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Natal • Rio Grande do Norte Terça-feira, 14 de dezembro de 2021
PLANO DIRETOR COMO NATAL PENSA Pesquisa ajudará a nortear tomada de decisões na Câmara, aponta Seminário « URBANISMO » Presidente da Fiern, Amaro Sales, destacou que a pesquisa, apresentada em seminário realizado pela Federação e Tribuna do Norte, ajudará a nortear a tomada de decisões na Câmara, onde tramita a revisão ALEX RÉGIS
A
pontado o que a população natalense pensa a respeito do projeto de revisão do Plano Diretor que está em tramitação na Câmara Municipal, a Federação das Indústrias do RN e pelo Sistema Tribuna de Comunicação, promoveram o seminário “Novo Plano Diretor — Como Natal Pensa”, nesta segunda-feira (13), na Casa da Indústria. O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, destacou que depois de quatro de elaboração do projeto de revisão do Plano Diretor, chegou o momento de aprovar as propostas de mudanças que, na sua visão, trarão mais desenvolvimento com investimentos para a cidade. “Está tudo pronto, com uma discussão amadurecida. Esse seminário complementa os debates, inclusive com a apresentação da pesquisa que destaca a opinião popular. O momento é agora”, disse Amaro Sales. Ele lembrou que a Fiern sempre acompanhou a discussão sobre o Plano Diretor e que o projeto que está em tramitação na Câmara teve a participação da entidade, principalmente por intermédio do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RN) e da Comissão Temática do Meio Ambiente (COEMA). “É um tema do qual a Fiern não poderia se afastar. Fizemos uma pesquisa para ouvir o povo também e vai complementar a discussão que está na Câmara”,
Prefeito de Natal, Álvaro Dias, destacou as possibilidades de investimento para a cidade a partir da revisão do Plano Diretor
acrescentou. Segundo ele, a pesquisa apresentada no seminário vai ajudar os vereadores a entender o que a população pensa sobre o assunto e ajudar a nortear a tomada de decisões sobre a matéria. Durante a abertura do evento, o prefeito de Natal, Álvaro Dias, destacou que a proposta de verticalização da cidade é uma das principais medidas para trazer mais desenvolvimento ao município. O projeto que tramita na Câmara define que, com exceção das Zonas de Proteção Ambiental (ZPA), toda a cidade é área adensável, ou se-
ja, as condições do meio físico, a disponibilidade de infraestrutura e a necessidade de diversificação de uso possibilitam um adensamento maior do que aquele correspondente aos parâmetros básicos de coeficiente de aproveitamento. Com isso, o coeficiente varia de 1 a 5, ou seja, dependendo das características da área, é permitido construir até cinco vezes a área do lote. Além disso, o gabarito máximo permitido para toda a cidade passa a ser de 140 metros de altura, exceto para as Áreas Especiais de Interesse Turístico e Paisagístico – AEITP e sal-
vaguardadas as áreas de aproximação de voos e de visada da Embratel. Para o prefeito, Álvaro Dias, essa mudança vai trazer impactos significativos e positivos para a cidade. “Natal, ao longo dos anos perdeu mais de 300 mil habitantes. Foi a partir das restrições do Plano Diretor que as pessoas se sentiram expulsas, isso porque, Natal é uma cidade horizontalizada. Foi por esse motivo que surgiu Nova Parnamirim, bairro pujante com edifícios, comércio e até escolas que saíram de Natal”, disse ele.
Gabarito maior Ao comparar a capital potiguar com outras capitais, ele destacou a proposta que permite gabaritos maiores nos eixos estruturantes, formados pelas principais vias de mobilidade. São vias que, por serem dotadas de infraestrutura de maior capacidade, em especial de mobilidade urbana, são alvo de políticas especiais de uso e ocupação do solo. O Plano define que os coeficientes de aproveitamento dos lotes lindeiros aos eixos estruturantes, limitados a uma quadra do eixo da via, terão um acréscimo de 50% no coeficiente de
aproveitamento de sua bacia, desde que não ultrapasse a 5. “Os principais corredores, as principais avenidas estão totalmente horizontalizadas. Mas é nos corredores onde deve haver a concentração da população Aí não se permite que construa, as pessoas saem da cidade. Em Curitiba, cidade projetada, os corredores têm prédios dos dois lados. Há concentração de pessoas porque é uma cidade construída com planejamento urbano. A cidade precisa ser povoada para se desenvolver e abrigar seus habitantes”, enfatizou Álvaro Dias. O plano diretor é previsto para ser aprovado na Câmara Municipal até o próximo dia 23. O prefeito externou boas perspectivas de que os vereadores aprovarão as mudanças que ele defende. “A aprovação do Plano vai trazer crescimento e avanço, recuperando o tempo perdido e trazendo de volta moradores de modo que os impeça que saiam da cidade, com mais construções, verticalização e investimentos antes impossíveis que vão ser possibilitados com a revisão do plano”, disse ele. O evento teve a participação de vereadores, empresários, representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea/RN), Sindicato da Construção Civil (Sinduscon/RN), e secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, Gustavo Coelho, entre outras entidades e profissionais. ALEX RÉGIS
AMARO SALES PRESIDENTE DA FIERN
“Cidades modernas, cidades inteligentes. É assim que a população avaliou a pesquisa.”
Como o senhor avalia a pesquisa apresentada hoje pelo Instituto Conectar?
Cidades modernas, cidades inteligentes. É assim que a população avaliou a pesquisa. A pesquisa chegou em boa hora: a hora que a Câmara está discutindo isso com toda a cidade, com a reformulação do Plano Diretor, que está bem atrasado. A pesquisa veio para balizar somente o que as pessoas pensam. E do que foi mostrado, está em
consonância com a discussão na Câmara?
No meu entendimento, o que a pesquisa mostrou é que aquilo que a Câmara está discutindo não é tão fora do que as pessoas pensam. São cidades mais adensadas, com aproveitamento da infraestrutura que já existe. Natal é uma cidade que carece dessas mudanças, preservando a parte ambiental. As pessoas não querem a destruição das partes ambientais. Os números vão ser debatidos por técnicos e vão complementar a
discussão que está na Câmara. Temos que habitar Natal de forma sustentável, otimizada, com infraestrutura disponível. Precisamos preservar o meio ambiente, sem atrasar o desenvolvimento da cidade. Para a Fiern, qual a importância de realizar uma pesquisa que reflete o que os natalenses pensam sobre a revisão?
A preocupação da Fiern, desde o início da revisão do Plano Diretor, é que sejamos justos nessa
discussão. A Fiern tem acompanhado passo a passo essa revisão porque a Fiern avalia que uma melhoria da cidade vem junto com desenvolvimento econômico e social da cidade. Claro, isso se reflete primeiro na indústria da construção civil, mas a reboque isso afeta todas as outras indústrias que participam da cidade. No comércio, na parte de serviços. Portanto, tivemos essa preocupação de chegar à população para que eles se manifestassem e a gente pudesse ouvir.