Te março2014 final

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14.000 EXEMPLARES – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA – ARARAQUARA, BAURU E MATÃO/SP – MARÇO DE 2014 – ANO 1 – Nº 06

Tenho mesmo que receber passe? Saiba mais nas páginas 7 e 8.

Foto: Cena do filme “E a Vida Continua...”.

Livro espírita no shopping

Encontro Chico Xavier em Guaxupé

Evangelho: 150 anos movimentam o país

Grande evento em Bauru no mês de abril aproxima o livro espírita do grande público.

Tradicional evento mineiro, em sua sexta edição, motiva o estudo.

Mês de abril repleto de atividades comemorativas da terceira obra da codificação.

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Páginas 4 e 10

Solicitamos: circule o jornal. Distribua-o amplamente.


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Março de 2014

Luz e paz aos lares

Editorial

Passes e curas espirituais

O tema passes, tratamentos e cirurgias espirituais está fortemente presente no cotidiano de nossas instituições espíritas. Sua realidade é patente na programação das atividades, nos benefícios que espalha e nos resultados que alcança. Há que precaver-se com o perigo de dependência desse recurso ou sua transformação em ritual, quando utilizado de forma indiscriminada sobrepondo-se à finalidade maior da presença do Espiritismo no planeta: a melhora moral do ser humano. O passe, apesar de toda sua validade, é secundário ao caráter educativo da Doutrina Espírita, é medida terapêutica de emergência. Com o conhecimento Espírita aprendemos a enxergar a vida e suas adversidades como degraus de aprendizado, mas é somente com a transformação moral daí resultante que compreendemos que a pratica do bem é o melhor antídoto contra as nossas enfermidades, tanto morais como físicas. O tema está em nossa chamada de capa, desdobrando-se nas páginas 7 e 8. A partir desta edição, alteramos o nome do jornal para TRIBUNA DO ESPIRITISMO, em virtude da existência de outra publicação já registrada com o nome anterior, mas isso não altera o conteúdo nem a finalidade da publicação, que prossegue seu caminho contando com o apoio dos leitores na distribuição e dos patrocinadores para sua edição. Boa leitura! r

Com carta a Jesus, Cairbar expressa sua grandeza.

Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

C airbar Schutel conclui o

Prefácio de seu livro O Espírito do Cristianismo – lançado em 1930 – e com versão atual acima de 350 páginas, desejando que a obra possa adentrar os lares levando a Luz e a Paz, como o fez o Divino Nazareno, na expressão usada pelo autor. Já no primeiro parágrafo do citado Prefácio, o autor afirma que na elaboração da obra, interpreta “(...) em espírito e verdade, a Doutrina de Jesus, com o auxílio das inspirações que tive a felicidade de haurir dos Espíritos, que presumo encarregados da regeneração e evolução da Humanidade”. E realmente, consultando o Índice do livro, verifica-se a extensão do trabalho, com os títulos de cada capítulo apresentando por si só a inspiração que norteou a elaboração textual dos ensinos e ocorrências relacionadas com

a vida de Jesus no planeta. São 72 capítulos que apresentam transcrição, ainda que parcial, do trecho original das anotações dos evangelistas, seguidos da interpretação segura e lúcida à luz do pensamento espírita e fruto, claro, da inspiração e dos conhecimentos e sensibilidade do autor. Imediatamente após a página de rosto da obra, com os dados técnicos da editora, Schutel colocou sua prece a Jesus. Pela beleza do compacto texto, é de se destacar: “(...) Nas minhas lutas e dificuldades tenho sempre solicitado Teu auxílio, assim como nos meus triunfos e durante a prosperidade que me tem sido proporcionada, não tenho esquecido de glorificar o Teu nome, que não só representa a

mais pujante individualidade, cujo amparo tenho sentido muitas vezes, como também o mais confortante e puro ideal, capaz de regenerar o homem e estabelecer a paz e a fraternidade no mundo. (...)”. O bonito texto abre perspectivas imensas de reflexão. Mas não é só. Antes de concluir a prece singela, afirma ainda: “(...) Tua vida, teus ensinos e tuas ações constituem a mais lídima expressão de Perfeição que já nos foi dado lobrigar, embora mui longinquamente. (...)”. Essa simplicidade e humildade de espírito, aliadas à sensibilidade exposta na obra nas pesquisas e pensamentos que disponibilizou ao leitor, falam bem dessa alma de escol, cujo legado gradativamente vamos assimilando. É também nessa obra que homenageia os pais, a alguns amigos queridos – com gratidão – e dirige-se ao luminoso espírito Gabriel Dellane que, segundo palavras expressas nas páginas iniciais, “(...) foi para mim fonte de água viva a jorrar para a Vida Eterna, meus sentimentos de grande veneração.” Note o leitor que além da própria obra em si, somos também convidados a pesquisar e também a estudar a notável personalidade de Dellane, grande autor clássico espírita. Uma oportunidade renovada para todos nós. r


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Março de 2014

Você é sócio da T.B.C.? A que turma queremos pertencer? Sidney Fernandes

sidney@institutocairbarschutel.org

Toda ocupação útil é trabalho.

O limite do trabalho é o das forças. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

Há pessoas que parecem ter alergia ao trabalho. E procuram todas as desculpas possíveis para justificar a sua indolência. Certamente fazem parte da T.B.C.. **** Emmanuel comenta, no livro Pão Nosso, a seguinte expressão de Paulo, da 2a. Epístola aos Coríntios: Cada um contribua, segundo propôs em seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama o que dá com alegria. Refere-se, naturalmente, não apenas à esmola material, mas também a toda cooperação no bem que possamos prestar. Qualquer trabalho que venhamos a executar, seja ele espiritual, material ou psicológico, deve revestir-se de alegria. Isto é, deve ser realizado sem má vontade, sem queixas, sem insatisfação ou leviandade. Conclui dizendo que o Pai ama o filho que contribui com alegria. Os que agem de outra forma talvez sejam sócios da T.B.C.. **** Em brilhante artigo intitulado A “patologização” da infância, Sílvia Gusmão destaca a tendência americana de rotular desvios comportamentais de suas crianças. Malcriação, por exemplo, é rotulada de Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor.

Com isso, a indústria farmacêutica está rindo sozinha, tal o aumento do uso abusivo de medicamentos, para curar as anormalidades. Conclui o artigo perguntando: – O que explica a “epidemia” de crianças anormais nos Estados Unidos, enquanto na França o percentual de crianças diagnosticadas é inferior a 0,5%? – Os Estados Unidos tendem a “patologizar” o que seria natural no comportamento humano. As crianças francesas são geralmente mais bem comportadas que as americanas – diz a estudiosa –, adequando-se aos limites estabelecidos pelos pais. – Nesse sentido, conclui, as crianças francesas não precisam de medicamentos para controlar seu comportamento, porque os pais franceses estão à frente na educação de seus filhos, enquanto na família americana não. Resumindo: na França a educação previne doenças comportamentais. **** Os desvios de comportamento não podem ser classificados como ato involuntário, sobre os quais não temos controle. Podemos e devemos melhorar a cada dia o nosso modo de ser. E isso recebe o nome de EDUCAÇÃO. Sem falsas desculpas, sem rotular os educandos de doentes, responsabilizando o indivíduo e quem o educa por seus atos. Com certeza, esses que apelam para os remédios, desculpando como se fossem doenças os desvios sociais, fazem parte da T.B.C.. **** Afinal de contas, o que é T.B.C.? Narra Irmão X, no livro Contos Desta e Doutra Vida, a história de

três rapazes – Leandro, Jonas e Samuel –, que aparentavam ser sensatos estudiosos do Espiritismo. Durante cinquenta meses teve encontros semanais com o grupinho, com o qual se encantou. Leandro, Jonas e Samuel pareciam três apóstolos da Grande Causa. Tanta simpatia os três inspiravam, que Irmão X resolveu apontá-los para o amigo Cantídio, sugerindo que os três jovens fossem aproveitados na seara do bem. Foi assim que Cantídio, certa noite, conseguiu situar os três rapazes num templo espírita, ao qual compareceu também Lismundo, respeitável orientador que vinha testar-lhes a dedicação. Começou falando sobre a magnitude do serviço espírita. Logo após entrou diretamente no assunto que ali o trazia. Jonas, Samuel e Leandro discorreram, brilhantemente, quanto às próprias convicções. Falaram longamente das leituras que haviam efetuado. Exaltaram os princípios de Allan Kardec, louvaram as páginas de Denis, desfiaram as pesquisas de Crookes e Aksakof e analisaram as conclusões de Bozzano e Geley com notável mestria. Depois de duas horas inteiras de verbo, Lismundo os convidou pacientemente para o trabalho: a construção de uma casa de instrução e consolo... ou talvez a disseminação do livro espírita?... ou talvez um agrupamento destinado à sementeira da luz... Os ouvintes, contudo, qual se fossem surpreendidos por ducha inesperada, entreolharam-se, transidos de susto. Leandro tinha provações. Samuel acusou problemas familiares, e Jonas afirmou-se

sem condições de responsabilidades maiores. O trio mostrou-se irredutível. Quando os convites reiterados começaram a ser tomados como inconvenientes, Lismundo despediu-se. Acalmando a decepção de Irmão X, explicou, bondoso: – Não se aflija. Estamos à frente de companheiros filiados à T.B.C. . Voltaremos em outra ocasião **** Intrigado, Irmão X perguntou ao amigo que o esperava: – T.B.C.? Que vem a ser isso? Cantídio respondeu, a sorrir: – T.B.C. representa a sigla da Turma da Boa Conversa, compreende? Embora agoniado, Irmão X não pôde ocultar o riso franco. **** Emmanuel, ao referir-se ao contato do apóstolo Paulo com Atenas, em sua página Novos Atenienses, do livro Pão Nosso, lembra que, enquanto o orador atinha-se a conceitos filosóficos, era aplaudido e reverenciado. No entanto, quando passou a referir-se à continuação da vida, além das ninharias terrestres, os ouvintes sentiram-se desconfortáveis e foram deixando o recinto, deixando-o quase só. – Nos dias que correm, continua Emmanuel, estamos passando pela mesma situação. Normalmente aceitamos bem a teoria. No entanto, se nos convidam ao trabalho, às vezes saímos de f ininho e deixamos oradores falando sozinhos. Afinal, a que turma pertencemos? À Turma do Trabalho ou à Turma da Boa Conversa? r


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Nos 150 anos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Abril é o mês em que comemoramos o lançamento da obra lançada em 1864. Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

Trazemos aos leitores minien-

trevista com o Prof. Márcio Roberto Silva Corrêa, que é natural de Juiz de Fora-MG e reside em São Carlos-SP. Espírita desde 1971, é engenheiro civil e professor associado da Universidade de São Paulo-USP. Estudioso e palestrante espírita, é Vice-presidente do Núcleo Kardecista Paz Amor e Fraternidade, da mesma cidade onde reside, e respondeu nossas

perguntas sobre a importante efeméride do sesquicentenário da 3ª. obra da Codificação Espírita. 1 - Nos 150 anos de O Evangelho segundo o Espiritismo, o que mais lhe chama a atenção na obra preparada por Allan Kardec? Por que? A harmonia entre simplicidade e profundidade no estudo e interpretação do Cristianismo. Porque não é fácil manter a simplicidade, a leveza e a objetividade ao se tratar de estudo das escrituras sagradas. 2 - Pensando nas parábolas e ensinos de Jesus, que Kardec utilizou para compor a obra, como estudioso do Evangelho, o que você destacaria para o leitor como autêntico roteiro de vida nos desafios do cotidiano? Especialmente as citações do S ermão da Montanha, que constitui um grande resumo do Cristianismo. Na verdade mais da metade dos capítulos do livro se referem a esse sermão. 3 - Que dicas você daria a quem deseja aprofun-

dar-se nos textos da obra, de forma que eles - em seus 28 capítulos - se transformem efetivamente na luz que clareia os caminhos humanos diante dos gradativos e crescentes desafios do progresso? Em primeiro lugar, lembrarse da questão 625 do Livro dos Espíritos, em que o Espírito Verdade responde a Kardec que o “tipo mais perfeito que Deus deu ao homem para lhe servir de guia e modelo foi Jesus”. Em segundo

lugar, ler com muita atenção a Parábola do Semeador e humildemente perguntar-se: (a) que tipo de terreno tenho sido para a semeadura do Cristo e (b) como é que todo o cuidado do Celeste Cultivador tem produzido efeitos na planta que precisa crescer em meu coração? r Nota: Márcio Corrêa é um dos convidados confirmados para o EAC 2014, a ocorrer em Araraquara-SP no mês de setembro de 2014.


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Março de 2014

O conselho de Chico Xavier Um centro espírita dentro de uma escola ou uma escola com um centro espírita? Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

Araguari, no interior mineiro,

vive interessante experiência há duas décadas. Seu protagonista, o conhecido escritor e palestrante Jamiro dos Santos Filho – que granjeou amigos por toda parte com sua simplicidade –, acompanhado de operosa equipe mantém na cidade uma escola. Sim, um estabelecimento de ensino dentro dos padrões de educação definidos pelo governo. É o Colégio Dom Bosco Nosso Lar, que o leitor poderá conhecer com mais detalhes acessando o site da instituição: www. domboscoaraguari.com.br.

O curioso é que o Centro Espírita Nosso Lar funciona dentro da escola, sem qualquer interferência nas atividades docentes. E a escola, por sua vez, em nada também interfere nas atividades normais da instituição espírita. Com instalações amplas e modernas, o salão de palestras, inclusive, é utilizado em palestras educativas, formaturas, reuniões de pais e professores, criando uma integração muito interessante de se ver, vencendo preconceitos e derrubando paradigmas, já que a instituição é muito respeitada na cidade. Entrevistamos Jamiro, idealizador da ideia, e indagamos

sobre a origem da iniciativa, ao que respondeu: Eu visitava o Chico Xavier regularmente, de dois em dois me-

Chico, a escola deve ser dentro do Centro? Ele disse: sim, e ela irá derrubar preconceitos contra o Espiritismo, porem você não precisa se preocupar em ensinar nossa doutrina. Isso quem deve fazer é o centro espírita.

ses, ou pouco mais. Iá com amigos da minha cidade. Participava das reuniões no Grupo da Prece, e em algumas oportunidades tive a felicidade de almoçar ou jantar em seu lar. Em certa ocasião, almoçando com ele, contei que estava pensando em abrir um albergue ao lado de nossa casa espirita. Chico ouviu atentamente e depois pousou sua suave mão na minha e disse: meu filho, você tem um compromisso de abrir uma escola. Assustado com o que ele disse, ainda perguntei: abrir uma escola? Mas, não tenho formação alguma. Sorrindo ele respondeu: você não será professor, apenas deve abrir a escola. Outros irão somar com você esse projeto. Novamente perguntei: Chico, a escola deve ser dentro do Centro? Ele disse: sim, e ela irá derrubar preconceitos contra o Espiritismo, porem você não precisa se preocupar em ensinar nossa doutrina. Isso quem deve fazer é o centro espírita. Assim, em 1994 foi fundado o Colégio Dom Bosco/Nosso Lar. Hoje, passados exatamente 20 anos, temos desde a educação infantil até o ensino médio, com mais de 550 alunos. E como o Chico disse, não fiz nada sozinho, pois contei com o apoio de minha família que dirige com muito carinho a nossa escola. r Nota: em viagem pelo Triângulo mineiro, não deixe de visitar o Colégio Dom Bosco Nosso Lar.

Sites com informações espíritas www.kardec.tv

www.caminhosparaoespiritismo.org.br/blog

www.adde.com.br

tvseara.blogspot.com.br

www.fraternidadeassis.com.br www.tvespirita.org.br www.ceak.org.br

www.ceerj.org.br

jornalolharespirita.blogspot.com.br www.institutocairbarschutel.org


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Solicitamos a gentileza de fixar esta página em local visível.

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Março de 2014

Passes e cirurgias espirituais Na sala de passes Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

a) A sala de passes não é local

para comunicações mediúnicas. O tarefeiro espírita não precisa oferecer passividade mediúnica para transmitir o passe; b) Não é recomendável a transmissão de conselhos às pessoas que estão recebendo passes, quando supostamente veem ou sentem isso ou aquilo. Isso cria uma aura de importância pessoal em torno do aplicador de passes, inadequada ao equilíbrio do trabalho. Não é local apropriado para se ministrar orientações individuais; c) As orientações são transmitidas principalmente por meio das palestras públicas (daí a importância de valorizar esse momento nobre da instituição) e os diálogos particulares devem acontecer nas salas de Atendimento Fraterno nas entrevistas; d) Para ministrar o passe, não é necessário tocar nas pessoas ali beneficiadas; basta impor as mãos com fé, confiança e o desejo de auxiliar. Os mesmos sentimentos devem estar presentes naquele que vai ser beneficiado; e) O passe deve ser ministrado de forma simples, com prece e imposição de mãos, deixando de lado as técnicas mirabolantes que não possuem fundamentação doutrinária; f ) A sala de passes é um local com um papel fundamental: oferecer energias que reestabelecem o equilíbrio dos enfermos e necessitados (daí o passe não deve se transformar num hábito ou vício; recebê-lo apenas quando houver necessidade); g) Os passes com cores, encontrados em algumas instituições,

devem ser vistos com cautela, afinal a cromoterapia, assim como o reiki – embora respeitáveis – não é prática espírita; h) Oportuno observar também que o uso de roupas especiais, ou vestir-se de branco, por exemplo, além de pés descalços para a tarefa, são incompatíveis com a Doutrina Espírita e, portanto, práticas desnecessárias; Sobre as cirurgias espirituais: C om o o p ró p r i o nome diz, é espiritual e não necessita de corte e sangramento. É preciso que se tenha sempre em mente: a) Milagres não existem; b) Muitas curas ocorrem sim no corpo físico por meio do tratamento espiritual, MAS A CURA REAL DEPENDE DA MELH O R A M O R A L E D O E S F O R ÇO PELA MUDANÇA DE HÁBITOS FÍSICOS E MORAIS. É importante ressaltar e divulgar, todavia: a) O tratamento espiritual não substitui nem dispensa o tratamento médico. Ele é complementar; b) Jamais abandonar o tratamento médico por causa de uma orientação de alguém ou de um espírito, em um Centro Espírita. r

POSTURAS INADEQUADAS


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Tenho mesmo que tomar passe? O frequentador da casa espírita não pode se tornar um dependente do passe. Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

Submetemos a pergunta título

da presente abordagem a dois estudiosos e renomados autores e palestrantes espíritas: Marcus de Mário (RJ) e Rogério Coelho (MG). Pela importância do tema, as reflexão são muito oportunas: Respondeu Marcus: Usemos o bom senso: se estamos nos sentindo bem, mantendo bons pensamentos, portanto sintonizados com os bons espíritos, e fazemos uso regular da oração, qual a necessidade de, ao final da reunião pública, recebermos o passe? Lembremos que o passe é aplicação de energias salutares, portanto, deve ser aplicado em quem ne-

Resumindo: A decisão de tomar passe é de foro íntimo e depende do estado físico, emocional e espiritual da pessoa. A aplicação do passe não pode ser obrigatória, senão formaremos os famosos “papa-passes”, aquelas pessoas que vão ao centro espírita semanalmente, ou mesmo diariamente, somente para tomar passe e beber água fluidificada, fazendo disso um ritual incompatível com a doutrina espírita. Respondeu Rogério: Quando doentes, é natural que desejemos nos restabelecer, recorrendo a toda medicação útil e também ao passe, se já sabemos que se trata de remédio e o aceitamos como tal. Somente, no entanto, durante o tempo em que nos encontramos necessitados, evitando

Não devemos fazer do passe um ritual da reunião pública no centro espírita, obrigando todos os frequentadores a recebê-lo (o mesmo vale para a água fluidificada ou magnetizada).

cessita reequilibrar suas energias orgânicas e perispirituais, ou seja, quem está com algum problema de saúde física ou emocional, ou está sentindo envolvimento espiritual negativo. Não devemos fazer do passe um ritual da reunião pública no centro espírita, obrigando todos os frequentadores a recebê-lo (o mesmo vale para a água fluidificada ou magnetizada). Deve o dirigente da reunião sempre esclarecer o que é o passe e que ele não é obrigatório, deixando as pessoas livres para recebê-lo ou não.

Ilustração: Projeto Imagem

o hábito de tomar passes, porque há facilidades para isso. Sendo possível, o Centro terá uma sala de passes, especialmente destinada para esse fim, com funcionamento em dias e horas preestabelecidos. É de toda conveniência que antes de se iniciar o serviço de passe, seja feita uma rápida explicação sobre ele, pois sempre há pessoas que ali comparecem pela primeira vez, e o irmão orientado, ainda que superficialmente sobre o assunto, pode oferecer mais condições para melhor receber e fixar seus benefícios. O passista deve orientar as pessoas que, por falta de esclarecimentos, gostam de tomar passes com frequência, que o medicamento constantemente usado deixa de fazer efeito, o mesmo acontecendo com o passe, quando

se transforma em hábito apenas. Deve-se tomá-lo quando se tem evidente necessidade e enquanto essa necessidade perdurar, tal qual se dá com o remédio, do qual se toma a dose certa, pelo tempo em que persistir a enfermidade. Não desprezar a medicação terrena, reservando o passe para o momento mais indicado. Em certos casos, o uso de ambos é a medida aconselhável. O passe só deve ser utilizado com critério e senso de responsabilidade. r Nota da Redação: Não há dúvidas, como destacam os autores, sobre a importância do passe, mas ele é secundário em referência à grandeza do esclarecimento trazido pelo estudo do Espiritismo, fator preventivo de muitas enfermidades. Portanto, nem sempre temos que receber passe. Reflitamos sobre a importância do passe e do estudo!


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O desafio maior Muito mais do que pagar dívidas, é fundamental estejamos empenhados em não contraí-las. Richard Simonetti

richardsimonetti@institutocairbarschutel.org

A história mais popular da série Mil e uma Noites nos fala de Aladim e a lâmpada mágica, que, esfregada, libertou um gênio disposto a atender a três desejos seus. Há centenas de versões dessa aventura original, em filmes, livros, programas de televisão, não raro de cunho humorístico. Recordo uma do gênio que, agradecido ao seu libertador, prometeu atender às suas aspirações, sintetizadas num único desejo, porquanto estivera muito tempo preso na lâmpada e seus poderes estavam enfraquecidos. O beneficiário pensou, pensou… Se era apenas um desejo, deveria pedir algo grandioso. – Quero que você transforme a casa de minha propriedade, onde moro, num edifício de cinquenta andares, com duzentos apartamentos de trezentos metros quadrados para alugar. O gênio ponderou: – Como lhe disse, estou ainda um tanto fraco, e uma realização assim vai deixar-me exausto. Dá para simplificar? – Bem – falou o homem –, há algo bem mais simples que

tenho tentado alcançar, sem sucesso. Quem sabe você poderá ajudar-me. – Peça! Esteja certo de que o atenderei. – Eu queria compreender as mulheres… O gênio suspirou: – Como é mesmo que você quer o prédio? **** Bem, caro leitor, não é minha intenção falar de enigmas impenetráveis. Evocando a figura do gênio das mil e uma noites, é interessante observar nossos desejos enquanto nas etéreas plagas, em contraposição com os mesmos quando reencarnamos. No mundo espiritual temos uma visão objetiva de nossas necessidades evolutivas. Pedimos aos gênios tutelares, nossos amigos espirituais, que nos ajudem a planejar uma existência capaz de incinerar nossas mazelas e liquidar nossos débitos cármicos, acumulados ao longo de muitos séculos de indisciplina e comprometimento com o desajuste. – Quero nascer zarolho e perneta, portador de doenças con-

gênitas, em família complicada; estágio na pobreza, dores e aflições intermináveis… Embora inspirados em nobres ideais, fossem nossos desejos atendidos e seríamos esmagados por provações acima de nossas forças, paralisando-nos a iniciativa. Podando espinhos em exagero, nossos mentores ajudam-nos a planejar uma jornada menos tormentosa, que não nos tolha a iniciativa. Muito mais do que pagar dívidas, é fundamental estejamos empenhados em não contraí-las e a conquistar créditos de trabalho

Na célebre parábola evangélica, o filho pródigo permaneceu na indigência, até cair em si e reconhecer que cometera um grande erro afastando-se da casa de seu pai. Foi quando decidiu voltar. Exatamente o que nos tem acontecido.

no campo do Bem e do aprimoramento espiritual, adquirindo aquela riqueza que, no dizer de Jesus, as traças não roem, a ferrugem não corrói, nem os ladrões roubam. O problema é que aqui aportando, visão espiritual prejudicada pela armadura física, deixamos que prevaleçam os interesses humanos. Sofremos uma inversão de valores. Se as coisas correm mal, clamamos ao Céu.

Se correm bem, distraímo-nos dos bons propósitos. Pagamos nossos débitos cármicos com a angústia do sovina. Contraímos novos débitos com a avidez do perdulário. *** Ao final da jornada, o saldo é negativo na contabilidade divina e vamos parar em regiões umbralinas, onde estagiam os maus pagadores e os esbanjadores do tempo, de onde nenhum gênio nos tirará até que nos livremos dos lastros maiores de desajustes e perturbações. Sofremos, choramos, clamamos pela complacência divina... Isso não basta. Na célebre parábola evangélica, o filho pródigo permaneceu na indigência, até cair em si e reconhecer que cometera um grande erro afastando-se da casa de seu pai. Foi quando decidiu voltar. Exatamente o que nos tem acontecido. Depois de muito sofrer, colhendo no umbral as consequências de nossos desatinos, experimentamos esse cair em si, a partir do que somos atendidos, esclarecidos e orientados. Compenetramo-nos de nossas fraquezas e mazelas, de nossos débitos cármicos, da necessidade da reencarnação… E começa tudo de novo. Assim será até que nos disponhamos, com todas as forças de nossa alma, a compatibilizar os ideais divinos com os desejos humanos, a partir do empenho por compreender a nós mesmos, habilitando-nos até mesmo a enfrentar esse autêntico desafio que é decifrar a alma feminina. r


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Abril movimentado Sesquicentenário de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” tem grande destaque em eventos pelo país. Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

No mês em que se comemora

o lançamento de O Livro dos Espíritos (em 1857) e de O Evangelho Segundo o Espiritismo (em 1864 e, portanto, completando 150 anos), vários eventos movimentam o país. Agora em 2014 com grande ênfase para o sesquicentenário da obra acima citada. No Estado de São Paulo, o Departamento de Mocidades realiza anualmente as chamadas confraternizações de Mocidades, que também ocorrem em outros estados. Desde 1956, com a primeira edição da COMENOESP em Penápolis, o movimento se organizou em quatro macrorregiões, conhecidas como Assessorias,

movimentando grande número de jovens, assim distribuídos (em seu Regimento Interno, o DM oficializa essa subdivisão administrativa do estado): Artigo 22 – O Estado de São Paulo será distribuído em 04 (quatro) macrorregiões, assim definidas: a) 1ª ASSESSORIA – Abrangendo os DMs/USEs-R: Cachoeira Paulista, Baixada Santista e Vale do Ribeira, Grande ABC, São Paulo e Vale do Paraíba; b) 2ª ASSESSORIA – Abrangendo os DMs/USEs-R: Campinas, Jundiaí, Mogi-Mirim, Piracicaba, Rio Claro, Sorocaba, São João da Boa Vista; c) 3ª ASSESSORIA – Abrangendo os DMs/USEs-R: Franca, Jales, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto;

d) 4ª ASSESSORIA – Abrangendo os DMs/USEs-R: Araçatuba, Assis, Bauru, Ilha Solteira, Jaú, Nova Alta Paulista, Marília, Presidente Prudente.

Contato: comelesp@gmail.com

– Eis os eventos programados para os dias da chamada Semana Santa de 2014 (17 a 21 de abril), todos com o tema SEXUALIDADE: Eu, você, nós... Deus.

No país, sem dúvida, o grande evento é o 4o. CONGRESSO ESPÍRITA BRASILEIRO, realizado pela Federação Espírita Brasileira. Ele ocorre simultaneamente em quatro capitais: Campo Grande -MT, João Pessoa-PB, Manaus-AM e Vitória-ES, no período de 11 a 13 de abril de 2014 e é comemorativo aos 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo. O evento será transmitido ao vivo pela Internet. Acompanhe pelos diversos canais de comunicação espírita em diferentes sites, especialmente com atenção ao site da FEB: www.febnet.org.br. r

50a. COMENOESP - em Avaré -SP, pela 4ª. Assessoria Contato: rose.souza84@gmail.com 42a COMENESP - Ribeirão Preto-SP, pela 3ª. Assessoria Contato: dm3use@gmail.com 36a. COMELESP - Santo André -SP, pela 1ª. Assessoria

33a. COMECELESP - Jundiaí-SP, pela 2ª. Assessoria Contato: use.dm2@gmail.com

VI Encontro Chico Xavier em Guaxupé 25 a 27 de julho de 2014 em Guaxupé-MG. www.encontroanualchicoxavier.com.br Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

Veja as informações: a) Inscrição gratuita! b) Haverá praça de alimentação que será coordenada pelas instituições espíritas da cidade, que ficarão com a receita da alimentação

Palestrantes convidados: Izaias Claro, Manolo Quesada, Paulo Henrique Bueno, Ditinha Calixto e Orson Peter Carrara. E haverá também oficinas temáticas, inclusive para jovens e crianças.

dos participantes, com a venda de lanches a preço muito acessível ao público. Evento não visa lucro e coordenação do encontro não terá ligação com a alimentação, que fica sob responsabilidade das instituições. Café e água serão servidos gratuitamente. c) Palestrantes convidados: Izaias Claro, Manolo Quesada, Paulo Henrique Bueno, Ditinha Calixto e Orson Peter Carrara. E haverá também oficinas temáticas, inclusive para jovens e crianças. Cantores: Leleco, Margarete Aquila e Sérgio Santos. No sábado à noite teremos o grande espetáculo com o ator João Signorelli, na apresentação do Monólogo: “Gandhi, um líder servidor”. d) Faremos caravana de Araraquara e Matão. Cidades próximas

também podem aderir à lotação do ônibus fretado. Havendo interesse, deverá ser manifestado até dia 04 de abril (para parcelar viagem e hospedagem em 3 pagamentos = abril, maio e junho), informando nome, e-mail, telefoFoto: C. A. Tucci

ne para institutocairbarschutel@ gmail.com ou com Orson e Neuza pelo 16 3384-3023. Veja valor no item abaixo. e) Hospedagem e viagem: (exclusivo para a caravana Matão/ Araraquara: R$ 200,00. r


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Março de 2014

Qualidade do movimento espírita Infelizmente, há muitos livros de péssima qualidade doutrinária e teorias esdrúxulas que vêm sendo aceitos pelos espíritas, em afronta à chamada “pureza doutrinária”. Alessandro Viana Vieira de Paula vianapaula@uol.com.br

apóstolo Tiago, portanto, o espírita deve pautar sua vida pelo desejo sincero de servir, ajudando o próximo material e moralmente, sem preguiça e reclamação, para que a sociedade identifique que o movimento espírita é a men-

O Espírito Camilo, por Raul Teixeira, no livro Cintilação das Estrelas, enumera as principais virtudes pessoais de contribuição à qualidade do movimento espírita: 1) Fé – a racionalidade da fé alicerçada nos ensinos espíritas é de primordial importância, a fim de que o movimento espírita possa crescer com coragem e entusiasmo, sem pieguismos, tendo a fidelidade do espírita à vivência do evangelho como a usina de força a sustentar esse movimento; 2) Afeto aos irmãos – muito se fala em unificação do movimento espírita, o que, de fato, é importante, todavia, somente conseguiremos essa unificação se houver afeto e respeito entre os espíritas, porque sem a “adesão do coração” Foto: Cássio Leonardo Carrara não há como se unir em clima de paz e cordialidade. Aliás, sagem de Jesus convidando-nos uma unificação desordenada e à vivência do amor e ao conhecisem esse sentimento de afeto e mento das leis divinas que regem verdadeira amizade entre os espí- a vida; ritas gerará efeitos mais danosos 5) Entusiasmo – em muitas ao movimento; mensagens da espiritualidade 3) Alegria – o espírita deve superior notamos a advertência pautar sua existência pela alegria sobre a perda do entusiasmo inide viver, não obstante os desafios cial, pois muitos espíritas, com o do cotidiano, porque entende o passar dos anos, vão perdendo o sentido psicológico da vida, de vigor do início, permitindo que forma que essa energia da alegria, o comodismo e a apatia lhes preque contagia, deve repercutir no judiquem o processo evolutivo e, movimento espírita, tornando-o por consequência, tornem apático mais dinâmico e feliz; o movimento espírita; 4) Caridade e interesse pelo 6) Estudo permanente – sapróximo – a fé sem obras é morta bemos o quanto é importante em si mesma, já nos ensinava o o estudo para que evitemos

distorções e divergências no movimento espírita. Infelizmente, há muitos livros de péssima qualidade doutrinária e teorias esdrúxulas que vêm sendo aceitos pelos espíritas, em afronta à chamada “pureza doutrinária”.

Somente haverá essa pureza se deixarmos de lado o desinteresse e a preguiça, e estudarmos com profundidade as belas lições do Espiritismo.

Somente haverá essa pureza se deixarmos de lado o desinteresse e a preguiça, e estudarmos com profundidade as belas lições do Espiritismo. *** Q uantas vez es, nos compromissos das lides espíritas

consistentes nas realizações de palestras e seminários, ouvi dos dirigentes dos Centros Espíritas queixas sobre a frequência dos espíritas nesses encontros. Dizem eles: “Mais da metade daqueles que convidei não veio”. Enquanto

houver desinteresse pelo estudo e pela aprendizagem doutrinária, falta de respeito e afeto entre os espíritas e a ausência de fidelidade a Jesus nas ações do cotidiano, ainda teremos um movimento espírita com resultados aquém do esperado, por refletir as imperfeições morais que ainda vigem na intimidade de cada espírita. (...). r Nota da TE: A presente matéria é adaptação, em transcrição parcial, do texto O espírita e o movimento espírita, autoria de Alessandro Viana. O texto, na íntegra, pode ser encontrado na revista eletrônica o consolador – www.oconsolador. com , edição 341, de 8/12/13.


Março de 2014

Livro Espírita no Shopping Em Bauru, de 11 a 27 de abril. Redação

redacao@institutocairbarschutel.org

A Associação Chico Xavier para Divulgação Espírita, da cidade de Bauru, realizará a Feira do Livro Espirita no BOULEVARD SHOPPINGNAÇÕES, no período de 11 a 27 de abril de 2014. Foi elaborada uma extensa e variada programação com tardes de autógrafos, palestras, além de mais de 2.000 títulos de livros com preços promocionais, visando a divulgação espírita junto ao grande público, inclusive não espírita. Os nomes dos palestrantes convidados, dias e horários das atividades serão divulgados na próxima edição do Tribuna do Espiritismo. Confira e participe! r

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