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APEMIP - "O nível de exigência do setor aumentou"

“O NÍVEL DE EXIGÊNCIA DO SETOR AUMENTOU”

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) tem um novo presidente. Paulo Caiado tomou posse em maio, em virtude da renúncia do anterior presidente, e falou à Valor Magazine sobre formação, profissionalização do setor e o impacto que as novas tecnologias tiveram no dia a dia negocial deste setor.

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Tomou posse há poucos meses enquanto presidente da APEMIP. O que o fez avançar para esta posição dentro do setor imobiliário? Eu fui eleito como vice-presidente assessor da APEMIP, no final do ano de 2019, e tomei posse em janeiro de 2020. Nos órgãos sociais da APEMIP, e de acordo com os nossos Estatutos, o vice-presidente assessor fica informado de que, caso o presidente não possa continuar em funções, será ele a assumir esse cargo. Foi o que aconteceu comigo, depois de o presidente sair, por questões de saúde. O mandato termina no final do próximo ano.

A profissionalização do setor e regras de regulação do mesmo mais apertadas são dois dos principais problemas que mais vezes são mencionados pelos diferentes players da área. Como vê a APEMIP estas duas questões? Considero que seria claramente benéfico e importante para este setor a profissionalização da atividade, significando isto a exigência de alguns requisitos, sobretudo de formação e informação, daqueles que entram para esta atividade.

Também considero que, apesar de isso não acontecer, aquilo que estamos a verificar é que a generalidade das pessoas - clientes - são cada vez mais informadas. Essa informação leva a que sejam cada vez mais exigentes, o que significa que não é por alguém se intitular consultor imobiliário, mediador ou agente imobiliário que isso, por si só, representa a possibilidade de ter um negócio próprio e consistente.

A APEMIP é também uma entidade responsável por desenvolver formações para os seus associados. A formação tem um papel central nesta área de trabalho? A APEMIP tem uma academia de formação, que procura trazer para o setor formações do ponto de vista da competitividade e da qualidade dos serviços, e é importante que as empresas possam aceder. Há muitos domínios que estão a ser reinventados, outros que estão a conhecer grandes revoluções, portanto eu diria que a associação tem um papel importante para levar aos associados toda esta panóplia de informações.

No entanto, no que respeita ao acesso à profissão, e perante a ausência de regulamentação, a Academia de Formação da APEMIP vai iniciar ainda em outubro um curso chamado API – Acesso à Profissão Imobiliária. Este novo curso procura implementar um domínio mínimo de conhecimento académico para alguém que queira vir a ser agente imobiliário. Damos a conhecer o decreto-Lei que regulamenta a nossa atividade, bem como um Código Deontológico que foi desenvolvido há algum tempo pela Associação. Esta formação é facultativa, obviamente, e tem um caráter informativo, mas após esta formação, que será de três horas e meia, seguida de exame, os participantes passarão a poder usar uma chancela que significa que superaram com sucesso esta pequena prova inicial de acesso à profissão imobiliária. Talvez ainda este ano traremos para o nosso pacote formativo formação na área da sustentabilidade e na área de leitura de dados do mercado.

O setor imobiliário resistiu à pandemia, mas este acontecimento deixou marcas no dia a dia de funcionamento de cada empresa. Como lhe parece que o futuro se desenhará, nesta área? As empresas que a Associação representa são empresas concorrentes entre si. Neste setor, nós vamos ser confrontados com um novo paradigma – o nível de exigência das pessoas. No futuro, iremos assistir a casos em que as pessoas encontram um interlocutor no meio imobiliário – um consultor de uma qualquer marca – e irão exigir a casa que desejam, sem se preocuparem onde está essa casa – quem a comercializa, qual o consultor responsável e qual o parque imobiliário de cada agência/marca. Este desafio faz com que as empresas tenham de se relacionar. O Portal CasaYES, onde só constam empresas de mediação imobiliária, pode ser uma boa forma de relacionamento entre as mesmas, pois permite que, apesar de concorrentes, possam potenciar um serviço a um cliente.

Paulo Caiado

Presidente

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