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Secretária de Estado da Habitação - Habitação no centro das políticas públicas

AHabitação, enquanto componente central do Estado Social, ganhou, últimos anos, um caráter prioritário na definição das políticas públicas. nos

Esta centralidade justifica-se pela visão estruturante da habitação enquanto base indispensável para a vida em sociedade, mas também pela evidência de anos de desinvestimento e desresponsabilização do Estado enquanto promotor de habitação digna para todos!

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Hoje, as carências habitacionais vão muito para além da degradação do parque habitacional ou da necessidade de respostas sociais. Hoje, essas carências decorrem também da total inadequação da oferta habitacional face aos rendimentos das famílias, sem que o Estado seja capaz de dar resposta através do seu património.

As falhas de mercado, que estão na base dos instrumentos de política pública, apenas podem ser invertidas com um parque habitacional público robusto que responda às carências habitacionais no seu todo.

O caminho que tem sido feito, desde a identificação das necessidades, até à criação dos instrumentos e à implementação e execução de medidas concretas, assenta num forte investimento em habitação pública e para isso é preciso mobilizar todo o património que o Estado tem devoluto e que pode ser convertido em casas para os portugueses.

Esta é a base de trabalho a prosseguir, em complemento com medidas adicionais a curto prazo, necessárias para dar respostas imediatas no mercado atual, sobretudo no momento coletivo que vivemos!

A pandemia, com as implicações de saúde pública e com os impactos socioeconómicos que representa, veio reforçar esta visão da habitação enquanto direito fundamental para a vida quotidiana. Não há garantia de saúde, educação ou emprego sem a garantia de uma habitação digna.

É precisamente este enquadramento que leva à consideração da Habitação como prioridade nos investimentos a considerar já no próximo ano e no ciclo de investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência e que levou, e continua a levar, à definição de medidas imediatas de proteção do direito de todos nós a termos uma casa, com condições dignas.

O Direito à Habitação deve ser um pilar fundamental na promoção de políticas públicas!

A pandemia obrigou a alterações no dia a dia das empresas e da sociedade. Como se adequou a DS Albufeira a esta questão? Carlos Rascão (C.R.): Procurámos manter equilíbrio e calma. As pessoas ficaram perplexas e assustadas, num primeiro momento, por isso procurámos manter a confiança em nós, nas nossas capacidades e nas capacidades de quem estava diretamente envolvido no combate à pandemia – autoridades políticas e de saúde. Depois, nunca deixámos de trabalhar. Entre março e maio, estivemos confinados em casa, mas a marca investiu ainda mais na área da formação – sobretudo sobre a plataforma Zoom – o que permitiu uma continuidade do trabalho. Acredito, aliás, que esta seja uma ferramenta que ficará, mesmo depois de a pandemia terminar, pois é muito útil. Além disso, continuámos a alimentar a equipa, no sentido de transmitir confiança e encontrámos alternativas à nossa forma de trabalhar. Reinventamo-nos um pouco. Sandra Santos (S.S.): Senti uma dificuldade reduzida de adaptação da equipa, nada muito incisivo. Optámos por fechar a agência e iniciar o teletrabalho, no dia seguinte ao Presidente da República decretar o estado de emergência. Quando o Governo ordenou o confinamento, já estávamos em casa, mas preparados para dar continuidade ao trabalho desempenhado. Fiz questão de manter a motivação e o foco da equipa. Estabeleci a realização de reuniões por videoconferência três vezes por semana e nunca permiti que ninguém estivesse presente nas reuniões sem estar com a indumentária apropriada, embora confortável. Acredito ser influenciador à produtividade e prepara mentalmente, para executar o trabalho e manter o foco.

No regresso ao trabalho, pós-confinamento, que alterações se verificaram? C.R.: Adotámos as medidas de segurança impostas pela Direção-Geral da Saúde, como os divisores em acrílico, para evitar contactos diretos entre colaboradores, e produtos e equipamento de higienização regular. Sempre que possível, passámos a reunir com clientes por marcação, e iniciámos com uma requalificação de um espaço extra que possuíamos que, quando concluído, permitirá à equipa trabalhar com mais distanciamento entre si. S.S.: Quando regressámos à agência, decidimos que a equipa iria trabalhar por turnos no uso do espaço na agência, promovendo assim maior proteção e menos contacto. O trabalho dos consultores imobiliários é essencialmente na rua. A vinda à agência prende-se com questões processuais ou burocráticas, ou alguma reunião com clientes. As visitas aos imóveis foram reduzidas ao que era essencial e, também, foram alvo de medidas adicionais de proteção. Os nossos consultores têm sempre consigo proteções para calçado e desinfetante e as ordens são para, sempre que entram na casa de um cliente, colocar as proteções nos sapatos, desinfetar as mãos e, evitar ao máximo tocar em objetos da casa.

Como lidou o mercado internacional com a pandemia em Portugal? S.S.: Houve realmente uma mudança muito grande. O mercado internacional sempre foi trabalhado tendo por base a confiança dos clientes o nosso trabalho. Alguns chegam mesmo a comprar casa sem a terem visto pessoalmente. A pandemia dificultou as viagens para o país, mas, ainda assim, tem sido possível trabalhar. Por outro lado, verificouse um aumento de interesse no país e na região algarvia de quem, podendo adquirir um imóvel num outro país europeu, prefere fazê-lo em Portugal, devido ao clima e da utilidade da casa, nomeadamente a possibilidade de rentabilização. Outra questão muito pertinente é a procura de imóveis com espaço exterior, em detrimento dos apartamentos. Além disso, muitas pessoas procuram casas fora dos grandes centros urbanos, para poderem ter um “refúgio” caso aconteça outra situação semelhante à pandemia. Regiões como Évora e Beja tiveram um crescimento na procura muito considerável. O mercado nacional também está diferente. Há muitos portugueses que querem comprar casa fora das grandes cidades, não necessitando de recorrer a crédito. Esse tipo de procura aumentou consideravelmente. C.R.:A forma como se fala da Covid-19 em Portugal também influencia a opinião dos estrangeiros, que estão fora do país e só conseguem ter conhecimento do que se passa através dos órgãos de comunicação social. A ênfase dada ao número diário de casos, focos de infeção e de mortos, comparativamente à ênfase dada aos recuperados, gera incerteza nas pessoas.

No que respeita ao recrutamento, a DS Albufeira está a recrutar? S.S.: Sim, estamos a recrutar. A Covid-19 é importante e deve ser levada a sério, mas não nos pode fazer parar. Durante o confinamento, tivemos duas consultoras promovidas a diretoras de equipa e outros dois elementos não se enquadravam nas necessidades que existia, saíram. O mercado é dinâmico e o que importa é continuarmos sempre a trabalhar.

Que mudanças estão a ser levadas a cabo na loja e que irão representar o futuro da DS Albufeira? C.R.: Tudo passa por uma reorganização e readaptação do espaço. Temos de respeitar as diretivas da marca, mas aproveitámos este período para desenvolver um espaço extra, de forma a que as pessoas possam também trabalhar mais confortáveis e mais distanciadas entre si. Além disso, é nosso objetivo a prazo, expandir a agência e passarmos para um espaço maior.

Que tipo de mercado iremos ter em 2021? C.R.:Economicamente, a vacina poderá trazer-nos alguma estabilidade. Por exemplo, no caso da atribuição de crédito, alguns Bancos atualmente não estão a conceder crédito a pessoas que trabalham em áreas mais afetadas pela pandemia, dada a insegurança e incerteza que se vive nesses setores. A vacina poderá permitir uma maior estabilização económica. Assim, o mercado imobiliário ficará, de certa forma, dependente do mercado económico para se desenvolver.

“A PANDEMIA ALTEROU O PARADIGMA DA PROCURA DE HABITAÇÃO”

Alexandre Mascarenhas é o CEO da Proposta Capital, uma agência imobiliária que desenvolve o seu trabalho essencialmente na região da Grande Lisboa e que se viu afetada pelo decréscimo do número de clientes internacionais, bem como pelas medidas de proteção e confinamento, às quais soube adaptar-se com distinção. A formação é, para Alexandre Mascarenhas, o pilar fundamental do

Alexandre Mascarenhas CEO

ano de 2020 foi diferente de tudo o Oque já se havia vivido. Tendo em conta tudo o que foi alterado – na socialização, no trabalho, nos negócios – como se adaptou a Proposta Capital, ao longo do tempo, a estas mudanças necessárias? Na nossa perspetiva, face aos desafios que nos foram impostos, optámos por recorrer a ferramentas tecnológicas para aumentar o nosso modelo de trabalho, que nos permitiu flexibilizar não só este modelo como a prestação dos serviços que oferecemos aos nossos clientes. Não temos dúvidas que estas novas tendências, como o teletrabalho e as videoconferências, vieram para ficar e que nos vão fazer mais proativos e darão aos nossos clientes um sentimento de segurança, imprescindível na nossa atividade. .Como avalia, no final deste ano, o mercado imobiliário que existiu em 2020? O mercado imobiliário em Portugal, apesar da pandemia, tem vindo a recuperar a sua dinâmica e a dar sinais claros de recuperação, continuando a manter-se como uma boa opção de investimento.

Que características deste setor foram influenciadas diretamente pela chegada da pandemia? Tal como dito anteriormente, a chegada da Covid-19 a Portugal obrigou-nos a algumas mudanças de procedimentos, no sentido de ir ao encontro dos interesses dos nossos clientes, as quais, não temos dúvidas, vieram para ficar. Os clientes procuram agora outro tipo de imóveis (moradias em detrimento de apartamentos, por exemplo)? Sem dúvida que a procura de imóveis é, não em absoluto, mas em género, diferente. Temos verificado um aumento considerável na procura de moradias. Não temos dúvida que esta procura está diretamente relacionada com o período de confinamento a que todos estivemos sujeitos. A procura por espaços abertos com jardins e terraços, varandas amplas, fora dos centros urbanos têm tido uma procura, como prioridade, que não se refletia antes. Também a procura por lotes de terreno cresceu, o que é sinónimo de uma perspetiva diferente por parte do mercado.

No que respeita à localização dos imóveis, a procura por habitações localizadas nas regiões do interior aumentou? Apesar de nos localizarmos geograficamente na região de Lisboa, verificámos que a procura aumentou substancialmente nas regiões limítrofes da capital. A procura de moradias e terrenos para construção passou a ter, efetivamente, um peso importante na decisão dos compradores.

O abrandamento da chegada de estrangeiros ao país, dispostos a comprar casa, teve influência no mercado imobiliário? Sem dúvida que esse abrandamento se refletiu, principalmente nas imobiliárias que tinham uma boa relação com o mercado estrangeiro, como é o nosso caso. Contudo, os investidores estrangeiros mantêm o interesse sobre Portugal, com os benefícios que o nosso país oferece e com um leque bem opcional de oportunidades imobiliárias em todo o território nacional. Vamos, por certo, em 2021, continuar a crescer na procura dos investidores estrangeiros, no tão apetecível mercado nacional.

Quais as circunstâncias que se alteraram durante este ano e que prosseguirão – e serão mesmo adotadas como parte integrante do modo de funcionamento das empresas – nos próximos anos, no seu entender? Já existia, com alguma consistência, a formação profissional. Contudo, a pandemia trouxe-nos uma obrigatoriedade ainda maior, no sentido de uma adaptação às novas regras do mercado. Com esta constante mudança do paradigma do mercado convencional, ao qual estávamos habituados, é indispensável que os agentes imobiliários tenham a informação e formação adequada para fazer face às atuais necessidades do cliente. Este não é só um desafio de 2020, é um desafio para sempre na vida de um agente imobiliário.

Que oportunidades criou a pandemia? O que se pode esperar de 2021 e como se posicionará a Proposta Capital face a estas mudanças? Vamos manter os nossos princípios, que sempre nos nortearam e que, até agora, sempre nos deram bons frutos. A idoneidade e uma atuação transparente reforçam os laços de uma segurança jurídica e criam uma segurança acrescida nos nossos clientes, que são a parte mais importante do nosso negócio. Manter estes princípios de atuação e uma constante procura de elevados valores éticos (já aplicados), vão por certo proporcionar-nos a manter uma clara posição de adequação para o desempenho da nossa atividade.

O que o levou a iniciar este projeto? Trabalhei em várias agências onde pude obter experiência e conhecimento para dar avanço a este projeto. Sempre fui bastante empreendedor e gosto de arriscar em novos desafios e foi isso que fiz, além de que sempre ambicionei ter o meu próprio negócio.

Quais as principais características da sua forma de trabalhar que definem a IGS? Temos um método diferente de trabalho. Não fazemos demonstrações de casas a nenhum cliente, exceto se for uma angariação que está publicada e que todos têm o direito de pedir uma visita. O nosso maior objetivo é conseguir satisfazer os nossos clientes e evitando ao máximo que estes se frustrem com um processo que nem sempre é fácil, portanto o que fazemos é efetuar uma préaprovação bancária para perceber qual o valor de crédito concedido, e a partir do momento que temos essa informação começamos a procurar os imóveis. Ao longo desta caminhada profissional já nos deparámos com várias situações em que os clientes foram visitar os imóveis, projetaram sonhos sobre o que viram, fizeram idealizações e quando vem a resposta por parte da entidade bancária nem sempre é favorável, ou o crédito não foi aprovado ou não foi aprovado no montante desejável e isso é muito frustrante, quer para os clientes, quer para os consultores. Por todos esses motivos e porque compreendemos que lidamos com pessoas e com os seus sentimentos, optamos por trabalhar com esta metodologia de trabalho.

Como descreveria o mercado da região em que estão inseridos, sobretudo no que respeita ao tipo de oferta disponível? É um mercado competitivo e vejo que dentro da área geográfica que estamos inseridos, tem disponíveis várias ofertas para diversos tipos de clientes.

Com o confinamento, a forma de trabalhar teve de ser alterada, bem como o próprio relacionamento com o cliente. Como lidou a IGS com isso? Foi uma experiência diferente, porque tivemos de trabalhar mais por telefone, correspondência via email para com os clientes e com a banca, e muitas foram as vezes que as visitas foram feitas apenas por vídeo, mas conseguimos dar a volta por cima e arranjar um mecanismo que funcionassem para todos e que acima de tudo nos protegesse.

Durante este ano pandémico, sentiram alterações no mercado no que diz respeita à procura de imóveis com espaços verdes ou varandas / terraço? Sinceramente não. Pelo contrário, penso que houve mais procura do que era esperado.

No que respeita à localização, houve também uma procura maior por imóveis fora dos grandes centros urbanos? Tem havido sim, muita procura de imóveis fora dos grandes centros urbanos, mas não foi derivado à pandemia, mas sim pelos preços por cada metro quadrado que os imóveis nos centros urbanos têm tido. Se tivesse de destacar algumas questões que considera que deviam ser alteradas, com vista a um melhor funcionamento do setor, o que destacaria? A entrada de 10% que os bancos exigem aos clientes, acrescendo os custos do processo, tem sido uma carga muito elevada e difícil de suportar para alguns clientes, sobretudo para os casais mais jovens ou que já têm filhos, por isso o sonho de comprar a sua própria casa vai sendo adiado e, aliado a todas estas dificuldades ainda temos a questão do salário mínimo que é praticado em Portugal, que não dá margem para que se consiga fazer uma poupança. Diria que a solução passaria em reduzir para 5%, ou menos, o valor de entrada para que as pessoas que desejam adquirir habitação própria e permanente o possam fazer. Se houvesse esta alteração no setor, iriamos certamente verificar um crescimento na aquisição de imóveis.

Como considera que o mercado imobiliário se comportará em 2021? É uma questão para a qual não temos muita certeza, de como se vai comportar o mercado imobiliário. Poderá ser um ano bom ou não, mas devido à pandemia foram muitos que perderam e, infelizmente, ainda perderão os seus postos de trabalho, o que se vai refletir num recuo na compra de imóveis e outros terão dificuldade de pagar as suas prestações, o que originará mais ofertas do que procura.

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“NA CRISE SURGEM OPORTUNIDADES”

Patrícia Magalhães Fundadora e consultora imobiliária

A Secretdevotion é uma agência imobiliária com uma presença muito recente no mercado e que nasceu para tratar os negócios e os clientes de forma muito profissional, transparente e descontraída. Patrícia Magalhães, a fundadora e diretora da empresa, destaca a necessidade de mais e melhor formação, para que o setor seja cada vez mais profissional. A Secretdevotion é um projeto relativamente recente e que já atravessou a pandemia. Como lidou com a necessidade de maior confinamento e distanciamento social? objetivo: encontrar o imóvel que o cliente desejava, criando empatia e transmitir ao mesmo tempo confiança e lealdade na sua mudança, sempre como muito boa disposição e alegria. Desde que nos conhecemos, e ambas A Secretdevotion foi fundada mesmo pouco tempo antes da pandemia, no com o mesmo objetivo, dedicamo-nos à procura, fora dos centros urbanos, entanto continuei sempre a trabalhar durante o confinamento, mas com de moradias com espaço exterior a um preço mais competitivo. Com muita uma ausência quase total de visitas. Tive de me adaptar a uma nova dedicação e trabalho, sem dúvida que obtivemos resultados bastante realidade dando ainda mais atenção ao contacto com os meus clientes. positivos, pois tivemos muitos clientes (principalmente com filhos) à procura Fechei diversos negócios que estavam em curso, pois em alturas de crise de moradias com espaço exterior e fora dos centros urbanos. surgem muitas oportunidades. A localização das habitações também teve influência na escolha das Quando a pandemia se instalou verdadeiramente no país, a necessidade de mesmas, sobretudo quando as cidades se tornaram maiores focos casas com espaço exterior manifestou-se de forma evidente. A pandémicos? Secretdevotion sentiu isso? Que alterações provocou no mercado imobiliário? Sim, a Secretdevotion alargou a sua prospeção de mercado e, durante esta Durante o confinamento, as pessoas sentiram necessidade de procurar novas pandemia, conseguiu angariar moradias fora das cidades, os principais focos e maiores habitações, com maior espaço exterior. Tal como informei, durante pandémicos. As zonas com campo, praia e serra foram as principais procuras a pandemia nunca fiquei em total confinamento, realizando visitas sempre dos nossos clientes e onde obtivemos alguns negócios. Serão zonas onde que possível. Numa visita a uma moradia de luxo, e em partilha de negócio, continuaremos a apostar, pois os preços são mais convidativos e os potenciais conheci uma parceira, Heloísa Baleia, e sentimos que tinhamos o mesmo clientes têm outra qualidade de vida.

A vinda de estrangeiros para Portugal diminuiu consideravelmente. Tal quebra teve influência no mercado imobiliário? Sim, inevitavelmente a limitação da vinda de estrangeiros para Portugal teve influência no Imobiliário, mas não diminuiu o interesse no Investimento no nosso país, que ainda ficou mais reforçado. Na minha opinião, o mesmo será visível em 2021. Portugal continua no topo da mira dos investidores estrangeiros.

Que avaliação global faz do mercado imobiliário em 2020? O mercado imobiliário, em 2020, exigiu maiores desafios e adaptações a todos os que se dedicam a este ramo. Os dois últimos trimestres foram francamente positivos mas, com uma dedicação e esforço acrescidos, conseguimos recuperar do segundo trimestre.

O que mudou neste setor, em virtude da pandemia, que poderá manter-se e tornar-se uma oportunidade ou uma nova forma de estar no mercado, no futuro? A necessidade de espaço e ter uma habitação própria como prioridade e a procura de imóveis fora dos centros das cidades em virtude da pandemia que vivemos foram as maiores mudanças que senti. Existe uma maior necessidade de criar elos de ligação com os nossos clientes e, agora mais do que nunca, esta profissão mostrou que é uma profissão de pessoas com valores humanos sempre a prevalecer: a honestidade, transparência, atenção, dedicação e muito profissionalismo. A exigência é maior e a dedicação à nossa profissão será primordial agora e, ainda mais, no futuro.

Quais os desafios que o setor imobiliário atravessa e que, a seu ver, necessitam de ser corrigidos? O setor imobiliário, no futuro, vai exigir ainda mais inovação, muita partilha e entreajuda em parcerias, bem como conhecimentos com muitas formações e certificações adequadas e terá de deixar de ser uma profissão alternativa. As pessoas neste setor têm de ser devidamente qualificadas, com perfil e com muita vontade de “correr” para alcançarem os seus sonhos.

Como vê a Secretdevotion o ano de 2021? Quais as perspetivas para o novo ano e a médio prazo? A Secretdevotion em 2021 continuará a ser persistente, inovadora e muito sonhadora para alcançar os seus objetivos e ajudar o mercado. As perspetivas para o novo ano e a médio prazo dependerão da evolução da pandemia. Acredito num mercado mais estável (talvez a vacina transmita mais confiança), pois esteve em constante subida nos últimos anos, devido a uma grande valorização do mesmo nesse período.

A Secretdevotion é uma agência imobiliária com uma presença muito recente no mercado e que nasceu para tratar os negócios e os clientes de forma muito profissional, transparente e descontraída. Patrícia Magalhães, a fundadora e diretora da empresa, destaca a necessidade de mais e melhor formação, para que o setor seja, cada vez mais profissional.

MERCADO IMOBILIÁRIO: A OPORTUNIDADE DA CRISE

O ano de 2020 foi uma surpresa para todos com uma grande quantidade de novos desafios a surgirem a todos os níveis, tanto profissionais como pessoais.

A primeira mudança, comum à maioria das áreas de negócio, foi o teletrabalho, que acreditamos que se irá manter daqui para a frente. Esta tendência já estava em andamento e foi por isso de fácil adaptação para nós na Lince Real Estate, recorrendo a plataformas já anteriormente utilizadas, que nos permitiram manter toda a produtividade, ainda que remotamente.

O Mercado Imobiliário arrancou com um primeiro trimestre positivo, coerente com a vaga de crescimento sentida em 2019 e nos anos anteriores, mas a grande onda de insegurança instalou-se em março, tendo o mercado parado de forma total a partir desse período. A grande falta de informação, aliada à restrição de visitas às casas, gerou uma grande onda de desconfiança por parte dos compradores, levando a uma paragem completa dos negócios em curso.

O trabalho de uma agência imobiliária envolve muita proximidade e presença física, sendo as visitas presenciais às casas uma parte muito importante do fecho de qualquer negócio. Acreditamos que o negócio imobiliário se prende muito com a relação interpessoal, a empatia, a proximidade e o acompanhamento, pelo que a restrição de visitas físicas às casas começou por ser o maior e mais assustador desafio nos primeiros meses da pandemia.

O distanciamento físico, seja entre membros da nossa equipa ou com os nossos clientes, foi a fase mais difícil de adaptação. Na Lince Real Estate somos muito felizes em grupo e junto das pessoas, e tudo isso mudou de um dia para o outro. A proximidade da equipa e a interação entre todos permite-nos ser rápidos a descobrir o que os clientes procuram, sendo uma mais-valia fundamental na concretização de negócios imobiliários.

Mas como em qualquer crise, as oportunidades aparecem sempre. É preciso saber aproveitá-las. A importância do digital fez-se sentir de forma abrupta, e o virtual e as plataformas online vieram para ficar. Adaptámo-nos rapidamente, começámos algumas novas formas de promoção das casas e iniciámos as visitas virtuais, visitas estas que ganharam muita credibilidade junto de clientes internacionais. Começaram a acontecer propostas e negociações com visitas por videochamada, coisa que anteriormente seria bastante improvável. Foi necessário encontrar a segurança que os compradores e os vendedores precisavam, e as visitas virtuais ajudaram muito neste processo.

O balanço acaba por parecer bastante positivo. Passado o pânico inicial da pandemia, com o mercado totalmente parado entre março e maio, as pessoas começaram a reagir e os negócios voltaram a acontecer, tendo sido o mês de maio muito forte, com a concretização de negócios pendentes e em negociação pré-quarentena. Houve posteriormente um novo abrandamento nos meses de Verão, seguido de uma retoma muito grande nos últimos meses do ano, para surpresa de todos.

Acreditamos que Portugal continua a ser um país muito atrativo para investimento estrangeiro, o que se verificou com a manutenção da procura por imóveis em Portugal e com o aparecimento de muitos investidores oportunísticos.

Para o próximo ano, existe uma grande especulação sobre a descida de preços dos imóveis, com o fim das moratórias e o consequente aumento da oferta disponível, no entanto não é ainda uma certeza. Com o aparecimento de uma nova vacina contra o vírus, já em fase de administração nalguns países, o turismo poderá retomar e contrariar esta aparente tendência. O papel do Governo e respetivos incentivos ao investimento serão decisivos para a retoma da economia, pois sem estas medidas o mercado pode cair por completo e gerar uma grande dificuldade para muita gente.

É preciso recuperar a segurança e continuar com os projetos de vida e compra/venda de casa, vendo com positivismo todas as oportunidades que uma crise pode trazer.

“A CASA TEVE UM PAPEL PREPONDERANTE NA PANDEMIA”

Com 12 anos de mercado, a Kasàmaneira foi criada em período de crise económica e financeira e, agora, atravessou a pandemia de Covid-19. Todavia, Mara Pires, sócia-gerente da empresa, afirma que o mercado está a crescer, o que proporciona uma evolução a esta agência imobiliária.

Kasàmaneira é um projeto que nasceu em 2008, contando por isso Acom 12 anos de mercado. De lá para cá, que avaliação faz da evolução da empresa e do mercado onde se inserem? A empresa evoluíu bastante nos últimos anos, apesar dos diferentes períodos económicos que assistimos. A inovação é fundamental, e é desta forma que temos conseguido manter um crescimento estável, mesmo em momentos mais difíceis.

Quais as características que usaria para descrever a vossa forma de trabalhar os produtos e os clientes? É através da nossa sinceridade, da credibilidade e da flexibilidade dos nossos serviços que poupamos muito tempo e orientamos os nossos clientes aos investimentos que melhor se adaptam às suas necessidades. Comprometendo-nos assim com um serviço profissional e transparente, pois só assim se obtem a satisfação total dos consumidores.

Mara Pires Sócia-gerente

Como descreveria o mercado da região em que estão inseridos, sobretudo no que respeita ao tipo de oferta disponível e à relação entre a oferta e a procura? Apesar da pandemia do Covid-19 é factual dizer que a zona do Litoral Alentejano se encontra num estado de crescimento de mercado. Este é derivado pela predominância dos sectores primário (mercado agrícola e pecuário) e setor secundário (industria logística e fábricas) que são os setores cruciais ao essencial funcionamento da nossa sociedade, e que, apesar de existirem condicionamentos devido à pandemia, não houve uma gravidade nas limitações do seu funcionamento. A pouca oferta justifica-se com o crescimento da população e com as condições laborais dos nossos habitantes. Estas impulsionam investimentos de indivíduos e organizações que se interessam pela estabilidade da nossa zona. Com o plano de alargamento do porto de Sines e com o possível projeto da fábrica de hidrogénio, estima-se o aumento da taxa de crescimento populacional e a consequente inflação do mercado imobiliário.

Com a chegada da pandemia, a necessidade de trabalhar remotamente afetou todos. Como se posicionou a Kasàmaneira nesta questão? Consideramos o teletrabalho como uma pequena adaptação, pois esta tendência da flexibilização do local e horário de trabalho já vinha a ocorrer há vários anos, e só foi acelerada pela situação atual da pandemia.

Muitas pessoas, com a questão pandémica e a necessidade de confinamento, aperceberam-se da necessidade de jardim / varanda. Sentiram uma procura particularmente elevada por moradias, em detrimento de apartamentos? Apesar de a nossa zona ser bastante verde, com diversas áreas de lazer e parques, as moradias com jardim, e apartamentos com uma vista agradável, com um jardim, terraço ou varanda são os tipos de imóveis com uma maior procura e são as que melhor suportarão a crise.

No que respeita à localização, o interior representa verdadeiramente uma alternativa à vida na cidade, sobretudo numa altura em que o sentimento de proteção de todos está mais desperto? A casa assumiu o papel principal durante a pandemia, por isso mesmo, colocou em evidência uma procura mais orientada para espaços maiores, interiores e exteriores, que permitam uma melhor qualidade de vida e convívio familiar e/ou teletrabalhar. Não se trata somente de uma questão de segurança, mas sim de privacidade, espaço e de conforto.

Quais as dificuldades e riscos de tentar transacionar um imóvel sem a ajuda de um profissional? Existem vários riscos sem dúvida, podemos começar por determinar o preço da propriedade. Dificilmente quem não está todos os dias a trabalhar nesta atividade conseguirá determinar o valor do imóvel acertadamente. Corre o risco de vender o imóvel por um preço abaixo do mercado e perder dinheiro ou, pior, pedir um preço muito alto e nunca vender. Promover e anunciar um imóvel é também um trabalho bastante técnico. Os agentes imobiliários, possuem ferramentas profissionais específicas para a promoção de imóveis. Através destas ferramentas multiplica-se a visibilidade e as oportunidades de negócio. A negociação de uma proposta é, na grande maioria das vezes, um momento de muita emoção para o vendedor, seja porque aquela sempre foi a morada da família ou ter vivido na casa durante vários anos. Ao estar emocionalmente ligado ao imóvel e por não ter ninguém a representá-lo na negociação, é bastante fácil que a negociação não corra da forma esperada. A burocracia ligada ao setor também dificulta a venda. O consultor imobiliário tem muita experiência com a burocracia e responsabilidades das partes, sendo que auxilia o proprietário em todas as suas tarefas até à escritura. Adicionalmente, o departamento jurídico do consultor imobiliário também dá apoio e alerta para situações possíveis de causar constrangimentos de força maior no futuro, para que sejam tratadas atempadamente. Como podem verificar, há muitos pontos críticos, e os proprietários não têm uma noção dos riscos que correm, ao realizar todo este processo sozinhos.

Como avalia atualmente a formação existente para os profissionais do imobiliário? Esta é, cada vez mais, fundamental para o bom desempenho profissional de cada um? A importância da formação é necessária porque o ramo está constantemente em transformação e os consultores imobiliários precisam de estar atualizados, não só a nível jurídico, como tecnológico. Existem atualmente várias maneiras de se obterem excelentes formações no ramo imobiliário, desde o e-learning até ao presencial, e é só uma questão de vontade e de se investir pessoalmente.

Quais os desafios que o setor imobiliário atravessa e que, a seu ver, necessitam de ser corrigidos? Gostaríamos que os jovens e famílias das classes média e média baixa conseguissem encontrar respostas às suas necessidades habitacionais. O principal desafio continua a ser a necessidade de introduzir oferta a preços acessíveis, o que se torna cada vez mais difícil no Litoral Alentejano, tendo em conta também os preços da construção, que impedem que os ativos possam ser comercializados a preços que os jovens e famílias consigam pagar.

Como avalia o comportamento do mercado imobiliário durante este ano e como considera que este se comportará em 2021? Assistimos agora a um arrefecimento do mercado, motivado pela falta de stock, que impede que se dê uma resposta efetiva à procura existente, tanto no mercado de compra e venda como no arrendamento. Tendo em conta a dificuldade que os jovens e famílias portuguesas enfrentam no acesso ao crédito à habitação, começará a haver uma tendência de aumento da procura no mercado de arrendamento urbano, que infelizmente não tem condições para dar resposta, uma vez que também não tem oferta suficiente, e a pouca que há não está ao seu alcance. A principal mudança prender-se-á com os novos incentivos ao arrendamento acessível.

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