Portugal Criativo
“NÃO EXISTE UMA ESTRATÉGIA PARA A FLORESTA NACIONAL” Gonçalo Alves é o administrador executivo da SYNERG, uma empresa de Engenharia que disponibiliza serviços nas áreas ligadas à silvicultura e comercialização de matérias-primas com base florestal. Nesta entrevista, assuntos como a importância do parque florestal nacional e o seu aproveitamento estarão em destaque.
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omo caracteriza a SYNERG, no que respeita às suas áreas de atuação e ao seu posicionamento no mercado? A SYNERG tem como áreas de atuação a prestação de serviços de silvicultura e a comercialização de matérias-primas de base florestal. Posiciona-se no mercado como uma empresa de Engenharia, diferenciando-se pela procura de soluções inovadoras para os seus clientes e apostando na criação de valor. Quais os serviços que prestam? No âmbito da prestação de serviços de silvicultura, oferecemos uma gama diferenciada e alargada de serviços, nomeadamente ações de arborização e rearborização, gestão de áreas florestais, criação e manutenção de infraestruturas florestais, correção torrencial, transplantação de árvores de grande porte, manutenção de faixas de gestão de combustível, entre outros. No que respeita à comercialização de matérias-primas de base florestal, especializámo-nos no fornecimento de madeira e biomassa florestal a unidades industriais de base florestal, importação e exportação de madeira e gestão de parques industriais de madeira e biomassa florestal. Como define e caracteriza o parque florestal nacional? Portugal já tem uma preocupação evidente em cuidar das suas áreas florestais? A produção florestal nacional é assente em três grandes espécies: o eucalipto, o sobreiro e o pinheirobravo. Daqui se depreende a baixa diversidade de opções florestais que encontramos na nossa floresta. Cumulativamente, as áreas florestais nacionais apresentam um acentuado estado de degradação,
Gonçalo Alves Administrador executivo
principalmente as áreas de eucalipto e pinho, agudizando a falta de matérias-primas florestais que é sentida no setor. Esta realidade é decorrente de uma ausência de estratégia florestal nacional que assegure a rentabilidade dos proprietários florestais e a diversidade biológica. O futuro do setor poderá estar fortemente comprometido caso nada seja alterado. Os recursos renováveis são um tema muito discutido em Portugal. Todavia, quão efetiva é a capacitação das empresas que fazem parte deste setor para levar a cabo projetos diferenciadores e que sejam alternativas eficazes ao consumo de energias não renováveis? Este é, realmente, um bom setor para investir? A produção florestal nacional, já em tempos apelidada do “petróleo verde”, não tem tido o devido
acompanhamento nas últimas décadas por parte da indústria e dos partidos políticos. A necessidade de uma distribuição mais justa da riqueza criada pelo setor, a par de uma aposta forte na criação de valor associado à floresta, bem como da regulação do setor, são determinantes para o nosso futuro. As energias renováveis produzidas com base florestal não podem ser um fim em si mesmo. A sua capacidade de remuneração da produção é extremamente baixa, pelo que apenas poderão constituir-se como uma forma complementar da indústria de base florestal e de remuneração dos produtores. No nosso entender, pelos grandes desafios que apresenta, consideramos que o setor florestal é uma boa aposta para investir, quer ao nível da produção, prestação de serviços e indústria. O potencial produtivo do país é enorme quando comparado com os seus congéneres europeus. Esse potencial deve ser aproveitado de forma sustentável. Quais os projetos que gostaria de salientar, em particular, onde a SYNERG está envolvida? Como antecipa o futuro da empresa, a médio prazo? Para além de já se constituir como uma empresa de Engenharia de referência no setor, principalmente pelas soluções que tem apresentado aos seus clientes, consideramos determinante a necessidade de uma expansão da atividade da empresa para outras áreas de negócio, nomeadamente a indústria, de modo a assegurar a intervenção em toda a cadeia de valor, diversificando a atividade da empresa e reduzindo o risco.
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