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Anaadi
Anaadi
Vencedora do Grammy Latino com o álbum “Noturno”, a cantora e compositora gaúcha empreende uma trajetória sólida pavimentada sobre uma trilogia musical
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por_ Matheus Passos Beck de_ Porto Alegre foto_Marlon Laurêncio

Ana Lonardi é Anaadi. A cantora gaúcha adotou o nome híndi para simbolizar a nova fase, que transcende a interpretação musical e reafirma sua condição de compositora, de artista e de mulher. Escolha premiada, em novembro de 2018, com um gramofone de ouro.
Ela foi indicada ao 19º Grammy Latino em quatro categorias: Artista Revelação, Gravação do Ano, com “É Fake (Homem Barato)”, Melhor Engenharia de Gravação e Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, por “Noturno”. Venceu este último.
“Noturno” é a primeira parte de uma trilogia. Será seguido por “Iluminar”, disco que está praticamente gravado. O fechamento ainda não tem nome, mas deve se aproximar do primeiro: “Noturno é inspirado no Purgatório, como este mundo agridoce, belo e difícil em que a gente vive. O próximo será inspirado no Céu e terá, na maioria das faixas, sambas. Sobre o Inferno, ainda não temos nenhuma composição. Por enquanto, tenho apenas referências no soul, no rock e no R&B. Mas não o vejo necessariamente como um lugar de tormento. Tem a questão da diversão, da sensualidade, dos prazeres. É um lugar de tabu fascinante que tenho investigado e visto de maneira diferente.”
“O disco foi sendo criado aos poucos, pelas composições que surgiram ao longo de alguns anos e pela busca, na pré-produção, de uma sonoridade autêntica. Esse processo de experimentar é o mais divertido pra mim. É não saber aonde vai dar e se surpreender positivamente”, resume.
O disco nasceu quando ela participou de uma audição no estúdio Transcendental Áudio e conheceu o produtor Léo Bracht. “Como intérprete, ela é incrível.
Impressionam a diversidade de timbres, estilos e o domínio da voz”, ele define. “Como compositora, não se intimida com os desafios.”
Parte de suas composições versa sobre si mesma, e não de maneira egocêntrica. Ela usa as letras para desconstruir estereótipos. No clipe de “É Fake (Homem Barato)”, denuncia o machismo e sugere outras formas de amar. Já em “Sexy Antagonista”, usa a sensualidade do jazz para confessar como forjou sua autoestima fora dos padrões.
Em 2013, Ana participou do “The Voice Brasil” (Globo) e seguiu até o nono episódio. A experiência no entretenimento, entretanto, tornou-se um capítulo menor em sua biografia.
“Ainda hoje abre algumas portas, mas acredito que vai ficando cada vez mais distante na minha história, porque me sinto evoluída em relação à artista e à pessoa que eu era”, reflete. “Entendi a importância de ser quem se é para sustentar um caminho e sobre os riscos de tentar ser o que não se é para fazer sucesso.”