e mestrado em Arquitetura e Urbanismo também pela UFV (2021). Atualmente é doutorando e monitor nível II da Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Planejamento Urbano e Regional, atuando principalmente nos seguintes temas: espaço urbano, cultura, direito à cidade, comunicação e desenvolvimento urbano. Contato: lucas.berdague@ufv.br http://lattes.cnpq.br/7786707458501661
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CONTRIBUIÇÕES DAS TICs: conversa com o prof. Rafael Garcia
A cidade está em constante movimento. Seja devido à expansão urbana sobre áreas até então rurais, seja devido ao fluxo diário de pessoas que utilizam sua malha viária para ir de casa para o trabalho, do trabalho para o happy hour e por aí vai..., cruzando a cidade. Este fluxo é dinâmico e altamente complexo. O gestor e o planejador urbano precisam gerenciar uma cidade que cresce a cada dia, com moradores sedentos por capital e por conforto. Maria, CEO de uma empresa multinacional, acorda, pede um Uber pelo seu celular (que escolhe o caminho com menos trânsito, porém que proporcione cenários mais agradáveis), deixa o filho na escola, desenvolve sua rotina profissional e, ao final da tarde, retorna para o seu condomínio na parte nobre da cidade. Marcos, professor de uma escola municipal, acorda 2 horas mais cedo para embarcar em um transporte público capaz de deixá-lo a tempo em seu trabalho. Aproveita o seu horário de almoço para consultar em um posto de saúde próximo que, por sua vez, não oferece especialidade na área que ele necessita, e se contenta com o clínico geral. Ao final da noite, a volta para a sua casa é marcada por pontos de alta criminalidade. Apesar de rotinas bem distintas, tanto Maria quanto Marcos são usuários da mesma cidade. Enquanto a preocupação da primeira recai sobre o uso da melhor rota do seu Uber, o segundo está mais interessado na oferta de transporte público. Se, para Maria, as questões patológicas da cidade concentram-se na qualidade e localização de escolas privadas e na escolha de áreas nobres para viver, para Marcos, as suas prioridades são saúde e segurança pública. Somam-se a Maria e Marcos milhares de outros habitantes que usam a cidade e opinam sobre ela, conseguindo tecer críticas ao seu funcionamento e
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Imagem ilustrativa das TICs. Ilustração: Wallace Dornellas.
propor melhorias. Tradicionalmente, as vozes destes agentes foram ouvidas, mesmo que deficitariamente, através de plebiscitos, eleições e participação em sessões públicas. Hoje, com o advento de tecnologias da informação e comunicação (TICs) novas oportunidades surgem, contribuindo para uma maior participação popular e tornando as decisões sobre as cidades mais democráticas e assertivas. Plataformas como as redes sociais, por exemplo, emergem como potenciais ferramentas de participação democrática e instantânea, contribuindo com a criação de banco de dados capazes de responder a diversas dúvidas sobre a cidade. Embora não exista uma definição fechada para o termo “cidades inteligentes”, todas as tentativas para fazê-la estabelecem a qualidade de vida dos seus cidadãos como aspecto primordial. Seja utilizando TICs ou monitorando as cidades por sensores, o resultado deve ser sempre o mesmo: promover o bem-estar daqueles que utilizam a cidade. E nada parece ser mais justo do que desenvolver métodos e formas para ampliar o volume daquelas vozes que entendem sobre as patologias da cidade: o cidadão.
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grupo de pesquisa ... O grupo de pesquisa ainda em construção pretende se debruçar sobre as ferramentas tecnológicas, suas leituras e metodologias capazes de ampliar as vozes daqueles que usam a cidade para amparar o gestor e o planejador urbano em suas decisões. Nós entendemos que uma cidade se torna inteligente quando ela é capaz de ouvir os seus habitantes de maneira ágil, precisa e democrática e responder às suas demandas. Portanto, interessa-nos olhar para as tecnologias informacionais e de comunicação e estabelecer metodologias para extrair delas os sentimentos e opiniões dos cidadãos. Atualmente, o grupo é formado por três professores do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV, Carolina Moreira, Rafael Garcia e Teresa Faria; um aluno de mestrado e uma aluna de doutorado do PPG.au/UFV, André Costa e Karine Almeida, respectivamente; e dois alunos de Iniciação Científica, Marcel Pires (DAU/UFV) e Sarah Carvalho (DPI/UFV).
Rafael Garcia DAU/ UFV
Licenciado em Matemática (UFV), mestre em Modelagem Computacional (UFJF) e doutor em Engenharia Civil (COPPE/ UFRJ), com área de concentração em Sistemas Computacionais. Esteve em período sanduíche no departamento de Ciência da computação na Università degli Studi di Roma La Sapienza durante o doutorado. É Professor da Carreira de Magistério Superior do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa, atuando em disciplinas de Representação Gráfica. Possui interesse em pesquisas relacionadas às teorias e aplicações da otimização (principalmente aquelas que envolvam o uso de metaheurísticas evolutivas) e machine learning. Contato: rafael.pgarcia@ufv.br http://lattes.cnpq.br/8090262178406810
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ALÉM DaS 4 PILAStras: relatos de egressos
Ex-alunas do PPG.au/UFV comentam sobre experiência na docência Marine Mattos, arquiteta e urbanista pela UFJF, mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFV e atualmente doutoranda em Arquitetura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos pelo ISCTE-IUL (Lisboa, PT). Minha carreira na docência iniciou-se cerca de 4 meses após obter o título de mestre (2018). Participei de dois processos seletivos em instituições privadas distintas e obtive aprovação em ambas (Doctum Caratinga e Faculdade Pitágoras Governador Valadares, ambas no estado de Minas Gerais). O início da docência foi marcado por desafios e incertezas visto que ambas as instituições me deixaram extremamente livre para lecionar. Não existiu um monitoramento da coordenação acadêmica, tal pouco da coordenação institucional. Lecionei disciplinas variadas e muitas delas não relacionadas diretamente com a minha área de formação (tal fato é extremamente comum na docência). No final de 2019 me desliguei de ambas instituições para me dedicar ao doutoramento em Lisboa/PT. Em julho de 2020, em regresso ao Brasil, retornei à docência na Faculdade do Futuro Manhuaçu – MG, onde ministro aulas até o momento. Leciono disciplinas variadas que não se relacionam diretamente com a minha área, fato que me exige uma dedicação extraclasse no preparo dos conteúdos. No final de 2020 passei no processo seletivo para professor substituto do DAU-UFV, onde ministrei e ainda ministro disciplinas de urbanismo e representação gráfica.
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Resumindo todo o processo, afirmo que a docência é extremamente desafiadora e dispare entre instituições. Os processos avaliativos, as exigências dos alunos e as exigências institucionais se diferem de forma significativa, principalmente se compararmos instituições privadas e instituições públicas. Dessa forma, como experiência pessoal, posso afirmar que o método, a relação com o aluno e com o ambiente acadêmico são particulares de cada instituição e o aprendizado é diário.
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Ana Clara de Souza Pereira, arquiteta e urbanista pela UFOP (2015), mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo DAU/UFV (2019) e atualmente doutoranda em Arquitetura e Urbanismo, na linha de pesquisa de Planejamento do Espaço Urbano e Regional, na UFV e professora substituta no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV, desde março de 2020. Ingressei na turma de doutorado em março de 2020 e atuo como docente desde fevereiro de 2020. Dar aulas sempre foi um desejo meu, além de ser uma profissão presente na minha família, visto que sou filha e sobrinha de professoras. Em fevereiro de 2020 comecei a dar aulas em uma faculdade particular em Conselheiro Lafaiete, porém no mês seguinte fui chamada para assumir uma vaga de professora substituta no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFV, em um concurso no qual havia ficado em terceiro lugar, e não hesitei em aceitar. Desde então, venho me surpreendendo positivamente com a prática docente. Já havia
feito estágio em docência e dado monitorias, mas são experiências diferentes. Ministrar aulas é um desafio e, ao contrário do que muitos pensam, nós professores aprendemos muito mais do que ensinamos. As trocas com os alunos são incríveis e nos permitem expandir os horizontes do conhecimento. Como professora substituta já ministrei diversas disciplinas nas áreas da representação gráfica, urbanismo, projeto arquitetônico e instalações prediais. A prática docente não está resumida somente em ministrar aulas, mas também em estudar muito, planejar aulas, preparar atividades, trabalhos e provas e corrigilos. É uma profissão que exige muito de nós, porém a gratidão em participar da formação dos alunos não tem preço. Tenho orgulho de ser professora e exerço essa profissão com muito amor.
Imagem do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV. Via: https://italostephanarquiteto.blogspot.com
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PUBLICAÇÕES, CHAMADAS, EVENTOS e avisos Publicações Patrimônio em risco – o patrimônio arquitetônico na Zona Proibida Minas Gerais é um estado conhecido por suas cidades históricas. Ouro Preto, Mariana, São João del Rey, Tiradentes, Mariana e Serro são as mais conhecidas. Essas cidades possuem um rico acervo da arquitetura colonial, com lindas igrejas e conjuntos urbanos. Mas Minas é muito mais, tem dezenas de outras cidades também com um rico acervo arquitetônico. Para chegar a este livro, desenvolvi pesquisas sobre várias pequenas cidades, na região do vale do Rio Piranga, um dos formadores do Rio Doce. Trata-se de parte de uma região conhecida no período colonial como Zona Proibida, assim tratada para tentar coibir o desvio da fiscalização da vizinha Estrada Real. Constatei que a proteção do rico acervo encontrado apresenta muitos problemas, que são menos visíveis do que nas cidades mais famosas. São pequenas cidades, com dificuldades no planejamento e na gestão do patrimônio arquitetônico. Ao contrário das maiores, em que o acervo é ameaçado de destruição para dar lugar a lançamentos imobiliários; nessas pequenas cidades a ameaça é do abandono, da lenta deterioração, de um contínuo desaparecimento pela inconsistência de uma política de preservação. A obra “Patrimônio em risco – o patrimônio em risco na Zona Proibida” traz, portanto, um alerta para esse trágico, quase silencioso processo. Nela apresento um levantamento das condições de preservação dos bens imóveis, da forma que os gestores do município lidam com a política de preservação. Ao fim da pesquisa, ficou constatada a precariedade da manutenção dos bens, o desconhecimento local de como tratar 12
Autor do livro prof. Dr. Ítalo Stephan
da preservação e a inconstância de ações que poderiam colaborar para melhorar as condições dos acervos. O livro apresenta essa situação em dez cidades, as quais foram escolhidas dentre dezenas, considerando-se como critério de seleção a maior pontuação que obtiveram devido ao repasse de recursos do ICMS Cultural, conhecido como Lei Robin Hood, experiência única no Brasil. Para conseguir recursos, pela lei, o município tem que cumprir algumas exigências tais como: manter uma política de Patrimônio Cultural, inventariar bens, preservar os bens tombados e manter um programa de educação patrimonial. Mesmo com esse benefício financeiro, há problemas. O alerta se amplia além das dez cidades estudadas, em cidades cuja pontuação é menor, por falta de cumprimento das exigências, e o descuido é ainda mais presente.
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Foram estudadas as cidades de Acaiaca, Barra Longa, Catas Altas da Noruega, Guaraciaba, Itaverava, Paula Cândido, Pedra do Anta, Piranga, Presidente Bernardes e Senhora de Oliveira. De Piranga e Pedra do Anta já chegaram notícias da demolição de bens apresentados na obra Patrimônio em risco. Esperase que este descaso seja interrompido e que as futuras gerações tenham direito à fruição de seu patrimônio. Nem tudo está perdido, há também esperanças, devido aos esforços bem-sucedidos, em meio às preocupantes constatações, com os destaques para os trabalhos desenvolvidos em Itaverava e os para esforços iniciados em Paula Cândido. Que este livro sirva de alerta e, em parte, de exemplo, para a condução de um destino, por hora incerto, de um patrimônio de todos nós. Prof. Dr. Ítalo Stephan DAU/ UFV
As Cidades e a Covid-19: Necessidades, Expectativas e Tendências Trazidas Pela Pandemia O doutorando do PPG.au/UFV, Lucas Berdague, convida a todos para lerem o capítulo escrito por ele “As Sampas da Nossa Era: Cidades Insensíveis, Cidades Contingenciadas”, publicado na coletânea de ensaios sobre cidades e a pandemia: As Cidades e a Covid-19. “Organizado por Clarissa Stefani Teixeira e Ágatha Depiné, numa parceria entre o grupo VIA e o Movimento Traços Urbanos, ensaios de pesquisadores e fazedores que atuam em diferentes áreas do conhecimento por todo o Brasil, abordam os elementos que envolvem as cidades e o urbanismo em face da pandemia de coronavírus. Com análises, cases e previsões, os tópicos vão da arquitetura residencial à saúde mental da população urbana durante este período histórico.” (Blog Urban Studies, 9 abr. 2021). Link de acesso ao livro: https://via.ufsc.br/downloadebook-as-cidades-e-a-covid-19/
Descomplicando a Mobilidade Urbana: Manual de Ações para Gestores Públicos A mestranda do PPG.au/UFV, Cléo Adário, convida a todos a conhecerem o livro que ela participou da organização, em conjunto com outros integrantes da Rede Mob.Inc, e que contou com a participação de mais de 70 autores durante a elaboração de seus 10 capítulos. Reuniramse entusiastas e especialistas em diversas áreas e localidades para desenvolverem, dentro dos temas ligados à mobilidade urbana, um compilado de como implementar determinada ação ou marco legal de forma simplificada e que pudesse ser compartilhada, principalmente, com os gestores municipais, buscando facilitar uma futura implementação de propostas voltadas a essa área. Link de acesso ao livro: http://mobinc.online/
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Chamadas e Eventos EVENTO: Ciclo de oficinas do grupo de pesquisa “Território & Desigualdades” Serão 5 encontros virtuais de 8 horas-aula/cada, cuja inscrição é gratuita e haverá emissão de certificados. 21/08 - Importação dos microdados dos Censos Demográficos via SPSS; 18/09 - Introdução ao SPSS; 23/10 - Análise estatística introdutória no SPSS; 20/11 - SIG aplicado ao Planejamento Urbano; 11/12 - Introdução ao STATA. Website: http://www.territorioedesigualdades.ufv. br/
CHAMADA PARA EDIÇÃO TEMÁTICA: “Arquivos e Acervos em Arquitetura e Urbanismo - Paranoá: Cadernos de Arquitetura e Urbanismo” Prazo para submissão de trabalhos: até 31 de agosto. A chamada acolhe trabalhos em cinco temas: O papel dos acervos na escrita da História da Arquitetura, do Urbanismo e da cidade; Acervos e arquivos como espaço de disputa; O que procuramos em um arquivo?; O direito à memória e ao esquecimento; Novos suportes e práticas curatoriais. Esta chamada acolhe artigos científicos, ensaios, resenhas, entrevistas e ensaios fotográficos. Website: https://periodicos.unb.br/index.php/ paranoa/announcement/view/417
CHAMADA: Revista de Política e Planejamento Regional (RPPR) Prazo para submissão de artigos: até 30 de setembro. Data do evento: 23 a 25 de novembro de 2022. Vinculada ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), a revista está com chamada de artigos aberta para o seu volume 9 (2022). Criada em 2014, o foco principal da RPPR está voltado a investigações e proposições de agendas políticas e arranjos institucionais de políticas, planejamento e gestão que visam a redução ou mesmo superação das graves desigualdades territoriais, especificamente regionais, no Brasil. Website: www.revistappr.com.br
CONGRESSO: 36th PLEA Conference - Sustainable Architecture and Urban Design Prazo para submissão de resumos: até 30 de agosto. Data do evento: 23 a 25 de novembro de 2022. Local: Santiago, Chile. A PLEA Association é uma organização engajada em um discurso mundial sobre arquitetura sustentável e design urbano por meio de conferências internacionais anuais, workshops e publicações. Organizada pela PUC Chile, o tema da PLEA 2022 é inspirado na atual pandemia, que colocou o mundo todo em alerta e nos faz repensar nosso ambiente construído em termos de saúde e segurança. Website: https://plea2022.org/
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EVENTO: 3° Congresso Internacional de Cidadania, Espaço Público e Território Prazo para submissão de trabalhos: 15 de maio à 1 de outubro. Data do evento: 3 a 5 de novembro de 2021. Evento online e gratuito, promovido pelo Laboratório de Estudos Comportamentais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), propõe discussões sobre Cidadania, Espaço Público e Território dentro de 5 linhas temáticas. O participante poderá se registrar para apresentação oral, participação com pôster, curta-metragem ou como ouvinte das sessões temáticas e palestras. Website: https://wp.ufpel.edu.br/3ciecit/pt/
VI DIÁLOGOS FRANCO-LOSÓFONOS: “Espaço Público: costumes, desvirtuamento e reivindicação” Prazo para submissão dos artigos completos: até 20 de setembro. Data do evento: 8 a 10 de novembro de 2021. Evento promovido pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAUUSP), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade Estadual de Campinas (FECFAU-UNICAMP) e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Salvador (FAU-UCSAL), bem como pela Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR) e Association pour la Promotion de l’Enseignement et de la Recherche en Aménagement et en Urbanisme (APERAU). São aceitas contribuições dentro de quatro sessões temáticas ligadas ao Espaço Público: Conceitos e Contradições; Práticas Culturais e Formas de Apropriação; Políticas Públicas e Normatização; e Desenho e Projeto. Existe taxa de inscrição para os participantes. Website: https://www.iau.usp.br/vi-dialogo-francolusofono
EVENTO: 3° Seminário Arquitetura Vernácula/ Popular Prazo para submissão de trabalhos: datas diversas - ver calendário do evento. Data do evento: 10 a 12 de novembro de 2021. Organizado pelos grupos de pesquisa ArqPop (Arquitetura Popular: Espaços e Saberes) e Vernaculum, vinculados ao Programa de PósGraduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA, ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável da UFMG, respectivamente, e ao Comitê Científico em Arquitetura e Tecnologia Vernáculas do ICOMOS/BR. O seminário será estruturado segundo quatro eixos temáticos: Fundamentos teóricos e metodológicos; Ensino, pesquisa e extensão; História, memória e patrimônio; Usos, técnicas e espaços. Existe taxa de inscrição para os participantes. Website: https://www.even3.com.br/ arqvernapop/
Avisos autoavaliação do programa Introduzida em 2019 como novo item do relatório Sucupira–Capes, a Autoavaliação de Programas de Pós-Graduação segue nas linhas do que foi definido pelas instâncias superiores, tanto pela Agência quanto pela PPG-UFV. Desde a primeira edição, realizada entre 2019 e 2020, cada Programa de Pós-Graduação traçou planos e elaborou metas para curto, médio e longo prazos. A autoavaliação pode ser definida, segundo a Capes, como “um processo avaliativo conceituado e autogerido pela comunidade acadêmica” - docentes, discentes, egressos, técnicos e outros - que deve ser conduzida de forma sistemática e em todas as instâncias no
âmbito dos Programas de Pós-Graduação. Sendo assim, a autoavaliação é elemento estratégico para a compreensão e o reconhecimento da co-responsabilidade e do compromisso com a qualidade do programa. A comissão de autoavaliação do PPG.au vem convidá-los a participar, nos próximos meses, desse trabalho coletivo de diálogo sobre nossas potencialidades e fraquezas, a fim de melhorarmos nosso Programa e alcançarmos novas oportunidades. Em breve maiores informações...
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