Um Longo Percurso entre Bibliotecas

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Boletim n.os 1 e 2 julho 2018

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Associação dosAssociação Professores Concelho ededaAlmada e da Universidade Sénior de Almada dosdoProfessores Universidade Sénior de Almada

Abertura da Biblioteca

Um Longo Percurso entre Bibliotecas Jorge Arrimar O nosso percurso pelas bibliotecas inicia-se numa década de grandes transformações nesta área. De facto, a década de 80 do século passado representou um tempo de mudança que levou a uma evolução sem precedentes. Um dos primeiros e significativos passos foi dado com a criação, na Universidade dos Açores, do Curso de Especialização em Ciências Documentais (1981-83), visando a substituição do antigo Curso de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, leccionado, havia muito tempo, na Universidade de Coimbra. Foi uma experiência piloto cujo sucesso garantiu a sua repetição, mais tarde, em Lisboa e, posteriormente, em outras cidades portuguesas.

Reitoria da Universidade Açores, Ponta Delgada, ilha de S. Miguel.

Informação bibliográfica documental, vol. 7 n.º 2 (Maio-Ago.) UA. 1984, p. 159.

Em 1986 começa a traduzir-se para português o formato UNIMARC (que permite a troca internacional de registos bibliográficos em formato legível por computador), sendo adoptado em Portugal como formato para os registos da Base Nacional de Dados Bibliográficos, que passará a ser conhecida por PORBASE. As suas aplicações práticas tornam-se uma realidade no programa Mini-micro CDS/ISIS, distribuído pela UNESCO e parametrizado pela Biblioteca Nacional. Em Março do ano seguinte é lançada a primeira versão do programa de tratamento documental PORBASE 1.0, da responsabilidade desta biblioteca, culminando na versão 4, a última para sistema operativo MS DOS, que irá durar até ao ano 2000.1 Neste mesmo ano, por iniciativa do Estado, começa a ser definida uma política nacional de Leitura Pública, criando-se para o efeito um grupo de trabalho pluridisciplinar, directamente dependente da Secretaria de Estado da Cultura. O estudo desenvolvido conduziu à produção do relatório “Leitura Pública – Rede de Bibliotecas Municipais” (1986), no qual se apresentava uma importante proposta: a criação de uma Rede Nacional de Leitura Pública, mais tarde designada Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. 1987 foi o ano em que esta realidade se firmou, assente no conceito de biblioteca pública que o Manifesto da UNESCO havia definido. Trata-se de um documento universal orientador do que se entende ser a biblioteca pública e a política que deve presidir à sua criação e desenvolvimento.2 A experiência acumulada com a criação da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas viria a estar na base de uma outra rede de bibliotecas, a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares – RBE. Sem título-1 1

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As Bibliotecas Escolares Dada a prática de ensino mais vulgarizada até à Revolução de 25 de Abril de 1974, que consistia na adopção do “manual obrigatório” como único meio informativo e de estudo, a biblioteca nunca teve o destaque que merecia. De facto, um ensino dirigido, pouco ou quase nada delineado com o objectivo de levar o aluno a pensar de forma autónoma e a agir de forma participativa, pouco interesse tinha pela biblioteca, onde a informação é obtida de forma mais activa e democrática. Com efeito, num contexto mais conservador, onde a informação se obtém de forma passiva e em que o aluno é um mero agente receptor da informação, a biblioteca tem pouca importância. Por isso, as primeiras tentativas de “reforma” das bibliotecas escolares começam a ser mais evidentes e de maior peso num contexto mais aberto e progressivo, por iniciativa da então Direcção-Geral do Ensino Secundário, tendo sido promovida formação específica para professores responsáveis por essas bibliotecas, entre 1977 e 1980. 1

No ano 2000 é lançada a versão CDS/ISIS para Windows. Fernanda Eunice Figueiredo - Rede Nacional de Bibliotecas Públicas : actualizar para responder a novos desafios. Disponível em: http://www. apbad.pt/CadernosBAD/Caderno12004/Figueiredo.pdf. [Consul. 20 Maio 2018].

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