15th, February, 2017

Page 1

Tribuna Portuguesa 2 a Quinzena de Fevereiro de 2017 | Ano XXXVI - No. 1241 Modesto, California | $2.00 / $45.00 Anual

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA • WWW.PORTUGUESETRIBUNE.COM

Diniz Borges

California Outstanding Language Teacher of the Year 2 P.

Frank Silva

Menos e maiores leitarias

Manuel E Vieira

Gary Soiseth P. 15

Reconhecido pelos seus pares P. 14

Sugestões Feb 18 • Aniversário da Banda Portuguesa d

Mayor of Turlock

P. 16–17

$110 mil dólares Ajudar a Igreja de S. João Batista do Pico

Maria Bettencourt Conquistou Los Angeles

P. 19

P. 18


2

Editorial

15 de Fevereiro de 2017

O Profesor do Ano da CLTA é o nosso “Embaixador da Cultura”, Diniz Borges, Cônsul Honorário em Tulare

D

iniz Borges tem sido um colunista e colaborador da Tribuna Portuguesa há várias décadas. A coluna “Reflexos do Dia-a-Dia” de Diniz e a sua secção de artes e letras “Maré Cheia” são algumas das páginas mais lidas e apreciadas do nosso jornal, dando aos nossos leitores acesso a autores, poetas e outros artistas que de outra forma receberiam muito pouca atenção dos leitores. Recentemente, Diniz iniciou a secção de juventude “Tribuna Escolar”, dando aos seus alunos de língua portuguesa a oportunidade de compartilhar as suas idéias com o nosso amplo público. Diniz é o “Embaixador da Cultura” na comunidade luso-americana da Califórnia. Entre 1990 e 2002, organizou o bem sucedido simpósio de artes e letras “Filamentos da Herança Atlântica”. Em 2014, Diniz foi nomeado pelo Governo de Portugal como Cônsul Honorário de Portugal

em Tulare e em 2015 foi eleito como Pessoa do Ano da Tribuna Portuguesa por ser “capaz de projectar a nossa comunidade luso-americana para a sociedade americana em geral e para Portugal e outros países lusófonos [...] um verdadeiro embaixador da nossa comunidade”. Também em 2015, organizou a 39ª Conferência Luso-Americana de Educação e em 2016 coordenou as celebrações do 50º aniversário das Cidades Irmãs de Tulare, na Califórnia e Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Açores. Diniz apresenta e produz um programa quinzenal “Os Portugueses no Vale” no canal KNXT-TV 49 em Fresno. É, portanto, sem surpresa que este professor acaba de ser galardoado com o prémio Califórnia Language Teachers’ Association Outstanding Teacher Award. Diniz Borges é o primeiro professor de língua portuguesa a receber essa distinção. Parabéns a este incrível educador! ***

Diniz Borges has been a regular columnist and contributor to The Portuguese

Tribune for several decades now. Diniz’s “Reflexos do Dia-a-Dia” (Daily Reflections) column and “Maré Cheia” (High Tide) arts and letters section are some of the most read and appreciated sections of our newspaper giving our readers access to authors, poets, and other artists who otherwise would receive very little attention from the readers. Recently, Diniz started the “Tribuna Escolar” (School Tribune) youth section giving his Portuguese class students an opportunity to share their insights with our broad audience. Diniz serves as the “Ambassador of Culture” in the Portuguese-American community of California. Between 1990 and 2002, he organized and hosted the very successful arts and letters symposium “Filamentos da Herança Atlântica” (Filaments of the Atlantic Heritage). In 2014, Diniz was names by the Government of Portugal as Honorary Consul of Portugal in Tulare and in 2015 he was selected as The Portuguese Tribune Person of the Year for being “able to project our Portuguese-American community to the broader American society and to Portugal and

Solidariedade só de um lado é ABUSO Como é que se mede e se define SOLIDARIEDADE? Para quem escreve num jornal, há certos dias que as palavras se enrolam e tentam não sair dos dedos ou mesmo da cabeça, tal é a confusão e o querer compreender o que nos rodeia. A nossa Comunidade tem sido ao longo de sempre das mais generosas do mundo para todos, quer daqui quer das Ilhas. Se ajudar nas catástrofes maiores causadas pelos abalos de terra, a nossa resposta tem sido imediata e exemplar, já nas outras ajudas para os Açores sente-se que tem havido muito ABUSO dos açorianos residentes lá em relação à nossa Comunidade californiana. Somos e continuaremos a ser apologistas de tudo o que pudermos fazer para AJUDAR os nossos irmãos de além-mar. Somos CONTRA, o sermos os primeiros a quem é pedido ajuda, antes dos mesmos tentarem ajudarem-se a si próprios. Não se justifica recebermos telefonemas para ajudar a cozinha de uma organização,

P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866 Phone/Fax: 209-576-1951

ajudar na compra de fardas para a musica, na pintura de uma sociedade, se eles próprios não o fazem primeiramente na sua própria terra. Já recebemos telefonemas dos Açores a solicitar a nossa intervenção e a nossa resposta é sempre a mesma “Vocês fazem um bailarico, um jantar e umas arrematações nas vossas sociedades e depois sim, peçam ajuda, se ainda

other Lusophone countries […] a true ambassador of our community.” Also in 2015, he organized the 39th annual Luso American Education Foundation Conference on Portuguese-American Education and in 2016, he coordinated the 50th anniversary celebrations of the Tulare, California and Angra do Heroísmo, Portugal Sister Cities. Diniz hosts and produces a biweekly TV program “Os Portugueses no Vale” (The Portuguese in the Valley) on KNXT-TV channel 49 in Fresno. It is therefore without a surprise that this teacher has just been named as the recipient of the California Language Teachers’ Association Outstanding Teacher Award. Diniz Borges is the first Portuguese language teacher to receive such distinction. Congratulations to this amazing educator! miguel ávila miguelavila@tribunaportuguesa.com

Crónicas do Perrexil J.B. Castro Avila

Nunca vimos ainda nenhuma preocupação das organização ou sociedades daquelas a que temos ajudado a fazer finca-pé com o govermo para baixar os custos das viagens aéreas da América para os Açores? Nunca vimos nenhuma reacção açoriana a esse respeito. A defender quem os defendeu.

Andamos a evitar este assunto já há muito tempo mas agora quem vir a página 18 e a página 28 compreenderá o nosso nervosismo a escrever o que escrevemos. Solidariedade só de um lado é ABUSO e muito grande. E depois, passados pouco tempo, o que é que vemos? Essas mesmas sociedades a quem ajudamos até têm dinheiro para darem 3 touradas à corda ou contratarem meia duzia de artistas do Continente para as suas festas. Quem diria?

“Oh senhor Castro, eles até atravessam o passeio para não falar connosco” faltar para as vossas necessidades. Sermos nós a iniciarmos um processo que é vosso, sem que haja a vossa ajuda primeiro é ABUSIVO da vossa parte. Poderia dar-vos dezenas e dezenas de exemplos que têm acontecido e que acontecem a todo o momento. E mais, essas organizações de freguesias, de vilas, até podem expandir os seus pedidos às vizinhas freguesias, vilas ou cidades. Pensar que na America o dinheiro cai do céu é fruta que já ficou podre.

Mas o que mais nos custa ouvir é quando as pessoas abrem as suas portas e depois nunca mais são reconhecidas pelas ajudas quando vão às ilhas. Reconhecidas com sómente um aperto de mão. A frase mais chocante que nós já ouvimos a muita gente resume-se asim: “Oh Senhor Castro, eles até atravessam o passeio para não falar connosco”. Triste ouvir isso de gente especialmente idosa que franquearam as suas portas a tantos que nos visitam.

OWNED AND PUBLISHED by The Tagus Group L.L.C. José Ávila PUBLISHER Miguel Ávila DIRECTOR Roberto Ávila ART DIRECTOR CONTRIBUTORS: Eduardo Mayone Dias, Ferreira Moreno, Onésimo T. Almeida, José Brites, Diniz Borges, Luciano Cardoso, José Raposo, Margarida Silva, Mercês Coelho, Edmundo Macedo, João Luís de Medeiros, Caetano Valadão Serpa, Manuel Calado, Maria das Dores Beirão, Henrique Dedalo, Egídio Almeida, José Duarte da Silveira, Goretti Silveira, Rufino Vargas, Elen de Moraes, Paul Mello, Victor Rui Dores, João Bendito, Serafim Cunha, Carlos Reis, Jim Verner, Carlos Alberto Alves, Joel Neto, Monica Soares, Sergio Pereira, Judite Teixeira, Tony Goulart, Lelia Nunes, Nelson Ponta-Garça, Miguel Canto e Castro, Ze Duarte, Lucia Soares. CORRESPONDENTS: Fernando Dutra (Artesia), Filomena Rocha (San José)

Só devemos vestir a roupa que nos serve. Deve haver um certo decoro quando estamos a pedir para nos ajudarem. Estas coisas ferem a muita gente, que generosamente têm dado sem às vezes pensarem que estão a ser abusadas pelos nossos próprio irmãos de além-mar. Haja mais sinceridade no futuro. Passemos uma esponja pelo passado e vamos construir melhor o nosso futuro comum de entre-ajudas.

YEAR XXXVII, Number 1241 Feb 15th, 2017

The Portuguese Tribune was founded by John P. Brum in July of 1979. The Portuguese Tribune (ISSN 0199-6746) is published bi-weekly, except on the first week of January, for $45.00 a year, by The Tagus Group L.L.C., 1975 Emory St., San José, CA 95126. USPS: 525-930 Periodical Postage Rate paid at San José, CA. Postmaster: Send address changes to: The Portuguese Tribune, P.O. Box 579866, Modesto, CA 95357-5866. A Redacção reserva-se o direito de omitir ou não publicar parcial ou integralmente os textos recebidos, sempre que os mesmos sejam considerados falaciosos ou atentem contra a integridade de outrém, à luz da Lei de Imprensa. Opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos respectivos autores. Artigos designados “Informação Comercial” são da responsabilidade das firmas referidas.


15 de Fevereiro de 2017

Patrocinadores

3


4

Comunidade Escolar

15 de Fevereiro de 2017

Tribuna A minha experiência com o carnaval da Terceira na Califórnia

O

meu amor pelo carnaval começou quando eu ainda era uma criança. O meu pai tem organizado e feito parte de danças de carnaval da ilha Terceira, aqui na Califórnia, desde que eu nasci, quase todos os anos. Quando eu era uma criança eu sempre ia a casa da minha avó, e todas as vezes que eu lá ia, via danças, danças e mais danças. Quando era uma dança que o meu pai estava a puxar eu apanhava a tapa de uma lata de café e usava como um pandeiro. O meu pai via que eu gostava muito das danças e bailinhos e permitiu que eu fosse na minha primeira dança de carnaval em 2004. Eu tinha apenas 4 anos. Era uma dança de homens e com apenas três crianças: eu e os meus dois primos. Após a primeira atuação eu já sabia que cria fazer parte do carnaval da ilha Terceira na Califórnia para o resto da minha vida. Três anos mais tarde o meu pai deu-me, a mim e à minha prima, a oportunidade de puxar a nossa primeira dança de pandeiro. Eu e ela somos primos e bons amigos e juntos falámos com os nossos amigos e o meu pai conseguiu outras crianças para nossa dança de pandeiro. Nós gostávamos muito de ir aos salões a dançar e ver outras danças. E gostávamos muito dos nossos passeios no autocarro. Fizemos 4 danças de crianças, nas quais eu e a minha prima puxamos as mesmas. Nesses anos de criança, uma outra coisa pela qual eu tinha uma grande paixão era pelo futebol. Eu e o meu pai deixamos o carnaval durante dois anos porque eu estava numa equipa que viajava para algumas cidades para o sul para jogar em torneios. Eu gostava de jogar muito e ainda gosto, mas quando eu ia aos salões para ver as danças e sem dançar eu queria era chorar, porque eu adorava esta tradição, mas eu tinha que deixar uma pela outra. Depois de jogar para essa equipa durante dois anos, voltei ao carnaval. Meu pai fez uma dança de carnaval e perguntou-me se eu queria ser o mestre. Respondi, imediatamente que sim. Eu puxei a minha primeira dança de pandeiro sozinho no ano de 2015. Desde então eu sou o mestre da dança do meu pai. Quase todos dias eu vejo danças de pandeiro da Terceira para tentar ficar melhor de ano para ano. E já vi certas danças da terceira tantas vezes que quase que sei todas as palavras das cantigas de cor. Neste momento da minha vida eu tenho uma grande paixão pelas tradições populares da terra dos meus avós. Um dia, quando eu tiver filhos eu gostaria que eles tivessem a mesma paixão pelo carnaval da ilha Terceira, tal como eu tenho. —Derrick Nunes

TULARE UNION HIGH SCHOOL

Diniz Borges

d.borges@comcast.net

O Desporto como parte da escola e parte da minha vida

J

ogar desporto na escola foi uma das melhores decisões que eu fiz. Embora as pessoas possam pensar que é apenas um simples desporto, que jamais importará no esquema grandioso da vida, há tantas vantagens com os desportos nas escolas secundárias, que, definitivamente, vão ajudar-nos ao longo das nossas vidas, depois de concluirmos os estudos secundários. Tive a oportunidade de jogar voleibol e basquete nos últimos quatro anos na Tulare Union High School e ganhei muito mais do que apenas o conhecimento de cada um destes desportos. Ao entrar na escola

secundária, a ideia de fazer novos amigos importante, mas ao mesmo tempo é extremamente assustador para qualquer jovem com 13 ou 14 anos. Fazer parte das equipas de voleibol e basquetebol ajudou-me e fiz muitas das amigas, com quem hoje passo a maioria dos meus dias. Estamos com os nossos companheiros de equipa todos os dias durante cerca de 4 meses, pelo menos, e isso permite-nos formar uma estreita ligação com todos. Os desportos nas escolas secundárias ligam-nos com pessoas que são semelhantes e ensinam-nos desfrutar as coisas que nos são importantes e que nos fazem sentir confortáveis. Sem os desportos, eu não teria algumas das amizades ou conhecimento com algumas das pessoas incríveis que hoje conheço.Ser atleta estudantil pode ser difícil às vezes; professores, treinadores e pais sempre a relembrar-nos que a escola vem em primeiro lugar. Com isso em mente, os nossos treinadores e pais também esperam que estejamos nos treinos todos os dias e isso ensina-nos a gerir o nosso tempo. Eu aprendi a usar o meu tempo de forma eficiente e gerenciar escola e os desportos. Fazer parte das equipas de voleibol e basquetebol ensinou-me a ter mais disciplina e ter que fazer escolhas mais inteligentes quando se trata de planear para o futuro, e por isso estou eternamente grata pelo tempo que dediquei aos desportos na escola secundária Tulare Union High School. —Sydney Brown

As vantagens de se aprender português

H

á muitas vantagens de se aprender português, uma língua que é muito interessante e única. Mais importante, aprendi sobre a cultura portuguesa e muitos dos diferentes países de língua portuguesa. É muito divertido aprender sobre a comida e música popular destes países de língua portuguesa. Durante o meu tempo nas aulas de português aprendi muito sobre as ilhas dos Açores e as suas tradições. Em português, aprendi as frases importantes necessárias na comunicação com os outros na língua portuguesa. A minha pronúncia de palavras e frases em português tem melhorado muito com o tempo. Também conheci muitas pessoas na minha aula de língua e cultura portuguesa que são portugueses e que falam fluentemente, e também alguns que são nascidos nos Açores. No meu terceiro ano de português, tive a oportunidade de praticar as danças tradicionais portuguesas junto com o resto da minha aula. É muito divertido! Nas escolas secundárias de Tulare há também uma festa anual, para as nossas aulas, em que cada aluno tem a oportunidade de participar. Nesta festa dançamos a muita música portuguesa e comemos sandes de linguiça, massa sovada e outras comidas tradicionais. Gosto muito de aprender sobre a língua portuguesa a cultura portuguesas.

Nota de Abertura:

Eis a nossa primeira edição do Tribuna escolar para 2017 e a quarta para este ano escolar. Os alunos escrevem sobre as suas experiências com a cultura portuguesa, neste caso mais concreto com o carnaval da ilha Terceira na Califórnia. Escrevem ainda sobre a aprendizagem da nossa língua portuguesa, sobre a importância do desporto juvenil nas escolas e sobre a associação SOPAS, incluindo a nossa recente viagem à universidade estadual da Califórnia em Fresno, durante a qual tivemos entre outros palestrantes, o presidente daquela universidade, que neste momento tem mais de 22 mil alunos, o Dr. Joseph Castro. Este é o espaço dos alunos. Grato ao Tribuna pela oportunidade.

Diniz Borges

Professor de Língua e Cultura Portuguesas Tulare Union High School

—Joanna Aguilar

A nossa Associação SOPAS

N

a Tulare Union temos um grande clube Português chamado S.O.P.A.S; que significa Society of Portuguese-American Students. Tenho feito parte desta associação de desde o nono ano. É uma ótima maneira de se envolver, fazer novos amigos, e uma ótima maneira de ajudar a comunidade. As nossas três nossas escolas em Tulare têm um clube SOPAS e juntamo-nos para fazermos eventos e angariar fundos e ajudar na nossa comunidade. Todos os anos temos atividades similares e outras diferentes. Desde a venda de doces tradicionais como filhós, massa sovada, queijadas, pasteis, bolos e muitos outros nas paróquias católicas de Tulare, Santa Rita e Santo Aloísio, até ao jantar que fizemos durante 12 anos seguidos

o Sabores e Sons dos Açores em que são preparados mais de 20 pratos da culinária dos Açores. Temos ainda reuniões na sala de aula de português e apoiamos os alunos de português 4 e 5 nas suas apresentações com as modas do folclore português. A nossa associação de alunos também está presente na s aticidades sociais das nossas respetivas escolas e ajudamos organizações da nossa comunidade a servir jantares e outras atividades. Todos os anos damos bolsas de estudo a alunos que concluem o décimo-segundo ano e vão estudar para universidades e visitamos pelo menos 2-3 universidades. Promovemos uma semana de cultura açoriana em Outubro e a semana do imigrante português em Março. Também promovemos a semana de línguas estrangeiras e celebramos datas marcantes da história dos países de língua portuguesa. Em Maio celebramos o nosso evento MVPA awards durante o qual entregamos prémios à comunidade e aos alunos. —Jasmine Rocha


Manuel Cabral

Patrocinadores

15 de Fevereiro de 2017

organista • vocalista

Manuel Cabral ORGANISTA • VOCALISTA

Musica Bem Portuguesa e Inglesa Contacto: 562.924.3509

Cupão de Assinatura 23 Musica Bem Portuguesa edições SIM! Desejo ser assinante do Tribuna Portuguesa. Por favor enviem-me o jornal para o endereço seguinte:

por ano

Contacto: 562.924.3509 Nome: Endereço: Cidade: Zip code:

Estado:

Telefone:

Email: Enviar com um cheque de $45.00 por ano para: Tribuna Portuguesa P.O. Box 579866 Modesto, CA 95357-5866

REDE SOCIAL

Siga o Tribuna

www.facebook.com/portuguesetribune www.youtube.com/portuguesetribune twitter.com/porttribune www.portuguesetribune.com

5


6

Opinião

15 de Fevereiro de 2017

Arte Crucial

N

Rasgos d'Alma

Luciano Cardoso

lucianoac@comcast.net

o agitado mundo d’hoje em dia, parecem haver Dias para quase tudo. Homenageiam-se pessoas, comemoram-se causas, celebram-se eventos, elogiam-se valores e demais motivos não faltam para se brindar seja ao que for. Sempre fui um fã incondicional do lindo “Dia dos Namorados”. Não que trocar mimos especiais deva ser gesto íntimo de um dia só. Nada disso. Namorar, a meu ver, é chama que devia estar sempre bem acesa em qualquer relação amorosa. Porque o seu calor contagia. E apaixona inúmeros seres humanos ainda mais abraçados neste romântico dia de São Valentim – o tal lendário bispo de há quase dois mil anos – a apadrinhar-nos este ‘feeling’ fantástico, sem dúvida, que o coração aquece e a alma afaga. Nada supera esse quentinho sabor do amor genuíno. No lado frio da moeda, porém, o estritamente comercial de que os cínicos se aproveitam para espetarem suas rudes farpas, Valentine’s Day não passa de um bem montado negócio – só visto! Contado, quase ninguém acredita. São os cartões, as flores, os chocolates, as joias, os jantares, os balões… e os beijinhos…?...Não bastariam os beijinhos…? Já agora, gostaria de enviar um para o céu. A minha primeira namorada lá está. Partiu há pouco mais de dois anos e fez-me

imensa falta. Era o meu pêndulo, a minha âncora. Foi mesmo a primeira menina dos meus olhos. Mal os abri para o mundo, ela sorria-me. Cativou-me. Nunca mais a quis ver longe de mim. Fez-me, felizmente, essa vontade até poder. Poderia aqui derramar toda a minha nostalgia descrita naquela imensa saudade que sinto por minha mãe. Podia mas sei que ela não iria gostar. Ensinou-me encarecidamente a abraçar o presente virado para o futuro. “Filho, tens uma mulher que é uma joia. Prenda-a sempre com o melhor do teu melhor.” Tive toneladas de sorte com as mulheres da minha vida. Minha mãe e a mãe dos meus filhos brindaram-me em comum com esse mavioso prazer de serem ambas donas dum excecional coração. É um orgão fulcral. Sem ele não há vida, … nem amor. Também não haveria dor. Só o coração sabe quanto sangra quando uma mãe nos deixa. Só eu sei como chorei. Lágrimas que ainda doem. Vale-me a mãe dos meus filhos. Fez-me da mágoa sorrisos preciosos no reencaminhar dos meus dias, mês após mês. E, através dos anos, tem-me deleitado com o seu coração d’oiro fino, luzidio, por dentro e por fora. Senti o seu bater no meu há quatro décadas atrás. Foi o seu sorriso manso, no meu cantinho do olho, a acariciar-me o fundo da alma. Tempo lindo. Estavámos na flor da mocidade. Namorar de fresco sabia tão bem. Sabor algo azedo este de que o tempo ha-

bilmente se nos escoa… e não perdoa. Ali, mesmo à esquina do destino, espreita-nos a sonolenta Terceira Idade. Há quem a pinte cor de rosa pela ternura que nos traz. E também pela paz. Preferiria, no entanto, poder prolongar o desassossego da Segunda. Foi-se-me depressa demais esse vigor

Felizmente, na América, já namorámos de mão na mão, coração no coração. É isso que importa. Fazê-lo de forma a poder senti-lo e saber escutá-lo com a devida com atenção. No revolto mundo do hoje em dia, nem sempre é fácil. Abundam as distrações e as desculpas. E os desgostos

do vaivém sem quaisquer mãos a medir nem energia a poupar. O coração pedia e eu não hesitava. O coração podia. Claro que já não pode tanto mas ainda não hesito em dar tudo por tudo pelo desfecho sorridente do romance ternurento que me abraça à minha joia, sob os auspícios de São Valentim. Não bastaram os beijinhos fofos nos momentos doces, como não bastarão as palavras bonitas dos cartões poéticos. Nem bastam nunca os chocolates ou as flores, só por si. A chave certa está no namoro interrupto. Aí mora a magia presa à minha infinita afeição pelo “Dia dos Corações”. Contava-me minha mãe que namorou à janela. Na ilha, ainda namorei ao portão.

multiplicam-se sem surpresa. Porque as pessoas se desamanham com facilidade. É pena. Na boa amanhação, diziam os nossos sábios avós, mora o segredo sagrado do sucesso de bem amar – verbo formidável, sem quaisquer reticências. Conjugá-lo discretamente na vida, é arte crucial ao sonho de sermos felizes. Haverá porventura desejo maior dentro do coração humano?

CASA do BENFICA

Feliz Ano Novo

San José, California CONVOCATÓRIA

Em conformidade com os estatutos do Clube, Artigo 17, alínea A e B, venho por este meio e na capacidade de Presidente da Assembleia Geral, convocar uma Assembleia Geral ordinária para o dia 19 de Fevereiro de 2017. A Assembleia terá exclusivamente a seguinte ordem de trabalhos; 1. Apresentação e aprovação de Contas de 2016-2018 2. Eleições de novos Corpos Gerentes para 2017-2018 A Assembleia terá lugar na nossa Sede, com início pelas 14:30 horas com a presença da maioria de sócios, ou meia hora mais tarde com o número de sócios presentes. O Presidente da Assembleia Geral,

José Mendes


15 de Fevereiro de 2017

Patrocinadores

7


8

Opinião

15 de Fevereiro de 2017

Água Viva

Memorandum

Filomena Rocha

João-Luís de Medeiros jlmedeiros@aol.com

filomenarocha@sbcglobal.net

D

Como nos devemos DEFENDER...?

e algum tempo a esta parte, ninguém fala de ratos nas ribeiras e riachos das nossas Ilhas, nem de traças nas madeiras das casas e edifícios históricos e seculares, alguns considerados Património Imaterial da Humanidade, nas nossas cidades e vilas dos Açores. A preocupação agora tem sido de outro nível! De alguns dias para cá, toda a gente se mete em Política... Toda a gente, de repente, se tornou especialista nesta ciência! Nunca ouvi falar tanto de um candidato à Casa Branca como o que agora temos na America, para bem ou para mal dos nossos pecados, e de uma forma tão disparatada e jocosa... Ninguém gosta de ser palhaço de ninguém, mas parece que agora o mais comum do dia-a-dia, é ser-se imitador e fazer as vozes e trejeitos labiais e faciais do Presidente. Que bom é saber que temos gente que nos entretém! Se por um lado é bom, é saudável rir, por outro nos distrai do que temos de fazer e nos proteger das coisas que nos desgraçam, em cada dia que vivemos neste País de Maravilhas! E uma dessas desgraças, é a preocupação, comum às nossas terras de origem, a do “Roubo”. Tanto faz ter máquinas de vigilância como não as ter, os que fazem da sua profissão levar o do alheio, normalmente vestem de preto vão encapuçados e entram nas casas, e correm a habitação com o maior à-vontade, levando o mais que podem, sobretudo se for dinheiro ou jóias. E não importa o dia nem a hora! Há dias, aconteceu com uma amiga minha, que teve à 1:30 da tarde uma visita na sua casa, que não lhe entrou pela porta principal, mas sim pela janela da casa de banho, um pequeno quadrado dividido a meio, que a minha amiga nunca supôs que alguém pudesse por ali entrar. Mas aconteceu! E quando a minha amiga ouviu alguns pequenos barulhos, decidiu abrir a porta e viu um ainda muito jovem indivíduo, alto e magro, todo vestido de preto e encapuchado, caído na banheira, não teve mãos a medir! Sem gritos nem alardes, além do telefone que tinha na mão, pegou numa lata de spray de lavar a sanita e ameaçou o invasor de que se não saía, chamaria a policia e lhe atiraria o spray para os olhos. Em vez de a atacar, o indivíduo, pediu-lhe por tudo que não chamasse a Polícia e que o deixasse sair pela porta. Mas ela não foi nessa teoria e ordenou-lhe que saísse e depressa pela mesma janela por onde entrara. E ele assim o fez!

Quando lhe fiz o reparo do acontecimento, ela respondeu-me: “Que querias que eu fizesse? Eu sou uma mulher brava da Terceira.... “ Digamos que assim aconteceu, mas que podia não ter acontecido com este sucesso. Ainda hoje, a tal minha amiga, cujo nome não revelo, já me disse que apesar da coragem que teve, ainda tem momentos de susto sempre a imaginar que o mesmo ou outro qualquer assaltante poderia voltar a sua casa para roubar...

Na realidade, cada vez mais acontecem estes assaltos nas casas, chegando ao ponto de os larápios vigiarem o empregado dos correios deixarem os pacotes à porta e depois os levarem com a maior facilidade. Será tudo falta de trabalho para estas pessoas, ou falta de ensinamentos sobre moral e ética humana, o que antigamente dizíamos religião e moral...? - Já disso ninguém fala! Nem em casa, nem nas escolas e em vez de ratos de quatro patas, temos ratos de cinco dedos e muito mais perigosos....

No universo da incerteza temores geram tremores

N

a qualidade circunstancial de ‘missionário’ açoriano da distância, atrevo-me a dizer que não precisamos da licença dos evangelistas da globalização para afirmar que a diversidade étnica deve ser firmemente exercida, e não apenas (cinicamente) tolerada. Em relação ao mistério da religiosidade dos povos, esbarrar na tentação de tecer comentários originais seria como aderir ao atrevimento de “endireitar a sombra duma árvore torta”. Seja-me permitido esgrimir (pacificamente) os seguintes dizeres clássicos, herdados pela boa-gente da minha geração: – “para os não crentes, nenhuma explicação é suficiente; para os crentes, nenhuma explicação é necessária”. Apetece aspergir esta breve conversa com algum perfume metafórico: vamos lembrar que o fenómeno religioso é semelhante ao cristal que divide e subdivide a claridade solar… Como soldado-raso do ideário cristão, sinto o dever de saudar, respeitosamente, as preferências religiosas dos meus conterrâneos. Contudo, não é pecado notar que a sensibilidade católica do Cristianismo nem sempre resiste às superficialidades das manifestações do infantilismo religioso. Ou seja, à medida que vamos penetrando na última etapa do nosso percurso existencial, somos visitados pela suspeita de que as religiões funcionam como miradouros para exibir “rotas & rumos” da santidade em saldo. Que bom seria, desde tenra idade, cultivar o acesso ao pomar paradísico da fraternidade humana… Dado que o carnaval já começou a espreitar a conta-corrente dos meus pecados, continuo ocupado como navegador-aprendiz da Vida, na mira de distinguir a beleza espiritual da rotina religiosa. Dado que cada qual tem o direito à própria rota existencial, seria impertinente doutorice vir aqui decifrar mistérios ou sacudir distâncias entre o Criador supremo e a finidade humana… Vamos, vamos em frente, espiritualmente a pé ! Seria ingenuidade gratuita o exercício de polir o mural da indiferença face ao calendário turistíco-religioso da açorianidade em trânsito. Aliás, alguns dos empresários da saudade são exímios em apostar no lu-

cro financeiro do tradicionalismo religioso, sobretudo na mercadorização das ‘sacolas’ psico-religiosas para armazenar as suas (legítimas) patacas… E porque não? Sabemos que a generalidade da classe imigrante é presa fácil da tentação de aferir o progresso comunitário através da (enganadora) bitola do acesso ao reino do supérfluo… Desde logo, há o substancial aumento das necessidades escusadas (estamos a referir necessidades criadoras de ‘dependências’ por vezes dolorosas e susceptíveis de beliscar a dignidade cívica) … Como não tenciono visualizar a chegada do ‘meu último dia’ nesta vida, diria que a existência humana é porventura semelhável à ‘experiência universitária’ – ou seja, um modus-vivendi prenhe de saberes, mas o diploma-finalista mais parece um privilégio meramente fúnebre… Aliás, na vida, estamos em permanente NDE “ Near-Death Experience”. E assim vai a humanidade, rolando e rindo nesta terceira ilha do sistema solar (sem saber se uma árvore de frutos é capaz de apreciar o açúcar dos seus frutos). Nos dias em que a alegria se demora mais na divertida habilidade de nos ‘piscar’ o seu olhar, sentimos o apetite de imitar o humor filosófico: “… ó céus! se tivesse o poder do Criador, faria com que a saúde fosse doença contagiosa…” Vamos adiante – siga o combóio: enquanto alguns procuram contrariar a tendência ilhoa para (socialmente falando) continuar ilhados, outros preferem ensimesmar-se na exiguidade do respectivo orçamento doméstico, que (quase sempre) aconselha amarguradas transigências. Antes de interromper esta breve conversa, creio não ser difícil imaginar quantos já disseram semelhantes ‘falas’, porventura com mais eloquência e oportunidade. Foram muitos, espero bem. Contudo, oxalá a nossa voz não desafine o coro dos que desejam aproximar os imigrantes uns dos outros. No universo da incerteza política, os temores causam tremores. O ideal seria cooperar (democraticamente) na segurança das rédeas do percurso democrático da Autonomia regional. Assim seja!


Opinião

15 de Fevereiro de 2017

...Quão felizes são os Pais

U

m dia, em conversa com o meu filho, disse que estava farto de estar em casa sem fazer nada. Diz ele: “Por quê o pai não conduz para o Lyft?” Eu não tinha a mínima ideia o que era o Lyft. Liguei o computador, preenchi a minha aplicação e dentro de 3 dias estava a conduzir para o Lyft. Os condutores usam os seus próprios carros para transportarem os passageiros e o Lyft tira uma comissão da quantia que recebemos. O processo é todo computorizado. As pessoas chamam, aparece no telemóvel o local onde estão e o waze ou o google maps indica-nos o itinerário. Ao chegar ao local, nós avisamos a pessoa que chegamos e o programa dá uns tantos minutos para esperar. Acontece muitas vezes que o GPS não indica exatamente o local. Nesse caso nós telefonamos para o indivíduo que chamou a fim de que nos possa dizer onde está. Quando a pessoa entra no carro temos de pressionar um ícone no telemóvel e indica-nos o endereço para onde deveremos levar o passageiro. Pode acontecer que há outra pessoa que necessita do serviço e se é na mesma rota pegamos nessa outra pessoa e levaremos os dois passa-

Jim Costa Says Attacks against High-Speed Rail are Political and False Washington, DC - Today, Rep. Jim Costa (CA-16) released the following statement in response to a letter sent to Department of Transportation Secretary Elaine Chao from the California Republican delegation regarding high-speed rail. “California is leading our nation in investments to improve our transportation infrastructure with the construction of high-speed rail. In 2015, the high-speed rail groundbreaking took place in my district, and two years later, over 119 miles are now under construction. As a direct result, the San Joaquin Valley’s economy has experienced increased job creation and business growth.

Ao Sabor do Vento José Raposo

jmvraposo@gmail.com

geiros aos seus destinos. Quando chegamos ao destino voltamos novamente a pressionar outro ícone no telemóvel e diz-nos quanto foi a quantia que a pessoa pagou. Às quartas-feiras é automaticamente depositado na nossa conta no banco o montante da semana. Enfim. Acho que estão a compreender como o sistema funciona. Vai com quatro meses que estou a conduzir para o Lyft e devo dizer que estou gostando deste meu novo trabalho e passatempo. Tenho transportado pessoas de todas as classes sociais. Já fiz quase 600 viagens e tenho a dizer que só tive duas cujos passageiros me deram problemas ou melhor, comentaram para a companhia coisas que não aconteceram. Eu escrevi um email a explicar e garantiram-me que removeriam esses comentários e assim o fizeram.

sas pessoas com o condutor e vice-versa. Tenho tido passageiros muito interessantes. Uma vez levei uma senhora que me perguntou se eu gostava de ópera. Eu disse que sim e nomeei algumas que eu gosto. Foi uma viagem de quase uma hora e a mulher cantou ópera todo o caminho. Outra era uma testemunha de Jeová e por força me quis converter. Eu tento a todo o custo não falar sobre; política ou religião. Muito amavelmente me tenho esquivado a essas conversas, mas eu adoro uma boa discussão sobre religião e perguntei a essa senhora quais eram as primeiras palavras da Bíblia ao que ela me respondeu: - No princípio Deus criou o céu e a terra. Eu perguntei-lhe onde é que Deus estava antes de ter criado o céu e a terra. Ela me respondeu que não sabia e eu retorqui que ela procurasse saber e que depois me dissesse. A conversa acabou aí mesmo.

Quando chegamos ao destino o passageiro pode dar uma classificação ao condutor de 1 a 5 e também o condutor pode fazer o mesmo com referência ao passageiro. Se por acaso acontecer que um ou outro dá a categoria 3 ou inferior, automaticamente o sistema nunca mais fará uma parelha des-

Tenho levado uma quantidade de gente nova, rapazes e raparigas aos centro de desintoxicação. Só tive um rapaz que me falou sobre o problema e disse que era alcoólico. Estou a falar de um rapaz de 19 anos de idade. Todos os outros que levei são, mais ou menos, da mesma idade. Al-

“I am disappointed that my colleagues in California are continuing their political attacks on the High Speed Rail Authority in a public letter to Secretary Chao, and the notion that funding for High Speed Rail is a waste of federal tax payer dollars is simply false. The dollar expenditures that are used to back their claims are simply inaccurate. “The positive impacts of High Speed Rail construction can be seen in the Central Valley and throughout California. We can and we must improve our state’s transportation systems and high-speed rail will provide easy connectivity through California, providing a state-of-the-art transit system across the state, from Los Angeles to San Diego and further north to San Francisco and Sacramento.”

Your Real Estate Consultant For Life! OCTAVIO RAMALHO Broker Associate

510-825-6034 209-229-2188 homes@calloctavio.com www.CallOctavio.com BRE# 01397526

FIRST TIME HOME BUYERS • INVESTMENT HOMES FORECLOSURES • SHORT SALES NEW CONSTRUCTION • RANCHETTES Para a venda compra da sua is casa, contate umbuying Realtor or que If you knowousomeone who considering é selling um professional a nossa - I wouldportuguês love theservindo opportunity to comunidade. help them Chame para uma consulta grátis! reach their real estate goals.

9

guns levo-os a esses centros e eles pedem para eu esperar. Entram, estão lá por uns 10 ou 15 minutos e eu depois vou levá-los novamente a casa. Nunca perguntei o que vão lá fazer. Quando as pessoas entram para o meu carro, eu tento mais ou menos analisar logo nas primeiras palavras se a pessoa gosta de falar ou não. Dou o bom dia ou a boa tarde e espero que sejam eles a começar a conversa. Um dia, eram talvez umas 8 horas da manhã, fui buscar uma moça a um hotel e ela não me havia dado o endereço do destino. Ao perguntar-lhe ela responde-me. Leva-me a uma dispensary. Eu disse que não sabia isso o que era. Ela olha para mim surpreendida e diz que queria comprar marijuana. Eu disse que nunca havia fumado na minha vida e nem sabia onde comprar cigarros. Pediu então que a levasse a uma farmácia e assim fiz. Quando faço viagens com esses jovens fico a pensar em outros que tiraram os seus cursos, têm os seus trabalhos, levam uma vida normal e quão felizes são os pais.


10

Opinião

15 de Fevereiro de 2017

O Presidente e a vilificação da imprensa americana

Reflexos do Dia-a-Dia Diniz Borges

d.borges@comcast.net A nossa liberdade depende da liberdade da imprensa. Thomas Jefferson, autor da declaração da independência e terceiro presidente dos EUA

A

comunicação social, tal como a epigrafe alude, desempenha uma função vital no processo democrático. É mais do que sabido que uma imprensa livre é um dos elementos fulcrais para o exercício das democracias, dos governos do povo para o povo. Desde os tempos primordiais da jovem democracia americana que a liberdade de imprensa, um principio sagrado para o construtor da declaração da independência e todos os arquitetos da constituição americana, tem sido um dos pilares desta sociedade. Basta dizer-se que faz parte da primeira das dez emendas, cognominadas como o “Bill of Rights.” Estes direitos alienáveis que jamais podem ser usurpados. Desde o primeiro chefe do executivo americano que o relacionamento entre a imprensa e a Casa Branca, tem sido, (com todas as nuances e especificidades de cada Presidente) acima de tudo, um relacionamento de respeito pelo trabalho dos jornalistas, pela pertinência da imprensa, pela obrigação que a o denominado quarto poder tem perante o processo democrático, pela soberania de cada cidadão. A partir de 20 de janeiro deste ano de 2017, tudo mudou. O respeito, particularmente pela imprensa, não é linha orientadora do atual inquilino da Casa Branca. Muito cedo na campanha eleitoral americana que o Presidente Donald Trump soube manipular a comunicação social. As suas afirmações bombásticas, e os seus insultos daníficos, foram pão para a boca da imprensa americana, particularmente a televisão, a qual sempre lhe deu mais cobertura do que a qualquer outro candidato no seio do Partido Republicano. Segundo um estudo publicado pelo Independent Journal Review, na CNN o candidato Trump recebeu 55% da cobertura, enquanto que os outros 13 candidatos, em conjunto receberam 45%. Na estação dos conservadores, Fox News, a diferença não foi muita, com o candidato Trump a receber 47% enquanto que os outros 13 candidatos receberam entre si, 53%. Após as primárias, a saga continuou. Segundo uma noticia do Washington Post, publicada a 21 de setembro de 2016, num espaço de 6 meses, Trump havia recebido nos telejornais e nas redes de telenotícias 822 minutos, enquanto que Clinton havia recebido 386 minutos. Daí que é quase inconcebível a postura do

Presidente Trump para uma comunicação social que o favoreceu. Porém, e sobretudo desde que tomou posse, o Presidente norte-americano tem elevado a retórica a um ponto que é, no mínimo, assustador. E sobretudo porque jamais perceberá o que Karl Marx um dia escreveu: “a função da imprensa é ser o cão de guarda público, o denunciador incansável dos dirigentes, o olho onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade.” O narcisismo do novo Presidente, infelizmente, não lhe permite olhar para a comunicação social pela ótica que a maioria dos seus antecessores o fizeram. É que de todos os presidentes americanos, particularmente os da era moderna, Donald Trump, incorpora os sentimentos de Richard Nixon, para o qual a imprensa era, tal como o afirmava, repetidamente: o inimigo. Para o atual presidente não é toda a imprensa, mas sim a que questiona, a que lhe coloca

americanas que têm uma forte tradição jornalística, como o New York Times, entre outros, é, não sejamos ingénuos, um esforço, extremamente bem orquestrado (e aqui está mão de Steven Bannon), para controlar a informação e manipular a opinião pública. Acredito que até os menos atentos já devem ter notado que em cada discurso que o Presidente tem feito há sempre uma referência ao que ele cognomina de “imprensa desonesta” e “notícias falsas.” Ele, e apenas ele, e mais meia dúzia dos seus amigos em órgãos da comunicação social simpatizantes é que são os donos da verdade. E infelizmente tem funcionado ao ponto de andarmos a debater frases tão absurdas como “factos alternativos” e “realidades paralelas.” Já George Orwell dizia que: “a liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro. Quando se concorda nisto o resto vem por si.” Mas mesmo essa realidade tão nua

perguntas difíceis, a que não se cala. A imprensa que é, como escreveu algures Victor Hugo: o dedo indicador. Todos os dias, o presidente utiliza as redes sociais, nomeadamente a Twitter, para assaltar, diretamente, as redes televisivas (com exceção da Fox) e os grandes jornais, tais como o New York Times e o Washington Post. Numa tentativa para ultrapassar, abafar e projetar a trajetória da conversa nacional, lança-se às redes sociais, com o romper de cada aurora, e tenta, muitas vezes com sucesso, calar a comunicação social. Porém, o enorme perigo está, tal como nos relembrou o grande poeta inglês William Blake na realidade de que: “quando a imprensa não fala, o povo é que não fala. Não se cala a imprensa. Cala-se o povo”. Esta tentativa de descredibilizar a comunicação social, pelo menos as instituições

e crua é questionada e opinada ao ponto de se questionar se de facto: dois e dois são quatro?! Estamos ainda nos primeiros dias da administração de Donald Trump, nem ainda um mês se passou, mas nesse curto espaço de tempo o Presidente norte-americano conseguiu declarar guerra à imprensa. Repete essa frase cada vez que fala ao povo americano. Tenta tudo por tudo para criar o que Joseph Pulitzer (cujo nome é hoje atribuído a um dos prémios mais cobiçados no jornalismo americano) um dia nos advertiu: “com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.” A afeição mostrada ao Fox News e a outras pequenas imprensas da direita, outrora nas margens, como a Breibart News, está a tronar-nos nesse tal “público

Portuguese Athletic Club San José, California

PRÓXIMOS EVENTOS Sunday, February 19, 2017 - PAC’s 55th Anniversary Mass and Luncheon The anniversary luncheon will be preceded by Mass at Five Wounds Portuguese National Church by 10:30 am. Social hour will be from 12-1 pm, followed by lunch. The lunch is complimentary for current members. For nonmembers is $35.00. Please call 408-287-3313 Friday, March 10, 2017 - Noite de Fados - 7:00 pm - Mara Pedro, David Garcia. Acompanhantes João Cardadeiro, Manuel Escobar e Chico Avila. Custo: $65.00. Please call by March 1.

vil” que Pulitzer temia. Apesar de instituições como o New York Times, o Washington Post, entre outras, não terem ainda curvado perante a pressão diária que o Presidente e os seus acólitos impingem, a liberdade de imprensa nos Estados Unidos está sobre uma nuvem escura e arrepiante. É que como escreveu Albert Camus: “uma imprensa livre pode, é claro, ser boa ou má mas, certamente, sem liberdade, é apenas má.” No mundo do pós-modernismo, das novas redes sociais, existem muitas formas de se cortar as asas à liberdade de imprensa. A diabolização da imprensa americana pelo atual chefe de estado vem em contraste total com o espírito americano. Desde Thomas Jefferson que um dia escreveu: “se fosse deixado a mim decidir se deveríamos ter um governo sem jornais ou jornais sem um governo, não hesitaria um momento em preferir este último,” até às afirmações sobre a imprensa que pouco tempo antes de terminar o seu segundo mandato Barack Obama eloquentemente disse: “a integridade jornalística, o relato factual, as investigações sérias, a forma como se mantém essa ética em todos as diferentes formas de novas mídias e como assegurar que quem o faça seja pago por isso, é efetivamente um desafio. Mas, isso é algo absolutamente crítico para a saúde da democracia,” os presidentes americanos, uns com maiores reticências do que outros, como é óbvio, têm respeitado a funcionalidade do quarto poder e têm, mesmo discordando com algumas atitudes jornalísticas, estendido um ramo de oliveira, quer pessoalmente, quer através dos seus secretários para imprensa. Nesta administração, todos os contactos com a imprensa têm sido ora hostis, ora diminutivos. A liberdade da imprensa e a importância da imprensa, são parte da idiossincrasia deste país. São princípios tão americanos como as tartes de maça e o beisebol. Não é nada saudável para a democracia americana quando estes princípios são desformados. Tal como Victor Hugo, acredito que o diâmetro da imprensa é o mesmo da civilização.


15 de Fevereiro de 2017

Temas de Agropecuária Egídio Almeida

eialmeida@yahoo.com

Um Mercado mais equilibrado pode estar no horizonte I. Os mercados mundiais dos produtos do leite, especialmente leite em pó magro, caíram dramáticamente no ultimo Verão para números que não haviam sido vistos na última década. Ao mesmo tempo os preços mundiais pelo queijo, manteiga, e produtos do soro, esbarraram com os preços mais baixos dos ultimos sete anos. Mesmo com o consumo doméstico a proteger, os produtores dos Estados Unidos tiveram que proteger-se da queda de preços mundiais. De facto foram os produtores em New Zealand, Australia e União Europeia que “pagaram” para rebalançar os mercados mundiais depois do excesso de produção nos anos 2013-2014. Os mercados finalmente recuperaram na segunda metade desse ano de 2016 e estão no caminho de boas notícias para os produtores, com os precos Internacionais perto dos pre-históricos, com excepção do leite em pó magro que continua a passo de caracol.

II. No excesso de produção no competitivo Universo que emergiu na segunda parte de 2014, as exportações dos Estados Unidos deram um passo à retaguarda. Os volumes exportados baixaram de peso e volume, cerca de 15 % mais baixo de que os níveis de 2014. Depois de expandir a médio passo por mais de uma década nós continuamos a promover as vendas de produtos de alta qualidade e diversificados derivados do leite, será possivel que no brinde da passagem de ano seja uma combinação de produtos de leite e álcool, para festejar cada Novo Ano. III. Os mercados finalmente recuperaram na segunda metade de 2016. Este novo ano foi prometedor para a industria com os preços internacionais em boa média excepto (skim milk powder) que arrastou os preços. Por um período de 16 meses em 2013-2014 nos U.S. exportamos mais de 16% de toda a solidez do leite produzida, este ano os numeros são mais como 14 % quando o mercado doméstico atraíu melhores e mais atrativos ganhos para esta crescente industria que se tem expandido pela sua habilidade em se expandir, em históricamente baixos e frágeis mercados internacionais.

IV. Não parece provável, segundo analistas, que a curto prazo se esteja em véspera de uma dramática subida a nível global. V. A China continuará a ser chave mestra no gradual crescimento das exportações para aquela parte da Asia. Está planeado um aumento anual de 6% nos produtos do leite, aproximadamente uma média de 14 % anual. Com estas previsões espera-se que a China contará com uma quarta parte do crescimento da demanda global para os próximos 5 anos. As outras duas maiores regiões para consumo de produtos de leite, Southeast Asia, e de Middle East\ Norte Africa (MENA) estão no processo de expandir as importações vindas do Southeast pelo menos em 3.4 % anual que se justifica com o aumento da populaçnao. Na Nova Zelândia espera-se uma descida gradual para menos de 2% anual, com quase todo o aumento passando diretamente para “whole milk power” (WMP), que considerado como um declínio na produção, que quer dizer que na Australia uma menor margem para exeportar. Argentina poderá recuperar a sua trajetória de crescimento na produção, mas por razoes políticas e económicas não lhes tem sido possível manter-se no mercado global numa base consistente. Belarus continua a expandir a sua produção e destinada para a Russia que parece fora dos limites para a competição num futuro próximo, ainda que nenhum destes Países tem a capacidade de responder à demanda destes mercados de soro e queijo e SMP. Estas são as categorias nas quais os Estados Unidos estão em excelentes condições pora o futuro crescimento dos mercados globais, e mesmo com a presumível competição da União Europeia, há grandes oportunidades para os Estados Unidos manterem o seu previsto crescimento por 10 anos ao ritmo de 7 % anual. Exportar produtos do leite não tem estado na vanguarda das notíciais da agropecuária nos ultimos 2 anos, mas mesmo a 14 % da nossa producao essas vendas são muitissimo importantes para manter o bom funcionamento do mercado interno e externo. Por estas e outras razões politicas e ambientais para navegars a industria em frente num futuro próximo vai depender em grande parte na habilidade de consistentemente levar a melhor nos mercados fora do nosso Continente.

Opinião

11


12

Opinião

15 de Fevereiro de 2017

Entre-lugares:

Travessias

memórias que viajam

E

m Only More So (Salmon Poetry, 2016), a luso-americana Millicent Borges Accardi apresenta uma perspectiva poética que parte do local para debater temáticas não só locais, mas também globais. Enquanto descendente de terceira geração de portugueses emigrados para os EUA nos anos de 1930 e de 1940, Accardi recorre estrategicamente à memória, quer coletiva (histórica e cultural), quer pessoal como convite à reflexão dos leitores sobre questões da atualidade: imigração, racismo, guerra, terrorismo, religião, direitos femininos, cancro, estupro, num mundo sem rumo certo. Em qualquer destas temáticas, distribuídas por 46 poemas, a mulher apresenta um papel central, tendo em conta que em cada composição poética se narram episódios nos quais ela experiencia esse tipo de situações. Além disso, em Only More So, a mulher é apresentada como a guardiã dos aspetos culturais que passam de geração para geração. O sujeito poético desterritorializa-se para mostrar contextos outros nos quais as personagens femininas são desrespeitadas na sua dignidade de seres humanos. A partir do “entre-lugar” da cultura luso-americana, o sujeito poético transita entre a cultura estado-unidense, a cultura portuguesa e muitas outras, procurando explorar paisagens transculturais e com elas construir transversalidades que atravessam diversas culturas e fronteiras. Eis quando tomamos conhecimento do quotidiano de famílias imigrantes de descendência portuguesa, em bairros de cidades californianas, e o sujeito poético evidencia factos para fazer as pessoas repensarem as suas vidas e/ou saírem das suas zonas

de conforto (“This is What People Do”). Assistimos, também, a eventos que fragmentam vidas como a limpeza étnica nos Balcãs (“Ciscenja Prostora”), a tortura nazi (“Portrait of a Girl, 1942”), a guerra (“Only More So”) ou a repressão durante a ditadura portuguesa (“How to Shake off the Policia de Segurança Pública circa 1970”), e as consequências de tudo isso para o ser humano, com destaque para as mulheres. Definitivamente, Accardi dá voz a quem não tem voz porque se encontra nas margens da sociedade: “Being the words for the unspoken, the voice to the unheard” (19). Accardi apela, assim, à revisitação da memória coletiva dos povos para que os mesmos erros não se repitam nem no presente, nem no futuro. O apelo à memória revela verdades perturbadoras para que as pessoas despertem para a necessidade de criação de movimentos de solidariedade para a reconstrução de um mundo melhor. Apesar do horror narrado, o sujeito poético transmite esperança no ser humano, na sua capacidade de superação e de reedificação, pois cabe a cada um a decisão de escolher o amor em vez do ódio, mesmo quando se enfrentam situações-limite. Por exemplo, no poema “Only More So”, a mulher escolhe receber pacificamente os soldados e dar-lhes a sua aliança de casamento, tomando consciência de que nada verdadeiramente importante lhe pertencera (16). Only More So constitui, ainda, a linguagem encontrada pelo sujeito poético para desbravar as suas raízes. Neste caso, as raízes lusas que se revelam por palavras a partir das memórias da infância e juventude nas comunidades migrantes de New Bedford (MA) e de Fresno (CA): as malassadas, a canja de galinha, as reuniões de família no Verão (“Summer

Célia C. Cordeiro cordeiro.carmen@gmail.com

Vacations” e “Breaking with the Old”), por exemplo. Os versos “As you grow older, papa/ I long for a language that joins us,/ beyond our last name,/ the space between our front tee-

tal na preservação da cultura de cada grupo étnico, possibilitando o registo das experiências e memórias não só pessoais, mas também coletivas. De seguida, há uma crítica ex-

th,/and wavy black hair” (“The Last Borges) evidenciam a procura por um meio que resgate a identidade luso-americana do sujeito poético e que a faça perdurar no tempo para além das limitações do físico. Assim sendo, a obra poética enquanto produto estético tem um papel fundamen-

plícita às limitações impostas às mulheres pela Igreja Católica e à sua submissão com base, muitas vezes, em superstições étnicas. Apesar da sua fé e adoração constantes a Deus, as freiras têm desejos carnais, que são reprimidos. A sua abnegação a Cristo e à Igreja fá-las esquecer-se que

são pessoas, mas, sem dúvida, que nem todas deixam de experimentar os prazeres do corpo, pois o fruto proibido é mais apetecido: “At night the careful hands/ of nuns tuck underneath poker-faced/ hips, and braid spirals. Spurious dry fingers comb, wrap around,/and memorize a lost art” (“Faith”). Em “The Story of the Stories”, as mulheres Mojacar recolhem pedras no rio Água enquanto recitam rezas e cânticos na sexta-feira santa. Pedras que serão atiradas, em forma de cruz, no primeiro dias de chuvas fortes da estação fria, como forma de afastar as tempestades. Este tipo de superstições, por vezes, funciona simplesmente como uma ilusão na vida de populações inteiras, no entanto, aspectos culturais que, sem dúvida, são transmitidos pelas mulheres de geração para geração. Em conclusão, Only More So narra poeticamente as diversas trajetórias e tragédias porque passam pessoas de diferentes culturas e geografias. Enfatizando o papel feminino nessas estórias possibilita ter um ponto de vista diferente e mais abrangente da História, já que esta tende a ser escrita no masculino. Além disso, as mulheres constituem elas próprias arquivos memoriais que registam as culturas dos povos. Logo, é louvável que a autora tenha dado a sua voz para destacar um grupo que, dependendo das circunstâncias políticas, sociais e culturais, vive, muitas vezes, nas margens das sociedades contemporâneas. Nota do Editor: Célia Carmen Cordeiro é Instrutora de Português e Espanhol na Universidade do Texas em Austin.

Tribuna do Leitor Dear Miguel, Just a quick note of appreciation for the profile honoring our mutual friend and multi-national treasure Dr. Eduardo Mayone Dias in the 1 Feb. “Portuguese Tribune”: I had the pleasure of translating his “The Portuguese Presence in California” into English with Dr. Bobby J. Chamberlain (my longtime Portuguese professor at the University of Pittsburgh, who first studied the language as a freshman at UCLA with Dr. Dias) and Diniz Borges. So I was especially delighted to see the book cover included in the article. I had the pleasure of finally meeting him in person at the 26 Sep 2009 presentation of the book in Artesia: I also had the honor of writing (with Dr. Chamberlain) the profile of Dr. Dias in PHPC’s “Untamed Dreams,” and was overwhelmed by the eagerness of his friends and colleagues to contribute glowing comments about him. Muito obrigada, e parabéns para o Dr. Dias! Abraço, Kathie Baker

Caro Sr. Avila Obrigado pelo excelente trabalho que o vosso jornal faz, não só em informação, mas também em dar voz à causas da nossa Comunidade Portuguesa. Bem hajam por tudo o que fazem e pela vossa dedicação. Com amizade e reconhecimento. Pedro e Maria Fernando Ricardo

Assine e patrocine o


15 de Fevereiro de 2017

Patrocinadores

13


14

Comunidade

O Banquete da Convenção Anual dos Produtores de Batata Doce dos Estados Unidos da América, realizou-se na cidade de San Diego no Hotel Marriott durante os dias 22 a 24 de Janeiro de 2017. No ultimo dia da Convenção e durante o Jantar final, Manuel Eduardo Vieira foi reconhecido pela organização com o prémio “Distinguished Service Award” In recognition of notable leadership and contributions to the Sweet Potato Industry.

15 de Fevereiro de 2017

Segundo se lê no blogue do Conselho, a sua finalidade é a seguinte: The United States Sweet Potato Council is the advocate for the economic well-being of U.S. sweet potato growers. The Council is a voluntary organization. Its financial support comes from dues paid by state organizations, from Associate Membership dues, and individual sponA distinção foi entregue por Jason Tucker, Presidente do ‘’The United States sorships. U.S. sweet potato growers and the entire Sweet Potato Concil‘’ U.S. Sweet Potato InDuring one the evedustry benefit directly nings of the Convenand indirectly from the tion one bar featured activities of the CounCorbin Sweet Potato cil. The Council supVodka as well as Corports the Industry by: bin Barrel Reserve Sweet Potato Liqueur • Implementing reasofrom David John Sounably priced promoza, from Atwater. tion activities The Premium Sweet • Monitoring federal Potato Vodka already issues affecting the won a Double Gold growers’ ability to proMedal during World duce efficiently Spirits Competition in • Lobbying key ConSan Francisco in 2013. gressmen and federal staff on federal issues Tribuna saúda Manuel important to growers and issues of diverse regions. Eduardo por este • Provide a forum for reconhecimento dado pelos seus pares. bringing together, on a national level, growers Familiares e amigos quiseram associar-se a Manuel Eduardo Vieira neste reconhecimento pelos seus pares da Industria da Batata Doce.

Annual Awards Ceremony at Atlantic Mortgage Teve lugar em Turlock na Sede da Atlantic Mortgage a cerimónia anual de entrega de Prémios de Vendas aos seus trabalhadores.

Fernando Zapiain - Loan Officer on your 6+ Million award in Loan Volume.

David Sousa

Derek Tull on your 6+ Million award in Loan Volume.

Peggi Sahota - Loan Officer on your 7+ Million award in Loan Volume plus Most Gross Commission.

Denise Maciel, Marla e David Sousa e Daniel Maciel


15 de Fevereiro de 2017

Entrevista

15

Frank Silva

menos leitarias e maiores Começamos este ano falando com os nossos industriais de vários ramos, para compreender melhor o que está acontecendo na América e mesmo no mundo. Falámos esta semana com Frank Silva, industrial de lacticínios de Tracy. Quando é que o Frank veio para a América? Emigrei para a Califórnia com meus pais e irmãos vindos da Ilha do Faial em Fevereiro 1960. Porquê a escolha em leitaria e não num outro tipo de negócio? Nasci numa casa, onde a loja abrigava as nossas vacas de inverno, e sempre vivi envolvido com gado até ir para a Força Aérea aqui nos Estados Unidos onde servi 4 anos. Quando na Força Aérea sempre pensava em regressar para trabalhar na área de lacticínios e assim foi. Quais foram as maiores dificuldades no princípio do negócio? Trabalhar muito e pouco dinheiro. O dinheiro que se fazia era para pagar dívidas e juros ao Bancos e o que restasse era para aumentar o negócio.

ser como a continuação de negócio da família. Penso que o leite está a ser pago a volta de $14 ou $15 por 100 libras de leite. Este preço cobre os custos da produção? Depende da situação individual. O negócio que tem terrenos para produzir uma grande parte da alimentação e com dívidas baixas pode conseguir, mas muitas leitarias precisam de preços de $16 a $18 dólares por 100 libras, para cobrir o custo de produção dessas 100 libras.

Fernando e Mary Silva

Será possível voltar ao nível de 2015 quando o leite andou nos $23 e $24 dólares? Sim, é possível, mas como outro produto qualquer depende do supply and demand. Não espero que chegue a esse preço. Quantas vacas tem a vossa leitaria? E quantos empregados trabalham lá? Temos 500 vacas e 6 empregados. Se tivesse uma varinha mágica quais as mudanças que faria? Pôr o preço do leite a subir e descer conforme o custo da produção de 100 libras

de leite com um justo lucro.

O Tribuna ao vosso dispor

Quais serão os prejuízos se a administração Trump sair do TPP e perdermos 16% das nossas exportações para o Pacífico?

Agradeço ao Tribuna por esta entrevista e todo trabalho que faz em servir a comunidade portuguesa. Ao amigo José um abraço e muita saúde.

Será grave para a indústria de lacticínios porque presentemente dependemos numa grande parte das vendas do nosso produto para o estrangeiro. Nos tempos do google maps, até podemos ver o rancho via satélite

Os Bancos nesse tempo ajudavam? Como? Sim, ajudavam igual como agora. Tínhamos que demonstrar que se fazia “cash-flow” para justificar o empréstimo que se queria. Acho que desde da crise de 2009 até agora, os bancos têm mais cuidado nos empréstimos para se protegerem melhor. Quais foram as maiores crises na indústria dos lacticínios e como foram debeladas? Desde que tenho negócio de lacticínios, sempre me lembro de períodos de altos e baixos, mas a maior crise foi dos anos 2009 a 2012, onde o preço do leite estava baixo, alimentação alta e durou muito tempo assim, o que fez com que perdessemos anos de trabalho e alguns mesmo, uma vida de trabalho de tantos anos. Depois da última grande crise e das dificuldades dos Bancos em ajudarem, qual é o futuro dos lacticínios? Penso que o futuro dos lacticínios vai continuar mas diferente do passado, com menos leitaria, mas maiores. É muito difícil para um casal novo começar negócio sem

Frank Silva com amigos de velhos tempos - Manuel Oliveira, Manuel Trigo, Ivo Rocha, Fernando Silva e Mário Trigo


16

Interview

15 de Fevereiro de 2017

Gary Soiseth Mayor of Turlock, California

TURLOCK IS A GREAT PLACE this money will generate tens of millions of dollars to fix our roads. We will start this August with the improvement of West Main from Highway 99 all the way to downtown Turlock. After West Main, we will fix East Avenue, Olive Avenue, Golden State Boulevard, and other main arteries. We will also work hard to fix our roads in older neighborhoods.

What kind of life can Turlock offer to its residents?

Tell us about yourself. I was elected to serve a four-year term as the 22nd Mayor of Turlock on November 4, 2014. In addition to being a third-generation family farmer, I am in the Regulatory Administrator of water and energy policy at the Modesto Irrigation District. Our vision includes protecting businesses and farms from residential encroachment, setting conditions for business expansion and relocation into Turlock, and enforcing clear growth patterns that protect-not jeopardize-prime agricultural land. I have taken the lead on two important issues to Turlock: transportation and drinking water. I am serving as Turlock’s representative and the Vice Chair of the Stanislaus Council of Governments (StanCOG), the body responsible for countywide transportation needs. I also serve as Chair of the Stanislaus Regional Water Authority, Vice Chair of the East Turlock Groundwater Sustainability Agency, and as a member of the U.S. Conference of Mayors’ Water Council. I am a former adjunct professor at California State University, Stanislaus, and I am also committed to strengthening the relationship between the campus and city through events like Warrior Wednesday, a new tradition that opens up Turlock’s downtown to returning students each fall. Additionally, I have donated my salary to the newly created Mayor’s Award for Public Policy, an award that encourages local CSU Stanislaus students to investigate and solve pressing policy issues in the Turlock region. The first recipient will tackle the efficiency of current and planned bus routes throughout Turlock, with an aim to increase ridership by both students and residents. The second recipients will help bridge the Stanislaus State campus to our downtown. Before the election, I lived and worked in rural villages throughout Afghanistan as the Director of Economic Growth for the United States Army (2012 - 2013) and a United States Department of Agriculture Senior Advisor in Southern Afghanistan (2009 - 2011). I was awarded the U.S. Department of the Army’s Superior Civilian Service Award, NATO’s Global War on Terrorism Award for Civilian Service, the U.S. Department of Agriculture’s Distinguished International Service Award, and the U.S. Department of State’s Meritorious Honor Award. Before my time in Afghanistan, I worked in the White House, the Association of California Water Agencies, and the United States House of Representatives under then-Congressman George Radanovich. I hold a Master of Public Policy degree in agriculture and water resources from Georgetown University’s McCourt School of Public Policy in Washington, DC and the Indian Institute of Management in Gujarat, India; and a Bachelor of Arts degree from the University of California, Berkeley with highest honors and distinction.

Why did you want to get into politics? Why did you run for Mayor? Since the beginning of your tenure as Mayor, what kind of problems have you found? Is the City Council working well with you? I never planned on being the mayor of my town. I always enjoyed public policy and discussions about making the community stronger, but I never thought elected politics would be fulfilling. It was while I was in Afghanistan as an agriculture advisor with the US military from 2009 - 2013 that I decided I wanted to make my own home a better place to live. So in 2013, I returned home to Turlock and I decided I would run for mayor—to find solutions to our water issues, to improve our roads, and to pay off our debt. All three things have been accomplished, and I look forward to the next two years of challenges.

Turlock is a great place to raise a family. When my great grandparents came to Turlock from the Azores at the beginning of the last century, they came to the Turlock area to farm. They realized then that Turlock’s rich soil would help them build a better life. Today, we still farm the same ground that my grandfather bought after World War II. Overall, Turlock is a community that has a rich agriculture history, and the sense of community is strong. I’m very proud to be the mayor of such a diverse city.

Will there be any future offers for a better stay in Turlock? I am excited about our growth because Turlock focuses on high quality developments. Our houses will not be developed across the street from industries, and our prime agriculture land will remain preserved. We have a strong, historic downtown that has unique restaurants, bars, and shops. Our Monte Vista Crossings is one of the highest grossing outdoor shopping centers in the country and will now include a much-anticipated bowling alley and entertainment center.

" When my great

grandparents came to Turlock from the Azores at the beginning of the last century, they came to the Turlock area to farm.

As you know our city roads are in really bad Is the rebirth of downtown to continue? shape. They look like third world roads. Are What do you expect to see different? there any plans to start doing some work? Turlock’s roads are terrible, and they have been terrible for way too long. They have a rating of 64 out of 100, which is a failing grade to me. In some cases, our roads have a rating of 19 out of 100. When I became mayor, I joined the Stanislaus Council of Governments, which controls the transportation funds to fix our roads. I was also a leader on Measure L, which is a 25 year half cent sales tax. The tax passed by over 70% in Turlock, and

In downtown Turlock, we have almost no business vacancies. Our restaurants and bars have been thriving. We invested in new walkways, new trees, and new lighting. This creates a safe environment for shoppers and residents to enjoy a historic part of our town. I expect the downtown to only grow and improve, and it is my hope that we attract more residents from outside Turlock to visit our town.


Interview

15 de Fevereiro de 2017

E TO RAISE A FAMILY. How’s the relationship between the City and State Boulevard, or picking up my sopas from the Turlock Pentecost Association, or eating the County? As a city, we get along with all of our partners, whether it is the students at Stanislaus State or our county representatives or our fairgrounds leaders. Turlock has also found common ground when working with our colleagues at all levels of government, whether it is at the local, state, or national level.

What’s the Crime Stoppers Program? What impact has it had in the city? Turlock has 140 Police Department employees. Is this number enough to have a safe city and be able to respond to the expectations of the city residents? Can you compare the Crime Statistics of your City with other comparable cities? Is there any kind of power that a Mayor or the City Council like to have to do a better job? Our police forces do a great job of being a proactive force that takes care of our citizens. We have reinstated the K9 unit, we have brought back the Street Crimes Unit, and we have increased our community engagement. We will always have issues in our community to tackle, but our streets are some of the safest in the Central Valley. Our police force has roughly 1.5 officers to every 1,000 residents. While we have budget constraints on hiring additional officers, we are creative with offering our sworn officers the support they need. We have dozens of volunteers that assist them with traffic control, reporting, and filing. We have a great group of dispatchers that work tirelessly to serve our community and, of course, we have the hardest working police officers in the state. Overall, we have far less crime than cities like Merced and Modesto, and we try to be as proactive in combating crime as we can.

How bad is Turlock’s homeless issue? Are there any programs to be implemented? Our homeless issues have been around for decades, but we are actively working with this population to get them the assistance they need. I currently sit on the Hope Lives Here committee to help fund the expansion of the shelter to become year-round. It’s my goal for the city to identify funds in the next year to complete the project. While homelessness is not a crime, there are often individuals that commit crimes. With these individuals the police officers have stepped up our enforcement. These crimes might include illegal camping in our parks, consuming alcohol in our parks, or having an unlicensed dog. We have increased our patrols and we work hard to work with these individuals to keep our city parks clean and safe for all people to enjoy. In my first year of being mayor, we tripled the number of citations issued, and we will stay committed to fighting these crimes.

Are you a descendent from an azorean family? Overall, I have been honored to be the second Portuguese mayor in Turlock’s history. The first Portuguese mayor was Dr. Curt Andre, who has been a great friend and mentor. It feels great to be a part of the Portuguese community in Turlock. Whether I am eating breakfast at Cindy’s Restaurant on Golden

turmus at a festa in Patterson, or going to the bullfights in Gustine, I enjoy celebrating our Portuguese heritage here in the Central Valley. The family of my late grandfather, George Brown (Debrune), came from Pico, while the family of my grandmother, Viola Brown (formerly Viola Baptista), came from Terceira and Faial. I grew up farming almonds with them both and I will always be thankful to them both for teaching me about my Portuguese roots. It is my hope that in summer 2018 we will establish our very first “Sister City” with a town in the Azores, which will only further enhance our Portuguese culture here in Turlock. TP

Gary with his Avó eating sopas

Gary with Duarte Freitas

Dept of the Army Superior Civilian Service Award Recipient Tour in Afghanistan

17


18

Comunidade

15 de Fevereiro de 2017

Ajudar a Igreja de São João Batista do Pico Para angariação de fundos para ajudar a Igreja de São João Batista da Ilha do Pico, que ainda tem uma dívida de $100 mil euros para pagar depois da realização das suas obras, realizou-se um jantar no Salão de Festas de Livingston. Houve muita

participação e as muitas vacas oferecidas e leiloadas mais as arrematações e entradas, deram um lucro de cerca de 110 mil dólares. Este jantar teve a presença de Francisco Rodrigues, pároco daquela Igreja que

Francisco Rodrigues, pároco da Igreja de São João Batista e Manuel Eduardo Vieira um dos organizadores desta angariação de fundos

agradeceu a generosidade da nossa Comuinidade. Também Roberto Silva, Presidente da Câmara das Lages e Angela Alvernaz, Presidente da Junta de Freguesia de São João estiveram presentes. Mais uma demonstração de quão boa e responsiva é a

nossa comunidade para minorar necessidades de outros irmãos ou organizações. Oxalá o Bispo de Angra e o Vaticano sejam informados destes gestos, porque a responsabilidade primária seria a deles.

Francisco Rodrigues, Mayor Pro-Temp de Livingston, Roberto Silva (Presidente da Câmara das Lages do Pico), Angela Alvernaz (Presidente da Junta de Freguesia de São João), Manuel Eduardo Vieira e Rúben Chaves, Chefe da Polícia de Livingston

Como de costume um Cozido à Portuguesa de se lhe tirar o chapéu

Bela participação da nossa Comunidade, como é habitual nestas causas Muitas e bonitas ofertas para arrematar

O Programa “Hora dos Portugueses” da RTP aproveitou para entrevistar o Presidente de Livingston Eli Mendonça.

Fotos de Osvaldo Palhinha


Comunidade

15 de Fevereiro de 2017

19

Maria Bettencourt conquistou Los Angeles

M

aria Bettencourt, nasceu na Praia da Vitória, e iniciou sua “carreira” pelos palcos ainda na pré-primária a puxar um Bailinho de Carnaval. Aos 10 anos de idade estreiou-se pelas 5 horas da manhã no Festival Maré de Agosto em Santa Maria, Açores, acompanhada pelo grupo

Extreme. Logo após esta experiência, decidiu que a música era o caminho a percorrer, e aos poucos foi cantando com a banda Ynot, esta acompanhada pelo pai, Luis Gil Bettencourt. Depois de tocar por diversas ilhas e continente, decide colocar o seu projecto com outra seriedade, e avançou para o estúdio onde gravou uma série de

maquetes e 2 vídeos, Colorblind gravado na Terceira e No Chip on my Brain gravado em Trás-Os-Montes. Depois de actuar em Boston e em Nova Iorque, sempre como cabeça de cartaz, decidiu tentar Hollywood, onde por 3 vezes foi cabeça de cartaz no Lucky Strike. Hoje tem como músicos Luis Gil Bettencourt na guitarra

Cole Martins

Maria Bettencourt, cantora, a terceirense que encantou Los Angeles

Maria Bettencourt da Terceira and her band em Hollywood at the famous Lucky Strike Rock club on January 26. Luis Bettencourt: guitar from Terceira Cole Martins: Drums from Artesia, California Joe Pessia: Bass Guitar from Boston

Ti João Angelo também quiz estar presente

Photography TAMEA

Luís Bettencourt

eléctrica e viola da terra, um grande músico de Boston, Joe Pessia, e o excelente e uma grande promessa na bateria, Cole Martins. Neste preciso momento, prepara a produção de diversos temas para apresentar a editoras ou para edição de autor. Tem no iTunes um tema pelo nome de Mistress. JM


20

Opinião

15 de Fevereiro de 2017

Untamed Dreams - Faces of America A Shrine Containing Relics of the Portuguese-American Community of California

S

tarting with the Foreword, Untamed Dreams─Faces of America felt right. It reminded me of happenings long forgotten and spoke of things that might have been. Many of the essays confirmed what I already knew and a few contradicted what I thought I knew. But either way, the book invites us to take another look at our story, the story of our immigrant past. A past that, although distant for a great majority and just around the corner for a few, shares a theme that resonates in all of us. Granted that different readers may interpret the focus of each biographical essay differently and may call themselves American, Portuguese, Azoreans, Portuguese-Americans, Luso-Americans, or any combination, Untamed Dreams─Faces of America is our story, the story of our immigrant soul, the story of our Portuguese-Americanization. A great many of us immigrated from the Azores, Madeira and the Continent as infants, adolescents, and adults. Some are first, second, third, and fourth generation. So many of us arrived on whaling ships and cargo ships, and some in airplanes. But many were already here to welcome us and facilitate our relocation and adaptation. Willingly or not, we had our names changed or shortened while others insisted on keeping their four or five-word name untouched. Many never returned to their birthplace; a handful returned only to come back; a few returned happy never to come back. A surprising large number had leading roles in organizing, funding, and leading Portuguese Fraternal Societies and the Holy Spirit; a great number were

A outra Voz Goretti Silveira

mariagorettisilveira@yahoo.com the recipients achievement national decorations. Most, if not all, showed pride in their heritage and cult u ral and religious t r a d itions.

of awards of and

M a n y had to give up their dreams of further education in order to help the parents and younger siblings, but their descendants were first in the family to complete high school and to get a University education and a degree achieving in one generation what normally takes two or three. A handful had already left a mark before the publication of this book, but the majority would have gone

unknown if it weren’t for its publication. Untamed Dreams─Faces of America is divided into seven sections, introduced each by a poem. Throughout the selection grouping the editors suggest a direction taken by the process of immigration and adaptation: leadership and distinction; relocation and hardship; the Portuguese language media; success and prosperity; labor union leadership; familial longings; and military service. Many pieces could easily have been placed in several of the sections here but the subdivisions help the reader focus on the values and special skills needed for the success in each particular one. Granted that some of the values here don’t always play well with each other and many of these people─us included─would most certainly be on opposite sides should we be faced in the fight to survive. Case in point, union leader John Inácio Silva who found himself on the wrong side of Portuguese dairy farms. Regardless, there isn’t one of us who will

not find strands of his or her story weaved in the testimonials, memories, biographical narratives, family histories, and poems that went into this tapestry called Untamed Dreams─Faces of America, a shrine containing relics of the Portuguese-American community in California. We the readers cannot but feel privileged of having been let into people’s lives and their families this way. And the authors here cannot but feel joy and pride in having, in a seamless manner, captured in this collection, the very heart of Portuguese-American experience in California for the last two hundred years. Soren Kierkegaard said “Life can only be understood backwards; but it must be lived forwards,” and as tempting as it may be for a far too large number of us to ignore or deem our past unimportant, our education starts there-in the past: our understanding of ourselves starts there; our empathy for the Other starts there. And I quote poet and novelist Frank X. Gaspar in the Foreword of Untamed Dreams-Faces of America, “This is a book for the shelf in every Portuguese American home, every public library, and the homes of all those who would be pleased and edified to read of our presence.” Untamed Dreams─Faces of America (Francisco Henrique Dinis & Jose do Couto Rodrigues, ed.), San Jose, California, Portuguese Heritage Publications of California, 2016.

Notícias da Comunidade Chino D.E.S. 2017 Committee: President: David Martins Vice-Presidente: Louis Batista Treasurer: Lucy Trinidad Secretary: Jessica Shepherd Band Director: Marylou Lourenço Public Relations: Theresa Silveira Bar Director: Carlos Mota Kitchen Director: Jessica Dias

Tulare Angrense Athletic Club Direção - 2017 Presidente: Anthony Avila

V. Presidente: Nelly Silva Tesoureira: Ana Ferreira Secretária: Goretti Borges Dir. Desportivo: Joseph Rocha Arrd. do Salão: João Rodrigues Vogais: David Borges, Manuel Monis, Joe Ferreira, Julie Silva, Michael Borges, Mario Coelho, Francisco Espínola, Irene Borges Ajudantes da Direcção: Manuel Parreira, João Parreira, José Cardoso, Joe A. Lima

Realizou-se na M&S Portuguese Bakery em Turlock, uma sessão de Sips & Paint liderada por Donald Mota, artista plástico da nossa Comunidade e muito conhecido Forcado. Assim começa a paixão e descoberta de artistas. Haverá mais, segundo diz Donald Mota.


Patrocinadores

15 de Fevereiro de 2017

Caravelle World Travel 2017–2018 Groups

Join Al & Vilma Pinheiro

Azores & Mainland Portugal

10-Day Mexican Riviera Cruise

Our tour will take us to the following Islands and Cities of Mainland Portugal

Sailing Round Trip from San Francisco

June 28 – July 18, 2017

4 Nights Terceira (San Joaninas Festival) 2 Nights São Jorge Day trip to Pico 2 Nights Faial 4 Nights São Miguel 3 Nights Porto including a day cruise on the Douro River,

Day trips to Guimarães, Braga, Óbidos, Nazaré, Sintra, and Cascais 4 Nights Lisbon including “Noite de Fados”

Cruise with Chico Ávila 16-Day South America

October 5, 2017

March 14, 2018

Emerald Princess® Grand Princess® • • • • • •

San Francisco Puerto Vallarta Manzanillo Mazatlan Cabo San Lucas San Francisco

• • • • • • • •

Santiago, Chile Coquimbo, Chile Pisco, Peru Lima, Peru Puntarenas, Costa Rica San Juan Del Sur, Nicarágua Puerto Vallarta, Mexico Los Angeles, California

Private Performances by Chico Ávila

For Reservations or Information contact

Caravelle World Travel • 190 First St., Gilroy, CA • 408-842-0200

CST# 1010883-40

21


22

Tauromaquia

15 de Fevereiro de 2017

Temporada de 2017

Quarto Tércio José Avila

josebavila@gmail.com

Alberto Conde

crianças. O que é que temos que fazer nas nossas praças para que o cavaleiro se sinta mais seguro?

Tivemos duas conversas com cavaleiros da California àcerca da temporada de 2016 e o futuro: Primeiro falámos com Alberto Conde, cavaleiro muito conhecido de toda a gente aficionada.

Quanta corridas toureaste em 2016? Toureei 4 corridas e um festival. Qual foi a melhor para ti? As melhores foram a Corrida de Hanford e o Festival para as

Era preciso cuidar mais dos pisos das praças, haver menos gente a mexer-se na trincheira e na bancada, durante as nossas actuações. Quais as ganadarias que mais se distinguiram? Penso que foi a do Pico dos Padres, Germano Soares, Renovada Açoriana e Roberto Martins.

Joe Correia 1. In 2016 I had 5 bullfights, two in Artesia two in Tulare and one and Gustine 2. The best for me was in Gustine for the 10th anniversary of the Group Forcados Aposento of Turlock 3. In my opinion for us to be safer, the dirt in the arena must be better as we witnessed last past year Francisco Zenkl felt in the arena because of the dirt. It is very important for the safety of the animals and the bullfighters that the dirt is properly prepared. 4. I will pass this one. 5. For the year 2017 it’s going to be an exciting year with a group of new horses that we are preparing right now with a lot of patience and a lot of sweat. This year’s

Solidariedade

new quadra is looking very promising. I also have two of my own that will be going into the arena this year. I believe it’s still a little too early to talk about contracts and the few that we are talking about is just started, but things are looking very promising. I cannot wait for the season to start 6. The best way to make Festa Brava in California better in my opinion is that if we could just leave all the politics out of the arena and just put on some good old-fashioned bullfights to our people enjoy going to watch and have fun, but that will probably be hard to do because of all the competition now in California. NOTE: Joe is celebrating this year his 15th anniversary of the alternativa.

Realizou-se no dia 11 de Fevereiro na IFES Society Hall em Mountain View uma noite de angariação de fundos para a Fundação Portuguesa Bom Samaratiano (PBSF) que tem por missão ajudar na recuperação de jovens - “a safe place to guide you regaining your life, your family, your relationsghip”. Obrigado Alcides Machado e Mountain View por esta boa cruzada.

Saber que passado e que futuro vamos ter, conversando com dois cavaleiros locais que têm toureado nas nossas festas, é um dever para quem gosta desta festa brava, que nos acompanha já há muitos anos por esta California fora. É o trabalho constante e diário destes jovens que faz animar a festa e que nos dá o prazer de ver arte em movimento, em muitas das Segundas-feiras do ano. Um reconhecimento a estes jóvens é devido por todos nós. Que a temporada de 2017 ainda seja melhor do que a do passado ano, são os nossos desejos. O que é que esperas para 2017? Quantos contratos tens para este ano? Não espero tourear muito, mas já tenho até ao momento três corridas, mas gostava de fazer 4. O objetivo deste ano é trabalhar com uma nova quadra da Coudelaria Irmãos Martins, de Hilmar. Estou muito entusiasmado com este novo projecto e ainda por cima trabalhar com o meu colega Paulo Jorge Ferreira está a ser muito enriquecedor.

Como melhorar a Festa Brava na California? As ganadarias devem continuar o bom trabalho feito até agora, as Coudelarias continurem a fazer cada vez melhor, e começar a entrar gente nova com qualidade para que as pessoas se divirtam nas praças.


15 de Fevereiro de 2017

HECHICERA Problemas en el Amor? Yo tengo la solución!

?

Leo Las Cartas y La Mano

TRABAJO GARANTIZADO Vera Resultados en 24 Horas

Tiene Problemas con su Pareja? Esta Teniendo Problemas Leves y no Sabe Porque? No Espere a que se Convierta en Algo Irreparable!

? ?

Pociones para seducir, recuperar a tu pareja y legarlo a tus pies

YO PUEDO AYUDARTE EN TODO Pasado, Futuro, Amor, Suerte.

CUPON

LLAME PARA 1 PREGUNTA

GRATIS

Enamoramientos • Endulzamientos Union de Pareja • Le Regreso al ser Amado

408.201.2284

Patrocinadores

23


24

Comunidade

15 de Fevereiro de 2017

Fixing American’s Healthcare O Congressista David Valadão tem enviado aos seus constituintes este inquérito àcerca da possibilidade desta nova Administração querer mudar o chamado Obamacare. Possívelmente outros Congressistss farão o mesmo. Aqui fica o exemplo que o David Valadão enviou. Friend, I’m sure you have heard the news: Congress is currently considering action to repeal the Patient Protection and Affordable Care Act (PPACA), commonly referred to as “Obamacare” and replace it with a new healthcare system. There is no doubt we have a healthcare crisis on our hands. Our healthcare system was

broken before Obamacare, but the new law made it worse. That’s why we need to find a better solution. In order for Congress to implement a healthcare system that works for all Americans, we need input from you, those impacted by these decisions. Will you please take a moment to share your thoughts on this important topic and fill out the survey below? Do you support the repeal and replacement of Obamacare? Yes No Unsure

Has the cost of your healthcare increased since Obamacare was implemented? Yes, the cost of my health insuran ce has increased.

No, the cost of my health insurance has stayed the same or decreased

Unsure

What aspect of healthcare is most important to you?

High Quality Care Affordable Cost Guaranteed coverage for pre-

existing conditions Access to Doctors and Hospitals Other

I appreciate you taking the time to complete my survey. If you’d like to stay more up to date about what’s going on in Congress and how I am working for you, please follow me on Facebook, Twitter, and Instagram. Sincerely, David G. Valadao Member of Congress

Antonia de Sousa Malta - 100th Birthday

A

ntónia de Sousa Malta celebrated her 100th birthday on February 10, 2017. The birthday party took place on February 5th at Scotts Restaurant in Walnut Creek with 45 family guests including with her daughters, Clarice, Joann, and Manuela, all 6 grandchildren and 3 great grandchildren from Chicago, Brooklyn and California. It was a festive celebration with family, Portuguese music, a mounted portrait blessing from

the Pope with a seafood brunch. Antónia was born in Canhas, Ponta do Sol, Madeira in 1917. She arrived in California at age 26 and has lived in the Bay Area for 74 years. She is the only one of 14 children that still continues to celebrate her life. She loved to sing and played the guitarra with her family. She is the wife of Joe Malta (deceased in 1997) who were members of many fraternal organizations and has subscribed to the newspaper since its inception.

She still attends festas, played the guitarra and sung for many years, entertaining family and friends with parties and cultural food. Antónia continues to be the dona de casa. Joann Malta-Weingard wrote a poem to celebrate her mother’s 100th birthday:

Dos dias que tem o ano, Este é o mais venturoso: Faz 100 anos a minha mãezinha, Que é a mãe mais carinhosa. Deus de saúde a minha mãe Por muitos e longos anos Na companhia da família, dos netos, bisnetos e das manas!

Happy 100th birthday, Mãe Antónia

E que nos estejamos junto dela, Quando já for bem velhinha, Para a poder amparar Com amor e com carinho!

Tribuna Portuguesa envia saudaçõs a toda a família.

German WW II U-boat discovered off the Azores Experts say they have discovered a German World War II U-boat in the Atlantic Ocean off the Azores. The wreck of U-581 was found at a depth of 2,953 feet near the south coast of Pico island by a submersible operated by the Rebikoff-Niggeler Foundation. The sub sank in 1942 after it was attacked by the British destroyer HMS Westcott. A non-profit organization devoted to marine science, the Rebikoff-Niggeler Foundation announced the discovery on Feb. 3 and released stunning images of the coral-encrusted sub. Experts verified the sub’s location on Sep. 13 2016 after a search of several months, it said. The Foundation’s LULA1000 submersible was operated by Kirsten and Joachim Jakobsen. “The moment of discovery was very emotional,” said Kirsten Jakobsen, in a statement. “A beautiful coral grows out of the gun. The wreck site is somewhat creepy but beautiful at the same time. It lies on the base of a steep slope which is a coral garden.” Joachim Jakobsen explained that remote acoustic technologies were used for scan-

ning a search area spanning 32 nautical square miles. Between March and September, the team produced 3D charts of the search area, and then harnessed sonar to create high-resolution acoustic images of much of the search area. “The final discovery was made by looking out of the large Acrylite viewport of our research submersible LULA1000,” said Joachim Jakobsen, in the statement, noting that luck played a part in the discovery. “We had been following a deepsea fish for filming on this dive. We followed that fish from 800m to 870m of depth. Suddenly, we noticed a long cigarshaped echo on the onboard sonar of our submersible. We approached and finally had a breathtaking view to the cannon and the tower of U-581.” U-581 sank on the morning of Feb. 2, 1942. After HMS Westcott caused severe damage to the sub with depth charges, U-581’s commander gave the order to abandon and sink the sub, with all but four of its 46 crew surviving the attack. One of the sub’s officers, Walter Sitek, swam four miles to reach Pico Island, and eventually made his

way back to Germany. The remaining 41 crewmembers were rescued and became prisoners of war. Gizmodo notes that the U-581 is the same type of Nazi sub depicted in the 1981 German war film “Das Boot” and Steven Spielberg’s “Raiders of the Lost Ark.”

Assine o www.facebook.com/portuguesetribune www.youtube.com/portuguesetribune twitter.com/porttribune www.portuguesetribune.com

The wreck is described as a valuable site for the study of cold-water corals, which are considered vulnerable ecosystems. The Foundation says that relatively little is known about the growth rate of cold-water corals although some can live for hundreds or even thousands of years. in Fox News Science


Desporto

15 de Fevereiro de 2017

25

LIGA 2016-2017

Porto a um ponto do Benfica A luta entre Benfica e Porto aumenta Ainda falta muito campeonato, mas o Porto tem jogos mais difíceis do que o Benfica. Depois de um certo desacerto, o Benfica voltou às vitorias e à consistência de jogo. Golos não tem faltado para gaúdio dos sócios e adeptos. O Porto tem crescido, muito embora ainda lhe falte génio para convencer muita gente. Adquiriu alguns jogadores que lhe vão ajudar e muito. No respeitante ao Sporting, a 10 pontos do Benfica só lhe resta tentar manter o terceiro lugar. Jorge Jesus tem agora possibilidade de rodar novos jogadores para poder criar uma equipa que na futura época possa dar maiores alegrias aos seus sócios. Braga e Guimarães tentarão chegar ao terceiro lugar por muito difícil que seja. No fim da tabela a luta vai ser muito complicada para o Tondela e o Nacional, já que o Moreirense, mesmo depois de ter perdido com o Sporting, está em maré alta, até porque ganhou e bem a Taça da Liga. Dá ideia que depois de um principio de época truculento entre treinadores, agora que está delineado o quase futuro campeão, as coisas amainaram. Ainda se nota a malcriação em campo de muitos profissionis que ganham fortunas, mas não sabem respeitar o seu adversário. in abola.pt

The First and Only Restaurant with a Michelin Star in San José

Executive Chef, David Costa Pastry Chef, Jessica Carreira

Accepting Reservations for Dinner

1614 Alum Rock Ave. San José, CA 408.926.9075 | www.adegarest.com


26

Cultura

15 de Fevereiro de 2017

PAGINA DE ARTES E LETRAS DO TRIBUNA PORTUGUESA

Apenas Duas Palavras Diniz Borges

40 anos de Teatro nos Açores Valter Peres

Passam hoje 40 anos que o Alpendre Grupo de Teatro subiu pela primeira vez à cena. “Guerras do Alecrim e da Manjerona” de António José da Silva serviu como arranque de um projeto que quatro décadas passadas está para lavar e durar. São poucos, em Portugal, os grupos de teatro com 40 anos. Os dedos de uma mão dão para os contar. Há poucos dias ficámos a saber que a Cornucópia nos disse que ficava por aqui, outros projetos da idade do Alpendre estão presentemente a lutar com as últimas forças para se manterem em atividade. É pois com muita satisfação que felicito o Alpendre pela sua longevidade. Foram quarenta anos de vida cultural, com 98 trabalhos levados a cena, por uma grande quantidade de pessoas, entre atores, encenadores e diretores. Este é um dia de festa para o teatro e para a cultura açoriana. Aproveito esta data para homenagear todos os que fizeram e suportaram este projeto. Desde que Álamo Oliveira lançou a semente em 1976, muitos foram os que, com prejuízos pessoais, deram a sua energia para que fossem possíveis 40 anos de atividade ininterrupta. Sei o que terá custado porque o teatro obriga à plenitude dos sentidos, à entrega total, seja física, emocional, intelectual ou social. Quando se faz do teatro a vida, ele transforma-se na própria pele e sentimos que é, como diz Frederico [sic] Garcia Lorca “poesia que sai do livro para fazer-se humana”. É por isso que o Alpendre ainda hoje se mantém vivo, exatamente porque foi para todos os que por ele passaram, a prioridade. A todos eles, muito obrigado Para além de fazer rir e chorar o teatro é fundamental para a formação cultural de um povo, é entretenimento, mas também forma de expressão social e política. O Alpendre foi-o ao longo dos tempos e será, sempre que alguém subir ao palco. A contemporaneidade não pode dar-se ao luxo de dispensar o teatro, pelo contrário, basta observar a padronização da sociedade, a acomodação, o egoísmo, a passividade... É exatamente neste contexto que em nos vemos enredados, que o teatro faz mais falta. Ao fim de 8 anos como presidente desta instituição de utilidade pública, chegou a hora de passar

o testemunho a outros. Faço-o com a alegria de quem sabe que, a equipa que a partir de 2017 irá liderar este projeto, colocará, como eu sempre coloquei, toda a sua energia em prol do Alpendre. Ao Alpendre Grupo de Teatro e a todos os projetos teatrais deste país, um brinde pela teimosia de continuar a alimentar cultural-

Translated into English by Katharine F. Baker It’s been 40 years since the Alpendre Theater Group first burst onto the scene. Guerras do Alecrim e da Manjerona [Wars between the Rosemary and the Marjoram] by António José da Silva served as the debut for a project that four decades later is in it for the long haul. Forty-year-old theater groups are rare in Portugal. They can be counted on the fingers of one hand. A few days ago we found out that Cornucópia reported it was still around; others of

d.borges@comcast.net

Duas Palavras William Shakespeare escreveu: “O mundo é um palco, e homens e mulheres não são mais que meros atores. Entram e saem de cena e durante a sua vida não fazem mais do que desempenhar alguns papéis.” Na realidade andamos todos a desempenhar um papel e daí a importância do teatro nas nossas vidas. O mundo sem arte é um mundo triste, é um mundo de corridas sem prazeres. Uma das artes mais importantes é a arte teatral. Daí que hoje publicamos, nas nossas duas línguas, um texto de Valter Peres, traduzido por Kathie Baker sobre os 40 anos do Alpendre, grupo de teatro dos Açores. Um dos grupos mais ativos e mais consistentes no nosso arquipélago, o Alpendre, fundado pelo poeta e dramaturgo, o nosso amigo Álamo Oliveira, tem tido, e continuará a ter, um papel predominante nas artes no nosso arquipélago de origem. É ainda uma lição para a nossa diáspora. Hoje, a diáspora não é a mesma do que era há 25 anos atrás e um dos nossos males é que andamos a portar-nos como se ainda estivéssemos no século XX. Com uma comunidade mais americana do que portuguesa, em termos de língua e assimilação, mas ainda ligada à sua herança cultural, os luso-descendentes têm, como é óbvio, mais oportunidades de apreciarem e viverem o teatro, porque em todas as cidades e vilas deste estado existem companhias de teatro. Hoje, já não há a desculpa da língua, como impedimento para irmos ao teatro. A preocupação não deve centrar-se em não termos um grupo de teatro nas comunidades, a preocupação dever estar virada para não termos, infelizmente, um numero substantivo de elementos luso-descendentes nos grupos de teatro do mundo americano, que já é o nosso mundo e, mais importante é o mundo dos nossos filhos e netos. No teatro, nas artes em geral, a herança cultural dos nossos filhos e netos, servirá para que, como disse o meu filho Michael Borges (há dois anos no banquete do congresso da Luso-American Education Foundation), as novas gerações: deem o grande salto e usarem as suas raízes ancestrais, a sua herança cultural e os valores dessa herança para serem agentes transformativos na sociedade americana. É que apesar de todas as carreiras e todas as profissões serem importantes, as artes e nas artes, o teatro, é de suma importância para a construção de uma sociedade culta e informada. Relembro o que escreveu algures o filósofo alemão Arthur Schopenhauer: “não ir ao teatro é como fazer a toilette sem espelho.” O retrato que o teatro nos pinta é essencial para o crescimento da humanidade. O teatro traz-nos lições importantes para as nossas vidas e parafraseando José Saramago, sem dúvida que a nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida. Abraços diniz

mente a nossa sociedade. “O teatro não pode desaparecer porque é a única arte onde a humanidade se enfrenta a si mesma” – Arthur Miller “40 Years of Theater in the Azores” by Valter Peres. Originally published in Diário Insular, 16 December 2016

Alpendre’s age are presently struggling to draw their last breaths in order to stay active. It is with great satisfaction that I congratulate Alpendre on its longevity. These have been forty years of cultural life, with 98 works brought to the stage by a great number of people, among them actors, producers and directors. This is a feast day for the theater and for

Azorean culture. I take advantage of this date to honor all those who have built and supported this project. Since Álamo Oliveira planted the seed in 1976 there have been many who, at personal cost, have given of their energy to make 40 years of uninterrupted activity possible. I know what it must have cost because theater requires the fullness of the senses, to total surrender, be it physical, emotional, intellectual or social. When life is made in theater, it becomes its own skin and we feel it is, as Federico García Lorca put it, “poetry that comes from the book to make itself human.” That is why Alpendre still remains alive today, precisely because it was the priority for all those who passed through it. To all of them, many thanks. In addition to making people laugh and cry, theater is fundamental for a people’s cultural education; it is entertainment, but also a form of social and political ex-

pression. Alpendre has done this over the years, and will continue to, every time someone takes the stage. Contemporary life cannot afford to dispense with theater; to the contrary, it is enough for us to observe the conformity of society, its accommodation, selfishness and passivity in order to realize that we need more theater, not less. After eight years as president of this useful public institution, the time has arrived to pass the baton to others. I do it with the joy of knowing that the team who will be leading this project at the start of 2017 will dedicate their full energies on behalf of Alpendre, as I always did. To the Alpendre Theater Group and all the theatrical projects in this country, a toast to their determination to continue the cultural nurture of our society. “Theater cannot disappear, because it’s the only art where humanity confronts itself.” – Arthur Miller.


Opinião

15 de Fevereiro de 2017

O DDT e os Ratos

O

“Mata-Ratos” era uma figura asquerosa, suja e assustadora. Pelo menos para mim assim parecia. Eu não fugia quando o via mas não gostava nada de lhe passar ao lado. Para mais, o João, filho do barbeiro no cimo da rua, meteu-me na cabeça que a saca de lona que o “Mata-Ratos” transportava aos ombros estava, isso mesmo, cheia de ratos mortos! Coisas que os rapazes da 4ª classe, já maduros e sabichões, diziam para impressionar e assustar os mais novinhos, os estreantes da 1ª classe. Nunca soube o nome do homem nem sabia exactamente o que ele fazia para matar ratos. Só de lhe olhar para a boca, quase vazia de dentes podres, eu até acreditava na outra invenção do João e dos seus amigos: que ele era capaz de apanhar ratos com a boca! Salvo seja! Não escapava o “Mata-Ratos” à má fama. Se calhar até era boa pessoa, porventura não fazia mal a ninguém, somente aos ratos e isso até deveria ser algo para o fazer merecer o respeito das gentes. Mas a verdade é que não havia mãe que se prezasse que não usasse a figura do “Mata-Ratos” para assustar os filhos, para os obrigar a comer as sopas de funcho ou para os acomodar na hora de dormir. A mim, só me trazia era pesadelos! Ele não era único nessas funções de assustador da criançada. De lugar para lugar mudava a personalidade monstruosa. Numas freguesias era o “Velho da Saca”; noutras era o “Velho-da Lepra”.

E na Graciosa, fugiam as crianças do Ventura, que até era um bonacheirão que não fazia mal a uma mosca. A minha cara-metade conta-me que a mãe a amedrontava com o chamamento da “Piriquita”, que, na companhia da filha Maria Eugénia, vivia ali mesmo ao lado e até eram simpáticas para com as crianças, só se preocupavam em manter limpas as salas de aula do velho Liceu. Contudo, a personagem do “Mata-Ratos” era duplamente assustadora para mim: pelo porte físico e pela sua associação com os ratos. Esses sim, eram o meu maior tormento. Ouvia-os, sorrateiros, altas horas da noite, a esgravatar entre os tabiques das paredes e dos tetos. Imaginava exércitos deles a caminharem sobre o meu corpo enquanto dormia, a meterem-se por debaixo dos cobertores e morderem-me os dedos dos pés. Ainda hoje não gosto de os ver, nem mesmo aqueles branquinhos que se vendem nas lojas de animais. Quem inventou os ratos também inventou, desafortunadamente, uma outra pestilência que me deu algumas dores de cabeça quando era pequeno. Não era bem dores de cabeça mas era na cabeça que eles me incomodavam. Felizmente foram poucas as vezes que me apoquentaram, os malditos piolhos! Má fogo os abrace! Só havia duas soluções: lavar a cabeça quando se chegava da escola e passar o cabelo a pente fino para apanhar algum mais resistente ou usar DDT. O famoso pesticida, inventado por um cientista Suíço, que até ganhou um Prémio Nobel pela sua descoberta, embora tivesse

27

"Crónicas de Hoje e de Sempre" João Bendito

joaobendito@yahoo.com

sido uma das maiores armas para combater e erradicar a malária e outras epidemias, foi banido em 1977 por ser prejudicial ao ambiente. Ao seu uso atribuiu-se a quase extinção de várias espécies de animais e a causa do aparecimento de doenças cancerígenas. A bald eagle, o pássaro mais emblemático nos Estados Unidos, foi praticamente dizimada e o culpado, a dar razão a certos estudos, foi o uso indiscriminado do DDT. Matava os insectos que a gente não gostava (os piolhos) mas também quase deu cabo das majestosas águias e outros animais. Nestes dias conturbados da nova administração americana, parece que estou a voltar aos tempos da minha juventude e a sofrer de pesadelos idênticos aos que os ratos e os piolhos me causavam. E a assustar-me com monstros que são bem mais perigosos que o “Mata-Ratos”, o Ventura ou a “Piriquita” alguma vez foram. Estes, os actuais, são reais, andam bem vestidos, são ricos e bem-falantes. Sem escrúpulos, usam de todos os meios ao seu dispor para se infiltrarem nas cabeças das pessoas e, sorrateiros como ratos, escondem-se atrás de políticas desonestas, espalhando ideias doentias e nefastas. O DDT actual, o Destarelado

Donald Trump, tem mostrado que não passa disso mesmo, um veneno que, na opinião dele e dos seus seguidores, vai salvar a nação e o mundo dos perigos que nos afligem mas que, estou convencido, no fim só vai trazer confusão, caos e destruição. A culpa não é só dele, é de quem o inventou e, principalmente, de quem o está a usar, no sentido de se aproveitarem da fraqueza de espírito dele, da vergonha que ele não tem e com o descaramento de nos quererem fazer passar a todos por tolos. Os ratos que rastejam à sua volta, as ratas que o aconselham, os piolhos que se alimentam das baboseiras por ele ditas, todos juntos, enchiam muitas sacas de lona do nosso amigo “Mata-Ratos”. Quantas não serão as espécies animais e vegetais que vão desaparecer da face da Terra devido às políticas ambientais que este DDT moderno quer fazer retroceder; muitas serão as famílias de refugiados que se verão divididas e assustadas por causa do vergonhoso histerismo de uma política migratória sem nexo nem sentido; quantos não serão os doentes, crianças ou idosos que serão impossibilitados de consultar um médico ou recorrer a um hospital só porque este DDT e os seus ratos todos, que têm os melhores seguros de saúde, não nos permitem usufruir dos mesmos planos que eles e as

suas famílias têm direito! Oxalá eu me engane. Sinceramente, gostaria de despertar deste pesadelo e descobrir que não há mais monstros, que os meios defensivos deste grande país, as estruturas governativas americanas, usaram de bom-senso e nos protegeram contra estes ratos e piolhos infectados. Esta nação, para além da tenacidade e robustez que o seu símbolo – a águia real – representa, também já foi ave de rapina, já cometeu erros e destruição por este Mundo fora. É um facto a que não podemos fugir. Mas não é razão para virmos agora escangalhar o que estava bem feito, destruir o que estava razoavelmente bem alicerçado só porque um sujeito, que nem chega aos calcanhares do “Mata-Ratos” e é mais mal educado que a “Piriquita”, conseguiu convencer (quase) metade dos eleitores, com base em mentiras e “alternative facts”, que ele e só ele será o salvador da pátria. Não costumo trazer as minhas visões políticas a público. De certeza que vou arranjar meia dúzia de inimigos e pena terei se tal acontecer, embora não me assustem as críticas, ainda sou responsável por aquilo que digo ou escrevo. Mas acho que o que se passa actualmente neste país, que adoptei livremente e me acolheu sem me conhecer, não permite que ninguém se cale, é preciso que todos façamos ouvir as nossas vozes, que participemos no processo de irradiação desta epidemia que nos ameaça. Já vimos este filme antes. E foi um filme que não teve um bom final.

Livro dos Forcados à Venda O Livro dos 40 Anos dos Forcados Amadores de Turlock está à venda nos seguintes lugares: Tulare: Tulare Angrense Hilmar: Padaria Portuguesa San José: Casa do Benfica

Comprar o livro é compreender melhor a nossa Festa Brava. O livro fala de ganaderos, de artistas, de praças, de grupos de forcados. Uma jóia para arrumar.


28

Patrocinadores

15 de Fevereiro de 2017

FESTA da POSSO rendeu um pouco mais de $40 mil dólares A Festa realizada na I.E.S. de San José para angariacão de fundos para a POSSO - Portuguese Organization for Social Services and Opportunities, rendou um pouco mais de $30 mil dólares. A iniciativa foi de Lubélia e Agostinho Barbosa, acompanhados por muitoa amigos. Partlhamos os serviços oferecidos pela POSSO: ASSISTÊNCIA SOCIAL: Sómente com encontro marcado. ASSISTÊNCIA DE TRANSPORTE: Diáriamente, das 9 da manhã às 3 da tarde, por encontro marcado. SERVIÇOS DE INTERPRETAÇÃO: Diáriamente das 9 à 16 horas. FORMULÁRIOS PARA CIDADANIA: Apenas por marcação. AULAS DE INFORMÁTICA: Terças-

-feiras à 1 hora da tarde AULAS DE PORTUGUÊS: Para Adultos às Quintas-feiras, Crianças às Terças-feiras pelas 6:30 pm. ASSISTÊNCIA DO CONSULADO PORTUGUÊS: Só com hora marcada. ASSISTÊNCIA LEGAL: Sómente por encontro marcado, na última Quinta-feira do mês, com Gary Rose. SACO CASTANHO: Segunda e Quarta-feira. 23 de Fevereiro às 9 horas. ALIMENTOS SUPLEMENTARES: Quartas-feiras das 11 ao meio-dia. CONSULTAS COM A ENFERMEIRA: Quartas-feiras das 9:30 às 11:00 am. MISSA PELOS MEMBROS DO CLUBE 60: vivos e falecidos, na Igreja das Cinco Chagas, no primeiro Domingo de cada mês, às 10:00 am.

Programa de Nutrição desde 15 a 28 de Fevereiro: Dia 15 - Sopa de Cenoura, Carne de Porco Salteada. Dia 16 - Sopa de Couve e Galinha de Limão. Dia 17 - Sopa de Vegetais e Carne de Porco Assada. Dia 20 - Fechado - Dia dos Presidentes Dia 21 - Sopa de Carne e Carne assada Dia 22 - Sopa de Peixe e Bacalhau à Gomes de Sá Dia 23 - Sopa de Espinafre e Prego no Prato Dia 24 - Fatias Douradas, Ovos Mexidos e Salada de Fruta Dia 27 - Sopa de Galinha e Galinha Assada Dia 28 - Feijoada Vegetariana..

O program de Nutrição é patrocionado em parte pelo Condado de Santa Clara, SourceWise e Silicon Valley Community. CALENDÁRIO 2017: 18 DE MARÇO: Black Oak Casino 1 DE ABRIL - Aniversário da POSSO 41 anos. 13 DE MAIO - Provas de Vinhos e “Shopping” 16 DE MAIO- 31 DE MAIO - PARQUES NACIONAIS - Nevada, Utah, Wyoming, Montana, North & South Dakota, Colorado. 18 DE JUNHO - Dias dos Pais - Momterey e Carmel.


15 de Fevereiro de 2017

Patrocinadores

29


30

English Section

15 de Fevereiro de 2017

Substance Matters!

Mais

Lúcia Soares

luciasoares@yahoo.com

I

recently read Good Strategy Bad Strategy, a book written by Richard Rumelt a “giant in the world of strategy.” What struck me about this book is that it pulled together small insights that I had been filing away during the last 14 years of my career in management – hunches that I had been realizing but not fully understanding about the lack of substance in many of today’s business strategies. Rumelt’s clear analysis talks about what is a plague in modern business leadership; the word strategy is typically over-used and has come to be known as a “mishmash of pop culture, motivational slogans, and business buzz speak” lacking in substance. Rumelt argues that what businesses need today are leaders who are focused on defining a kernel of strategy that contains “a diagnosis, a guiding policy, and a

coherent action.” It requires leaders who “are willing and able to say no to a variety of actions and interests” and who can articulate substance over fluff. How many times do business leaders define ambiguous, unrealistic and charismatic objectives only to confuse, unfocus and frustrate its employees? Goals of growth for growth’s sake, becoming the best only because there is nothing left to do are ways that ensure distraction from concentrating actions and resources on a defined challenge and leading a business down the path of watered-down results. I recall my first year in college, when my writing professor came into the classroom after having graded our first semester essays. To put it mildly, she was not happy. After lecturing us on what it means to have a thesis, a point of view that is clearly

written and supported, she told us what she really thought about our writing. “It’s like you sit down at your computers and just type ‘bla bla bla’ – whatever comes into your head that sounds nice, without really thinking about what it means and how your arguments come together.” Bingo. That is exactly what Rumelt says in his book and it is exactly what modern culture, from business leaders to novice to students to political leaders do today. Just say what feels good, what sounds good, what people might smile at if they hear it. But like the famous US advertisement for Wendy’s (a fast food chain) – it’s time for us to ask, “where is the beef?”, where is the substance? As we wrap up a contentious and divided year between “liberals and the conservatives”, between the “populists and the

elites” the “Brexit versus non-Brexit supporters” the “Trump vs Hillary supporters” … should we just take a step back and ask – where is the substance? What is the problem we are trying to solve and what is the strategy? What are the supporting arguments, the details, the concentrated focus of resources, competitive advantage and energy that addresses the key challenges we face? Rather than go with the “bla bla bla” of what sounds good to our ears, let’s go with the hard work required to set aside our superficial emotions and focus on the issues that require critical thinking, compassion, and creative ingenuity. It is time to return to the root of the matter because substance matters.

Lúcia in Her Own Words

I live at the intersection of digital technology and healthcare. My strengths in digital, technology and management have propelled me to lead teams, complex programs and business transformations successfully. I started my career in Internet Professional Services, working for one of the first major Digital Agencies – USWeb. I had the privilege of being part of the generation that built the first digital marketing strategies, the first Ecommerce platforms and the first web software solutions. My passion around technology’s value connected with my interest in healthcare when I joined Johnson & Johnson where I’ve had the ability to gain deep insight into patients, physicians and payors and how the ecosystem is changing. I’ve worked on regulated software products, have led IT strategies, been CIO for several businesses and now am focused on how healthcare technology can drive transformational innovation in industry. My track record shows that I am a strategic, results and action-oriented leader. I am a clear communicator who values building strong relationships for organizational success. I care about building effective teams where creativity and independent thinking are fostered. I believe that diversity and balance in the workforce drive the best results and attract the best employees to an organization. Follow Lúcia on Twitter at #l_luciasoares or LinkedIn at www.linkedin.com/in/lucia-soares-293123

Q

Uma Questão de Substância

uantas vezes os líderes comunicam planos cheios de ambiguidade, carregados de ideias irreais e carismáticas apenas para confundir e frustrar os funcionários? Tantas vezes dizemos que queremos uma “growth strategy” só porque pensamos que ser maior é melhor. Isto não é uma estratégia com substância. Recentemente li o livro “Good Strategy Bad Strategy”, de Richard Rumelt, um “gigante no mundo da estratégia”. E compreendi o que tenho visto nos meus 19 anos de carreira em gestão – tenho tido alguns palpites – mas não uma compreensão total sobre a falta de substância em muitas das estratégias empresariais de hoje. A análise clara de Rumelt demonstra o que acontece: a palavra “estratégia” passou a ser uma coisa banal, uma “mistura de cultura pop, slogans para motivar e simples business buzz” que não faz sentido e que não tem substância. Rumelt argumenta que atualmente as empresas precisam de líderes que estão focados na definição de

uma estratégia, de uma síntese que contém “um diagnóstico, uma orientação, e uma ação coerente”. Ele frisa que os líderes têm de “estar dispostos e ser capazes de dizer não a uma variedade de ações e interesses” e têm de superar a superfície para chegar à substância. Quantas vezes os líderes comunicam planos cheios de ambiguidade, carregados de ideias irreais e carismáticas apenas para confundir e frustrar os seus funcionários? Tantas vezes dizemos que queremos uma “growth strategy” só porque pensamos que ser maior é melhor. Isto não é uma estratégia com substância. Uma estratégia com substância define um desafio e um plano concreto com as ações e recursos necessários para encaminhar a organização para o sucesso. Recordo o meu primeiro ano na universidade, quando a minha professora de literatura entrou na sala depois de ter lido os nossos primeiros trabalhos. Basta dizer que ela não estava contente. Depois

de pregar sobre a importância de definir uma tese, de ter um ponto de vista claro e apoiado por argumentos concretos, disse-nos o que verdadeiramente pensava sobre a nossa maneira de escrever. “Parece que vocês se sentam em frente do computador e começam a escrever o que lhes vem à mente, “bla bla bla” – aquilo que entra na vossa cabeça, que soa bem, é o que vocês escrevem, sem sequer pensar no que dizem ou qual o argumento que querem explicar”. Bingo. É exatamente o que Rumelt diz no seu livro, e é exatamente o que encontramos na cultura moderna, nos líderes de negócios, e até nos políticos de hoje. Apenas se diz o que soa bem, o que nos parece que vai fazer os outros sentirem-se bem, o que vai fazer com que os outros sorriam. Mas, tal como no famoso anúncio americano do Wendy’s (fast food) – é tempo de perguntar “where’s the beef?”. Onde está a substância? Chegámos ao fim de 2016, um ano controverso e dividido entre os “liberais e con-

servadores”, os “populistas e as elites”, os apoiantes do “Brexit e contra-Brexit”, os apoiantes de “Trump contra Hillary”… Devemos dar um passo atrás e perguntar – onde está a substância? Qual é o problema que queremos resolver e qual é a estratégia que se propõe? Quais são os argumentos justificados, os factos, os detalhes? Qual é o foco concentrado de recursos, a vantagem competitiva para abordar os principais desafios que enfrentamos? Em vez de ir com o “bla bla bla”, que soa tão bem aos nossos ouvidos, vamos enfrentar o trabalho duro e necessário de colocar de lado as nossas emoções superficiais e concentrarmo-nos nas questões que exigem pensamento crítico, compaixão e engenho criativo. É tempo de regressar à raiz da questão da substância e da “Good Strategy.” In PortaldeLiderança.pt


15 de Fevereiro de 2017

English Section

31

Revs v Sems, a Diocese of San José Tradition

The Diocese of San José’s Vocations Office and St. Patrick’s Seminary & University held its 11th annual Seminarians (Sems) versus Reverends (Revs) basketball game at Leavey Center at Santa Clara University on Friday, Feb. 3, 2017. The Sems won this year’s edition 45-34. All proceeds benefit the Seminarian Foundation. Canyon Heights Academy, a Catholic school in Campbell, California, was well represented in the crowd with several PortugueseAmericans and with three Legionaries of Christ playing for the Revs -- Fr. Brian Shininger LC, Fr. Anthony Sortino LC, chaplain at Canyon Heights Academy, and Fr. Timothy Lyons, former chaplain at the same school. The Legionary community in San José was founded in 2002 with two priests and two brothers living in Campbell. In 2007, the community moved to its present location in the

Cupertino foothills of California. Currently there are nine Legionaries who serve throughout the Bay Area and the surrounding communities in our schools (Canyon Heights Academy and Serra Preschool in San Francisco), the retreat house and youth clubs. The Legion of Christ is a Roman Catholic religious congregation of priests and men studying for the priesthood. The oldest player at this year’s Revs versus Sems game was Rev. Larry Goode of the Archdiocese of San Francisco who entered the priesthood in 1964 when most of his teammates weren’t even born yet. What an inspiration!

Left: The Reverends receiving instructions from their coach. Right: Bishop Patrick McGrath of the Diocese of San José.

Maybe in 2018, Five Wounds Portuguese National Parish can be represented by Rev. António Silveira and the Carmelites by Rev. Robert Barcelos. Photos by Miguel Ávila

Above left: Rev. Joe Kim (#10) jumping during the opening tip while Rev. Sérgio Ovando (#99) looks on. Above right: Revs. Brian Shininger (#60) and Anthony Sortino (#3). Below: Revs. Brian Shininger (#60), Timothy Lyons (#4), and Anthony Sortino (#3) with the Canyon Heighs Academy families.

Above and below: Rev. Larry Goode (#28) was such an inspiration on the court.


32

Ultima Pรกgina

15 de Fevereiro de 2017


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.