21 ☆ quarta edição

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Diagramação Dhara Leandro Textos Ana Kálita Vale, Karine Rocha, Dhara Leandro Fotografia Ana Kálita Vale, Karine Rocha, Dhara Leandro Styling e maquiagem Ana Kálita, Karine Rocha Em defesa da garota adolescente ................................................................. 4 Não sou a garota com quem você se casa .................................................... 9 Espelho, espelho meu ................................................................................ 15 Eu já sonhei em ser estilista ....................................................................... 20 O que One Direction e Estilhaça-me têm em comum ............................... 24 Receitas da 21 ............................................................................................ 32 Sumário Expediente

Em defesa da garota adolescente por Ana

(Just A Girl do No Doubt tocando no fundo)

Garotas adolescentes são odiadas, e isso é um fato. Isso não quer dizer que não há pessoas que são mais odiadas por serem apenas elas mesmas. Mas o quero dizer é, garotas adolescentes sempre foram e até hoje são consideradas irritantes, chatas, exageradas, demais para esse mundo. Desde os seus 11 anos até os 17 (sendo gentil) a garota adolescente é uma inconveniência. Ela é sexualizada, ridicularizada, colocada num pedestal e depois queimada, ser uma garota adolescente nunca é certo.

Quando ela se veste com traços mais “masculinos” ela é estranha, quando se inclina para a hiperfeminilidade ela é estúpida, suas músicas são bobas, as bandas que ela gosta são vergonhosas, os livros que ela lê são péssimos. Ser uma garota adolescente nunca é certo.

Talvez seja por isso que sinto falta de ser uma garota adolescente. Há algo libertador quando nada do que você faz parece agradar. Dito

isso, eu nunca fui muito “rebelde”, porém fazia coisas de garota adolescente, e mesmo com todas as angústias e vergonha alheia, era divertido. Explorar um novo mundo, conhecer coisas que meu eu criança não tinha interesse, descobrir meus gostos e ser fã de mil coisas ao mesmo tempo.

É verdade que mudei muito desde os meus 13 anos, mas se não tivesse passado por aquela fase, não sei quem eu seria hoje, e até que gosto do que me tornei. A Kálita de 13 anos, assim como muitas outras garotas da mesma idade naquela época, conheceu Lana Del Rey e se apaixonou pela melancolia e estética que ela proporcionava. Hoje eu já nem a escuto mais e reconheço o quão problemática ela é, mas não posso negar que ter escutado Blue Jeans mudou minha vida. Meu eu de 13 anos também era obcecada por One Direction e ter sido fã deles foi essencial para meu crescimento. Vai me dizer que ficar vendo vídeos da época de The X-Factor , ler milhões de fanfics , e cantar Gotta Be You para todo mundo ouvir não é extremamente importante para o amadurecimento de uma garota adolescente?

E por falar em fanfics , eu preciso dizer que me arrependo de ter parado de ler aquelas obras-primas. Até mesmo as muito ruins. E acredite, se você nunca leu fanfic , há ATROCIDADES escritas no Wattpad , AO3 e Spirit Fanfic (eu usava mais esse). Me arrependo porque fanfics são feitas se não exclusivamente, mas a maioria,

por garotas adolescentes. E deixa eu te dizer algo, GAROTAS

ADOLESCENTES SABEM EXATAMENTE O QUE VOCÊ QUER

LER. Aqui eu abro um adendo para dizer que eu não aprovo garotas adolescentes escrevendo e lendo coisas que elas não deveriam saber até pelo menos os seus 17 anos.

O tipo de aflição, anseio e sofrimento escrito por uma garota adolescente é incomparável. E sabe porquê? As garotas adolescentes sabem o que é ser indesejada, o que é querer algo e nunca conseguir, o que é nunca se encaixar. As inseguranças da adolescência não são exclusivas às meninas e nem à adolescência, e longe de mim querer reviver essas inseguranças, mas sinto que anseio por algo que só pode ser encontrado naqueles anos.

Talvez eu só queira chegar para a Kálita de 2014 e dizer que tudo bem ser um pouco cringe. Que daqui uns anos ser cringe vai ser meu lema, porque não tem sentido em se importar com o que os outros vão achar sobre o que gosto. Mas que acima de tudo, não precisa sentir vergonha em existir.

Tem um poema da Olivia Gatwood em que ela diz que todos somos garotas adolescentes e que, mesmo que muitos as odeiem, todos compartilhamos de sentimentos que garotas adolescentes sentem. Há um perigo em ser uma garota adolescente, porque ser uma garota adolescente é ser vulnerável em voz alta e as pessoas odeiam a

vulnerabilidade, acham que ser vulnerável é sinal de fraqueza.

Ser uma garota adolescente é estar ebulindo e se queimar, é rir alto nos ônibus, é revirar os olhos para tudo que incomoda, é chorar num minuto e dançar no outro, é expor suas partes boas e ruins, porque você não tem muito controle sobre o que vai ser revelado. Ser uma garota adolescente é tentar se esconder também, é tentar se misturar e ficar com raiva por não ser notada, é não saber o que fazer com a infância que ainda está tão perto e ter medo de ser adulta. Mas, quer saber? Garotas adolescentes sobrevivem, eu sobrevivi, minhas amigas sobreviveram.

Ser uma garota adolescente é ser forte (todo mundo se contorce de vergonha alheia).

Ser garota adolescente é escrever esse texto e ter medo de publicar, mas publicar mesmo assim e brigar com qualquer um que queira me envergonhar.

... even the men who laugh their condescending laughs when a teen girl faints at the sigh of her favorite pop star, even those men are teen girls, the way they want so badly to be so big and important and worshipped by someone... - Olivia Gatwood

Não sou a garota com quem você se casa por Dhara

Abro a pasta da revista 21 no meu computador e já me sobe aquele quê de adolescência. Talvez porque a gente sonhava com isso de tão tenra idade, talvez porque ainda temos esse ar de juventude envolvendo nossos dias e planos. E sempre acabo escrevendo sobre as coisas que eu queria dizer naquela época e não sabia como.

Engraçado é perceber que nossos eus adolescentes nunca vão nos deixar por completo. Tive uma fase de odiar filmes de romance, ouvir rock cristão e falar que nunca ia casar. Depois descobri os doramas, deixei de ler só distopias para jovens adultos e aceitei com prazer as indicações de livros de romance que a Kálita me enviava no Whatsapp .

Aceitei tanto essa nova parte de mim que agora escrevo uma lista dos meus filmes clichê favoritos. Algum dia explico o porquê de cada um, por hoje vocês vão ter que se contentar com essa belíssima lista para dias deprês. Segue:

Pride and Prejudice (2005), Love, Rosie (2014), You’ve Got

Mail (1998), When Harry Met Sally (1989), Leap Year (2010), Flipped (2010), 27 Dresses (2008), She’s All That (1999), Pretty Woman (1990), The Before Trilogy (1995-2013), Made of Honor (2008), Nothing Serious (2021), A Lot Like Love (2005)

Acho que todo mundo passa pela fase de fingir não querer relacionamentos, ainda que por dentro a gente transformasse cada troca de olhares em uma fantasia digna de filme adolescente da Disney. E como os nossos eus adolescentes nunca morrem, às vezes continuo agindo pelos mesmos padrões. (Exceto que agora sou menos dodói da cabeça e corro pra ler um livro ou ver um dorama novo ao invés de passar horas stalkeando certos colírios on-line e inventando uma vida inteira com quem nunca me viu na vida)

Mas chega de falar da minha vida amorosa empacada. Esses dias eu esbarrei numa publicação no Instagram que indicava livros para quem tinha gostado do filme Como Perder um Homem em 10 Dias (2003). Não vou nem comentar o quanto esse filme é icônico nem a feiura gostosíssima do Matthew McConaughey.

O primeiro livro recomendado se chama Just My Type , da Falon Ballard, lançado em 2023. Ambos os protagonistas são escritores que acabam numa disputa meio "desafio nas redes sociais para atrair seguidores", com um deles tendo que aprender a não estar em um relacionamento e o outro justamente o contrário. Lana Parker escreve

para uma coluna de relacionamento e acaba de sair de um, a la Elle Woods: ela acha que vai ser pedida em casamento quando o otário do namorado dela resolve acabar com tudo. As coisas pioram quando ela vai trabalhar no dia seguinte e descobre que o seu primeiro exnamorado, a.k.a. primeiro grande amor da sua vida, agora é seu colega de trabalho. Seth Carson, o tal namorado do colegial, não tem P.O.V no livro, infelizmente, mas pelas palavras da Lana pode ser descrito como um jornalista muito foda e muito gostoso.

Comecei a ler Just My Type num domingo em que eu estava muito febril e portanto extremamente debilitada, então minha saúde pode ter contribuído bastante para eu chegar até o fim da história. Apesar de tudo, dei cinco estrelas no Skoob porque gostei que a protagonista realmente procurou uma terapia e tentou ser suficiente para si mesma antes de entrar num relacionamento novo.

O segundo livro se chama Not the Girl You Marry , da Andie J. Christopher, e promete falar sobre relacionamentos interraciais. O protagonista, Jack Nolan, é um jornalista irlandês gostoso que se apaixona à primeira vista pela protagonista. Ao contrário dela, ele teve vários relacionamentos sérios, mas sempre foi passado para trás por suas queridas. Ele recebe a missão de escrever sobre como perder uma garota, tipo um manual para caras do que não fazer se você está tentando entrar em um relacionamento decente. O problema é que ele

gosta demais da Hannah pra tratar ela mal.

Hannah Mayfield é planejadora de eventos, ela é a tal da negra mestiça que sempre é sexualizada mas nunca levada em consideração como um relacionamento sério. Para conseguir cuidar de um casamento muito importante, ela precisa provar pra chefe dela que ela não tem medo de romance e está pronta para se aquietar com o cara certo: o tal do Jack Nolan.

O resto é história. Ele vai fazer de tudo pra perder ela e ela não vai estar nem aí porque está focando em ser promovida.

A premissa é legal, a leitura é fácil, bem livro cura-ressaca. Mas a autora, que também é uma mulher negra mestiça, me pareceu obcecada demais com relacionamentos interraciais, por isso não curti muito o livro. Dei três estrelas. Ainda indico se você curte esse tipo de história.

Sempre que me sinto meio desestimulada com a vida, eu procuro um romance bestinha para ler ou assistir. Algo que não vá me fazer pensar demais e, de preferência, com protagonistas muito bonitos e nada parecidos com a minha vida. Minha eu adolescente certamente cairia morta durinha se me visse hoje em dia. Mas acho que é isso, é difícil abandonar completamente as experiências femininas frequentemente associadas à adolescência e à imaturidade. Acreditar em romance é só mais uma delas.

Dessa vez troquei de lugar com a Kálita e resolvi escrever sobre os romances que eu estava lendo, mas ela é a viciada em romances oficial da Revista 21. Ela sempre lê e me recomenda os livros mais doidos e mais legais e você pode conferir tudo isso na conta de resenhas do Instagram @kalitareads . Melhor saber com quem entende do assunto! ps.: depois escrevo sobre coisas que eu entendo de verdade: doramas de romance, meus favoritos.

Espelho, espelho meu...

Era por volta de 2012 que uma garotinha de 13 anos deitada na cama, folheando as páginas de uma revista e sonhando com o momento que ela teria um corpo magro (e esbelto) tal qual o das revistas teen da época. Com essa vontade havia uma frustação: olhar-se no espelho e ver dobrinhas na barriga, tão distante daqueles corpos dos editoriais. Essa garota tem um nome específico, mas certamente várias outras de nomes distintos ansiavam pela mesma coisa. Nesse ínterim de 2005 a 2015 o que mais se via nas páginas de revistas femininas para adolescentes eram jovens com seus 55 cm de cintura, 49 cm de coxa e 87 cm de quadril, cabelos lisos e dourados e olhos claros.

Desde a ascensão do corpo magro, por volta de 1960, até hoje é isso que prevalece nas revistas femininas, com isso pode-se afirmar que essa característica encontra-se como um padrão de beleza historicamente demarcado. Bem sabemos que o que se vê nas revistas controla até certo ponto, nossos desejos de consumo, e quando digo consumo não falo exclusivamente daquilo que se compra com moeda,

mas que invade o subconsciente e se configura como algo necessário na vida, algo cuja experiência seja indispensável.

O doutor em design pela PUC-Rio, João Dalla Rosa Júnior, em um estudo sobre imagem e moda diz que nas revistas, tanto visível quanto invisível “assume uma importância, pois sinaliza estratégias de dominação que são materializadas por tecnologias de controle”. Que é o mesmo que dizer “aquele que aparece e aquele que não aparece se conectam no sentido de quem manda e quem não manda em algo. Esse algo pode ser nosso dinheiro ou até mesmo a forma como nos sentimos com relação a nosso próprio corpo.

Aquela garotinha não tinha tanta noção de dominado e dominante, mas sabia que as garotas na revista tinham um poder: a de ser digna de estar alí. E a maioria das meninas dignas de ocuparem os editoriais tinha uma fisionomia predominante: branca, cabelos lisos, nariz empinado.

Pouco mais de dez anos depois vemos uma mudança significativa. Não sei ao certo a origem, mas nesse período instalou-se uma filosofia de amor-próprio bastante benéfica para nós. Tirar um tempo para nos cuidarmos e começar a perceber nossas peculiaridades com mais carrinho me parece algo apropriado. Essa onda de amor-próprio também atingiu o mercado – é claro –, e com isso temos bem mais visibilidade para diferentes corpos. Muito mais representatividade

em não somente revistas, mas passarelas, campanhas publicitárias.

Meninas pretas e plus ocupando até mesmo todo espaço de um editorial. Não acredito e nem quero que esse seja o estopim, mas o meio de uma realidade para nós todas.

Confira algumas das minhas contas favoritas no Instagram:

@africaplussizebr

@creamyskincare

@voguebrasil

@isabelleikpeme

Eu já sonhei em ser estilista por

Antes de entrar na fase “tudo menos rosa”, eu era uma garota apaixonada por moda e roupas extravagantes. Minha mãe era assinante da revista Marie Claire e eu passava horas olhando os looks , os ensaios incríveis e as modelos que nunca foram parecidas comigo. A obsessão era tanta que em uma pasta eu guardava recortes de todas as roupas que eu considerava as mais estilosas em uma pasta. Eu cresci durante os anos 2000 então acho que dá para imaginar o que tinha naquela pasta. Talvez hoje eu já não achasse aquele compilado de recortes tão bonitos, mas até os meus 11 anos aquele era o meu mundinho e meu sonho.

Eu fico pensando no quanto as influências de fora nos distraem da nossa verdadeira essência. A Kálita de verdade sempre foi um pouco esquisita e sempre gostou de fazer combinações que nem sempre são óbvias. Ela sempre gostou de se fantasiar e se sentir uma pessoa diferente dependendo da roupa que usa. Só que com a chegada da préadolescência eu fui por um caminho totalmente diferente, e depois

voltei e depois fugi de novo. Acho que gostaria de ter me divertido um pouco mais com a moda, de não ter ido direto para as roupas escuras. E mesmo ali tinha um pouco de mim.

A minha pasta de moda já não está mais comigo, após mudanças de cidades e casas ela se perdeu, mas tenho guardado na memória o entusiasmo que sentia quando estava recortando as fotos para guardar, quando formava looks em minha cabeça e sonhava que na idade em que estou hoje eu seria a mais estilosa de todas.

Eu só não contava que aquelas revistas também modelariam a minha noção de beleza e que até hoje eu estaria tentando me encaixar no que as pessoas daquela época consideravam bonito. E se você não sabe, o padrão daquela época era magro, bem magro, algo que eu nunca fui.

Acabou que não ser daquele jeito por muito tempo era a única coisa em minha mente, mesmo quando me vestia do jeito que considerava legal eu não conseguia ficar 100% feliz com a minha aparência. Por algum tempo eu perdi o entusiasmo.

Ter encontrado a motivação para me vestir do jeitinho que amo não foi tão fácil, construir a confiança e coragem para me sentir confortável em quem eu sou levou algum tempo. E não, eu não posso dizer que sou uma pessoa muito extravagante, mas ainda assim me pego tendo que me forçar a usar algo fora de casa. Me agarrar às inseguranças e pressões do passado foi um erro que espero nunca repetir, continuar

lutando para viver feliz em meu corpo é um objetivo que sempre vai estar em minha mente daqui pra frente.

Hoje minha pasta de moda é digital e está no Pinterest, e confesso ser um pouco básica, mas tenho meus momentos de fantasia que são necessários para mim. Esse ensaio da 21 em que pudemos explorar nossa criatividade me lembrou que é besteira se limitar a crenças estúpidas de padrões, nós podemos ser quem quisermos e nos vestir da forma mais modesta ou maluca que pudermos pensar.

Eu já sonhei em ser estilista e hoje, de uma forma diferente, eu sou um pouquinho estilista.

O que One Direction e Estilhaça-me têm em comum por Dhara

Que One Direction escrevia músicas sobre homens patéticos e apaixonados, isso todo mundo sabe, né? Mas eu só vim perceber um mês atrás, durante uma conversa com a querida Kálita. Segue imagens:

Naquele dia eu também fiz uma playlist que mudou a minha vida ( que você pode ouvir aqui ), mas não é sobre isso que eu quero falar nesse texto.

Numa quinta-feira qualquer eu cheguei do trabalho e resolvi que estava com vontade de rever os filmes de Jogos Vorazes. Não sei bem o que me acometeu mas sei que tinha um pingo de nostalgia de viver com o nariz enfiado em livros de distopias para adolescentes. Abri o bom e velho Amazon Prime e comecei a maratona que eu só ia terminar no domingo.

Não bastasse rever Jogos Vorazes, coloquei o último livro lançado da saga na minha listinha de leituras e resolvi que era uma boa hora para reler a série Estilhaça-me. Uau, Dhara, uma viagem muito nostálgica!

Se você não conhece, me deixe te apresentar: Estilhaça-me é uma série que começou como uma trilogia mas teve um sucesso tão grande entre os leitores que a autora Tahereh Mafi teve que estender a história por seis livros. Por isso, você pode ter a sensação de que a cada livro o universo da série se expande mais e mais, e a história só fica mais complicada.

Eu tenho uma coisa com séries literárias onde você cresce junto com o personagem, na minha adolescência tive a companhia de muitos amigos literários assim. Percy Jackson, Artemis Fowl, Will

Treaty, os irmãos Pevensie, os irmãos Baudelaire, esses são só alguns dos personagens que me ensinaram a amar os livros. Estilhaça-me não é diferente. Acho que eu tinha uns 14, 15 anos quando li pela primeira vez. Eu era boba, tão boba quanto a protagonista do livro, Juliette Ferrars, que se apaixona pelo primeiro cara que consegue tocar nela. Não vou contar muito do plot, caso um dia você resolva ler esse clássico moderno da ficção juvenil, basta dizer que a Juju fica com um cara no primeiro livro, termina com ele no segundo e encontra o amor da vida dela no terceiro. Tudo isso aos 17 anos de idade.

Enfim, outra quinta-feira qualquer, eis que estou lavando uma louça ouvindo a já citada playlist “oned for the girlies” e começo a fazer ligações entre as letras das músicas e as dinâmicas de ship em Estilhaça-me.

Adam Kent, o primeiro interesse amoroso da Juju, era um babaca que só enxergava ela como uma menina fraquinha e indefesa que precisava ser protegida. Tudo bem que os dois tinham muitos traumas, muitos mesmos (nem vou comentar porque você vai ter que ler pra saber), mas o Adam era um CHATO. E é por isso que eu dedico a ele a música mais patética de todas: Strong , do álbum Midnight Memories.

Strong tem que ser uma das minhas músicas favoritas da 1D. Foi trilha sonora para muitas das minhas desilusões românticas de adolescente, mas nem por isso ela deixa de ser patética. Digo, é fofo e

tal essa história de “o amor nos faz mais fortes”, “sou melhor porque estou com você”, mas isso de “quando não estou com você, eu sou fraco”, sei não, me parece dependência emocional. Coisa que a Juliette com certeza tinha com o Adam nos dois primeiros livros da série.

Mas vamos ao que importa: Aaron Warner, segundo e último interesse romântico da Juju. O Warner é tudo que podemos esperar em um protagonista de ficção juvenil: falso vilão, incompreendido, gostoso, lindo, loiro, inteligente, gentil só com quem importa… Resumindo, ele é perfeito! Não é à toa que foi escrito por uma mulher.

E todas as músicas da playlist se aplicam ao Warner em algum momento da história, porque ele é morto de apaixonado pela Juliette e se torna um cara patético quando se trata dela.

Loved You First é bem a cara dele no primeiro livro, quando todo mundo ainda acha que o Warner é um psicopata, e ele é louco pela Juju, mas ela namora o Adam. Consigo até imaginá-lo andando pelo setor 45, com cara de bravo mas sofrendo com essa nos fones.

One Thing também é sobre ele. A Juliette fazia o coitado ficar fraco das pernas, sem conseguir respirar, e ela nem imaginava!

E Happily , quando eles finalmente começam a se pegar de verdade, e a Juliette termina com o Adam, e todos os amigos dela ficam achando ela uma louca porque “Alô? É do comandante do setor 45 que estamos falando! O cara que tentou te usar como um experimento e que quase matou o seu ex-namorado!”. Mas a Juliette está toda “I can fix him” das ideias.

Essa viagem pelos caminhos da memória relendo Estilhaça-me e ouvindo One Direction me deixou meio triste ao lembrar que hoje em dia as meninas adolescentes leem livros de romance para jovens adultos (e até dark romance, coisas que elas definitivamente não deveriam estar lendo), com bastante sexo explícito e homens tão perfeitos que são ainda mais impossíveis de existir na vida real. Elas também preferem escutar uns bate-panelas que dizem "Wanna send my code to you, 8 letters is all it takes” , ao invés de músicas patéticas sobre homens apaixonados que dizem “Whenever you kiss him, I’m breaking. Oh, how I wish that was me ” .

Continuamos crescendo iludidas em busca do tal “homem perfeito”, a diferença é que agora o homem perfeito não fica sofrendo de amores pela gente. E isso é Muito Errado.

Acordem, garotas! Eles estão escrevendo músicas dizendo que nós estamos doidas para ficar com eles! Nós precisamos trazer os homens patéticos e apaixonados de volta.

Não vou nem comentar sobre como os caras hoje em dia têm uma dificuldade absurda de mostrar interesse, muito menos tratam a gente como se fossemos pessoas merecedoras de coisas boas.

Não é fácil gostar de homem, como dizem os jovens. Acho que por isso as redes sociais vêm presenciando um boom muito grande das contas que ensinam meninas a se portar em encontros, como fingir ser bela, recatada e do lar, e como se importar apenas com o aspecto financeiro do cara que você tá pegando ( Sprinkle Sprinkle! ).

Ainda não encontrei um tutorial definitivo de como achar um homem que preste, mas quando eu encontrar pode ter certeza que vou compartilhar com a 21. De preferência um que ensine a encontrar um cara patético e apaixonado, do jeitinho que o diabo gosta.

Biscoitos de amendoim

Receita da Karine

Você vai precisar de:

2 xícaras de chá de amendoim (torrado e moído)

1 xícara de chá de açúcar

2 ovos Papel manteiga

Preparo:

Em uma tigela misture o amendoim torrado e moído, o açúcar e os ovos até formar um creme.

Faça biscoitos no formato que quiser e coloque na forma com o papel manteiga. Leve ao forno pré aquecido por 15 minutos.

Retire e quando estiver douradinho e está pronto!

Essa receita é super fácil de fazer e fica uma delícia!

Bolo de maçã

Receita da Dhara

Você vai precisar de:

3 maçãs

3 ovos

1 xícara de óleo

2 xícaras de farinha de trigo

1 xícara de açúcar

1 colher de sopa de fermento

Canela em pó a gosto

Preparo:

Descasque as maçãs e separe as cascas, vamos usar depois. Corte as maçãs em cubinhos e separe.

No liquidificador, bata os ovos, o óleo, as cascas de maçã e o açúcar.

Peneire a farinha de trigo para ficar mais fácil de mexer e separe.

Junte a farinha de trigo com a canela e acrescenta o líquido que você passou no computador. Depois é só misturar a massa com os cubinnhos de maçã e levar ao forno! Não tem erro

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