May 15th 2019

Page 1

O

ÇOR E S DE SA

2 a QUINZENA DE MAIO DE 2019

Ano XL - No. 1293 Modesto, California | $2.00 / $45.00 Anual

HIL

C ASA D

Tribuna Portuguesa MAR

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA • WWW.PORTUGUESETRIBUNE.COM 28

A

BR

IO

2019

IL – 5 M

A

CASA DOS AÇORES DE HILMAR

16-19

FESTA EM LOUVOR DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

photo David Schroeder

ÓPERA MODESTO CARMEN PAULO FERREIRA, GFAT, LUÍS FILIPE

25

TIBÉRIO DINIS NOS EUA E CANADÁ

24

Sugestões May 17 • Luso American Sopa e Cozido, Gustine May 17 • Fados de Coimbra, PAC San Jose May 18 • Santa Clara Parade of Champions Benefit May 17-19 • Santo Cristo dos Milagros, Buhach May 25-27 • Festival of the Sea, Port of San Diego May 26 • Grandioso Festival Taurino, Stevinson May 26-Jun 2 • Elk Grove Festa PFSA 2019, Elk Grove SES Jun 8 • Dia de Portugal, Kelley Park San Jose Jun 16 • Jorge Ferreira e 562, Turlock

JEROEN DEWULF

PRIMEIRA COMUNIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA NA AMÉRICA

14


2

Editorial

15 de Maio de 2019

A CORRUPÇÃO SÓ AGORA CHEGOU AOS EUA? DID CORRUPTION JUST ARRIVE IN THE U.S.?

H

á várias semanas os noticiários e jornais divulgavam o novo escândalo nos EUA. Os ricos e famosos estariam a pagar milhares e até milhões de dólares para os/as filhos/as terem acesso às prestigiosas universidades deste país. E o país parou incrédulo porque duas atrizes tinham pago para as filhas serem beneficiadas nos testes e processos de admissão a universidades. Isto é corrupção, mas alguém ficou deveras admirado/a nos ricos e famosos serem mais beneficiados nesta nossa sociedade? Quando algumas dessas próprias universidades têm processos de admissão muito pouco transparentes. Quando essas universidades aceitam “donativos” apenas pela ideia que as pessoas são generosas por natureza e não esperam nada em retorno. Esta é mesmo uma teia de corrupção. Para se descobrir os verdadeiros beneficiados desta corrupção basta seguir o dinheiro — “Follow the money!” Não são apenas os pais que gananciosos e sem escrúpulos querem que os/as filhos/as sejam admitidos/as para as mais prestigiosas universidades — coisa que talvez não lhes tenha acontecido a eles próprios. São também os administradores dessas próprias universidades que vêem nesses possíveis estudantes uma nova receita para ajudar a pagar pelas despesas fora de controle com edifícios exagerados, programas de desporto multimilionários, treinadores que vencem milhares de vezes o que um/a professor/a recebe, … São também os diretores desportivos e treinadores que recebem um “donativo” pela sua ajuda — a sua cunha… São o aumento escandaloso das propinas que as universidades mais prestigiosas — públicas e privadas — que excluem muita juventude talentosa ou os “escravizam” durante décadas para poderem pagar os empréstimos. Mas afinal quando este país critica outros de corruptos tem mesmo de olhar-se ao espelho porque a corrupção está a entrar-nos pelos olhos em todos os aspetos da nossa sociedade — desde a política ao ensino. E é altura de haver justiça, de todos serem tratados pelos mesmos princípios — rico ou pobre, homem ou mulher, seja a cor da pele, crença religiosa, ou orientação sexual. É tempo de acabarmos com a corrupção!

S

everal weeks ago the news broke with a new scandal in the United States. The rich and famous were paying thousands and even millions of dollars for their children to have access to the prestigious universities of this country. And the country stood in disbelief because two actresses had paid for their daughters to benefit in the college entrance examination and admissions process. Is this corruption? Of course, it is, but has anyone really been surprised that the rich and famous are benefiting over others in our society? When some of these universities themselves have very little transparent admission processes. When these universities accept large “donations” based on the idea that people are generous by nature and do not expect or want anything in return. This is really a web of corruption. To find out the real beneficiaries of this corruption just “Follow the money!” It is not just greedy and unscrupulous parents who want children to be admitted to the most prestigious universities — something that may not have happened to them. It is also the administrators of these very universities who see in these potential students new income to help pay for the out-of-control expenses with oversized buildings, multimillion-dollar sports programs, coaches who get paid a thousand times more than a professor earns... It is also the sports directors and coaches who receive “donations” for their help… There is the scandalous increase of tuition fees for the most prestigious universities — public and private — that exclude talented youth or “enslave” them for decades in order to repay their student loans. But in the end, when this country criticizes other countries for corruption, one has to look in the mirror because corruption is facing us in the mirror in every aspect of our own society — from politics to education. It is time to bring justice, for all being treated equally and by the same principles — rich or poor, man or woman, of any skin color, religious creed, or sexual orientation. It’s time that we put an end to corruption! miguel ávila miguelavila@tribunaportuguesa.com

ELDINI PINTO DE JESUS

20 YEARS AS AN EDUCATOR Hard to believe that I am celebrating 20 years as an educator. Twenty classrooms, taught about 650 students, 4 grade levels, 1st, 2nd, 3rd (14 years), and 4th grade (4 years), taught in 5 Summer Academies, 2 schools, Reyes (15 years) and Gracey (5 years), and 4 principals. It has been 20 amazing years, along with lots of professional growth, many challenges and many great friendships. Hoping for many more great years sharing the knowledge and shaping little minds.

Eldini Pinto de Jesus Tribuna congratulates Eldini for 20 years of service as an educator for Merced City School District!

39 ANOS

Year XL, Number 1293 may 15th, 2019


15 de Maio de 2019

Patrocinadores

CALIFORNIA’S PORTUGUESE-AMERICAN COMMUNITIES TARGET SUPER BOCK

Reaching the Portuguese-American communities in California is one of the objectives of the international strategy of the Super Bock group, the director of new markets for Portuguese beer, told Ricardo Figueiredo Silva. He said that an “expansion plan in the US” is underway through the United States Beverage importer, with whom the Super Bock group has been working for about a year. The investment follows the bet on the East Coast of the United States last year, which focused on New Jersey, Massachusetts, Rhode Island and New York. We are now betting on the West Coast, particularly in California, where there is a strong Portuguese community, said Ricardo Figueiredo Silva. United States Beverage will have the collaboration of Al-

3

exander Dias, CEO of the company Earth Delicacies and owner of Ójidos Ginja9 ginjinha brand, exclusively created for the North American market. “The idea is to strengthen the presence in the United States” told the Portuguese-American official, who will be the main account manager in promoting Super Bock in California. One of his priorities will be to put beer in the lounges of Portuguese-American organizations and festivals dedicated to Portuguese culture in California. He pointed out that it is not allowed to sell beer in bottles at California festivals, as market regulator California Department of Alcoholic Beverage Control “obliges it to be served in a glass” and that implies that there are barrels available in the food and drink tents. This situation explains that, even in the festivals of the Portuguese community, beers sold under pressure are normally American. I’m starting negotiations with the salons to buy the barrels,” explained Alexander Dias, noting that some of the West Coast’s most respected Portuguese-American restaurants, such as San Jose “Adega” and “Uma Casa” in San Francisco, have already shown an interest in making Portuguese beer available in this format. Ricardo Figueiredo Silva said the group believes “in the competitive strength of Super Bock in the world” and that this investment on the West Coast is being made “alongside other emerging and growth potential geographies” He mentioned the distinctions that beer has made in the United States and contributed to its “international recognition”, including a silver medal at the International Beer Competition Awards in New York. In the company’s latest management report for 2017, the Super Bock Group set the goal of increasing the export weight by 15 percentage points by 2020 after exporting more than a fifth of its beer production to China to represent 40% of total exports. (portugalinews.eu/californias-portuguese-american-communities-target-super-bock)


4

Comunidade

15 de Maio de 2019

Tribuna Comunidade

MAIO • JUNHO 2019

,


15 de Maio de 2019

Comunidade

5

100 anos T.D.E.S. Tulare

Jorge Ferreira com a banda 562 No dia 27 de Abril na cidade de Tulare, Califórnia a celebrar os 100 anos da organização TDES sob gerência de Tony Nunes, esteve em concerto Jorge Ferreira com a banda 562 e David Barcelos.

fotos de David Barcelos, Brian Gomes

nelson ponta-garça npg productions

Miguel Albuquerque ficou “emocionado” com documentário ‘Portuguese in Hawaii’ Miguel Albuquerque foi esta tarde ao Centro Cultural John dos Passos, na Ponta do Sol, para assistir à estreia do documentário ‘Portuguese in Hawaii’, de Nelson Ponta-Garça. O presidente do Governo Regional mostrou-se “emocionado” com o que teve a oportunidade de vislumbrar e destacou “três evidências”. A primeira evidência passa desde logo pela “projecção Atlântica, universal e cosmopolita da nossa ilha”, mencionou Albuquerque, isto porque hoje somos “uma comunidade pluricontinental e que tem projecção em todo o Mundo”. “Em segundo lugar, essa projecção está também muito bem evidenciada neste documentário, que é a capacidade de assemelhação e interacção que os madeirenses têm. Temos uma capacidade de nos entrecruzarmos com outras culturas que é extraordinária e singular”, destacou o líder do Executivo, findando o seu raciocínio com a terceira evidência. “Este documentário, num ponto retrospectivo, também não nos deixa de fazer despertar para uma reflexão sobre a evolução e progresso humano. Acho que é importante relembrar as dificuldades que os nossos antepassados passaram e os sacrifícios que fizeram para assegurar a sua subsistência e uma melhor vida para as futuras gerações, que é no fundo a aventura da emigração e uma evidência daqueles que eram os constrangimentos que os povos insulares tinham de enfrentar. Eram tempos muito difíceis e é bom reflectirmos sobre aquele que foi o nosso progresso humano”, salientou Miguel Albuquerque, frisando que “este não é um documentário apenas da Madeira, mas de muitos povos”.

O documentário, que dedica uma boa parte do conteúdo à presença de madeirenses no Havai, integra o programa de comemorações dos 600 anos da descoberta das Ilhas da Madeira e Porto Santo. ‘Portuguese in Hawaii’ é um de três documentários realizados e produzidos por Nelson Ponta-Garça alusivos à história da emigração portuguesa para a Califórnia, Nova Inglaterra e, como referido, o Havai. Nelson Ponta-Garça nasceu em Los Gatos, na Califórnia, e tem raízes na ilha de S. Jorge, Açores. É o fundador da NPG Multimédia, empresa sediada em Silicon Valley. dnoticias.pt


6

Opinião

15 de Maio de 2019

ECCE HOMO

A

fé é uma força inabalável, capaz de mover montanhas, para quem a vive apaixonadamente. Quem não sente essa febre escaldar-lhe o fundo da alma interroga-se e incomoda-se mesmo com certos comportamentos chocantes a olho nu. Tudo porque há pessoas capazes do impensável para se aproximarem do Altíssimo. Já lá vai meio século, era eu um franzino miúdo de treze anos e a imagem feriu-me a retina para sempre. Estava a estudar no Seminário, em Ponta Delgada, e maio ia a meio. Saíamos em grupo a passear pela cidade e tínhamos como paragem habitual o Campo de São Francisco. Era ali que eu me sentava num banco a saborear o meu gelado ante o fascínio que me prendia ao mistério do Santo Cristo. Ultimavamse os preparativos para a grande festa e, às tantas, os meus olhos irrequietos fixaram-se numa mulher arrastando os joelhos ensanguentados pela calçada da velha praça até subir os degraus do Santuário. O marido amparava-a pelo braço e nos seus braços ela lhe caiu, ao pagarem a sua promessa. Os seus rostos lavados em lágrimas deixavam perceber uma dor imensa no carinho que os abraçava. Não sei se cumpriam

Rasgos d'Alma

Luciano Cardoso

lucianoac@comcast.net mesmo uma promessa ou se ansiavam por algum milagre. Todos os anos por esta altura, aquele acolhedor local adora tornar-se o coração vivo da formosa Ilha Verde. Engalanado, agiganta-se para receber muitos milhares de devotos açorianos, e não só, que ali ocorrem movidos pela fé no esplêndido “Ecce Homo” – essa terna imagem que inspira piedade e comove multidões com a sua história singular. Nada se lhe compara na mística bruma do panorama ilhéu. Castigadas por repetidas erupções vulcânicas, as sacrificadas gentes das nossas saudosas ilhas habituaram-se a erguer os olhos para o céu e a buscar no Infinito o consolo que a terra não lhes podia oferecer. Nem pode. É espiritual. E tanto o Senhor Santo Cristo como o Senhor Espírito Santo sabem bem das inúmeras preces que lhes chegam amiúde da superfície da Terra pedindo-lhes alívio para um sem fim de ardentes amarguras. Atentos às suas súplicas, lá tratam ambos de enviar os seus sinais que alimentam a fé do povo crente. Quem não crê, escusa perder o seu tempo argumentando contra este poderoso fenómeno religioso porque há já muitos séculos que ele habita a alma ilhoa e ali promete permanecer. A religiosidade popular açoriana tem sido objeto de estudos e reflexões que vão continuar a dar que pensar pelos tempos fora. Tentar limitá-la à mera explicação de que as firmes crenças da

nossa boa gente se alicerçam numa fé quase cega, não pega. Trata-se duma conclusão curta e típica dos dias de hoje, onde o superficial cada vez ganha mais voz. Sobretudo na bulhenta barafunda dalguns meios de comunicação e redes sociais, o que menos faltam são habilidosos iluminados armados em peritos na matéria, tentando vender a sua banha de cobra como calha. E não se calam com o seu paleio ruidoso que lá leva os ouvidos a pedirem-nos melhor música. Agora, aonde quer que esteja, sempre que aos meus me chega a tocata do hino do Senhor Santo Cristo dos Milagres, confesso que sinto um enorme arrepio cá por dentro. Essa sacra melodia faz-me logo recuar a esse longínquo tempo da minha mimosa adolescência na linda Ponta Delgada, cuja beleza jamais se poderá separar do encanto com que cada maio a visita no velhinho campo de São Francisco. Recebe-nos como uma das praças mais amplas e antigas de toda a cidade. Parece que ainda estou a vê-la enfeitada com o seu coreto no centro rodeado por árvores centenárias circundando todo um passeio calcetado em basalto coberto por bonitos tapetes de flores prontos a receberem o desfile da maviosa imagem. Sai a norte, do seu Santuário da Esperança para passar, á direita, pela Igreja de São José e acenar, a sul, à vaidosa Avenida Marginal, mesmo em frente ao imponente forte de São Brás proteg-

endo o simbólico Monumento ao Emigrante – três figuras humanas, com os seus três metros de altura, expressando o drama das famílias acabadas de embarcar para enfrentarem os múltiplos desafios da diáspora. Um simbolismo que todos nós, cá ao longe, compreendemos melhor do que ninguém. Não será exagero dizer-se, portanto, que o lindo mês de maio transforma facilmente aquele hospitaleiro espaço no centro espiritual da cidade. Ali, no melhor que nos oferece a alma micaelense, começa e acaba a maior procissão religiosa dos Acores, hoje televisionada para os quatro cantos do mundo. Incorporei-me nela, durante mais de três horas, com apenas treze anos de idade. Meio século depois, a caminho dos sessenta e quatro, parece doeremme ainda as solas dos pés. Prefiro nem imaginar, por conseguinte, as dores intensas nos joelhos de quem promete arrastá-los, e esfolá-los, demoradamente para pedir ao Santo Cristo um dos seus milagres. A fé, cega aos olhos mais descrentes, leva a estes extremos. Chamam-lhes excessos escusados. Chamem-lhes o que quiserem. E critiquem o que lhes apetecer, desde que respeitem o crer inabalável de quem angustiosamente busca alívio para as suas mágoas ou cura para os seus males. É a íntima relação do humano em busca do amparo divino. Sempre existiu e há de existir.

Gilroy Sister Cities Association fundraising dinner

Chef Paulo Rocha, Anabela Barcelos and Carla Contente came from Terceira and prepared the dinner that consisted of the following: soupa de alho Francês, entrecosto com molho de Vinho do Porto e batata rosada, filhetes de peixe com arroz e molho de marisco e para sobremesa sabores de Dona Amélia com molho de maracujá e Queijo Vaquinha com chocolate. Chef Paulo Rocha owns a business in Terceira known as AÇORES À MESA where he is known for his elaborate appetizer tables and one of them was highlighted at Saturdays Dinner. During the event we also had two art displays, Paintings by local artist Carlos Paiva and a photography display by a award winning photographer from Angra do Heroísmo Luis Godinho. Al Pinheiro


Patrocinadores

15 de Maio de 2019

Joe Matos

C

A

MADE

SANTA SA

Address: 3669 Llano Rd, Santa Rosa, CA 95407

IN

RO

CHEESE FACTORY

I F OR N I AL

St. Jorge Cheese is an Artisan Farmstead cheese made from our own cows’ raw milk

Open everyday from 9AM - 5PM Telefone: (707) 584-5283 • call to place your order via UPS with a 2 lbs minimum

Maria Ribeiro Delas

www.cheesetrail.org/cheesemakers/matos-cheese-factory

OCTAVIO RAMALHO

Vacations America Inc.

Broker Associate

Your Real Estate Consultant for Life!

From new construction to beautiful existing homes, I will help you find the perfect place to call HOME.

Partidas para 2019 Partidas da Terceira: Junho - 11, 18, 25 Julho - 02, 09, 16, 23, 30 Agosto - 06, 13, 20 Setembro - 03, 17

Partidas de oakland: Junho - 12, 19, 26 Julho - 03, 10, 17, 24, 31 Agosto - 07, 14, 21 Setembro - 04, 18

Temos um especial para quem não pode ir aos Açores e que queira trazer a familia a visitar a California: FIRST TIME HOME BUYERS • INVESTMENT HOMES NEW CONSTRUCTION • RANCHETTES Serving the Portuguese Community of the Bay Area & Central Valley

Call OCTAVIO for all your Real Estate needs! SELLERS • Call or Visit my Website to find out what your home is worth!

Direct: 888-314-5735 /OctavioRamalhoRealtor Cal BRE Lic# 01397526

homes@calloctavio.com www.newhouseca.com

Partidas da Terceira • junho - 11, 18, 25 regresso da california • agosto 21 e setembro 04, 18 USD $950.00 preço final!

Para marcações pode contactar o nosso escritorio através do numero 669-292-5454 ou visite-nos no 1396 E. Santa Clara St., San Jose, CA (em frente à Igreja das Cinco Chagas) ou contacte o seu agente de viagens mais perto. email: zeto.carvalho@sata.pt www.azoresairlines.pt Limited space and restriction may apply. Capacity controlled and subject to availability and changes without notice. Cancellation policies apply. Azores Airlines are not responsible for errors or omissions.

7


8

Opinião

15 de Maio de 2019

Água Viva

Ao Cabo e ao Resto

Filomena Rocha

Victor Rui Dores

filomenarocha@sbcglobal.net

É MELHOR SER URSO, QUE NADA SER!

S

ó quem vê as noticias de qualquer parte do mundo, se dá conta do que o ser humano tem de lutar para conseguir o que alguma vez se atreveu a sonhar. Sim, porque há quem lhe chame atrevimento o facto de sonhar ser alguém, conseguir ser algo importante na vida, mesmo que para os outros, essa importância seja pequena. Nada vale para os outros como para nós, e por esse motivo não devemos desanimar. Existem situações incríveis de toda a casta, pelas quais nunca pensámos passar! E no entanto, elas aconteceram e sem imaginarmos como seria o final, conseguimos ultrapassá-las. Que bom! dizemos no fim! Ninguém viu, Ninguém mais apreciou fazendo qualquer comentário, mas pessoalmente, apesar do silêncio, o ego ficou feliz de contentamento por essa pequena victória. Quando vivemos no nosso melhor lugar de conforto, o mais seguro porque escolhido para tal, pelo menos assim pensamos que o será até final do nosso tempo, quiçá não pensamos no mal-estar dos outros, os que atravessam os seus países e os dos outros, à procura de Paz e de melhores dias, para eles e para os filhos. Há muito que o homem luta por zonas de conforto! Diferentes, invejáveis, nunca outrora vistas. E cada vez mais estas faltam depois de todo o esforço e quase desabam à sua passagem, por ôcas, vazias de alma e de bom senso! Mesmo que tenhamos a melhor tecnologia, sempre há-de faltar algo dentro do ser humano, que no afã de conseguir objectos para a sua vivência e bemestar consumista, nem dá pelos prejuízos que causa a si mesmo e aos seus semelhantes. Não sou contra o progresso! Não sou contra o desenvolvimento dos países e dos lugares onde vivemos. Sou apenas contra a mal formação do indivíduo, do pouco carácter, da pouca educação e conhecimentos. Cada vez mais damos com a maldade, a superficialidade, o egoísmo, o engano, a trafulhice, a desvergonha que todos os dias vemos transparecer nas noticias, e nos lugares de maior destaque, como se se tratasse do melhor lugar para a exibição destes actores de quinta categoria, e da pior espécie! Como é que a nossa Justiça pode ser tão conivente…? - Passam os anos, os casos aumentam, os crimes, os roubos, os enganos em demasiadas dimensões, já impossíveis de controlar. O ser humano nunca esteve tão longe de se conhecer, como neste tempo de tecnologia e de favores de falsos amigos.

Tanto, que talvez para recompor-se, tenha de migrar de novo, talvez dentro dele próprio, até encontrar o seu melhor habitat. Como o Urso Pardo que esteve afastado do Portugal 176 anos. E ao fim deste tempo, por que terá regressado? pelo mesmo motivo que os demais regressam? Por pensar que o mundo melhorou na terra de onde partiu? será que teve saudades do seu pais natal como outro qualquer emigrante que saiu da sua terra? Por incrível que pareça, penso que sim. Os animais são extremamente inteligentes e nós só não entendemos o que nos transmitem, porque a sua linguagem é completamente diferente da nossa, do que eu tenho imensa pena. Isto, parecerá demasiado infantil ou utópico para as pessoas menos sensíveis de coração, ou que não se interessem tanto pelos animais, mas não seria imensamente interessante saber agora, porque regressou a Portugal, depois de mais de um século… Quase dois! Para onde terá ido? Onde viveu todo este tempo? Onde se abrigou? Pelos vistos, Portugal está na moda até para os ursos! Pelo menos sabe-se que já encontraram a sua comida preferida, que é o mel, sinal de que também os habitantes terão alimento favorável à saúde e subsistência! Haja mel para todos e que se respeitem mùtuamente, por muitos e muitos anos, cada um no seu mundo natural.

victor.dores@sapo.pt

Heliodoro no Inferno (crónica para ser lida com bolinha vermelha)

S

ete diabos com sete trombetas anunciaram a condenação de Heliodoro aos abismos tenebrosos do Inferno… … Labirínticos corredores ardiam nas labaredas de um fogo devorador e, no ar empestado de enxofre, ecoavam gemidos lancinantes, choros e ranger de dentes… Por todo o lado almas danadas agonizavam dentro de enormes caldeirões cobertos de chamas. Tropeçando ora em homens com olhares pavorosos, ora em jovens com mãos suplicantes, ora em torsos femininos atormentados na voragem de brasas incandescentes, Heliodoro foi conduzido à presença de Satanás. Este, após ter ordenado a um diabinho lanzudo e anão que fechasse a porta do gabinete, abraçou Heliodoro efusivamente e, com uma estridente gargalhada luciferina, disse: -Bem vindo, mortal amigo, ao fogo do meu Reino! Eneias, boquiaberto, fitou o clarão de um relâmpago no olhar de Satanás. Mirou em redor e viu, junto à janela, uma matrona a ser brutalmente sodomizada por um diabo preto de barbas horrendas e pés de bode!... Era uma sala enorme, profusamente iluminada de néon, com paredes pintadas de um vermelho vivo e povoada da mais sofisticada tecnologia… Alem disso, havia secretárias de mogno, longas estantes com livros e inúmeras mesas com um mar de papelada em cima. (Ao fundo, duas atraentes funcionárias, de pernas cruzadas, pintavam as unhas e trocavam, entre si, risinhos lascivos de alegria cúmplice…). Satanás, ajeitando os punhos do seu impecável fato cor de lume, gozava, maliciosamente, a atrapalhação de Heliodoro que, atónito, lhe perguntou: - Mas eu estou no Inferno ou vim parar a algum Ministério? Satanás, alisando a gravata fosfórica, respondeu com sinistra ironia: - Meu caro, o Inferno são os outros, como dizia o outro que também já cá está… E dizendo isto, Satanás sacou de um smartphone e pôs-se a ler atentamente. Após prolongado silêncio, acendeu um cigarro e fitando o fumo evolando-se no ar, continuou: - Vejo aqui que te deixaste levar por anjos de sedução… Sim senhor, viveste rodeado de volúpias pecaminosas... Não resististe aos impulsos da carne. Cometeste adultério. Enfim, consolaste o cadáver!... (Ao fundo, as funcionárias comiam cerejas e beijavam-se fogosamente na boca). - E como se isto fosse pouco – prosseguiu Satanás – provocaste um grande desfalque no departamento onde, durante anos, trabalhaste. Praticaste falcatruas a eito nos empregos que entretanto te foram surgindo. Até que, desesperado e desempregado, acabaste por roubar joalharias, assaltar bancos, falsificar documentos e até… matar gente! Depois andaste de Herodes para Pilatos e o inevitável aconteceu: foste parar a uma penitenciária onde cumprias pesada pena e o teu corpo apodrecia. Finalmente suicidaste-te na tua cela. Bravo! Soubeste praticar o mal. Bem-vindo, pois, meu caríssimo amigo, a esta demoníaca Casa. Aqui são poucos os chamados mas muitos os escolhidos, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH, AH… Heliodoro passou ambas as mãos pelo rosto afogueado e, bufando, deixou-se afundar ainda mais no sofá escarlate. Satanás pôs uma pastilha elástica na boca e, fingindo ler o jornal “GO TO THE HELL”, rematou com um sorriso de demência: -Logo que os meus serviços administrativos aprontem o teu processo, enviar-teei para a companhia ardente das minhas bacantes e escravas, com quem viverás as concupiscências eternas do meu Reino. Tomas um whisky? Pouco depois Heliodoro, acompanhado de um anjo exterminador, saía do gabinete de Satanás, que entretanto recebera uma chamada telefónica, pelo que se limitou a um breve aceno de despedida e a pronunciar um seco “vade retro”. Heliodoro olhou para trás uma última vez. Desta vez viu as duas funcionárias a rebolarem-se voluptuosamente no chão.


Opinião

15 de Maio de 2019

FÉRIAS NA TERCEIRA: O PLANEAMENTO

A

Os Açores, Uma Paixão José Henrique Silveira de Brito

sbrito@braga.ucp.pt

ideia de ir com toda a família passar umas férias aos Açores tinha já uns anos, mas a sua concretização ia sendo adiada. Num ano não era possível, porque havia um filho ou uma nora com o mestrado ou o doutoramento para terminar; num outro ano, porque vinha um neto a caminho; noutro, ainda, porque não era possível conjugar os calendários de todos, até que, a meados de 2016, nos nossos jantares das Sextas-feiras, tomámos a decisão de ir passar uma semana à Terceira, na primeira quinzena de Agosto de 2017. Nós, a minha mulher e eu, não tínhamos dificuldades de agenda; os netos, todos ainda pequenos, estão na fase de total liberdade durante o mês de Agosto, mas os filhos e noras, com profissões diferentes, precisavam de estabelecer datas com antecedência, para planearem a férias. Fomos conversando sobre a viagem, fui fazendo buscas na hotelaria tradicional, mas rapidamente cheguei à conclusão de que seria preferível recorrer ao “Alojamento Local” (“AL”), porque íamos apanhar as Festas da Praia da Vitória. Para nos precavermos, resolvemos fazer as reservas com antecedência e, num fim de semana de Setembro de 2016, juntámonos para reservar voos e alugar casas. A primeira surpresa foi constatarmos que só a Ryanair tinha voos directos Porto-Terceira, os únicos que nos interessavam porque, com três crianças e dois bebés, voar com escalas noutros aeroportos seria muito incómodo. Fizemos as reservas e passámos à procura de casas de “AL”, recorrendo ao Booking.com e airbnb.pt. Havia muito por onde escolher e optámos

por apartamentos. Fizemos as reservas, recebemos as confirmações e até me dei ao trabalho de telefonar para o meu “anfitrião”, porque gosto mais das coisas tratadas de viva voz: que sim senhor, as reservas estava feita, podia ficar descansado. Até que, pelo Natal, verifiquei, com surpresa, que estava redondamente enganado. Uma das noras, em cujo nome tinha ficado um dos apartamentos, ligoume a informar que recebera um telefonema do gestor do apartamento a comunicar que a proprietária o tinha retirado do “Alojamento Local”, e a disponibilizar-se para ajudar a encontrar uma outra solução. Perante isto, a minha nora respondeu ao sr. Alberto Melo, assim se chamava o gestor, que me ia pedir para tratar do assunto, porque eu era terceirense e, portanto, com algum conhecimento do meio. Entrei em contacto com o sr. Melo e imediatamente percebi que estava a falar com alguém em quem se podia confiar. Com a ajuda dele resolvi o problema. Temendo alguma dificuldade com o outro alojamento reservado, liguei ao gestor do alojamento com quem tinha falado no dia em que tínhamos feito as reservas. Não gostei da resposta; disse-me que ainda não tinha conseguido a legalização do apartamento como “Alojamento Local” (no telefonema de Setembro nem me tinha tocado no assunto) e que, se isso não se resolvesse a tempo, não o podia alugar. Com algumas considerações que me abstenho de expor, pois a conversa não foi agradável, disse-lhe que desistia do aluguer, porque não queria correr o risco de, à última hora, “ficar pendurado”. Acto contínuo, voltei a telefonar ao sr. Melo, expuslhe a situação; ele pôs-me em contacto com o sr. Carlos Oliveira, dono de outro “AL” e, em dois tempos, resolvi o problema. Nas conversas com estes dois

amigos vim a saber de algo muito importante para quem pensa recorrer a “AL” nos Açores: muito do “Alojamento Local” constante nas plataformas ainda não estava legalizado; para evitar problemas o ideal era pedir à Direcção Regional do Turismo dos Açores, localizada na Horta (acoresturismo@azores. gov.pt) as listagens dos “ALs” legais. Embora com o problema já resolvido, telefonei para a Direcção Geral e, poucos minutos depois, recebia, via Net, as listas completas de todos os “ALs” dos Açores. (Fica aqui a informação para possíveis interessados). A impressão com que fiquei foi a de que, nos Açores, concretamente na Terceira, o entusiasmo com o turismo é imenso, parece que as pessoas consideram estar perante um novo ciclo económico da Região; tivemos o do trigo, o do pastel, a da laranja e agora o do turismo. Não faço ideia se estamos perante um novo ciclo, mas que os Açores estão a abarrotar de turistas, não há dúvida. Basta chegar ao Aeroporto das Lajes para perceber que a Ilha tem mais visitantes do que nunca. Nas festas concentram-se multidões e os restaurantes estão cheios. O meu amigo Mário Rego, um Guia turista de eleição, que encontrei por um feliz acaso, disse-me que já tinha apanhado filas de espera no Algar do Carvão. Vive-se, portanto, uma euforia com o turismo, mas é preciso não esquecer que esta indústria exige confiança e a experiência que tive com a primeira tentativa de reservar casa em Alojamento Local não foi a melhor. Encontrei, contudo, nos senhores Alberto Melo e Carlos Oliveira óptimos “anfitriões”, para utilizar a linguagem da plataforma Airbnb. O resto da viagem decorreu de um modo inesquecível, que perdurará na memória da minha gente e será objecto de futuras crónicas.

Sanders Meat Service & Shop We are your Steak and Tri-trip specialists, and we are well known for our Peppersticks and Game Processing. Sanders Meat Service is a dependable meat shop that offers quality USDA meats and cuts to the Turlock, CA area. We are owned and operated by Helio & Angela Couto, and we proudly serve all of the Northern and Central California. We cater to all occasions, and our game season is during hunting season (July–December).

Angela & Helio Couto USDA

Certifie • • • •

9

M E AT S &

Vacuum pack • Double wrap Custom butchering • Curing and smoking Cut to specification • Peppersticks and jerky USDA Certified meats for sale at flea markets

d

CUT S

1220 South Avenue • Turlock, CA 95380

Phone: 209-634-7525 www.SandersMeatService.com We will be available after hours up until 9:00 PM. Please call for appointment. We offer shipping of Linguiça & Peppersticks with a 10 lb minimum.

Tribuna Portuguesa Social email: portuguesetribune@sbcglobal.net www.portuguesetribune.com


10

Opinião

15 de Maio de 2019

COMUNIDADE DA CALIFÓRNIA

HOJE E AMANHÃ

H

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. José Saramago (Ensaio sobre a Cegueira)

Reflexos do Dia-a-Dia Diniz Borges

d.borges@comcast.net

á anos que andámos a falar sobre a juventude nas nossas comunidades de origem portuguesa em terras americanas. Há anos que as instituições comunitárias, alguns dos nossos activistas culturais, alguns padres em paróquias com comunidades portuguesas, educadores, nas escolas comunitárias e nas escolas do ensino oficial americano, jornalistas e produtores de programas de rádio e de televisão em língua portuguesa, académicos e até mesmo alguns dos diplomatas que representam Portugal em terras norte-americanas, têm dissertado, sobre a nossa juventude, a passagem do legado cultural aos mais novos, e o papel dos jovens adultos nas nossas, cada vez mais envelhecidas comunidades de origem portuguesa, em terras do novo mundo. Apesar de já muito se ter dito, de algumas reflexões pertinentes, o debate deve continuar, a reflexão não pode terminar, até porque não existem soluções mágicas e a comunidade necessita, urgentemente, que se criem

mente deficitários os números de alunos que ao terminarem os estudos secundários optavam pelo ensino superior ou mesmo por um curso técnico além da secundária. Mais, nesse nada longínquo tempo, tínhamos um pouco, pela nossa comunidade, espalhada em todo o estado, e com ênfase nas mais rurais, um alto índice de abandono escolar. Uma percentagem alta dos nossos jovens, particularmente os rapazes, não terminava o ensino secundário. Infelizmente não se tinha ainda descoberto o que o filósofo grego da antiguidade Aristóteles disse algures: educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces. Hoje, essa realidade mudou. Temos um pouco por todo o estado homens e mulheres, nas faixas etárias dos altos 20, 30 e baixos 40, com os mais variados cursos universitários. Há gente de origem lusa nos mais variados campos, desde o ensino à política, do direito à medicina, das ciências agrárias às letras. E nas comunidades rurais, é praticamente inexistente o abandono escolar. As famílias açor-descendentes começaram, já há alguns anos, a prezar o saber, a incentivar os filhos para o ensino superior. Já há quem não se preocupe somente com o curso superior, mas

Esse homem, e essa mulher, novos, estão a nascer nas nossas comunidades em cada primavera. E a primavera de 2019 não é exceção. Todos os anos muitos jovens aparecem, ou, infelizmente, estão à margem das nossas comunidades, com formação académica e conscientes do seu legado cultural. E estas novas gerações estão já a mudar a nossa comunidade. Há que os entender! Há que respeitar as suas formas de fazer comunidade, de sentir o seu legado cultural, porque o sentem, mas manifestam-no de uma forma dissimilar do que muita gente nas nossas comunidades está habituada. Podem não levar a bandeira na festa comunitária, mas levam consigo, no seu quotidiano a bandeira da sua cultura ancestral e partilham-na no mundo californiano. Em jeito de conclusão, porque todo este processo é novo e há ainda muito por descobrir, dir-se-á, sem qualquer desassossego, que os jovens profissionais vão mudar as nossas comunidades e daí que há que dar-lhes espaço. Se a comunidade de hoje não quiser compreender a comunidade de amanhã, vamos perder uma oportunidade única de darmos o passo essencial para o futuro. Os jovens profissionais

ainda mais espaços de reflexão sobre a juventude de hoje e a comunidade de amanhã. É que parafraseando Ghandi: o futuro dependerá daquilo que fazemos hoje. Acrescentaria, daquilo que fazemos hoje por nossas mãos e com o nosso trabalho. As comunidades de origem portuguesa no estado da Califórnia estão cada vez mais americanas. Esse é um facto que só os menos atentos debatem. Olhando às várias zonas onde existem comunidades com gente oriunda de Portugal, ou os seus descendentes, nota-se, com a passagem de cada novo dia, uma mudança, natural, nas nossas comunidades, e particularmente, na nossa juventude. Há cerca de três décadas, no começo de 1980, quando a emigração dos Açores praticamente estancou para terras do Eldorado, contava-se pelos dedos duma mão o número de jovens adultos, emigrante e até luso-descendentes, com cursos universitários. Tínhamos alguns professores, alguns licenciados em engenharia e pouquíssimos nos campos da medicina e do direito. Eram extrema-

até com a universidade onde o filho ou a filha vai estudar. As nossas comunidades estão repletas, e estarão ainda mais daqui a meia dúzia de anos, de jovens adultos formados nas universidades da Califórnia, com cursos variados e, esperemos, com outros patamares culturais. Porque nem só de um diploma vive o homem! E são esses membros das nossas comunidades que temos de cultivar, porque as nossas comunidades dependerão deles. Serão eles que manterão, de uma forma diferente, entenda-se, este nosso legado cultural. Não tenho dúvidas que teremos a curto espaço de tempo uma comunidade dissemelhante, como não tenho dúvidas que se conseguirmos enfrentar esta realidade, reflecti-la e trabalhá-la, teremos garantida a preservação da cultura portuguesa em terras californianas. É que citando Ortega y Gasset: Daqui que as mudanças históricas supõem o nascimento de um tipo de homem diferente em mais ou menos do que antes havia; isto é, supõem a mudança de gerações.

das nossas comunidades não têm (e os que se formarão nos próximos anos muito menos) paciência para a nossa saudadesinha doentia e constrangedora. Aqueles que se formam em boas universidades (e temos magníficas universidades por todo o estado da Califórnia), e felizmente que são cada vez mais, não têm tempo, nem estômago, para aceitar a nossa letargia em relação a entrarmos, definitivamente, nas sociedade norte-americana. Os jovens com talentos, e uma formação académica sólida, não têm tempo, nem pachorra, para sustentarem as pequenas coisas que ainda persistimos em fazer. O mundo deles, que será o mundo das novas comunidades, está alicerçado, na promoção do nosso legado cultural dentro do mundo americano e não num gueto social ou físico. São homens e mulheres formados no mundo americano, os seus estudos foram feitos dentro das universidades americanas e não à margem delas, daí que só entendem a nossa comunidade numa plataforma de igualdade com os outros grupos étnicos que constituem o multiculturalismo estadunidense. Vejo, num futuro não muito longínquo, uma comunidade dissemelhante da que hoje temos. Uma comunidade de homens e mulheres formados, ligados à sua cultura por gosto e não por necessidade. Uma comunidade com estes novos profissionais, que na língua em que se sentem mais à vontade, o inglês, irão finalmente construir a ponte entre o legado cultural dos seus antecessores, pais ou avós, e o mundo norte-americano. Podem dizer-me que isto é utopia, mas como escreveu algures Édouard Herriot: uma utopia é uma realidade em potência. Acredito, porque vejo os nossos jovens em várias frentes e na liderança dos mais variados campos do saber. Acredito porque, com cada dia vejo-os a utilizarem os valores culturais dos seus antepassados no mundo americano, usando esses valores, e a sua identidade, para transformarem a sociedade californiana.


15 de Maio de 2019

Comunidade

11

California State University in Fresno april 25

Mancebo Family and the Portuguese Presence at Fresno State Ag

photos by Geoffrey Thurner-Fresno State On April 25th, the same day Portugal celebrated the 45th anniversary of the Carnation Revolution, the Jordan College of Agricultural Science and Technology at California State University in Fresno, named their dairy unit in honor of a prominent Portuguese-American and his wife. The new Manuel Mancebo Jr and Katye Mancebo Dairy Unit is a testament of their long and arduous work, along with their leadership in the dairy industry. It is with great pleasure that the Portuguese Beyond Borders Institute, through the Tribuna Portuguesa, salutes the PortugueseAmerican involvement in the Central Valley with the story of yet another immigrant family who achieved the American Dream. Through the words of their granddaughter, Kari Mancebo-Ingram, who gave the keynote Speech at this ceremony, we can relive the exemplary live of Mr. Mancebo, a descendant of another most known immigrant from the Azores islands, whose contributions to Tulare and the entire Valley are widely known. Here is an excerpt from Kari’s Keynote: To accurately portray to you the kind of man that my grandfather Manuel, or JR as he was better known, I must

reach back to his father, my great-grandfather, Manuel de Sousa Mancebo, “Spike”. In 1922, before the age of 16 and speaking only Portuguese, Spike, borrowed just enough money for a passage and set out to follow his dream in America. Even at such a young age, he was determined to succeed. After arriving in our San Joaquin Valley, Spike worked on his brother’s dairy farm and other dairies, looking after cows, and learning to drive long-haul trucks. He continued learning the English language. He was a hard worker and tough as nails, hence his nickname, “Spike”. In 1940, the young boy from the distant mid-Atlantic island of Sao Jorge in the Azores, the same young man who bartered for a farmer’s truck after the farmer was unable to pay him 3 months’ wages, had founded Kings County Truck Lines. This name became known as one of the biggest and most highly respected transport organizations. Spike also became known for his philanthropy. He gave to the Catholic Church, local schools, youth sports, and numerous charities. He sponsored many Azorean and Portuguese families who dreamed of better lives in America. He was given the Benemerentia Medal by Pope John Paul II for his long and exceptional service to the Catholic Church. Spike never forgot his humble beginnings and never forgot to share his blessings. He led by example. In 1930, Spike and his wife, Amelia, welcomed their second son, Manuel, my grandfather, JR, or as I called him, PaPaBo. During the summer of 1946, before JR’s senior year as a Roosevelt Rough Rider, here in Fresno, Spike wanted his son with him in Tulare, at Kings County Truck Lines. So, JR followed his father’s footsteps into the trucking business. Although he was the owner’s son, he was not shown any special treatment. Spike expected his sons to learn the value of a dollar and how to earn it. Spike put JR to work sweeping the shop’s floors and working in “the pit”, one of the messiest jobs at KCTL. JR worked hard and learned from his dad, Spike. During this time, JR also served our country in the National Guard for 8 years during the Korean War. JR continued the tradition of not showing special treatment to family when his daughter, Susan, my mother, joined the business as a rate clerk and when I joined the

The First and Only Restaurant with a Michelin Star in San José

Executive Chef, David Costa Pastry Chef, Jessica Carreira

Accepting Reservations for Dinner

1614 Alum Rock Ave. San José, CA 408.926.9075 | www.adegarest.com

business, also as a clerk. PaPaBo always expected us to be the first ones there and the last ones to leave. His father had instilled discipline and hard work in him, and Mom and I were expected to uphold the family’s reputation. I remember the day I graduated with my Business Administration Degree from Fresno State, being so excited to work full-time for KCTL. While celebrating my graduation, I asked PaPaBo, “So, when do I start? After Labor Day?” Mind you, this was May. He replied, “Monday.” To which I said, “Monday?! Don’t I get a vacation?” Without missing a beat, “Moose, your whole life has been a vacation.” During his first couple of years working for KCTL, JR met Kathryn “Katye” Sylver, my grandmother. A dear friend of Katye’s was married to a man who worked at KCTL and she believed Katye and JR should meet and get to know each other. Katye was busy working and not interested in dating. After several persistent requests from her friend to double date, Katye reluctantly agreed. Not only was their first date to a wrestling match, which was of no liking to my grandmother, but so was their second. I can just imagine my 5’, 95-pound grandmother at a wrestling match… never!! It must have been love. In 1971, Spike expressed his desire to retire and turn over the company to his son, JR. After nearly 25 years of working for his father, beginning with a broom and a wrench, JR became the president of KCTL. During the next 35 years, JR founded 7 additional trucking companies and grew KCTL into a trucking giant, one of the largest foodgrade carriers in the nation. The man without a high school diploma and no training in budgets, was the president and CEO of a multimillion-dollar company. The legacy of giving continued, always giving back to the community, the Church, Valley Children’s Hospital and anyone else who asked. There was never a “No Solicitors” sign on the door. PaPaBo treated his employees fairly and like family. He was generous with granting extra time off during the holidays, bringing back gifts from his adventures such as the Indy 500, company swim parties in their backyard, Christmas parties, and hosting the CHP along with CEOs and customers at Crowley Lake for annual fishing trips. Family. Generosity. The same philosophy that my husband and I strive for in our trucking company.


12

Patrocinadores

15 de Maio de 2019

Sousa’s Discount Food & Liquor 1584 Washington Blvd., Fremont, CA 94539 • Telefone: 510.659.8366 • Fax: 510.659.6369

Super BOCK 24-pack $25.99

Bacalhau Grado da Noruega

Queijo do Topo São Jorge $7.99/lb

Preços tão baratos que não os podemos mencionar! –Abilio e Fátima Sousa

/sousasfoodnliquors

Vinho Grão Vasco $5.99/ea

Casal

Garcia

$5.99/ea per case

Aveleda

Vinho Verde

$5.99/ea

Largest Selection of Brazilian & Portuguese Foods!

FOR SALE

Amigos. Familia. Comunidade.

1998 Tropical 36’ by National RV Lino M. Amaral Agent

Auto RV Home Life Earthquake Business Health Bank Annuities

CA Lic# 0725137

510-724-5432 lino@asklino.com

Dual A/C • Stereo • Awning Gel Coat • Jacks • Back-up Camera Generator • Pop-Out • “Timbren” Cushion Ride • Low Miles 16,000

$23,000 OBO (650) 303-0517

Tribuna Portuguesa Social email: portuguesetribune@sbcglobal.net www.portuguesetribune.com

LINO AMARAL AGENCY 2489 San Pablo Avenue Pinole, CA 94564

www.asklino.com Eu Falo Portugues!

Um nome bem reconhecido e membro ativo na comunidade Portuguesa na área da baía - Lino Amaral está aqui para todas as suas necessidades de seguros.


15 de Maio de 2019

CRÓNICA REPARTIDA (II)

F

iz uma primeira experiência com este formato já há uns meses e, parece, alguns dos leitores acharam engraçada à ideia que, aliás, não é original. Não posso apoderar-me dos louros como se fosse eu o primeiro cronista a fazer tal coisa, longe disso. Convenhamos que é um método que é de fácil leitura para os meus “clientes” e até de razoável simplicidade para o narrador. Basta este (eu), por malandrice ou por querer “tocar” em variados temas no mesmo texto, dedicar dois ou três parágrafos a cada assunto e tentar interliga-los, mesmo que levemente, de forma que a conversa não pareça muito desconexa. Ora, vamos a ver o que é que isto vai dar:

OS MORANGOS

Estamos no tempo deles. Posso até dizer, sem risco de engano, que são a minha fruta preferida. Então, se acompanhados por um sorvete de chocolate, regalam-me os sentidos. Tal pena não serem fruta de todo o ano, embora nos mercados da Califórnia eles apareçam ocasionalmente fora de estação, vindos do México ou do Chile. Nos serrados das Mónicas, que o meu pai fazia de renda e onde se cultivavam uma variedade enorme de legumes e se faziam canteiros de outros plantios, não havia morangos. “É uma fruta muito delicada”, dizia o hortelão. Quando era criança, eu não terei comido morangos mais do que meia dúzia de vezes e mesmo assim deve ter sido só uma amostra. Mas lembro-me um dia, na primavera de 1976, em que, subindo a Rua da Sé com a minha grávida esposa, deparámos com um cestinho deles na montra da Pastelaria Athanásio. Ela, que vivera dois anos na Califórnia, havia criado o gosto pelos vermelhinhos frutos e, talvez também por causa dos irrefutáveis desejos de grávida, fez questão de os provar. Resultado: Para espanto do Sr. Lima, comprámos os morangos todos! Talvez seja por isso que a minha filha mais velha, que nasceu dali a poucas semanas, também goste deles tanto como eu. Costumo ir comprar uma caixa deles a um pequeno produtor, aqui mesmo à saída da cidade. Uma família de imigrantes do Laos alugou uma parcela de terreno e ali cultiva-os com esmero e arte. São muito doces e grados, dos mais saborosos que já comi. Só que, inevitavelmente, este ano estão mais caros. Refilhei amigavelmente com o senhor que, num inglês

Opinião

13

"Crónicas de Hoje e de Sempre" João Bendito joaobendito@yahoo.com

muito embrulhado me tentou explicar que tudo subiu de preço, as caixinhas de cartão, os plantios, a água para a rega, etc. Fiquei a matutar cá comigo que ainda poderá vir a pior, caso o arrogante chefe desta macacada leve a sua avante e feche as portas aos imigrantes. É que, em 40 anos de América, eu nunca vi um americano a plantar ou a colher morangos...

AS ABELHAS DO PEDRO ALBERTO E AS DO JOÃO PEDRO

Em resultado da crónica que publiquei a semana passada, o meu Amigo (com A maiúsculo) Pedro Alberto fez-me saber que “se entendia muito bem” com o outro amigo visado no texto, o Macide. Não era difícil eles entenderem-se bem um com o outro, já que eram e são pessoas de inegável qualidade, mestres no convívio social e na educação. Ao recordar a minha relação de amizade com eles, veio-me à memória um passeio que fizemos até à Serreta, a uma mata onde o Pedro Alberto mantinha, com esmero e arte, um conjunto de colmeias. Não vestimos os fatos próprios nem nos aproximámos muito das obreiras abelhas, apenas o suficiente para ouvirmos as explicações do apicultor. Consta-me que o Pedro Alberto já não se entretém com as colmeias mas sei de outro Amigo que herdou do pai e do avô o gosto pela apicultura. No aprazível lugar do Porto Martins, o João Pedro dedica o seu tempo livre a tratar de 10 colmeias e aperfeiçoa a produção de delicioso mel, que vende a amigos e conhecidos. Diz-me que estar no meio das abelhas é como uma aproximação aos seus progenitores, ouvir o zumbido dos insetos é uma forma de recordar os seus entes queridos e os ensinamentos que lhe transmitiram. Agora até a namorada aprendeu os segredos do delicado trabalho e ajuda-o no maneio e no tirar do mel, para além do sempre pronto acompanhamen-

PFSA Hayward april 25

Hayward Faro Sister City 45 years of Liberty in Portugal commemorated at Hayward’s Julio Bras Portuguese Centennial Park by Hayward-Faro Sister Cities. Hayward Faro Sister Cities was rekindled and it is alive and going forward. Our first event celebrating the rekindling and the 45th anniversary of the 25th of April Peaceful bloodless Carnation Revolution that ended Portugal’s authoritarian government, took place this past Thursday April 25th at Hayward’s PFSA hall and it was a success! From the city hall tour, art exhibits, Sister City exhibits, Portuguese Park freedom wreath dedication, the themed program entertainment, our guests of honor, the consul general of Portugal in San Francisco, the Honorable Dr. Maria João Lopes Cardoso, and the presence of Hayward City Councilmen J Francisco Zermeno , Al Mendall and Mark Salinas, a proclamation from Mayor Halliday presented to consul general, delicious Portuguese food and appetizers, wine, spirits and mingling with a great group of guests keeping it Hayward’s first city sponsored full blown eco friendly event; it was a wonderful event indeed. With a special group of guests of countrymen originally from the Alentejo region that settled near downtown Hayward, it was so great to showcase them and their songs in “Cante” Alentejo style that spoke of an Alentejo village called “Grandola Vila Morena,” the song that played the morning of the revolution on 4/25/1974, as a signal to the military that the revolution was starting, an event that would forever change the lives of many portuguese people with a new democracy ahead. The anthems and meaningful song had most people present teary eyed with emotion. The committee is grateful to so many great people that helped make it all happen and especially to the generous donors, volunteers, musicians, participants and commitee members.

Ines Eiras

to de uma das minhas primas preferidas (a mãe do J. Pedro), que se transformou numa eximia lavadora de frascos! Quem faz por gosto...

O RATO QUE PARIU UMA MONTANHA

Já há muitas semanas que não toco em política nas minhas crónicas. E, agora, apenas quero dizer que estou cada vez a ficar mais assustado com o comportamento do tal chefe da macacada que mencionei acima. De dia para dia a arrogância cresce, os atropelos à Justiça são maiores e mais descarados, o desrespeito às instituições é de pasmar. Com ameaças atrás de ameaças, dá-se ao desplante de negar os seus deveres para com o Congresso e força os seus ajudantes a não colaborarem quando são chamados a prestar declarações. Armado em déspota, continua a fugir com o rabo à seringa, mente à boca cheia e faz gato-sapato até do partido republicano, que já perdeu toda a sua legitimidade e continua, sem vergonha, a desculpar e a defender este rato de agueiro que pariu uma montanha cheia de ofensas e insultos à Democracia. Desculpem-me mas não poderia falar só de coisas ou de pessoas boas. Vejo e ouço tanta nojice que não me permitem ficar calado. Mas... adiante.

O NOVO LIVRO

Depois de estar aqui a falar de coisas doces – mel e morangos – e outras mais azedas, talvez seja um atrevimento da minha parte trazer a esta crónica uns parágrafos sobre o projeto do livro “Barro Vermelho – Ilha Branca”. Já deixei escapar alguns pormenores sobre ele noutras alturas mas agora está a chegar a ocasião de, mais diretamente, o trazer a terreiro. Portanto, não se admirem de, daqui para a frente, o mencionar em futuras crónicas, repartidas ou não. Estamos a trabalhar afincadamente para trazermos o livro às vossas mãos dentro de poucas semana. Quisemos dar a primazia de apresentação a Santa Cruz da Graciosa, cuja Câmara Municipal apoiou de forma inequívoca a sua publicação e, portanto, lá estaremos a 9 de Agosto, por altura das Festas de Santo Cristo. Mas já temos acordos celebrados para o apresentar também em Angra do Heroísmo a 12 de Agosto, em Lowell, Mass. a 19 de Outubro e, em a data a indicar, em San Jose, Califórnia. Hoje apenas quis levantar um pouco do véu, mais detalhes aparecerão a seu tempo, para não enfastiar. Entretanto, aproveitem para saborear uns doces morangos com mel. Ou, melhor ainda, umas queijadas da Graciosa. Serão o melhor acompanhamento para a leitura do “Barro Vermelho – Ilha Branca”.


14

Cultura

15 de Maio de 2019

OS AFRICANOS EM MANHATTAN a primeira Comunidade de Língua Portuguesa na América

Q

JEROEN DEWULF

director institute of european studies u.c. Berkeley

Nova Amsterdão em 1664

uando falamos da presença da língua portuguesa na América, temos tendência para pensar imediatamente na comunidade de emigrantes portugueses ou talvez no número crescente de brasileiros residentes nos Estados Unidos. Raramente pensamos em africanos. O que os resultados da minha pesquisa sobre a comunidade escrava em Manhattan no tempo dos holandeses (1614-1664) demonstram, porém, é que os africanos tiveram um papel importantíssimo na história da nossa língua neste país. Pois foram eles a primeira comunidade de língua portuguesa na América do Norte. Para quem conhece a história colonial holandesa do século XVII, a presença da língua portuguesa na comunidade negra não surpreende. Afinal, na mesma altura em que os holandeses ocupavam Manhattan (chamado “Nova Amsterdão”), também tinham na sua posse o Nordeste do Brasil. Para além disso, em partes das Caraíbas com um passado colonial holandês, ainda hoje são faladas línguas crioulas com forte influência portuguesa, como é o caso do papiamento (um termo derivado do português antigo “papiar” falar), falado nas ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao e do saramaka, falado no Suriname. Os traços da língua portuguesa nesses territórios tradicionalmente têm sido explicados pela presença de judeus sefarditas. Sempre se pensou que muitos judeus, após serem expulsos de Portugal, se mudaram para os Países Baixos e, posteriormente, para colónias holandesas. Ali teriam estabelecidas plantações onde comunicavam em português com os seus escravos e, assim, ter-se-ia divulgado a nossa língua. Como na colónia holandesa em Manhattan não vivia mais do que meia dúzia de judeus, nunca se imaginou que ali também os negros pudessem ter falado (um crioulo) português...

O primeiro leilão de escravos em Nova Amsterdão em 1655

A primeira referência à presença de africanos escravizados em Manhattan data de 1628, quando o pastor da Igreja Reformada em Nova Amsterdão se refere numa carta às suas “escravas angolanas”. Naquela altura, não deve ter havido mais do que uma dezena de escravos em Manhattan. Provavelmente, foram levados lá por piratas holandeses que tinham capturado navios portugueses a caminho do Brasil. Por volta de 1645, quando os portugueses começaram a reconquistar o Nordeste do Brasil e os últimos holandeses que ainda havia no Recife passaram a enviar os seus escravos para outras colónias, incluindo Manhattan, o seu número cresceu até uns trezentos. Em 1654, os holandeses foram definitivamente expulsos do Brasil, e, dez anos mais tarde, sofreram a mesma sorte em Manhattan, quando a ilha foi capturada pelos ingleses que a rebatizaram “New York”.

mapa original de Nova Amsterdão, o Castello Plan, de 1660 Analisando documentos antigos, verificámos que a população negra inteira em Manhattan durante o período holandês tinha nomes portugueses como Maria, Isabel, Conceição, Manuel, João e António. Alguns tinham até apelidos lusitanos como Grande, Brito ou Albuquerque. Em vários casos, encontrámos também uma referência de origem no apelido, o que mostra que a grande maioria provinha do noroeste de Angola, mas que havia também alguns de São Tomé, do Cabo Verde e até de Portugal. No caso de um negro chamado António Fernando, por exemplo, está escrito que veio “de Cascais in Portugal”. Uma história trágica dá-nos uma ideia da língua que os negros em Manhattan falavam. Em 1655, um holandês comprou uma escrava que, a caminho da casa, caiu. Depois de gritar “arriba!”, a mulher levantouse. Porém, “10 a 12 passos mais adiante” caiu de novo e, “com os olhos girando na sua cabeça” passou a chamar “morre! morre!”, apontando para o seu peito. Pouco tempo depois, morreu. Os termos usados por essa mulher são claramente de origem ibérica. Enquanto “morre” é obviamente português, o termo “arriba!” com o significado de “Vamos! Levante-se!” pode antes parecer espanhol, mas era comum no português do século XVII e sobrevive até hoje no crioulo do Cabo Verde. A probabilidade de ser português aumenta se juntarmos outra fonte, do ano de 1662, sobre um negro chamado Mateus que foi levado ao tribunal por ter bebido álcool num Domingo, algo que era proibido na colónia dos holandeses (protestantes). No seu processo, uma das testemunhas disse ter visto Mateus no bar junto com um holandês chamado Resolveert Wadron, mas desconhecia o que tinham dito “porque eles estavam a falar em português”. Como o Waldron tinha vivido no Brasil Holandês antes de vir a Manhattan, é provável que tenha aprendido português lá. Isto também poderá explicar porque vários outros negros tivessem pedido ajuda a Waldron como intérprete no tribunal, o que

mostra que o Mateus não era um caso único. Nem era Waldron o único holandês que sabia falar português. Outro era o capitão Johan de Vries, que antes de vir a Manhattan tinha sido soldado em São Luís do Maranhão. Trouxe consigo dois escravos, Elária Crioula e Paulo Angola, e também “a sua mulher negra brasileira”. A probabilidade de o capitão holandês ter falado português pode explicar a sua proximidade com a população negra: arrendou terrenos para eles e foi padrinho no baptismo de vários filhos de negros. Entre os seus amigos estava um homem chamado Sebastião, que era conhecido por “Capitão dos Negros”. Este Sebastião, inclusivamente, serviu como testemunho batismal do filho mestiço do capitão e a tal mulher brasileira. Uma confirmação indireta de que vários africanos escravizados em Nova Amsterdão sabiam expressarse o português vem de Northampton, Virgínia, onde a primeira comunidade de escravos consistia quase exclusivamente de africanos que tinham sido comprados em Manhattan. Em 1667, um deles, chamado Fernando, entrou com uma ação no tribunal, alegando que “era cristão” e apresentando vários documentos “em português” dos “vários governadores das terras onde tinha vivido como homem livre”. Eram provavelmente as suas cartas de alforria. Mesmo assim, o seu pedido foi rejeitado. O caso do Fernando indica que alguns dos africanos levados a Manhattan podem ter sido negros livres, talvez até tripulantes num navio ibérico capturado por corsários holandeses, e vendidos como escravos apenas por serem negros. O seu caso também nos mostra que seria errado de pensar apenas em Manhattan como lugar onde havia negros de língua portuguesa. Outro caso vem do relato anónimo da “Insurreição dos Negros na Carolina do Sul” de 1739, onde se lê que “entre os negros escravos aqui, há muitos que vêm do Reino de Angola em África e muitos deles falam português e professam a religião católica romana”. Ainda hoje, os negros da Carolina do Sul são às vezes chamados de “Gullah”, um termo derivado de (A)ngola. Tudo isto nos mostra a importância da comunidade africana para a história da língua portuguesa na América. Trata-se de uma importância ainda muito desconhecida da população norte-americana, incluindo a própria comunidade afro-americana. Mais uma razão para continuarmos a investir no estudo da língua, história e cultura portuguesa nos Estudos Unidos.

livro de jeroen dewulf à venda:

www.upress.state.ms.us/books/1997


15 de Maio de 2019

Patrocinadores

15


16

Festa em Louvor do Divino Espírito Santo

Comunidade

15 de Maio de 2019

CASA DOS AÇORES DE HILMAR

A Festa da Casa dos Açores é sempre muito bem planeada, porque costuma abranger uma área de interesses que engloba no seu todo as várias componentes culturais de todas ilhas. A Festa começa sempre com as novenas quer no Salão que na Igreja. Depois na Sexta-feira, houve a Noite de Fados com a prata da casa - Chico Avila, Samantha Pacheco, Lysandra Jorge e David Garcia, acompanhados que foram pelo próprio Chico, Steve Soares e Gino Almeida. No Sábado, Bodo de Leite - Açores suas festas e seus costumes - Foi pena que alguns não tenham participado com uma melhor encenação da nossa riqueza cultural. Uma menção muito especial aos graciosenses, que participaram em grande força. Uma boa presença de carros de bois, que orgulhosamente mostraram o amor dos seus donos a esta arte. O pézinho teve a comparência de Vitor Santos, António

Azevedo, Lénio Parreira, José Ribeiro, Abel Raposo, acompanhados por Dimas Toledo, Tommy Vieira, Gino Almeida, Steve Soares e Joe Vieira, que depois à noite tomaram lugar na Cantoria. Pelas 7:30 vimos a malta que veio da Praia da Vitoria ofereceu-nos um bom espectáculo contando em termos humorísticos a festa daquela Cidade. Baile ao ar livre com Alcides Machado. No Domingo depois da saudação das Bandas convidadas à Casa dos Açores, houve Missa de Festa, celebrada por Myron Cotta, Bispo de Stockton e Michael Moore, pastor da Igreja do Rosário. Depois do almoço, houve arrematações, concertos de Bandas e outras variedades. A finalizar a festa espectáculo com Victor Santos, vindo da Costa Leste. Parabéns a Laurinda Vieira e a toda a sua Comissão da Casa dos Açores.

noite de fados

foto de john freitas

são miguel

faial

graciosa

pico


15 de Maio de 2019

Comunidade

s à a

, l

delegação da praia

ÇOR E S DE

MAR

2019

28

A

BR

IO

pézinho / cantoria

A OS

HIL

C ASA D

r

IL – 5 M

A

benção dos animais

laurinda vieira com tibério dinis da praia da vitória

alcides machado

foto de john freitas

laurinda vieira, presidente da festa com o seu comitê e artista victor santos

victor santos

17


Festa em Louvor do Divino Espírito Santo

18

Comunidade

15 de Maio de 2019

A OS

MAR

28

BR

IO

2019 A

saudação pelas filarmónicas cortejo

ÇOR E S DE HIL

C ASA D

CASA DOS AÇORES DE HILMAR

IL – 5 M

A

lira açoriana

azores band of escalon

direção da casa dos açores e consûl geral de portugal maria joão lopes-cardoso


A OS

ÇOR E S DE

MAR

28

BR

IO

2019 A

Comunidade

HIL

C ASA D

15 de Maio de 2019

IL – 5 M

A

missa da festa e coroação de representantes de todas as ilhas

graciosa

pico

faial

daniel varela corvo

laurinda e manuel vieira, alberto brasil presidentes

são jorge

santa maria são miguel

terceira

corvo

flores

rosa e daniel varela, vice-presidentes

genedee vieira

benção e entrega das esmolas por myron j. cotta, bispo da diocese de stockton

19


20

Patrocinadores

15 de Maio de 2019

Cupão de Assinatura 23 edições SIM! Desejo ser assinante do Tribuna Portuguesa.

Por favor enviem-me o jornal para o endereço seguinte:

por ano

Nome: Endereço: Cidade: Zip code:

Estado:

Telefone:

Email:

Enviar com um cheque de $45.00 por ano para: Tribuna

Portuguesa P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866


15 de Maio de 2019

The Woodsy Tales

Comunidade

21

de diana silva The Woodsy Tales é um pequeno negócio local que pertence a Diana Silva, uma mãe com dons artísticos que começou a fazer pequenas figuras de madeira, principalmente como passatempo, enquanto está em casa com os seus dois meninos. The Woodsy Tales consiste em pequenas figuras de madeira cuidadosamente desenhadas e pintadas à mão, feitos sob encomenda e personalizadas pelo cliente. A Diana pode replicar as roupas de cada pessoa, penteados, cor dos olhos, jóias e até mesmo tatuagens para criar um retrato de família. Cada conjunto é único e o presente perfeito para qualquer ocasião especial. Os retratos de família são os mais vendidos, mas também é possível encontrar personagens da Disney, personagens de programas de televisão e cinema, “cake toppers” para casamentos e aniversários, presépio de Natal, presépio de Páscoa, jardins de fadas, várias decorações em madeira, porta chaves de madeira e à sempre coisas novas a ser adicionadas. Você poderá encontrar The Woodsy Tales nas redes sociais do facebook e instagram e entrar em contato com a Diana através do email craftysilva@gmail.com para encomendar o seu próprio conjunto de Woodsy Tales e receber um desconto especial quando mencionar este artigo!

the woodsy tales telefone: (209) 480-8254 EMAIL: craftysilva@GMAIL.COM instagram: @thewoodsytales Facebook: /thewoodsytales sausalito, california

praça de cascais patrons inauguration A PRAÇA DE CASCAIS, em Sausalito, Califórnia foi um projeto que teve o seu início numa proposta que José Raposo, fez ao então vereador da Câmara Municipal de Cascais, Alexandre Faria, durante o encontro Internacional das Geminações em junho de 2012, na Vila de Cascais. Ao longo desses anos vários indivíduos não se pouparam a esforços para que tal sonho se realizasse. É de destacar o apoio que o Ex-Cônsul de Portugal em San Francisco, Nuno Mathias, deu a tal causa. Devemos louvar a assistência de todos os membros da Câmara Municipal de Cascais e da Comissão das Cidades Irmãs em Sausalito, especialmente, Chryl Popp, presidente e Jim Meyer que trabalharam incansávelmente para que a PRAÇA DE CASCAIS tivesse sido finalmente inaugurada no passado dia 5 deste mês.


22

Comunidade

15 de Maio de 2019

Instituto Português Além Fronteiras • Portuguese Beyond Borders Institute

Culinária Açoriana numa Universidade da Califórnia Foi um projeto único nas comunidades de origem açoriana na Califórnia. Com o apoio da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Tulare-Angra do Heroísmo Sister City Foundation, realizou-se na universidade estadual da Califórnia em Fresno, sob os auspícios do recém-criado Instituto Português Além-Fronteiras (PBBI) um jantar com pratos da nossa culinária, confecionados pelo Chef Paulo Rocha da ilha Terceira, com a colaboração de Anabela Barcelos e Carla Contente, também vindas da ilha Terceira e com a presença e colaboração de alunos e professores da secção de ciências alimentares da faculdade Jordan College da universidade estadual da Califórnia em Fresno. Ao longo de dia e meio, os alunos foram expostos a ingredientes e métodos da nossa culinária, trabalhando lado a lado com Paulo Rocha na coinfecção de um jantar, que contou com a presença do Presidente da Universidade, Joseph Castro e esposa Mary Borges Castro (de origem terceirense), e cujos fundos reverteram a favor de um programa de intercâmbio entre a Universidade dos Açores, polo da ilha Terceira, e a Universidade Estadual da Califórnia em Fresno, faculdade de ciências agrárias e tecnologia. Em junho deste ano, 4 alunos de Fresno farão um estágio de um mês na Universidade dos Açores e em fevereiro de 2020, virão a Fresno alunos dos Açores. Este encontro de sabores e receitas, foi extremamente produtivo para ambos os lados e deu aos alunos da universidade, assim como aos professores do departamento de ciências alimentares, uma ligação com a gastronomia açoriana. Mais de 80 pessoas, ligadas a vários sectores do Vale de San Joaquim, estiveram presentes no jantar confecionado pelos cozinheiros terceirenses, os alunos e com o apoio de diretores da fundação das cidades irmãs Tulare-Angra. Para o presidente da Universidade Joseph Castro, estes intercâmbios são fundamentais para ambos os lados do atlântico. Desde que foi lançado há três meses, com a presença do Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, o Instituto Português AlémFronteiras tem realizado uma amalgama de eventos, focando várias áreas, desde um painel sobre a presença portuguesa na agricultura do Vale de San Joaquim, conhecido como o “celeiro da América”, a um dia dedicado a jovens alunos de língua portuguesa nas escolas secundárias desta zona da Califórnia, com 320 alunos, a uma conferência e celebração sobre o 25 de Abril, e a colaboração num seminário sobre investimentos em Portugal, no campo da agricultura. Em breve o Instituto Português Além-Fronteiras anunciará as atividades para o semestre do outono, com conferencias, painéis, fóruns sobre a comunidade de origem portuguesa na Califórnia, exposições, saraus culturais e intercâmbios. Para Diniz Borges, fundador e diretor do PBBI: é fundamental uma ligação contínua com a comunidade local e com os Açores.

diniz borges e Chef Paulo Rocha

não falte à festa da bola!


Comunidade

15 de Maio de 2019

23

Rooster Camisa’s Mission

A

Why we do what we do

s someone born in Terceira but raised in California, I live that same existence many of our people do by gravitating to anything Portuguese. So, after retiring from many years of working as a social worker, I knew whatever I did next would be something that would make me connect to my Portuguese heart of hearts. That decision was made four years ago. Last month, the vehicle for that connection came into my life and I’d like to tell you all about it. Well, to be honest, the opportunity wasn’t in the form of a vehicle but rather as a rooster (of all things) or should I say, Rooster Camisa. Goretti Medeiros is Rooster Camisa’s founder, owner and head rooster in our fun flock of many roosters. While I’ve known Goretti most of my life because we grew up in the same community, it wasn’t until recently that our paths crossed again. In learning about Rooster Camisa from her, I knew it was not only a great business for me to support but it was that opportunity I’d hoped would come along…the way for me to connect with my Portuguese roots and help others do the same. Read on to learn about Rooster Camisa’s mission and the reason why I’m excited to be part of this company’s community.

As only Goretti can explain, Rooster Camisa was created because of one of her large family gatherings. Well, there’s more to it than that. Goretti, like many Portuguese people, is from very large family. In preparation for one of her Christmas family gatherings, a plan put in place to have everyone wear matching shirts. Goretti volunteered to design them and several others pitched in with their own shirt ideas. By the end of the process, there were several shirts designed and ready to wear. The great news was that there were enough shirt designs to seed the company, Rooster Camisa. The bad news was that the plan of wearing matching shirts for that year’s Christmas gathering never happened. Fast forward to today. I asked Goretti what she’s enjoyed most about Rooster Camisa’s journey so far. She answered, “That I’ve been able to connect with the Portuguese community; I’ve learned so much and am grateful to be tasked to carry that knowledge forward. An example of that is learning all legends surrounding the infamous Galo de Barcelos.” For those unfamiliar with the legend, please see information at end of this article. Goretti said, “My favorite tradition tied to the legend is the one that says it’s good luck to purchase, steal and gift it.” I asked Goretti how the rooster is supposed to be positioned to bring the best of luck into the house since I’d heard several theories over the years. Her reply was that it needs to face away from the front door of the house. For all

Margaret Resendes Peek

with their own Galo de Barcelos, please take note of this and position as directed. Speaking of directions, I asked Goretti where she saw Rooster Camisa going in 2019 and she stated that some things will change and others won’t. The thing that won’t change is the company’s original elements upon which its foundation is built. It should be of no surprise that these elements relate back to the Galo de Barcelos legend. The legend’s key elements exemplify honesty, integrity, honor and trust. Rooster Camisa’s foundation is built on those elements and they will always be in the forefront of everything the company does. Goretti’s vision for Rooster Camisa is to take the beautiful characteristics and traditions that are a part of our Portuguese culture and bring those things to share with our non-Portuguese friends. Goretti states, “As Portuguese people, we live our American lives and our Portuguese lives and it’s Rooster Camisa’s mission to bring out our Portuguese culture into the American part of our lives.” I loved hearing that and it’s one of the things I want to be a part of. So here I am, a member of Rooster Camisa’s Ambassador Team as well as its Sales Representative Manager. We’ve decided 2019 is the year we expand what we offer so that we can continue to provide quality products to our Portuguese community and start spreading the word on the positive influence we Portuguese have had on the American culture. New Products and a New Era Rooster Camisa is continuing to design fun clothing and quality accessories and we’re excited to announce that we’re curating a new line of beautiful housewares imported from Portugal! These are gorgeous table cloths made of high-quality cotton and a variety of aprons for everyone’s favorite cook. Throughout 2019, we’ll be adding beautiful imports from Portugal that will proudly represent our rich culture everywhere we share it. Goretti is continuing to spend time researching and making sure each imported product is historically sound and rooted in our Portuguese culture. But she’ll also be creating products that will represent how we’re proud Portuguese and proud Americans. We’ll continue to serve our Portuguese community with great honor and this is the year we’ll make that crossover to our non-Portuguese community. That brings us, yet again, back to the Galo de Barcelo legend. The practice for having a good luck rooster is that it’s important to share the luck when you have good luck. But the original rooster can’t be in all places so we’re opening the opportunity to others to create a community of roosters. In addition to continuing to be a fun sales presence at festas and other Portuguese events, we’ve started a new team of sales representatives throughout the United States! We’re already represented in the New England area as well as on the West Coast. Our goal is to make sure our Portuguese culture is carried on for generations to come while giving our Portuguese ancestors the recognition they deserve for all the great contributions made since their immigration to America. Rooster Camisa also feels very passionate about supporting our fellow people who are doing amazing work at that same crossover. People who are Rooster Camisa Ambassadors like the gifted baker, Jeremiah Duarte Bills of Jeremiah Bakes, http://www.jeremiahbakes.com/, and the amazingly talented Lafayette Azevedo (a.k.a. Emcee Nutso) https://emceenutso. wixsite.com/mcnutso. Of course, there are our very funny friends at Cala a Boca https://www.facebook. com/calaabocashow too. This is an exciting new era for Rooster Camisa. Please join us in it in many ways: subscribe to Rooster Camisa at https://roostercamisa.com/pages/contact so you’ll get our newsletter and emails; visit us at https://roostercamisa.com/; share us on social media and look for us at live events. We’d love to meet you in person! What I’d like to leave you with is that Rooster Camisa is looking forward to continuing to work hard at honoring the privilege of being Portuguese by sharing our great culture with everyone. We want to do our part to help it remain a vibrant part of the lives of those who are living it, a tribute to those who came before us, and a gift we all give to our future generations. So for now, as they say in the old country, haja saude (to good health)!

www.roostercamisa.com EMAIL: ROOSTERCAMISA@GMAIL.COM PHONE: (562) 833-9818

(left) Goretti Medeiros, Rooster Camisa’s founder & Margaret Resendes Peek

The Legend of the Portuguese Rooster The inhabitants of a village were quite alarmed with a crime, and this all the more because they could not discover the criminal. One day appeared an outsider who became suspect at once. The authorities resolved to seize him and, despite all his oaths of innocence, no one believed him because nobody thought it credible that the man was on his way to worship a well-known saint in a nearby town, St. Tiago. Finally, he was condemned to death by hanging. As a last request before his execution, he asked to be brought once more into the presence of the judge who had condemned him. The request was granted and they lead him to the residence of the magistrate, who was just banqueting with some friends. The convicted man declared again his innocence and in the presence of the guests, he pointed to a roasted rooster on the table exclaiming: “My innocence is as certain as the roasted rooster will cry, if I should be hung.” Everybody laughed at him, but nobody dared to touch the rooster. However, what seemed impossible, became reality. When the man was to be hung, in that very moment the roasted rooster stood up on the table and began crying. Nobody doubted any more the innocence of the condemned man. They hurried to the gibbet and saw the poor man with the rope around his neck. But a free knot had avoided his suffocation. They immediately set the man free and the man went away in peace. Some years later, he returned to Barcelos and built a monument in praise of St. Tiago and the Holy Virgin.


24

Opinião

15 de Maio de 2019

…CONTINUAMOS ENFERMOS DA “DOR DE SER QUASE”?

C

1 – murmúrios do sermão da coragem ontinuo adepto da hipótese de ser aceite como missionário da Bondade, frente à ventaneira da verdade-mentirosa. A dignidade democrática norte-americana tem a missão de enfrentar a imparável agressividade trumpista do “l’enfant terrible” que (porventura) possui mais pistolas que livros no seu gabinete, na White House… Desde jovem (a pensar não se envelhece!) tenho procurado assentar praça, como soldado-raso, no batalhão protector da verdade relativa das coisas – com altivo e activo repúdio pelas virtudes oficiais patentes nos manuais da moralidade manipulada pelo poder autoritário… São feitios. É provável que a minha fragilidade possessiva tenha sido protectora da opulência obscena dos mandaretes açor-lusitanos. Reconheço, contudo, aqueles que usam a pobreza como ‘alavanca’ psicoreligiosa’ para melhor explorar (disfarçar) a má-consciência das tribos possidentes… O desbotado consenso emocional de “amar os pobres e odiar a pobreza” já deu provas da sua ineficácia ética. Não me parece possivel eliminar a pobreza (miséria humana é outro fenómeno) simplesmente através da aritmética, ou seja duplicando (até mesmo triplicando) o rendimento individual. Logo que

Memorandum

João-Luís de Medeiros jlmedeiros@aol.com

as comunidades ofereçam sinais de progresso, os indivíduos depressa “descobrem” novas (exigentes) necessidades, mercê da mitologia do narcisismo publicitário. Aliás, as trajetórias comuns dessas supostas necessidades começam como mera ostentação epicurista, e terminam em necessidades irreversíveis: exemplo, em 1900, o telefone era um luxo sumptuário… agora, é um instrumento rotineiro… A democracia política funciona como “mandamento” global para o chamado “unfinished business” da civilização. Apesar de se tratar de um tema aliciante pela sua aparente modernidade, o conceito “democracia” anda nas bocas do mundo há mais de dois mil e quinhentos anos. Quando observamos a fundo o conceito de “igualdade de oportunidade” ressalta-se-nos à vista o vírus da “oportunidade de ser pobre” – um vírus comparável à “Sida Social”, cuja propalação o “terrorismo económico” detém o vanguardismo… 2 – Renovação na Revolução… Para quem se reclame desertor confesso do bafo de recordações patrióticas, não será motivo de espanto o facto de existir em Portugal uma reserva de fastio, relativamente à ideia de falar da revolução portuguesa acontecida em Abril de 74. Já lá vão quase quarenta e cinco anos de turbulência cívico-patriótica, com alguns (res)saltos qualitativos, é certo… Assim tem sido a nossa patriótica revolução: os seus desamores, esperanças espadeiradas, exílios silenciosos e

anónimos sem apoios comunitários … Sim, porque há por essa europa fora, por essa escandinávia friorenta, pelas américas marginais ao credo capitalista… enfim, alunos do silêncio: refiro os apóstolos da vigília da resistência, perante o gargalhar efêmero da superficialidade do sucesso material. E pronto! Vamos enrijecer a coragem de enxugar o suor da nossa autonomia, na legítima ânsia de beliscar a valentia do futuro… Agora, os ideais da “revolução dos cravos” estão a saldo nas vitrinas “euro-chinesas”. Não precisamos de binóculos para observar o entusiasmo dos retalhistas (turistas) revolucionários. Segundo os mordomos do saber, a revolução de Abril parece andar em fase lutuosa: a revolução não foi um mal necessário nem um bem inadiável - foi um expediente para renovar a continuidade, ou seja, a democracia portuguesa continua enferma da “dor de ser quase”… Discordo da mordomia posseira. Concordo – isso sim - com a dignidade humana quando considera o “25 de Abril” um feliz episódio da ressurreição civilizacional. Seja-me permitido concluir estes murmúrios sermonários com algumas palavras do meu modesto idioma poético : … hei-de um dia amanhecer na fronteira do Além será um consolo ver a silhueta do Bem. (*) o autor continua fiel à antiga grafia

Concelho da Praia da Vitória na Diáspora

Tibério Dinis visita a nova inglaterra, canadá e Califórnia Numa semana e pouco percorremos uma pequena grande parte da Comunidade do Concelho da Praia da Vitória na Diáspora. Pela primeira vez, um pequeno grupo realizou o mais extenso percurso de uma só vez. Economizamos recursos, chegamos a mais lugares, a mais praienses e a mais açorianos como nunca antes. Seis grandes festas dedicadas à Praia da Vitória e cerca de 3500 espectadores, desde a Nova Inglaterra (EUA), Ontário (Canadá) e Califórnia (EUA). Mantivemos contactos económicos, políticos e institucionais que certamente terão frutos no futuro. Gritamos vivas, beijamos a saudade e abraçamos o futuro, na excelência de um espetáculo, de gargalhadas e de lágrimas, no qual, Homenageamos dignamente os que partiram no último ano... A visita oficial da Praia da Vitória às suas Comunidades não deve ser de forma alguma menosprezada ou vilipendiada pelas críticas do costume. Deve sim, ser valorizada pelo intenso sentimento que se sente na Praia da Vitória e nas Comunidades. Há um imenso orgulho em toda a comunidade açoriana e muito em especial na comunidade na Diáspora de todo o Concelho da Praia da Vitória! A todos o meu sincero obrigado! VIVA À PRAIA DA VITÓRIA! Tibério Dinis

Casa dos Açores do Ontário

Massachusetts

São José, CA

Casa dos Açores de hilmar

artesia, CA


Tauromaquia

15 de Maio de 2019

29 de abril

santo antão stevinson

25

Quarto Tércio

C

José Avila

josebavila@gmail.com

toiros 3 ganadaria açoriana

3 joe alves/joão silveira

paulo jorge ferreira

filipe gonçalves

amadores de turlock

francisco palha

om um bom cartel iniciou-se a nossa temporada taurina de 2019. E segundo sabemos irá continuar assim, com um nível de actores acima da média. O grande problema que temos actualmente na nossa festa brava são os toiros. Temos cavalos a nível mundial, temos bons forcados, temos bons cavaleiros, temos bons bandarilheiros, mas temos pouca atenção à qualidade do toiro. E perguntamos - quantos ganaderos é que fazem tentas? Quantos? Sem tentas, nunca se poderá ser bom ganadero. São simplesmente empresários de toiros o que é muito pouco. As nossas festas poderiam controlar esse fenómeno, não contratando empresários de toiros, mas contratando sómente GANADEROS a sério, o que são poucos.

O Gallo Center for the Arts teve a super ideia de apresentar uma ópera bonita - Carmen, de Bizet - de boa musica, com uma história linda de amor e ao mesmo tempo de festa brava. E teve o condão, através de pessoas amigas, de contratarem um cavaleiro - Paulo Jorge Ferreira - um bandarilheiro - Luís Filipe - e um grupo de forcados - Amadores de Turlock - que fizeram muito bem os seus papeis de activos participantes no quarto acto da linda Opera. Ficam de parabéns a Opera de Modesto pela ideia na pessoa de Roy Stevens, o Gallo Center for the Arts e todos os seus actores, com especial relevo para Carmen, Don José, Micaella. Parabéns ao condutor Ryan Murray, pelas suas explicações antes do espectáculo e actuação no mesmo. Dorothy e George Martins deslocaram-se a Sevilha para assistirem à Corrida do jovem cavaleiro Diego Ventura que toureou com um cavalo da Coudelaria Martins - Joselito de seu nome. Brindou a sua segunda lide aos seus amigos Martins, o que foi um gesto muito bonito de amizade.

aposento de turlock

3 e 5 de maio

ópera modesto carmen

SEVILHA: VENTURA BRINDOU SEGUNDA ACTUAÇÃO A GEORGE MARTINS

forcados amadores de turlock

gallo center for the arts

photo David Schroeder

luís filipe

photo David Schroeder

paulo jorge ferreira

don josé e carmen


26

Cultura

15 de Maio de 2019

PAGINA DE ARTES E LETRAS DO TRIBUNA PORTUGUESA

Apenas Duas Palavras Diniz Borges

d.borges@comcast.net

Ao Vasco do Campo

*

D

Diniz

Vasco Pereira da Costa

(Quando escrevo não olho para trás E ao ler levo sempre a primeira página à proa) eixei-me arrastar por este marulhar de palavras sentado de olhos a esgaravatar na areia da maré seca c’os dedos dos pés na leitura dos grãos das folhas até à preia-mar do fim dos teus versos páginas de atlântico casulo de palavras túrgidas do muito sentir da viagem (vida) de insulas à margem do mundo europa expandida em saudades secas na lágrima dos séculos Entendi, subentendida, a tua “tristeza de novo’’ Porquê? Despertas no meio do desconcerto Consertas o teu e nosso rumo no ritmo certo dos signos luzeiros em flor de tudo o que nos cerca (a história e as estórias não te deixam naufragar nas formas: como aos cornos de um touro - falo nisso mais adiante - agarras-te à bóia da transgressão) E assim fazes-me passear os dedos (c’ma numa viola de arame) pelas estações do tempo onde nascem os versos verdes da tua espera de sonhos enredados nos ramos dos cedros (ramos ou nomes? os cedros nossos moram lá fora nas capelas de muitas lisboas…ficou a toponímia…) No caminho da tua escrita reparo nas nuvens exaltadas donde se desprendem a nossa chuva miudinha morrinha em terra choca o tão nosso leito do noivado da água pura com o sol devasso Pura volúpia de Bach, Ah! De barcarolas meu vate! cada remada é um verso Ligas o Mondego ao Hudson És um cowboy do avesso Num poema sem remate que a seguir se completa na metafórica historiografia dos teus lugares santos (o outro chamava-lhe loca infecta) com paraísos, alguns infernos frios, cegonhas com asas roubadas aos anjos incautos (contigo ao fundo de cada poema a inventariar fábulas embora digas que não porque o teu livro é plasmado em delírios de deuses, orgasmos de heróis, espasmos de santos…) Embebido na seiva dos meses e das coisas simples (como as laranjas e o pessegueiro como estes versos como fruta) este teu campo é granja é templo onde tu qual minhoca paredes meias com a toupeira fazes das palavras o húmus do poema marchetado de multicolores vozes vindas do ventre da terra Por favor não mates as moscas com livros! Que coisa! Deixa-as comer tarte de maçã porque elas e eu mailo Toiro do Marujal temos direito ao júbilo da vida, comum a deuses, homens e bichos quando em ambiência serena de êxtase mítico pudermos contemplar as pernas de leite das raparigas […]nas margens do Arunca que é como quem diz a desejar a pureza dos seios das mulheres novas no lavadouro do meu Calhau Miúdo (este poema, o teu, vale mais do que todos os Minotauros. No meu calhau vararam muitos “bois do mar”… )

Eugénio de Andrade escreveu algures que: “é possível que só as árvores tenham raízes, mas o poeta sempre se alimentou de utopias. Deixe-me, pois, pensar que o homem ainda tem possibilidades de se tornar humano”. A voz dos poetas é um alimento constante sem o qual o mundo cada vez mais tem pouca graça. Este texto poético que o poeta José Francisco Costa partilha com os nossos leitores sobre o novo livro do meu amigo, o poeta, Vasco Pereira da Costa é exemplo concreto de como precisamos da poesia e dos poetas. Uma bela leitura do último livro de Vasco Pereira da Costa, que li e reli, porque nele temos um conjunto de poemas que nos elevam aos tronos mais sublimes da poesia, que nos levam a meditar sobre a poesia que existe em cada quotidiano. Bem-haja ao Vasco por mais este livro. Bem-haja ao José Francisco por esta leitura. O poeta Vasco Pereira da Costa é um amigo, que muito estimo, e que através da sua poesia tem (lembro aqui o livro My Californian Friends, entre outros trabalhos da sua obra) cantado a nossa emigração. Abraços,

Por falar em sonhos mitos que é o que por aí fica das nossas cinzas contigo genuflecti nas portas do ródão de corpo aberto a esta vaga do mar que somos (feitos à semelhança da história e da geografia paridos como bezerros enfeitados e coriscos malamanhados e baleeiros e demais cavadores das águas insulas que se foram em botes nada pechinchinhos até às califórnias canadás e a este leste onde te leio)

Tejo afeiçoado ao nosso ser: uma montanha a rasgar muita pedra a revolver nas ânsias de ter o mar

E disseste como ninguém. Assim vestes de palavras a nudez primordial da nossa ansiedade universal feita de gestos, jeitos e gestas sempre em direcção ao mar (Azimute destino fado) O nosso passamento entre qualquer vida e toda a morte será registado no silêncio do líquido espaço onde cintila clara e exacta a ilha A única testemunha uma Arocaia senhora do ‘’O’’ admirando soletrando rompendo o denso nevoeiro dos teus versos Descansa que não farei delite dos semas semeados por este teu campo esteio de formas bem fechado equação de um corpo poeticamente aberto PS. Se calhar os teus versos ‘’deram-me cabo da pinha’’. Tem paciência… Um abraço muito arrochado

José Francisco Costa

BREVES DADOS BIOGRÁFICOS

Vasco Pereira da Costa natural de Angra de Heroísmo (1948), licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Coimbra. Professor Aposentado. Foi diretor Regional da Cultura nos VIII e IV Governos dos Açores. Integrou o Conselho Diretivo da Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento (FLAD) e, como representante dos Açores, O Conselho Nacional da UNESCO. É Presidente da AG da Alliance Française (Coimbra) e vice-presidente da AG do Instituto Açoriano de Cultura. A obra literária de Vasco Pereira da Costa inclui quatro livros de ficção, cinco de poesia e um de memórias. Foi galardoado com os Prémios Miguel Torga e Aquilino Ribeiro. A obra mais recente, editada pela Calendário de Letras, intitula-se Ilhíada – antes e depois (poesia 1972-2012) e assinala quarenta anos de atividade literária. Pintor, usa também o pseudónimo de Manuel Policarpo. *Vasco Pereira da Costa (2018), Campo, Vila Nova de Gaia: Calendário de Letras


Manuel Cabral 15 de Maio de 2019

Patrocinadores

organista • vocalista

PADARIA

Manuel Cabral

POPULAR BAKERY

ORGANISTA • VOCALISTA

Grande selecção de productos de mercearia

baked fresh daily!

Papo-secos • Pão de trigo • Bolo do Pico • Pão de Milho • Biscoitos • Rosquilhas • Massa Sovada Bolos de Casamento, Baptisados, Aniversários

Qualidade é a nossa preocupação!

Os nossos productos estão à venda nos bons super mercados!

Telefone: 408.258.2800 1636 Alum Rock Ave., San Jose, CA 95116

Musica Bem Portuguesa e Inglesa

Contacto: 562.924.3509

Musica Bem Portuguesa

Contacto: 562.924.3509

Dj Casa Portuguesa DJ George ARTESIA

For booking Call

562-316-8186

www.djcasaportuguesaartesia.com

27


28

Desporto / Política

15 de Maio de 2019

liga nos 2018 / 2019 benfica a um ponto do título 33.ª jornada

rio ave 2 - 3 benfica BENFICA VENCE RIO AVE E ESTÁ A UM PONTO DO TÍTULO.

nacional 0 - 4 FC porto DRAGÃO SENTENCIA NACIONAL E AGARRA-SE À LUTA PELO TÍTULO ATÉ À ÚLTIMA.

abola.pt

abola.pt

PortugueseHAmericans Elected Officials in California

Richard P. Santos

Santa Clara Valley Water Board Santa Clara Valley Water Board Director Richard P. Santos, District 3, is a native of Alviso, California, and he served in Korea with the1st Calvary Armored Division until receiving an honorable U.S. Army Discharge in 1965. In 1968 he was hired as a San Jose Firefighter, promoted to Fire Engineer, Fire and Arson Inspector and retired with 33 years of Service as a Fire Captain in 2001. During his tenure at the San Jose Fire Department he served as the elected Fire Representative on the San Jose Police/Fire Pension system for 12 years and was a labor representative of the San Jose Firefighters Local 230 union. Director Santos is currently elected and appointed by the Mayor and San Jose City Council as the Retiree Representative on the San Jose Police/Fire Retirement Pension System. Director Santos has volunteered in the Alviso Community and Santa Clara County for the last 50 years. Director Santos was elected in 2000 to represent District 3 - Sunnyvale, Santa Clara, Alviso community, Milpitas, and Berryessa/Alum Rock communities. Director Santos has served on the Board of Directors as Vice Chair in 2004, 2009, and 2017, and as Chair in 2005, 2010 and 2018. His current term is through December 2020. He is a proud American of Portuguese ancestry.

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH Published in the Tribuna Portuguesa as a public Service to our community with the collaboration of CPAC-California Portuguese-American Coalition, whose mission is to unite Portuguese-American elected officials and civic leaders to facilitate stronger collaboration in the advancement of the interests of the Portuguese-American community in California. CPAC is funded thanks to a partnership with FLAD and with community support.


Opinião

15 de Maio de 2019

Ao longe a liberdade

29

Paralelo 38 João Gago da Câmara

H

joao@ilha10.net

oje sou pai de filhos e avô de netos, como se diz comummente. Tenho duas filhas e três netos. O meu primo, Luís, tem três filhos e nenhum neto. Ainda. Ele anda pelos lados do saber, eu a palmilhar os territórios da informação. Saber queríamos nós há dezenas de anos atrás se a miúda seria gira (hoje chamam-nas gajas, termo impróprio para seres tão delicados. Uma ordinarice!), se a loura era mais para mim e a morena mais para ele. Crianças, … quase adolescentes já com o sentido do sexo oposto para complementaridade da nossa já desmedida felicidade. O local de pesquisa era no aeroporto. Vamos, João, até à aerogare para vermos se vem alguma miúda gira para mim e outra para ti? As caras na cidade e na ilha eram sempre as mesmas. Passeávamos com elas, dançávamos com elas, mas a ilusão de que o que é novo é melhor bailava nas nossas cabeças novas e tontas. Fomos. Esperámos a chegada do avião, viesse ele de onde fosse. – Luís, tens dinheiro? Vamos tomar uma laranjada? – Ó pá, tenho cá dinheiro! A minha mãe dá-me cá nada! E o meu pai, nem me atrevo a pedir-lhe! Eu também não tinha. Nem um tostão. Aterra um avião pequeno da Força Aérea Portuguesa. Não trazia miúdas. Trazia tropa deslocada. E trazia também, sempre, o velho Sargento Nicolau, da FAP

nos Açores, uma figura única na Base Aérea 4 estacionada nas Lajes, um militarão dos quatro costados. Já era eu então um perdido pela aviação. Aquele elevar da máquina no ar, o roncar dos motores que soltavam lágrimas às mães que viam partir os filhos, o saber-se que havia gente ali dentro a subir na atmosfera, esse emocionante dizer adeus que sempre faz a saudade acontecer, o atrevermo-nos afrontar o mundo das aves e essa ambição de um dia sentir a responsabilidade imensa de estar num cockpit a comandar uma dessas aeronaves, eram um fascínio e impulsionaram-me a perguntar ao meu primo se queria pedir boleia ao sargento Nicolau. – E os nossos pais, pá, não lhes dizemos nada? – questionou. – Não, pá. Não lhes dizemos nada. Vamos e pronto respondi-lhe. E tal como tínhamos combinado, dirigimo-nos ao sargento a perguntar-lhe se nos podia levar para a Terceira. – Têm a certeza que os vossos pais vos deixam embarcar? - perguntou-nos o militar desconfiado. – Claro que sim. Não há problema. - mentimos. – Então venham que o avião vai sair e arranjo-vos dois lugares. E lá fomos, dois rapazolas, a voar de graça os céus rumo à pequena América da ilha. – Tanta lenha que vamos apanhar quando voltarmos para São Miguel! - observou o Luís. – Não te preocupes, Luís, goza agora a viagem e o resto há de se ver - respondi-lhe.

RECORDANDO O PASSADO VIVENDO O PRESENTE

F

Estávamos na fase final da criancice e a entrar na adolescência. Tínhamos a escola no dia seguinte, a que faltámos. Deixámos os nossos pais em alvoroço. As nossas mães choravam. Estávamos longe e sem dinheiro. Tivemos fome e pedimos para ficar no Seminário de Angra do Heroísmo onde nos serviram arroz com ovos e que abençoada refeição, e lá ficámos a pernoitar. O telefonema, por ordem dos padres, foi feito. – Pai, estou na Terceira com o Luís. Viemos à boleia no avião militar. E a resposta que veio do lado de lá foi simplesmente: – Conversamos quando chegares aqui. Ui!... Que peso de resposta! Que grave a voz do pai! Mas chegou o cheque telegráfico, que fomos levantar aos correios, e a passagem paga na SATA que nos levou de regresso a São Miguel. Ao invés do enxerto de pancada que se se fazia anunciar, achámo-nos envolvidos no calor dos braços das nossas mães que já previam o pior. As miúdas não tinham cabelos loiros nem morenos, não eram altas nem baixas, gordas ou magras, não nos apareceram. Foi só céu azul a perder de vista, algodões de nuvens, oceano etéreo, fardas da FAP, novos horizontes a ocidente, aquele cheiro característico a alcatrão das pistas de aviação nas Lajes e o sonho, esse sonho de, na ousadia e na coragem de apenas rapazes, acharmos concretizada essa tão infantil conquista da liberdade.

Traços do Quotidiano Margarida da Silva santamarense67 @yahoo.com

oi no dia 3 de Janeiro Numa tarde escura e fria Que Deus te veio buscar Para a sua companhia

A tua campa fui visitar À tua cruz fui rezar Muito foi o que chorei De não te poder abraçar

Há quatro anos que te foste Já nada é o mesmo Apenas a sombra daquele passado Que só ficou a saudade

Ó que saudades eu tenho Da minha casa pequenina Situada à beira-mar Na aldeia da Urzelina

Não pudeste dizer adeus Quando chegou o momento Laurinda Lobão Só me levaste contigo Emigrante da Ilha de São Jorge, Açores No pensamento

Com talento e admiração Eu escrevo esta canção Para deixar aos meus filhos Como recordação

LAND For Sale • Ponta Delgada • São Miguel • Azores, Portugal

Excellent property (5800sq m) located in the heart of the Urban Park with index of construction of 0.5, allowing the construction of 2900 sqm: 12 - 15 homes or apartment building or hotel. Take advantage of the surrounding green area to invest in an excellent high-income housing project. Invest in one of the noblest areas of Ponta Delgada with greater expansion. €750,000 Euros / $847,500. US Dollars

Please contact owner in U.S @ 508.254.7669 or Broker at Century21AZOR


30

English Section

15 de Maio de 2019

Interview with Taylor Amarante

WHETHER A BENFICA FAN OR NOT, LET’S CELEBRATE THE BEAUTIFUL GAME OF FUTEBOL... PORTUGUESE-STYLE! year? This was a group effort in every aspect. It is no secret that in my time with the San Jose Earthquakes, we aggressively pursued a match with Benfica for at least the last 3 to 4 years. We had a strong relationship with them dating back to the transfer of Yannick Djalo, and really tried to make it happen for our community. But as you know, the soccer world is a very busy one and there are many factors involved with bringing a European team to come and play in the States. We were close on a couple of occasions, and even this year nearly put it together, but in the final phases the two schedules just did not partner well. That is futebol. We learn to deal with these challenges. But it

teams involved make a considerable effort to bring the best rosters they can possibly bring. One thing working in favor of the spectators this year is the fact that there is no Euro or World Cup happening this summer. Granted, there is Copa America (South American Championship) being played in Brazil but the two teams playing in that final will play the match 2+ weeks prior to the match at Levi’s Stadium. I think we will see very competitive rosters on July 20th.

opportunity for two very passionate, very loyal fan bases to get a live look at their favorite clubs, playing right here in California. I am expecting a very fun, very rowdy stadium atmosphere full of members of our large Mexican and Portuguese communities!

You just left the San Jose Earthquakes organization as group sales manager, What is your earliest memory of how but remain as in-stadium host. How was you became a Benfica fan? your experience in the Earthquakes’ My earliest memories would have to be front office? the stories my Dad would tell us about the Chivas will be debuting in this tourna- My experience with the front office was amazing Benfica and Portugal teams of ment and it’s the only non-European an incredible one, very rarely in profesthe 60’s... all of those incredible players. team to participate in the 12-team toursional sports do you get to contribWinning domestic titles and European nament. Do you think Chivas will ute to the opening of a brand new, cups as a club and then competing in the feel at home at Levi’s professional sports stadium, and World Cup together for Portugal, that’s Stadium? I was able to do just that. I was pretty impressive. The desire to hear there the day the first piece of more stories increased as my brother and steel went up, I was there the I started to play club soccer and then we day we cut the ribbon and started catching the games at home on one I was there to see the first of those less-than-legal international TV goal, first win and first playboxes. Watching João Pinto and Rui Cosoff berth... It was truly a ta run rampant up and down special journey. I am very the field was pretty proud of my contributions cool to a couple of to the club, the relationyoung kids trying ships I’ve made there to learn from the and the work I’ve done, greats. Soon therebut now I am pursuing after the Portuguese new career challenges o mã at Si Community of Santa e and cannot wait to r g ca Benfi Clara pitched to get see what those have d n a t i ng r o p RTP added to our cain store for me, some th S a; w i t s ble packages and when in futebol, some not. I am a very o iC d Ru n e it was we were able to ambitious person and staying put for too g e al enfic B watch tons of games! It C h i v a s long in one place does not suit me. I ald n te a aran n. wasn’t as easy prior to that is a historic club ways look to continue building myself. m A on bo r Jas uz in Lis e because of course, this was in Mexico with loyal fans all As you mentioned though, I am staying h t o L br io d a h h is d t before the internet and inover North America including a massive on as the In-Stadium Show Host, a role i á t s w ) ht ’s E r (rig t Benfica ternational soccer packages w a s fan base right here in the United States. that I love, and look forward to continuing o l y a a lef t: T m i ly truly existed. this work and It’s no secret that they have a large follow- to entertaining fans and help produce the From a; w ith fa s o r this relationship building ing here in California so I am expecting best in-stadium entertainment and prob Sa What is your favorite that helped promote the Bay Area as Levi’s Stadium to see a solid turnout of gramming in all of Major League Soccer. Benfica player(s)? Why? a hot bed for Portuguese soccer fans and Las Chivas Rayadas supporters. I think It is common for Benfiquistas to select thus, an ideal destination for a Benfica it’s great that the International Champions What message do you wish to leave for Eusébio as their favorite Benfica player of match. The credit from that point goes to Cup decided to include Chivas because the Benfica and Portuguese soccer fans all-time, and rightfully so as he is an abso- Benfica for really pushing in general? lute legend. Aside from my father’s stories the match location and the My message is one about him, in my time working in sports ICC (International Chamof community and broadcasting I’ve been able to meet some pions Cup) for making it solidarity. You see legendary players who played alongside all come to life. Now we everyone has their Eusébio and their stories about him are in- just need the fans of the “favorite” club credible too. I was also able to go back and Portuguese Community to team from Portuwatch some of his amazing performances show up in BIG numbers gal; for some it’s for both Benfica and for the Portuguese and justify the arrival of Benfica, Sporting National Team and it’s true, he was out of such a huge match up! or Porto, for oththis world! However, my favorite all-time ers it’s Maritimo, Benfica player is Rui Costa. Much of this Levi’s Stadium has a Nacional or Santa is due to the fact that I was able to fol- capacity for 68,500 fans Clara, and that low his career closely and watch him play while Benfica’s Estádio pride and passion not only at Benfica but at Fiorentina, AC da Luz is actually slightruns deep, but Milan and back at Benfica again where ly smaller at 64,642 seats. when we have the he finished in 2008. He was an unbeliev- With Chivas de Guadalajara and Benrare opportunity to host any team from able dribbler, play-maker and attacker fica playing on July 20, how many seats Portugal’s first division, 5,500 miles away and scored some unbelievable goals in are you expecting to fill? in Santa Clara, CA -- it would be amazing his time. He was such a huge piece of the It’s hard to say at this point, although this to see all come together and support the Portuguese National Team as well, having match might not appeal to the neutral event, regardless of club team preference. played an important role for Portugal in soccer fan as much as say a Real Madrid The better the turnout for the match, the many international tournaments. I actu- vs. Barcelona match would, it still packs more likely teams from Portugal could ally had the great honor of meeting Rui quite a punch for the fans in this part of come again! It’s up to use to show up Costa 3 years ago while on a business the world. If I know these two cultural and celebrate the beautiful game... Portutrip to Lisbon and it was a pretty exciting communities well, we will have a vibrant guese-style! experience! Outside of Rui Costa I also stadium and a very passionate atmohave great respect for players like Simão sphere! It’s a day game, in the summer, on Sabrosa (although he originally started a Saturday and features arguably the two his career at Sporting), Nuno Gomes and best teams from Portugal and Mexico, International Champions Cup Luisão. These are players who played big what more could you ask for? Benfica vs. Chivas de Guadalajara roles with Benfica while I was growing up Levi’s Stadium, Santa Clara and falling in love with futebol. As a pre-season game, not all players if the tournament truly wants to embrace Saturday, July 20, 2019, 1 pm may be available to travel and play on “international” status it must expand invi- Tickets at Ticketmaster ($35-$235) How were you able to convince the In- July 20. Any indication of Benfica’s tations to clubs playing outside of Europe ternational Champions Cup organizers commitment to bring the best squad? as well. All in all, this particular match up Photos courtesy of Taylor Amarante and Benfica to play in the Bay Area this Normally for the ICC tournament the at Levi’s Stadium presents an awesome


English Section

15 de Maio de 2019

31

Five Wounds Portuguese National Church Centennial Celebrations, 1919-2019

OUR LADY OF FÁTIMA & MOTHER’S DAY The annual feast in honor of Our Lady of Fátima took place at Five Wounds Portuguese National Church wih Mass followed by a dinner and dance at IES Hall on Saturday, May 11. On Sunday, May 12, all Mothers received a special blessing from Rev. António Silveira at the end of each Mass. Following the 10:30 am Portuguese Mass, there was a procession with the statue of Our Lady of Fátima accompanied by the Sociedade Filarmónica Nova Aliança of San José. On Monday, May 13, there was an evening bilingual Mass followed by the traditional candlight procession.

Photos by Miguel Ávila, The Portuguese Tribune

”What good are YouTubers?” As a free thinker and someone with no authority, I’m watching with annoyance the fever of YouTubers who are infecting social networks and multiplying like mushrooms. Anchored on a cybernetic platform, they exchange the real world for the digital one. They prefer cyberspace to cafés. And “working” without leaving home as “content creators,” “opinion makers” and “digital influencers,” they are in the overwhelming majority devoid of education and any credibility. The result: Anyone can be YouTuber. You just need a computer, a camera and... some chatter. But what good are YouTubers, then? They serve to entertain and animate whoever wants to be entertained and animated.What is a YouTuber’s social importance? None whatsoever. Communicating with others through clear screens seems to be creating more disconnection, isolation,

anxiety, stress and loneliness.So what do YouTubers really want? They want to be seen and heard and, being smart-alecks, they crave fame, glory and... profits. Many of them create blatant publicity campaigns for different brands. Others ally themselves with the electronic gaming industry. In fact, given the nature of this matter, it is vital to alert parents and guardians to the following: new studies emerge every day that say addiction to electronic games and social networks causes very real emotional disturbance in our young people.

The World Health Organization has already proposed including it as a mental illness in the next revision of its manual of classi-

fication of pathologies.Stubborn and convinced, YouTubers like “Likes” and other such silliness because they are vain, exhibi-

tionist and narcissistic. They try to convince, and to impose their erratic ideas. They have the ambition to become leaders and references for thousands of young people (many of them socially awkward digital zombies) without interests, imagination or ideology.In order to garner legions of fans and followers, these young tech nological evangelists conduct vacuous conversations, repeat ad nauseam the same thank-yous and snark, manipulate facts, think up fripperies, make idiotic videos – ardently longing for

them to go viral. Even if they (the YouTubers) commit such harmful acts as, for example, swallowing detergent capsules. And these are the jerks who are forming and molding our youth. How to eradicate this source of contamination? With efficient regulatory mechanisms. That’s why I hope the Council of the European Union will implement Article 13 (the new copyright law that’s causing panic among YouTubers) in order to put an end to this international mess. So, yes, I can say loud and clear: YouTubers of my country, get a job!

by Victor Rui Dores translated from Portuguese by Katharine F. Baker


32

Ultima Página

15 de Maio de 2019

Life Insurance & Savings Plans

Let’s Be Social Follow us @mypfsa

COVERDELL IRA New Beginning

Great to start a college fund for children. Funds can be withdrawn for education tax free.

WHOLE LIFE 10 & 20 Year Pay Life Interest Whole Life Universal Life

College

TERM INSURANCE Starting a family

10, 15, 20,30 Year Term 30 Year Term – 20 Years Guaranteed

ANNUITIES & IRA’s Deposits of $1,000-$9,999 - Earn

Retirement Planning

Deposits of $10,000 – UP

3% - Earn 4%

(guaranteed first twelve (12) months)

Legacy

SEP IRA Simplified Employee Pension Plan

WEALTH TRANSFER Falamos Português

State Maximizer Single Premium Life Insurance

CONTACT US TODAY! 1-866-687-7372 www.MYPFSA.ORG Join us for a night of Baseball, Culture, Fun and Fireworks!

Official Sponsor

Friday, June 28, 2019 Modesto Nuts vs Visalia Rawhide John Thurman Field, Modesto

For tickets: milb.com/modesto | 209-572-HITS


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.