September 15th 2019

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Tribuna Portuguesa 40 Anos

40 2 a QUINZENA DE SETEMBRO DE 2019

Ano XL - No. 1301 Modesto, California | $2.00 / $45.00 Anual

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA • WWW.PORTUGUESETRIBUNE.COM

JOÃO P. BRUM • DUARTE SANTOS • ARTUR V. TOMÁS • JOSÉ JOÃO ENCARNAÇÃO • CARLOS RAMOS • JOSÉ

RIBEIRO • HERALDO DA SILVA • JOÃO AFONSO • VAMBERTO A. FREITAS • MARIA AMÉLIA NEVES • ONÉSIMO T. ALMEIDA • ÁLAMO DE OLIVEIRA • MANUEL DUARTE • COELHO DE SOUSA • MADURO DIAS • GORETTI SILVEIRA • JAIME BAPTISTA • PEDRO DE MERELIM • HELDER S. LIMA • FERNANDO PEREIRA • REIS

LEITE • JOE MATTOS • JAMES GUILL • MARIA VITORINO • HILSE BARBOSA • VELMA SANTOS • MANUEL

anos

ÁVILA SIMAS • JOSÉ TEIXEIRA • NECAS MADRUGA • LEONEL MEDEIROS • CARLOS REIS • MARIO VARGAS • RAFAEL DE ÁVILA BARCELOS • DIONÍSIO DA COSTA • URBINO DE SAN-PAYO • MANUEL SANTOS • GOMES

DA SILVA • REI BORI • JORGE MOREIRA GONÇALVES • NATANAEL DA COSTA • MACHADO RIBEIRO • SILVALAJE • JOSÉ RODRIGUES • EDUARDO MAYONE DIAS • MÉCIA DE SENA • CARLOS B. MACEDO • JORGE ALFINETE • FERNANDO SILVA • H. DÉDALO • HÉLIO SOUSA • PAULO GOULART • ALBERTO LEMOS • JOE

FREITAS • JOÃO MORRISON • FERNANDA SIMÕES • JOE SILVA • TONY ESTEVES • AFONSO SERPA • ALBERTO PEIXOTO • JOAQUIM CORREIA • VALENTIM B. DE FREITAS • FRANK R. DIAS • HERMANO JÁCOME

• JOSÉ LUÍS FAGUNDES • JOÃO SOARES • JUDY ÁVILA • JOE B. SOUSA • DR. CUNHA DE OLIVEIRA • JOSÉ GREGÓRIO ARAÚJO • OSVALDO PALHINHA • MANUEL ALBERTO MARTINS • MARIA JOSÉ BRANTUAS • MARY GIGLITTO • AIRES MADRUGA DA SILVA • CASSIANO FERREIRA • ABÍLIO FREITAS • HELENA AVELAR • JOSÉ VARGAS • JOSÉ SILVA • JOAQUIM O. NEVES • DIONÍSIO DA COSTA • MIMI MACHADO • SÃOZINHA BETTENCOURT • PEDRO DA COSTA • DINIZ BORGES 8 EVELYN COSTA • HUMBERTO PEIXOTO • JOSÉ

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FRANÇA • JOSÉ MEDEIROS • NAZÁRIO BORBA • ANTÓNIO CARVALHO • GUTER SOUSA • JAIME LUÍS • HEL-

TER MARTINS • JOÃO FONTES SOUSA • HENRIQUE DÉDALO • FILOMENA MENESES • JOÃO R. SILVEIRA • ALBERTO SOARES • ARTUS C. DE OLIVEIRA • FILOMENA ROCHA-MENDES • MANUEL MENDES • JAIME

M. LEMOS • ARMANDO M. ANTUNES • HELDER F. ANTUNES • FERREIRA MORENO • J. BATISTA BRITES •

ADALINO CABRAL • LEONEL NOIA • HÉLIO DE SOUSA • MANUEL COELHO • JOSÉ A. BATISTA • JOSÉ B. ÁVILA • LUCIANO CARDOSO • HÉLIO DE SOUSA • MIGUEL ÁVILA • FERNANDO DUTRA • MARIA CARVALHAL • JOSÉ RAPOSO • MARGARIDA SILVA • JOSEFINA CANTO E CASTRO • ROBERTO ÁVILA • JOÃO-LUÍS

DE MEDEIROS • CAETANO VALADÃO SERPA • MARIA DAS DORES BEIRÃO • JOSÉ DUARTE DA SILVEIRA •

GORETTI SILVEIRA • RUFINO VARGAS • ELEN DE MORAES • PAUL MELLO • VICTOR RUI DORES • JOÃO C. BENDITO • SERAFIM CUNHA • JIM VERNER • CARLOS ALBERTO ALVES • JOEL NETO • TONY GOULART •

LÉLIA NUNES • NELSON PONTA-GARÇA • MIGUEL CANTO E CASTRO • ZÉ DUARTE • LÚCIA SOARES • LISA FALCÃO • HENRIQUE DEDALO • EGÍDIO ALMEIDA • MONICA SOARES • SERGIO PEREIRA • JUDITE TEIX-

EIRA • ALICIA FILOMENA COTA • JOÃO GAGO DA CÂMARA • JOSÉ HENRIQUE SILVEIRA DE BRITO • JC DE

2,13–15+

MELO • PAULO J. TEIXEIRA • PLUS OTHERS…

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edições por ano

www.portuguesetribune.com

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Editorial

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O NOSSO MUITO OBRIGADO! OUR APPRECIATION!

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uando celebramos os quarenta anos da existência deste jornal, atualmente o único jornal português da Costa Oeste dos Estados Unidos, ficamos muito agradecidos a todos os que o tornaram possível e que o mantiveram e mantêm. Agradecemos ao seu fundador, a todos os seus anteriores administradores e diretores, a todos os colaboradores — anteriores e atuais — que preenchem as suas colunas com regularidade, a todos os anunciantes que ajudam a manter viável este meio de comunicação social da diáspora portuguesa. Mas os nosso mais sincero agradecimento vai para com os nossos assinantes que ano após ano mantem as suas assinaturas em dia e nos motivam em fazer mais e melhor com cada edição. Um meio de comunicação social especialmente um jornal dedicado a uma extensa comunidade não cai do céu. É feito com muito amor por essa mesma comunidade. É feito com muita dedicação e empenho em mostrar do que melhor fazemos. É feito muitas vezes em detrimento de momentos familiares porque temos um compromisso com todos vós cada quinzena. Um jornal comunitário é um documentário vivo das vivências de uma comunidade inteira, do seu diaa-dia, dos seus anseios, dos seus destaques. Este jornal comunitário é a vossa plataforma, a vossa tribuna, a nossa TRIBUNA PORTUGUESA.

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hen we celebrate the fortieth anniversary of the existence of this newspaper, currently the only Portuguese newspaper on the West Coast of the United States, we are very grateful to all who made it possible and who kept it going year after year. We thank its founder, all of its past administrators and editors, all contributors and columnists—past and present—who regularly write their columns, all the advertisers who help keep this Portuguese diaspora media viable. But our most sincere thanks go to our subscribers who year after year keep their subscriptions up to date and motivate us to do more and better with each issue. A media entity especially a newspaper dedicated to a large community does not fall from the sky. It is made with a lot of love for this same community. It is done with great dedication and commitment to show what we do best. It is often done at the expense of family moments because we have a commitment to all of you every two weeks. A community newspaper is a living documentary of the experiences of an entire community, its daily life, its yearnings, its highlights. This community newspaper is your platform, your tribune, our PORTUGUESE TRIBUNE. miguel ávila miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

40 ANOS de HISTÓRIAS

Crónicas do Perrexil

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ALGUNS MOMENTOS DA VIDA DESTE JORNAL.

epois de ter adquirido este jornal em 2003, e passados que foram 7/8 meses, recebi uma oferta milionária de trabalho de dois a três anos como consultor, de uma muita reputada companhia americana (não são só os jogadores de futebol que recebem ofertas milionárias). Fiquei contente e triste ao mesmo tempo. Tinha começado um projecto de que gostava, tínhamos desenhado um jornal comunitário, como nunca tinha sido feito, e de repente cai esta bomba de oferta na minha casa. Que fazer? Cheguei a casa e contei à minha mulher, ela ficou excitadíssima com a possibilidade de viajarmos muito dentro do Estados Unidos e fazermos uma vida super excitante. Era a reforma que ela tanto desejava. Viajar por esta America linda. Falei como os meus filhos e eles apoiavam os desejos de minha mulher. E eu? Já nem me lembro bem, mas penso que não dormi bem alguns dias, com a tristeza de deixar um projecto prometido à comunidade. Se eu aceitasse a oferta o jornal acabaria naquele momento, porque não haveria ninguém que quisesse prosseguir o meu sonho. Até que um dia, fui à sede dessa empresa de

147 mil trabalhadores, e disse-lhes quão honrado estava em ter recebido tal oferta de uma companhia tão grande e tão importante, mas outros valores comunitários se levantavam. Compreenderam tristemente a minha decisão e até me mandaram um cartão de crédito de $350 dólares para ir jantar com a minha mulher. Não posso descrever os sentimentos de minha mulher por causa da minha decisão unilateral. Passei dias difíceis e passados que foram16 anos desse evento, é assunto proibido na minha casa. Uma outra historia, desta vez de um assinante muito velhinho que um dia nos disse em Thornton: “Senhor José, eu espero pelo Tribuna como se espera pelo Menino Jesus”. Na dobragem dos enveleopes recebemos muitas notas como “Rezamos todos dias por si, pela sua família e pelo Tribuna”. “Sou a unica portuguesa que vive nesta cidade e se não fosse o Tribuna eu nunca saberia nada da nossa comunidade.” São estes carinhos e desabafos que valem mais do que muitos contratos milionários. Também temos amigos que nos dizem: ”Oh Sr. José, este jornal é só de toiros” E eu respondo educadamente. “O senhor sabe matemática? Então divida 1 por 32 e multiplique por 100 e veja a percentagem de páginas de toiros que temos. (3.13 %)”. Bom, bom, dizem eles.

OWNED AND PUBLISHED BY The Tagus Group L.L.C. José Ávila PUBLISHER Miguel Ávila DIRECTOR / EDITOR Roberto Ávila ART DIRECTOR

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CONTRIBUTORS: Eduardo Mayone Dias, Onésimo T. Almeida,

P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866 Phone/Fax: 209-576-1951 portuguesetribune@sbcglobal.net

J.B. Castro Avila

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José Brites, Diniz Borges, Luciano Cardoso, José Raposo, Margarida Silva, JoãoLuís de Medeiros, Caetano Valadão Serpa, Maria das Dores Beirão, José Duarte da Silveira, Goretti Silveira, Rufino Vargas, Elen de Moraes, Paul Mello, Victor Rui Dores, João Bendito, Serafim Cunha, Carlos Reis, Jim Verner, Carlos Alberto Alves, Joel Neto, Tony Goulart, Lelia Nunes, Nelson Ponta-Garça, Miguel Canto e Castro, Ze Duarte, Lucia Soares, Judy Avila, Vamberto Freitas, Lisa Falcão, Diniz Borges, João Gago da Câmara, José Henrique Silveira de Brito CORRESPONDENTS: Fernando Dutra (Artesia), Filomena Rocha (San José)

São estas histórias que nos dão força para continuarmos, mas é bem verdade que desde a crise de 2011/2012, perdemos algumas centenas de assinantes e nunca recuperámos. $45.00 dólares por mês ($3.90 ao mês) é mais barato do que uma cerveja e se formos aos jogos de basebal ou futebol americano, o preço de uma cerveja dá para pagar 4 meses de assinatura. Os tempos que correm não são fáceis. Temos “aguentado” os preços, sabendo que o custo do papel aumentou duas vezes, o correio idem aspas e até as páginas a cores também deram um salto no preço. Enfim, como dizia o poeta: “C’est la vie”. Não podemos esquecer a morte de dois importantes elementos da Comunicação Social – um, em Ponta Delgada – Gustavo Moura, director que foi do Correio dos Açores e Açoriano Oriental. Aqui na California, José João da Encarnação. São duas perdas importantes num tempo em que a comunicação social está a sofrer os efeitos dos “poderosos” e que a liberdade de imprensa e as “fake news” vão trilhando um caminho que assusta muita gente. E assim sendo, existe a desconfiança de tanta gente devido a esses factos acima mencionados. A crise existe e veio para ficar. O futuro não é brilhante. Decifrar o que é verdadeiro do falso custa muito tempo e desanima muita gente.

Year XL, Number 1301 September 15th, 2019 Tribuna Portuguesa was founded by John P. Brum in July of 1979. Tribuna Portuguesa (ISSN 0199-6746) is published bi-weekly, except on the first week of January, for $45.00 a year, by The Tagus Group L.L.C., 825 Chapman St., San José, CA 95126-1606. USPS: 525-930 Periodical Postage Rate paid at San José, CA. Postmaster: Send address changes to: Tribuna Portuguesa, P.O. Box 579866, Modesto, CA 95357-5866. A Redacção reserva-se o direito de omitir ou não publicar parcial ou integralmente os textos recebidos, sempre que os mesmos sejam considerados falaciosos ou atentem contra a integridade de outrém, à luz da Lei de Imprensa. Opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos respectivos autores. Artigos designados “Informação Comercial” são da responsabilidade das firmas referidas.


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Entrevista

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adriano borges, reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres

remodular o Santuário vai custar10 Milhões de Euros Fale-nos um pouco de si até à sua ordenação em 2000. Que tipo de jovem era o Adriano até assentar arraiais na vida eclesiástica? Nasci em 1974, logo no dia a seguir à Revolução de Abril, no seio de uma família católica e de princípios cristãos. Era o mais velho dos rapazes e depois de mim outros vieram. Ao todo somos nove irmãos. Aos dez anos ingressei no Seminário, com um misto de curiosidade e aventura, mas já com a ideia que queria ser padre. Um ano depois, entraram para o Seminário os meus irmãos gémeos, o Paulo e o José. Cada um fez o seu percurso académico e espiritual e avançamos juntos em direção ao sacerdócio. Fui, um pouco como ainda sou hoje, mas mais maduro e experiente agora, alguém que gostava de ler e de estudar, mas também de desporto e de música. Consegui boas amizades dos colegas que me acompanharam e tive a sorte de ter excelentes professores, alguns que Deus já tem no seu Reino. Como foi a sua primeira experiência como sacerdote em Vila do Porto? Cheguei a Santa Maria faz precisamente este mês 20 anos. Ainda era Diácono (esperei um ano para me Ordenar junto com os meus irmãos. Foi um ano de muitas aprendizagens e de novas vivências. O contacto com a realidade faz com assentemos os pés no chão e arregaçar as mangas para aquilo que há a fazer. Em 2000, já padre, entro em Vila do Porto como Pároco e Ouvidor da Ilha. Este era um desafio, mas outros haveriam de chegar, nomeadamente a reconstrução da Igreja Matriz que precisava de obras urgentes. Com vários apoios do Governo, mas sobretudo com o enorme apoio dos nossos Emigrantes e dos locais, conseguimos levar a cabo a obra da Matriz. Mas outras obras eram necessárias: ao todo colaborei nas obras de 4 igrejas e diversas Ermidas. Foram sete os anos que passei em Santa Maria. Tenho as melhores recordações dawuele tempo e sobretudo do carinho e amizades que lá ficaram e é sempre uma alegria lá regressar. Fale-nos também do seu trajecto desde a Universidade dos Açores até licenciar-se em Historia da Igreja em Roma. Ainda em Santa Maria, entrei para a Universidade dos Açores e conclui a vertente pedagógica que me permitiu ficar como professor efetivo de Educação Moral na Escola de Vila do Porto. Depois, a convite do Bispo da altura, D. António Sousa Braga, fui estudar para Roma. Saí de uma Ilha com 5.000 pessoas e fui para uma Universidade que tinha exatamente o mesmo número de alunos da Ilha que apenas deixara. O primeiro ano foi o mais difícil: aprender uma nova língua, novos ritmos e costumes e até a alimentação diferente. Mas com esforço e com sentido de responsabilidade acabei os estudos em História e Património da Igreja e ao regressar a Portugal, a Universidade Católica reconheceu o meu Curso como Mestrado e com habilitação própria para lecionar no Seminário de Angra. Depois destes anos de estudo uma passagem de alguns anos pela Terceira e pela Igreja da S. Pedro. Fale-nos desses anos e também no seu envolvimento nas Festas de São Carlos. Chego a Angra em Setembro de 2009, há dez anos. Fui para Pároco de S. Pedro, professor da Escola Tomás de Borba e do Seminário. Tinha uma vida bastante preenchida, mas dava sempre o meu melhor. Em

2010 o Senhor Bispo convida-me para ser o Ecónomo da Diocese. Era uma grande responsabilidade ser o líder financeiro das Ilhas todas. Depois de pensar a sério nesta nova função e com o a insistência do Senhor Bispo, aceitei o cargo. Deixei a Paróquia de S. Pedro e as aulas na Escola. Agora seria Ecónomo da Diocese e também do Seminário. Tive de me posicionar bem e aprender o funcionamento da parte económica e em relação ao Seminário tinha também a nossa pequena Lavoura, uma das fontes de sustento dos novos padres. Aprendi muito e acho que durante o tempo que estive nestas funções, posso fazer um balanço positivo. As Festas de S. Carlos, em honra do Divino Espírito Santo, foi das melhores experiências da minha vida pelo contacto com as pessoas e pela enorme fé que demonstrava. Fiz parte da Comissão de festas de 2016. Nunca esquecerei aquele tempo, nem a Comissão organizadora. Todas as pessoas com quem trabalhei e convivi, permanecem bem vivas no meu coração. Em 2016 é convidado pelo Bispo de Angra para Reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres e aceita. Porquê? Já tinha sido convidado no ano anterior, mas por razões várias não se concretizou. Na transição de Bispos em 2016, fui indicado para Reitor do Santuário maior da nossa Diocese. Se até então tinha cargos de responsabilidade, este redobrava em responsabilidade e visibilidade. Aceitei por ser um novo desafio e sabia que havia muito a fazer. A escolha em alguém ainda tão jovem (na altura tinha 42 anos) prendeu-se com o facto de se querer dar uma nova dinâmica à vida do Santuário e também da urgente necessidade de restauros e obras dentro do Convento da Esperança. Quais são as responsabilidades de um Reitor num Santuário dessa natureza? Quais as limitações que tem em termos financeiros uma instituição desse género? Num Santuário desta natureza, o Reitor é o responsável máximo de tudo o que lá se passa e também na vida do Convento. Essencialmente o Santuário oferece diariamente a Eucaristia e serviço de Confissões e assistência espiritual aos peregrinos. Para esta parte conto com a preciosa ajuda de um Vice-reitor, o Cónego José Constância. Mas depois tenho a parte das obras que ocupa muito do meu tempo. Recebo pessoas e respondo às cartas que diariamente nos chegam, sobretudo dos Estados Unidos e do Canadá, durante as manhãs. Á tarde dedico-me as questões relacionadas com as obras em curso e às que virão. Não sendo a cúpula da Igreja Católica, muito caritativa em ajudar, quer Igrejas, quer Santuários, quer Capelas, como pode o vosso Santuário sobreviver sem essa ajuda? A cúpula da Igreja é caritativa a ajudar (a título de exemplo, todos os meses manda uma verba que ronda um milhão de Euros para países de Africa). Mas cada igreja local tem de arranjar os seus próprios financiamentos a não ser que houvesse uma catástrofe natural. A ajuda para o normal funcionamento vem das ofertas dos peregrinos, dos devotos do Senhor Santo Cristo e a generosa contribuição dos nossos Emigrantes. Para as obras que temos planeadas, também contaremos com o apoio das Entidades oficiais, porque este Santuário e Convento são classificados como Património Regional. Qual é o propósito da vossa vinda à Califórnia este ano?

O objetivo da minha visita à Califórnia é o de divulgar e sensibilizar as pessoas para o projeto que temos para o futuro do Convento da Esperança. Como todos sabem as nossas ilhas estão a receber turistas em grande número e apesar de aumentado a oferta de alojamento, continua ainda a haver necessidade de que se aumente esta oferta. Quem sofre mais com isto são os doente e acompanhante que se deslocam a S. Miguel para fazerem tratamentos de rádio e quimioterapia, por causa do cancro. Além de poucos, os alojamentos subiram bastante os preços e torna-se bastante difícil para os doentes terem de assumir as custas com a dormida e alimentação durante o período que estão em S. Miguel. Continuo a encontrar pessoas de todas as Ilhas que estão nesta situação e era importante que nós também pudéssemos fazer algo por eles. Assim nasceu este projeto: Chama-se “NOVA ESPERANÇA”. Vamos fazer obras no Convento e teremos capacidade para receber mais de 60 pessoas em quartos remodelados e adaptados ao tempo atual (duas pessoas por quarto com casa de banho – doente e acompanhante. Além da dormida, também teremos serviço de refeições e lavandaria. Mas o mais importante de tudo será o acompanhamento que faremos aos doentes, não só proporcionando um ambiente agradável e cómodo dentro do Convento, mas também com a ajuda de profissionais e voluntários, dar realmente uma NOVA ESPERANÇA aos doentes em situação de incerteza e de fragilidade.

adriano borges

Já que estamos na presença de um sacerdote jovem e ciente do que se passa à sua volta, fale-nos um pouco acerca dos 85% dos açorianos que não vão às missas? Qual é a razão do descontentamento do povo açoriano? O fenómeno que se passa nos Açores é um fenómeno infelizmente que se acentua na Europa e na América do Norte. As pessoas continuam a considerar-se Católicas e seguir princípios cristãos, mas não participam regularmente nas Eucaristias. Vão aos momentos que julgam ser importantes, nomeadamente a casamentos, batizados e funerais. Com certeza que há algum descontentamento, mas há sobretudo um desinteresse da prática dominical. No nosso Santuário este problema não se põe, visto que temos as nossas Eucaristias sempre repletas de gente. Como é possível explicar que havendo tanta participação do povo açoriano nas Procissões das Ilhas, essa participação não se traduz em idas às Missas? Como disse, é um fenómeno global e que também já se sente na participação em procissões. Em alguns lugares já se está a tornar difícil arranjar pessoas para levar os andores e outras insígnias que são levadas nas procissões. Mas este facto não se reflete na Festa e Procissões do Senhor Santo Cristo. Acho que tem aumentado de ano para ano o número de peregrinos na participação das Festas do Senhor.

O que é que se lembra mais da sua visita à California há uns anos? Lembro de sentir a enorme fé das pessoas e a vontade de não deixar morrer as nossas tradições. As pessoas participam com muita fé e generosidade. A Igreja e a presença açoriana na Califórnia continua ainda bem viva e isto graças aos que aí vivem. Recordo também algumas amizades e laços que deixei aí, nomeadamente os mordomos das Festas que me convidaram e outras pessoas que me tornei próximo. Também não esqueço a amizade que me dispensaram alguns colegas Sacerdotes, sobretudo o Monsenhor Ivo Rocha, o Senhor Bispo D. Myron Cotta e o Senhor Padre Leonard Trindade. O Tribuna ao seu dispor. Aproveito as paginas do vosso jornal para divulgar o que estamos a fazer e os projetos para o futuro, mas também fazendo um apelo à generosidade de todos os nossos emigrantes. A obra que temos em mãos e que queremos concluir, não será possível sem a ajuda e contributo de todos os que se sensibilizarem com o que iremos fazer. O total da remodelação do Convento e do Santuário deverá atingir os 10 Milhões de Euros. Tenho consciência que se trata de um montante muito avultado, mas tenho também a esperança que se todos derem o seu contributo, poderemos levar a bom porto o que nos propomos fazer. Infelizmente o cancro é uma doença que cada vez atinge mais pessoas e temos de ter uma atenção especial com aqueles que se encontram ou encontrarão neste estado de fragilidade e de dor. Muitos não resistem aos tratamentos, mas outros conseguem encontrar a cura. Esperemos que a encontrem aqui junto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres. Para aqueles que quiserem contribuir para esta causa, poderão endereçar o seu donativo para o Santuário na seguinte morada: Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres Apartado 167 – Vasco da Gama 9501-901 Ponta Delgada S. Miguem Açores Ou então para uma das seguintes contas bancárias: Banco Santander – PT50 0018 0008 06343700020 86 BPI – PT50 0010 0000 5164 3400 0013 5 O meu muito obrigado ao vosso jornal e um abraço extensivo a todos os nossos Emigrantes e que o Senhor Santo Cristo dos Milagres a todos abençoe.


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Calendário

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Tribuna

Comunidade

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S.E.S./PFSA Hall of Elk Grove 3th Annual Car Show. 11 am. 10428 E Stockton Blvd, Elk Grove, California 95624. Sponsors call Melissa Melo: 209-712-1621

new office

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Mountain View Our Lady of Fatima Mass, Sopas, Dance & Procession. 11:30 am. Hall: 361 Villa Street, Mountain View, CA 94041. Phone: 209-394-1444

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PFSA’s New Office Open House, J.A. Freitas Library & Museum. 2-5 pm. 1100 14th Street, Suite E, Modesto CA 95354. Phone: 866-687-PFSA www. MyPFSA.org See ad on page 32

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Azores Band of Escalon Traditional Portuguese Dinner. 6 pm. 1436 First St., Escalon, CA 95320 Artesia 37th Annual Folklore Festival. 11 am. Artesia D.E.S.: 11903 Ashworth St, Artesia, California 90701. Phone: 562-865-4693

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PortuBraza Festival! Six Flags Discovery Kingdom. 10:30 AM 9:00 PM. $40/person includes all the cultural shows. 1001 Fairgrounds Dr. SW, Vallejo, CA 94589. www.portubraza.com

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Sociedade Filarmónica União Popular de San José, Festa das Vindimas. 6:30 pm, $25/person. 1220 E. Santa Clara St., San Jose, California 95116. Reservations: 408-298-0353 or 408-859-3954

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San Luis Obispo Crab & Shrimp Feed. 6 pm. $50/adults & $25/ children. Hall: 6565 Edna Road, San Luis Obispo, CA 93401. Phone: 805-541-3229. www.trinityHallSLO.com

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I.P.F.E.S. Tracy Vindimas Dinner & Dance by “Alcides Machado”. 6 pm. $25/person. Hall: 400 W. 9th Street, Tracy, CA 95376. Phone: 209-814-2394 or 209-756-6648

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I.F.E.S. Fish Dinner & Dance. 7pm. I.F.E.S. Society: 432 Stierlin Rd., Mountain View, CA 94043 PFSA Council#16 Newark Vindimas Dinner & Dance with ”Manuel Jacinto”. 6pm. $25/adults, $12 child. Newark Pavilion: 6430 Thornton Ave., Newark, CA 94560. Phone: 408-898-7733 or 510-709-9650

Carlos Vieira Foundation Autism Day BBQ. 12 pm. 10098 Ave. 360, Visalia, CA 93291. Phone: 831-423-7753. www.carlosvieirafoundation.org

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Visalia Our Lady of Fatima Procession, Mass, BBQ & Carnival. 9:30 am. Hall: St. Mary’s Parish Center, 506 Garden Street, Visalia, CA 93291

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Fresno State PBBI Lecture “Azorean Diaspora” by Paulo Teves. Free. 6 pm. Fresno State, University Business Center, PB 191. Reception at Lucia Noia’s home following lecture. Email: d.borges@comcast.net See ad on page 12

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San Diego Cabrillo Festival. 11 am - 4 pm. Naval Base Point Loma. www.cabrillofestival.org Tracy I.P.F.E.S. Festa das Contas & Dance with “Laurenio Bettencourt”. 5:30 pm. Hall: 430 W. 9th Street, Tracy, CA 95376. Phone: 209-835-9909

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Santa Clara Parade of Champions 2019. Homestead Village opens 9 am., Parade at 11 am. Historic Downtown Santa Clara, CA. www.scparadeofchampions.org

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PFSA Council 5/36 (I.D.E.S. #14) Festa das Vindimas & Dance w/ DJ “C” Custom Sound by Devlin Silva. 5 pm. 1105 C St., Hayward, CA 94541

29

Inauguração do Monumento aos Soldados ao Serviço de Portugal na Guerra do Ultramar, 1961-1975. 11:15 am. Liga dos Combatentes da California. 2602 S. Walnut Road, Turlock, CA 95380

29

San Jose’s Santo Antonio Mass & Procession. 10:30 am. Five Wounds Church, 1375 East Santa Clara St., San Jose, CA 95116. Phone: 408-292-2123

29

Artesia D.E.S. Band Anniversary Celebration. D.E.S. Hall: 11903 Ashworth, Artesia, CA 90701. Phone: 562865-4693 or 562-865-6283

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UMA CASA Fall Fado Night. Sandra Pinheiro Pacheco, Angela Brito, David Garcia, Helder Carvalheira, Steve Soares, Alcino Carvalheira. 5:30 pm. 4 Course Dinner, $75 per person.

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415-829-2264. www.UmaCasaRestaurant.com

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OCTOBER 2019

Portuguese Bom Samaritano Foundation BBQ Fundraiser. 4:30-5:30pm take outs, 6 pm doors open, 7 pm dinner/dance. $30/person donation, $10 6-12 yrs old. Crows Landing Pentecost Hall, 31 4th St., Crows Landing, CA 95313. Revervations: 559-786-7115 or 209-380-4489

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S.D.E.S. Wine Tasting, Dinner & Dance. 5 pm. $30/person, $12/612 yrs children. SDES Alvarado, 30846 Watkins St., Union City, CA 94587. Tickets: 510-402-9727 or 510-377-9247

05

Almond Festival at Stanislaus County Fair. 11 am. Stanislaus County Fairgrounds, 900 N. Broadway, Turlock, CA 95380. Phone: 209-668-1333. www.stancofair.com

06

Portuguese Assembly Elections. Voting instructions available at http://bit.do/e6cLM or by phone: 00351 213 947 101

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PALCUS Annual Leadership Awards Gala. 6:00 pm. Cocktail Reception, 7:00 pm. Dinner & Awards, $150/person. Elks Tower Casino & Event Center. 921 11th St #401, Sacramento, CA 95814. www.palcus.org See ad on page 12

12

CPAC Third Annual Summit. 2:00-4:30 pm Workshops & Sessions. Citizen Hotel, 926 J St, Sacramento, CA 95814. RSVP: Diniz Borges 559-280-2871 or cpacdirectors@ gmail.com

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Arcata Our Lady of Fatima Festa. Oct 12-13. Mass, Candlelight Procession, Festivities. St. Mary’s Catholic Church, 1690 Janes Rd., Arcata, CA. Portuguese Hall, 1185 11th St., Arcata, CA 95521

12

João de Brito Open Art Studio 10/12, 10/13 & 10/19, 10/20. 11 am–5pm, 804 Estates Dr., #200, Aptos, CA 95003. www.joaodebrito.com See ad on page 27

14

Thornton Our Lady of Fatima Festa. Oct 14-21. Mass, Procession, Festivities, Bullfights. 26590 N. Sacramento Blvd., Thornton, CA 95686. www.facebook.com/olfthornton See ad on page 4

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Watsonville Our Lady of Fatima Festa. Oct 17-20. Mass, Candlelight Procession, Bodo de Leite, Festivities, Dance with Chico Avila & Manuel Jacinto. Donations: OLHC Fatima Festival, PO Box 3416, Freedom, CA 95019 See ad on page 29


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15 de Setembro de 2019

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Opinião

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15 de Setembro de 2019

Água Viva

Memórias

Filomena Rocha

Judy Avila

filomenarocha@sbcglobal.net

DESTA TRIBUNA...

40 anos

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uero dizer, deste lugar onde hoje me encontro, no terceiro andar de uma casa na cidade de Olhão, em Portugal, é mais fácil falar, do que da Tribuna onde escrevo a cada quinzena sobre os mais diversos assuntos. Há 40 anos, eu vivia na minha Ilha, trabalhava na Rádio, lia notícias de todo o mundo com gosto, mas desconhecia este jornal, que nesse tempo seria um semanário. O tempo encarrega-se de fazer muitas coisas por nós mesmos, do muito ou pouco que tem de nos acontecer na vida, penso eu. Em 1992, ao chegar à cidade de San José da California, foi-me apresentado o Semanário Tribuna Portuguesa, que era feito mesmo abaixo da minha casa, ou como na gíria dizemos: “debaixo do meu nariz”... Mas eu trabalhava noutro órgão de comunicação social. No jornal, eu limitava-me a ler as notícias, as novidades que trazia, as poucas fotos relacionadas com as notícias dos Açores, Continente e Estrangeiro. Assim, sabíamos do mundo que parecia ficar mais perto de nós, ou que pelo menos o sentíamos assim. Afinal de contas, era como se tivéssemos ficado na Ilha, com pouca televisão, e uma rádio restringida, afogada nas ondas hertesianas do antigamente. Tudo foi passando, entre a realidade e o sonho. Até que chegou uma proposta, um grande desafio de continuar a Tribuna Portuguesa, à beira do colapso financeiro e da continuidade. Para o grupo de proprietários de Tribuna, eu representava o alívio para o cansaço e saturação que havia nas pessoas que o administravam, ou ainda o “passar a bola” a quem metesse o golo necessário para avançar, ou “colocar o menino nos braços”, de quem o pudesse acabar de criar, e o fizesse adulto para caminhar sòzinho. Como se isso fosse possível! Acabei por aceitar ser Editora de Tribuna Portuguesa, com o meu marido e outra pessoa amiga, mas sem os resultados que ambos esperávamos. Depois de vários trâmites, tivemos de mudar-nos para outro lugar e tudo sortiu num perfeito engano, aliado aos computadores velhos e arcaicos, que não traziam noticias como os de hoje, mas sim que esperavam que nós as escrevêssemos, para que os leitores as pudessem ler quando recebessem o jornal. As colaborações que recebíamos dos mais diversos lugares para serem divulgadas, incluindo os anúncios, eram todas escritas e preparados por nós. Fazer reportagens fotográficas, ir a encontros de onde essas resultassem, tornava-se um tempo praticamente perdido, porquanto as tínhamos que revelar num quarto escuro improvisado. Todo o papel de filme e rolos de fotografia, os códigos de computadores aprendidos numa semana, [obrigada Mimi Machado], o papel de esquadria para colocar todas as fotos e textos, os óleos gastos sem lucro e o desconforto de ver tudo a andar para tràs. Bem que teríamos gostado de ter mantido o mesmo elenco de empregados, mas feito o orçamento, não foi possível. E durante cerca de dois anos, a penas ou a dores, mantivemos Tribuna Portuguesa como Semanário, apesar de alguns assinantes desistirem da assinatura, [coisa que ainda hoje continuam a fazer... ]. Apesar de todos os possíveis e impossíveis, terem sido feitos por um bom jornal, se todos soubessem como se torna triste e desencorajador receber um telefonema a cortar a assinatura... muito dificilmente o fariam. Apesar de tudo, foi uma experiência bonita, de muita aprendizagem, a nível de conhecimentos de trabalho e pessoas, que tanto eu como o meu marido, Manuel Da Cunha Mendes nunca esqueceremos, e que ficarão para sempre no nosso pensamento de gratidão. Recordo os serões com as páginas de Desporto e Tauromaquia feitos por Roberto Ávila e seu pai José Ávila, que hoje são, respectivamente, o Designer e Publisher deste Tribuna, felizmente com seu filho Miguel Ávila como Editor! A eles desejo dar os Parabéns, com votos de que prevaleçam o estímulo, o gosto e a boa vontade de continuar este único Jornal da California, Tribuna Portuguesa, o Espelho da nossa Comunidade. Parabéns! Felicidades! Num abraço de Amizade de sempre.

judyravila@gmail.com

HAPPY 40TH ANNIVERSARY

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LIFE’S SMALL PLEASURES

ver the years, we have enjoyed receiving a Portuguese newspaper, just to have some idea of what was going on in our home country. Years ago there was no such thing as Rádio e Televisão de Portugal (RTP) for people in the United States, and though there have been Portuguese radio programs in our area in the past, they have disappeared. Once the RTP channel became available in the states, back in the 90s, we subscribed, and after that I don’t remember having “um jornal Português” in the house

for some time. Later on, when my husband had retired, I decided to subscribe to the Tribuna Portuguesa again so that he would have something to pass the time. He is not a book reader, but loves to comb through a newspaper or a magazine, and this was perfect. Then I retired a few years later and became very interested in reading the — Tribuna! I became familiar with the writers and started really looking forward to the 1st and the 15th of the month. About three years ago, I called Mr. José Avila to ask if he would like to print one of my articles, although it was in English. He said “Mande, mande!” This is how my relationship with the Tribuna started. I have also given a few subscriptions as special gifts to members of my family and friends. They all love it! From beautiful color photos of our festas each year, to interesting articles about Portuguese issues in California and back home, to the voices of our leaders and important citizens, the Tribuna Portuguesa is a lifeline to our homeland and our community. A very happy anniversary to Mr. & Mrs. Avila and sons, who work so hard to put out such a great newspaper! Keep up the good work my friends.

Ao Cabo e ao Resto Victor Rui Dores

victor.dores@sapo.pt

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ABRAM ALAS AO “TRIBUNA PORTUGUESA” 40.º aniversário do “Tribuna Portuguesa”, o único jornal português da Costa Oeste dos Estados Unidos da América, deve constituir motivo de orgulho para todos nós. Por isso mesmo quero, desde já, prestar a minha homenagem por esta efeméride e enviar um abraço de mar ao seu diretor (meu primo de longe que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente) e a todos os que dão corpo, alma e vida a este projecto jornalístico. E agradecer o acolhimento que os meus escritos têm merecido nestas páginas. Todos sabemos que um jornal é coisa efémera. “A tua melhor notícia de hoje servirá para embrulhar peixe amanhã”, era o lema de um congresso que, não há muitos anos, reuniu, em Boston, jornalistas da imprensa escrita norte-americana. Isto significa que a melhor notícia de um jornalista (o “historiador do instante”, na feliz expressão de Sartre) será sempre lembrada por poucos e esquecida por muitos… Ora, por mais paradoxal que possa parecer, é precisamente essa efemeridade que dá a este jornal foros de longevidade. A sua ação contínua e continuada fica a dever-se a muito trabalho, dedicação, independência e isenção. Os órgãos de comunicação social são, nos tempos que correm, parte integrante das nossas vidas. E isto porque, simultaneamente, precisamos de estar informados, formados e entretidos. E, para isso, mantém-se actual a máxima noutros tempos ensinada nas escolas de jornalismo: “A televisão mostra, a rádio conta e o jornal explica”. Acrescente-se as bem-aventuranças da net e do digital nesta era de globalização e massificação, saturados que estamos de informação, comunicação e de imagem. E com resultados que saltam à vista nas nossas Escolas: os nossos jovens estão cada vez mais informados, mas menos eruditos; cada vez mais comunicativos, mas menos cultos. De resto, é prova irrefutável que os computadores estão a tornar as pessoas mais preguiçosas e menos inteligentes. Por conseguinte, lendo este jornal em papel ou online, há que olhar para a frente e encarar o futuro. Infelizmente ainda temos uma cultura muito arreigada e cristalizada em valores do passado. E o busílis da questão está precisamente em resolver este dilema: para nós, açorianos, o que é difícil não é aderirmos a ideias novas: o que é difícil é libertarmo-nos das ideias velhas… Longa vida para o “Tribuna Portuguesa” que há 40 anos nos ajuda a compreender isso mesmo.


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A NOSSA LÍNGUA É A NOSSA PÁTRIA

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Ao Sabor do Vento

Por Terras da Califórnia

José Raposo

Liduíno Borba

jmvraposo@gmail.com

oram 31 os jornais, entre eles algumas revistas, em língua Portuguesa, que foram fundados na Califórnia. O primeiro, VOZ PORTUGUESA, foi fundado por um Brasileiro chamado Manuel Stone, em 1884, na cidade de San Francisco. O último, o Luso Americano/Califórnia que foi uma extensão do Luso Americano de Newark, New Jersey, e que na Califórnia ficou sob diretoria de Manuel Ávila Simas. Em 1995, devido a vários problemas de administração, o jornal voltou a ser inteiramente editado em Newark. Alguns desses jornais tiveram duração de meses e muitos deles foram fundados por indivíduos que já haviam fundado outros jornais anteriormente. O jornal que mais duração teve foi o Jornal Português, que foi uma fusão de O IMPARCIAL, JORNAL DE NOTÍCIAS e a COLÓNIA PORTUGUESA. Até 1978 esse jornal foi publicado na cidade de Oakland, ano que foi transferido para San Pablo, em virtude de o mesmo ter sido comprado por Alberto Lemos. Teve a longa vida de 62 anos. O nosso PORTUGUESE TRIBUNE, fundado em 1979, por João Brum e que foi publicado semanalmente durante alguns anos, tem sido abalado por tempestades de ventos ciclónicos e furacões de categoria 5, por muita gente desconhecidos, continua a navegar com timoneiros experientes no uso da bússola ou no brilhar das estrelas deste belo Estado da Califórnia. Mesmo com algum rebuliço nas velas, por alguns passageiros que julgam saber mais do que a tripulação ou por alguma falta de combustível de quem não quer pagar o bilhete para ir na viagem, a família Ávila mesmo que se tenha de amarrar à

roda do leme, fá-lo para que o TRIBUNA continue a sulcar as majestosas vagas do Pacífico, trazendo a todos nós a nostalgia do Atlântico. Desde que o TRIBUNA veio à luz do dia, tenho sido colaborador do mesmo sempre que posso, quer com os meus artigos ou reportagens, quando o represento em alguma localidade. Continuarei a fazê-lo com orgulho e dedicação. Regozijo-me quando vou a algum lugar e as pessoas me congratulam pelas minhas crónicas, mas deixa-me pena quando alguém me diz que não assina o jornal porque não gosta deste ou daquele colaborador. Quando eu não gosto de um programa de TV eu mudo para outro canal. Se alguém não gosta da forma que um colaborador escreve, para já tem o direito de escrever algo a contradizer ou mostrar o seu descontentamento ou então volte a página. Há algo mais para ler. O custo da subscrição do jornal é deveras acessível e, na minha opinião, não faz sentido algum que o nosso TRIBUNA não entre nas casas de todos os Portugueses desta Califórnia. Neste quadragésimo aniversário, aproveito para felicitar toda a equipa do Tribuna, em especial o Amigo José Ávila. Estamos todos de parabéns, os colaboradores, os anunciantes e os leitores. Não é fácil fazer um jornal. Várias vezes tenho falado com o José quando ele, às tantas da noite, está agarrado ao computador pondo as páginas em ordem, para que o jornal seja impresso e chegue às nossas mãos. Ninguém pode obrigar alguém a assinar o jornal, mas lembrem-se que A NOSSA LÍNGUA É A NOSSA PÁTRIA. Nota: Alguns dados aqui inseridos foram tirados do livro ECOS LUSIADAS NO NOVO MUNDO, da autoria do Dr. Fernando M. Soares Silva.

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40.º ANIVERSÁRIO DO JORNAL TRIBUNA PORTUGUESA

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uando uma pessoa atinge 40 anos de idade começa-se a perceber algum sentido de maturidade, não cometer os mesmos erros dos 20 anos, ter algum cuidado com o que sai pela boca fora, etc. Num jornal, a idade dos 40 representa um pouco mais, porque, em média, não atingem a idade das pessoas. A comemoração do 40.º aniversário do jornal Tribuna Portuguesa, único português que se publica na Califórnia, deve ser entendida como o festejar de altos e baixos dum percurso turbulento em termos de viabilidade económica, mas que estabilizou. A opção editorial dos últimos anos trouxe mais ligação e aceitação entre a comunidade portuguesa emigrada neste Estado norte-americano. Para os seus promotores, que jornal continue a se afirmar entre a nossa gente, são os meus sinceros desejos.


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Opinião

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anos

Reflexos do Dia-a-Dia

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QUATRO DÉCADAS:

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A VIAGEM PARA O MEIO-SÉCULO embro-me muito bem quando em Tulare, há 40 anos, li a primeira edição do então novo jornal Portuguese Tribune. Produzia e apresentava um programa de rádio em língua portuguesa e vi a nascença deste jornal como uma lufada de ar fresco numa comunidade que, durante 20 anos tinha crescido imenso. O jornal aparece num momento de efervescência na diáspora açoriana da Califórnia. Era a rádio em língua portuguesa que crescia e multiplica-se, novas experi6encias portuguesas com a televisão comunitária e algumas das novas associações da comunidade, desde os grupos de futebol às filarmónicas estavam a dar os seus primeiros passos, outras nasceriam depois do jornal ver a sua primeira publicação. O Portuguese Tribune, sonho do João Brum, trouxe à comunidade o que ela precisava: um jornal bem escrito, bem estruturado, ligando Portugal às comunidades e vice-versa. Acontece, que nem sempre a comunidade soube compreender a nobre missão deste jornal. Quarenta anos mais tarde, com os triunfos e os dissabores que um jornal nas comunidades enfrenta, há que celebrar. Brindemos quatro décadas com a ousadia de prepararmos o futuro. A emigração pós vulcão dos Capelinhos e a lei da reunificação familiar trouxeram à Califórnia, de norte a sul, milhares de emigrantes provenientes das nove ilhas dos Açores e alguns emigrantes da Madeira e de Portugal Continental. A comunidade deste colossal estado, em 1979, era uma comunidade nova, revitalizada pelos recém-chegados, cheia de saudades da terra, das tradições, das vivências da freguesia distante. Uma comunidade que pouco a pouco integrava-se com outros que tinham chegado nas primeiras duas décadas do século ou com os filhos e netos dos que para esta região tinham vindo desde que a Califórnia é estado da união americana—e alguns ainda antes. Era uma comunidade vinda, maioritariamente, de um arquipélago muito diferente da realidade contemporânea. De um tempo, que apesar de não ser assim tão distante em termos históricos, era extremamente dissimilar do quotidiano de hoje, quer nos Açores, quer na Califórnia. Em 1979 a rádio em língua portuguesa era, como já aludi, o contacto privilegiado que tínhamos com os Açores e as famílias ainda comunicavam através da carta de 15 em 15 dias, que para as ilhas levava o habitual e na altura, ainda desejado, dólar americano. Nos Açores as sacas de encomendas ainda tinham a sua importância e o cheiro de uma América sonhada e adorada, de uma América que Álamo Oliveira soube sintetizar no arquétipo poema Carta de João Valente: “que terra é essa mano/que dá tanto de repente.” Na comunidade da Califórnia, a necessidade de sobrevivência numa terra estrangeira levou, particularmente depois dos primeiros anos de vivências dedicadas às necessidades económicas, à criação de uma grande porção do movimento associativo que hoje faz parte do património português, particularmente açoriano, neste estado plantado à beira do

Diniz Borges

d.borges@comcast.net

pacífico. O Portuguese Tribune é um segmento importante da história da nova onda emigratória, do nosso último êxodo das ilhas, de quem plantou raízes neste estado criando uma amalgama de organizações e eventos, alguns dos quais (eventos e organizações) necessitam, como já o escrevi, repetidamente, uma profunda reflexão. É que se foi corajosa a criação desse património, hoje será ainda mais corajoso terse a consciência que são absolutamente necessárias uma reflexão e uma profunda modificação. O Portuguese Tribune (a Tribuna Portuguesa, como agora dizemos) foi revolucionário. João Brum, trouxe à comunidade um jornal diferente, privilegiando um português escorreito e trazendo novas linguagens e pensamentos. O jornal estava repleto de

do, certamente, celebrar o cinquentenário dentro de uma década, o jornal tem novos desafios, tal como o nosso movimento associativo também os tem. A emigração estancou precisamente quando o jornal começou. Foram poucas as famílias que emigraram dos Açores na década de 1980 e muito menos ainda nos anos sucessivos, até ao momento atual. Tal como há 40 anos atrás, no momento da criação, e há década e meia atrás, no momento da modificação, o jornal terá ainda mais uma vez de ser audaz, e terá de reinventar-se. A comunidade de origem portuguesa na Califórnia tem a sua vitalidade e temos todas as possibilidades de arquivarmos as nossas histórias, as nossas jornadas, as nossas vivências e darmos continuidade à nossa narrativa. Porém, não sejamos ingénuos. O futuro da comunidade, no que concerne à comunicação social comunitária, está alicerçado na conceção de novos formatos que sejam atrativos para as novas gerações. O único jornal da comunidade de origem portuguesa na Califórnia, o espelho da comunidade, como diz, e muito bem, a colaboradora (a Voz da Terceira) Filomena Rocha, tem mesmo de analisar que espelho quer ser. O retracto de um segmento único ou de uma comunidade integrada, que infelizmente já não fala e muito menos lê em português, mas que se interessa com o pulsar da comunidade, que quer que continuemos a ser uma diáspora ativa e criativa. Como defensor da língua portuguesa na CalA imprensa é a imensa e sagrada ifórnia, custa-me escrever este parágrafo, mas a realidade está por aí, bem à vista: ou chelocomotiva do progresso. gamos às novas gerações com a língua que Victor Hugo, escritor francês eles usam no seu dia a dia, a língua dos seus cursos universitários, das suas profissões e das suas vidas particulares. A língua que usam nos colaboradores provenientes de vários quadrantes, in- ensaios da filarmónica e do grupo de folclore, nos cluindo os académicos portugueses em universidades treinos da equipa de futebol e na preparação das fesamericanas que se prezavam em fazer parte do leque tas ao Divino, e a que usam (e aqui também muitos de colaboradores. Eram outros tempos! Há 4 décadas emigrantes, para os quais o inglês foi segunda língua) era necessário, e foi extremamente importante, ter- nas redes sociais, ou então perdemos por completo as mos o jornal que o visionário João Brum criou. Ainda novas gerações. Se não o fizermos estaremos a fazer hoje acredito que a comunidade, ou melhor, algumas comunicação social para um número cada vez mais pessoas na comunidade, foram extremamente injus- reduzido, e pouco representativo da realidade comutas com o João. O seu sentido missionário em prol nitária. O jornal, pelo empenho de quem o dirige, e de uma diáspora que lesse, refletisse e ousasse ser pelo sonho de quem o fundou, merece ter uma longa uma comunidade melhor é de admirar por todas as vida. Acredito, veementemente, que o jornal é o meio gerações. de comunicação por excelência que fará a ponte enTal como a génesis do Portuguese Tribune foi um tre as várias gerações. É o repositório natural da vida ato de coragem, também a modificação feita por comunitária, quer pela imagem, mas sobretudo pelo José Ávila, transformando-o num órgão comunitário, texto. Não podemos omitir a vasta maioria da coparticularmente depois da vinda da RTP internacio- munidade. Aliás, como colaborador deste jornal, há nal e estações de rádio com um contacto direto com mais de duas décadas, ando a alinhavar alguns textos Portugal, também o foi. A partir desse momento, no na minha outra língua, na língua da nova comunicomeço do novo milénio, as páginas dedicadas a notí- dade. Aliás, já publiquei alguns. cias das ilhas tornaram-se obsoletas. Era importante Os parabéns que se deve dar por ocasião desta importermos uma maior presença da vida comunitária nas tante efeméride, para bem do jornal e da comunidade, páginas do jornal, e a nova gerência, a família Ávila, não devem ficar por simples elogios, apesar do jornal deu esse passo. O jornal teve novo alento. Diria que e a família Ávila os merecer. Se queremos estar aqui lhe acrescentaram muitos anos de vida. a celebrar meio século de vida do único jornal de oriHoje, ao completar 40 anos de existência, e queren- entação portuguesa na Califórnia, com novo fulgor e uma maior participação comunitária; se queremos ter uma imprensa de origem portuguesa que venha ao encontro da comunidade e seja voz da mesma, temos que sair da nossa zona de conforto e olhar à totalidade da comunidade que nos rodeia, aos cerca de 400 mil residentes da Califórnia que se identificam como portugueses dos Açores ou descendentes de portugueses vindos das ilhas de bruma. Acredito que há uma enorme potencialidade. Creio que o jornal tem todas as condições de ser o órgão de comunicação social que a nova comunidade necessita. Parafraseando Arthur Miller sobre a importância dos jornais para um país, diria: um bom jornal é uma comunidade a falar consigo própria. Para chegarmos ao cinquentenário, com a vida e a dinâmica que a comunidade necessita e o jornal merece, é imperativo que o Tribuna Portuguesa seja o Portuguese Tribune.


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stou ligado à Tribuna Portuguesa desde o seu início em 1979 a convite do seu Director João Brum, já falecido, com a responsabilidade da Página Tauromáquica. Conheci o evoluir do jornal, da passagem do testemunho dos diversos Directores e Administradores, que enfrentaram dificuldades adminstrativas e financeiras, até que o meu amigo José Ávila decidiu adquirir a Tribuna Portuguesa, transferido os seus serviços de San José para Modesto, onde se mantêm. Foram introduzidas diversas transformações, actualizado o sistema um tanto ou quanto obsoleto, novos colaboradores, notícias do dia, e a procura de novos meios para um jornal que pretende continuar a unir a comunidade portuguesa neste extenso Estado da Califórnia, até onde possa ser assinado e lido. Pela passagem do 40º.Aniversário da Tribuna Portuguesa os meus mais sinceros parabéns, com votos de que ela se mantenha por muitos mais anos em actividade, porque caso contrário, qual será a ligação entre uma comunidade portuguesa que sabe estar sempre presente, quando ela é necessária?

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carlos reis

ão assisti ao parto do Portuguese Tribune, pois estava nesta outra costa, todavia tenho acompanhado de perto a sua vida desde bebé. Houve alturas mesmo em que o segui bem de perto. Como qualquer ser humano, teve os seus momentos de crescimento e de crise, mas hoje exibe a maturidade que alguém de 40 anos deve possuir. E temna, sem dúvida. O jornal tem procurado modernizar-se abrindo-se à competição que os outros meios de comunicação de massa impõem. Tem falado em milhões de palvras condensadas em coloridas fotos que revelam a vitalidade das comunidades portuguesas da Califórnia, confirmando que a Califórnia continua a ser outro país, pelo menos um state of mind. Basta olhar para as fotografias que enchem as sucessivas edições do jornal e para os sorrisos dos rostos que as povoam. Que o Portuguese Tribune continue por muitas mais décadas, nos sobreviva a todos e mostre que a imprensa não tem necessariamente nenhuma morte anunciada. E vá continuando a dar-nos regularmente esse prazer de folhear, ler e contemplar as suas páginas. Parabéns ao jornal e a quem o mantém vivo e dinâmico.

Onésimo Teotónio Almeida

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PORTUGUESE TRIBUNE: UM VALIOSO ARAUTO DA COMUNIDADE PORTUGUESA DA CALIFÓRNIA

a celebração de 40 anos ao serviço da comunidade portuguesa da Califórnia, não podia deixar passar a efeméride sem referir duas ou três palavras sobre o conceituado Portuguese Tribune, superiormente dirigido por José Ávila, com a colaboração da família e de outras distintas figuras da comunidade lusa daquele estado. Para além da inegável qualidade do seu grafismo e riqueza do seu conteúdo, Portuguese Tribune desempenha um papel fundamental junto da comunidade portuguesa e lusodescendente da Califórnia, na divulgação e preservação da língua e cultura portuguesas e no reforço dessa identidade cultural. O Tribuna é o que um jornal comunitário deve ser: atento à sua comunidade, um arauto das iniciativas sócio-culturais da nossa comunidade constituindo um autêntico património da comunidade portuguesa da Califórnia nesse contributo de registar para a história a memória coletiva da comunidade. Daqui da Costa Leste dos EUA e na qualidade de diretor de um jornal comunitário (Portuguese Times, um pouco mais velhinho, 48 anos) que também valoriza as iniciativas da comunidade, resta-me desejar muitos mais anos de vida ao Portuguese Tribune e que continue esse serviço de qualidade e importante a registar para a história as vivências e experiênicas da comunidade portuguesa e lusodescendente do estado da Califórnia. Bem haja à família Ávila e a todos aqueles os colaboradores.

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Francisco Resendes Diretor e Editor, Portuguese Times

olvidas quatro décadas sobre a sua primeira edição o quinzenário bilingue Tribuna Portuguesa / Portuguese Tribune celebra mais um aniversário. Atualmente, o único jornal português da costa oeste dos Estados Unidos da América, mas que já foi o vigésimo-oitavo fundado na Califórnia desde 1884, tendo sido o primeiro após a vaga de emigração açoriana, pós-vulcão dos Capelinhos, chega aos mais novos e aos lusodescendentes, que não dominam o português, devido ao investimento na sua secção em inglês e à aposta num maior número de colaboradores, de faixas etárias e opiniões distintas. No entanto, nunca deixou, desde a sua fundação, de apoiar programas de língua portuguesa de diversos estabelecimentos de ensino da Califórnia, nem descurou as comunidades portuguesas naquele estado americano, na sua maioria oriunda da Região Autónoma dos Açores, cujos eventos contam com a sua ampla cobertura. Aproveito, pois, a data para felicitar esse órgão de comunicação social, de referência junto da diáspora portuguesa e sua descendência radicadas nos Estados Unidos da América, por mais este ano de atividade, desejando-lhe os maiores sucessos na sua longevidade, e, também, pelo seu contributo para a divulgação e preservação da nossa identidade, afirmando, assim, a Açorianidade que nos une.

Paulo Teves Diretor Regional das Comunidades Governo dos Açores

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n behalf of the PALCUS Board of Directors and Members, I offer a heartfelt congratulations for maintaining California’s only Portuguese-language newspaper. The Portuguese Tribune has served as a valuable resource and vehicle of information and knowledge to our Portuguese community, and we know how much work goes into keeping a newspaper going. Our community is fortunate that you, your staff and all contributors are so dedicated and passionate about our community, and we thank you for the endless hours spent to put together such a beautiful paper. Thank you, also, for always supporting PALCUS by sharing our news and highlighting our programs that are so important to our community. Your help is imperative to our goal. Congratulations again, and I look forward to seeing you at the gala! Muitos Parabéns!

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Angela Costa Simões Chair, PALCUS Board of Directors

elicito a Tribuna Portuguesa e seus editores pelo seu quadragésssimo aniversário. Estas quatro décadas tem tido imensas mudanças na média. Em 1979 era difícil ter noticias das comunidades portugueses na diáspora californiana, pois a internet e os telemóveis eram quase inexistentes. Quarenta anos depois, podemos ver festas ao vivo nos vários sites portugueses. Falamos com família nos Açores diariamente por Skype ou até sem falar mandando messagems por Messenger. E por isso a Tribuna Portuguesa teve que evoluir ou teria a mesma extinção sofrida por muitos jornais em inglês. Guiado pelos editores José Ávila e filhos, este jornal soube evoluir, e a prova está nesta celebração. Felicito a Tribuna Portuguesa pelo papel ímpar que tem tido alem destas décadas na ligação dos imigrantes lusos neste estado e que espero continuará a tem por muitos mais anos. Bem hajam!

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Elmano Costa

TRIBUNA PORTUGUESA PARABÉNS!

s décadas passam sem darmos por elas, contudo estas têm sido profícuas por dar às comunidades portuguesas e luso-portuguesas dispersas pelos EUA a oportunidade se serem conhecidas, ouvidas culturalmente, socialmente e politicamente através da informação que a Tribuna Portuguesa tem levado a toda a sua audiência local e nacional. É a persistência e dedicação do seu grupo de trabalho, especialmente a do José Avila e o Miguel Avila e seus antecessores, que o jornal continua lutando contra a digitalização, por saber que nem todos os leitores podem lidar com computadores, ou meios de comunicação idênticos. A preocupação e dedicação há audiência mais envelhecida continua a ser uma prioridade por esta ter contribuído para a criação do jornal que lhes é, e será, a fonte de informação escrita na sua língua materna. Hoje em qualquer jornal, independentemente da língua em que é escrito, esperase que os mais jovens façam parte do grupo ativo que reconhece o jornal em papel o mais relevante para uma maioria de leitores que se sentem confortáveis com a sua leitura. Que a publicação continue por muitos anos, mantendo a divulgação da língua portuguesa na América do Norte.

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Serafim da Cunha

CELEBRANDO 40 ANOS DO TRIBUNA PORTUGUESA

uando emigrei para a Califórnia há 50 anos, a comunidade portuguesa dispunha de dois jornais que se esforçavam por manter uma longa e rica tradição de jornalismo português nestas paragens, o Jornal Português, de Oakland e, mais tarde, San Pablo e A Voz de Portugal, de Hayward. Infelizmente os dois vieram a sucumbir mais tarde às vicissitudes do tempo. Quando, em 1979, um novo jornal apareceu em São José, o Tribuna Portuguesa, prometendo uma forte veia editorial, uma cobertura variada das atividades comunitárias e um espaço para múltiplos pontos de vista, a comunidade portuguesa ficou atenta e entusiasmou-se com a novidade que viu sair do prelo. Passaram-se 40 anos, o Tribuna Portuguesa mudou de dono, mudou-se para Modesto, mas o essencial manteve-se sempre: um jornal moderno, atento à comunidade e sempre pronto a servi-la. Nos nossos dias o Tribuna é um forte elo de ligação na nossa comunidade, anunciando eventos e fazendo reportagens dos mesmos, proporcionando uma variedade de opiniões de autores da comunidade e de outras paragens, propagando a língua portuguesa e as culturas lusófonas. Através de imagens fotográficas de alta qualidade e de uma impressão com o máximo esmero, o Tribuna Portuguesa dignifica e orgulha a nossa comunidade. A sua edição eletrónica, lida por milhares de pessoas, espalha pelos quatro cantos do mundo o que aqui acontece. Por tudo isso, a Luso-American Education Foundation distinguiu o seu diretor, José Ávila, com o Prémio do Dia de Portugal de 2018. Com a passagem do quadragésimo aniversário do Tribuna Portuguesa estão de parabéns o jornal, José Ávila, seus filhos Miguel e Roberto que agora continuam a tarefa do jornal, bem como todos os seus colaboradores e assinantes. Oxalá o Tribuna Portuguesa continue por muitas décadas, documentando a nossa presença nesta costa do Pacífico, fazendo comunidade e arquivando memórias para quem mais tarde se debruçar sobre esta nossa aventura pelas terras douradas do oeste americano.

José Luís da Silva Presidente, Luso-American Education Foundation


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to Our founder, directors, editors, staff, collaborators, correspondents, advertisers & subscribers throughout these last 40 years

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Our Thank You / Muito Obrigado

João P. Brum • Duarte Santos • Artur V. Tomás • José João Encarnação • Carlos Ramos • José Ribeiro • Heraldo da Silva • João Afonso • Vamberto A. Freitas • Maria Amélia Neves • Onésimo T. Almeida • Álamo de Oliveira • Manuel Duarte • Coelho de Sousa • Maduro Dias • Goretti Silveira • Jaime Baptista • Pedro de Merelim • Helder S. Lima • Fernando Pereira • Reis Leite • Joe Mattos • James Guill • Maria Vitorino • Hilse Barbosa • Velma Santos • Manuel Ávila Simas • José Teixeira • Necas Madruga • Leonel Medeiros • Carlos Reis • Mario Vargas • Rafael de Ávila Barcelos • Dionísio da Costa • Urbino de San-Payo • Manuel Santos • Gomes da Silva • Rei Bori • Jorge Moreira Gonçalves • Natanael da Costa • Machado Ribeiro • Silvalaje • José Rodrigues • Eduardo Mayone Dias • Mécia de Sena • Carlos B. Macedo • Jorge Alfinete • Fernando Silva • H. Dédalo • Hélio Sousa • Paulo Goulart • Alberto Lemos • Joe Freitas • João Morrison • Fernanda Simões • Joe Silva • Tony Esteves • Afonso Serpa • Alberto Peixoto • Joaquim Correia • Valentim B. de Freitas • Frank R. Dias • Hermano Jácome • José Luís Fagundes • João Soares • Judy Ávila • Joe B. Sousa • Dr. Cunha de Oliveira • José Gregório Araújo • Osvaldo Palhinha • Manuel Alberto Martins • Maria José Brantuas • Mary Giglitto • Aires Madruga da Silva • Cassiano Ferreira • Abílio Freitas • Helena Avelar • José Vargas • José Silva • Joaquim O. Neves • Dionísio da Costa • Mimi Machado • Sãozinha Bettencourt • Manuela Aguiar • Pedro da Costa • Diniz Borges 8 Evelyn Costa • Humberto Peixoto • José França • José Medeiros • Nazário Borba • António Carvalho • Guter Sousa • Jaime Luís • Helter Martins • João Fontes Sousa • Henrique Dédalo • Filomena Meneses • João R. Silveira • Alberto Soares • Artus C. de Oliveira • Filomena Rocha-Mendes • Manuel Mendes • Jaime M. Lemos • Armando M. Antunes • Helder F. Antunes • Ferreira Moreno • J. Batista Brites • Adalino Cabral • Leonel Noia • Hélio de Sousa • Manuel Coelho • José A. Batista • José B. Ávila • Luciano Cardoso • Hélio de Sousa • Miguel Ávila • Fernando Dutra • Maria Carvalhal • José Raposo • Margarida Silva • Josefina Canto e Castro • Roberto Ávila • João-Luís de Medeiros • Caetano Valadão Serpa • Maria das Dores Beirão • José Duarte da Silveira • Goretti Silveira • Rufino Vargas • Elen de Moraes • Paul Mello • Victor Rui Dores • João C. Bendito • Serafim Cunha • Jim Verner • Carlos Alberto Alves • Joel Neto • Tony Goulart • Lélia Nunes • Nelson Ponta-Garça • Miguel Canto e Castro • Zé Duarte • Lúcia Soares • Lisa Falcão • Henrique Dedalo • Egídio Almeida • Monica Soares • Sergio Pereira • Judite Teixeira • Alicia Filomena Cota • João Gago da Câmara • José Henrique Silveira de Brito • John C. de Melo • Paulo J. Teixeira • Plus Others…

1979 2019 ho 1979

ul issue #0, j

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João brum o manuela aguiar A prepararla r co ra conteúdo do jornal pa

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1938 – 2011

Último dia e dada pelo jobranbyshower al

rabalhei no Tribuna entre Novembro de 1983 a Abril de 1984 quando o meu filho Paulo nasceu. Tinha acabado de chegar a São José dos Açores com o Celestino. A Mimi Machado, que tinha sido minha professora de Matemática no Liceu em Angra do Heroísmo na Terceira arranjou-me uma posição a trabalhar no jornal. Fui fazer a fotografia e artwork, o que então era tudo feito manualmente. O Sr João Brum era então o diretor. O Sr. José João fazia o marketing. A Mimi Machado era encarregada da contabilidade e a Judy Brasil tomava conta de toda a escrita no computador. No verão de 1985 e a pedido do Sr. João Rodrigues, tornei ao jornal para ajudar na mesma posição. Foi um experiência ótima que me ajudou imenso no meu início nos Estados Unidos. Era um órgão importantíssimo na transmissão de notícias portuguesas e de toda a informação das comunidades. Já nessa altura me apercebi da grande dificuldade de manter um jornal português. Feliz 40 anos à Tribuna Portuguesa e a todos os seus diretores e colaboradores que continuam a acreditar na importância deste órgão de comunicação social. Um bem haja e muitos mais.

Manuela Aguiar

Fundador do Portuguese Tribune. O Portuguese Tribune nasceu de um sonho deste homem do Pico, que sentiu a necessidade de comunicar e de fazer com que a nossa comunidade pudes-

joão p. brum

se ter uma voz e pudesse partilhar a riqueza da sua cultura, da sua tradição, em toda a California.


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Comunidade

Timeline

Director: João p. brum editor: duarte santos publisher: brum enterprises Year: 1979 issues: #0 – 75 $12.00/year (weekly)

founded by joão p. brum in july 1979

Director: João p. brum editor: duarte santos admin: artur v. tomás publisher: brum & thomas publications, inc. Year: 1981 issues: #76 – 149 $15.00/year (weekly) duarte santos president & treasurer: João p. brum vice-pres. & secretary: artur v. tomás editor & advertising: josé João encarnação publisher: brum & thomas publications, inc. Year: 1983 issues: #187 (2 colors) – 243 $15.00/year (weekly)

president & treasurer: João p. brum vice-pres. & secretary: artur v. tomás corpo redactorial: João brum e dr. cunha de oliveira publisher: brum & thomas pub. inc. Year: 1984 issues: #244 – 277 $15.00/year (weekly)

director: João p. brum director-adjunto/interino: dr. cunha de oliveira administrator: João R. silveira owner & publisher: portuguese tribune enterprises, inc. Year: 1985 issues: #278 – 305 $15.00/year (weekly)

director/editor: armando m. antunes art/graphics: helder f. antunes administrator: jaime m. lemos editor: josé b. ávila (issue #851, feb. 1999) staff-editor: miguel ávila (issue #926, may 2003) owner & publisher: portuguese tribune ent., inc. Year: 1994 issues: #729 – 928 | $22.50/year (bi-weekly)

DE

DESIGN

publisher: josé b. ávila director/editor: miguel ávila (issue #1211, oct. 2015) assist. editor/english section: miguel ávila art director: roberto ávila IN M O ED owner & publisher: the tagus group l.l.c. Year: 2003 issues: #929 – current $35, $45/year (bi-weekly) STO C

A

propriedade: filomena rocha-mendes, manuel mendes, jaime lemos editor-in-chief: filomena rocha-mendes (issue #716) owner & publisher: portuguese tribune ent., inc. Year: 1993 issues: #670 – 728 $30/year (weekly) (2 months without publication)

editor & president: alberto soares vp / general manager: João R. silveira Vice-president: artur v. tomás executive editor: dr. cunha de oliveira (up to #498) owner & publisher: portuguese tribune ent., inc. Year: 1986 issues: #330 – 669 $15, $25, $30/year (weekly)

I F OR N I

fundador: João p. brum director interino: dr. cunha de oliveira administrator: João R. silveira owner & publisher: portuguese tribune enterprises, inc. Year: 1985 issues: #306 – 329 $15.00/year (weekly)

AL

dr. cunha de oliveira

president & treasurer: João p. brum vice-pres. & secretary: artur v. tomás publisher: brum & thomas publications, inc. Year: 1982 issues: #150 – 186 $15.00/year (weekly)


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Festa de Nossa Senhora dos Milagres Comunidade

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83 ANOS • GUSTINE, CA • 30 AGOSTO – 9 SETEMBRO

foto de norberto maciel

No ano de 1934 existia em Gustine, na zona onde hoje está o pequeno aeroporto, um edifício que albergava o American-Portuguese Club, que tinha por finalidade apoiar os portugueses nas suas “papeladas” e não só, mas que se debatia com o problema de ter um padroeiro. Várias eram a opiniões mas todas divergentes. Manuel São Miguel, natural da ilha que o nome indica, deslocou-se de férias aos Açores e visitou a ilha Terceira por ocasião das Festas de Nossa Senhora dos Milagres, na freguesia da Serreta. Chegou à Califórnia com a ideia de a Padroeira ser Nossa Senhora dos Milagres, aceite por todos os membros do Club. Seguiram-se negociações com a Igreja e a Diocese para a realização da festa. Foi acordado fazer a festa no ano de 1935 e encomendada, em São Francisco, a imagem de Nossa Senhora dos Milagres, que, por várias razões, não ficou pronta a tempo para a festa desse ano, Assim, no ano de 1935 realizaram uma pequena festa sem a imagem. No ano de 1936, considerado o primeiro ano da Festa de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine, realizou-se uma Grande Festa planeada com antecedência. Entre outras novidades, realizou-se uma grande cantoria com quatro grandes improvisadores: Charrua (1910-1991), da ilha Terceira, o primeiro a vir propositadamente cantar à Califórnia; Frank Rodrigues que se deslocou do estado vizinho de Nevada; Francisco Ferreira da Costa (1891-1986), a residir na Costa Leste, mas natural de São Bartolomeu, ilha Terceira; João Cordeiro (1890-1944), também a residir na Costa Leste, mas natural dos Arrifes, ilha de São Miguel. Ferreira da Costa e João Cordeiro gostaram tanto da Califórnia que mudaram a sua residência, onde faleceram mais tarde. Portanto a Festa dos Milagres está a comemorar, em 2019, 83 anos de existência. É maior festa religiosa realizada na América. Junta gente de várias origens e procedências. Continua a ser um local de encontro para muitos familiares, amigos e conhecidos. Este ano de 2019 é presidente da Festa o meu amigo Domingos Ponceano. Para o próximo serão Dennis e Melissa Miguel a presidir à festa, já que são vice-presidentes este ano. Domingos Ponceano é natural da minha freguesia de São Mateus, ilha Terceira, filho do conhecido José “das Bicas”, irmão mais novo do João Manuel, José Gabriel e Jerónimo, todos meus colegas de escola primária, e então vizinhos no lugar da Terra Alta. É com muito orgulho que vemos gente nossa conhecida a ocupar lugares de destaque e a ajudar nas nossas festas da Califórnia, como tem sido estes “Das Bicas”. As festas de há uns anos na Califórnia decorriam praticamente ao sábado e domingo, com algumas a irem até à segunda-feira, dia tradicional da tourada. A exigência dos trabalhos não permitia muitos mais dias. Com o decorrer dos anos, a emigração dos anos 70 começou a se reformar e ter mais alguma disponibilidade para participar e ajudar nas festas e algumas já começam à quinta-feira, prolongando-se até à segunda, como é o caso

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da Festa dos Milagres e não só. Domingos Ponceano, e a sua equipa, apostaram num programa bem elaborado para este ano de 2019, criando um pouco mas mantendo a tradição dos dias de festa. A agenda religiosa decorreu muito à semelhança dos anos anteriores e teve a participação do pároco local, Leonard Trindade, do Bispo da Diocese, Joseph Brennan, do padre Paulo Borges, convidado para as festas, vindo de São Miguel, e do padre Luís Cordeiro. A quinta-feira, dia 5, começou com uma bem organizada noite de fados com os fadistas Crystal Mendes, António Isidro, Lizandra Jorge e Fábio Ourique, acompanhados pelos tocadores Tiago Lima, Paulo Cunha e Steve Soares. A tradição de Noite de Fados começou à sexta-feira, em 1991, quando João Pires foi presidente da Festa do Espírito Santo, e que a esposa, Cecília Pires, manifestou o desejo de se realizar na Festa. Evoluiu com os anos e hoje é um acontecimento realizado pelas duas festas, conhecido e respeitado em toda a Califórnia, ao ponto de chamarem a Gustine a “Catedral do Fado”. A noite de sexta-feira foi bem preenchida, no palco do Park Henry Miller, com um excecional espetáculo do Grupo de Teatro e Variedades do Porto Judeu, vindo da ilha Terceira, muito ao jeito das comédias de anos passados. Este Grupo está em digressão pela Califórnia e tem previsto sete atuações, entre as nossas comunidades, nas cidades de Gustine, São José (2), Artesia, Tulare, Turlock, e Livingston. No dia 7, sábado, houve o tradicional bodo de leite, que teve um bem preparado desfile, com o tema “Mulheres influentes da Bíblia”, acompanhado de Pezinho, pelos cantadores António Isidro, Bruno Oliveira, Fábio Ourique, José Ribeiro, António Azevedo e Manuel dos Santos, e os tocadores Manuel Ávila, Dimas Toledo, Tiago Lima e Paulo Cunha. Seguiram-se a atuação de grupos folclóricos, arrematações e, ao fim da tarde, a procissão de velas. No Salão houve a atuação do Conjunto 562 e a apresentação das rainhas e comissão. No parque, ao ar livre, decorreu a interessante cantoria entre os improvisadores referidos. No domingo, dia 8, decorreram as habituais cerimónias religiosas do dia principal da festa, os desfiles, as atuações durante a tarde, o tradicional almoço de sopas do Espírito Santo, que encheu o rés-do-chão do Salão por 3 vezes, e arrematações. Música no Salão com o Conjunto Progresso preencheu uma parte da noite. No Parque assistiu-se a mais uma grande cantoria com a despedida de Nossa Senhora em Procissão até ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres. A segunda-feira ficou reservada para a tradicional corrida de toiros na Bella Vista Park, com os cavaleiros Paulo Jorge Ferreira, Francisco Palha e António Prates, com montadas da Coudelaria Martins, e os Forcados Amadores de Turlock, Aposento de Turlock, e Amadores de Merced. Mais uma boa festa realizada pelos nossos emigrantes que vale a pena visitar. Eles gostam de ir lá mas também podemos vir cá. Há quase 20 anos que me desloco à Califórnia e tenho participado em várias festas e eventos. Nota-se um pouco menos de pessoas a participarem, fruto do envelhecimento da nossa emigração, mas nada que ponha em risco estas festas.

Liduíno Borba

fotos de john freitas

grupo de teatro e variedades do porto judeu

GUSTINE 6

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cidade de Gustine, na Califórnia, realiza duas grandes festas anuais: a Gustine Pentecost Association (GPS), conhecida pela Festa do Espírito Santo, realizada na terceira semana de julho; e a Festa dos Milagres, realizada na segunda semana de setembro, à semelhança da Festa da Serreta, na ilha Terceira. Ambas são realizadas no mesmo Salão, na mesma Igreja e na mesma Praça de Toiros. Já há muitos anos que é assim e toda a gente se entende muito bem e tudo corre na perfeição.

IL AGRES

noite de fados com crystal mendes, antonio isidro cardoso, lyzandra jorge e fábio ourique, acompanhados por tiago lima, paulo cunha e steve soares

ENHORA DO SM

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Comunidade

bodo de leite

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tema: mulheres influentes da bíblia

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2018-2019 rainhas

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chairman/pastor: Rev. leonard trindade padre visitante: padre paulo borges (São miguel)

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2019-2020 rainha pequena: avery meneses aias: sadie pimentel, ava silva

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presidente: domingos ponciano vice-presidentes: dennis & melissa miguel tesoureiros: durvalina & eric snoke secretarios: walter & nancy costa jr. marshals: scotty & vanda mendes

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2019-2020 rainha grande: izabel bettencourt aias: luana gomes, natalie machado


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procissão

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coroação das rainhas

coroação do presidente

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Opinião

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obituário / obituary

José João Raposo Da Encarnação FEBRUARY 14, 1935 – SEPTEMBER 3, 2019 É com muita tristeza que nós anunciamos a morte de uma das melhores personagens na história da radio portuguesa na diáspora aqui na California, José João da Encarnação. José João principiou a sua carreira no dia dos seus anos em 1966 na Radio VOZ DE LUANDA em Angola no programa “Expresso da Noite”. Após emigrar para a Costa Leste e ter trabalhado também numa Radio, José João recebeu a proposta para trabalhar como gerente da antiga KRVE em Los Gatos em Dezembro de 1979. José João trouxe consigo o profissionalismo e uma voz lindissima para a Costa Oeste onde transformou a KRVE numa estação que a comunidade precisava e merecia. Durante o seu tempo na KRVE José João introduziu o programa “Linha Aberta” o qual contava com a participação dos ouvintes com chamadas telefónicas ao vivo. José João costumava dizer que foi o programa mais dificil que produziu e realizou ao longo de toda a sua carreira. Durante uma pausa na Radio José João mostrou a sua versatilidade na impressa escrita quando ajudou o lançamento do jornal português “Noticia”. José João mais tarde regressou à radio como gerente de ambas as emissoras KLBS e KQLB em Los Banos, o que veio a transformar a KLBS numa radio professional para a comunidade portuguesa no vale de São Joaquim e também como gerente da KQLB elevando esta radio para o primeiro lugar em lingua espanhola na programação e vendas. José João foi um grande professor e mentor para muitos outros colegas e personalidades da radio. Esforçou-se para fazer o melhor e esperava o melhor dos outros. José João era conhecido pelo seu profissionalismo no ar e seu conhecimento desde história, desporto, eventos sociais e igualmente talentoso em aspectos tecnicos radiofónicos, tendo desenhado, instalado e mantido em dia e nas melhores condições todas as estações de radio que estiveram sob a sua gerência. José João semi-reformou-se em 2011 mas continuou a dar apoio às radios sempre que era preciso. À sua esposa Ana Maria, filho Ricardo, seus netos Kevin e Kayla, nós KSQQ, KLBS e KQLB em nome dos proprietários Batista e Dolores Vieira, seus filhos Davide e Joseph, noras e netos e todos os funcionários, oferecemos as mais sentidas e dolorosas condolencias neste momento triste e dificil. José João será sempre lembrado pelo seu profissionalismo em produção e programação na historia da radio portuguesa na California. Que a sua alma descanse em paz!

José João Raposo Da Encarnação, age 84, of Los Banos, California passed away on Tuesday, September 3, 2019. He was born February 14, 1935 in São Pedro, São Miguel, Açores to Berta Maria Correia and José João Raposa Da Encarnação. José is survived by his wife of 57 years, Ana Maria da Conceição Neves Correia Raposo da Encarnação of Newman; son Ricardo Encarnação (Sara) of Newman; and daughter-in-law Lucia Encarnação of Los Banos; brother João Da Encarnação of New Bedford, Massachusetts; brother Juvenalio Raposo Da Encarnação of New Bedford, Massachusetts; brother Eduardo Da Encarnação of Los Angeles; brother Norberto Raposo Encarnação of New Bedford, Massachusetts; sister Berta Encarnação of New Bedford, Massachusetts; and grandchildren Kevin Encarnação, Kayla Encarnação, Daniel Alvarez, and Adrian Barnett. Mr. Encarnação was preceded in death by his parents and sister, Vanda Maria Correia Arruda. There was a recitation of the rosary followed by a funeral mass for Mr. José João Raposo Da Encarnação at 10:00 AM on Wednesday, September 11, 2019 at Our Lady of the Assumption Catholic Church: 2602 S. Walnut Road, Turlock, California. He was laid to rest after the services at Los Banos Cemetery: 16575 Center Avenue, Los Banos, California. Services for José João Raposo Da Encarnação are in the care of Whitehurst-Norton-Dias Funeral Service (FD504) in Turlock, California. Tribuna Portuguesa sends its heartful condolences to all the family.

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Portuguesa P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866


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O falecimento de José João

e outras memórias hertzianas

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josé joão e esposa ana Maria da Conceição Encarnação

ealizou-se no dia 11 de setembro, com missa de corpo presente na igreja de Nossa Senhora das Assunções, em Turlock, Califórnia, o funeral do radialista José João da Encarnação, falecido no passado dia 3 em Los Banos. Contava 84 anos, nascera a 14 de fevereiro de 1935 na freguesia de São Pedro, Ponta Delgada, São Miguel, Açores, e era filho de José João Raposo da Encarnação e de Berta Maria Correia. José João deixa a esposa, Ana Maria da Conceição Encarnação; o filho, Ricardo Encarnação; a nora Sara Encarnação; os netos Kevin Encarnação, Kayla Encarnação, Daniel Alvarez e Adrian Barnett (todos residentes na Califórnia); os irmãos Eduardo da Encarnação, em Los Angeles, e João da Encarnação, Juvenálio Raposo da Encarnação, Norberto RaposEncarnação e a irmã, Berta Encarnação, todos em Massachusetts. Alistado na Força Aérea Portuguesa como radiomontador (estava reformado como primeiro sargento), José João começou por curiosidade na Rádio Lajes, emissora criada em 1947 na Base Aérea 4, Praia da Vitória, ilha Terceira, ano em que surgiram também o Rádio Clube de Angra e o Clube Asas do Atlântico em Santa Maria. Rádio Lajes foi desativada em 1962 (ressurgiria em 1971), aparentemente devido ao eclodir da guerra colonial em Angola, que levou José João para Luanda, onde teve oportunidade de reatar a carreira radiofónica em 1966 na Voz de Luanda, a primeira emissora comercial luandense fundada em 1964 por Carlos Moutinho, que se tinha distinguido em Lisboa com Armando Marques Ferreira fazendo as manhãs da Rádio Renascença com o programa “Bom dia e amizade” e em Angola passara pelo Rádio Clube de Moçamedes. Voz de Luanda foi a primeira emissora urbana a assumir uma dimensão local, pois todas as outras pretendiam cobrir todo o território e até todo o mundo. JJ colaborava no programa “Expresso da Noite”, das Produções Jomont (de Jorge Monteiro), fazendo um pouco de tudo. Gravava e sonorizava anúncios e programas, e quando necessário também era locutor. Quando se tratava de trabalhar era perfeccionista e exigia dos outros o que impunha a si. Travei conhecimento com JJ nessa altura, uma vez que durante algum tempo o “Expresso da Noite” foi retransmitido na emissora onde eu trabalhava, o Rádio Clube do Uige, de Carmona, que tinha começado em 1958 com uma discoteca de 3.500 discos oferecida por um fazendeiro melómano e um caprichoso emissor de 1 KW que dificilmente chegava ao Negage, distante 67 quilómetros, mas às vezes era ouvido na Suécia. Permito-me lembrar que não sou propriamente radialista, a única carreira que segui foi o elétrico para a Graça, quando fiz um programa (“Festival da Noite”) na Rádio Voz de Lisboa, do Fernando Laranjeira, casado com a famosa Alda Maria do programa dos doentinhos. Até ali tinha escrito umas coisas (poucas) para os jornais e um dia vi-me produtor de um programa das 2h00 às 7h00 das madrugadas de domingo e quase abri falência. Na verdade foi uma sorte ter sido mobilizado para Angola em 1961, em Angola pagavam-me para fazer rádio e em Lisboa eu é que tinha de pagar. Fiz parte da companhia 319 do Batalhão de Caçadores 317, que andou pela Pedra Verde, Quitexe, Zalala e Cólua. Em 1962, numa saltada a Carmona, entrei no Clube Recreativo do Uige a beber um fino e dizem-me que no terceiro andar funcionava uma emissora, o Rádio Clube do Congo Português, onde passei a fazer um programa bem humorado intitulado “Só para homem, mas mulher pode escutar”. Quando tinha oportunidade, dava uma saltada a Carmona e gravava vários programas com o Zeferino Cordeiro, que

era o diretor técnico da emissora. Pagavam-me o hotel e mais uns trocos para umas Cucas. Terminada a comissão do BC 319, voltei a Portugl, mas continuei a gravar programas (na Voz de Lisboa) e a mandar para o Rádio Clube, onde acabaria por regressar em 1965 como chefe dos serviços de produção e me mantive até vir para os Estados Unidos. No meu tempo, o Rádio Clube do Congo Português foi rebatizado Rádio Clube do Uige e deixou também as instalações no Clube Recreativo do Uige, mudando para edifício próprio frente ao Cine Moreno. Um dia apareceu-nos o grande Artur Agostinho, que aproveitou para se livrar de um pesadíssimo gravador portátil oferecendo-o ao Rádio Clube e com o qual fiz muitos exteriores em riscos de fanico, um deles (pasmem) uma entrevista ao príncipe Juan Carlos, futuro rei de Espanha, no topo da serra do Mucaba. [...] José João também foi quadro técnico da Voz de Angola até 1974, quando decidiu vir para os Estados Unidos, onde tinha os pais e os irmãos e quando chegou a New Bedford, em 1975, procurou-me no “Portuguese Times”. Por sinal eu já tinha recebido carta do João Joaquim Nogueira, presidente do Rádio Clube do Uige, convidando-me a voltar a Carmona e estava tentado a fazê-lo. José João é que me dissuadiu dando conta das makas que se seguiram ao 25 de Abril em Luanda, com os brancos opondo-se à independência. Apresentei José João a António Alberto Costa, então dono e diretor do “Portuguese Times” e que lhe ofereceu de imediato trabalho.

josé joão com miguel ávila, entrevistados pelo programa atlântida nos 100 anos da i.e.s., 2014 Como se sabe, (de parceria com Manuel Calado) Costa manteve durante anos um programa diário em língua portuguesa na rádio WGCY de New Bedford que em 1969 deu origem à primeira rádio portuguesa nos Estados Unidos. Costa sonhava comprar a emissora, mas nunca conseguiu entender-se com Gray e acabou por deixar a WGCY em conflito, tendo comprado nessa altura o “Portuguese Times” que se publicava em Newark, NJ e que ele mudou para New Bedford em 1973, comigo entre os tarecos. Nos termos do seu contrato com Gray, Costa não podia fazer rádio em Massachusetts, mas nada o impedia de fazer em Rhode Island e montou um pequeno estúdio de gravação na redação do jornal, que naquele tempo era numa antiga loja de mobílias onde o Manuel Cidade tem hoje a oficina de automóveis e comprou tempo na rádio WPMS, de East Providence, incumbindo José João de preparar um programa diário que, obviamente, era apresentado pelo Costa, mas com participação do JJ, do Álvaro António e até eu próprio às vezes, lendo uma crónica. O problema é que a WPMS não chegava a Fall River e New Bedford, o maior auditório lusófono e onde estavam os anunciantes. O programa acabou, mas entretanto George Gray vendeu a WGCY ao antigo procurador de justiça Edmund Dinis, que a manteve portuguesa embora mudando o indicativo para WJFD (as iniciais do nome do pai, Jacinto Ferreira Dinis) e chamou José João para chefiar a produção. A primeira inovação de JJ foi o slogan “uma voz portuguesa na América” e quem passou por Angola apercebeuse que se tinha inspirado no slogan de Fernando Curado Ribeiro que identificou o Rádio Clube do Huambo durante um quarto de século: “Uma voz portuguesa em África”. Eu também mudei de ares naquela altura (1975), deixei o PT e fui lançar o “Jornal de Fall River”, agora apenas “O

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eurico mendes Jornal” e publicado pelo “Herald News”, sendo portanto parte da GateHouse Media, grupo que publica 154 diários e 579 semanários. Era editor, mas o meu nome nem aparecia sequer no “Jornal de Fall River” porque, diga-se de passagem, eu estava ilegal naquele tempo. O ordenado também não era famoso e por isso aceitei o convite do José João para escrever o noticiário dominical da WJFD, sempre eram mais 50 dólares. Num daqueles domingos, a Natércia da Conceição, que além de locutora era também, e sobretudo, uma grande fadista, perguntou-me se eu estava disposto a aderir ao sindicato dos locutores da WJFD que ela pretendia criar. A pobre Natércia pensava que o 25 de Abril também chegara a New Bedford e enganouse. Mal soube da iniciativa, foi despedida pelo Dinis e seguiram-se dois outros aderentes, Gil Reis e Virgilio Gonçalves. A mim não despediu porque eu próprio já o tinha feito. José João foi o último a ser despedido e nem sequer estava a par das diligências sindicais da Natércia, mas Dinis entendeu que ele devia ter sabido do que se estava a passar e tê-lo informado. José João foi então trabalhar para a Casa Cristal, de Fall River e eu também mudei para Bristol, RI. Entretanto, os Serviços de Imigração mandaram um agente à minha procura ao “Jornal de Fall River”, supostamente eu teria sido denunciado pelo Dinis, descontente com o que eu escrevera sobre os despedimentos na WJFD. Fosse como fosse, desenfiei-me para o “Azorean Times”, do António Matos, que se publicava em Bristol, RI e consegui o “green card”. Uma tarde, em dezembro de 1979, Matos disse-me que acabara de receber um telefonema da Califórnia, era o Batista Vieira a perguntar se ele sabia de alguém da rádio disposto a ir trabalhar para a rádio KRVE de Los Gatos. Telefonei de imediato para a Casa Cristal, dei o número do telefone do Vieira a José João e o resto é história, como dizem os americanos. Batista S. Vieira, proprietário das rádios KSQQ, KSBS e KQLB, de Los Banos, divulgou um comunicado sobre o falecimento do seu colaborador e vale a pena sublinhar algumas passagens: “José João trouxe consigo o profissionalismo e uma voz lindíssima para a Costa Oeste onde transformou a KRVE numa estação de que a comunidade precisava e merecia (...) Como gerente das emissoras KLBS e KQLB de Los Banos, transformou a KLBS numa rádio profissional para a comunidade portuguesa no vale de São Joaquim e como gerente da KQLB elevou esta rádio ao primeiro lugar em língua espanhola na programação e vendas (...) Será sempre lembrado pelo seu profissionalismo em produção e programação na história da rádio portuguesa na Califórnia”. José João semi-reformou-se em 2011 mas continuava a dar apoio às rádios sempre que era preciso. Batista Vieira lembrou também que durante uma pausa na rádio, José João lançou o jornal português “Noticia”. Colaborei algum tempo no semanário dele, cujo cabeçalho era o da famosa revista luandense. Sei disso porque eu é que lhe mandei um exemplar da revista do João Charulla de Azevedo, que faleceu em Luanda em 1967, com 34 anos, e foi substituído na direção da revista por João Fernandes, por sinal falecido há quatro meses, aos 81 anos, vítima de doença prolongada. Fernandes e eu fomos amigos na adolescência. Houve um tempo em que passávamos as tardes no café Palladium, na praça dos Restauradores, em Lisboa, com um terceiro parceiro, o futuro pintor Benjamin Marques, e então aluno da António Arroio. Sonhávamos os três com Paris e Benjamin foi o único que concretizou esse sonho, tendo falecido em França em 2013, com 74 anos. Fernandes foi para Angola em 1964, trabalhar no “O Comércio de Luanda” e meses depois transitou para a “Notícia”. Cruzei-me com ele algumas vezes em Luanda, mas nunca mais reatámos relações. Em 1975, Fernandes seguiu para o Brasil e colaborou no “Estado de São Paulo”. De regresso a Lisboa em 1976 foi chefe de redação do jornal “O Dia” e mantinha também a sua famosa coluna da “Notícia” (“A chuva e o bom tempo”) no “Diabo”, semanário de Vera Lagoa. Em 1982, rumou a Macau, onde fundou e dirigiu o diário “Jornal de Macau”, tendo regressado a Portugal em 2000, já com os problemas de saúde de que veio a falecer em maio passado. Agora foi a vez do José João e a conclusão é que os jornalistas e radialistas que viveram em Angola desde o início da guerra colonial nos anos 60 estão a desaparecer. [...] Diário dos Açores, 15 de Setembro 2019


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"Crónicas de Hoje e de Sempre" João Bendito joaobendito@yahoo.com

A TERNURA

(OU A DOÇURA?)

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ou mais velho dois anos que o «Tribuna». Talvez seria bom ter apenas 42 anos de idade mas não tenho esse consolo. Quando afirmo que sou dois anos mais velho do que o «Tribuna», refiro-me a idade americana, isto é, aos anos que tenho desde que cheguei à Califórnia e desde que o jornal foi fundado. Somos, portanto, ainda uns jovens em annus americanus. Ou, melhor dizendo, uns jovens em espírito, já a caminho dos declives da meia-idade, com a diferença maior que a mim já me doem os artelhos e me caiu o cabelo mas o «Tribuna» ainda anda por ai bem alambicado e de fronha colorida. O «Tribuna» começou a visitar a minha casa desde logo que se aventurou a dar os primeiros passos. Menino presunçoso e espertalhão, ensinou-me muitas coisas acerca da comunidade portuguesa, trazia-me até dentro-de-portas as notícias e as reportagens das festas e dos acontecimentos que eu não me dava ao trabalho de assistir. E ajudava-me a manter a ligação possível à Ilha e à Pátria, à língua e à cultura que eu deixara no outro lado do Mundo. Apercebi-me, desde a primeira hora, do esforço que o diretor e seus colaboradores faziam para manter esse jovem à tona de água. Não foram tempos fáceis, tremeu algumas vezes, sacudiu as dores de crescimento, arregaçou as mangas e foi caminhando, lenta mas destemidamente. Passou por diferentes mãos, por diferentes direções, deixou-se rabiscar por dezenas de colaboradores. Longe vão as diatribes (salvo seja!) do “Frade das Hortaliças” – por onde será que ele anda agora a pregar??? – assim como as guerras do “Canto da 33” e as dificuldades técnicas de fazer um jornal praticamente à mão. Que o futuro seja risonho e ternurento para este Senhor jornal, agora quarentão. Que tenha forças quanto baste para resistir às vicissitudes destes tempos mais que tremidos e que consiga convencer os ainda afastados possíveis leitores e assinantes de quão importante é manter este órgão de comunicação em circulação, para bem de toda a comunidade. Por minha parte, apenas queria expressar o meu profundo agradecimento por continuarem a publicar as minhas modestas crónicas, bem como todo o apoio que têm dado à publicação dos meus livros. Fica-me a tristeza que quando o «Tribuna» dobrar a idade e assoprar as velas dos seus oitenta anos, eu já não estarei cá para provar uma fatia do bolo... Que este, agora, ao menos seja um aniversário bem doce.

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João Gago da Câmara joao@ilha10.net

Parabéns, Tribuna

ivi na costa Leste dos Estados Unidos da América. Infelizmente, ainda não sei o que é a costa Oeste. Imperdoável! Sei, todavia, como todos sabemos, que, de há muito tempo a esta data, o coração açoriano bate fortemente na importante comunidade californiana. Sei também que a leva emigratória do Vulcão dos Capelinhos foi apenas mais uma. Na longa história emigratória dos Açores, o açoriano direciona sobremaneira a proa do seu sentido ao oeste americano e ao sonho californiano. Famílias e famílias da Terceira e de outras ilhas, em especial do grupo central do arquipélago, partiram, lançaram raízes e sedentarizaram-se nesse belo espaço americano. Embora o meu percurso jornalístico tenha decorrido sobretudo na RTP - Rádio e Televisão de Portugal, a quem dei trinta e cinco anos da minha vida, também integrei a equipa editorial do jornal Correio dos Açores, onde me apaixonei pela imprensa escrita. Quis ainda aprofundar mais nessa área do

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jornalismo e fundei o meu próprio jornal, o “Correio do Norte”. Hoje escrevo para a Visão. Sei, pois, o quão difícil é singrar este longo e muitas vezes penoso caminho na senda de formar e de informar uma comunidade. Só quem o percorre é que sabe o quão árduo e difícil é pôr na data certa um jornal na rua. O “Portuguese Tribune” aí está, passadas quatro décadas. É obra! Desde o Bairro Little Portugal, em 79, e aos tempos de João Brum; a Modesto no Vale de San Joaquin, com José Ávila; passando, nos anos 80, por outras mãos de que, sem desprimor dos demais, relevo Cunha de Oliveira; depois ainda por Filomena Rocha Mendes e sua redação, então integrada pelo hoje owner do jornal, José Ávila, muito se terá passado de coragem no sacrifício e nas dificuldades e na superior entrega incondicional ao jornalismo - imagino! - para que hoje saia à rua esta Tribuna cheia de seriedade e de credibilidade. Escrevo-vos modestamente para Modesto, dentro da ainda assiduidade desejável, com prazer e honra. Obrigado por me terem convosco. Parabéns, abraços e até aos próximos quarenta.

Traços do Quotidiano Margarida da Silva santamarense67 @yahoo.com

omo o tempo passa! Já lá vão quarenta anos desde a fundação do nosso Tribuna pelo amigo e conterrâneo João Brum, na cidade de San Jose. Desde então, outros timoneiros continuram a viagem, nem sempre em águas calmas, até que a Família Avila o levou a um porto mais seguro. O nosso filho, Ruben Anthony, que nasceu

a 2 de Outubro de 1979, foi o primeiro bebé a ser anunciado no Tribuna, através do amigo, Helder Quaresma. Não me lembro de quando comecei a dar o meu modesto contributo ao nosso jornal, mas já há algumas décadas. Parabéns e gratitude para todos que tornam possível a sua publicação. Bem hajam! Que o Tribuna continue por muitos e mais anos para o bem da nossa comunidade, são meus sinceros votos. Como diria o seu fundador: “Haja Saúde!”

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Sabor Tropical

A Outra Voz

Elen de Moraes

Goretti Silveira

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elendemoraes.rj@gmail.com

O Tempo e o Tribuna Portuguesa tempo se faz poesia à medida que os anos avançam e vamos imprimindo nossas marcas, expondo narrativas, enfrentando problemas, aceitando derrotas, vibrando com as vitórias, enfim, plantando nossas memórias, enquanto vivemos o presente, com olhos de esperança voltados para o amanhã. Assim é o Tribuna Portuguesa, um “jovem” de apenas 40 anos, que já fez a travessia de diferentes caminhos, enfrentou tempestades sem sucumbir, mas sabiamente, por entender que nuvens são passageiras, segue confiante, obstinadamente, traçando - e batendo - metas, em busca da realização dos seus propósitos e projetos. Se o objetivo de um jornal é informar, o Tribuna vai muito além, porquanto se faz presente, de corpo e alma, em quase todos os mais importantes eventos da Comunidade Portuguesa, na Califórnia - e não só – imprimindo em textos e fotos, grande parte da história da Comunidade, uma relíquia de valor inestimável, guardada em seu acervo, para a posteridade, quando as futuras gerações poderão pesquisar sobre a vida dos seus antepassados. E só a equipe que o torna possível, que cede voz e visibilidade a essa história, sabe como o tempo se mostra curto, veloz, para que o jornal chegue, quinzenalmente, aos lares dos seus assinantes. O que me encanta e apaixona no Tribuna Portuguesa é a diversidade dos assuntos, abordados sem preconceitos, em matérias distintas, sem cercear a liberdade de expressão dos seus colaboradores, atendendo

aos mais diferentes gostos e leitores. O apoio que dá à Cultura, de um modo geral – e em particular às festas típicas, aos Cantadores, Poetas, etc. – é o ponto alto do Jornal, que o torna necessário, bonito, leve e atraente. Talvez, a maioria dos leitores que possui a oportunidade de tê-lo em mãos, sentir sua textura, o cheiro do papel e da tinta, poder montar seu próprio arquivo de memórias, não tenha noção de como é frustrante, para quem mora em outros países, não participar do mesmo privilégio. Bem verdade que o Tribuna, um jornal moderno, de braços dados e antenado com o progresso e a era digital, também está online para quem quiser acessá-lo, de qualquer lugar do planeta e mais, totalmente grátis, quando tantos outros já cobram para disponibilizar seus conteúdos. Sou grata, e muito, por ter a opção de lê-lo na internet, embora confesse que ainda sou uma dessas pessoas que prefere manusear as folhas do que lê. Talvez eu seja saudosista, mas como disse, iniciando este texto, o tempo se faz poesia enquanto avança e nos dá mais manias e passado do que futuro. Ao Tribuna Portuguesa, pelo seu aniversário, minhas felicitações e votos de vida longa, com saúde financeira e sucessos sempre crescentes. À toda equipe, aos seus Diretores Srs. Miguel e Roberto Ávila e ao seu Publisher, o caro Sr. José Ávila, que cuidam do jornal com tanto desvelo, meus parabéns pelo excelente trabalho, que estendo aos seus colaboradores. E para todos os leitores, daqui do meu Brasil envio o meu abraço e os meus agradecimentos, porque é por todas as Senhoras e Senhores que o assinam e leem, que o Tribuna Portuguesa festeja os seus bemvividos 40 anos.

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mariagorettisilveira@yahoo.com

Happy 40th birthday

ewspaper names tell a story and the more straight forward the name the better. The Daily News would be a good example of a straightforward name ─ news everyday. The name, the Portuguese Tribune also tells a story. The word “tribune” originally “head of a tribe, can be traced to Tribunes in ancient Rome. One of the most important Tribunes was the Tribune of the Plebs, open to plebeians and composed of officials, elected to protect the interests of plebeians, with the power to veto the actions of the Consuls and other magistrates. Tribe, as we know, is used to describe a group of people of the same race, language, and customs. In 1979, when the Portuguese Tribune was born, I was an arrogant, full of herself plebeian, in her late twenties, who would never have admitted then to being intimidated and smitten by the slightly older and accomplished Joao Brum and Duarte Santos. Nevertheless, they accepted a few and far apart of my contributions and even included my name in their list of contributors. In hindsight, I now realize that The Portuguese Tribune allowed me the opportunity to work alongside and learn from the likes of Vamberto Freitas, Onésimo Almeida, Dionísio da Costa, Álamo de Oliveira, and the deceased, my dear friend, Manuel Duarte, all of whom went on to achieve great things in writing, and not only. Soon I got distracted by career and other interests and my writing became erratic and mostly nonexistent. Later, when I decided to try my hand at writing again, Armando An-

tunes, the then new administrator of the Portuguese Tribune, welcomed me back followed by José Ávila, a few years later. Unlike my inconsistent and erratic “writing career”, the Portuguese Tribune has, for forty years now, been a constant in the Portuguese-speaking community, having earned the bragging rights of being the sole Portuguese language newspaper in Western United States. This is quite an accomplishment I am becoming increasingly aware. It didn’t surprise me to learn that with the advent of the internet and newswebsite, the percentage of Americans who often use the Internet to access news is now twice the percentage of those who use print newspapers and many have shut down their doors or have dissolved in the new media. Yet The Portuguese Tribune has sat by the river and watched the bodies of its competitors, one by one, float by. How so? There is a popular meme going around in social media which says, “Evolve or Die”. The Portuguese Tribune has survived forty years thus far because it has indeed been able to adopt and adapt. It has changed its focus and added an English section to the mix; followed the influx of Portuguesespeaking and Portuguese-Americans from San Jose to Modesto; and is now available on the web, worldwide. But, perhaps even more so, because The Portuguese Tribune, like The Tribune of the Plebs in ancient Rome, is committed to protecting the best interests of the community it serves─our tribe if you will─ The Portuguese-speaking community of Western United States and all who in the future choose to call themselves our descendants. May you continue to evolve and stay true to the the ideals expressed in the story of your name. Happy 40th birthday, Portuguese Tribune.

From Our readers… Parabéns pelo excelente trabalho que desenvolvem no vosso jornal e obrigado pela dedicação e esforço de sempre incluirem material de interesse para a nossa comunidade, tanto de perto como de longe. Desejos de muita saúde e ânimo para que possam continuar a manter tão valioso trabalho que nós apreciamos. Com os melhores cumprimentos e um abraço de amizade,

Pedro e Maria F. Ricardo Fico verdadeiramente contente por acompanhar a leitura do vosso concebido e bem apresentio meio de informação. Muitos parabéns pelo vosso jobiloso trabalho jornalistico. Obrigado,

pedro v. hilario Desejos de saúde, parabéns por continuo sucesso e Deus sempre vos abençoe a todos. Abraço com amizade e carinho,

hélia Borges sousa e familia Profundamente agradecida pelo excelente contributo à Comunidade Portuguesa. É de facto um meio eficaz de difundir as noticias e cultura da nossa gente. Que Deus os abençoe, bem como todos os seus colaboradores,

julia d. fonseca

Um grande abraço a todos os que colaboram neste excelente trabalho do jornal, que têm de tudo um pouco.

maria fatima castro Eu sou apenas Luso-descendente (avô e avó de São Miguel); desculpe, por favor, o meu português defeituoso. Mas sou também, desde muito tempo, poeta da lingua inglesa. Eis, então, o meu tributo à nossa Tribuna:

Desejo-lhe boa saúde assim como para toda a vossa familia, são os meus votos sinceros. E agora para todos vós muitas prosperidades para continuar. Já lá vão quarenta anos! Muitos parabéns pelo grande aniversário com o seu bom trabalho, para que recebamos as suas e nossas muito apreciadas noticias no Portuguese Tribune. Sem mais queiram aceitar os meus respeitosos comprimentos!

filomena f. wilson

A Newspaper as The World Theater Each page is like a scene, presenting sweetly– Like whiffs of fragrance wafted from linguiça– Insurance, dogs, festas, for sale; your future As seen by Psychic John; fados and beauty Of Ana Moura; our lives like leaves and roses Scattered as verses by José Raposo… The bric-a-brac of life on all its stages: The gist of the Tribuna Portuguesa.

Tribuna Portuguesa Social email: portuguesetribune@sbcglobal.net Multíssimo obrigado, www.portuguesetribune.com

raymond oliver

Email: portuguesetribune@sbcglobal.net www.portuguesetribune.com


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…há quantos anos fazemos parte do tempo?

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1 – Parabéns! Estamos a celebrar os 40 anos do Jornal “Tribuna Portuguesa” o ambinte californiano (e não só) estamos a escutar o clarim comunitário a entoar o “toque” de alvorada celebrável dos 40 anos de existência da Tribuna Portuguesa. Costumo dizer que o tempo não tem idade. Todavia, seria melhor escutar a opinião de Albert Camus – um dos mais jovens filosófos recipientes do Prémio Nobel – que nos disse o seguinte: “não entendo isso dos anos: que, todavia, é bom vivê-los, mas não tê-los”… Talvez devido ao facto de ser oriundo da maior ilha do território insular português (com o cognome de Ilha Verde, considerada presépio natal do mais antigo jornal português “Açoriano Oriental”) curiosamente, só comecei a apreciar o sorriso da Liberdade, após ter decidido enfrentar o desafio de operário-fabril (Fall River, MA - 1980-1985). Atrevo-me a recordar o seguinte: quando cheguei à California (Janeiro/1999), o jornal Tribuna Portuguesa “já comia pão com côdea”, dado ter iniciado a sua auspiciosa actividade jornalística, em 1979 – época em que o temível vulcão dos Capelinhos fizera estremecer a mentalidade açoriana, sobretudo a vivência dos diligentes habitantes da Ilha Azul. Sem revisitar o valioso itinerário histórico do ‘estimado’ Tribuna Portuguesa, vamos apenas relembrar algumas curiosidades pertinentes: consta ter sido adquirido, em 2003, pela empresa The Tagus Group LLC - época em que ainda era curioso caloiro na experiência californiana. Anos antes, quando ainda trabalhava em Massachusetts, recordo o episódio do convite ao dr. Artur Cunha de Oliveira para desempenhar funções no Parlamento Europeu. Nessa

Memorandum

João-Luís de Medeiros jlmedeiros@aol.com

altura, a jornalista Filomena Rocha Mendes tomou conta do jornal, cuja edição passou de semanal para bisemanal… “E sempre justo reconhecer o valor politico-intelectual do recentemente falecido (aos 93 anos) ex-sacerdote católico, e ex-deputado socialista… (…/….entretanto, seja-me permitido ocupar este breve parêntesis gráfico para recordar uma surpresa acontecida quando o camarada, dr. Cunha Oliveira, fora incumbido de convidar um grupo de imigrantes açoreanos para visitar o Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Vejamos: o meu modesto nome nunca apareceu incluído na lista dos imigrantes convidados … porventura devido ao facto de ser o ‘primeiro’ ex-deputado da República portuguesa, a honrar a experiência de imigrante legal, na inesperada qualidade de operário fabril, em Fall River, Massachusetts). 2 – Bem-vinda seja a caravela Tribuna Portuguesa (apetrechada com os remos da coragem cívica) A comunidade luso-californiana conhece de cor o nome do prestimoso empresário-jornalista que continua a cooperar na actual direccão do “Tribuna Portuguesa”. A sua genialidade empresarial apresenta várias semelhanças com o estilo do ex-ministro Francisco Pinto Balsemão, que criou, em 1972, o ambiente favorável à publicação do jornal “Expresso”. Mas há ainda outras semelhanças: Em 1970, o irrequieto social-democrata Francisco Balsemão (juntamente com Sá-Carneiro) apresentou ao governo marcelista da época, uma proposta muito pertinente que propunha o fim da censura prévia (excepto para as noticias de carácter militar, enquanto durasse a guerra no Ultramar). Estou agora mesmo a recordar uma simples mas eloquente frase usada na época marcelista: “a imprensa só é interveniente, só explica, só informa (e forma) quando sai da tutela governamental, com legitimidade, em nome da colectividade.”

A comunidade luso-californiana já conhece de cor o rol de virtudes foto-jornalísticas do maior jornal bilingue da Califórnia: As páginas do Tribuna Portuguesa comportam-se como co-herdeiras do “ciberjornalismo”, referência electrónica iniciada em 1996. Enfim, trata-se de um Jornal dirigido por profissionais de comprovada lucidez psico-empresarial, que conhecem a diferença entre o oportunismo financeiro e o exigente desafio ético-comunitário, que recomenda: estudar o presente, projectar o futuro, sem esquecer o passado… 3 – Pronto! Um aplauso sincero dirigido à estimada equipa dirigente do bisemanal jornal – “Tribuna Portuguesa” Cá estamos a saudar, muito cordialmente, os apreciados dirigentes do Tribuna Portuguesa - propriedade da empresa The Tagus Group, LLC. Como aprendemos há décadas: “o ideal é ter pessoas competentes nas posições, até que elas atinjam o patamar da sua incompetência”. Mas, afinal quem é quem? Vejamos: José Ávila, Editor; Miguel Ávila, Director; Roberto Ávila, Director Artístico – todos fazem parte da actual Trindade dirigente do Jornal que merece celebrar 40 anos de existência. Parabéns! Na longa lista de contribuintes, seria facil descortinar nomes (re)conhecidos do património memorial da Diaspora luso-açoreana, nomeadamente: o saudoso padre Ferreira Moreno; Eduardo Mayone Dias; Caetano Valadão Serpa; Onésimo T. Almeida; Maria das Dores Beirão; Vamberto Freitas; Diniz Borges; Joel Neto; etc., etc. (ou seja, coloquei a expressão etc. para interromper a longa lista de contribuintes, a qual porventura terminaria com o modesto nome do signatário)… (*) texto redigido de acordo com a antiga grafia.

Do Brasil

TRIBUNA PORTUGUESA, 40 anos fazendo a diferença...

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á quarenta anos nasceu a Tribuna Portuguesa, jornal da comunidade luso-americana, em São José na costa oeste americana, cantada pelo poeta florentino Pedro da Silveira como “Califórnia perdidas de abundância.” Na metáfora o sonho de vida melhor e farta na América e, ao revés, a desilusão e o fracasso. As duas faces da medalha estavam na arquitetura de todos que um dia deixaram suas ilhas rumo à América e viveram a experiência da emigração. No saco de viagens carregado de memórias, tradições, afetos e saudade, também encheram com os sonhos. Tantos quantos eram possíveis de carregar na árdua caminhada para o ocidente. Para o novo mundo que se abria na outra margem do Atlântico cheio de promessas de um amanhã venturoso – na terra onde jorra leite e mel. Nada foi dado de “mão beijada”. Trabalho, trabalho e muito trabalho num ritmo tão diferente da “sapateia” de suas ilhas. É neste cenário de enfrentamento e de mudanças que as dificuldades e as vicissitudes foram deixadas para trás. Dando lugar a uma sociedade de emigrantes e açor-descendentes que conquistaram o seu espaço com obstinação, muito estudo e dedicação sem limite. Realizaram sonhos sem nunca hipotecar os valores da sua terra, a esperança bendita, a lava quente que corre nas suas artérias e “no coração a ardência das caldeiras” Neste palco aberto para o mundo nasceu o jornal Tribuna Portuguesa. A voz do emigrante na Costa Oeste. Também ele como veículo de comunicação social, porta voz de sua gente, sofreu crises

Lélia Nunes

lelia.nunes@gmail.com

de gestão e financeira, mudou de mão várias vezes... lutou todas as batalhas sem nunca silenciar. Venceu e venceu. Hoje, sediado na cidade de Modesto, no Vale de São Joaquim, onde vivem milhares de portugueses e seus filhos e netos já nascidos na América, circula quinzenalmente por toda Califórnia e chega a toda parte com sua edição online no clicar de uma tecla. Neste setembro alvissareiro quero reverenciar, com respeito e grande admiração, o jornal “Tribuna Portuguesa” no seu aniversário de 40 anos como sua leitora há duas décadas e onde tenho o privilégio de ser publicada no excelente suplemento literário Maré Cheia, coordenado pelo escritor terceirense, Diniz Borges, a quem também cumprimento com júbilo. Quero abraçar fortemente os amigos José Ávila e Miguel Valle Ávila que à frente do Tribuna Portuguesa ou The Portuguese Tribune desde Modesto, a partir de 2003, forjaram um novo perfil ao jornal, design moderno, colorido, atuante e presente em todos os eventos da comunidade com cobertura incrível e um noticiário que prioriza a informação regional. Um veículo de comunicação que não vive de saudade do ontem, que aposta no futuro – os jovens hifenizados, “os lusos-descendentes”. Por suas páginas vejo flanar a cultura de um povo, a sua fé nas tradições do Espírito Santo com as suas esplendorosas “Queens Cape” que não me canso nunca de apreciar, a produção literária e artística de qualidade. Um jornal que sempre se posicionou de forma frontal, que sempre esteve “ligado” a tudo que é de interesse da coletividade, das causas sociais às educacionais. Aliás, desde a sua fundação em 1979 tem apoiado, exemplarmente, programas da língua portuguesa em diversas universidades da Califórnia, como a Berke-

ley University e a San José State University. Parabéns, Tribuna Portuguesa! Parabéns, amigos José e Miguel Ávila e todos os seus colaboradores que fazem um jornalismo com paixão, verdadeiro, comunitário e de excelência. São 40 anos fazendo a diferença, levando a informação, retratando vivências da memória, dando a maior cobertura aos assuntos da sua comunidade, emitindo opinião, criticando, aplaudindo. Sempre com respeito e lealdade ao leitor e de olho na bússola ética que norteia a verdadeira comunicação social.

Viva!


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Desporto

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uefa euro 2020 portugal com segunda vitória consecutiva 5ª Jornada • abola.pt

lituânia 1 - 5 portugal

cristiano ronaldo marcou 4 golos PORTUGAL GOLEIA NA LITUÂNIA AO SABOR DE RONALDO

A Seleção Nacional alcançou a segunda vitória consecutiva na fase de apuramento para o Euro-2020, goleando a Lituânia por 5-1. Cristiano Ronaldo esteve em evidência, marcando quatro golos (um deles com preciosa ajuda do guarda-redes contrário). William Carvalho completou o marcador. Portugal passa agora a somar 8 pontos em 4 jogos, encontrando-se no segundo lugar do Grupo B de qualificação, atrás da Ucrânia, que soma 13 pontos em 5 jogos. Em outubro, os comandados de Fernando Santos voltam a ter duplo compromisso, recebendo o Luxemburgo (dia 11) e deslocando-se à Ucrânia (dia 14). abola.pt

ALUNOS DE FRESNO FAZEM ESTÁGIO NA ILHA TERCEIRA Pelo quarto ano consecutivo que alunos da Universidade Estadual a Califórnia em Fresno têm a oportunidade de visitar e estudar nos Açores ao abrigo de um acordo entre as duas universidades. Este acordo tem por objetivo criar oportunidades para os alunos em ambos os lados do atlântico e está concentrado nas áreas das ciências agrárias. A Universidade Estadual da Califórnia em Fresno tem um dos mais completos programas de ciências agrárias no estado da Califórnia. A faculdade Jordan College of Agricultural Science and Technology é uma das maiores do género neste estado tendo uma série de programas completos espalhados por sete departamentos, e numa área de mais de mil acres, com laboratórios e um centro de pesquisa, inaugurado em 2016 que custou cerca de 24 milhões de dólares.

A Universidade estadual da Califórnia em Fresno, com cerca de 25 mil alunos, através do recémcriado Instituto Português Além-Fronteiras (PBBI) está a alicerçar uma série de projetos com universidades portuguesas. Este instituto através de várias iniciativas está a tornar a universidade no repositório da história dos portugueses e luso-descendentes no centro da Califórnia. Para Diniz Borges, fundador e diretor deste novo instituto universitário, estes programas de intercâmbio entre os alunos e os docentes da Fresno State e o Pólo da Ilha Terceira da Universidade dos Açores, são importantes para a manutenção da ligação que o arquipélago tem com esta região da Califórnia, marcada pela nossa emigração, que para esta zona da Califórnia data o último quartel do século XVIII. O novo enfase na presença portuguesa na universidade estadual da Califórnia em Fresno, onde estudam milhares de alunos de origem portuguesa, tem ainda uma forte presença de docentes de origem portuguesa, incluindo docentes de língua e cultura, com novos cursos. O novo dinamismo é uma visão do Presidente Joseph Castro e do novo vice-presidente Saúl Jimenez-Sandoval cujo doutoramento é em estudos portugueses.

COLEÇÃO AÇORIANA EM FRESNO

Neste ano de 2019, quatro alunos dos cursos de ciências agrárias da universidade estadual da Califórnia realizaram um estágio de quatro semanas na ilha Terceira, em indústrias da agropecuária da ilha, com ligação ao Pólo da ilha Terceira da Universidade dos Açores. O estágio contou com o apoio da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e com a direção dos Professores Miguel Bezerra e Emiliana Silva. Os quatro alunos da Califórnia tiveram uma experiência única. Para Gurpartap S. Grewal, que está a terminar os seus estudos em Fresno, visitar, estudar e trabalhar nos Açores foi uma experiencia única, acrescentando: “trabalhando lado a lado com os terceirenses e ter a oportunidade de visitar outras ilhas abriu-me os olhos para o mundo e deu-me outra perspetiva. Estou muito feliz por ter tido esta oportunidade e encorajo os alunos a fazerem o mesmo.” Blake Garcia, o único aluno de origem portuguesa, cujos avós emigraram da Terceira, que frequentou esta série de estágios, afirmou que o seu estágio no Queijo Vaquinha foi uma experiência marcante, acrescentando: ajudou-me a compreender como funcionam as empresas da agropecuária fora dos Estados Unidos.” Outros dois alunos, um de origem hispânica e outro de origem do sudeste asiático, fizeram parte deste programa que foi dirigido pela açor-americana Alcidia Freitas Gomes, natural da ilha das Flores e diretora da Fundação AgOne da mesma faculdade. Para Harsimer Sran, a sua experiencia junto da companhia Pronicol foi extraordinária já que permitiram que trabalhasse lado a lado com outros funcionários, acrescentando: “foi relevante ver como se cria alguns dos melhores produtos da pecuária no mundo português.” Os alunos para além do estágio tiveram oportunidade de viverem a cultura açoriana e todos ficaram impressionados com a hospitalidade e o profissionalismo dos terceirenses. A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e a Fundação das Cidades-Irmãs Tulare-Angra, foram parceiras deste projeto. No próximo mês de fevereiro a universidade estadual da Califórnia em Fresno receberá alunos do Pólo da ilha Terceira, os quais farão estágios em firmas da agropecuária do Vale de São Joaquim, um dos vales mais férteis no mundo.

O recém-criado Portuguese Beyond Borders Institute (PBBI) da Universidade da Califórnia em Fresno, contará com uma coleção de livros de autores açorianos oferecidos pelo Governo da Região Autónoma a esta universidade, durante o lançamento do Instituto, em fevereiro deste ano. A coleção conta com cerca de 500 livros e 100 registos em vídeo e áudio, incluindo música tradicional dos Açores. A oferta foi feira pelo Presidente do Governo, Vasco Cordeiro, que inaugurou o Instituto, em nome da população açoriana ao Presidente da Universidade Joseph Castro. Esta coleção fará parte integrante da biblioteca Henry Madden da universidade. Fundada em 1911, a biblioteca tem mais de um milhão e 500 mil visitas por ano. Contém mais 1 milhão e 200 mil publicações impressas e 1 milhão de publicações eletrónicas. Assim como mais de 75 mil peças audiovisuais A coleção açoriana, recebida há cerca de 2 semanas, fará parte integrante desta biblioteca, à qual terão acesso não só os alunos, mas também a população em geral. A biblioteca Madden será ainda o local de repositório das histórias orais que a faculdade de ciências sociais e a faculdade das artes e humanidades estão recolhendo num projeto apoiado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). O Instituto Português Além-Fronteiras, PBBI, com o diretor fundador Diniz Borges, faz parte de uma série de iniciativas dedicadas à comunidade de origem portuguesa nesta universidade, desde que Joseph Castro foi empossado como presidente. Para além do Instituto, que faz parte de três faculdades, a das artes e humanidades, das ciências sociais e das ciências agrárias e tecnologia, existe um renovado esforço na criação de mais cursos de língua e cultura portuguesas, e num conselho de liderança, criado pelo Presidente Castro para dar voz à comunidade portuguesa no seio da universidade.


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Cultura

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PAGINA DE ARTES E LETRAS DO TRIBUNA PORTUGUESA

Apenas Duas Palavras Diniz Borges

De Vasco Pereira da Costa e da sua poesia O poema é exacto: palavra verso e poema geralmente significam solução em um corpo formalmente fechado e poeticamente aberto. Vasco Pereira da Costa, Campo

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Vamberto Freitas irem o ilhéu da ilha, mas a ilha nunca sai dele ou dela. Nem vale a pena mencionar Antero de Quental, que escolheu a sua ilha de São Miguel para morrer, ou as obras de grandes escritores como Vitorino Nemésio, Emanuel Félix, Álamo Oliveira, Onésimo Teotónio Almeida, João de Melo e Cristóvão de Aguiar, e isto só para falar de alguns que viveram as suas vidas entre mar e terra. Vem aí uma nova geração que já está a dar continuidade a esta tradição. Os seus nomes ficam necessariamente para outra ocasião. Tenho lido e escrito sobre Vasco Pereira da Costa desde há muitos anos. Este título da sua mais recente poesia, Campo, por mais irónico que nos pareça, não me surpreende

d.borges@comcast.net Se todas coisas têm o seu mistério e a poesia é o mistério de todas as coisas, como afirmou algures Frederico Lorca, o novo livro do poeta Vasco Pereira da Costa, Campo, é o mistério que pelo poder da palavra, pela magia da poesia leva-nos a espaços físicos e imaginários, libertando-nos das teias que por vezes nos circulam. O texto de Vamberto Freitas, que partilhamos como convite para lerem a nova obra de Vasco Pereira da Costa, disserta as nuances de uma poesia limpa, visceralmente ligada à intimidade do poeta e ao mundo que ele vive. Um mundo, que tal como nos diz no soberbo poema que abre este livro, Atlântico, é: impossível escandir a viagem. Ler Vasco Pereira da Costa, que conheço há mais de 30 anos, e pelo qual tenho uma enorme admiração e amizade, que muito estimo, lembra-nos o que escreveu José Marti: um grão de poesia basta para perfumar todo um século. Abraços,

Diniz profundo das literaturas e mitologias clássicas, desde a antiga Grécia aos moderníssimos Estados Unidos, e, por certo, a literatura lusófona. Ler Vasco Pereira da Costa é aliar o mais longo passado aos nossos dias. Evita a política propriamente dita, mas não evita as insinuações às realidades presentes que sofremos ou às quais sobrevivemos. Do poema “Porto De Abrigo”, a lembrar os seus Açores, que vai aqui em forma ou linhas diferentes, sem os devidos espaços: “e trás os montes o mar/era a seara verde ao vento leve:/a vaga breve envolvia na penumbra/o horizonte em grisalha bruma/Desenhei os contornos de uma ilha/ então o meu olhar em quilha/rasgou a ondulação

Vasco Pereira da Costa nada. O autor nasceu na Ilha Terceira, mas foi desde cedo para a Universidade de Coimbra, e daquela cidade voltava só esporadicamente, ou então quando exerceu funções como Director Regional de Cultura nos VIII e IX governos aqui das ilhas. De resto, toda a sua obra, dividida entre poesia e ficção, demonstra perfeitamente essa sua dualidade de ser e estar entre nós, com títulos que incluem Nas Escadas do Império (contos) até à poesia de Ilhíada antes e depois, escrita entre 1972 e 2012. Se digo aqui “entre nós” é porque a sua obra inclui ainda os poemas My Californian Friends, com duas edições de 1999 e 2000. Apesar do título em inglês, toda a poesia está escrita na nossa língua, e constitui uma comovida homenagem aos anos em que ele participou num encontro cultural no Vale de São Joaquim (Tulare), então organizado por Diniz Borges, e que juntava gente ligada à literatura e à cultura em geral, vinda um pouco de toda a parte. Nesses mesmos poemas tanto recorda eventos inesquecíveis como revê ou reencontra velhos amigos e conhecidos lá imigrados há várias décadas. Vasco Pereira da Costa vem também no seu presente livro relembrar-nos de outro facto muito importante na literatura portuguesa, e que perdura há séculos: os açorianos tem no seu imaginário todo o país de norte a sul com dois arquipélagos pelo meio, ao contrário da maioria dos continentais que só se lembram da Madeira com uma espécie de parque de diversões e os Açores pelos sismos ou pelo seu anti-ciclone, que muitos ainda não sabem se é uma tempestade ou uma anti-tempestade. Campo, na minha interpretação, significa ou simboliza toda uma vida entre mar e terra, toda uma riquíssima vivência noutros continentes ou em pessoa ou através das suas literaturas. Há uma característica admirável em toda a sua obra, e regressa às páginas deste livro: um conhecimento

de centeio/verde era o mar no meu vagante anseio/ um fanal acenou em chão firme e calejado/ (alvorava a torga o azul do rosmaninho)/e achei um porto de abrigo depurado:/naco de pão presunto copo de vinho”. Toda a escrita é essencialmente “memória” de tempos e lugares, seja ela ficção, poesia ou temas-outros. Só a poesia nos coloca tanto em geografias e em determinados tempos, mas muito especialmente na alma do seu autor. Ao contrário do que diziam certos críticos de tempos quase esquecidos, o “autor” não morreu nem nunca deixou de ser o “narrador”, aliás como afirmava José Saramago. O “narrador” é o que inventa as suas personagens, e em cada uma delas está parte do leitor, ou na sua experiência de vida ou nos seus sentimentos. Até mesmo um assassino nos retrata no que durante uma vida sentimos perante outros. O que nos separa são as acções que cometemos ou não. Quando um poeta retrata ou nos dá uma visão de territórios conhecidos ou imaginados, devolve-nos

a nós próprios. A grande arte é isso e só isso quando se torna “universalista”. Reproduz também a nossa humanidade e/ou desumanidade em palavras que depressa se tornam as nossas, que mexem não só com supostos estilos geniais, mas muito certeiramente com o nosso mais profundo sentir. Quando lemos um poeta, lemo-nos a nós próprios. Por mais abstractas ou deambulantes que nos pareçam as suas palavras ou metáforas. Campo traz-nos uma variedade de temas, todos eles interligados pela própria voz do poeta. Desde os mistérios da natureza e seus bichos em azáfama imparável, é uma perfeita representação da vida em geral, em que não faltam a sua presença diante de supostos heróis nacionais, como o que ele chama em “A Arocaia Do Largo Prior do Crato”, a garotada. Antes ou depois escreve elegias, ou então exalta a paisagem, seja ela do continente ou das suas ilhas, como a sua êxtase ante a Serra do Cume na Ilha Terceira, com vista para pastos divididos por agricultores num manto verde sem igual, “Na Serra do Cume”, na beleza do Tejo, e em “Quatro Estações”, lembrando Vivaldi, na singularidade do Mondego, à beira do qual ele vive. Depois noutro poema diz que “não vai ficar à espera de Godot, esse fantasma das palavras vazias e sem sentido, e que de qualquer modo nunca chega, e se chegasse não faria diferença alguma para o estado dos que o esperam. Creio que também queria dizer que não esperemos um rapazinho meio louco que ficou nas areias de Marrocos e dá pelo nome de D. Sebastião, destruindo-nos a todos ainda mais. A condição portuguesa actual, a que vivemos todos os dias, não tem palavra explicita aqui; tem o resto, tem a condição humana no seu melhor e pior, pelo menos na versão lusa. Campo, por mais estranho que vos pareça, faz-me lembrar Senhora das Tempestades, de Manuel Alegre, e a poesia A New Path To The Waterfall, de Raymond Carver, o americano falecido em 1988, e considerado a grande mestre do conto pósHemingway. Do poema “Nas Portas Do Ródão, em Campo: “Tejo afeiçoado ao nosso ser:/Uma montanha a rasgar/ muita pedra a revolver/nas ânsias de ter o mar”. Termino com as palavras de Elisa Branquinho, Anabela Sardo, Zaida Ferreira na contracapa de Campo: “Os lugares são reais, mas existem em cada poema numa combinação linguística que transporta em cada poema ao universo interior do poeta, resultante da proeza artística do fingimento poético que revela a sinceridade intelectual das emoções carregadas de simbolismo”. A obra de Vasco Pereira da Costa conta ainda com outros livros que integram perfeitamente toda a sua temática de ilhéu por nascença e continental por opção. Cada leitor mais atento ou exigente que os leia verá o escritor absolutamente original que ele tem sido na sua já longa carreira. Espero agora que continue a olhar o Mondego e a reviver as suas ilhas. Cada escritor é todo um mundo próprio, só nunca nos deixamos de nos olhar nesse espelho directo ou retorcido, de nos reencontrarmos nas sombras de uma vida vivida nos múltiplos papéis que desempenhou entre nós, em Portugal e nos mais distantes recantos dos mundos a que pertence por afinidades familiares e do afecto e admiração dos seus leitores e amigos.


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Opinião

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Rasgos d'Alma

1979>2019

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Luciano Cardoso

lucianoac@comcast.net

embro-me bem de fazer os meus quarenta anos. É uma idade linda. Apanha-nos na força da vida com tanto ainda para lhe dar. Dei comigo no lado de cá do Atlântico a meados do outono de 1978, quando um soberbo avião da defunta TWA me deixou no aeroporto de San Francisco com uma mala repleta de sonhos inquietos para que eu os soltasse. Talvez o mais irrequieto, o de fazer teatro comunitário como o fizera ao longo da minha juventude pelos muitos palcos da Ilha, não descansou até eu não me associar a um grupo de malta fixe e toca a montar um espetáculo apoiado pelo extinto Clube Recreativo da Família Portuguesa, sediado cá na airosa cidade de San Leandro que me acolhe desde então. Ensaiado, o show precisava de ser promovido. Tratou-se de enviar um anúncio com o programa para a rádio e alguém sugeriu escrever-se um artigo para o jornal. “Não custa nada”, prontifiquei-me. Tinha acabado de conhecer João Brum, esse brioso picoense que dera finalmente largas ao seu ambicioso sonho de fundar um jornal bem ao seu gosto. Tocámos ao de leve no as-

sunto e ele entusiasmou-me logo, “eh erta. Tudo porque a magra lista de aspá, escreve isso quanto antes. Depois, é sinantes comparada com a nossa bem só escorregares-me o papelinho por de- alimentada presença neste opulento baixo da porta e pronto. Eu encarrego- estado, não parece bater lá muito certo. me do resto”. Se somos assim tantos como nos gabFoi o primeiro de muitas dezenas de es- amos de apregoar e se nos prezamos, critos enviados ao longo dos anos para sem papas na língua, da comunidade a redação deste nosso simpático Por- bem vista que julgamos ser, como se tuguese Tribune que, como bem sabe- compreende a falta alargada de vonmos, passou depois por várias mãos até tade em acarinhar o mais precioso elo se colar, no início deste milénio, à visão da comunicação social que melhor nos e dedicação do nosso incansável José aproxima na dispersão deste imenso Ávila. “Nosso”, aqui, claro que é uma oeste americano? Como explicamos carinhosa maneira de explicar a relação nem sermos capazes de apoiar em de afetividade entre quem faz o jornal força um jornal que sai só de duas em e quem o lê. O meritoso trabalho que o duas semanas, quando outras etnias José e a família (porque mulher e filhos sustentam os seus publicados quase toassumem igualmente papel preponder- dos os dias? ante no fermentar de cada edição) tem Os pontos de interrogação vão continudesenvolvido à frente deste respeitável ar a interpelar-nos e oxalá não acabem quinzenário, já esgotou todos os mais mesmo por nos envergonharem, já tarde do que merecidos elogios. A meu ver, demais, obrigando-nos a engolir a seco no entanto, nunca será de mais realçar algumas das pobres desculpas que se a generosa entrega do nosso gracioso ouvem por aí. Isso de sermos uma coamigo ao decidir investir o tempo livre munidade meia envelhecida, algo iletda sua reforma na aproximação desta rada e até um tanto ou quanto alérgica dispersa comunidade luso-californiana. à leitura, pode ter o seu quê de verdade, Um jornal lusíada por estas longínquas mas não explica tudo. Há, por exemparagens, onde cada vez menos se vai plo, quem alegue que grande parte da lendo em português, acima de tudo, nossadeboa gente por1 9/8/19 cá imigrada veio 091519 Quinta Castanhas:Layout 2:57 PM Page 1 tem que saber sobreviver. Tornando-se dos antigos meios rurais sem grande bilingue já ajuda, mas nunca é um pro- apetência nem hábitos de se lerem jorjeto fácil de se manter com a porta ab- nais. Trata-se, lamentavelmente, de um

facto difícil de desmentir, já que não foge a essa triste realidade presente em tantos dos nossos lares de raiz lusa por estas bandas onde um jornal comunitário não é propriamente uma prioridade a ter em conta. Quatro décadas por cá deram-me a oportunidade de constatá-lo ao ver vários fecharem as portas sem apelo nem agravo. Contra factos não há argumentos. Talvez esta seja uma pintura pessimista da questão, mas sei bem que não estou só neste crítico parecer dos que defendem que, se não fosse o louvável empenho do José e do seu clã familiar, provavelmente não teríamos já jornal com esta qualidade ao serviço da comunidade. Tudo o que é bom e respeitado, hoje em dia, em termos de comunicação social, tem o seu preço que não costuma ser baixo. A bagatela que este Tribuna nos pede, anualmente, para poder entrar em nossas casas duas vezes por mês, só pode vir de quem sente um prazer enorme em fazer comunidade com letra maiúscula. É o que faz o Tribuna há quarenta anos – uma idade linda que merece ser dignamente comemorada em nome do melhor que temos e fazemos como grupo étnico de ricas tradições cultivadas com esmero cá na costa do Pacífico. Ad Multos Annos, Tribuna!

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Já só faltam duas corridas para acabar a temporada taurina de 2018. No fim, iremos conversar com alguns intervenientes desta tempoarada para compreender o que deu de bom houve,e o que devemos evitar no futuro. Também temos que compreender que a situação financeira, quer das nossas sociedaes, quer de quem as ajudam, não estão nas melhores condições para se poder investir em artistas de diferente craveira.

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Lembrar que nesta corrida toureou um jovem cavaleiro - Antonio Prates, cujo pai, José Prates, toureou no passado muitas vezes na California e foi um dos que entenderam melhor as dificuldades de tourear na pequena Praça de Escalon.

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