October 1st 2019

Page 1

Tribuna Portuguesa 40 Anos 1 a QUINZENA DE OUTUBRO DE 2019

Ano XL - No. 1302 Modesto, California | $2.00 / $45.00 Anual

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA • WWW.PORTUGUESETRIBUNE.COM

PFSA NEW HOME OFFICE JOHN SALVADOR INTERVIEW

14–15

TEATRO PORTO JUDEU

TOUR USA

homenagem ao soldado

2,18–19

15,30

ANGELA COSTA INTERVIEW

13

NOVO LIVRO ANTÓNIO NUNES

21

23

edições por ano

40 anos

1979>2019

37.° FESTIVAL DE FOLCLORE www.portuguesetribune.com

ARTESIA, CA

16–17


2

Editorial

40

1 de Outubro de 2019

FINALMENTE A HOMENAGEM MAIS QUE DEVIDA PORQUE A GUERRA NÃO TEM ADJETIVOS FINALLY THE LONG OVERDUE TRIBUTE BECAUSE WAR HAS NO ADJECTIVES

S

ão 9.778 nomes de militares que possui a base de dados da Liga dos Combatentes — o número de mortos no Ultramar Português entre 1954 e 1975. Eram 8.969 do Exército, 511 da Força Aérea, 282 da Marinha e 16 da Polícia de Segurança Pública (PSP) que exerciam funções nos teatros de operações de Angola (3.903 mortos), Moçambique (2.890), Guiné (2.889), Índia Portuguesa (82), Cabo Verde (6), Timor (5) e São Tomé (2). Um grupo de ex-combatentes das Forças Armadas Portuguesas residentes há décadas na Califórnia criou o Núcleo da Califórnia da Liga dos Combatentes para lembrar os mortos e celebrar os vivos. O núcleo em colaboração com a Igreja de Nossa Senhora da Assunção inaugurou no passado 29 de setembro de 2019 o Monumento da Sagrada Família em Homenagem aos Combatentes Mortos na guerra das ex-colónias portuguesas. Situado num espaço tranquilo entre a nova igreja, a antiga e o salão paroquial, o monumento é composto por uma estátua de Maria, José e o Menino Jesus sob arcos em ogiva e um passeio que lembra a Cruz de Cristo do logotipo da Liga dos Combatentes. O local e a estátua já tiveram contestação. Mas vamos por partes. Primeiro, o porquê da estátua. O Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes em Lisboa, que esteve presente para a inauguração da mesma explicou: em caso de aflição de morte, um soldado dirige-se a sua mãe (representada pela Virgem Maria) e a Deus (na figura de Jesus). Segundo, o porquê do local. É uma união entre a comunidade portuguesa e a sua religiosidade em homenagem aos familiares e amigos mortos naquela guerra. “A guerra não tem adjetivos” porque “nós militares somos pessoas de paz” adiantou o Ten.-Gen. Chito Rodrigues. Quando se criam adjetivos para uma guerra está-se a politizar essa guerra. Os militares são enviados para os teatros de operações para tentar manter a paz e seguir os objetivos do poder político. Sejam a favor ou contra esses objetivos, os militares reconhecem o seu papel dentro da hierarquia do poder de um país. E esta foi a grande lição e homenagem naquele dia aos que serviram na guerra do Ultramar e às suas famílias — devemos reconhecer e ficar agradecidos pelo serviço que prestaram a Portugal. Isso não quer dizer que aceitemos a situação política que então se vivia em Portugal. Mas os militares estavam nessas terras longínquas para servir o seu país, pelo qual quase 10.000 deram a viva. Precisamos sarar essa ferida e recompor a justiça pelos que tanto sacrificaram. Até sugiro que nos feriados de “Memorial Day” (em Maio) se faça sempre uma cerimónia aos mortos junto do novo monumento assim como no “Veterans’ Day” (11 de novembro) ali mesmo se reconheça aqueles ex-combatentes da nossa comunidade. Bem hajam o Núcleo da Califórnia da Liga dos Combatentes e a Paróquia de Nossa Senhora da Assunção em Turlock por esta homenagem já mais que devida!

T

here are 9,778 military names in the Portuguese “Liga dos Combatentes” (Veterans’ League) database — the number of deaths overseas between 1954 and 1975. There were 8,969 from the Army, 511 from the Air Force, 282 from the Navy and 16 from the Police who served in the operating theaters of Angola (3,903 dead), Mozambique (2,890), Guinea (2,889), Portuguese India (82), Cape Verde (6), Timor (5) and São Tomé (2). A group of former Portuguese Armed Forces veterans who have lived in California for decades established the California center of the Portuguese “Liga dos Combatentes” to remember the dead and celebrate the living. Last September 29, 2019, the center in collaboration with the Our Lady of the Assumption Church inaugurated the Holy Family Monument in Honor of the Dead Soldiers who perished in the war of the former Portuguese colonies. Set in a tranquil space between the new church, the old church and the parish hall, the monument consists of a statue of Mary, Joseph and the baby Jesus under pointed arches and a walkway that resembles the Cross of Christ from the logo of the “Liga dos Combatentes.” The site and the statue have already been challenged. But let’s explain each piece. First, why this statue. Lieutenant General Joaquim Chito Rodrigues, president of the “Liga dos Combatentes” in Lisbon, who was present for the inauguration, explained: When faced with death, a soldier calls out to his mother (represented by the Virgin Mary) and God (in the figure of Jesus). Second, why the place. It is a union between the Portuguese community and its religious spirit in honor of family and friends killed in that war. “War has no adjectives” because “we soldiers are people of peace,” said Lt. Gen. Chito Rodrigues. When you create adjectives for a war you are politicizing that war. Military personnel are sent to their assignments to try to keep the peace and pursue the objectives of political power. Whether for or against these goals, the soldiers recognize their role within a country’s power hierarchy. And that was the great lesson and tribute that day to those who served in the Overseas War and their families — we must acknowledge and be grateful for their service to Portugal. This is not to say that we accept the political situation then experienced in Portugal. But the soldiers were in those faraway lands to serve their country, for which nearly 10,000 gave their lives. We need to heal this wound and restore justice to those who sacrificed so much. I even suggest that on Memorial Day (in May) there always be a ceremony for the dead near the new monument, as well as on Veterans’ Day (November 11) to recognize those former soldiers from our community. Congratulations to the “Liga dos Combatentes” California Center and the Parish of Our Lady of the Assumption in Turlock for this well-deserved homage!

miguel ávila

miguelavila@tribunaportuguesa.com

APOSTAR NO VALE CENTRAL

A

mudança da nossa maior Fraternal PFSA - para a Cidade de Modesto, vem enriquecer o Vale Central e criar um novo élan na actividade fraternal da mesma e nas potencialidades do seu Museu e da sua Biblioteca J. A. Freitas - a maior dos Estados Unidos da América com 12,000 livros portugueses. OWNED AND PUBLISHED BY The Tagus Group L.L.C. José Ávila PUBLISHER Miguel Ávila DIRECTOR / EDITOR Roberto Ávila ART DIRECTOR

P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866 Phone/Fax: 209-576-1951 portuguesetribune@sbcglobal.net

J.B. Castro Avila

Poderá ser um renascer das cinzas nas suas possíveis vertentes culturais tanto em falta por estes lados do Vale Central. Estamos todos de parabéns e queremos crer que a nossa juventude e mesmo os seus pais irão aproveitar estas capacidades, para descobrir novas maneiras de estudar as suas ancestralidades familiares. São milhentes as hipóteses deste mudança ser um bem para a nossa comunidade, quer a jovem quer a mais idosa. Apostamos que a PFSA irá apresentar vários modelos de se envolver com a Comunidade e esta

40

CONTRIBUTORS: Eduardo Mayone Dias, Onésimo T. Almeida,

Crónicas do Perrexil

anos

1979>2019

José Brites, Diniz Borges, Luciano Cardoso, José Raposo, Margarida Silva, JoãoLuís de Medeiros, Caetano Valadão Serpa, Maria das Dores Beirão, José Duarte da Silveira, Goretti Silveira, Rufino Vargas, Elen de Moraes, Paul Mello, Victor Rui Dores, João Bendito, Serafim Cunha, Carlos Reis, Jim Verner, Carlos Alberto Alves, Joel Neto, Tony Goulart, Lelia Nunes, Nelson Ponta-Garça, Miguel Canto e Castro, Ze Duarte, Lucia Soares, Judy Avila, Vamberto Freitas, Lisa Falcão, Diniz Borges, João Gago da Câmara, José Henrique Silveira de Brito CORRESPONDENTS: Fernando Dutra (Artesia), Filomena Rocha (San José)

por suas vez irá ter a capacidade de responder a esses desafios. Aprender a conhecermos nunca foi tão fácil. A sua Inauguração no dia 21 de Setembro de 2019, ficará marcado na memória de todos aqueles que assistiram a um tão importante evento. Até o Grupo de Comédia do Porto Judeu, em visita à California, quiz dar as boas-vindas à nossa Fraternal. Fica situada na 1100 14th Street, Suite E, Modesto, CA 95354. Visitem-me.

Year XL, Number 1302 October 1st, 2019 Tribuna Portuguesa was founded by John P. Brum in July of 1979. Tribuna Portuguesa (ISSN 0199-6746) is published bi-weekly, except on the first week of January, for $45.00 a year, by The Tagus Group L.L.C., 825 Chapman St., San José, CA 95126-1606. USPS: 525-930 Periodical Postage Rate paid at San José, CA. Postmaster: Send address changes to: Tribuna Portuguesa, P.O. Box 579866, Modesto, CA 95357-5866. A Redacção reserva-se o direito de omitir ou não publicar parcial ou integralmente os textos recebidos, sempre que os mesmos sejam considerados falaciosos ou atentem contra a integridade de outrém, à luz da Lei de Imprensa. Opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos respectivos autores. Artigos designados “Informação Comercial” são da responsabilidade das firmas referidas.


40

Patrocinadores

1 de Outubro de 2019

LUSO AGENTS

Daniel Sequeira

Director of Sales Licensed in CA, ID & MA License: 0831851 Cell: 408-529-1979 dsequeira@luso-american.org

Marydonna Mattos Tulare, CA 559-471-9147 License: 0E73920 marydmattos@aol.com

Maria Batista

Gorete DeSilveira

Christina Cross

Chino, CA 909-973-9096 License: 0E54323

Ripon, CA 209-487-3916 License: OB18999

Stockton, CA 209-298-0866 License: 0M96032

Danville, CA 510-427-4363 License: 0F10113

Pomona, CA 909-591-3087 License: 0540489

Abel C. Dutra

Maria George

Mary Jo Rodrigues

MizĂŠ Violante

Bernadette Silva

Fort Bragg, CA 707-477-8543 License: 0D16475

Manuel da Silva

Jennifer Espinola

Christina Gomes

Oakland, CA 510-834-7439 License: 0742902

Gustine, CA 209-535-7497 License: 0L98457 lcosta07@yahoo.com

Bernice Pelicas

Chino, CA 909-210-8263 License: OK25862

Carlos de Melo

Turlock, CA 209-634-1993 License: 0753520 parreira88@att.net

Lori Costa

Mariel Fedri

Modesto, CA 209-604-5191 License: OK33643 Cerritos, CA 562-865-8492 License: 0D60847

John Parreira

Turlock, CA 209-202-7614 License: 0715935

Frank Estrela

San Jose, CA 408-802-4650 License: 0715935

Tracy, CA 408-832-9394 License: 0H32345

Brian Martins

Modesto, CA 209-613-1655 License: 0D66534

Santa Clara, CA 408-202-6752 License: 0E19959

JosĂŠ Soares

San Diego, CA 619-708-6252 License: 0C29655

San Jose, CA 408-926-8097 License: 0M26507

IDAHO

Nuno Silveira

John Avila

San Lorenzo, CA 510-566-9871 License: OK66842

Buhl, ID 408-472-9105 License: 113444

3


4

Patrocinadores

1 de Outubro de 2019

40


40

OVO ESTALADO NA TESTA

O

utubro, que eu me lembre, foi sempre um mês extremamente simpático para comigo. Ao longo dos meus sessenta e tal anos soube presentear-me com momentos marcantes, episódios inapagáveis. Poucos me acodem já dos primeiros cinco. Mal chegaram os seis, porém, a coisa depressa mudou ao antecipar-se-me a idade de ir para a escola. Costumava ser a dos sete, mas um filho de fevereiro tinha a vantagem de poder começar quatro meses mais cedo. Sabendo da imensa vontade que sentia em aprender a ler, escrever e contar, meus pais apressaram-se a matricular-me na minha Primeira Classe. O primeiro dia era deveras especial. A malinha escolar fora aprontada na véspera. Minha mãe acordou-me com o cantar dos galos e tratou de me pentear bem penteadinho depois de me ajudar a vestir a roupinha de levar à missa, impecavelmente passada a ferro. Queriame levar bem aprumado para criar boa impressão logo à entrada. Era o seu primogénito e, já que meu pai saía cedinho para o trabalho, estava toda prezada em ser ela a levar-me pela mão à presença do senhor professor. Erguera-me antes do que estava habituado e não digo que estivesse nervoso, mas sentia-me desassossegado de contente para pegar e andar. Não parava em ramo verde e a reprimenda não se fez esperar. “Tu se me sujares essa roupa, acredita que me apanhas logo duas palmadas no rabo sem te sentires. Não queres ir para a escola com a pinga no olho, pois não?” Pouco me doíam as suas brandas palmadinhas e, talvez por isso, o aviso me saiu por um ouvido logo após me ter

Opinião

1 de Outubro de 2019

5

Rasgos d'Alma

Luciano Cardoso

lucianoac@comcast.net entrado pelo outro. Atarefada com os seus matinais afazeres domésticos, ela devia ter dito aquilo só por dizer. Claro que não me ia bater sem mais nem menos numa altura daquelas, calculei. Caía um orvalho teimoso, coisa normal nas manhãs dos outubros das nossas ilhas de brumas e chuviscos abundantes. Qualquer chuvinha, por mais miudinha que fosse, atrapalhava sempre o incessante vaivém duma dona de casa, caso necessitasse de ir ao quintal fosse lá pelo que fosse. “Preciso de ir ver

aquele abusava mesmo do seu papel machista de protetor descarado da sua capoeira. Não era fácil convencê-lo de que o seu galinheiro fazia parte duma propriedade cujo dono lhe podia dar cabo da saúde a qualquer instante. Não eram uns simples grãos de milho ou qualquer braçado de erva trepadeira que o distraía facilmente da sua firme função de chefe mandão do seu recinto. Enganá-lo requeria tempo que minha mãe não tinha a mais no momento. “Luciano, chega aqui depressa!” Foi o

se as galinhas puseram algum ovo,” disse-me apressada, “mas tu ficas aqui à minha espera quietinho que é para não te sujares. Ouviste?” Um dos meus chatos problemas de miúdo foi sempre o de ouvir mal. “Eu posso ir, mãe.” Aquilo de ir ao curral das galinhas ver se elas tinham ovo e desafiar as investidas do galo era um enorme prazer do meu mundo infantil. “Podias, mas não vais. Já disse que não te quero ver sujo. Percebeste?” Bem me custou confirmar com a cabeça que sim. Tínhamos sempre galos de mau génio, com cara de poucos amigos, mas

que eu quis ouvir. “Sim, senhora – aqui estou.” Estava ali a vê-la baixar-se, a custo, para recolher os ovos do poleiro e embrulhá-los no avental ante o maroto olhar do galo inquieto para fazer das suas. “Chega-te mais cá, filho, para ajudares a mãe. Pega-me aqui num ovinho ou dois, antes que eles se quebrem.” Os ovos, naquele tempo, eram uma preciosidade indispensável aos lares do meio rural ilhéu. Não só davam um jeitão no alimento diário da família como até serviam de valiosa moeda de troca local na aquisição de outros

produtos alimentares. Tinham que ser todos bem aproveitados e pediam-nos o máximo cuidado ao deitarmos-lhes as mãozinhas. Quebravam-se, como ainda se quebram, com a maior das facilidades. Ao chegar-me mais junto de minha mãe, o diacho do galo parece que me reconheceu e fez-me recuar desprevenidamente com um ovo em cada mão. Tropecei e ainda tentei manter o equilíbrio antes de bater com o rabo no chão e ver as mãos soltarem-me ambos ovos. Um bateu-me em cheio na testa e o outro na camisinha alva da neve que o senhor professor não chegaria a ver naquela azarenta manhã em que a minha santa mãezinha se viu doida para me apresentar a tempo e horas na escola, como ela gostava de me ver, fresquinho que nem uma alface. Quinze anos depois, outubro recebeume na Califórnia, mais precisamente na “lusa” cidade de Newark, onde permaneci por outros quatro. Meus pais lá compraram a sua casinha que nos abrigava no conforto de três quartos de cama, um de banho, outro de repouso quase pegado à sala de estar perto da cozinha com janela para um jeitoso quintal onde se viam hortaliças, árvores de fruto e também o respetivo reduto acomodando galinhas e pintos ao cuidado dum manso galo que mal se fazia ouvir. Daí chamarem aos galos americanos uns toleirões à vista dos que criávamos nas nossas ilhas. Não por não galarem como galavam os de lá, mas mais por lhes faltar aquela fabulosa fibra ilhoa doutras eras que fazia imensa diferença. Foi-se. Tal como aquela doce voz que tanta falta me faz e eu bem gostaria poder voltar a ouvir pedir-me o azar doutro ovo estralado na testa onde estas memórias me batem com saudade daqueles dias que outubro já não me traz.

Congratulations to Patrick Pimentel at the tulare fair

nicole pimentel, patrick pimentel & father lino pimentel at the fair

patrick pimentel placed 2nd place with his pig at the tulare fair - ffa. congratulations!!!


6

Calendário

40

1 de Outubro de 2019

40Tribuna anos

1979>2019

Comunidade

09

Portuguese Wine Bar PopUp & BBQ Sardines with Rachel Farah’s Wines. 5:30 pm. Prima Materia Winery, Temescal’s Alley, 482 #B 49th St., Oakland, CA 94609. Phone: 925-787-7557. www.rachelfarah.com. See ad on page 29

OCTOBER 2019

11

04

Los Banos Our Lady of Fatima Festa. Oct 4-13. Rosary, Fados, Pezinho, Mass, Candlelight Procession, Cantorias, Dance, Fados. St. Joseph Church: 1625 Center Ave., Los Banos, CA 93635 . Phone: 209-827-1624

05

PALCUS Annual Leadership Awards Gala. 6:00 pm. Cocktail Reception, 7:00 pm. Dinner & Awards, $150/ person. Elks Tower Casino & Event Center. 921 11th St #401, Sacramento, CA 95814. www.palcus.org See ad on page 13

Turlock Our Lady of Fatima Festa. Sept. 27 – Oct. 6. Rosary, Mass, Candlelight Procession, Fado Night, Festivities, Dance with Chico Avila. Sacred Heart Church, 1301 Cooper Ave., Turlock, CA 95380. Phone: 209-634-8578 Portuguese Bom Samaritano Foundation BBQ Fundraiser. 4:30-5:30pm take outs, 6 pm doors open, 7 pm dinner/dance. $30/person donation, $10 6-12 yrs old. Crows Landing Pentecost Hall, 31 4th St., Crows Landing, CA 95313. Revervations: 559-786-7115 or 209-380-4489

05

S.D.E.S. Wine Tasting, Dinner & Dance. 5 pm. $30/person, $12/612 yrs children. SDES Alvarado, 30846 Watkins St., Union City, CA 94587. Tickets: 510-402-9727 or 510-377-9247

05

Hayward Bom Jesus Milagroso Vindimas Dinner & Dance. 21160 Ocean View Dr., Hayward, CA 94541. Phone: 510-581-4034

05

Gilroy Our Lady of Fatima Festa. Oct. 02–06. Rosary, Mass, Dance with Tony Leal, Parade. Hall: 250 Old Gilroy Road & Monterey St. Phone: 408-842-4389

12

12

CPAC Third Annual Summit. 2:004:30 pm Workshops & Sessions. Citizen Hotel, 926 J St, Sacramento, CA 95814. RSVP: Diniz Borges 559-280-2871 or cpacdirectors@gmail.com

12

PAC Dinner & Fados with Chico Avila & Surprise Guest. Portuguese Athletic Club, 1401 E. Santa Clara St., San Jose, CA 95116. Phone: 408287-3313. Email: PAC1962@sbcglobal.net

12

Arcata Our Lady of Fatima Festa. Oct 12-13. Mass, Candlelight Procession, Festivities. St. Mary’s Catholic Church, 1690 Janes Rd., Arcata, CA. Portuguese Hall, 1185 11th St., Arcata, CA 95521

12

05 05

Santa Clara Our Lady of Fatima Festa. Oct 06-13. Mass, Candlelight Procession, Parade, Concerts, Festivities. Hall: 1375 Lafayette St., Santa Clara, CA 95050. Phone: 408-838-7836

05

João de Brito Open Art Studio 10/12, 10/13 & 10/19, 10/20. 11 am–5pm, 804 Estates Dr., #200, Aptos, CA 95003. www.joaodebrito.com

Tulare Our Lady of Fatima Festa. Parade, Mass. T.D.E.S. Hall: 515 North “I” St., Tulare, CA 93274. Phone: 559686-6178 or 559-331-1835 Artesia International Street Fair & Diversity Festival. 11am-10pm. Free Event. Pioneer Blvd., Artesia, CA. Phone: 562-865-6262. www.CityofArtesia. us See ad on page 17

portuguesetribune@ sbcglobal.net

San Leandro Our Lady of Fatima Festa. Oct 7-13. Mass, Candlelight Procession, Festivities, Parade, Food. St. Leander’s Church: 550 W Estudillo Ave, San Leandro, CA 94577. Phone: 510-895-5631

14

Thornton Our Lady of Fatima Festa. Oct 14-21. Mass, Procession, Festivities, Bullfights. 26590 N. Sacramento Blvd., Thornton, CA 95686. www.facebook.com/olfthornton See ad on page 4

14

Fresno State PBBI’s “Portugal, The EU & the Transatlantic Relations” featuring Rita Faden. Free. 6 pm. CA State Univ. Fresno, University Business Center, PB 191. Email: dborges@ mail.fresnostate.edu or 559-280-2871. Parking Lot 6. See ad on page 12

17

Fresno/Easton Our Lady of Fatima Festa. Oct 12-13. Mass, Candlelight Procession, Festivities. Hall: 172 W. Jefferson Ave., Fresno, CA 93706. Phone: 559-486-6060

Almond Festival at Stanislaus County Fair. 12 pm. Stanislaus County Fairgrounds, 900 N. Broadway, Turlock, CA 95380. Phone: 209-668-1333. www.stancofair.com

13

send us your event to be featured:

12 12

Watsonville Our Lady of Fatima Festa. Oct 17-20. Mass, Candlelight Procession, Bodo de Leite, Festivities, Dance with Chico Avila & Manuel Jacinto. Donations: OLHC Fatima Festival, PO Box 3416, Freedom, CA 95019

17

Hilmar Our Lady of the Rosary Festa. Oct 18-27. Mass, Candlelight Procession, Bodo de Leite, Festivities, Comedy, Fados. Church: 20263 American Ave., Hilmar, CA 95324. Phone: 209-667-8961. See ad on page 25

19

Thornton Bullfight. 2:00 pm. $30. Praça de São João. Miguel Moura, Marcos Bastinhas, Nuno Casquinha, Aposento de Turlock, Amadores LusoAmericanos. See ad on page 29

22

Fresno S t a t e ’s PBBI: “Vozes: Sharing our Stories. Portuguese-American Oral History Project. Free. 7:00 pm. Tulare Joint Union HS District. Staff Development Room. 426 N. Blackstone, Tulare, CA. Email: dborges@ mail.fresnostate.edu

24

San Diego State Univ. Study Abroad in Portugal & Spain Program, June 2020. Info Session 3–4 pm. SDSU College of Arts & Letters 132. Prof. Ricardo Vasconcelos: rvasconcelos@sdsu. edu. www.sdsu.edu/aztecabroad

25

PBSJ’s Halloween Party 2019. 8:30 pm. Portuguese Band of San José, 100 N. 27th St., San Jose, CA 95116. Phone: 408-292-8905. www.pbsj.org

04

Our Lady of Fatima Turlock “Noite de Fado”. Clara Santos (Canada), David Garcia, Lysandra Jorge, Samantha Pacheco, with Manuel Escobar, Chico Avila & John Cardadeiro. 9:00 pm. Sacred Heart Gymnasium, Corner of Rose Ave. & Lyons Ave., Turlock, CA.

Clara santos

noite de fados

david garcia

lysandra samantha manuel chico jorge pacheco escobar avila

john

cardadeiro

25

The Portuguese Kids present “It’s a Portuguese Thing” with Mike Rita & Taylor Amarante. 6:30 pm. $25/person. St. John’s Hall, 8301 8-1/2 Ave., Hanford, CA 93230. Phone: 559-9916409 or 559-917-2802. Oct 26 in San Jose.


40

Patrocinadores

1 de Outubro de 2019

Joe Matos

C

A

MADE

SANTA SA

Address: 3669 Llano Rd, Santa Rosa, CA 95407

IN

RO

CHEESE FACTORY

I F OR N I AL

St. Jorge Cheese is an Artisan Farmstead cheese made from our own cows’ raw milk

Open everyday from 9AM - 5PM Telefone: (707) 584-5283 • call to place your order via UPS with a 2 lbs minimum

Maria Ribeiro Delas

www.cheesetrail.org/cheesemakers/matos-cheese-factory

OCTAVIO RAMALHO Broker Associate

Your Real Estate Consultant for Life!

From new construction to beautiful existing homes, I will help you find the perfect place to call HOME.

FIRST TIME HOME BUYERS • INVESTMENT HOMES NEW CONSTRUCTION • RANCHETTES Serving the Portuguese Community of the Bay Area & Central Valley

Call OCTAVIO for all your Real Estate needs! SELLERS • Call or Visit my Website to find out what your home is worth!

Direct: 888-314-5735 /OctavioRamalhoRealtor Cal BRE Lic# 01397526

homes@calloctavio.com www.newhouseca.com

GOSTARIA DE VIR A PORTUGAL ... ... passar duas semanas com tudo pago num programa de turismo na companhia de portugueses da diáspora? ... conhecer museus modernos e monumentos históricos? ... deliciar-se com os pratos e doçaria que fazem da gastronomia portuguesa uma das melhores do mundo? ... ver o quanto o seu país natal mudou?

EM NOVEMBRO DE 2019, EMBARQUE NA 39ª EDIÇÃO DO PORTUGAL NO CORAÇÃO

SE TEM MAIS DE 65 ANOS,

NÃO VEM A PORTUGAL HÁ MAIS DE 20 E CONSEGUE VIAJAR AUTONOMAMENTE,

VEJA COMO CANDIDATAR-SE

NA EMBAIXADA DE PORTUGAL

OU NO SERVIÇO CONSULAR

Para mais informações contacte ou dirija-se ao seu serviço consular, ou visite o endereço: portaldascomunidades.mne.pt/

programa promovido por:

www.portaldascomunidades.mne.pt

7


8

Opinião

40

1 de Outubro de 2019

ZETO CARVALHO

M

Por Terras da Califórnia

UM REPRESENTANTE DA SATA NA CALIFÓRNIA

uito se tem falado mal da SATA e com alguma razão, em muitos casos. Eu próprio já fui vítima de algo que não correu bem. Mas hoje, e aqui, quero é falar bem. O que está bem e bem feito também deve ser dito e escrito. A SATA possui em São José, Califórnia, um escritório de vendas, localizado junto da Igreja das Cinco Chagas, um ponto central de comércio português. Ali, em horário normal, são atendidos os clientes, que entendem ali se deslocar pessoalmente e, pelo telefone, aqueles que desejam usar este meio. A D. Olga Matos Martins e o Zeto Carvalho fazem o que de melhor está ao seu alcance para a satisfação dos clientes, o que nem sempre é fácil nos dias meios conturbados que correm. Zeto Carvalho, natural da Praia da Vitória, ilha Terceira, onde nasceu em 1980, é funcionário da SATA desde o ano de 2000. Começou a trabalhar no aeroporto das Lajes e no ano de 2015 foi convidado a preencher uma licença de uma funcionária, em São José. Em fevereiro de 2016, após essa experiência bem-sucedida, foi convidado a mudar-se de “armas e bagagens” para São José e aceitou o cargo de Chefe de Escala/Representante. Foi um grande desafio após o período sem voos diretos Terceira/Oakland/Terceira. Zeto tem feito esforços para que tudo corra pelo melhor com a SATA, principalmente os voos dire-

R

geral@liduinoborba.com

zeto carvalho

DAS CARRINHAS DA GULBENKIAN ecordo, com enternecida saudade, a carrinha Citroën HY estacionada na vila da minha infância. A carrinha era cinzenta, pertencia à Fundação Calouste Gulbenkian e fazia serviço de biblioteca itinerante através do empréstimo gratuito de livros. Aquele era literalmente um veículo de promoção de leitura, num tempo em que Portugal era um país pobre e amorfo, vivendo entre parêntesis e a preto e branco. Nos estreitos limites da minha Graciosa ilha, eu ansiava pela vinda semanal da carrinha que me trazia livros e surpresas. Os livros escolares, “aprovados oficialmente” e patrioticamente visados pela censura do Estado Novo, eram de uma chateza absoluta. Adquiri hábitos de leitura com a prestimosa ajuda do sr. Gabriel Melo, zeloso funcionário da Gulbenkian que, no interior da carrinha, me aconselhava livros, autores e mundos novos. Por exemplo: Emilio Salgari (com quem me iniciei no mundo das aventuras), Júlio Dinis (que me fez descobrir a estética literária) e Júlio Verne (que me despertou para a ficção científica). Depois, já aluno do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, e a par de obras de Camões, Garrett, Antero de Quental, Eça de Queiroz e Fernando Pessoa, li dois livros que mudaram a minha vida: Olhai os Lírios do Campo, de Érico Veríssimo, e Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio. Depois fiz-me homem a ler clássicos estrangeiros: Dickens, Stendhal, Dostoiewski, Flaubert, Balzac, Melville, Steinbeck, Poe, Hemingway, entre outros. Hoje leio sempre vários livros ao mesmo tempo. Tenho-os espalhado por todos os lugares da minha casa, incluindo a casa de banho... Não gosto de ler jornais. Gosto de ler livros. Os jornais são o efémero. Há, de resto, aquela máxima do jornalismo anglo-saxónico que assim diz: “A tua melhor notícia de hoje servirá

Liduíno Borba

tos referidos. Este ano de 2019 correu quase sempre bem, apenas a salientar o atraso de um dia numa das viagens desse voo direto. Todas as áreas em que pode ajudar não deixa de o fazer. As vendas, o marketing, o diálogo com as diversas entidades envolvidas, etc., tem sido o seu forte. O transporte de carga, de e para o aeroporto do Oakland, também está nos seus planos. Da minha parte, nos últimos 9 anos, enviei quase 5 toneladas de livros para a Califórnia, via Lisboa, noutras companhias. Viajei no voo direto referido, entre 13 de agosto e 18 de setembro, e à chegada lá estava o Zeto, sempre pronto, entre as bagagens a ajudar os passageiros e dar-lhes o apoio que solicitavam, depois de duas horas de espera na emigração, devido a um voo mexicano que chegou à nossa frente. É uma ajuda e uma voz portuguesa, ou também inglesa, para quem ali chega e se sente “enrascado”. No dia da partida, o Zeto lá estava no aeroporto de Oakland, depois de se deslocar de São José, para dar todo o apoio e conforto aos passageiros que o solicitavam. Assim, temos um interlocutor válido na Califórnia que nos ouve e responde às questões solicitadas. Ouvi vários comentários favoráveis ao trabalho do Zeto. Continua que estás no caminho certo, apoiando a nossa gente, e a SATA deixou de ter uma “dor de cabeça” na Califórnia.

Ao Cabo e ao Resto Victor Rui Dores

victor.dores@sapo.pt para embrulhar peixe amanhã”. Só o livro é perene e eterno. Aliás, o mundo, tal como o conhecemos, tem sido feito pelos livros. Da Bíblia, do Corão ao Capital e a Freud, da Ilíada e da Odisseia a Voltaire e a Victor Hugo, de Hegel a Proust, os homens vivem de ideias transportadas para livros que nem sempre leram, mas

dos quais eles são filhos. Numa altura em que, nas nossas Escolas, assistimos à desvalorização das Humanidades e da Cultura Literária, é fundamental que o gosto pelas palavras se inicie o mais cedo possível junto dos mais jovens. Para isso é fundamental que os pais contem histórias aos filhos. Porque contar histórias constitui factor decisivo tanto na educação estética da criança, como na ampliação e no enquadramento dos inúmeros apelos do seu imaginário. A fantasia e a imaginação são imprescindíveis no crescimento dos mais novos. Escreveu Albert Einstein: “Se querem que os vossos filhos sejam inteligentes, leiam-lhes contos de fadas; se querem que os vossos filhos sejam muito inteligentes, leiam-lhes muitos contos de fadas”.

Nesta ordem de ideias, as histórias que são para crianças, destinam-se também aos adultos, ou à criança que existe dentro de cada adulto. E isto porque o sentido mágico das palavras não conhece idades. Sempre assim foi, desde as fábulas de Esopo (que viveu seis séculos antes de Cristo), passando por Fedro, La Fontaine, Daniel Defoë, Robert Louis Stevenson, Lewis Carroll, entre muitos outros, até aos nossos dias. Os tempos mudaram, as tecnologias desenvolveram-se e hoje os livros possuem um apuro técnico e uma qualidade gráfica que nada têm a ver com as obras que o sr. Gabriel Melo me recomendava. Aumentaram, e de que maneira, as redes de leitura. Hoje lê-se muito, mas na maior parte das vezes lê-se mal. Porém, o livro continua a ser o que sempre foi: um apelo à nossa inteligência, sensibilidade, imaginação, espírito crítico e desejo de aventura. E nada poderá substituir o prazer físico de manusear os livros, de os sublinhar, riscar, dobrar, amarrotar as suas páginas e nelas fazer anotações. De resto a minha relação com os livros antes de ser intelectual é física. Gosto do cheiro do papel e da tinta dos livros, gosto de acariciar o lustro e o mate das suas capas. Não questiono a importância dos e-books e das plataformas digitais. Mas é preciso não esquecer que, contrariamente à função das carrinhas da Gulbenkian de há 50 anos, as novas tecnologias não estão a transformar informação em conhecimento, e conhecimento em sabedoria. Por isso nunca será de mais lembrar que há mais vida para além da internet e dos algoritmos.


40

SE O CORPO NÃO ESTIVER SÃ, NEM A MENTE NEM A ALMA ESTARÃO

U

9

Ao Sabor do Vento José Raposo

jmvraposo@gmail.com

m “posting”, no facebook, sobre as leis do jejum e abstinência, fez com que eu pesquisasse certas idiotices cometidas pela Igreja. Qualquer pessoa que leia o tal “posting” poderá ver que é um autêntico insulto à inteligència de quem quer que seja. Através dos tempos, políticos e governantes fizeram mudar as leis para categorizar certas coisas não de acordo com a natureza ou a biologia, mas sim da forma que lhes pudesse ser mais conveniente para fins lucrativos, ou de outro género. Vejamos um exemplo. O tomato nasce da flor de uma planta portanto, biologicamente é um fruto, todavia em 1893 o tribunal supremo dos Estados Unidos no caso de, Nix v. Hedden declarou que o tomato era um vegetal, sendo, portanto, sujeito a tarifas de importação. Claro que isso foi para o benefício de alguém. O milho e o arroz são outro exemplo. A Bíblia proíbe os Judeus de comerem kitniyot, que significa, legumes, durante a Páscoa dos Judeus. Embora trigo, milho, cevada, centeio, soja, e lentilhas não sejam legumes, para evitar confusão, resolveram proibir essa comida toda durante a Páscoa. Continuei na minha leitura exploratória e encontrei, penso eu, um caso mais interessante do que os outros todos. No século 17 o bispo de Quebec pediu aos seus superiores que autorizassem os paroquianos a comerem beaver, castor em Português, às Sextas-feiras, durante a Quaresma. Para os que não sabem o castor é um animal que embora nade muito bem, não tem barbatanas, nem guelras, mas a Santa Igreja Católica Romana, mostrouse mais inteligente que os políticos e os Rabinos e declarou que o castor era um peixe. Tendo o pobre animal sido classificado de peixe, passou a servir para fazer churrasco e poder ser comido durante a Quaresma. Entre a estimativa de 60 a 400 milhões de castores que habitavam na América do Norte, desde o Canadá até ao México, calcula-se que somente entre 6 a 12 milhões existem. A Santa Igreja não parou por aqui. Como não há castores na América do Sul, resolveu classificar

beaver / castor

Sanders Meat Service & Shop We are your Steak and Tri-trip specialists, and we are well known for our Peppersticks and Game Processing. Sanders Meat Service is a dependable meat shop that offers quality USDA meats and cuts to the Turlock, CA area. We are owned and operated by Helio & Angela Couto, and we proudly serve all of the Northern and Central California. We cater to all occasions, and our game season is during hunting season (July–December).

Angela & Helio Couto USDA

Certifie • • • •

Opinião

1 de Outubro de 2019

M E AT S &

Vacuum pack • Double wrap Custom butchering • Curing and smoking Cut to specification • Peppersticks and jerky USDA Certified meats for sale at flea markets

d

CUT S

1220 South Avenue • Turlock, CA 95380

Phone: 209-634-7525 www.SandersMeatService.com We will be available after hours up until 9:00 PM. Please call for appointment. We offer shipping of Linguiça & Peppersticks with a 10 lb minimum.

capivara como peixe o capivara, o maior roedor que existe na terra e que é comido na Venezuela durante a mesma época, como se fora peixe. Segundo dizem é uma carne tão saborosa que é servida em alguns restaurantes de Nova York. Na Nicarágua fazem sopa de cauda de iguana para comerem durante o mesmo período. Tenho pesquisado várias vezes qual é a razão para não se comer carne durante certos dias da Quaresma e francamente não cheguei a conclusão alguma. Há quem diga que é por uma questão de penitència e como uma refeição de carne, por ser normalmente mais cara, era considerada para uma ocasião festiva e profana, sendo essa a razão para se abster de comer carne nesses dias. Li tanto sobre esse assunto que cheguei a pensar que deve ter sido por São Pedro ser pescador e querer vender o seu peixe. Quem sabe? Nas épocas que estamos atravessando e pelo preço que o peixe está não me surpreenderá que a Santa Igreja venha a mudar os regulamentos para poder agradar os fiéis. Se há um céu, onde está um Deus justo e um Filho que disse: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”, eu não acredito que idiotices como essas cometidas e outras que ainda se cometem podem de maneira alguma chegar ao céu. Sou capaz de apostar que haverá um curto circuito e a informação ficará a meio caminho perdida no espaço. Quanto à questão de comer ou não comer carne nos dias que a igreja manda, na minha opinião, comem o que possam e queiram porque, se o corpo não estiver sã, nem a mente nem a alma estarão.


10

Opinião

DIÁSPORA EM MOVIMENTO:

A AÇORIANIDADE NA CALIFÓRNIA A força de tradição, de raiz portuguesa num solo e num clima tão outros, dá ao açoriano um ânimo forte, a tranquila altivez capaz da chamada “ira dos mansos.”

C Vitorino Nemésio

omeçou mais um ano letivo no estado da Califórnia onde, segundo o recenseamento americano do ano de 2000, existem mais açor-descendentes do que açorianos residentes no arquipélago. São cerca de 350 mil pessoas que se identificam sendo de origem portuguesa, com mais de 90% tendo emigrando ou com raízes no arquipélago. O novo ano letivo, em escolas e universidades deste mega estado, traz, como sempre, a esperança numa comunidade integrada, com um pé bem firme dentro do sistema de ensino da Califórnia. Como afirmou o antigo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Anan: “Conhecimento é poder. O saber liberta-nos. A educação é a premissa do progresso em cada sociedade, em cada família.” E ainda bem que as famílias portuguesas dos Açores e açor-descendentes residentes no estado da Califórnia, estão finalmente a compreender que é essencial a presença dos nossos filhos e netos nos bancos das universidades deste estado. Para os pais, e os alunos, há que entender que o processo e as vivências são tão importantes, ou mais, do que o diploma. E para a comunidade, há que compreender que as escolas e as universidades são os nossos aliados naturais para preservarmos a língua portuguesa e colocarmos o nosso património cultural em plena equivalência com os outros grupos étnicos. Tal como as outras etnias que constituem o multiculturalismo californiano, a comunidade de origem portuguesa está espalhada pela imensidão deste estado. Com a integração das novas gerações, os descendentes das ilhas de bruma fazem parte desta sociedade e são, para todos os efeitos: americanos. Porém, com o despontar de cada ano letivo, em escolas e universidades deste estado, lá estão os filhos, netos, bisnetos e trinetos de emigrantes açorianos lutando pelo seu futuro através do ensino. E lá devem estar, em cada escola e cada universidade os cursos de língua e cultura portuguesas, assim como outros programas e iniciativas que levem o mundo português e açoriano aos centros do conhecimento californiano e a comunidade a sentir-se parte integrante do mesmo mundo. Os guetos, no nosso caso, muito mais sociais do que físicos, são altamente prejudiciais para a comunidade. Podem alimentar, efemeramente, os egos de alguns elementos comunitários, mas a médio e longo prazo atrasam o processo que nos levará a ter um lugar à mesa da miríade de culturas que compõem a identidade deste progressivo estado. A mesa cultural da Califórnia não pode estar posta sem um prato formado pelas vivências dos emigrantes portugueses dos Açores e seus descendentes. Só assim, preser-

40

1 de Outubro de 2019

Reflexos do Dia-a-Dia Diniz Borges

d.borges@comcast.net varemos o nosso património e salvaguardaremos a presença da língua portuguesa, que poderá não ser a língua de comunicação diária dos nossos rebentos, mas é uma língua que conhecem, e que a compreendem, pelo menos minimamente, e com a qual se identificam. Mais do que língua que usam diariamente, porque não a será, é essencial que seja a língua da sua identidade. E para que o seja terão que ter alguns conhecimentos da mesma. Como já o escrevi, ad nauseam para quem segue estas crónicas, a presença portuguesa e açoriana na Califórnia, com uma história tão, ou mais antiga, do que o próprio estado, precisa ser contada e arquivada. É urgente que faça parte dos currículos nas escolas e universidades. A dinâmica de uma comunidade étnica pequena (mesmo que sejamos 500 mil em 40 milhões) num mundo gigantesco como o estado da Califórnia, só pode ter futuro se estiver dentro da mesma sociedade. A nossa presença com cursos de língua e cultura portuguesas no mundo do ensino é o passo mais seguro que se possa dar para a longa jornada de registar e perpetuar a língua portuguesa e as culturas da mesma língua neste estado do pacífico americano. Nunca teremos a presença que merecemos se continuarmos a fazer as mesmas atividades que fazíamos há 30 anos, porque a comunidade não é a mesma, nem tão pouco o mundo o é. Queixamo-nos com os constantes decréscimos nas festas e nas romarias. As rádios queixam-se com a falta de ouvintes e os jornais com falta de assinantes e leitores, mas fazemos o mesmo que fazíamos há três décadas. Como já o disse: ou criamos razão de o ser (significado) ou diluiremos no mundo californiano-desapareceremos. Não podemos construir a comunidade de amanhã alimentando egoísmo do passado. Nem podemos ficar por simples recriações da festa da freguesia. Como ouvi algures, criticar sem apresentar soluções é meramente inflacionar o ego do crítico. Daí que, em começo de ano letivo, apresento ou relembro algumas sugestões que são necessárias para se construir o mundo que todos nós queremos para a presença portuguesa e açoriana em terras da Califórnia. 1º-Criar um espaço de ponderação comunitária que tenha por objetivo refletir a comunidade e ser um fórum congregador e abrangente de todas as gerações e todas as linhas de pensamento. Um espaço onde quem se interessa pela comunidade não tenha receio de a pensar em voz alta e de a criticar para a melhorar. 2º- Tornar cada festa da comunidade num acontecimento marcante para a cidade onde se realiza. Cada uma das festas do Espírito Santo, ou santos populares. que ainda se faz na Califórnia deveria ser parte integrante do calendário da cidade onde se realiza. Cada instituição deveria pensar em fazer parcerias com as câmaras municipais, as câmaras de comércio, os clubes sociais do mainstream americano, como os Lions, Kiwanas, etc., as escolas e universidades. 3º- Presença da comunidade portuguesa nos certames e festivais das cidades e condados da Califórnia. Desde as feiras dos condados aos festivais internacionais e multiculturais que muitos municípios promovem.

Nesses acontecimentos devem estar a presença do nosso movimento associativo e de elementos da nossa cultura popular e erudita. 4º-Criar grupos de trabalho e de pressão junto dos distritos escolares americanos para uma maior presença de cursos de língua e cultura portuguesas, utilizando os vários casos de sucesso que temos em várias zonas deste estado. Abraçar o plano estratégico para o ensino da língua portuguesa na Califórnia como a tábua de salvação que é. Estarmos conscientes que o ensino da língua portuguesa nas nossas escolas públicas está nas nossas mãos. De Portugal pode vir apoio moral e alguma formação para professores, porém a criação de cursos nas escolas da Califórnia só pode vir do seio comunitário. E até a formação deve vir dos institutos de metodologias que temos na califórnia que são dos melhores do mundo. 5º-Construir oportunidades para que possamos ter maior influência no mundo político californiano. Há que instituir nos nossos jovens o desejo e a aptidão pelo serviço público, quer a nível estadual, quer a nível local, particularmente em direções escolares, câmaras municipais, e representantes dos condados. Mais, há que ser realista. A Califórnia neste momento tem uma vasta maioria de votantes do Partido Democrático ou independentes. O Partido Republicano representa menos de 25% do eleitorado deste estado. Daí que ou encontramos jovens luso-americanos progressistas para se candidatarem ou ficaremos a falar mal de tudo e de todos nas redes sociais sem qualquer avanço comunitário. 6º- Conceber junto do nosso movimento associativo a necessidade de investirmos mais no arquivo e na reflexão comunitária. Aproveitarmos as oportunidades únicas que muitas vezes aparecem apenas uma vez na vida, como a criação do arquivo das histórias orais da comunidade portuguesa na universidade estadual da Califórnia em Fresno. Sem o investimento comunitário estes projetos nunca terão o impacto que a comunidade merece e precisa. Portugal deve entender isso e as comunidades também. Ainda há tempos o editor do jornal Tribuna Portuguesa transmitiu-me a ideia de cada festa e festival português doar uma percentagem dos seus lucros para projetos deste género, projetos educacionais e culturais junto do mundo académico americano. Temos como exemplo máximo no centro da Califórnia a comunidade arménia cuja presença na Universidade Estadual da Califórnia em Fresno é modelar. Os compromissos com a comunidade devem ir além de uma pontual bolsa de estudo. 7º-Gerar oportunidades para a presença das letras e das artes portuguesas e açorianas no mundo americano. A literatura portuguesa e açoriana está por aí traduzida. Em vez de lamentarmos que os nossos jovens luso-descendentes não têm o conhecimento necessário para conhecerem as nossas letras na língua de origem, há que lhes fazer chegar às mãos com projetos inovadores, as obras literárias em tradução. A essência de se ser português e açoriano está na nossa literatura. A lista já vai longa, e havia ainda outros pontos cruciais a considerar. Porém paremos por aqui. O importante é criarmos oportunidades para irmos além do que já não faz sentido e acontece simplesmente porque está preso pela sombra da saudade. A comunidade da Califórnia não pode cristalizar, nem pode ficar à mercê dos egoísmos pessoais dos nossos líderes, de um capricho político-partidário em Portugal. A comunidade portuguesa que á açoriana nesta Califórnia, tem muitas potencialidades. Acredito que se não dermos ouvidos nem aos cínicos, nem aos oportunistas, nem tão pouco aos efémeros representantes do terreiro do paço que não compreendem a nossa cultura insular, se aceitarmos a nossa capacidade criativa e utilizarmos o nosso poder económico, se formos mais inclusivos para com os nossos vizinhos e amigos de outras etnias e culturas, teremos os resultados que afinal todos aspiramos. É tempo de construirmos a Diáspora de amanhã.


40

PADARIA

POPULAR BAKERY

Manuel Cabral 1 de Outubro de 2019

Patrocinadores

organista • vocalista

Manuel Cabral ORGANISTA • VOCALISTA

Grande selecção de productos de mercearia

baked fresh daily!

Papo-secos • Pão de trigo • Bolo do Pico • Pão de Milho • Biscoitos • Rosquilhas • Massa Sovada Bolos de Casamento, Baptisados, Aniversários

Qualidade é a nossa preocupação!

Os nossos productos estão à venda nos bons super mercados!

Telefone: 408.258.2800 1636 Alum Rock Ave., San Jose, CA 95116

Musica Bem Portuguesa e Inglesa

Contacto: 562.924.3509

Musica Bem Portuguesa

Contacto: 562.924.3509

Recordando amigos de portugal

domingos das 10:00 às 12:00 P.m. 103.3 FM or online at KPCA.FM Diretor Carlos Medeiros

11


12

Opinião

40

40

1 de Outubro de 2019

anos

1979>2019

AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

Q

ueridos amigos, no meu caso em particular, a euforia e ternura dos 40 anos, infelizmente já lá vão... agora com a tremura dos 80 e pico, dou graças a Deus de ainda poder vir aqui rabiscar umas poucas palavras elogiando este “Baluarte” da nossa linda e rica Língua Portuguesa! Desde o seu nascer, e a pedido do seu Director-Fundador, João Brum, meu amigo e conterrâneo, que tenho colaborado e acompanhado sempre com muito entusiasmo e interesse a sua difícil caminhada na nossa Diáspora. Citando o nosso amigo e colaborador, Victor Rui Dores, na máxima ensinada nas escolas de jornalismo, “A Televisão mostra, a Rádio conta e o Jornal explica.” Eu confesso que venho “contando” histórias e lendas há mais de 60 anos e se me pedirem provas daquilo que foi dito durante esses anos todos a resposta seria “E tudo o vento levou”! Já isso não acontece com aquilo que é escrito, explicado e guardado para a posteridade. Manter um jornal como o TRIBUNA, de duas em duas semanas á nossa porta, é mais um “milagre” a agradecer á dedicada Familia Ávila, Josè, pai, Miguel e Roberto, filhos. Estamos todos de parabéns! Oxalá venham outros 40 e muitos mais!

E

Miguel Canto e Castro Saudades da Nossa Terra

Dearest Friends, the Avila Family, xcuse me for being a bit late with our best wishes and sincerest congratulations on this milestone occasion, we have been away on vacation, but must add our greetings to the wonderful Avila Family. The Tribune is a faithful friend that visits us twice monthly, a race to who opens it first! Quality reporting starting with excellent quality materials and colors. We are able to visit all our wonderful communities with all the unselfish committee participants and volunteers through the pages, it would be impossible to travel to all these areas at the same time, our “Tribuna” does that for us. Congratulations on your family efforts to attend all our functions throughout this Golden California, May God grant you many more years of this magnificent community service. Parabéns! E muitos anos mais.

Joanne & Jose Camara Hayward, CA

Amigos. Familia. Comunidade. Lino M. Amaral Agent

Auto RV Home Life Earthquake Business Health Bank Annuities

CA Lic# 0725137

510-724-5432 lino@asklino.com LINO AMARAL AGENCY 2489 San Pablo Avenue Pinole, CA 94564

www.asklino.com Eu Falo Portugues!

Um nome bem reconhecido e membro ativo na comunidade Portuguesa na área da baía - Lino Amaral está aqui para todas as suas necessidades de seguros.


1 de Outubro de 2019 40 Angela Costa, Chair Board of Directors, PALCUS

English Page

13

“I really hope others will understand how important it is for us to have an organization like this.” Several people still ask, what is PALCUS? Tell us about the organization and why it exists. PALCUS was founded in 1991 with the main goal of giving a voice to the Portugese community at a national level and on Capitol Hill. It’s important for us to have a voice at this level because it we need to drive awareness of our needs at this level. One of PALCUS’ initial efforts was to work on a tax treaty between Portugal and the United States working with US House Representative, Richard Combo. The benefits it drove were that if you had property or business in Portugal, you were only taxed once, whereas before you were in jeopardy of being taxed in both countries. Another initiative driven by PALCUS was the visa waiver program. People traveling from Portugal to the US for visits, weddings, or other reasons would not need to pay for an entry visa to the US. Over the years PALCUS expanded its mission to include goals around fostering Portuguese culture, education and business initiatives. PALCUS does advocacy work. It is not a lobbying entity sine our non-profit status prohibits us from such activities. PALCUS doesn’t drive legislation, but it works with groups in the Congress and Senate to ensure our representatives know about issues important to us: teaching the Portuguese language and keeping good relations between Portugal and the United States. This also includes items like the US census. Recently, we began offering scholarships, internships, and partnering with other institutions to help with study abroad programs or just providing opportunities to deserving young people. PALCUS is continuously engaging with the business community, launching networking events, mixers and bringing people together. What have been PALCUS’ major challenges? Our biggest challenge is that we don’t have local halls or clubs, so people don’t immediately see the benefit of our work and for this reason getting financial support is hard. We are a national organization and people ask us, where are you guys? We don’t see where you are. That’s why we have significantly increased communication and have local events to let everyone know what we are working on and getting them to understand the value we are driving. Looking ahead, what are the key initiatives PALCUS is driving in the next 2 years? Our key initiatives include: The census campaign. We are analyzing data and presenting it to the community. This has been a major accomplishment this year. We drove and received a code for Portuguese on the 2020 Census. We also will have subcodes for Azorean and Maderan. It’s important to understand that in the 2010 census, the Portuguese were not counted at all. We will be hosting our second national

conference next year in Coral Gables, Florida in conjunction with the Gala and partnering with ICEP, the government of Portugal and the Portuguese Chamber of Commerce. We are focused on business opportunities in Portugal and building a bridge between Portugal and the United States. How are you attracting youth interested in a political career and in promoting the interests of our community? We have lots of ideas in this regard. Growing the internship program is a big area of focus. We are partnering with other companies and organizations to provide internships in Portugal. Additionally, we are looking at creating a Youth Ambassador program where young people can help spread the word on social media, on their school campuses, or hosting mixers where they work. We are also educating kids on what it’s like to be in public service and may be putting workshops together on how to run for office and how to start a campaign. What are PALCUS’ biggest achievements during its 27 years of existence? Implementing the visa waiver and the tax treaty were fundamental. We also established two groups in Senate (Friends of Portugal) and the House (Portuguese American Caucus). We have annual receptions with these groups and are in regular contact with them. Five years ago, we launched a survey to ask the question should Portuguese be considered Hispanic? It was a national survey that garnered 8,000 respondents. We believe this is why the National Census decided not to denominate Portuguese as Hispanic on the 2020 US Census survey. See survey results here: https://www.palcus.org/ index It’s important to track data on our community to highlight what’s important to them, if they belong to a Portuguese community, if they visit Portugal and what their needs are.

the last three years than ever. We are always looking to add geographic diversity on our board. What are the results of your scholarship program? We typically offer five graduate and undergraduate scholarships. This year we will be offering six, given the creation of the Alexandre António DaCosta Simões Scholarship that will be given to someone who is studying a form of Portuguese language or history. We usually receive about a dozen applications and they are very high caliber candidates. What are your expectations for the upcoming PALCUS Gala? This is our third gala in California. We are very excited about a full program including a Lustianian Forum on Saturday and an invitation for Portuguese officials to talk about the state of our representation. This year we will also have a wine tour to Carvalho and St. Jorge Portuguese wineries. For the first time, we have a Portuguese baker providing dessert, Jeremiah Duarte Bills who was on the first season of ABC’s The Great American Baking Show. We enjoy showcasing Portuguese entrepreneurs.

Share your personal thoughts on PALCUS with us. I have been involved with PALCUS for 21 years. I’ve joined and been involved with many other organizations. WIth others, you join and then eventually you step away, but with PALCUS it’s been one of the few that I’ve stuck with for so long. It’s because I believe in the mission. We need to be represented. Why aren’t the Portuguese represented? Why don’t we get fair treatment? Why aren’t we recognized? If we don’t have someone advocating for us, we will remain an invisible community. This is why I’ve been so committed. I really hope others will understand how important it is for us to have an organization like this … even if it’s sending a $5 donation. PALCUS has only one paid staffer (admin), but everything else is done by the Board of Directors and members. The members don’t get reimbursed for anything (travel, flights, hotels). We do this out of our own pockets and because we believe it’s important work. The analogy is that we all pay for fire departments; we hope we never need them, but when we need them, they are there. PALCUS is the same way, except we are not there just for an emergency. We are here to serve and advocate for lots of different things critical to our Portuguese community.

How are members selected for the PALCUS Board of Directors? It’s a requirement that all Board members be a Charter Member of PALCUS which shows commitment to the organization. If someone shows interest, they can approach any of the Directors to get more involved. Additionally, if we know someone that would be a good addition, we discuss the nomination as a Board. Our board members are working members, not just oversight. We run committees and programs. We are a very hands-on working board. We also have more women on the board now than ever before, and coincidentally we have have accomplished more in

ELKS TOWER CASINO & EVENT CENTER 921 11TH ST #401, SACRAMENTO, CA 95814 WWW.PALCUS.ORG


14

40

Inaugural Ceremony of New Home Office

Comunidade

1 de Outubro de 2019

MODESTO, CA • SEPTEMBER 21

New Beginnings • New Horizons

Duane S. Oliveira, chairman of the board; john a. r. salvador, Chief Executive Officer & pedro c. vieira, jr., supreme president, cutting the inaugural ribbon with modesto nuts’ mascot & johnny gallo

PFSA board of directors & Modesto’s council member jenny kenoyer

Duane S. Oliveira, chairman of the board

Maria João Lopes-Cardoso, cônsul geral de portugal em sf

J.A. Freitas Library

museum

helder carvalheira, steve soares & Alcino carvalheira

ELAINA VIEIRA, president of the Carlos Vieira Foundation, presenting a certificate of appreciation to pfsa

mike borges & jerry escobar, director of marketing


40

1 de Outubro de 2019

Comunidade

15

John Salvador, CEO, Portuguese Fraternal Society of America

“I am confident the PFSA, now that the Home Office is in Modesto, will engage more with the Portuguese Community” In your own words, can you tell us what PFSA is and does?

The PFSA is a Non-Profit Tax Exempt Charitable Organization and Fraternal Benefit Society. The Society’s Mission statement is: PFSA Offers financial services to protect members and their families and provides cultural, social, educational and charitable activities. The PFSA is the result of four composing Societies merging into one as of January 1, 2010. Since the merger, the PFSA Members and Fraternal Councils have donated nearly $1.4 million dollars of financial assistance to other Charitable and Non-Profit Organizations, held 37,500 Events and have volunteered over 170,000 hours of Community Service. The PFSA has so many great members who volunteer their time to Give Back to the Community. The PFSA Scholarship Foundation offers Scholarships and Grants to PFSA Members to assist them in obtaining a higher education. Since January 1, 2010 the Scholarship Foundation has awarded a total of 433 Scholarships and Grants, in an amount of more than a half-a-million dollars of financial assistance. The PFSA has an array of competetitive life insurance products and annuities (Education and Retirement Annuities). To join a candidate is required to obtain a life insurance policy or an annuity contract, thus allowing full-membership rights wihtin the Society. Tell us 3 things you like about your current position as CEO.

I enjoy working in a collaborative manner with the Board of Directors for the progress and advancement of the Society. 2nd it is gratifying to lead the Home Office Team to be the best we can, to serve our Members and the Community, and the business aspect of the Society has always intrigued me, dating back to 1985 when I was first employed at the SES, one of the four composing Societies of PFSA. 3rd would be interacting with the Directors, Officers and Members and crea-

teatro de variedades do porto judeu performed during the inaugural

ting fraternal bonds of friendship with so many great people, some whom I have been blessed to know for decades. What are some of your biggest accomplishments as CEO?

The relocation of Home Office, from San Leandro to Modesto, was beyond a shadow-of-a-doubt one of the major accomplishments and the most intense responsibility I have ever encountered. With an excellent Staff and a terrific moving company, we accomplished the move. It took time to get the Office, Museum and J.A. Freitas Library in-order, with minimal downtime, which is gratifying. Hiring of New Staff Members that are a wonderful addition to the Home Office Team. They have bonded well with each other and they take pride in their work. I am very grateful and feel blessed to have assembled such a great team. What was the purpose of PFSA’s HQ move to Modesto?

The Board of Directors received an offer to purchase the former Home Office Property in San Leandro, which will be a major development and demolition of the existing Buildings, by a major development contractor. The Board and I toured many Office Buildings in the East Bay Area, Livermore, Tracy and then Modesto. The New Home Office Building in Modesto had just been placed on the market when the Board and I toured the Building and found that the Suite PFSA occupies today, would work very well for the Society. Also, an interesting fact is that within a 50 mile radius of Modesto the PFSA has 45% of its membership versus 15% of its membership within a 50 mile radius of San Leandro. What are you most excited about for PFSA’s move?

Having the Home Office closer to a larger number of Members and allowing them the opportunity to visit the J.A.

Freitas Library and the Museum, is very exciting. Also, I feel there are more opportunities to create partnerships with Portuguese Studies Programs at schools and Universities, as well as businesses in the greater Modesto area and Central Valley. What can the J.A. Freitas Library bring to Central Valley?

With the vast volume of Portuguese Books relating to Portuguese History, Culture and Heritage the J.A. Freitas Library is a great source for anyone interested in Portugal and the Portuguese. In my opinion many Portuguese-Americans and their descendants now have a more convenient opportunity to visit the Library to obtain information and to read and learn about so many talented Authors and Writers. PFSA extends an offer to the Portuguese Study Programs and Schools and Universities to schedule a visit to the J.A. Freitas Library. What can we expect from PFSA’s future community activities and involvement?

PFSA plans to hold events at the Home Office, in the near future, with different interesting topics and themes for presentations to the Community. Some ideas are: Book Presentations, Symposiums, Portuguese Art Exhibits, Portuguese Wine & Cheese Tastings, Community Business Mixers, just to name a few. The PFSA in 2020 will once again be the Presenting Sponsor of the San Joaquin Valley Portuguese Festival, to be held April 18, 2020, and the Board of Directors is considering to once again be the sponsor of the Portuguese Heritage Night at the Modesto Nuts. How do you see PFSA changing in two to five years, and how do you see yourself creating that change?

I am confident the PFSA, now that the

john salvador Home Office is in Modesto, will engage more with the Portuguese Community and the Community-at-large, by hosting Events at the Home Office that are interesting to the Community. I work closely with Mr. Jerry Escobar, PFSA Director of Fraternal Activities/ Marketing and we are planning many events for 2020 to enlighten the Community on the PFSA and Portuguese Heritage. I anticipate that the PFSA will also grow in Membership, when more people learn of the great works of the Society. Teach us something we don’t already know about you.

I am proud to be the son and first generation born of my beloved Parents, Carlos & Teresa Salvador, Portuguese immigrants who migrated to the USA from Terceira, Azores in the early 1950’s. I had the Honor and pleasure of working with my father for nearly 8 years, prior to his retirement, at the SES Office in Santa Clara. Having served as the Chairman of the PFSA Board of Directors from July of 2009 thru November 2, 2015, I had the honor and experience of serving the Society as a Director, which was a rewarding experience during the infancy of the PFSA. I love Portuguese Music and the Portuguese traditions here in California. I am an avid fan of the SF Giants and 49ers. The Tribuna at your service.

On behalf of the PFSA, I extend sincerest appreciation to Mr. Jose Avila and his son, Mr. Roberto Avila, for their continued outstanding devotion in publishing information and news of the Portuguese Fraternal Society of America in the Tribuna Portuguesa. We as a Community are very fortunate to have Mr. Avila as an advocate for our Portuguese-Americans and their descendants. Also, Mr. Jose Avila and his son, Roberto Avila are extremely interested in assisting PFSA with the J.A. Freitas Library and upcoming events. Thank You Gentlemen!


16

40

37.0 Festival de Folclor e Português

Comunidade

1 de Outubro de 2019

ARTESIA, CA • 21 SETEMBRO

A comunidade luso-americana de Artesia, condado de Los Angeles, recebeu este sábado o 37.º Festival de Folclore Português da Califórnia, com oito grupos folclóricos que celebraram os “retalhos” da cultura portuguesa, disse à Lusa o responsável Jimmy Enes. “O tema do festival é Retalhos, porque nos encontramos numa encruzilhada em termos de comunidade, em que temos de pegar nestes retalhos dos nossos antepassados para aprender quem fomos, como eram os trajes e as modas”, explicou Enes, presidente do Grupo Folclórico Retalhos Antigos de Artesia e responsável do 37.º festival. O evento começou com uma mesa redonda entre os oito grupos participantes, que viajam até Artesia a partir de várias regiões da Califórnia onde há comunidades luso-americanas de dimensão relevante: Chino, Hilmar, Tulare, San José, Turlock e Vale de São Joaquim. Jimmy Enes referiu que há dez grupos folclóricos ativos no Estado da Califórnia e dois ou três que estão inativos mas continuam formados. “Começamos a ver as primeiras e as segundas gerações a terem as suas famílias, e há uma parte dessas gerações que veem o valor disto”, disse o responsável. “Esta é a sua única oportunidade de experimentarem a cultura portuguesa”, acrescentou, o que faz com que valorizem as expressões culturais da música, dança e trajes típicos das regiões de origem. Calcula-se que mais de 70% dos cerca de 346 mil luso-americanos contabilizados no Estado da Califórnia seja originária dos Açores. “Os emigrantes, obviamente, valorizam muito”, notou Enes. A organização espera receber entre 700 e mil pessoas no hall português Artesia D.E.S. (Divino Espírito Santo), onde serão servidas comidas e bebidas típicas do país, como bitoque e cerveja portuguesa.

fotos de chris maness www.chrismaness.com

Depois das atuações dos grupos folclóricos, que vão demorar cerca de 20 minutos cada, o festival será encerrado por uma das bandas de rock luso-americanas mais populares na comunidade, Eratoxica. Jimmy Enes considerou que a preservação deste festival é importante não apenas para quem atua nos grupos folclóricos e para a comunidade emigrante, mas também para os que não são portugueses “e estão interessados em conhecer os sons, visuais e sabores da cultura portuguesa”, ficando a conhecer as tradições lusitanas nestes eventos. A organização da 37.ª edição do festival, que acontece em Artesia pela quarta vez, fez este ano um grande esforço “para criar um bom ambiente para as pessoas que irão atuar”, disse Enes, enumerando investimentos no palco e na iluminação, com inclusão de um ecrã LED gigante. “Quisemos criar um ambiente divertido que premeie estas pessoas, que são lusoamericanos de primeira e segunda geração, pelo trabalho que estão a fazer para manter unidas as suas comunidades e continuar a promover os Açores, a Madeira e Portugal continental”, frisou. O festival vai receber as atuações do Grupo Folclórico Tempos de Outrora de San José, Rancho Folclórico Saudades de Ribatejo do Vale de São Joaquim, Grupo Folclórico Bela Aurora da Paróquia de Nossa Senhora da Assunção de Turlock, Grupo Folclórico Mar Alto de Turlock, Grupo Cultural Português Recordando Portugal de Chino, Grupo Folclórico Saudade do Bravo de Tulare, Grupo Folclórico Mar Bravo de Hilmar e Grupo Folclórico Retalhos Antigos de Artesia, que é o anfitrião. Estava agendada a participação no festival do Diretor Regional das Comunidades do governo dos Açores, Paulo Teves, mas um imprevisto obrigou o governante a cancelar a visita a Artesia e a palestra que tinha marcada para segunda-feira no Instituto Português Além-Fronteiras da Universidade Estadual da Califórnia, Fresno. Açoriano Oriental, AO Online/ Lusa


40

1 de Outubro de 2019

Grupo Folclรณrico Retalhos Antigos de artesia, organizador do festival

fotos de chris maness

Comunidade

17


40

Inauguração do Monumento ao Soldado

18

Comunidade

1 de Outubro de 2019

TURLOCK, CA • 29 SETEMBRO

HOMENAGEM DA COMUNIDADE PORTUGUESA E DO NÚCLEO DA LIGA DOS COMBATENTES DA CALIFORNIA

Com pompa e circunstância o Núcleo da Liga dos Combatentes da California inaugurou o Monumento ao Soldado no Domingo, 29 de Setembro em Turlock. Antes realizou-se uma Missa presidida por Myron Cotta, Bispo de Stockton, com a presença de muita gente, muitos deles antigos combatentes da guerra colonial ou familiares. Depois da cerimónia do Içar das Bandeiras, Vital Marcelino, Presidente do Núcleo da California deu as boas vindas a todos os presentes e em breves palavras explicou o caminho percorrido pelo Núcleo até este dia. Com a presença de Joaquim Chito Rodrigues, General do Exercito Português e Presiente da Liga de Combatentes de Portugal, Maria João Lopes Cardoso, Cônsul Geral de Portugal em San Francisco, e Vital Marcelino, houve a oficial inaiguração do Monumento, que pouco depois foi benzido pelo Bispo de Stockton. Euclides Alva-

res, o orador deste evento, num discurso muito bem elaborado, falou do combatente, das familias e do sentimento do dever cumprido, muito embora as dificuldades encontradas na guerra. Também Artur Teixeira, Vice-Presidente do Núcleo, recordou a participação e morte de seu irmão aos 19 anos. Seguiu-se a nossa Cônsul de San Francisco e por fim Joaquim Chito Rodrigues, Presidente da Liga, que fez um longo discurso, historiando todas as fases da guerra e o comportamento exemplar do soldado português. Por fim entregaram-se medalhas a todos os militares presentes ou na sua ausência aos familiares. Para acabar a cerimónia Isalino dos Santos, acompanhado por Steve Soares, Joseph Sousa e Dimas Toledo cantou dois fados relativos ao Soldado. Serviu-se um ligeiro almoço a todos os presentes.

Myron Cotta bispo de stockton


40

1 de Outubro de 2019

Comunidade

19

manuel sousa pastor da igreja de n. s. assunção

faustino hilário coronel, Secretário-geral da liga dos combatentes

vital marcelino pres. núcleo da liga dos combatententes da california

Maria João Lopes-Cardoso euclides Álvares membro da direção cônsul geral em sf

isalino dos santios, joseph sousa, dimas toledo, steve soares

jesuino reis tesoureiro do núcleo

artur teixeira vice-pres. do núcleo

joaquim chito rodrigues general e pres. das liga dos combatentes de portugal


20

Obituários

1 de Outubro de 2019

40

Jose Adelino da Silva

Augusto Lima

September 23, 1930 – September 15, 2019

September 27, 1937 – September 14, 2019

No passado dia 15 deste mês faleceu em Half Moon Bay vítima de doença incurável, Jose Adelino da Silva rodeado pela sua amada familia. Deixa a chorar a sua morte sua esposa Leonesa Silva, seus filhos Joe Silva JR, Fernando Silva, Filomena Miller e seu genro Pat Miller e ainda 3 netos e 2 netas na Terceira, cunhados, sobrinhos/as aqui na America, cunhados sobrinhas/os. O falecido era natural da Ilha Graciosa e contava 88 anos de idade. Emigrou para a America com a sua familia em 1973. Que Deus Nosso Senhor o tenha na sua Santa Gloria. Paz à sua Alma. Foi sepultado no dia 18 de Setembro no Skilawn Memorial Park em San Mateo, CA.

Augusto Lima was born on September 27, 1938 in Porto Judeu, Terceira, Acores. He passed on September 14, 2019 in Newman, CA at the age of 81, surrounded by his family. Augusto is preceded in death by his parents Antonio Pacheco de Lima and Francisco Amelia de Lima of Porto Judeu and granddaughter, Nazareh Nunes. He is survived by his wife, Celeste Lima, with whom he was married to for 56 years; daughter, Lucy Nunes and spouse Alfred, son, Jeff Lima and spouse Ashley; 7 grandchildren: Christopher and Briannie Marlin, Lexie, Jillian and Alfred Nunes, Sidney and Lucas Lima; and 2 great-grandchildren, Quinnley and Dawson Marlin. He is also survived by two sisters, Maria de Jesus Lima of Gustine, CA and Mary Lou Lima of Seaside, CA; and one brother, Carlos Lima and spouse Ermelinda of Porto Judeu, Terceira. Augusto is remembered and loved by many other people of whose lives he touched. He will be laid to rest at Hills Ferry Cemetery in Newman.

Tribuna Portuguesa sends its heartful condolences to all the families.

Daniel B. Stone September 1, 1968 - September 11, 2019 Daniel B. Stone, 51, of Buffalo, N.Y. and formerly of Warren, PA. died after an extended illness on Wednesday, September 11, 2019, at his residence. He was born September 1, 1968, in Warren, PA. to Harvey H. Stone and the late Manuela Vale. He has resided in Warren, PA., Portugal and Charlotte, N.C. Dan was a 1986 graduate of Warren Area High School. He attended Rochester Institute of Technology. He was employed in the banking industry, working with loan, inventory and collections departments. Dan was an accomplished artist and loved animals. He was a true pizza connoisseur....

Jose Augusto Rocha October 19, 1937 - September 15, 2019 Jose Augusto Rocha was born on October 19, 1937 in Terceira, Azores; to Jose and Candida Rocha. He passed away on Sunday, September 15, 2019 in Modesto, California. He is proceeded in death by his parents and two of his siblings; Maria de Castro and Antonio Rocha. He leaves behind his wife of 55 years, Alzira Rocha. He is also survived by his children, Joe (Betty) Rocha of Modesto, Angela (Steve) Herrera of Turlock, and John (Debbie) Rocha of Ceres; his siblings, João Rocha of Canada, Conceição Rocha and Francisco Rocha, both of Terceira, Azores, and seven grandchildren; Victoria Garcia of Texas, Joseph, Sabrina, Johnathan, Benjamin Rocha all of Modesto and, Nicholas and Emma Rocha, both of Ceres. Jose was a devoted husband, father, and grandfather. He was an avid gardener and a skilled handyman. He was a passionate and talented musician for over 65 years. Jose had a strong work ethic. He retired from Gallo Glass, after 22 years. He was generous and giving to friends and family, especially his grandchildren. His love for life was extremely infectious and he will be missed dearly by his family, friends, and all those that knew him.


40

1 de Outubro de 2019

Comunidade

LANÇAMENTO DO LIVRO

Vacas, Toiros e Chocalhos Cows, Bulls and Cowbells

Liduíno Borba

A

s razões principais desta minha viagem à Califórnia, entre 13 de agosto e 19 de setembro, foram três, para além de visitar familiares e amigos: lançamento do livro “Três Bispos do Século XXI”; recolha de dados para o livro “Mário Teixeira – Um bandarilheiro na Califórnia”; e lançamento do livro “Vacas, Toiros e Chocalhos”. Pelo meio surgiu a ideia de escrever e editar outros dois livros: um com uma biografia de Miguel do Canto e Castro, figura conhecida e reconhecida na nossa comunidade; e outro sobre a história do Açoreano Sport Club, ligado à Casa dos Açores de Hilmar, que muito tem contribuído para o desporto na Califórnia. O lançamento de “Vacas, Toiros e Chocalhos” realizou-se neste domingo, 15 de setembro, na cidade de Merced, onde reside o casal biografado, Filomena e António Nunes. O ambiente escolhido foi o bem decorado pavilhão da família onde se encontram, no teto, mais de 2000 chocalhos, a segunda maior coleção do mundo. Foram colocadas mesas para mais de 100 convidados e servido um farto jantar, com sopa, bacalhau à portuguesa e doces regionais, regado com bom vinho e sumos. De seguida procedeu-se à apresentação do livro referido, que esteve a cargo do Comendador Manuel Eduardo Vieira, com um texto bem elaborado e apropriado para o evento. Das suas palavras destaco: “Com muita frequência sou procurado para receber políticos ou empresários vindos de Portugal, em missão governamental ou de negócios. Um sítio que tenho a maior satisfação em visitar é a coleção de chocalhos de António e de Filomena Nunes. Cada visitante fica deveras surpreendido e maravilhado com a coleção que aqui se encontra e também do modo como está magnificamente exposta”. Seguiramse as palavras improvisadas e claras de António Nunes que receberam o devido reconhecimento dos presentes. Por fim, falei eu, na qualidade de autor e editor, para agradecer a todos quantos contribuíram para mais este livro, em especial a família que acreditou no meu trabalho. A sessão de autógrafos foi o passo seguinte neste encontro de amigos. O casal Filomena e António Nunes decidiram oferecer um livro a cada casal ou pessoa presente, depois de autografados. Mais uma vez salientar que sou sempre muito bem recebido e tratado. Foram muitos os amigos e conhecidos com quem convivi nestas cinco semanas que por aqui andei, mas duma maneira especial àqueles que me deram “cama, mesa e roupa lavada”. Obrigado a todos.

liduíno borba autor

antónio nunes biografado

manuel e. vieira apresentador

filomena nunes biografada ivo rocha monsenhor da igreja

Cupão de Assinatura 23 edições SIM! Desejo ser assinante do Tribuna Portuguesa.

Por favor enviem-me o jornal para o endereço seguinte:

por ano

Nome: Endereço: Cidade:

Estado:

Zip code: Telefone: Email:

Enviar com um cheque de $45.00 por ano para: Tribuna

Portuguesa P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866

pavilhão da família com mais de 2000 chocalhos

21


22

Opinião

O NOSSO CAPITÃO

F

40

1 de Outubro de 2019

oi já há mais de cinquenta anos que conheci o “jovem” Joaquim Maria da Costa. Nessa altura ele era já um senhor a rondar o meio século de vida e eu uma criança acabada de sair da escola primária. Hoje eu sou um velho já meio incomodado por artrites e dores musculares e o senhor Costa continua a ser um homem atinado e esperto.»» Estas foram as primeiras frases que escrevi numa crónica dedicada ao dia em que o Sr. Costa completou cem anos de vida, a 6 de Fevereiro de 2014. Continuei essa minha homenagem a um dos homens mais honestos que conheci e a quem eu considerava até como um segundo pai, tentando descrever um pouco da nossa relação de amizade e respeito mútuo. Revisitei esse texto, agora que, infelizmente, o Sr. Costa nos deixou. ««Uma vez por outra, em noites de Verão, aparecia na Loja do meu pai, que, ao vê-lo entrar, o saudava sempre jovialmente com o costumeiro ”Como está o nosso Capitão?” Intrigava-me o título, nunca tinha visto o ilustre visitante fardado de militar. Um dia aventurei-me a perguntar e fiquei satisfeito com a resposta, “Era o capitão de equipa do nosso Sport Angrense, o melhor “back” do seu tempo”. Claro que o “back” era a antiga designação de defesa no grupo de futebol, neste caso do defesa-esquerdo. E logo seguia o meu pai com um desbobinar de nomes, que recordava com saudades, das grandes equipas do seu (nosso) Angrense.... O Gabriel Patachon, o Chico Toste, o Daniel Baratinha, o João Calafona, o Agostinho de Sousa Terceiros, o Edmundo do Teatro ... E como eu me consolava a ouvir essas histórias!»». Ainda hoje as recordo. Da altura em que o meu progenitor viajou até à cidade da Horta, onde acompanhou a equipa no ano de 1938; dos grandes jogos que levaram o Angrense à conquista do Torneio dos Açores em 1936; das desculpas do Agostinho de São Miguel que, ao perder um jogo contra o eterno rival, dizia que “O problema é que não temos atacadores!”. Em todas estas histórias havia sempre uma menção especial para o nosso capitão. Anos mais tarde o Senhor Joaquim Costa tomou uma decisão que, sem ele saber, mudou completamente o rumo da minha vida. Ao ter conhecimento que a sobrinha Maria Alice não iria poder participar na via-

"Crónicas de Hoje e de Sempre" João Bendito joaobendito@yahoo.com

gem de fim de curso da Escola Industrial, onde ele era chefe do pessoal auxiliar, prontificou-se a pagar ele próprio a deslocação. O namoro que então ela e eu começámos, em 19712, ainda hoje perdura. Foi uma honra para mim quando fui aceite no seio da sua família. Era com muito gosto que me sentava à sua mesa, onde saboreávamos os manjares superiormente preparados pela Tia Laura, o amor da sua vida e uma grande senhora, por mérito próprio. Nessas alturas, era ele o contador de histórias... dos tempos em que trabalhava com o pai no Posto de Desinfecção do Castelinho, das aventuras de rapaz novo a apanhar caranguejos nos calhaus do Porto das Pipas, das atribulações do sogro e cunhados, pescadores do Corpo Santo, das escapadelas que dava ao sentinela quando, com o seu grande amigo José Peixoto, fugiam da caserna do Comando Militar, ao tempo instalado no Palácio dos Capitães Generais, e vinham

Joaquim Maria da Costa com joão C. bendito à Loja do meu pai beber um copinho de vinho de cheiro, “ O melhor que havia na cidade”, dizia ele. Homem sério e educado como ninguém, nunca o ouvi levantar a voz ou usar termos menos próprios fosse para quem fosse. Teve muita ocasião para o fazer, principalmente durante os anos de trabalho na Escola Industrial. É possível que algum aluno mais indisciplinado lhe tivesse azedado o juízo, mas resolvia os problemas com lucidez e a contento de todos, de tal modo que sempre gozou da amizade e respeito

dos alunos e professores daquela antiga escola. Nos tempos conturbados pós- 25 de Abril manteve uma postura condizente com a sua forte personalidade. Não se imiscuía em discussões políticas mas não deixava de dar a sua opinião sobre as decisões que os dirigentes camarários tomavam sobre a SUA cidade, a Angra que amou como ninguém. Sentia tristeza ao ver as ruas sujas, as obras paradas, a cidade desleixada. E não ficava só por palavras, metia mãos à obra e limpava, plantava flores, fazia o que podia, desinteressadamente, para bem da cidade. Tenho saudades das nossas conversas. Muito aprendi com ele, não só com o que me dizia mas também pelo exemplo da sua conduta. Amigavelmente chamavame o “Fascista”, já não me lembro porquê mas também nunca me importei que o fizesse, ele dizia-o sempre de uma forma alegre e em tom de brincadeira. E tenho saudades de ver os seus olhos brilhantes, que tinha uma forma de sorrir só sua. Em Agosto deste ano, passados já mais de cinco anos desde que escrevi o original deste texto, tive a sorte e a felicidade de ainda encontrar o Sr. Costa e de ter com ele uma simpática conversa, já intercalada por divagações que o levavam aos tempos de juventude. Com os tais olhos brilhantes mas já miudinhos, semicerrados como que a buscarem um melhor foco nas imagens que lhe cruzavam o pensamento, Joaquim Maria, agora com 105 anos de idade, voltou a contar-me histórias, daquelas que só ele sabia, já que era o mais idoso (J. M. da Costa não era velho!), quem sabe se o único sobrevivente da sua geração. Talvez para compensar o cansaço da voz, metia um pequeno assobio no meio da narrativa, qual interjeição a dar colorido ao conto. Foi um Homem integro e honesto. Diria mesmo que foi um Homem feliz, superiormente respeitado por filhos e netos, que o acompanharam e nunca o abandonaram, até ao seu último dia. A eles, aos filhos e filhas, expresso o meu agradecimento por terem cuidado dele de forma tão carinhosa, e faço-o aqui, em público, porque sempre considerei o Sr. Joaquim Maria da Costa como a um segundo pai. Bem hajam! Até um dia, Ti Costa, um adeus deste “Fascista” que nunca te esquecerá.

LAND For Sale • Ponta Delgada • São Miguel • Azores, Portugal

Excellent property (5800sq m) located in the heart of the Urban Park with index of construction of 0.5, allowing the construction of 2900 sqm: 12 - 15 homes or apartment building or hotel. Take advantage of the surrounding green area to invest in an excellent high-income housing project. Invest in one of the noblest areas of Ponta Delgada with greater expansion. €750,000 Euros / $847,500. US Dollars

Please contact owner in U.S @ 508.254.7669 or Broker at Century21AZOR


40

Comunidade

1 de Outubro de 2019

23

maria João & policarpo machado

Espírito Santo é partilha

Todos os anos a casa da Maria João e do Policarpo Machado, enche-se de família e amigos para partilhar as Sopas e a Carne do Espirito Santo. E uma tradição antiga e que lhes dá muita alegria. Sendo uma festa familiar pequena, o esmero e a qualidade das sopas e da carne tem um sabor muito especial.

SER BAIRRISTA

Traços do Quotidiano Margarida da Silva santamarense67 @yahoo.com

J

Santo Amaro do Pico

á fui “acusada” de ser demasiado bairrista por gostar de enaltecer o lugar onde nasci. Cada um puxa a brasa à sua sardinha, como diz o velho ditado. Não vejo nada de mal nisso e não acho defeito algum quando é justificável. Por isso, não tenho que pedir desculpas a ninguém. Nunca tive inveja do progresso das demais freguesias. Pelo contrário, dá-me grande prazer quando vejo a nossa terra evoluir seja qual for a ilha. Quando há anos o amigo e conterrâneo, Amaro de Matos, “batizou” Santo Amaro do Pico, como a “Terra dos Barcos”, causou certa controvérsia, pois houve pessoas, algumas mesmo ligadas à freguesia, que não concordaram com o epíteto porque, segundo eles, tmbém se contruiram barcos noutras freguesias do Pico. Então qual a razão, porque ninguém teve o interesse ou a “ousadia” de dar esse nome a outro lugar qualquer? Para além da construção naval que fez de Santo Amaro o maior estaleiro dos Açores, há muitos outros factores que contribuiram para o enaltecimento desta pitoresca freguesia. Porém, isso ficará para outro trabalho. Hoje, quero falar dos construtores marítimos, nas-

cidos em Santo Amaro e com estaleiros própros que muito contribuiram para elevar o bom nome da sua terra. Como não tenho provas concretas precedents, posso adiantar que o Mestre João Maria foi o primeiro a atingir fama como construtor Santamarense. Em meados do século XIX ele começou a construir, no largo da igreja, pequenas lanchas para a pesca e barcos de cabotagem., construindo igualmente em outros pontos da ilha e fora dela. Outro construtor de renome, o Mestre Manuel Bento, estabeleceu o seu estaleiro no lugar do Caisinho, em 1915. Ele construiu duas das melhores e mais belas embarcações que sulcaram o mar dos Açores, a lancha Calheta e o iate Helena. Goulart Quaresma, no seu livro, “Maresias”, declarou a Calheta como : “A Rainha das Lanchas” e a Helena, “Uma obra prima picarota”. Apraz-me notar que, a minha mãe, quando ainda criança, costumava ir levar o “jantar” ao irmão, José Jorge da Terra, que era carpinteiro no estaleiro do Caisinho. Mestre José Alvernaz construiu várias embarcações para pesca e tráfego local. Entre algumas das suas obras, destacam-se o iate Ribeirense e o veleiro Ilha Azul. Mais tarde, residiu em São Miguel indo depois para a Graciosa onde continuou a sua profissão e ali faleceu. Mestre José Teixeira Costa foi um notável construtor. Entre 1938 e 1985, contando-se entre lanchas da baleia, atuneiros e barcos de cabotagem, mais de quarenta embarcações. Entre elas, Flor do Pico, Terra do Pão, Salazar, Carmona, Santamarense, Cabrilho,

Baía de Velas, Pérola da Manhenha, Marota, Garota e Medina. Além disso, construiu inúmera lanchas para a pesca artesanal. Mestre Manuel Joaquim de Melo iniciou a sua carreira de construtor naval na década de 40. Do seu estaleiro sairam pequenas embarcações para a pesca, lanchas da baleia, atuneiros e iates. Em 1947 ele construiu o Terra Alta, na altura, a maior embarcação feita nos Açores. Mestre Júlio Nunes de Matos também construiu muitos barcos. O seu estaleiro era contíguo ao nosso quintal. Por isso, acompanhei de perto toda aquela laboração. Ele iniciou a sua profissão em 1956 com a construção do atuneiro Ponta da Ilha. Seguindose, entre outros, o Pão dos Pobres, Pérola do Pico, Senhora da Saúde, Ilha das Flores,D. João de Castro e Pérola de S. Jorge. Tal como os seus colegas, ele também construiu lanchas para a pesca e transformou e reparou vários barcos. Estes estaleiros foram o ganha pão de muitas famílias de Santo Amaro e de algumas de freguesias vizinhas. O Padre José Maria das Neves, escreveu o seguinte no seu livro, “Para a História de Santo Amaro do Pico, publicado em 1970: “Quase todos os maiores veleiros antigos, os iates de motor e mais de 70% das traineiras da albacora, batelões de descarga, gasolinas de passageiros e algumas centenas de lanchas de pesca dos mares dos Açores, têm sido construídos nos estaleiros de Santo Amaro, ou por construtores desta freguesia.” Para aqueles que me “acusam” de ser bairrista, aconselho que façam o mesmo quanto à sua terra natal. Da minha parte, continuarei a dar louvor, quando merecido, ao meu cantinho.


24

Desporto

40

1 de Outubro de 2019

liga nos 2019/20 famalicão continua na liderança Famalicão 3 - 1 Belenenses

7ª Jornada • abola.pt

FAMALICÃO SEGURA LIDERANÇA COM REVIRAVOLTA O Famalicão continua a surpreender e mantém a condição de líder isolado da Liga à sétima jornada, após vitória sobre o Belenenses por 3-1. Os visitantes até marcaram primeiro, a fechar a etapa inaugural, por Tiago Esgaio, mas a turma famalicense, embalada pelo seu público, viria a reagir da melhor forma na segunda parte. Pedro Gonçalves empatou aos 61 minutos, Anderson Silva consumou a reviravolta aos 80 e ainda teve tempo para bisar. abola.pt

R

O primeiro chafariz da ilha de São Jorge

esolvi começar um conjunto de publicações que não obedecem a um tema especifico; não obedecem a um espaço temporal, nem sequer a uma sequência definida; não obedecem a uma agenda – mas que tem por finalidade partilhar “retalhos soltos” da nossa história, com que por esta ou aquela razão nos cruzamos e que o espírito de curiosidade leva a aprofundar. É, se a arte e o engenho o permitirem, com esse objetivo de partilhar conhecimento que se convida, o leitor, ao envolvimento para que cada vez mais possamos ter melhorada consciência coletiva da nossa história. Como o manto de “retalhos” que emerge da preparação de um e da sua união com outros, para originar a obra acabada, também a História resulta de uma dinâmica de construção de factos que permitem compor um todo. Incidiremos, essencialmente, sobre o extinto Concelho de Vila Nova do Topo, que hoje engloba as freguesias de Nossa Senhora do Rosário e de Santo Antão. Nada serve tomar conhecimento e adquirir saberes se estes não têm por fim facilitar o trabalho de quem nos seguirá na ordem natural da cronologia biológica da vida. Pouco sei, mas ambiciono empalhar estes “retalhos soltos” para que, um dia, alguém credenciado e habilitado possa compor a mais completa colcha sobre a nossa história. Herdamos obra e conhecimento. Obra e conhecimento devemos passar às gerações vindouras. Na escolha para “retalho” inaugural considerei Guilherme da Silveira ou Casmaca, como primeiro colono do Concelho ou a extinção do Concelho de Vila Nova do Topo. Contudo, começo pelo primeiro chafariz construído na ilha de São Jorge e pela extinta Câmara de Vila Nova do Topo, terra fundada pelo Casmaca. O Concelho de Vila Nova do Topo é referenciado como instituído em 12 de setembro de 1510 e vê decretada a sua extinção em 1855, passando pelas peripécias de 1867 e, finalmente, pela sua extinção definitiva no dia 1 de abril de 1870, por sinal dia das mentiras! Mentira foi o que pareceu para as cerca de 3000 pessoas que viviam isoladas da restante ilha, e para as quais era mais fácil ir à ilha Terceira por mar do que à

Retalhos Soltos Paulo Teixeira

saojoao11@gmail.com

Calheta por terra. A verdade é que, na prática, não seriam somente aquelas 3000 almas, porque também os dos Lourais e das fajãs Redonda e Sanguinhal ali tratavam das suas coisas com mais facilidade do que na Calheta. Talvez essa razão tenha levado o Padre Cunha, nas suas Notas Históricas, a assumir por duas vezes o Sanguinhal como sendo parte de Santo Antão (freguesia criada por decreto de 6 de junho de 1889) e não como efetivamente é, da Ribeira Seca. Em 1855 também é decretada a extinção dos concelhos de São Sebastião, na ilha Terceira e da Praia, na Graciosa, mas a maior injustiça foi o agravamento do isolamento administrativo do Topo. Conhecem-se oito relatórios sobre este processo. Muitos foram os protestos. A população chegou a apresentar duas petições que, apesar de merecerem reconhecimento, ficaram perdidas. Um dos Governadores Civis de Angra do Heroísmo à época defendia fervorosamente a extinção, até que, passados alguns anos, visitou o Topo e, perante a realidade, mudou de opinião: “Não pode ser extinto”. Precisamente porque verificou o isolamento a que ficavam vetadas aquelas populações, até que foi sentenciada a definitiva extinção “porque a sua existência só complicava o funcionamento do Governo Civil”. Analisando as últimas contas da Câmara Municipal de Vila Nova do Topo, acredito que, em parte, a decisão se ficou a dever ao imposto (quota dos expostos) que transitava em dívida de orçamento para orçamento e que cada Câmara Municipal deveria remeter ao Governo Civil. Já naquela época o dinheiro se colocava acima da obrigação e dever social do Estado para com os mais desprotegidos. Mesmo assim, foi na Vila Nova do Topo, através da sua Câmara Municipal, em gestão de destino incerto, que se construiu, no lugar da Fonte Velha, o primeiro chafariz da ilha, datado de 1864, e que deveria estar classificado como património de interesse – diria mesmo – regional, pela sua importância e significado. Ergueu-o uma população condenada (e com prazo) a ficar ainda mais isolada e desprotegida, mas que soube merecer essa glória de pioneira. A construção do primeiro chafariz da ilha vem referenciada na obra de AVELLAR (1902) Ilha de São Jorge Apontamentos Para a sua História. Está inscrito no orçamento da CM de Vila Nova do Topo de 1864, no registo da despesa, o valor de 22§800 (vinte dois mil e oitocentos

reis) para “concerto na fonte velha, desta villa, pondo-se lhe novo frontispício”. Isto leva a concluir que a captação e funcionamento de ponto de distribuição de água, naquela localidade, já existia antes daquela data. Hoje é comum haver água canalizada nas casas, mas só na parte final do século XIX esta foi canalizada para chafarizes, o que muito beneficiava a qualidade de vida das populações. A proximidade de uma habitação ao chafariz e à igreja era, reconhecidamente, a melhor localização. A partir daí começam a verificarse algumas (mas poucas) canalizações particulares. Ainda na época do 25 de abril de 1974 a Câmara Municipal da Calheta deferia um requerimento para 1/8 de palha de água como tendo sido “deferido na condição de fazer um reservatório de 3 mc e na condição de ser cancelado se o interesse publico assim o exigisse”. É já na década de 1980 que se procede à grande obra de abastecimento de água do Concelho da Calheta, sob a presidência de Nemésio Serpa, mantendo-se, contudo, o sistema antigo em muitas pequenas localidades. É preciso recordar que os chafarizes, hoje de reduzida utilidade – e alguns abandonados ou desaparecidos –, eram obras de valor incalculável para as populações que, muitas vezes, precisavam de percorrer enormes distâncias para se abastecerem de água. Em lugares onde as nascentes ficavam demasiado longe ou inexistentes, construíram-se as cisternas para captação e armazenamento das águas da chuva. Uma situação interessante, em que os particulares se juntaram e resolveram o seu abastecimento, foi a captação da fonte do Cordeiro, na freguesia de Santo Antão, e que está devidamente documentada com duas escrituras feitas no notário publico, datadas de 1909. Ainda hoje esse direito está nas famílias dessa geração determinada. Francisco Borba escreveu uma dúzia de artigos sobre a situação, e que servirão de base para desenvolver um trabalho mais completo e profundo sobre o abastecimento de água no Concelho da Calheta. Fica assim esta singela, mas justa homenagem a esses pioneiros homens que lutaram pelo Concelho de Vila Nova do Topo até onde foi possível. Fica, igualmente, com este primeiro “retalho solto”, o desafio para as autoridades locais assinalarem esse marco histórico no reconhecimento do mérito e memória da Câmara Municipal de Vila Nova do Topo.


40

1 de Outubro de 2019

Patrocinadores

25


26

Cultura

40

1 de Outubro de 2019

PAGINA DE ARTES E LETRAS DO TRIBUNA PORTUGUESA

Apenas Duas Palavras

Barro Vermelho

ILHA BRANCA um colorido livro de JOÃO C. BENDITO

Diniz Borges

d.borges@comcast.net A força do outono, uma das minhas épocas do ano preferidas está aí. Gosto das cores e da mudança de clima. Se como escreveu Camus, o outono é outra primavera, cada folha uma flor, aqui estamos entrando na época das folhas douradas que embelezam as árvores da vida. Dizia ainda Carlos Drummond de Andrade que o outono é mais estação da alma do que da natureza. Sei que o outono faz-me bem à alma. E neste outono nada melhor do que saborear as tardes amenas para ler um livro. O nosso amigo Onésimo Teotónio Almeida, traz-nos aqui mais um dos seus magníficos textos para recomendar a leitura de um conjunto de estórias no novo livro de João Bendito, colaborador deste jornal. O texto do Onésimo faz-nos querer, ler de um só fôlego o livro do João cujas crónicas acompanho sempre com atenção e prazer. Gosto dos temas e da sua escrita. Leiam o texto de Onésimo Almeida e comprem o novo livro de João Bendito, do qual já aqui havíamos falado há alguns meses.

onésimo almeida recebe o prémio d. diniz do presidente da república A última palavra é obrigatoriamente para Onésimo Teotónio Almeida, amigo de há muitos anos, académico respeitado em todas as latitudes do mundo lusófono. O Onésimo acaba de receber mais um merecidíssimo prémio. Desta feito o prémio D. Diniz pelo livro “O Século dos Prodígios”, uma obra que precisa de ser urgentemente traduzida para inglês e lida por todos os luso-descendentes. Tal como referiu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na entrega do prémio: “por ser um português na América, Onésimo pode escrever sem nacionalismos nem masoquismos. Digamos que tem atuado como um lusitanista iluminado sem que essa iluminação signifique aqui sentido de medida, cautelas quanto a grandes eloquências, ceticismo em relação ao politicamente correto tão em voga na universidade americana.” Acrescentaria, Senhor Presidente, que o político correto, que concordo está em voga e por vezes é confrangedor, não está em voga só nas universidades americanas, está bem patente em Portugal. Diria que por vezes em Portugal, tal como em alguns portugueses a fazerem carreira académica na América, é claustrofóbico e nauseante. Parabéns Onésimo! Concordo que só um intelectual como o Onésimo poderia escrever este livro. Relembro que “O Século dos Prodígios”, já recebeu, em novembro do ano passado, o Prémio História da Presença de Portugal no Mundo, da Academia Portuguesa de História, foi também distinguido com o Prémio Mariano Gago da Sociedade Portuguesa de Autores e, em setembro, com o Prémio John dos Passos 2019, instituído pela Região Autónoma da Madeira.

J

Onésimo Teotónio Almeida

oão Bendito surpreendeu-me há poucos anos com um precioso livro sobre o pai e o seu famoso local de negócio, A Loja do Ti’ Balhão, que eu havia conhecido nos meus tempos de Angra. O aparecimento agora deste livro sobre a Graciosa já não me apanha desprevenido porque, a partir da publicação do seu primeiro, passei a ler todas as crónicas que dele fui encontrando na imprensa da diáspora. Já sabia, portanto, da sua costela graciosense e das fortes ligações afectivas à ilha onde passou bocados da infância e adolescência. O que surpreende neste segundo livro é o facto de serem tão numerosas e vívidas as memórias que dos seus dias na ilha Branca o autor guarda. Verdade seja dita que também já não me espanta a segurança e destreza da sua escrita, elemento importante para assegurar a atenção do leitor ao longo das páginas. É que não só das estórias e memórias vive um livro desta natureza; importa saber contá-las. Esse ofício João Bendito conhece bem. Uma avó graciosense explica a ligação do autor à ilha

Abraços,

Diniz

e às temporadas ali passadas. O livro procura o rigor histórico e vem profusamente ilustrado como se de um álbum de família se tratasse. As histórias experimentadas ao vivo e as ouvidas aos mais velhos rolam ao longo das páginas narradas em pormenor com garra e afecto. São muitas e variadas e vão desde uma sobre uma orquestra de escravos negros trazidos por um natural da terra emigrado no Brasil, até ao caso de um pequeno avião a falhar uma chegada às Lajes e acabando por cair na ilha, episódio dramático presenciado por locais que intervêm de um modo trágico que não revelarei aqui. Contudo, a maioria das histórias é pessoal. São experiências vividas pelo autor apanhado pelo choque cultural, a princípio provocando um pé atrás, mas depois causando total adesão (muito curiosos esses “choques culturais” entre duas ilhas tão próximas e tradicionalmente com tão intenso inter-relacionamento). Confesso uma antiga afeição por essa graciosa ilha. Não terá a espectacular beleza natural de S. Jorge, Flores ou Pico, mas é cheia de adoráveis recantos, de uma arquitectura notável e de uma textura social

muito singular no conjunto açoriano (ainda recentemente o suplemento Fugas, do jornal Público, dedicava-lhe uma entusiástica reportagem assinada por Sandra Silva Costa com o sugestivo título “Muito prazer, dona Graciosa – e até ao meu regresso”, Público, 24-8-2019). Por isso interrogo-me se o meu próprio na leitura destas páginas terá algo a ver com esta antiga afinidade. Espero, todavia, que não. Quero apostar que os leitores que decidirem lançar-se na leitura delas embarcarão numa viagem virtual em papel e não me surpreende que mais dia menos dia queiram experimentar a ilha ao vivo. E hoje isso é tão fácil porque as comunicações nada têm a ver com o tempo em que João Bendito atravessava o mar num barquito de pequena cabotagem. Ignoro se o autor terá mais relações de parentesco noutras ilhas. Fico a desejar que as tenha, porque isso seria sinal de que se vai seguir pelo menos mais um livro nesta série de esplêndidas memórias narradas por alguém que as viveu, as tem bem vivas, desfruta o prazer de contá-las e sabe como levar a apreciá-las quem não as viveu e a elas apenas tem acesso através da sua escrita.


40

Comunidade

1 de Outubro de 2019

27

foto de frank silva casamento • 16 setembro

casamento • 28 setembro

LYSANDRA MARIA ALYSSA & SILVA & MICHAEL JASON MELO JOSEPH SOUSA SILVA Pais: Joe & Fatima Silva Luis & Pascoalina Jorge Maids of Honor: Lucy Borba Marlene Costa Best Man: Justin Lindo

Pais: José & Maria Melo Carlos & Lucia Melo Matron of Honor: Lisette Silva Best Man: Kevin Costa

casamento • 28 setembro

HEAVEN & JONATHAN VELASQUEZ Pais: Natalie Velasquez Gabriel & Veronica Reina

091519 Quinta de Castanhas:Layout 1 9/8/19 2:57 PM Page 1

40 anos

1979>2019

SERVINDO O VALE DESDE 1984

www.TheChestnutFarm.com

Photo: Richard Green

A Castanha Saborosa, mais doce e grada do vale de San Joaquin 3 tamanhos de castanha para todos os gostos Vendas a Retalho e por Atacado para toda a América Mínimo de 10 libras quando UPS

Façam já as suas encomendas!

agradeciment0 Venho agradecer a Santo António uma graça que recebi e que prometi publicar no Jornal, para que todas as pessoas que estão aflitas não deixem de recorrer a Santo António, que Ele nunca nos abandona. Muito grata,

Ana Margarida Silva

c/o Joe Avila 2450 Albers Road Modesto, CA 95357 Tel: 209-522-3250 Cell: 209-404-0186 www.TheChestnutFarm.com Siga-nos no

@thechestnutfarmmodesto 2450 Albers Road, Modesto, CA 95357 Tel: 209-522-3250 • Email: aviloop@aol.com


28

Patrocinadores

40

1 de Outubro de 2019

Sousa’s Discount Food & Liquor 1584 Washington Blvd., Fremont, CA 94539 • Telefone: 510.659.8366 • Fax: 510.659.6369

SUPER BOCK 6pk

Bacalhau Medio da Islândia $5.99/lb

Azeite Saloio $8.99

Minis $5.99 Reg $8.99

Queijo do Topo São Jorge $7.99/lb

Preços tão baratos que não os podemos mencionar! –Abilio e Fátima Sousa

/sousasfoodnliquors

Capote Velho

$5.99/1L

Silk & Spice

$9.99

Casal

Garcia Red

$4.99/ea

Casal

Garcia

$5.99/ea

Aveleda

per case

Vinho Verde

$5.99/ea

Largest Selection of Brazilian & Portuguese Foods!

grande oportunidade vende-se padaria em hanford • Excelente localização em hanford, ca • Clientes fiéis estabelecidos • Excelentes produtos de panificação e doces • Pronto para negociar

40

una Portuguesa anos Social

Email: portuguesetribune@sbcglobal.net

www.portuguesetribune.com

1979>2019 ortuguesetribune@sbcglobal.net

ortuguesetribune.com

@hanfordpbakery

1738 N 10th Ave., Hanford, CA 93230 Por favor entre em contato:

Osvaldo Lourenço 559-582-3866


40

Tauromaquia

1 de Outubro de 2019

29

Quarto Tércio José Avila

josebavila@gmail.com Já se começa a contar os dias para as Corridas ultimas da temporada de 2019. Cartazes bem postos e com artistas e forcados já conhecidos dos nossos aficionados. De salientar o regresso do matador Nuno Casquinha, uma das maiores figuras do toureio português apeado, e que no estrangeiro tem espalhado a sua classe. Na Segunda-feira iremos ver além dos cavaleiros que tourearam no Sábado, o nosso Tiago Pamplona, que teve uma época muito boa na Terceira. Que a sorte se reparta por todos. A Azores Band of Escalon teve um encontro com amigos no dia 14 de Setembro na sua Sede, para a apresentação do seu novo CD intitulado PASOSDOBLES. De lembrar que esta é a Banda que irá apresentarse nas Sanjoaninas 2020, o que já provoca “dores de cabeça” à Azores Airlines pelo número de pessoas que os vão acompanhar. Como é seu hábito esta banda vai representar a California em grande nível.

Fotos e design do CD de Angel Sveen

azores band of escalon


40

Teatro de Variedades do Porto Judeu

30

Comunidade

1 de Outubro de 2019

TOUR USA • 6–22 SETEMBRO

O Grupo Teatro de Variedades Porto Judeu apresentou um programa muito colorido e divertido para as suas atuações na California. Durante o seu Tour USA 2019, abrilhantaram os palcos de Gustine na Festa de Nossa Senhora dos Milagres; San José na Sociedade Filarmónica Nova Aliança; Artesia Divino Espírito Santo; Tulare no Angrense Athletic Club; Turlock no Salão de Nossa Senhora da Assunção; Livingston, a convite de Manuel Eduardo Vieira; PFSA, na abertura na sua sede nova em Modesto e em San José na Portuguese Band of São José, “Banda Velha.” Obrigado por todas as suas actuações e voltem sempre aos teatros da California!

texto de roberto borges


40

1 de Outubro de 2019

Patrocinadores

31


32

Ultima Pรกgina

1 de Outubro de 2019

40


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.