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Novidades Nacionais
Roberta Gil Ben Jor
Roberta Sá lança seu oitavo álbum, com 11 cançõesinéditas do mestre Gilberto Gil. Como se fosse pouco, ainda reuniu Gil e Jorge Ben Jor numa faixa composta por ambos, 44 anos depois da última vez em que os dois trabalharam juntos. “Ela Diz Que Me Ama” nasceu de um pedido de Roberta e foi um dos primeiros singles do disco “Giro” lançados. “Estávamos os três juntos, e eu falei pro Jorge que um dia ainda gravaria uma música dele. Jorge me respondeu: ‘Por que não agora?’. Expliquei que estava fazendo um disco somente de inéditas do Gil e brinquei: ‘Se você fizer uma com ele, eu gravo’. Uma semana depois, o Gil me ligou e me mostrou a música pronta. Chamei o Jorge pra participar, e ele topou gravar com a gente”, Roberta contou ao blog de Mauro Ferreira no G1. Outro single, “Afogamento”, também foi uma parceria de Gil, mas com o jornalista Jorge Bastos Moreno, morto em 2017.
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VEJA MAIS! O clipe de “Afogamento”.
ubc.vc/Afoga
Clarice (outra vez) sem censura
A nudez choca uma sociedade cada vez mais puritana? Pois dá-lhe clipe com gente brincando, descontraidamente, com seus genitais. A homossexualidade é tabu para fundamentalistas religiosos? Então, toma versão “sapatônica”, como ela mesma define, de um hit seu. O comportamento de manada está na moda? Exalte-se o senso crítico. Clarice Falcão não faz concessões aos conservadores e, em fevereiro, relançou “Eu Me Lembro”, em que brinca de casal com Alice Caymmi. “Minha Cabeça” veio em março, celebrando o pensamento livre. Na época (2016) do lançamento de “Eu Escolhi Você”, o clipe foi censurado no YouTube por mostrar nudez, apesar da ausência completa de sexualização, e gerou até ameaças à sua criadora. Ela lamenta e diz que só mostra questões que deveriam ter sido superadas. “É importante atentar para o fato de um clipe causar tanto ódio, esse é o verdadeiro fator preocupante”, afirma.

VEJA MAIS! O clipe de “Minha Cabeça”.
ubc.vc/Cabeça
Pepeu Eletrônico
Reconhecido por publicações como “Rolling Stone” e “Guitar World” como um dos maiores guitarristas do mundo, Pepeu Gomes finaliza um novo disco de inéditas no qual investe forte numa inédita faceta eletrônica. Em “Eterno Retorno”, ele não abre mão do rock, do pop, dos sons caribenhos e da experimentação e apresenta uma série de grandes parceiros, como Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Ivo Meirelles e a banda de rock baiana Vivendo do Ócio. O primeiro single, já lançado, é “Aos Poucos”, que juntou, pela primeira vez, Pepeu e Nando Reis. “Surgiu a partir da ideia de que eu podia fazer uma música diferente do que costumava fazer e, assim, renovar meu trabalho. Ganhei o auxílio luxuoso do Nando nessa parceria, que ajudou muito a chegar onde eu queria musicalmente”, ele comenta sobre a faixa de pegada eletrônica. guitarrista guianês Harold Caribbean aporta um tempero reggae. “O que me motiva a continuar é o legado no qual venho trabalhando, atravessando gerações, com minha guitarra em punho”, afirma Pepeu.

OUÇA MAIS! A faixa “Aos Poucos”.
ubc.vc/Pepeu
Jonathan Ferr, Jazz e Cinema
Jazz, hip hop, soul, música eletrônica. Tem tempero variado o caldo de estilos que o carioca Jonathan Ferr misturou sob a receita do urban jazz. Nascido e criado no operário bairro de Madureira, Zona Norte do Rio, ele toca piano desde os 9 anos e foi desenvolvendo um estilo próprio, mesmo sem nunca ter tido o instrumento. Aos 31, já fez turnê na Europa, abriu show para Kamasi Washington, está confirmado na próxima edição do Rock in Rio, em setembro, e acaba de lançar um disco solo, “Trilogia do Amor”, dividido em três partes: “A Jornada”, “O Renascimento” e “A Revolução”. Cada uma delas vem acompanhada de um curta-metragem dirigido por ele. “É o resultado de uma busca espiritual à procura de respostas sobre ancestralidade, afeto, amor, energia e conhecimento”, ele define. Produzido por Vini Machado, o trabalho tem participações de Donatinho e Alma Thomas.

VEJA MAIS! Uma apresentação do quarteto de Jonathan Ferr.
ubc.vc/Jonathan4
Cordel encantado de Marcus Lucenna

OUÇA MAIS! Escute trechos das canções e compre o álbum.
ubc.vc/Lucenna
O potiguar Marcus Lucenna celebra 30 anos de carreira lançando seu 15º álbum, uma exaltação ao universo do cordel. Membro, efetivamente, da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ele foi gestor da Feira de São Cristóvão, um centro de tradições dedicado à cultura nordestina no Rio de Janeiro. Em “Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz”, apresenta 15 faixas que honram o melhor do cordel: contam histórias, evocam universos e fazem pensar. “Hino da Feira de São Cristóvão” exalta a contribuição nordestina para a cultura do Sudeste, e até a polarização política do país (em “O Salvador Daqui”) tem vez, em composições próprias, com parceiros como Roque da Paraíba e Klévisson Viana ou em releituras do gênio Gonzagão.
China, cabeça a mil
O inquieto China tem semprepelo menos dois ou três projetos artísticos movendose ao mesmo tempo. Enquanto se apresenta com o filho Matheus na série de shows “Minijoia”, sem se esquecer da banda Del Rey (que ele divide com o Mombojó), lança agora em maio seu novo álbum, “Manual de Sobrevivência para Dias Mortos”. Trata-se de um mergulho nas raízes do frevo e do baião com espaço para pop, MPB e até metal, numa participação especial de Andreas Kisser, do Sepultura, na faixa “Frevo e Fúria”. Nesta e nas dez outras canções, surge a verve política, de crônica social e observação pungente de uma sociedade em crise, marca do trabalho de China. As canções são assinadas por ele e pelo produtor Yuri Queiroga. “Yuri sugeriu que o disco poderia ter um único tema, e, a partir daí, começamos a compor tudo do zero. O tema é sobreviver, e as letras falam da sobrevivência diária num país machucado”, China conceitua.

LEIA MAIS! O projeto “Minijoia”, voltado para crianças.
ubc.vc/MinijoiaChina
Dona Zefinha: Música em cena
Música e audiovisual vêm andando de mãos dadas desde que o pop é pop. Música e teatro têm sido junção menos frequente — e, quando bem feita, preciosa. Prova prática disso é a banda Dona Zefinha, de Itapipoca (CE), que completa 25 anos de estrada mesclando com fineza ambas as artes e que, no fim do ano passado, lançou um álbum feito todo em parceria com uma espécie de “irmã gêmea” argentina, o grupo Pato Mojado, da cidade de Rosário. Nas doze faixas de “Da Silva, El Hijo de las Américas”, trilha sonora de um espetáculo que montaram juntas, as duas trupes teatro-musicais exaltam as ricas sonoridades regionais dos respectivos países, os sotaques, as cores e manifestações poéticas em português, espanhol e idiomas criolos com influências ibéricas e indígenas. Os arranjos trazem citações a bolero, tango, arrocha, cumbia e milonga, entre outros gêneros.

OUÇA MAIS! O disco completo.
ubc.vc/DZefinha
O reggaeton empoderado de Francinne
Às vezes associado a estereótipos machistas, o reggaeton ganha, pelas mãos da gaúcha Francinne, uma pegada feminista e empoderada. Ao lado da cantora Clau, ela lançou em janeiro o single “Segue o Baile”. “Eu vou levar a vida como eu quiser/ Não vou mudar pra me tornar quem você quer/ Eu vou contradizer o tipo de pessoa/ Que só aponta o dedo pra você, e nem quer saber/ De onde você veio e qual é o seu rolê”, diz um trecho da letra. Francinne despontou ano passado ao lançar outro single, “Tum Tum”, parceria dela com Wanessa Camargo, Umberto Tavares e Jefferson Junior. “É a minha identidade visual e o que eu realmente gosto de cantar”, explica a cantora ao se referir ao reggaeton.

VEJA MAIS! O clipe de “Segue o Baile”.
ubc.vc/Francinne
Gustavo Rosseb, voz e visão
Os interesses e a curiosidade do músico, compositor e designer paulistano Gustavo Rosseb, de 34 anos, são variados. Ele compõe, escreve livros, conta histórias, canta na banda Capela e, agora, lança um projeto solo, “Ouça, Veja & Sinta”, uma série de singles, sempre associados a clipes e entregues aos poucos, desde setembro do ano passado. A “Primeiro” se seguiram “O Ir e Vir das Coisas” — que integra a trilha sonora do filme “O Segredo de Davi”, do cineasta Diego Freitas —; “Alguém na Janela” (que ganhou versão em Libras), “Teu Oceano” e “Primeiro Remix” (também em Libras). “Tem sido lindo tocar esse projeto. Aprendo com cada diretor e cada equipe que se junta para produzir os clipes”, celebra.

VEJA MAIS! Os clipes de “Ouça, Veja & Sinta!”.
ubc.vc/Rosseb
Toninho Lemos: missão Rock in Rio
Autor de mais de 200 canções, sozinho ou com parceiros como Luiz Ayrão, Roberto Corrêa (com quem escreveu “Minha Namorada”) e Carlos Daffé, o compositor Toninho Lemos faz samba, sertanejo, pop e, agora, rock, estilo ao qual direcionou sua recém-lançada carreira como cantor solo. Em 2018, ele publicou o disco “Qual É Seu Nome?”, só com criações suas do gênero, o que gerou mobilização entre seus fãs e amigos para vê-lo no maior festival de rock do país. “Seria bacana participar do Rock in Rio, a projeção que isso te dá é enorme”, ele afirma. “São 50 anos de uma carreira longa, com atuação em vários estilos, mas acho que me encontrei mesmo foi no rock”, diz o autor de “Homens Animais”, um manifesto contra o caráter predador da espécie humana que ele ver no palco do superfestival, entre setembro e outubro no Rio.

VEJA MAIS! O clipe de “Qual o Seu Nome?
ubc.vc/QualEh
Unidxs por Mãe Carmen
Marisa Monte, Alcione, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Gal Costa, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Carlinhos Brown, Zeca Pagodinho... É estelar o time reunido pela Gege Produções, de Gil, para “Obatalá — Uma Homenagem a Mãe Carmen”, álbum que sai neste mês de maio em homenagem à iyalorixá Mãe Carmen do Gantois, de 90 anos, filha de Mãe Menininha e dona de um imenso prestígio religioso e social em Salvador. Algumas das canções, baseadas em cânticos do candomblé, têm interpretações solo, outras reúnem Gil e Marisa, por exemplo. “Hoje tive uma tarde gloriosa e abençoada por Deus e todos os orixás! Tive a imensa alegria de gravar uma música para Oxóssi, no CD ‘Obatalá’, e ainda fui visitar Mãe Carmen no Gantois!”, comemorou Alcione, em fevereiro, depois de registrar sua participação.

Rock, blues, Hoover primeiro trabalho autoral.
Integrante do grupo Mamulengos, o recifense Thiago Hoover lança seu primeiro trabalho autoral. O disco “Aurora Boreal” é a expressão da versatilidade de Hoover, que produz, assina a direção musical e toca diversos instrumentos. Entre as parcerias e participações, gente do naipe de Mario Camelo (Fresno), Estevan Sinkovitz (Marrero), Marcelo Jeneci e Paulo Veríssimo (Distintos Filhos). Do rock ao blues, Hoover explora sonoridades que jogam o ouvinte num carrossel de emoções. “O rock é cíclico, pode ter altos e baixos, mas ele nunca vai morrer”, vaticina.

OUÇA MAIS! “Aurora Boreal” na íntegra.
ubc.vc/THoo
MIS, selo de qualidade
O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro está reestruturando seu selo, paradar promoção a um conjunto de grandes obras de nomes como Noel Rosa, CarmenMiranda, Pixinguinha, Elizeth Cardoso, Clementina de Jesus, Orlando Silva, RadamésGnattali e Jacob do Bandolim. Gravações ao vivo, registros de shows e de trabalhosde estúdio recheiam o nobre material, ao qual devem se somar novos registros. “O Selo MIS também traz em seu acervoum CD-ROM totalmente dedicado à memória de Jacob do Bandolim, com raríssimas apresentações, fotos e entrevista.E registros da série Depoimentos para a Posteridade, como Ataulfo Alves, João Saldanha e Pelé”, enumera Clara Paulino,presidente da Fundação MIS-RJ.