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Pagode Cult
Pagode cult
Com a volta do vocalista original, Leandro Lehart, Art Popular se prepara para lançar um musical sobre o samba
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por_ Kamille Violal do_ Rio
A despeito do sucesso estrondoso, o pagode dos anos 90 (ou pagode paulista ou, ainda, pagode romântico) recebeu uma série de críticas da imprensa especializada. Nada como o tempo. Hoje, o estilo ganhou status cult: existem bandas e até blocos de carnaval dedicados a recriar sucessos do gênero, que está na trilha sonora de festas moderninhas. Cenário bastante propício para a volta do vocalista Leandro Lehart para o Art Popular, um dos principais nomes do estilo. Depois de lançar um CD e um DVD no ano passado, a banda se prepara para estrear “Os Bambas, o Musical”, previsto para depois do carnaval.
O Art Popular estreou em disco em 1994, com “Canto da Razão”. Foi um sucesso e trouxe o primeiro contrato com uma grande gravadora. O segundo trabalho, “Nova Era” (1995), teve hits como “Valeu Demais” e foi disco de ouro e de platina. “Temporal” (1996) deu ao cancioneiro nacional sucessos como a faixa-título, “Nani” e “Pimpolho”. “SambaPopBrasil” (1997) vendeu 800 mil cópias e teve os estouros “Fricote” e “Amarelinha”. Outros trabalhos se sucederam, até que, em 2001, depois de nove discos juntos, Lehart anunciou sua saída do grupo e lançou o primeiro trabalho sozinho, “Solo”. Em 2003, voltou a integrar a banda, para sair novamente em 2005. Em 2017, nova volta dele e o lançamento do álbum “Breakdown Partido Alto”, com 17 faixas inéditas.


“Vamos contar a trajetória do samba desde a década de 1920 até os dias de hoje, de uma maneira emotiva e também divertida. Tem a ver com a história da gente e das nossas famílias”, adianta Lehart. “A gente vai contar a história como se fosse um grupo criado no Rio de Janeiro, que viveu seu auge nos anos 60. Vamos usar roupas daquela época e convidar o público a embarcar nessa e ir caracterizado também”, descreve.
Apesar das críticas negativas ao gênero na época, ele garante que não sentiu na pele a implicância com o estilo. “Até quando lancei meu disco solo, no meio do processo, os críticos me receberam muito bem. Eles sabiam que, independentemente de qualquer coisa, eu tentava fazer um trabalho diferente. Claro que aproveitamos as portas abertas para lançar músicas mais fáceis, mais comerciais. Sabíamos que elas iriam facilitar a entrada das mais difíceis e, assim, poderíamos cravar nosso nome e ter longevidade como artistas quando a onda passasse.”