JTM 14-05-2012

Fátima celebrada por milhares em Macau centrais

澳 門 論 壇 日 報

Director José rocha Dinis | Director Editorial executivo Sérgio Terra | Nº 4024 | segunda-feira, 14 de maio de 2012

10 Patacas

EDUCAÇÃO, ECONOMIA E SAÚDE ENTRE AS ÁREAS IDENTIFICADAS para a COOPERAÇÃO COM TAIWAN

Delegação alarga oportunidades A educação foi uma das vertentes mais vincadas na inauguração da Delegação de Macau em Taipé, no entanto, as oportunidades de contacto com Taiwan poderão abranger muitos sectores, desde a economia à saúde. Num dia

Violência doméstica com 15 casos até Março O Instituto de Acção Social (IAS) registou 15 casos de violência doméstica ao longo do primeiro trimestre deste ano. Apesar deste número representar uma descida face ao mesmo período de 2011 e poder indiciar uma melhoria na situação da violência doméstica, a vice-presidente do IAS, Vong Yim Mui, assegurou que o organismo não vai descurar a sua atenção sobre este fenómeno e pretende continuar a manter a troca de informações com as autoridades policiais por forma a descobrir mais casos que poderão estar ainda ocultos. Por outro lado, depois de ter realizado uma consulta sobre a proposta de lei de combate à violência doméstica, o documento está agora no processo final de elaboração. O IAS planeia tentar entregar a proposta à Assembleia Legislativa no corrente ano.

Associação das Mulheres quer licença de paternidade A Associação Geral das Mulheres de Macau aproveitou a comemoração do Dia das Mães para apelar à implementação da licença de paternidade para os pais residentes, uma vez que estes apenas têm direito a dois dias de faltas justificadas, mas sem remuneração.

Segundo Wong Kit Cheng, vice-presidente da associação, um estudo feito pela entidade indica que cerca de 90 por cento dos inquiridos concordam com a criação da licença de paternidade, sem perda de salários. Além disso, mais de 80 por cento querem que a licença tenha uma duração igual ou superior a sete dias. A mesma responsável sublinhou ainda que está em causa um período em que as mulheres precisam de cm.pdf mais 1atenção e PM cuidados, pelo Tribuna de Macau 25.5X4 4/10/12 2:58 que o acompanhamento dos maridos é fundamental.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

festivo, que sublinhou a crescente “amizade” com Taiwan, não faltou o fado, porque “assim é Macau”, como frisou o presidente do Instituto Cultural, ao destacar a multiculturalidade da região.

JOEY HO EM ENTREVISTA AO JTM

“Falta coragem para tomar decisões” Págs 2 E 3

fátima almeida em Taipé Págs 4 e 5

“Macau às vezes é demasiado confortável, por isso é que se ouvem tantas queixas. [...] Não é possível sobreviver noutro sítio como em Macau” – Joey Ho

local

“Devemos voltar às nossas origens e pensar no que somos e no que estamos a fazer. Macau é apreciada pelas suas características especiais. Não precisamos de fazer um esforço tão grande para tornar Macau numa cidade moderna” - idem

JOEY HO EM ENTREVISTA AO JTM

“Devemos ver o quão sortudos somos” Existem actividades culturais suficientes e diversificadas em Macau, entende Joey Ho. A artista chama a atenção para a quantidade de programas gratuitos e lamenta o comodismo de muitos cidadãos. A fatia da população que frequenta espaços de cultura continua a ser pequena, porém, vale a pena insistir, defende a antiga directora executiva do Albergue SCM e ex-curadora da Macau Creations. Mais do que criar grandes infra-estruturas, Macau pode pensar em maneiras ágeis e eficazes, como trazer artistas internacionais e levar a arte para a rua, sugere raquel carvalho

F

oi directora executiva do Albergue SCM. Quais as principais dificuldades e desafios de quem lidera uma instituição que promove actividades culturais? É difícil atrair audiência em Macau?

- Penso que o mais importante em tudo é a paixão com que nos envolvemos nos projectos. Conheci muitas pessoas extremamente interessantes de diferentes partes do mundo. Quanto ao público que conseguimos atrair, costumo dizer que se colocássemos aquelas mesmas actividades numa cidade como Lisboa talvez os bilhetes fossem vendidos em duas horas. Em Macau as pessoas parecem não se importar... A fatia da população interessada em arte e cultura não é muito grande e não se pode esperar que esse pequeno segmento vá a um sítio todos os dias. O

A criatividade nas pequenas coisas Estamos a chegar a uma espécie de “jardim privado”, como lhe chama Joey Ho, porque para além dela, são poucos os que por ali passam. Há árvores a fazerem de moldura ao céu de Macau. “Quando tem nuvens fica particularmente bonito”. Na mão leva a trela do cão do prédio. “Estava habituado a andar por aí, mas agora tem de ficar preso, sempre que posso, trago-o a passear”. Meio vadio, meio domado, sabe o caminho de cor e assiste à conversa sem latir. O ateliê de Joey Ho fica a poucos minutos dali. É lá que passa grande parte do tempo. “Pinto, recebo amigos, isso acaba por ser uma grande inspiração”. Para começar a pintar não há regra nem hora. “Para mim, nada disso existe...de todo”. Tem por hábito fazer uma ligação ao passado através das tintas, como se as telas fossem túneis no tempo. “Quando faço um quadro, o resto da série brota naturalmente...não preciso de pensar mais, por isso gosto sempre muito do primeiro”. Mas não é somente aos pincéis que tem apego, confessa-se apaixonada por “moda, livros e viagens”. Uma ida ao Tibete marcou-lhe a vida. “Lá aprendi que a mãe-natureza é a melhor professora. Devemos reaprender com a natureza”. Nascida em Cantão, chegou a Macau com 13 anos, ainda não pensava em fazer da pintura coisa séria. Viria a aprender com grandes mestres como Mio Pang Fei ou Tam Chi Seng. E tenta agora regressar às origens. Deixou de lado o trabalho de directora executiva do Albergue SCM e de curadora na Macau Creations, em finais do ano passado, para pintar e usufruir dos “detalhes da vida”. “Interessam-me as pequenas coisas: conhecer a senhora da mercearia, vir passear o cão... isso é mais importante do que dizer que tenho este título e aquele. São estas coisas que fazem a vida bonita e confortável, mas elas não nos devem limitar o pensamento, podemos continuar a pensar e a sonhar em grande”. Como o rio que vemos ao longe, sem fim.

R.C.

“É preciso continuar a organizar actividades [culturais], não importa quantas pessoas estão na audiência.

Talvez lá esteja um jovem a quem vamos mudar a vida e que depois irá mudar o mundo...” que eu aprendi é que é preciso continuar a organizar actividades, não importa quantas pessoas estão na audiência.

Talvez lá esteja um jovem a quem vamos mudar a vida e que depois irá mudar o mundo... nunca sabemos...pode acontecer. Nunca sabemos bem o poder da cultura e quem estamos a afectar.

- A pequena fatia de audiência é uma consequência de lacunas ao nível da educação artística nas escolas?

- Nas escolas, embora não esteja a par dos programas curriculares actuais, o que me parece que acontece é que as crianças são forçadas a aprender muitas coisas, mas não lhes é dado espaço para desenvolverem o pensamento e o espírito crítico. Por outro lado, considero que também é importante que possam escolher o que querem aprender e que não lhes seja tudo imposto.

- Entende que devia ser criada uma faculdade de artes?

- Os pais em Macau e Hong Kong são, para mim, um pouco estranhos. Forçam, muitas vezes, as crianças a terem aulas de piano, pintura... alguns para poderem mostrar aos amigos o quão talentosos são os filhos. Mas depois quando eles começam a crescer e a apaixonar-se por isso, os pais são os primeiros a pedirem para que eles desistam e que sejam pragmáticos, que escolham gestão ou algo assim, que sigam outra profissão. Dentro desta lógica, como poderemos ter uma faculdade de artes? É muito difícil

educar as pessoas com este pensamento vigente. Julgo que é preciso começar por educar os pais.

- A oferta cultural em Macau é suficiente e diversificada?

- Para ser justa, Macau é uma cidade pequena...se as pessoas sentem falta de um ou outro espectáculo, porque não se deslocam até outras cidades e vão vê-lo? Há pessoas que gostavam mesmo era de ter ópera na própria sala de estar... Não quero criticar, mas Macau às vezes é demasiado confortável, por isso é que se ouvem tantas queixas.

Muitos queixam-se porque não têm lugar para estacionar o carro à frente do prédio. Por favor, vão até Hong Kong ou a Zhuhai e vejam o quão complicada é a vida! Não é possível sobreviver noutro sítio como em Macau. Quando nos comparamos com outros, devemos ver o quão sortudos somos. Reclamar e criticar é bom e importante, mas também devemos ver os aspectos positivos e aquilo que já alcançámos. Do ponto de vista cultural, para além de termos várias opções, há imensos programas culturais totalmente gratuitos.

- Como é que olha para a cidade actual? Concorda com a intenção do Governo de criar parques temáticos?

- Não. Às vezes, vemos entrevistas na televisão de turistas que se queixam que quando trazem as crianças a Macau não têm um sítio para levá-las... Então, se é assim, vão aos espaços culturais, levem-nas lá! Em Paris, ninguém vai dizer que faltam parques temáticos. Vão a outro sítio, se é isso que procuram! Para quê fazer uma réplica da Disney em Macau? Se as pessoas querem isso, sugiro que vão mesmo à Disney! Querem construir mais parques temáticos, e eu pergunto: O que é que permanece disso? O que é que acrescenta à cidade? Devemos voltar às nossas origens e pensar no que somos e no que estamos a fazer. Macau é apreciada pelas suas características especiais. Não precisamos de fazer um esforço tão grande para tornar Macau numa cidade moderna. Já temos todos estes casinos e hotéis modernos e de luxo. O que devemos proteger e preservar realmente é o nosso passado cultural, o que faz de Macau um sítio único e diferente. Penso que já chega de casinos, há mais do que suficientes.

- Está optimista quanto às infra-estruturas que surgirão nos novos aterros?

- O mais importante é que os novos aterros sejam bem organizados e que sejam planeados a pensar no futuro, de modo a que não se cometam os mesmos erros, tendo em conta o crescimento da população. Quanto a infra-estruturas culturais... para mim, as actividades culturais são como árvores, crescem em qualquer lado e, se tiverem força, não é possível pará-las. São necessárias infra-estruturas, mas as pessoas são o que mais importa. Não creio que precisemos de grandes infra-estruturas, tragam artistas de renome internacional até aqui, por exemplo. Penso que por vezes perdemos demasiado tempo e há coisas muito úteis que podemos concretizar, basta vontade e iniciativa.

- Tem desenvolvido trabalhos artísticos associados a causas sociais. A arte faz mais sentido quando ligada a um fim social?

- Não direi isso. A arte não tem de estar associada a uma causa social, mas esses trabalhos que fiz foram muito gratificantes. Por exemplo, no ano passado fui curadora de uma exposição com trabalhos de crianças portadoras de deficiência... Trabalhei com a “Fuhong Society of Macau”.

Aquelas crianças são génios escondidos. Embora tenham limitações no dia-a-dia, mostraram que através da arte conseguem fazer coisas fabulosas. Os pais também ficaram muito orgulhosos. Além deste projecto, no ano passado, criei um outro de âmbito diferente, mas também com uma componente social forte, o “power madness”. Entre outras coisas, resultou num espectáculo na rua, em que muita gente daquele bairro participou e quis fazer parte.

Para mim, cultura deve ser isto. É claro que museus, teatros e momentos são importantes, mas também é preciso levar a arte às pessoas. A arte não deve estar fechada num espaço, nem estar inacessível à população em geral.

jornal tribuna de macau Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor­na­lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Helder Almeida, Pedro André Santos e Viviana Chan • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com e jtmagenda@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral) pág 02 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

“Macau é uma cidade onde diferentes culturas se misturam, mas parece-me que esta característica tão única não está a ser muito bem aproveitada” – Joey Ho

local

“Penso que os artistas e designers de Macau têm um bom nível, têm uma qualidade que está num patamar internacional” - idem

“Não é justo estarem sempre a dizer que é preciso um subsídio” Embora o conceito em torno das indústrias culturais ainda seja pouco mais do que uma nuvem cinzenta, Joey Ho acredita que a ideia tem pernas para andar. Os artistas de Macau, sublinha, possuem qualidade. Todavia, não devem cruzar os braços e ficar à espera de um subsídio do Governo. Já da parte da Administração, Joey Ho espera que haja coragem para tomar decisões. Porque críticas, lembra a artista, existirão sempre

C

omo é que olha para a situação das indústrias criativas e culturais em Macau?

- Decidiu-se dar esse nome... Mas não é porque se cria um nome ou um conceito que as indústrias realmente existem. Para mim, as indústrias criativas e culturais em Macau ainda não estão realmente desenvolvidas. Faltam os pilares, precisamos de fundações…

Macau é uma cidade onde diferentes culturas se misturam, mas parece-me que esta característica tão única não está a ser muito bem aproveitada. Macau deve compreender melhor a sua própria identidade e as suas capacidades, ao invés de copiar exemplos de cidades próximas. Há coisas que funcionam noutras cidades que não vão funcionar aqui. Penso que Macau pode desenvolver-se em diferentes áreas...Os artistas devem fazer a sua parte, depois, falando em indústria, o resto deve ser deixado nas mãos dos homens de negócio, com conhecimento nessa área...

Mas julgo que o conceito de indústrias criativas ainda não está bem definido em Macau.

- No desenvolvimento destas indústrias, qual é o papel a ser ocupado pelo Governo e pelas empresas?

- Foi criado um Conselho para as Indústrias Culturais, constituído por personalidades de diferentes sectores, mas até agora ainda não sabemos que caminhos estão a traçar, ainda não vemos grandes conclusões... É verdade que as questões artísticas, por exemplo, o julgamento de beleza sobre uma obra de arte é algo bastante pessoal. É difícil encontrar um método justo. No entanto, entre os líderes do Governo, as escolhas devem ser feitas e explicadas. É certo que o Governo tem um papel complicado. As pessoas vão sempre criticar alguma coisa, porque não estão satisfeitas com isto ou com aquilo. Mas,

“Macau deve compreender melhor a sua própria identidade e as suas capacidades, ao invés de copiar exemplos de cidades próximas.” na minha opinião, mais importante que isso é que sejam tomadas decisões. O Governo está a fazer um grande esforço, mas penso que falta coragem para tomar decisões. Devem ser tomadas decisões e começar a trabalhar nelas. É claro que surgirão sempre críticas, mas se nunca forem tomadas decisões nunca saberemos qual é o caminho certo. É importante ter coragem.

- Entende que a indústria deve basear-se apenas em subsídios do Governo?

- Não, penso que não. Durante a nossa história, encontramos muitos artistas que antes do reconhecimento público passaram por grandes dificuldades. Por exemplo, Van Gogh ofereceu um quadro à mãe e ela atirou-o fora. Vivemos num mundo real, que passa não apenas pelo quão talentoso se é. Pintar é uma paixão pessoal, algo bastante íntimo. Na vida real para além do talento, também conta muito o factor sorte. Há muitos grandes artistas desconhecidos pelo mundo todo. Não podemos apenas reclamar que não temos subsídios...

Se não temos, a criatividade acaba?

Não, não é assim. Macau é um sítio pequeno, mas podemos olhar para outros sítios do mundo... que apoio há? Tenho de ser muito franca neste aspecto. Os artistas devem ser persistentes e trabalhar... Muitos dizem que é preciso um ambiente estável para pintar ou criar, mas temos tantos exemplos de grandes nomes que não tiveram nada disso.

Não podemos reclamar do ambiente

que temos. O Governo, actualmente, está em muito boa situação financeira, e deve ter mais coragem em tomar de decisões...mas o artista em si vai ficar à espera sentado até receber um subsídio? Não faz sentido. Digo sempre que não se deve tratar os artistas de modo diferente dos outros. Merecem respeito, como é evidente, mas os artistas também não devem tratar-se a eles próprios como alguém que vem do paraíso. Não é necessário de todo. Somos apenas uns entre outros. Não é preciso tratar-nos como algo de excelente ou muito especial. A vida não é assim tão difícil em Macau. Penso que não é justo estarem sempre a dizer que é preciso um subsídio, à espera do Governo...

- E o sector privado está interessado e sensibilizado para esta área?

- Sim, julgo sim... vê-se interesse por parte de algumas empresas. Estamos a falar de negócios e é claro que o que está em causa é ganhar ou perder dinheiro...é necessário criar oportunidades e correr riscos. No início, julgo que é necessário um trabalho do Governo em conjunto com o sector privado. Depois a indústria deverá funcionar por si, não poderá ser subsidiada para sempre. Um aspecto que eu acho muito importante e que deve ser desempenhado pelo Governo é a promoção destas indústrias.

Como sabemos, a população em Macau é bastante limitada, digamos que é o nosso ponto fraco... No entanto, há que olhar à volta. As pessoas do Continente e as cidades vizinhas admiram Macau,

por ser uma região única e conter uma mistura de culturas. Este é um ponto forte que deve ser usado para promover Macau e os seus artistas. Penso que os artistas e designers de Macau têm um bom nível, têm uma qualidade que está num patamar internacional.

- Considera que há um número suficiente de artistas de qualidade em Macau, capazes de alimentar estas indústrias?

- Sim, claro. Vejo cada vez mais gente em Macau de qualidade... a geração mais jovem parece-me bastante empenhada. Fazem coisas, têm um part-time desde cedo... Toda a gente deve começar por baixo. Não é porque se tem um curso ou se faz um quadro que se é artista, designer ou outra coisa... As pessoas devem reclamar menos. É preciso trabalhar para suportar os sonhos. E claro depois é necessário ter sorte também.

- Apoia a ideia de criar um parque de indústrias criativas em Macau, como existe – por exemplo – em Taipé?

- Na minha opinião, um dos pontos fortes de Macau é a sua escala. Macau é uma cidade bonita e interessante assim.

Não precisamos de adoptar soluções que fazem sentido noutras cidades porque são muito maiores. Não acho que faça grande sentido fazer um parque, perderíamos com isso a vibração cultural da cidade. Aí não haverá os edifícios tradicionais, como por exemplo existem em São Lázaro. Por outro lado, também se perderia o contacto com as pessoas locais, que são muito amigáveis. Iria ser um pouco artificial ter tudo concentrado num sítio. Julgo que é mais interessante ter as indústrias culturais e criativas entre as pessoas, envolvendoas. É mais interessante ligar os bairros antigos à realidade, ao presente.

R.C.

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 03

PODEM SUBIR VAGAS PARA CURSO EM PORTUGAL. O Governo vai abrir um novo curso de Verão em Portugal, mas só 14 das 28 vagas se destinam aos que estudam fora de Macau. Porém, como as inscrições somam largas dezenas, Cheong U referiu que depois do projecto piloto poderão surgir mais vagas e algumas distribuídas por sorteio.

local

DEPUTADOS NA COMITIVA. Além dos membros do Executivo, que levaram representantes dos sectores da Educação, Cultura e Turismo estiveram presentes na comitiva de Macau alguns deputados, como Ho Sio Kam, Chui Sai Peng, Chan Meng Kam, em representação das associações que dirigem.

RAEM INAUGUROU OFICIALMENTE DELEGAÇÃO EM TAIPÉ E PEDIU ELIMINAÇÃO DO VISTO

Laços com Taiwan cada vez “mais amigáveis” A Delegação de Macau em Taiwan é um sinal de que as relações entre os dois lados do Estreito estão a fortalecer-se, acredita o Secretário Cheong U. O papel da RAEM como ponte poderá também servir de base para investimentos formosinos, antevêem os responsáveis locais fátima almeida em Taipé

F

oi erguido em plena capital de Taiwan e a sua altura impressiona. Mas no 56º andar do “Taipei 101” sente-se Macau.

Há fotografias com os monumentos históricos quase por todo o lado, brochuras e Fado. Mesmo o vídeo de apresentação sobre a RAEM, exibido na cerimónia de inauguração na Delegação Económica e Cultural de Macau, realçou um lado mais romântico do território.

Uma imagem, que segundo o director do Departamento de Hong Kong e Macau do Conselho para os Assuntos do Continente, está a combater a ideia que o território apenas tem casinos para oferecer. “No início parecia que Macau só tinha casinos, mas depois conseguimos ter outra visão. Espero que com a Delegação as pessoas de Taiwan possam visitar mais o território. É uma cidade muito bonita e especial”, consi-

derou Yen Cheong Kuang, notando que Taiwan é o terceiro mercado de turistas na RAEM. Os media locais chegaram a questionar Yen Cheong Kuang sobre as razões que levaram a uma abertura tardia do gabinete de Macau, uma vez que Taiwan já tem há vários anos uma delegação congénere na RAEM. O responsável, que partilhou esta história durante o seu discurso, brincou afiançando que quiseram assegurar a melhor localização.

Para o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, que chefiou a comitiva de Macau, foi dado mais um passo para estreitar as ligações com a Formosa. “A inauguração desta delegação já é um sinal que as relações entre Macau e Taiwan estão cada vez mais amigáveis”, disse, antes aos jornalistas portugueses, quando questionado sobre se este gabinete deixaria claramente de fora do seu âmbito os laços políticos.

RAEM TENTA ACABAR COM VISTO. A viagem a Taiwan deu mais frutos. Além da inaugura-

ção do gabinete, cujo custo mensal ascende a 380 mil patacas, a comitiva de Macau teve outros encontros com responsáveis locais. A eliminação do visto exigido aos residentes da RAEM para entrada na Formosa foi uma das discussões positivas, salientou Cheong U. “Acho que correu bem e vamos continuar a trabalhar para melhorar”, disse, referindo-se também a outro encontro sobre o reconhecimento do ensino superior de Macau pelos formosinos.

“Foi bom trazer Fado, porque assim é Macau” A cerimónia de inauguração terminou com um tom bem português. Isabel Mexia, Paulo Valentim e Paulo Pereira foram responsáveis por brindar os presentes com o Fado, Património Imaterial da Humanidade. O presidente do Instituto Cultural mostrou-se satisfeito por Taiwan conhecer uma das costelas históricas do território. “É bom trazermos o Fado a Taiwan, porque penso que assim é Macau, um palco de intercâmbio, e não só de cultura chinesa”, disse Ung Vai Meng.

A Educação foi uma das vertentes mais vincadas durante a cerimónia de ontem. Isto porque uma das missões deste gabinete é dar apoio aos jovens da RAEM que estudam em Taiwan. São mais de 4.300 e têm expectativas altas em relação ao Governo da RAEM (ver texto em baixo).

No entanto, as oportunidades de contacto entre os dois lados do Estreito poderão abranger muitos sectores – desde a economia à saúde -, frisou o Chefe do Gabinete do Chefe Executivo de Macau no discurso, colocando a tónica na lusofonia e na Ilha da Montanha.

A PLATAFORMA. Com o “desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito, as relações tornaram-se mais sólidas e Macau pode concretizar, como em tantas circunstâncias, o seu papel de ponte”, frisou Alexis

Tam, abrindo a porta ao investimento taiwanês. “Maiores oportunidades serão proporcionadas aos residentes de Taiwan para investirem e desenvolverem as suas actividades em Macau e no Interior da China”, acredita.

Além de salientar as potencialidades da recente delegação chefiada por Nádia Leong, Alexis Tam também deu conta de outros acordos que poderão surgir depois desta viagem.

“Vamos ver se é possível assinar um protocolo de cooperação judiciária”, referiu.

A intenção de reforçar a cooperação entre as partes no “acordo aéreo” também fez parte de uma viagem em que os membros do Governo procuraram ainda, num encontro com a ministra do Conselho para os Assuntos Culturais, Lung Yingtai, encontrar novas fórmulas criativas.

Sair para “regressar” ao futuro de Macau São jovens e mostram-se preocupados com o futuro. Ainda não acabaram o curso e já temem não conseguir o primeiro emprego. O Governo só lhes pede que se concentrem nos estudos porque oportunidades não irão faltar em Macau

K

athy Lam e Wong Wai estudam em Taiwan com a convicção de voltar a casa quando terminarem os estudos. Apesar de tecerem elogios rasgados à qualidade do ensino da Formosa, é em Macau que esperam construir “um bom futuro”. “Adoro a cidade e temos muito bons professores, ajudam-nos muito. Mas, não espero ficar aqui porque será mais difícil encontrar um emprego”, referiu a estudante de Literatura Francesa, que abraçou ainda Taiwan pela “liberdade”.

Para Wong, a experiência de viver sozinho também pesou na hora de se decidir pela ilha. Apesar de ter passado no teste das saudades prefere regressar a Macau quando acabar os estudos. “Prefiro porque sou de lá. Está lá a minha família”, disse o estudante de Administração Pública, confiante que no entanto, acabaria por conseguir um emprego em Taiwan apesar do salário poder não ser muito pág 04 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

GAES prometeu ajudar estudantes que estão em Taiwan

alto nos primeiros anos.

Mas nem todos querem perder, de repente, a independência. Cyrus Chang gostaria de ficar na ilha formosina, por isso, questionou o Governo sobre a possibilidade de “facilitar a estadia” aos recém-licenciados em Taiwan.

Foram muitas as perguntas e as dúvidas partilhadas.

Desde subsídios para estudar intercâmbios no estrangeiro e mais oportunidades para aprender português, os jovens da RAEM em Taipé depositaram a sua confiança no Governo.

Mas os membros do Executivo regressaram ao passado para dar uma lição de vida aos mais novos. “Se só pen-

sarmos em dinheiro é muito triste. O mais importante é termos sucesso profissional”, disse o Secretário Cheong U, recordando que durante os seus estudos ganhou dinheiro com os livros de viagens que um professor lhe ajudou a publicar.

MAIS COMPETITIVIDADE. O chefe do Gabinete do Chefe do Executivo seguiu a mesma bitola. Depois de se ter formado há cerca de 30 anos em Taiwan, Alexis Tam fez ver aos mais novos as vantagens que já têm hoje em dia e pediu mais competitividade.

Os estudantes mostraram preocupação em não conseguir encontrar de imediato um emprego pedindo a possibilidade de fazer “part-times” para ganhar experiência profissional. Cheong U prefere que se concentrem nos estudos porque o Governo, diz, já está a tentar desenvolver mais medidas de apoio. “Aproveitem bem para enriquecer bastante a vossa fase de estudos, para que depois conseguiam voltar a Macau, porque há muitas oportunidades para conseguir assegurar o vosso potencial”, referiu.

Apesar de não verem todos os seus desejos concedidos, os alunos mostraram-se satisfeitos com a abertura da Delegação da RAEM, notando que poderá ser útil por exemplo para dar informações e até em casos de emergência ou doença.

F.A.

(...) “Se tivéssemos casinos conseguíamos fazer dinheiro. Já há ‘casinos’ aqui, mas são ilegais. Por isso poderíamos ter casinos fora de Taipé, nalguma ilha” (...) – Ryan Chan, residente de Taiwan

local

(...) “Antes de abrir um casino temos de ter a certeza que há leis para os controlar bem, porque o jogo traz muitos problemas associados” (...) – Cruise Wong, residente de Taiwan

DESEMPENHO ECONÓMICO DE TAIWAN DESILUDE

Jogo já não “assusta” jovens da Formosa São sorridentes e não negam ajuda.

Mas o rosto dos jovens taiwaneses também mostra desilusão. A performance económica da Formosa assombra-lhes o futuro.

Embora reconheçam os riscos do Jogo alguns acreditam que os casinos poderiam ajudar a recuperar o fôlego do “tigre” asiático, numa altura em que sondagens recentes indicam que a maioria das pessoas está desapontada com o desempenho do Presidente Ma fátima almeida em Taipé

R

yan Chan tem 30 anos e embora o seu rosto não aparente essa idade, na verdade, já passaram mais de duas décadas desde a primeira vez que visitou Macau. A “cidade velha” transformou-se de tal maneira que quase se apagou. Franze a sobrancelha como quem quer trazer-nos memórias, mas pouco resta desse tempo. “Lembro-me de estar sentado no autocarro e ir de um lado para o outro.

Ainda era possível chegar até às ruínas de São Paulo de transporte público, mas agora as pessoas já vão a pé”, diz-nos sem mais pormenores.

A imagem viva que guarda de Macau é recente. Faz referência às ruas “bonitas” e “comida saborosa”, mas fala sobretudo dos casinos. Nos últimos seis meses já visitou o território duas vezes e o jogo foi uma das atracções do pacote turístico vendido em Taiwan. “Os casinos também me motivaram a ir a Macau porque não temos ainda um sistema que permita esta actividade”, explica o jovem publicitário. É num mercado de peixe fresco, paredes meias com um restaurante de sushi, que Ryan Chan se surpreende com as perguntas sobre Macau. O “Addiction Aquatic Development” fica a mais de 20 minutos de carro do “Taipe 101”, onde o Governo da RAEM abriu a “Delegação Económica e Cultural de Taipé”, que pretende promover o intercâmbio e cooperação entre os dois lados do Estreito. Ryan Chan não sabe deste novo escritório e demora a dar-nos uma resposta sobre as possíveis áreas de cooperação bilateral.

Depois de um suspiro, a “economia” é dos primeiros temas que lhe vem à cabeça. Embora haja quem não mostre convicção para apoiar uma eventual aposta no sector do jogo, a possibilidade de construir casinos na Formosa já não assusta tanto.

As notícias de que os salários não sobem há quase uma década parecem começar a soar pior aos jovens.

“Se tivéssemos casinos conseguíamos fazer dinheiro. Já há ‘casinos’ aqui, mas são ilegais. Por isso poderíamos ter casinos fora de Taipé, nalguma ilha”, disse Ryan na semana em que os media locais publicaram um estudo do “Taiwan Indicators Survey Research” que indica que 67,5% dos cidadãos estão insatisfeitos com o Presidente Ma Ying-jeou e 43,1% muito insatisfeitos.

Confrontado com a sondagem publicada no “Taipei News”, que diz ainda que 84,3% consideram que a economia não está a ter um bom desempenho, Ryan Chan não atribui todas as culpas ao Presidente, já que

Cruise Wong

reconhece que “é difícil encontrar um caminho” para melhorar a performance económica de um dos chamados quatro tigres asiáticos. No entanto, parece descrente na sua política. “É um bom homem. Mas, as pessoas em Taiwan não gostam dele porque não sabe como melhorar a economia.

Os nossos salários não aumentaram nos últimos 10 anos. Eu ganho o mesmo desde que me graduei”, disse.

Uma posição semelhante tem Ricky Hat. “Gostamos das suas características humanas, mas parece-me que as pessoas estão desapontadas porque não tem muita postura para ser político. Tem muitos aspectos para melhorar”, nota o designer, também de 33 anos. “Estamos muito preocupados com o futuro. Pegamos nos jornais e lemos que os negócios já não são tão bons. A Coreia do Sul [outro dos tigres asiáticos] está a fazer melhor, mas aqui vemos bastantes dificuldades”.

Ricky Hat nunca esteve em Macau.

Para o designer, a RAEM é um quadro pintado nas revistas turísticas promovidas também pelos grandes casinos do território. Em frente ao “Taipe 101”, Hat ainda pensa que a delegação instalada no 56º andar daquele edifício emblemático poderá reforçar a cooperação no âmbito do Ensino, mas depressa a economia se torna a razão mais forte para que Macau e Taiwan apertem as mãos. “Poderão cooperar ao nível da educação... e na economia, porque acho que as pessoas em Macau são ricas, por causa do jogo. Nos aqui não somos tanto”, compara.

PARA ALÉM DOS CASINOS. Nem o cenário mais escuro que pinta de Taiwan lhe dá certezas sobre os benefícios de ter casinos na Formosa, mas não rejeita a ideia, sob uma condição: que tal aconteça longe de Taipé. “Talvez possamos aprender sobre a economia do jogo de Macau. Em Taiwan as pessoas ainda pensam que não é um bom

Jill Wu e Ricky Hat

sector, porque o vêem como uma actividade ilegal”, observa.

Sharon Lin é a única que não usa a imagem dos casinos para descrever a RAEM. É o marido quem a lembra, quando a conversa já vai adiantada, que o território é campeão do jogo. “É um sítio muito pequeno, com boa comida, a uma hora de Hong Kong e com uma cultura semelhante à chinesa, o que faz com que possamos sentir as pessoas amigáveis”, descreve.

O casal nunca visitou a RAEM. Tudo o que sabem viram em programas de viagens ou foi-lhes contado pelos amigos. À espera de um novo rebento, ela encara ainda assim a situação económica de Macau como um caso de sucesso, mas que poderá não se enquadrar tão bem em Taiwan.

“Não gostaria muito que tivéssemos casinos cá. Mas também não conheço muito sobre a economia dos casinos. Não sei em que medida poderia afectar a minha vida”, refere.

Já em relação à politica local, Sharon Lin não é tão branda. “Se as pessoas não estão satisfeitas é porque a política não está de acordo com o que esperavam. Muitas vezes o Governo toma decisões sobre os projectos públicos sem os planear bem, por completo”, frisou. “Ma já foi Presidente durante quatro anos. Teve tempo suficiente. E o líder tem que assumir responsabilidades”, disse-nos depois de questionada sobre se as razões que levaram à reeleição de Ma tiveram por base as suas características humanas.

“Se fizer a mesma pergunta no Sul de Taiwan vai obter respostas diferentes das que encontrou aqui”, acrescentou o marido, ao referir-se ao apoio dado naquela zona ao Partido Progressista Democrático, que tem defendido uma posição de independência formal de Taiwan face à China.

Após vencer as eleições, Ma, do Partido Kuomintang, prometeu continuar a

estreitar as relações com o Continente Chinês. Durante a campanha, alguns projecções apontaram, no entanto, que estaria a perder apoio depois da assinatura de um “tratado de paz” que Pequim está a aceitar de bom grado.

“Muitos de nós taiwaneses não queremos ser parte da China porque pensamos que somos pessoas diferentes. Embora tenhamos raízes semelhantes, a nossa cultura acaba por ser diferente”, salienta por sua vez Ryan Chan, não descartando a hipótese de a China tirar vantagem da situação económica em Taiwan. “A China tem um grande mercado e muitos recursos. Se não quisesse ter mais nenhum negócio connosco seria difícil para nós.

Cerca de 10% das pessoas trabalham ou têm negócios lá”, diz.

ENTRAR EM JOGO COM REGRAS. Tal como o casal Lin, Michael Chi, médico coreano que vive em Taiwan há mais de uma década, não se queixa das condições de vida. O emprego consegue assegurar-lhe estabilidade. Mas o mesmo não poderão dizer os que terminam agora um curso, reconhecem. “O salário dos recém-licenciados continua a rondar os 1.000 dólares americanos. Se eu fosse jovem nessa situação sairia de Taiwan”, confessa. “É por causa da economia. Não tem nenhuma resistência. Não há aumentos nos salários há cerca de seis anos”, reforçou o médico, que nunca visitou Macau, mas sabe que o território é um tesouro para as operadoras de jogo e um “local bonito” e propício ao negócio.

Judy Huang também nunca pisou Macau, mas ao contrário de Chi não mostra grande entusiasmo em fazê-lo. “Prefiro ir primeiro à Austrália”, refere, depois de interromper a leitura. Eram quase 23h mas nem por isso os leitores se levantavam do chão e pousavam os livros nas estantes. Fazem quase parte do cenário da Eslite, uma livraria gigante. Depois de Judy Huang descrever a RAEM, Cruise Wong marca uma página do seu livro com o dedo e aproxima-se de nós. “Já fui várias vezes a Macau. É a Las Vegas da Ásia”, atira com um sorriso.

Tanto ele como Judy já têm emprego, mas o futuro preocupa. “Podíamos abrir alguns casinos numa ilha. Naquela em que precisem mais de dinheiro. O jogo talvez seja uma boa ideia”, acredita. “Uma amiga minha de Penghu disse que aquela ilha vive apenas do turismo e isso não chega.

Talvez os casinos possam atrair mais pessoas”, acrescenta a jovem de 30 anos.

“Poderemos encontrar algumas situações em que o desenvolvimento da economia de Macau será útil. Ouvi dizer até que queriam abrir aqui um casino e já pensaram num lugar para isso”, comenta, por sua vez Huang. Mas, reitera, “antes de abrir o casino temos de ter a certeza que há leis para os controlar bem, porque o jogo traz muitos problemas associados”, reflectiu, por sua vez, o engenheiro graduado nos EUA. No caminho um taxista descansa-nos.

“A economia não esta mal. Vai indo bem, mas muito lentamente”. Antes da viagem terminar ainda nos conta que não soube da existência de Portugal através do futebol.

“Foi nos livros de história”. Talvez seja esta a diferença de ter livrarias abertas 24h sem pudor de partilhar os livros, deixar folhear até se perder o tempo.

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 05

COMBUSTÍVEIS MAIS BARATOS. Os preços dos combustíveis baixaram ontem 26 avos em Macau. Ao abrigo da nova tabela, um litro de gasóleo passou a custar 12,9 patacas.

Já os preços da gasolina com e sem chumbo desceram para 12,22 e 12,12 patacas, respectivamente.

Nuno Soares defende criação de “concursos de ideias” A criação de “concursos de ideias” poderia ser “uma boa ferramenta para aumentar a qualidade arquitectónica porque aí vamos estar a debater a arquitectura e não o negócio da construção”, defendeu Nuno Soares, em entrevista à Rádio Macau. Entre outros temas, as consultas públicas também mereceram um reparo do arquitecto, que entende que “só por si não vão resolver nada”. “Um risco que há é o de utilizar a consulta pública como uma legitimação das posições que são do Governo.

Aí a consulta pública tem de ser genuína e uma ferramenta normal que todos os governos do mundo utilizam”, disse Nuno Soares, que defendeu ainda a definição de um plano director, sem o qual Macau será “uma cidade mais desequilibrada” e corre “o risco de estar a aumentar problemas”.

Relativamente aos novos aterros, sustentou que deviam acolher “zonas com várias funções ao mesmo tempo”, por forma a “evitar cidades fantasmas e situações como nós temos no Cotai, que tem sempre luz, mas não tem pessoas”. A classificação dos edifícios da Escola Portuguesa e do antigo Tribunal na Praia Grande foi outra matéria defendida pelo arquitecto, que voltou a criticar o facto da proposta de Lei do Património não permitir aos cidadãos “sugerir que um edifício seja qualificado”.

Na perspectiva de Nuno Soares, esta atitude acaba por “desincentivar à participação da comunidade numa coisa que diz respeito a toda a comunidade”.

local

QUEDA FATAL PARA RESIDENTE. Um residente de Macau, de 61 anos de idade, morreu após ter alegadamente saltado de um prédio na zona da Areia Preta. O corpo foi encontrado num terraço do edifício. Investigações preliminares da PJ apontam para a probabilidade de suicídio.

DIZ NG KUOK CHEONG

Assistentes sociais sujeitos a “critérios injustos” O novo documento de consulta do Regime de Credenciação dos Assistentes Sociais prevê tratamentos distintos para os profissionais do sector e critérios “injustos”, considera Ng Kuok Cheong viviana chan

O

deputado Ng Kuok Cheong criticou a proposta relativa ao regime de credenciação dos assistentes sociais, sublinhando que o texto de consulta elaborado pelo Governo apresenta muitas falhas e não se adequa à situação actual. O documento prevê o registo de profissionais do sector privado, enquanto que os trabalhadores sociais da Função Pública não precisam de passar por esse processo, facto que é visto por Ng Kuok Cheong como uma clara diferenciação de tratamento que contrasta com o caso dos médicos, cujo sistema de qualificação não excluiu nem os privados nem os que estão ligados aos serviços públicos.

Sustentando que os assistentes sociais não devem ser afastados do âmbito dos funcionários públicos, o deputado acha que o regime proposto atribui pouca importância à avaliação dos conhecimentos profissionais e admite até a qualificação de assistentes so-

Ng Kuok Cheong acha que a proposta dá pouca importância aos conhecimentos profissionais dos assistentes sociais

ciais sem formação adequada para a área.

Numa interpelação escrita dirigida ao Executivo, Ng Kuok Cheong adverte ainda que os critérios de avaliação estão muito distantes dos padrões internacionais e contesta a intenção de se criar uma comissão para a área dos trabalhadores sociais composta essencialmente por personalidades nomeadas pelo Governo.

No sábado, mais de 200 participantes – entre assistentes sociais, alunos do curso de serviços sociais e docentes - numa sessão

de auscultação sobre o novo regime voltaram a vestir-se de negro e empunharam folhas com mensagens de protesto contra a proposta do Governo, criticando sobretudo a distinção feita entre trabalhadores sociais privados e públicos. Durante a sessão, o presidente do Instituto de Acção Social, Iong Kuong Io, rejeitou a intenção de diferenciar os trabalhadores sociais e prometeu voltar a discutir o assunto com responsáveis dos Serviços de Administração e Função Pública.

ANÚNCIO [ N.º 110/2012 ] Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competências delegada pela alínea 20) do nº 3 do Despacho nº 09/IH/2012, publicado no Boletim Oficial da RAEM, nº 13, II Série, de 28 de Março de 2012 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro: N.º do boletim de candidatura

62631 62659 62959 63123 63486 63874 65061 65116 65398 67630 67898 67918 68014 68136 68436 69356 69362 69551 69721

Nome

CHOI WAI KIT LEONG NGAN HANG HO CHAN U VU HONG IP KUAN SU SAM TAN YAN CHIN CHE MOK LIN LEONG KA FU LEONG IOK IENG LOU U SAM LEI HAO IONG LOU KA LAI CHONG SON WA KUOK KIN WA LEONO IN FONG LAI IO FAN WU HOI WENG CHEONG CHI KIM BALBOA DANILO SAMONTANEZ

N.º do boletim de candidatura

70197 70553 70862 71630 71635 71751 71793 71808 71855 72157 72744 72878 73171 74274 74317 74488 74802 74918 75034

pág 06 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

Nome

TAM SI CHENG CHANG FONG I LEONG WAI HOU SIN CHI CHINO LAI KAM PENG LEI WAI UN JULIA HO TONG KA PEK CHIANG lN WAN TANG U HIM VONG LAM KUAN CHAN SIO NGA CHAN FONG WA MAK MIU PENG UN NGAN FUN SIU CHEOK WAI CHRISTOPHER LIO KAM FONG AO WAI SENG CHOI CHI TAK

Após as verificações deste Instituto, notamos que os representantes dos agregados familiares e/ou os seus cônjuges de candidatos a habitação económica acima mencionados são proprietários de fracções autónomas com finalidade habitacional na Região Administrativa especial de Macau, desde à data da apresentação da candidatura e até à data de celebração da escritura pública de compra e venda da fracção, pelo que, estes não reúnem os requisitos exigidos para a cancidatura, no termos do nº 3 do artigo 14 e nº 5 do artigo 60º da Lei n.° 10/2011 (Lei da habitação económica).

De acordo com os artigos 93.° e 94.° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro, devem apresentar, por escrito, as suas contestações e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio.

Se não apresentarem as contestações no prazo fixado ou as mesmas não forem aceites por este Instituto, os representantes dos agregados familiares e/ou os seus cônjuges forem retirados dos agregados familiares e as respectivas candidaturas serão excluídas da lista geral de espera, por não reunirem os requisitos para aquisição de habitação económica, nos termos do n.º 2 do artigo 16.° do Regulamento de acesso à compra de habitações construídas no regime de contrato de desenvolvimento para a habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002.

No caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sr. Wong através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 586), para consulta do processo.

O Chefe do Departamento de Assuntos de Habitação Pública, Cheang Sek Lam 4 de Maio de 2012

438 SACOS DE PÍLULAS PARA FAZER DROGA. Um indivíduo da RPC, de 32 anos, ficou em prisão preventiva por suspeita de tráfico de materiais para manufactura de estupefacientes. O homem foi detido a 24 de Abril na posse de 438 sacos de pílulas de “d-pseudoephedrine” pesando 166,5 kg, colocados em sete malas.

local

SANDS CHINA INCLUÍDA NO ÍNDICE HANG SENG. No dia 4 de Junho, a Sands China vai tornar-se na primeira operadora do jogo de Macau incluída no Índice Hang Seng. Segundo a Bolsa de Hong Kong, a Sands China passará a ser a 49ª empresa do índice.

RELATÓRIO RELATIVO A 2011

Macau passa na análise de Bruxelas Numa análise mais económica do que política, a União Europeia passa em revista o último ano em Macau. O desenvolvimento do sistema político é referido e é expresso o desejo de “progressos para uma maior democracia”.

No plano económico é sobretudo destacado o desafio da diversificação e a cooperação de âmbito regional helder almeida

O

relatório anual da União Europeia sobre Macau, relativo a 2011, descreve no geral um cenário positivo, numa região em que “os direitos fundamentais e a liberdade têm sido respeitados”. É referido que “a diversificação da economia é o desafio-chave e é expresso o desejo de “progressos para uma maior democracia, de acordo como a Lei Básica e os desejos da população”.

O documento é baseado em várias fontes oficiais, como os Serviços de Estatísticas e Censos da RAEM, ou o Eurostat, e passa em revista vários campos de actuação no último ano na região.

A nível económico, é destacado o grande crescimento de Macau, com a subida do Produto Interno Bruto, sustentado “na explosão” da indústria turística, que potenciou a vinda de 28 milhões de visitantes, e do sector do jogo. Assim, “Macau continua a ser o maior mercado de casinos do mundo com um tamanho que excede os mais próximos competidores”.

Os planos para o desenvolvimento do

O relatório referente a 2011 traça um cenário positivo no geral

sector turístico, nomeadamente através da construção de mais casinos-resorts, também são descritos no relatório.

A falta de mão-de-obra no território é outro dos problemas focados e “é mais crítico do que nunca”. Macau, “cada vez mais, confiou na importação de trabalhadores e profissionais [qualificados] para satisfazer as necessidades da economia em crescendo”. Faz-se eco, inclusive, do sector laboral que tem reclamado “uma política mais dinâmica e flexível de importação de mão-de-obra para aliviar a escassez tanto de trabalhadores não qualificados, como profissionais qualificados”.

Ainda no sector económico, no qual o grande desafio é a diversificação, é distinguido o progresso na indústria de convenções e exposições (sector MICE) e nas indústrias culturais e criativas. Certo é que

os maiores esforços para tornar a diversificação económica possível “tem sido feitos por iniciativa governamental, como são exemplo os fóruns e as feiras”.

PROGRESSOS NA ÁREA FISCAL. A cooperação regional também é sublinhada e descrita como “a prioridade de topo para Macau”. A RAEM “continua a promover uma maior integração na região do Delta do Rio das Pérolas e está a talhar uma posição nicho como ponte entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa, através do Fórum Macau”, pode ler-se.

A Ilha da Montanha é um outro ponto salientado pela UE, que fala mesmo num “projecto-chave” desenvolvido entre Macau, o município de Zhuhai e a Província de Guangdong, ao abrigo de um acordo de cooperação. “É tida como uma zona exemplar para um novo modo de cooperação

entre as autoridades provinciais e de Macau”. A área destinada à indústria, a maior parte (4 Km2) “despertou um forte interesse da parte de empresários europeus”.

Ao nível dos acordos sobre troca de informações tributárias fala-se em “progressos notáveis”, depois da assinatura de oito acordos, com os parceiros comerciais, para troca de informações fiscais e um sobre dupla tributação. E como anteriormente já tinham sido assinados cinco acordos sobre dupla tributação , Macau “já passou o limiar de 12 acordos relevantes na área fiscal requeridos pelo G20”, esforços estes que foram reconhecidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, no que à transparência diz respeito.

Em relação às trocas comerciais é notada a inversão de papéis, desde 2008, com a UE a exportar mais para o território. Isto resultou da “diminuição da manufactura [em Macau] e de um grande crescimento por produtos importados [da Europa]”.

Quanto à cooperação, é focado o programa académico que visa proporcionar uma maior troca de experiências entre as instituições de ensino superior, entre este ano e 2015. Para 2012 é ainda esperado que haja crescimento das trocas a nível cultural.

A nível político nota-se uma abordagem menos extensa. É referido o desenvolvimento do sistema político e a abertura da delegação económica e cultural em Taiwan.

Mas não deixa de ser abordada a “implementação satisfatória do sistema um país, dois sistemas” e sublinhado que as relações da UE com Macau são baseadas “em valores comuns, numa herança europeia e interesses partilhados na economia, ambiente, educação e cultura”.

Desaconselhadas visitas às Filipinas As autoridades de Macau emitiram um alerta para que a população evite deslocações às Filipinas, como medida de segurança devido à crescente tensão entre Pequim e Manila

E

m nota oficial, o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo salienta não existirem actualmente “excursões nas Filipinas”, mas diz não ser possível determinar se algum residente de Macau está naquele país asiático a título individual.

O aviso das autoridades de Macau foi divulgado na sextafeira depois da Administração Nacional do Turismo da China ter emitido um comunicado em que alerta, tendo em consideração relatos de imprensa, para a possibilidade da realização de uma grande manifestação nas Filipinas contra cidadãos chineses, pelo que, não só não aconselha deslocações ao país, como sublinha a importância do reforço de medidas preventivas de segurança.

Segundo o corpo diplomático chinês nas Filipinas cerca de 300 filipinos protestaram na sexta-feira junto às instalações da embaixada chinesa naquele país, facto que Pequim conside-

rou como uma atitude errada que vai ampliar a disputa. O Governo chinês apelou às autoridades filipinas para que adoptem medidas eficazes, respeitem a soberania e o território chineses e se abstenham de qualquer acto que possa aumentar a tensão. Pequim reiterou ainda que a China não mudou o seu posicionamento no sentido de solucionar a disputa pela via diplomática.

Além do alerta oficial e de acordo com a agência oficial chinesa, as maiores agências de viagens da China suspenderam a organização de deslocações às Filipinas devido à crescente tensão entre as duas nações.

Os dois países estão envolvidos num conflito diplomático devido às reivindicações de soberania do atol de Scarborough, reclamado por Pequim e Manila.

A 10 de Abril, duas embarcações chinesas enfrentaram um navio militar filipino para impedir a detenção de pescadores chineses que Manila acusa de estarem a

Centenas de filipinos protestaram em Manila contra a posição da China sobre o atol de Scarborough

trabalhar ilegalmente nas águas de Scarborough.

Enquanto Pequim denominou as ilhas como Huangyan, Manila diz tratarem-se das ilhas Panatag.

O atol está localizado no Mar do Sul da China numa zona potencialmente rica em recursos naturais, como petróleo e gás natural, faz parte de uma vasta zona que Pequim disputa com vários

países como o Vietname, Japão, Malásia ou Brunei.

PEQUIM NEGA AMEAÇAS. O Ministério chinês da Defesa já desmentiu as intenções que lhe eram atribuídas de se preparar para entrar em guerra contra as Filipinas para fazer valer os seus direitos sobre o atol.

O desmentido foi feito apesar de alguns artigos na imprensa oficial indicarem que a China es-

tava pronta para o combate para meter fim ao impasse político entre os dois países.

“Os artigos que indicam que a região militar de Guangzhou (sul), a frota do mar da China Meridional e outras unidades estão mobilizadas para preparar a guerra são falsos”, indicou o ministério num breve comunicado colocado no sua página de internet.

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 07

80 CANDIDATOS À EQUIPA DE BORDO. Mais de 80 pessoas candidataram-se a 20 vagas para a equipa de bordo da Air Macau, tendo 21 passado à fase das entrevistas. Segundo a Air Macau, a taxa de fuga de hospedeiras atingiu 10% no ano passado, pelo que a companhia pretende elevar os benefícios oferecidos.

Breves Octogenário detido por explorar Mahjong Um homem de 81 anos foi detido por explorar mesas de Mahjong. Depois de uma denúncia, a PSP encontrou numa garagem - alugada pelo idoso desde 2006 por 3.400 patacas - mais cinco pessoas, sendo que quatro se encontravam a jogar. Todos confessaram que o homem, com um salvo conduto chinês, fazia exploração do espaço para aquele jogo cobrando 70 patacas a cada quatro rondas. No mesmo local foram ainda encontradas 2.100 patacas que se suspeita ser dinheiro adquirido naquela actividade.

Alunos serão agentes “especiais” anti-tabaco Os Serviços de Saúde vão “recrutar” alunos das escolas primárias e secundárias (do 1º ao 9º ano) para funcionarem como “agentes especiais” da luta anti-tabaco no seio das famílias. Segundo o organismo, os alunos serão responsáveis por exortar e estimular os membros das respectivas famílias a abandonarem o tabaco. As inscrições para este programa prolongam-se até 30 de Maio.

Governo promete preservar ambiente em Hác Sá A Administração da RAEM tem a mesma meta dos moradores da Povoação de Hác Sá no que diz respeito à “protecção e racionalização do actual ambiente natural e do espaço verde” daquela zona. A garantia foi dada pela DSSOPT num encontro com a Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores da Povoação de Hác Sá e o administrador do Conselho de Administração do IACM Mak Kim Meng. Governo e moradores prometeram reforçar a troca de informações sobre as intervenções urbanísticas projectadas para o Parque de Hác Sá e imediações da Povoação, nomeadamente em termos da finalidade e impacto ambiental. A construção de um campo polivalente, o alargamento do acesso viário e a construção do dique submarino de Hác Sá são algumas das vertentes do projecto.

Conselho dos Bairros Antigos volta a ouvir moradores O Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos incumbiu o Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau de efectuar um levantamento sobre a zona da Rua do Padre António. O inquérito, que surge na sequência dos já realizados nas zonas da Praia do Manduco e da Barra, começou no sábado e tem como destinatários 180 prédios, num total de 2.300 agregados familiares e lojistas.

O Conselho pretende recolher dados sobre as características demográficas da zona bem como das habitações, lojas e imóveis com outras finalidades, bem como opiniões dos moradores sobre o ambiente comunitário e expectativas acerca do reordenamento dos bairros antigos.

Centro Ecuménico reabre após seis meses em obras O Centro Ecuménico Kun Iam reabriu ao público no sábado após ter sofrido trabalhos de manutenção e reparação, no interior e exterior, ao longo de seis meses. Os trabalhos visaram a estátua de bronze da deusa, a cúpula do salão de exposições, a renovação do sistema de ar condicionado, a instalação de mais prateleiras na biblioteca e de um novo sistema de som. O Centro Ecuménico abre diariamente das 10h00 às 18h00 horas, encerrando à sexta-feira.

pág 08 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

local

MAIS DE MIL PROMOÇÕES NA SANDS CHINA. A Sands China garante que promoveu mais de mil trabalhadores residentes nos primeiros quatro meses de 2012.

Devido à abertura do Sands Cotai Central, a empresa recrutou 4.600 trabalhadores desde Janeiro, mas prevê contratar mais de 1.800 no corrente ano.

TRÊS SUSPEITOS DE BURLA

Investimento para BIR saiu furado Queriam ter residência temporária em Macau e para tal confiaram em dois irmãos e no proprietário de uma fábrica. Investiram 500 mil patacas cada, mas mais de oito meses depois receberam cheques sem fundo. Os suspeitos de burla foram agora detidos

T

rês homens do Interior da China não se inibiram de investir 500.000 patacas numa fábrica de produtos medicamentosos para conseguirem pisar a RAEM como residentes. Tudo parecia fácil. Dois irmãos apresentaram-nos, em Macau, a um homem de negócios que lhes garantiu devolver o dinheiro em cheque se não conseguisse, com o investimento, garantir-lhes a residência.

Tudo se passou há mais de um ano. Em Abril de 2011 conheceram-se e celebraram o acordo, mas nem o Verão trouxe lucros. Mesmo assim, os três indivíduos não desesperaram. Até Dezembro aguardaram pacientemente para conquistar a residência através de “investimentos relevantes”, uma das formas estipuladas por lei.

Porém, passados oito meses sem receber nenhuma boa nova, decidiram reaver o dinheiro. O cheque chegoulhes às mãos, mas sem fundo. Assim que descobriram que tinham sido burlados apresentaram queixa na polícia. No dia 4 deste mês, as autoridades de Macau acabaram por interceptar Chou, o proprietário, quando entrava no território.

Na passada quarta-feira foram detidos os dois irmãos

Alegadas vítimas de burla investiram meio milhão de patacas mas apenas receberam cheques sem cobertura

responsáveis por colocar em contacto investidores e proprietário. Todos recusam responsabilidades. Segundo o porta-voz da PJ, o mais velho dos irmãos disse ter recebido dinheiro para angariar os investidores, mas assegurou não ser culpado pelo facto do proprietário da fábrica não ter cumprido com o prometido e passado cheques falsos.

Já o mais novo alegou que não recebeu qualquer valor do dono da fábrica. Apesar de ter passado os cheques sem fundo, o proprietário também se desculpou referindo que a fábrica faliu. O caso foi conduzido ao Ministério Público.

F.A.

Furtou notas comemorativas Não precisou de mais de uma hora para entrar numa residência e roubar oito notas de 100 patacas comemorativas do Banco da China, 23 notas de 10 patacas alusivas ao Ano do Dragão, emitidas pelo BNU, moedas antigas de circulação em Macau e Hong Kong no valor de 10.000 patacas, três telemóveis (1.500 patacas) e 1.300 patacas em numerário. O proprietário deu por falta do dinheiro e objectos pelas 09h30, quando regressou a casa depois de ter saído pelas 08h30. A PJ desconfia que o autor do crime tenha entrado na residência com recurso a chave falsa.

Também na Taipa, na madrugada de sexta-feira, ocorreu um furto numa habitação enquanto a residente dormia.

Pela manhã a mulher deu pela falta de 5.500 patacas que tinha numa mala na sala de estar.

CONFESSOU TER COMPRADO DROGA NO CONTINENTE

Pó no nariz denunciou jovem Dois jovens que seguiam num carro depois de terem consumido estupefacientes foram interceptados pela polícia. Antes da identificação, as autoridades desconfiaram da presença de estupefacientes pelo facto do passageiro ter ainda pó no nariz

A

viagem de carro pelas ruas de Macau aconteceu já horas depois de terem consumido droga, mas durante uma operação “stop”, na madrugada de sexta-feira, a polícia conseguiu suspeitar da presença de estupefacientes por um dos ocupantes – o passageiro – ter pó no nariz. Após a identificação, a Polícia de Segurança Pública (PSP) descobriu ainda que o condutor tinha embrulhado cerca de 2,93 gramas de ketamina numa nota de 100 dólares de Hong Kong.

Os dois jovens, um com 20 anos e outro com 17, foram interceptados quando decidiram dar uma volta de-

pois da meia-noite. O condutor confessou ter comprado a droga, pelas 18h, num espaço de diversões perto das Portas do Cerco, por 200 patacas, disse o porta-voz da PSP. Já o passageiro, que se recusou a fazer exames no hospital, depois de lhe ter sido encontrada ketamina no nariz, confessou que adquiriu o estupefaciente para consumo, pelo mesmo preço, num centro de massagem no Interior da China, quando frequentava aquele espaço, indicou a mesma fonte.

Segundo descreveram à PSP os jovens não consumiram juntos. Terse-ão encontrado já depois, quando o condutor convidou o outro jovem para cear e dar umas voltas no carro do pai.

OFENDEU AGENTES. Também durante uma operação “stop”, na Taipa, na quarta-feira, uma jovem foi levada até à esquadra por insultar os agentes.

Já era de noite, mas a condutora seguia com as luzes desligadas e a decoração do seu carro tapava parte da matrícula. A Polícia de Segurança Pública, cer-

ca das 22h, registou a ocorrência que implicou o pagamento de uma multa.

A jovem não recusou pagar a coima, mas mostrou descontentamento de forma considerada ofensiva. Segundo o porta-voz da PSP, a condutora abriu a janela e além de fazer gestos desrespeitadores proferiu palavras de ofensa a um agente atingindo também a família daquele.

O agente mandou parar a condutora para a alertar que se continuasse com aquelas afirmações – a mulher terá gritado ainda “ladrões” pela janela – estaria a incorrer num crime de injúria. De acordo com o porta-voz da PSP, a condutora continuou a insultar o agente tendo sido levada até à esquadra por incorrer num crime de injúria agravada.

A passageira que seguia viagem com a autuada também prestou declarações alegando que as frases proferidas naquele momento “não se dirigiam directamente aos agentes”.

O caso foi conduzido ao Ministério Público.

F.A.

CEM DOA ROUPAS E BRINQUEDOS. O Grupo de Embaixadores da CEM doou roupas e brinquedos em segunda mão, bem como artigos de papelaria, ao Exército de Salvação de Macau. Os artigos foram cedidos pelos funcionários da empresa.

local

DEPUTADO ADVERTE PARA INUNDAÇÕES. Paul Chan Wai Chi manifestou-se preocupado com a possível ocorrência de muitas inundações, sobretudo nas zonas mais baixas, durante a época das chuvas e tufões. Em interpelação escrita, o deputado questionou o Governo sobre o prometido plano de obras para evitar inundações nas zonas mais “vulneráveis”.

CRIMINALIDADE AUMENTOU 12% NO PRIMEIRO TRIMESTRE

35 por cento dos delitos são furtos FOTO ARQUIVO

O aumento significativo dos crimes de furto por carteirista, falsificação de documentos e ameaça contribuiu para uma subida de 12 por cento na actividade delituosa em Macau no primeiro trimestre deste ano. O número de furtos equivaleu a 35% dos delitos registados pelas autoridades

A

criminalidade em Macau aumentou 12,3% para 3.151 casos no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2011, numa subida que o Secretário para a Segurança justifica com o aumento do turismo para o território.

“Há mais turistas, mais 7,9% do que no primeiro trimestre do ano passado, há maior concentração de pessoas e há uma tendência natural para aumentarem os furtos”, afirmou Cheong Kuoc Va, ao salientar que apenas 50 dos 1.106 casos de furto registados em Macau nos três primeiros meses tinham pessoas do Continente chinês

Autoridades registaram uma média de 12 furtos por dia no primeiro trimestre

como autores.

O mesmo responsável explicou que nos 50 casos de furto perpetrados por pessoas do Continente chinês estavam envolvidas 74 pessoas, o que reflecte um aumento de três casos e 11 pessoas face ao trimestre homólogo de 2011.

No âmbito da criminalidade em Macau registou-se um aumento de 17% e para um total de 1.825 casos dos crimes contra o património - que inclui roubos, furtos, extorsão e usura -, uma subida de 11,7% para 601 casos dos crimes contra a pessoa e de 20,7% da criminalidade violenta.

O Secretário para a Segurança salientou que no primeiro trimestre foi registado um homicídio - caso já resolvido pela Polícia Judiciária - e 15 casos de sequestro, menos 14 do que no primeiro trimestre de 2011.

Em queda estava também a delinquência juvenil, com menos 46,2% dos casos para um total de 21.

Com uma centena de casos, o auxílio, acolhimento e emprego de imigrantes ilegais caiu 20%, o tráfico e venda de drogas subiu 15,6% para 37 casos e o consumo de droga subiu 57,8% para 71 casos.

Ainda nos primeiros três meses deste ano, as polícias de Macau detectaram 287 pessoas do Interior da China sem documentação (menos 1,7%), 1.219 pessoas da China com o visto individual expirado (mais 3,4%), 7.073 pessoas do interior da China com visto ou outro documento expirado (mais 29,4%) e 680 estrangeiros com excesso de permanência (menos 6,5%).

No primeiro trimestre, as autoridades de Macau conduziram ao Ministério Público para acusação 1.039 pessoas, mais 6,3% do que no mesmo período de 2011.

“Be Cool” chega às escolas chinesas Já no próximo ano lectivo a Associação de Reabilitação e Toxicodependência deverá começar a sua acção de prevenção também nas escolas chinesas, através do “Be Cool”, disse ao JTM Augusto Nogueira. A ARTM cumpre assim o sonho antigo de ter um projecto que actue nas várias frentes

D

epois de ter aberto as portas há um ano e dois meses o projecto “Be Cool”, criado pela Associação de Reabilitação e Toxicodependência de Macau, prepara-se para dar mais um passo. Com uma psicológica chinesa a integrar o projecto, a ARTM irá, no próximo ano lectivo, desenvolver trabalho de prevenção nas escolas chinesas, à semelhança do que faz com os estabelecimentos de ensino portugueses e ingleses, cumprindo uma vontade antiga.

“Consideramos que há essa necessidade. Sempre tivemos um sonho de desenvolver o projecto também com a comunidade chinesa”, avançou ao JTM Augusto Nogueira.

Quando recentemente a associação levou o trabalho de prevenção aos casinos, onde a maioria dos trabalhadores são chineses, viu que teria condições e mais experiência para estender a sua acção também às escolas. “Nunca pensámos em trabalhar apenas com uma comunidade em

exclusivo, mas para a comunidade em geral”, expressou o responsável. “Tivemos vários contactos e palestras, em língua chinesa, nos casinos e partir daí decidimos lançar este projecto”, explicou Augusto Nogueira.

A ARTM está a trabalhar para que em Setembro seja possível começar a alinhavar, com as escolas, as palestras e actividades para o próximo ano lectivo. Numa primeira fase a associação planeia abranger dez escolas, desenvolvendo o trabalho gradualmente. “Para já temos uma pessoa neste projecto que trabalha em língua chinesa. Vamos tentar chegar ao máximo que conseguirmos, talvez dez escolas”, referiu.

O “Be Cool”, além de oferecer actividades diárias para jovens, pretende desenvolver um trabalho de prevenção abrangente. Isto porque, reforça Augusto Nogueira, é um projecto para jovens e para as famílias. “Também vamos continuar a direccionar-nos para a prevenção nos casinos.

A nível de prevenção trabalhamos globalmente”, disse.

Para estreitar a ponte com a comunidade chinesa, ARTM irá lançar também em língua chinesa o guia para pais e professores, editado em português e inglês.

Na sexta-feira, a ARTM materializou em CD uma actividade que decorreu há dois anos. As faixas que compõem o álbum são da autoria de quatro bandas, que participaram em 2010 num concerto que também visava dizer não às drogas.

As cerca de 100 cópias emitidas serão entregues nas

ARTM apresentou CD de concerto anti-droga

escolas para que os jovens tenham mais uma ferramenta informativa, desta vez em forma de arte. “Não é a solução, mas o que pretendemos com esta e outras actividades que organizamos é criar um alerta para a participação dos jovens nestas iniciativas. Ao participarem terão mais informações sobre a droga e mais informação poderá significar uma diminuição do contacto”, notou o presidente da ARTM. O evento, que teve lugar na sede do “Be Cool”, contou com a presença de representantes do Instituto de Acção Social que se mostraram satisfeitos com o projecto.

F.A.

Díli quer mais contactos judiciários A procuradora-geral da República de Timor-Leste defendeu a necessidade de promover a cooperação bilateral com as instituições judiciárias de Macau

S

entimos necessidade de estreitar relações com Macau, que é um território que tem traços comuns, uma história partilhada, e tem certamente aspirações como nós temos, enquanto comunidades falantes da língua portuguesa”, disse Ana Pessoa à Agência Lusa, apontando que “não faz sentido que estando relativamente perto, Timor-Leste não tenha um contacto mais próximo, designadamente a nível institucional”.

A área do legal ou do judiciário é um campo que “não tem sido tão explorado”, avaliou a procuradora-geral, ao elencar as “excelentes relações” entre TimorLeste e a China em sectores tão distintos como o comércio, a saúde ou a agricultura.

“Não podemos esquecer que durante muitos anos, o mesmo Boletim Oficial publicava as leis para Macau e para Timor e, portanto, há raízes identitárias que é preciso repescar e valorizar,

dar-lhe outra dimensão porque o mundo em que vivemos não é o mesmo daquele tempo, mas isso não inviabiliza”, disse.

“Pelo contrário, deve servir para valorizar laços antigos de cultura que nos diferenciam aqui na região. Portanto, achei que era importante vir a Macau especificamente para isso”, disse Ana Pessoa, que esteve no território pela última vez há dois anos para participar num encontro internacional da IAACA (International

Association of Anti-Corruption Authorities).

Durante os encontros que manteve no território, com a delegação que chefiou, Ana Pessoa introduziu alguma legislação de que se orgulha, como o Código Penal ou a lei da violência doméstica, aos representantes das instituições judiciárias locais, nomeadamente ao seu homólogo, Ho Chio Meng, ao presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, e ao presidente

da Assembleia Legislativa, Lau Cheok Va. Ana Pessoa esteve ainda reunida com o Chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, tendo visitado entidades como o Instituto de Acção Social para se inteirar da forma de protecção das vítimas.

Agora, a procuradora-geral espera receber a visita de Ho Chio Meng em Timor-Leste, algo que espera que se concretize ainda este ano.

JTM/Lusa

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 09

NEGÓCIOS VIP SOBEM 19%. Os ganhos líquidos da “Asia Entertainment & Resources Ltd” (AERL), empresa promotora do jogo, cresceram 19% para 15,3 milhões de dólares americanos no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2011. A AERL opera salas VIP nos casinos Galaxy, StarWorld e Venetian.

local

ALUNOS ABREM “CAPÍTULO” DA PATA. Alunos do IFT anunciaram o estabelecimento de um “capítulo” da Associação de Turismo da Ásia Pacífico (PATA) por parte de estudantes de Macau.

A iniciativa envolve alunos do IFT, Universidade de Macau, Universidade de Ciências e Tecnologia e Instituto Politécnico e visa fomentar o conhecimento sobre a indústria turística.

FESTIVAL MACAU INDIES

Premiado trabalho sobre homossexualidade “Aqui Estou”, de Tracy Choi, foi o documentário escolhido pelo júri, um trabalho que aborda a homossexualidade. Houve outros três documentários distinguidos, nas categorias de Animação, Curta e Longa. Realizador malaio e jurado, Ho Yuhang nota que os trabalhos estão melhores tecnicamente mas gostava que se começassem a explorar mais aspectos da vida de Macau helder almeida

O

documentário “Aqui Estou” foi o escolhido pelo júri como o grande vencedor da edição deste ano do Festival Macau Indies, foi ontem anunciado. A autora, Tracy Choi, escolheu a temática da homossexualidade e no final os jurados não tiveram dúvidas. O prémio é de 25 mil patacas.

Houve ainda três distinções de louvor, em três categorias diferentes. “Sonho de Infância”, de Wong Meng U, recebeu o prémio Animação, “A Senhora Cogume-

lo”, de Io Lou Ian, o prémio Curta e “Um Outro Lar”, de Fei Ho e Emily Chan, a distinção para Longa. Cada um destes filmes recebe 10 mil patacas.

De Macau mas a tirar um mestrado em Hong Kong depois de ter estudado Cinema em Taiwan, Tracy Choi mostrouse surpreendida com a distinção, que “não esperava”. O documentário fala de homossexualidade e das dificuldades que algumas pessoas enfrentam em situações do quotidiano para revelar essa opção, particularmente as que vivem numa cidade pequena.

E o objectivo assumido pela autora foi também o de promover a discussão. “Acho que a televisão de Macau e outros meios de comunicação nem sempre falam dos grupos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) por isso quero que se fale mais sobre este tópico”.

Mas conseguir pessoas que dessem a cara e assumissem a homossexualidade “foi difícil”. “Pedi a muitos amigos gays e lésbicas mas não quiseram mostrar-se em frente à câmara, tinham medo que os colegas ou os amigos os vejam no filme e descobrissem que eram gays”.

A própria entra no documentário, com a mãe e o pai, confessando que enfrentar-se

800 mil patacas para financiar até 18 produções Encerram hoje as candidaturas para financiamento de projectos para o festival do próximo ano. Segundo Pedro Lencastre, responsável pela programação e marketing do Centro Cultural de Macau e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, o orçamento é de cerca de 800 mil patacas, “o dobro deste ano”, a disponibilizar “para financiar 18 produções cinematográficas”. Por isso, para o ano pode-se esperar “mais documentários, mais cinema de animação, mais ficção”, assegura. Até sexta-feira, cerca de sete mil pessoas tinham tido contacto com o Festival Macau Indies, entre exibições e exposições em escolas e outros locais. Houve ainda cerca de 2.800 pessoas a adquirir bilhetes para ver os espectáculos. “Nunca tivemos este número até agora”, afirma o programador, que aponta ainda que “a qualidade dos filmes tem vindo a melhorar cada vez mais”.

foi mesmo o mais difícil de tudo. “Porque é sobre a minha família, o meu pai, a minha mãe, e após a passagem do filme não conseguia encarar o meu pai porque não sabia qual era o seu sentimento”.

O próximo ano vai ser o último em Hong Kong, uma vez que conclui o mestrado, em pós-produção. A seguir, a autora vai focar-se no projecto final. “Ainda não sei o que é, mas espero que esteja relacionado com Macau, porque eu quero voltar, e filmar documentários é possível”.

Da parte do júri, Ho Yuhang, realizador malaio, explicou que “os trabalhos cresceram em termos de qualidade, porque tecnicamente os câmaras estão a ficar cada vez melhores”. Mas não é tanto na parte da técnica que o jurado notou problemas, antes “na ideia que está por detrás”.

“Queremos vencedores que tenham

Jardim de Infância

Services

[ O ] SHAPE

General Practice, Chiropractic, Physical & Rehabilitation Therapy, Custom Orthotics, Aromatherapy

We are committed to deliver high quality dental services with personalized care. We ensure the highest level of infection control.

Website: www.icqoral.com E-mail: info@icqoral.com Facebook: www.facebook.com/icqoral

Consultation by Appointment Office hour: Mon to Sun 10:30 - 19:30 Close on Tue and Public Holiday Tel: (853)28373266

Fax: (853)28356483

Rm. 1907, 19/F, AIA Tower, Nºs. 251A-301, Avenida Commercial de Macau

(opposite to New Yaohan and Grand Emperor Hotel) pág 10 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

uma perspectiva diferente sobre algo porque muitos documentários são sobre questões não tão importantes ou que talvez não coloquem as questões certas”, sublinhou.

“Quando se faz um documentário quer-se descobrir alguma coisa e [alguns trabalhos] não exploraram nada, apenas se disse ‘vamos fazer isto’”.

Mas o vencedor “foi um bocadinho além disso”. Por isso, “escolher o vencedor não foi assim difícil [e até]. Segundo refere, cada um dos três jurados escolheu seis trabalhos e discutiu-os, sendo que a decisão final “foi unânime”.

Para o ano, o realizador espera “ver mais diversidade nos trabalhos, nas perspectivas, porque Macau é um local muito interessante”. E apesar de tudo, “alguns dos trabalhos que vi começaram a explorar aspectos da vida daqui que eu não sabia”.

Canadian Health Clinic

ICQ dental team is a group of dental specialists with internationally recognized qualifications.

We provide all range of dental services: − Oral examination and radiology investigation − Restorative and Cosmetic Dentistry − Children Dentistry − Orthodontic Treatment − Oral and Dental implant Surgery – Endodontic Treatment − Periodontal Treatment − Emergency Treatment

Tracy Choi (ao centro), autora de “Aqui Estou” e restantes premiados, juntamente com o júri, na cerimónia de ontem

[ X ] SHAPE

Chiropak School bag- Anatomically Designed

For Appointment

Tel: 28335035

Fax: 28335036

Monday to Friday: 9:30 am - 1:00 pm / 2:30 pm - 6:30 pm Saturday: 9:30 am - 2:00 pm

Av. Almeida Ribeiro, Nº 99, Edifício Comercial Nam Wah, 6º andar, Sala 608, Macau

D. José da Costa Nunes ADMITE : 1) Currículo Português a. Educador de Infância; b. Agente de Ensino 2) Currículo Mandarim a. Educador de Infância; 3) Currículo Inglês a. Educador de Infância; 4) Professor de Informática 5) Servente Portadores de BIR Envie C.V. detalhado, até ao dia 16 de Maio para apimdjcn@macau.ctm.net Mais informações http://www.apim.org.mo/djcn/

RIFAS DA MGM RENDEM 155 MIL PATACAS À ORBIS. Em resultado de uma venda de rifas, a MGM Macau entregou um donativo de 155 mil patacas à ORBIS, organização não-governamental que combate a cegueira no Terceiro Mundo. A iniciativa da MGM estabeleceu assim mais um recorde, pelo quarto ano consecutivo.

local

SANDS APOIA SOCIEDADE FUHONG. Voluntários da Sands China receberam cerca de 40 membros e funcionários da Sociedade Fuhong, associação que promove a reabilitação de pessoas com deficiências mentais, para uma actividade que incluiu a confecção de sopas aromáticas e um “buffet”. A iniciativa decorreu no Sands Macau e visou celebrar o oitavo aniversário do hotel-casino.

PLANOS DOS DÓÇI PAPIAÇÁM PARA 2013 E BALANÇO DA ÚLTIMA PEÇA

Teatro maquista já pensa no 20º aniversário O espaço por baixo do restaurante Riquexó surge como um dos locais possíveis para o grupo de teatro se instalar a título definitivo. Para o próximo ano, estão a ser pensadas duas peças. Miguel de Senna Fernandes elogia actores da Escola Portuguesa helder almeida

E

ncontrar um espaço fixo para os Dóçi Papiaçám ensaiarem e guardarem os materiais de palco e estrear duas peças de teatro para o ano que vem vai marcar o 20º aniversário do grupo, segundo Miguel de Senna Fernandes. O encenador e dramaturgo mostra-se satisfeito com o resultado de meses de trabalho, apresentado ao público na sexta-feira e no sábado no palco do Centro Cultural, destacando o papel desempenhado pelos alunos da Escola Portuguesa.

O local onde decorreram os ensaios da peça “Aqui Tem Diabo – Crónica dos Bons Espíritos”, por de baixo do restaurante Riquexó, surge como hipótese para o grupo de teatro amador em patuá se instalar. “É um local excelente, mas não podemos estar à espera de usar o espaço gratuitamente e também não sei se haveria problemas de compatibilidade uma vez que os proprietários são co-fundadores dos Dóçi Papiaçám”, explica Miguel Fernandes.

Certo é que encontrar um espaço para o grupo se instalar e que dê para ensaios e para guardar material está entre as prioridades.

Em 2013, o grupo comemora 20 anos e por isso já foi falado “celebrar-se a data com mais um espectáculo, em Novembro”, até

porque “as pessoas estarão mais motivadas”. Deste modo, no ano que vem o público poderá assistir a duas peças dos Dóçi Papiaçám. “Vai ser um ano muito trabalhoso”, prevê.

Miguel de Senna Fernandes promete continuar atento à realidade social e política de Macau, que será reflectida em palco. E à distância do tempo, antecipa um tema inevitável de tratar: as eleições para a Assembleia Legislativa (AL).

De resto, esta é já uma preocupação do grupo, bem visível nesta última peça, em que vários episódios acabaram por ser inseridos à última hora. Como exemplo, a invasão da AL por membros da Associação Novo Macau. Mas outros episódios da vida quotidiana foram tratados de forma humorística, como as disputas turísticas entre as agências de turismo e chineses do Continente, os vários acidentes provocados por autocarros da Reolian, a falta de táxis na cidade ou as dificuldades sentidas no mercado de arrendamento. E, claro, também se falou muito de dinheiro e de subsídios.

“Fiz quatro crónicas ligadas por um fio condutor que são os espíritos, uns gostaram, outros nem tanto”, aponta Miguel Fernandes. Mas o balanço acaba por ser positivo. “Gostei, todos cumpriram o seu papel e não houve nenhuma daquelas grandes calinadas e ainda há a destacar o

“Aqui Tem Diabo – Crónica dos Bons Espíritos” levou muito público ao Centro Cultural de Macau

quarteto da Escola Portuguesa, que foi estupendo e me surpreendeu todos os dias”.

O também advogado espera

que agora, depois do Festival de Artes, possa ser agendada uma reunião com o Instituto Cultural, para tratar essencialmente de

LIGA DE ELITE

Monte Carlo pressiona líder O Monte Carlo venceu a equipa da Polícia pela margem mínima e aproveitou da melhor forma o “deslize” do Ka I frente ao Porto. Os “canarinhos” têm um calendário complicado mas podem igualar o ainda campeão se vencerem a partida que têm em atraso pedro andré santos

A

três jornadas do final a Liga de Elite foi relançada após (mais um) deslize do Ka I (empatou com o Porto a duas bolas) e a vitória do Monte Carlo, por 1-0, frente à equipa da Polícia.

A formação liderada por Paulo Bento pode igualar o Ka I no topo da tabela se vencer a partida que tem em atraso, contra o Porto, mas olhando para o calendário os “canarinhos” não terão vida fácil.

No próximo fim-de-semana o actual vice-líder joga frente ao Lam Pak, uma partida que não será fácil, enquanto o Ka I defronta o Lam Ieng, que apesar de ser

um adversário teoricamente fácil luta nesta altura para não descer. Depois, os “canarinhos” vão enfrentar o já despromovido Hong Ngai, finalizando o campeonato com um duro embate frente ao Benfica, enquanto o Ka I mede forças com o Kuan Tai e a Polícia.

Adivinha-se um duelo intenso para esta recta final da Liga de Elite entre o Ka I e o Monte Carlo, sendo certo que um deslize para cada um dos lados será fatal para as aspirações ao título.

Nas outras partidas disputadas no fim-de-semana o Lam Pak venceu os Sub-23, por 2-1, mesmo resultado com que o Kuan Tai bateu o Lam Ieng.

Na quinta-feira, recorde-se, o Benfica venceu o Hong Ngai, por 3-0.

SPORTING VOLTA A GANHAR. O Sporting Clube de Macau voltou a vencer na terceira divisão onde prossegue só com vitórias. A vítima dos “leões” foi o Chuac Lun, com o resultado a ser de 4-2 a favorecer a formação de matriz portuguesa. Um resultado muito importante para o Sporting de Macau que está muito perto de alcançar o objectivo de subir de divisão quando faltam disputar apenas duas partidas.

apoios e de questões relacionadas com a candidatura do patuá como património intangível de Macau.

Sales Marques lidera lista candidata ao Jazz Club de Macau A comissão de gestão do Jazz Club de Macau recebeu uma lista candidata aos corpos sociais do clube, tendo em vista as eleições agendadas para o próximo dia 19 no Auditório da Casa Garden. José Luís Sales Marques (presidente da Direcção), Miguel Campina (presidente da Assembleia Geral) e Miguel Senna Fernandes (presidente do Conselho Fiscal) destacam-se na lista que integra ainda outras figuras da comunidade local. A lista candidata apresenta-se ao sufrágio com um projecto sustentado em quatro objectivos gerais: promover a apreciação, a divulgação e o ensino do jazz em Macau; contribuir para o enriquecimento e diversificação do calendário cultural da cidade; proporcionar aos amantes do jazz e das artes, em geral, oportunidades de convívio e participação cultural; e inserir o clube e as suas actividades na rede regional de entidades e organizações com finalidades similares. Entre outras iniciativas, a lista pretende encontrar instalações que funcionem como sede, “relançar a organização de um festival de jazz, no mais curto prazo em que seja viável assegurar a sua qualidade e lançar as bases da sua projecção internacional”, bem como promover actividades destinadas à formação de músicos. jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 11

(...) “A Procissão de Nossa Senhora de Fátima e a Procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos, antes da Quaresma, representam os momentos mais fortes a nível religioso em Macau. É sempre um evento que tem muita gente presente, há pessoas que vêm de Hong Kong de propósito” (...) – Padre Albino Pais

PROCISSÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA JUNTOU CERCA DE TRÊS MILHARES

Fé encheu ruas da ci A comunidade católica de Macau voltou a encher ontem as ruas da cidade para assistir e participar na procissão de Nossa Senhora de Fátima que, como é habitual, percorreu as ruas entre a igreja de São Domingos e a ermida da Penha pedro andré santos

A

Igreja de São Domingos voltou a ser o ponto de partida para a peregrinação da Procissão de Nossa Senhora de Fátima de 13 de Maio, reunindo não apenas fiéis como também turistas e alguns curiosos que não se mostravam indiferentes às rezas em coro e em várias línguas.

Cerca das 18 horas começou a missa dentro da igreja complemente cheia, enquanto outros tantos aguardavam cá fora pelo início da caminhada. Se grande parte da multidão era constituída por fiéis que acompanham as celebrações há muito tempo, havia outros que se estreavam. “Sei que é uma festividade importante em Macau e por isso queria participar. Apesar de não ser católica gosto de ver a tradição em Macau”, afirmou ao JTM May, uma jovem residente do território.

Foram cerca de três milhares os fiéis que, entoando cânticos de louvor, vieram para a rua, depois da celebração da missa em São Domingos, percorreram a baixa da cidade, e rumaram ao monte da Penha, já depois do pôr-do-sol. A imagem de Nossa Senhora, rodeada de flores, era transportada por “meninas da Congregação de Fátima”, seguindo-se um “mar” de gente de todas as idades que fizeram questão de participar num dos momentos religiosos mais marcantes no território.

O caminho ainda é longo e custa mais com a temperatura que se fez sentir, mas para alguns existem forças que acabam por tornar tudo mais fácil. “É a fé. É sentirmo-nos bem numa espécie de recolhimento” afirmou Maria de Lurdes, uma portuguesa de 80 anos radicada em Macau durante mais de metade da sua vida.

“Venho sozinha e aproveito para fazer rezas aos meus entes queridos que já partiram”, acrescentou ao JTM. Em toada lenta mas ritmada fez-se o resto do percurso pela Avenida da Praia Grande até à ermida da Penha, um dos pontos mais altos da cidade, com uma multiculturalidade bem patente nos cânticos entoados em três línguas: português, inglês e chinês.

A fé católica acaba por ser o grande elo de ligação entre os muitos presentes na procissão que conta sempre com uma comunidade muito devota. “É um dia com um significado muito relevante, para as pessoas mostrarem o seu amor. É muito importante para a fé católica”, afirmou ao JTM a Irmã Jenny, das Filipinas.

UM LEGADO DA COMUNIDADE PORTUGUESA. A comunidade portuguesa continua a deixar bem vincada a sua presença nas celebrações religiosas, com destaque para a procissão de ontem, mas não só. “A Procissão de Nossa Senhora de Fátima e a Procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos, antes da Quarespág 12

ma, representam os m Macau. É sempre um pessoas que vêm de H das comunidades traz é sempre devota”, afirm Uma opinião, de Sequeira, sublinhando 13 de Maio. “As pesso

segunda-feira, 14 de

local

(...) “Por um lado, é um legado da comunidade portuguesa no contexto da fé cristã na China, com particular ênfase na missa de Fátima. É uma afirmação da dimensão política de um país, dois sistemas, uma realidade em que Macau se manifesta. É uma afirmação de liberdade e de sentido de comunhão que continua a aumentar” (...) – Padre Luís Sequeira

idade rumo à Penha

momentos mais fortes a nível religioso em evento que tem muita gente presente, há Hong Kong de propósito. Não sei dizer qual mais gente, mas a comunidade portuguesa mou ao JTM o padre Albino Pais. resto, também partilhada pelo padre Luís o a importância da multiculturalidade do oas responsáveis têm juntado ao português-

e maio de 2012 jornal tribuna de macau

macaense a comunidade chinesa, participando com mais padres chineses também. O terço é já feito em três línguas também, português, inglês, e chinês, representando uma afirmação positiva em termos de expressão cristã na China”, referiu, lamentando, contudo, a participação limitada da comunidade portuguesa da metrópole.

“Por um lado, é um legado da comunidade portuguesa no contexto da fé cristã na China, com particular ênfase na missa de

Fátima. É uma afirmação da dimensão política de um país, dois sistemas, uma realidade em que Macau se manifesta. É uma afirmação de liberdade e de sentido de comunhão que continua a aumentar”, concluiu ao JTM. Desde o já longínquo ano de 1929 que a 13 de Maio as ruas se enchem de gente de fé, uma tradição mantida em Macau até nos dias de hoje, mesmo após a transferência de soberania do território. pág 13

RAUL ASSINA PELO AL SADD. O avançado espanhol Raul, que deixou o Schalke 04, vai jogar no Al Sadd na próxima temporada, anunciou ontem o clube de futebol do Qatar na sua página oficial.

desporto

O CAMPEÃO DE TOSTÕES GANHA EM FRANÇA. Em Montpellier mora uma equipa modesta, que há três anos andava pela segunda divisão, sem grandes posses, e com orçamentos curtos ano após ano... mas que pode sagrar-se campeã nacional pela primeira vez.

LIGA PORTUGUESA

Cardozo é rei do golo e Académica vai à Europa Paraguaio sagra-se melhor marcador pela segunda vez. A Briosa salva-se da descida e conquista o direito de ir à... Europa carlos nogueira

O

scar Cardozo sofreu mas acabou por conquistar pela segunda vez o título de melhor marcador da Liga, com 20 golos, os mesmos que Lima, mas beneficiando de ter menos jogos que o bracarense. O paraguaio é o quinto jogador do Benfica a alcançar este título por mais de uma vez, igualando Artur Jorge e Julinho que se sagraram goleadores da prova em duas ocasiões. Os recordistas encarnados são Eusébio (sete troféus) e José Águas (cinco). Desde 1973, com Eusébio, que o Benfica não tinha um jogador a repetir este feito.

No dia em que terminou a Liga com mais uma festa do título do FC Porto a Académica viveu um dia histórico. A vitória em Guimarães possibilitou à equipa de Pedro Emanuel salvar-se da descida de divisão e garantir o acesso à terceira pré-eliminatória da Liga Europa, isto apesar de ter ficado em 12º lugar e de ainda não saber se irá vencer a final da Taça de Portugal, marcada para domingo, frente ao Sporting. É que, além dos cinco primeiros classificados, apenas estavam licenciados pela UEFA, segundo os princípios do fair-play financeiro, Académica e Rio Ave. A derrota dos vila-condenses frente ao FC Porto fez com que os estudantes ficassem à frente na classificação, garantindo a presença na Europa pela quarta vez na sua história.

A última vez que a Briosa jogou na UEFA foi a 29 de Setembro de 1971, quando perdeu 4-1, em casa, com os ingleses do Wolverhampton para a Taça UEFA. A melhor participação da Académica foi na Taça das Taças (1969/70): nos quartos de final perdeu 1-0 na casa do Manchester City, com o golo no último minuto do prolongamento.

O Feirense mergulhou na desilusão após a derrota com o Gil Vicente, que carimbou o regresso à II Liga, um ano depois de ter subido. Os leirienses já haviam recebido guia de marcha (ver caixa). JTM/DN

Cardozo foi o melhor marcador da liga portuguesa

Feirense acompanha Leiria à II Liga O Feirense foi derrotado em Barcelos e acabou despromovido à II Liga na última jornada do campeonato.

A jogar em contra-ataque, a equipa de Barcelos acabou por sentenciar a partida com dois golos de Zé Luís, aos 76 e 81 minutos, perante o desalento dos forasteiros, que tudo fizeram para obter um resultado positivo e “lutar” pela permanência. O Nacional venceu a já despromovida U. Leiria por 3-2 . Qualquer que fosse o resultado nada mudaria para a equipa madeirense, segura no sétimo lugar, nem para a equipa do Lis, com a descida decidida deste a jornada anterior. Marítimo e o Paços empataram a um golo. Os insulares concluíram a edição de 2011/12 da Liga no quinto lugar, garantindo presença na Liga Europa. O Olhanense confirmou também uma boa temporada ao vencer fora a formação do Beira-Mar, por 2-2, terminando o campeonato no 8º lugar.

FC PORTO

Goleada pintada por Kléber No dia em que Pinto da Costa anunciou que vai manter Vítor Pereira como treinador, os dragões mostraram pontaria afinada

P

into da Costa, presidente do FC Porto, anunciou à chegada a Vila do Conde que Vítor Pereira será o treinador dos dragões na próxima época. “Deixem-no em paz, nós cumprimos os contratos. Não temos necessidade de dizer que o treinador continua”, afirmou o líder dos portistas.

Dúvidas desfeitas, seguiu-se um jogo descontraído e descomplexado entre o Rio

Ave e o FC Porto, no qual os portistas se associaram à festa que bem cedo se iniciou nas bancadas e que se prolongou pela noite dentro. Djalma estreou-se a marcar na Liga e abriu caminho aos sete golos da partida.

A equipa de Vítor Pereira, através de um futebol rápido e de pé para pé, criava muitos espaços na desorientada defesa vilacondense, que se pode dar por muito feliz

Hulk deixa futuro em aberto Hulk continua a alimentar a dúvida sobre se o seu futuro vai continuar a ser, ou não, de dragão ao peito. “Agora vou comemorar o título, descansar, pensar na seleção. O meu futuro está nas mãos do FC Porto e do meu empresário. Não posso falar se quero sair ou se quero ficar”, afirmou o brasileiro em declarações à Sport Tv. Sobre o facto de ter sido suplente (entrou na segunda parte) na partida frente ao Rio Ave e de isso ter impedido uma última tentativa de ser o melhor marcador do campeonato, Hulk diz que “há que respeitar as opções de Vítor Pereira” e que não pensou em jogar para fazer três golos. pág 14 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

por ter terminado a primeira parte a perder apenas por 2-1. O penálti marcado por João Tomás disfarçou a grande diferença de produção das duas equipas.

Ao intervalo, Vítor Pereira deu descanso a James Rodríguez, que além de marcar um golo encheu o campo com o seu talento.

Entrou então em cena o brasileiro Kléber, que depois de uma primeira parte apagada, reencontrou-se com os golos aos 51 minutos.

Foi o primeiro de três em 45 minutos, metade daqueles que havia marcado em todo o campeonato. Aliás, a última vez que o brasileiro tinha marcado foi a 27 de Novembro, no Dragão, com o Sp. Braga...

Kléber não podia ter desejado melhor despedida da época, num jogo em que até deu para o guarda-redes Kadú (17 anos) jogar oito minutos e sagrar-se campeão.

Antes da festa, Pinto da Costa ainda mandou recados para a Luz. “Mal do Benfica se um dia Jorge Jesus lhe vira as costas”, atirou. Após o jogo acompanhou a equipa no cortejo pelas ruas do Porto até à Avenida dos Aliados, onde foi a apoteose das celebrações do 26º título de campeão do FC Porto.

C.N. JTM/DN

PRÉ-CONVOCATÓRIA DA RÚSSIA INTEGRA IZMAILOV. O nome do médio-ofensivo russo do Sporting Marat Izmailov faz parte da lista dos 26 futebolistas pré- convocados pelo seleccionador da Rússia, o holandês Dick Advocaat, para o Euro 2012.

desporto

PORTO SUSPENDE ALARGAMENTO DA LIGA. O Conselho de Justiça da Federação decidiu-se pela suspensão da deliberação da AG da Liga Portuguesa de Futebol Profissional sobre o alargamento da Liga principal, no seguimento de um recurso interposto pelo FC Porto.

SPORTING

“Leão” vence na noite de Wolfswinkel O Sporting despediu-se da Liga de futebol 2011/12 com um triunfo sobre o Sporting de Braga, por 3-2, num encontro da 30.ª jornada em que o holandês Ricky Van Wolfswinkel foi a grande figura, com um “hattrick”

N

o Estádio de Alvalade, num jogo que foi disputado maior parte das vezes numa toada lenta e “preguiçosa”, Wolfswinkel foi “matador” e acertou três vezes nas redes de Quim, aos 34, 61 e 84 minutos, elevando para 14 o número de golos no campeonato e 25 em todas as competições.

Com apenas o prestígio dos clubes em discussão, Hélder Barbosa, aos 57 minutos, e Lima, aos 88, impediram que o Sporting se despedisse de Alvalade com uma vantagem ainda maior no marcador.

O avançado brasileiro do Sporting de Braga, que marcou de grande penalidade, igualou Oscar Cardozo (Benfica) no topo da lista dos melhores marcadores da Liga, mas falha o troféu por ter mais minutos do que o paraguaio.

Este triunfo acaba também por ter algum sabor “amargo” para a equipa de Ricardo Sá Pinto, já que os “leões” terminam o campeonato a apenas três pontos (uma vitória) dos “milionários” lugares de acesso à Liga dos Campeões da próxima época.

O encontro do Estádio José Alvalade teve um início algo bizarro, com o Sporting a apresentar apenas 10 jogadores aquando do apito do árbitro, já que João Pereira teve que ir ao balneário e só reapareceu no relvado quando o relógio já

O holandês foi a figura da partida com três golos apontados

levava quatro minutos.

Talvez também pelo calor que se fez sentir em Lisboa e que, mesmo com a hora adiantada, levou muitas vezes os jogadores a deslocarem-se ao banco de suplentes para beber água, o jogo acabou por ser lento, e algumas vezes até mesmo aborrecido.

Um erro infantil de Ruben Amorim, que resultou no primeiro golo de Wolfswinkel, acabou por espevitar a partida e fez “acordar” os jogadores que estavam em campo.

Já na segunda parte, Hélder Barbosa, que rendeu Imorou, praticamente no

primeiro toque na bola, refez a igualdade, num lance em que a defensiva do Sporting foi apanhada em aparente “sono profundo”, com Rui Patrício incluindo.

Mesmo assim, Wolfswinkel voltou a mostrar o seu instinto de goleador e colocou novamente os “leões” na frente, aproveitando uma defesa incompleta de Quim, num lance de garra de Schaars.

O médio holandês, que disputou uma agressiva batalha no meio-campo com Hugo Viana, fez uma exibição de grande nível e tem todas as condições e requisitos para ser o “patrão” dos “leões” na próxima temporada.

Com o seleccionador português, Paulo Bento, na bancada, Quim ainda tentou convencer o técnico para o convocar para o Euro2012 com duas fantásticas intervenções, a remates de Wolfswinkel, mas o holandês acabaria por alcançar mesmo o “hat-trick”, num remate com alguma sorte à mistura.

O Sporting de Braga ainda teve tempo para reduzir a desvantagem, numa grande penalidade de Lima, antes de o veterano Tiago regressar aos jogos do campeonato, substituindo Rui Patrício na baliza “verde e branca”.

JTM/Lusa

Tocha olímpica viaja para Londres No fim de semana, a chama foi acesa em Olímpia, sede dos Jogos da Antiguidade, durante uma cerimónia presenciada por cinco mil espectadores, que decorreu sem incidentes

C

om esta cerimónia iniciamos a contagem decrescente final de um sonho que começou há sete anos em Singapura, quando Londres foi seleccionada para ser a sede dos Jogos de 2012”, afirmou Jacques Rogge, presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), depois de acesa a chama olímpica, em Olímpia (Grécia).

Num dia quente e solarengo, a actriz Ino Menegaki, que desempenhou o papel de Grande Sacerdotisa, acendeu a chama e depois entregou a tocha olímpica a Spyros Gianniotis, nadador grego nascido em Liverpool que no ano passado se sagrou campeão mundial dos 10 quilómetros em águas livres.

O segundo atleta a ter o privilégio de transportar a tocha olímpica foi o pugilista britânico, filho de gregos, Alexander Loukos. O estudante e basquetebolista Chris Theodoropoulos também teve a oportunidade de correr com a tocha na mão.

“A energia passou do Sol para a chama olímpica, que vai viajar do berço dos antigos Jogos Olímpicos até ao país que inventou o desporto moderno e o fair play”, referiu o belga que preside ao COI. Esta cerimónia realizou-se quando faltavam 78 dias para o início dos Jogos de Londres 2012, que co-

meçam a 27 de Julho e terminam a 12 de Agosto.

Menegaki acendeu a tocha com a ajuda de um espelho parabólico nas ruínas do Templo de Hera, em Olímpia, local onde se realizaram os primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade, evento anual em homenagem a Zeus, a primeira figura do panteão helénico.

Autoridades gregas e inglesas estiveram presentes na cerimónia, como foi o caso de Sebastian Coe, antigo

atleta e actual presidente do Comité Organizador de Londres 2012. Cinco mil espectadores presenciaram o evento que decorreu com segurança reforçada.

Desta vez a cerimónia decorreu sem incidentes, ao contrário do que se passou há quatro anos quando foi perturbada por activistas dos direitos humanos que contestavam a realização dos Jogos em Pequim.

JTM/DN jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 15

HUGO VIEIRA VAI JOGAR NA EUROPA. A transferência de Hugo Vieira para o Sporting esteve muito perto de se concretizar, mas o negócio acabou por abortar porque o jogador tem outro campeonato europeu como destino.

desporto

DEL PIERO MARCOU NO ÚLTIMO JOGO. Alessandro del Piero marcou ontem um golo no seu último jogo pela Juventus, na vitória da campeã italiana frente à Atalanta por 3-1, tornando-se na segunda equipa a terminar o campeonato sem qualquer derrota.

PREMIER LEAGUE

City acabou jejum de 44 anos Mil milhões de euros depois, o Manchester City sagrou-se campeão inglês, 44 anos após o segundo e último título conquistado. O investimento milionário do xeque Mansour Bin Zayed Al- Nhyan teve, finalmente, o tão desejado retorno, e pode ter mudado o ciclo do futebol no Reino Unido

F

oi um final da “Premier League” nunca visto. Era a primeira vez que o Campeonato inglês era decidido por “goal average”.

Já em tempo de descontos e enquanto em Sunderland, o United vencia por uma bola, o City, perdia por 1-2 frente ao “Queen’s Park Ranger” que jogou quase meia hora com apenas 10 jogadores. Num minuto, contudo, os avançados do City viraram o resultado e proporcionaram a Roberto Mancini , o primeiro título no Reino Unido.

“Citizens” em delírio, “invasão pacífica” do campo a contrastar com o ar sorumbático com que os pupilos de Sir Alex Ferguson abandonavam o campo.

Na realidade, esta “Premier League” foi “um campeonato de doidos”, como muito bem retratou Mancini no final.

O técnico do City sabe o que diz, melhor que qualquer um: esteve meses sem um avançado goleador, Carlos Tevez, que recusou ser suplente; jogou com um avançado inconstante, tanto futebolística como pessoal, Mário Balloteli e ontem perdeu o seu melhor médio Yaya Touré, ainda na primeira parte.

Há um mês, Mancini tinha deitado a toalha ao chão, quando o Manchester United contava com cinco pontos de avanço, e sabia que a sua continuidade nos citizens dependia do título, havendo rumores que a direcção do City está disposta a premiar o treinador com 27 milhões de euros e mais quatro anos de contrato, que farão dele o técnico mais bem pago da Premier League. Para cada jogador, segundo a imprensa britânica, estava prometido um bónus de 300 mil

euros, em caso de vitória frente ao QPR. O City, contudo, esteve a perder até ao tempo de descontos, mas sempre pressionando o QPR que, adiante-se, conseguiu não descer de divisão. Durante largos minutos, pairou a hipótese de “morrer na praia”, mas a pressão

quebrou a defesa do QPR e Edin Dzeko e Sergio Aguero acabram por fazer a festa azul.

No outro lado da classificação, assinale-se a descida de divisão do Bolton, Blackburn e Wolves, com o Bolton a terminar 11 anos consecutivos da “Premier League”.

LIGA ESPANHOLA

Guardiola despede-se com um empate amargo A era de Pep Guardiola como treinador do FC Barcelona na Liga espanhola de futebol terminou, com os catalães a não conseguirem mais do que um empate (2-2), já em período de descontos, frente ao Bétis de Sevilha

R

uben Castro tornou amarga a despedida de La Liga de Guardiola ao marcar por duas vezes, obrigando um “Barça” reduzido a dez homens desde os 53 minutos, depois da expulsão do brasileiro Dani Alves, a um golo nos descontos para não fechar o campeonato com uma derrota.

Seydou Keita salvou a honra dos “culés” ao fazer o 2-2, aos 90+1 minutos, um golo que valeu um ponto que deixa o FC Barcelona a seis pontos do Real Madrid, que tem menos um jogo.

A noite até começou bem para os pupilos de Guardiola, com Sergi Busquets a inaugurar o marcador aos nove minutos. A superioridade catalã desabou na segunda parte, depois de Dani Alves ser expulso por acumulações de amarelos na sequência de um gesto duro a Ruben Castro.

A jogar com dez, o “Barça” não conseguiu travar um irrequieto Castro que, depois de várias tentativas falhadas, descobriu finalmente, ao minuto 71, o caminho para dentro pág 16 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

das redes defendidas por Victor Valdes.

Apenas quatro minutos depois, o espanhol, que igualou o histórico Antoni Ramallets ao conquistar pela quinta vez o troféu Zamora, entregue ao guarda-redes menos batido do campeonato, viu o compatriota bisar e adiantar o Bétis no marcador.

Só nos descontos, Keita evitou males maiores na des-

pedida do técnico que nas últimas quatro temporadas foi campeão da Liga espanhola por três vezes.

A Real Sociedad recebeu o Valência, num jogo que o português Ricardo Costa, titular no conjunto “ché”, tinha definido como de solteiros contra casados, mas que acabou por ser disputado com grande intensidade. O golo do francês Antoine Griezmann, ao minuto 64, deu a vitória pela margem mínima (1-0) à equipa da casa, que conseguiu despedir-se da melhor maneira do seu ‘capitão’, o espanhol Mikel Aranburu.

Em busca dos 100 pontos. Uma rara contradição na carreira de José Mourinho: o treinador que quer sempre “mais e melhor” considera que o Real Madrid, na próxima época, não conseguirá fazer melhor do que fez nesta temporada. “Será impossível melhorar estes números e o nível do nosso jogo”, frisou o treinador português, na última conferência imprensa da época, onde aproveitou para quebrar o silêncio e mostrar-se mais bem disposto que nunca.

A verdade, no entanto, é que o técnico português também acha que não será necessário melhorar, porque não vê ninguém ao nível do Real Madrid. “Não quero mudar o estilo de jogo, apenas encontrar alternativas que possam torná-lo mais forte. Há várias maneiras de jogar futebol e da forma como o fazemos não vejo ninguém melhor do que nós. Não necessitamos, nem queremos, um plantel novo”, frisou o técnico, que na última madrugada jogou frente ao Maiorca.

INFLAÇÃO CONTINUA A CAIR NA CHINA. O Índice de Preços no Consumidor da China (IPC), um dos principais indicadores da inflação, abrandou para 3,4 por cento em Abril passado, anunciou o Gabinete Nacional de Estatatíscas do país.

actual

LUSA E RTP HOMENAGEADAS EM TIMOR. O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, anunciou que vai homenagear a agência Lusa e a RTP com a Medalha de Mérito do país no âmbito das comemorações do 10.º aniversário da restauração da independência.

ÁSIA DO NORTE

Avança zona de comércio livre Os dirigentes das três grandes potências económicas da Ásia do Norte, China, Japão e Coreia do Sul, acordaram ontem iniciar este ano negociações para criarem uma zona de comércio livre na região

A

Ásia do Norte é a região mais dinâmica do mundo do ponto de vista económico. Há pois um enorme potencial para que os três países tenham uma cooperação mais estreita em matéria de comércio e de investimento”, disse à imprensa o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

Aviso a Pyongyang O presidente sul-coreano Lee Myung-Bak disse ontem que um futuro teste nuclear da Coreia do Norte seria considerado inaceitável pela Coreia do Sul, China e Japão. “Os nossos três países acordaram que não iremos aceitar novos testes nucleares ou outras provocações por parte da Coreia do Norte”, disse Lee Myung-Bak aos jornalistas após uma reunião trilateral em Pequim. O presidente sul-coreano reuniu com o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e primeiroministro japonês Yoshihiko Noda para uma cimeira de um dia em que os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte deverão dominar a agenda. Receios quanto a um terceiro teste nuclear por parte da Coreia do Norte têm crescido depois de no mês passado Pyongyang ter falhado o lançamento de um alegado satélite, descrito pelos Estados Unidos e aliados como míssil balístico. “Devemos prevenir as provocações da Coreia do Norte no futuro e fortalecer a cooperação entre os três países neste sentido”, disse Yoshihiko Noda. Wen Jiabao referiu que a região enfrenta muitos factores “instáveis”. “As várias partes precisam de usar a sua sabedoria, manter a paciência, e mostrar boa vontade (...) de modo a atenuar os conflitos e retomar o diálogo e negociações”, disse.

“A criação de uma zona comércio livre libertará a vitalidade económica da nossa região e dará um forte impulso à integração económica no sudoeste asiático”, lembrou o responsável político, que falava à margem da cimeira entre a China, Japão e Coreia do Sul, em Pequim.

O nível de vida do conjunto formado pela China, Japão e Coreia do Sul, calculado em termos de paridade de poder de compra, representa actualmente a primeira zona económica do mundo, antes mesmo da União Europeia.

A constituição de uma zona de comércio livre entre estas três economias tem sido um assunto recorrente nos últimos seis anos.

As três nações da Ásia do Norte realizaram estudos sobre a exequibilidade do projecto no final de 2002.

Japão preocupado com euro. Entretanto, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, afirmou que a crise da dívida na zona euro é o principal factor de risco para a economia japonesa, numa entrevista ontem divulgada. “É arriscado ficar de fora a olhar. Não se trata só da Europa, há uma possibilidade de se propagar à economia mundial”, sublinhou Noda, à agência Dow Jones. “É evidentemente o principal factor de risco para a eco-

nomia japonesa”, uma vez que os acontecimentos na Europa são uma das causas da valorização do iene, acrescentou.

O primeiro-ministro japonês defendeu que a Europa deve tomar medidas para evitar o contágio a outras regiões, mas os países exteriores à zona euro não podem assistir sem fazer nada.

As autoridades japonesas acompanham o mercado de câmbio e a evolução do iene, disse. “Estamos a monitorizar o mercado para ver se os mais recentes desenvolvimentos resultam do estado real da economia ou se são fruto da especulação”, afirmou Noda.

A valorização do iene enfraquece a competitividade das exportações japonesas e o montante dos rendimentos auferidos por empresas japonesas no exterior.

O primeiro-ministro não descartou a possibilidade de uma acção unilateral para fazer face à nova apreciação da moeda japonesa. “Há momentos em que temos de agir sozinhos. Pode haver várias abordagens”, sublinhou.

Yoshihiko Noda afirmou esperar “medidas ousadas” do Banco do Japão. “Partilhamos com o Banco do Japão a ideia de que um iene forte e a deflação são desafios para a economia, que devem ser abordados”, acrescentou Noda.

EUROPA

Um ano de indignação que veio para ficar “Além de indignados, estamos comprometidos com certas causas e a tentar mudar as coisas de verdade. O movimento de 2011 foi só o primeiro passo. Tenho esperança de que isto deixe de ser um aniversário e se transforme numa tradição, que nos lembre que devemos lutar pelo nossos direitos”, explica ao DN Cristian Martínez, porta-voz da plataforma Democracia Real Ya joana rei

O

ntem passaram 363 dias desde que o descontentamento pela situação económica e social e a descrença no sistema político saíram à rua em Madrid, sob a forma de um acampamento na Porta do Sol. Quase um ano depois, a praça da capital espanhola voltou a encher-se de gente para mostrar que o movimento dos indignados não desapareceu. E que este espírito de Maio de 68, que inundou Madrid em 2011, veio para ficar. Em todo o mundo foram mais de 250 cidades (80 espanholas) a juntar-se ontem a esta Primavera Global.

Foram convocadas quatro marchas que partiram de pontos diferentes de Madrid e se juntaram na Porta do Sol, onde começaram a chegar perto das 20.00. À semelhança do que aconteceu em 2011, Madrid assistiu a uma participação maciça da sociedade. “É a nossa maior conquista: conseguir que uma sociedade adormecida

e despolitizada se preocupe e reivindique os seus direitos”, diz Claudia Álvarez, porta-voz da mesma plataforma.

Milhares de pessoas de todas as idades, credos e convicções políticas saíram à rua para mostrar a sua insatisfação com a situação de Espanha, onde o desemprego já chega aos 24,44% (50,5% nos menores de 25 anos). Sozinhos, com amigos ou em família, como Alex, 33 anos: “Venho com ele porque quero que seja consciente de que as pessoas, unidas, podem mudar as coisas. Um dia vai-se falar deste movimento e quero que saiba que esteve aqui”. “Ele” é o Felipe, de seis anos, que vê a manifestação aos ombros do pai, com um cartaz onde se pode ler “Pelas crianças, sou o futuro do 15M”. “Fui eu que o fiz”, conta, orgulhoso.

Na multidão distinguem-se as máscaras de Guy Fawkes, popularizadas pela organização Anonymous, bandeiras da República Espanhola e cartazes contra os cortes nos serviços públicos. Misturadas com as batucadas, ouvem-se palavras de ordem

Indignados congratulam-se por ter conseguido mobilizar uma sociedade “adormecida e despolitizada”

como “Não nos representam”, Chamam-lhe Democracia mas não é”, “A solução são os banqueiros na prisão” e um aviso claro ao governo: “Mariano, não chegas ao verão.”

“Demorámos anos a conseguir os direitos que temos e agora, com a desculpa da crise, estão a tirar-nos tudo o que conseguimos. Temos de lutar”, diz Pilar Goytre, de 65 anos. E no meio dos manifestantes, não falta sequer um sotaque português: “Venho protestar pelos cortes na educação”, diz Regina Chambel, portuguesa, de 41 anos e a viver em Madrid há 12. “Trabalho num instituto público de investigação, na área da genética florestal, e tenho dois filhos no ensino público e os cortes têm sido enormes.”

O Governo autorizou a manifestação

até às 22.00 mas o objectivo dos manifestantes era prolongá-la até à meia-noite e repetir o gesto que marcou a jornada de reflexão eleitoral em 2011: um grito mudo ao som das 12 badaladas do relógio da praça.

Para a operação, foram destacados cerca de 2000 agentes antimotim, de forma a garantir que o limite estabelecido não é ultrapassado. “Somos pacíficos, entendemos que o dispositivo policial está organizado por questões de segurança e não nos metemos com o trabalho de ninguém. Mas o direito de reunião está protegido pela constituição e acreditamos no bom senso”, diz Ana Alleres, da plataforma Toma La Plaza. E Pilar remata: “Vamos ficar aqui até que nos deixem!”

JTM/DN

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 17

volta ao MUND FILIPINAS

Um soldado e dois guerrilheiros do Novo Exército Popular morreram num confronto no centro das Filipinas, informou ontem o exército filipino. O major general Jose Mabanta disse que soldados, guiados por habitantes da região, atacaram uma residência na província de Negros Oriental, na região central de Visayas, onde guerrilheiros do Novo Exército Popular foram avistados no sábado.

JAPÃO

Um incêndio deflagrado na manhã de ontem num hotel em Fukuyama causou a morte de sete dos 10 feridos transportados para o hospital já inconscientes, informaram o departamento de bombeiros e polícia locais. “Sete pessoas - três homens e quatro mulheres - morreram”, disse um agente da polícia local, sem avançar mais detalhes.

CHINA

Quarenta pessoas morreram na sequência de uma breve mas violenta tempestade na região montanhosa do noroeste da China na quinta-feira, informou o governo local. Além das vítimas mortais registadas no condado de Min, província de Gansu, 18 continuam desaparecidas e 87 ficaram feridas, tendo sido transportadas para o hospital, informaram as autoridades através da página de internet.

TIMOR

A bandeira de Timor-Leste hasteada a 20 de Maio de 2002 para celebrar a restauração da independência do país desapareceu. Segundo o Presidente Ramos Horta depois da cerimónia de há 10 anos, que decorreu em Taci Tolu, a bandeira foi levada para o Palácio do Governo onde esteve hasteada durante uns dias. “Depois perguntei pela bandeira incessantemente, durante muito tempo e nunca ninguém me pode explicar onde é que essa bandeira foi parar”, afirmou.

RÚSSIA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, visita a China de 5 a 7 de Junho, na primeira deslocação ao estrangeiro, uma vez que decidiu não participar na cimeira do G8 nos Estados Unidos, declarou fonte diplomática. Durante esta visita, Putin vai reunir-se com o presidente chinês, Hu Jintao, e participar na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, acrescentou a mesma fonte, citada pela agências noticiosas russas.

TAILÂNDIA

A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, garantiu que o governo vai manter a lei de difamação da monarquia, que prevê duras penas para os culpados, após um idoso preso ao abrigo da lei ter morrido na cadeia.

SÍRIA

O regime sírio está a tentar destruir o plano de paz mediado pelas Nações Unidas que visa acabar com 14 meses de conflito, acusou ontem o líder da oposição, Burhan Ghalioun, em declarações a jornalistas em Tóquio.

“O regime está agora a tentar matar este plano de (Kofi) Annan, e, por uma nova técnica, que é o terrorismo”, disse Ghalioun, um dia depois de dois atentados à bomba terem causado a morte de 55 pessoas em Damasco.

actual

CAMÕES, SARAMAGO E LOBO ANTUNES NA BIBLIOTECA DE XANGAI. O poema épico “Os Lusíadas”, de Camões, entrou esta semana numa das maiores bibliotecas do mundo, acompanhado pelos romances “A viagem do Elefante”, de José Saramago, e “O Esplendor de Portugal”, de António Lobo Antunes, revelou fonte diplomática.

GUINÉ-BISSAU

Mediadores da CEDEAO escolhem presidente Um mês depois do golpe, Serifo Namadjo vai escolher o Governo, mas o PAIGC, partido maioritário no país, continua a recusar um acordo que o afaste do poder

A

s consultas políticas estão a ser dirigidas pelo presidente interino Serifo Namadjo, que foi designado como Chefe do Estado, pelo grupo de contacto da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Serifo era o vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e, segundo explicou ao DN o porta-voz do comando militar no poder, coronel Daba Nawalna, a escolha resulta do artigo 71 da Constituição da Guiné-Bissau. As consultas políticas para escolher o futuro primeiro-ministro decorrem com a presença em Bissau de uma delegação da CEDEAO e o processo deve estar concluído hoje.

Em declarações ao DN, o coronel Daba Nawalna explicou que o Presidente ainda só “ouviu metade dos partidos”.

A CPLP e a diplomacia portuguesa não estão envolvidas neste processo e “os militares entregam o poder agora mesmo”, segundo acrescentou o porta-voz. O plano do grupo de contacto chefiado pela Nigéria propõe um ano até eleições legislativas e presidenciais simultâneas e logo que haja governo será enviada para Bissau uma força militar da CEDEAO, para estabilizar a situação interna e facilitar a saída do contingente angolano.

A tarefa do Presidente interino não parece ce ser fácil, já que o PAIGC, o partido maioritário, recusa um acordo que o afaste do poder, tendo grande relutância em aceitar o próprio Serifo Namadjo na presidência, já que este é um antigo dissidente do partido e concorreu às presidenciais como rival do líder, Carlos Gomes Júnior, o primeiro-ministro deposto.

Gomes Júnior está em Abidjan, na Costa do Marfim, e o seu regresso ao poder está fora de causa, recusado pelos militares e não constando da proposta da CEDEAO. O ex-primeiro-ministro tem outro problema. Segundo a Radio France International, o advogado senegalês da família do ex-presidente Nino Vieira, assassinado em 2009, enviou

Serifo Namadjo é o Presidente interino designado pela CEDEAO e já exerce as funções

ao presidente em exercício da CEDEAO, Allassane Ouattara, uma carta em que pede que Gomes Júnior fique à disposição da justiça, já que há testemunhos que o dão como mandante do crime que vitimou o presidente.

O advogado, Boucounta Diallo, reconhece que o ex-primeiro- ministro não é necessariamente o mandante, mas pede ao Chefe do Estado da Costa do Marfim que não permita a Carlos Gomes viajar, por exemplo, para Portugal.

O golpe militar de 12 de Abril não fez vítimas e resultou na queda do Governo, com a detenção do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e do presidente interino Raimundo Pereira. Foi também interrompido o processo das eleições presidenciais. A segunda volta seria entre Gomes Júnior e Kumba Ialá, o primeiro com vantagem, pois conseguira 49% na primeira volta.

JTM/DN

Forças internacionais chegam logo que haja governo O comando militar que controla o poder em Bissau concordou com o plano de transição proposto pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), incluindo o envio de uma força militar de estabilização, cuja composição não é ainda conhecida. Em princípio, esta força terá elementos da Nigéria, Senegal e talvez do Burkina-Faso e Níger. A dimensão será, em princípio, de 600 homens, e o armamento ligeiro. A força da CEDEAO vai facilitar a retirada do contingente angolano (Missang) que está em Bissau ao abrigo de um acordo bilateral. A missão militar angolana estará na origem do derrube do Governo, já que os golpistas alegaram que havia um entendimento secreto para transformar a Missang numa guarda pretoriana do primeiro-ministro Carlos Gomes.

CHINA

Títulos do Tesouro europeus, não!

O fundo soberano chinês, com activos de 410 mil milhões de dólares, deixou de comprar títulos de tesouro europeus, preferindo investir nos caminhos-de-ferro e outras infra-estruturas do continente, disse ontem um jornal oficial

E

mbora não queiramos comprar mais títulos do tesouro governamentais, continuamos à procura de oportunidades de investimento na Europa”, afirmou o presidente do China Investment Corporation (CIC), Gao Xiqing, citado pelo China Daily.

O CIC foi criado pelo governo chinês em 2007 para diversificar a aplicação das colossais reservas cambiais da China.

Um economista citado por aquele jornal, Wang Tianlong, considerou “demasiado arriscado” a China aumentar a sua carteira de títulos do tesouro europeus, alertando que “a Espanha poderá tornar-se outro ponto quente da crise da dívida soberana e deteriorar ainda mais a situação”.

“Uma via mais eficiente e segura para usar o elevado montante das reservas cambiais do país é investir em projectos de construção na Europa, como auto-estradas e caminhos de ferro”, disse Wang Tianlong, do China Center for International Economic Exchanges, um grupo de reflexão do governo chinês.

pág 18 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

Na semana passada, em Bruxelas, o CIC assinou um acordo para a criação de um fundo destinado a apoiar o investimento de companhias chinesas nos 27 países da União Europeia. O CIC quer também “impulsionar os investimentos em África”, indicou ainda o China Daily.

“Estamos apenas a considerar projectos com um valor de pelo menos 100 milhões de dólares e a nossa participação nunca será inferior a 10 por cento”, disse o presidente do CIC num fórum em AdisAbeba, na Etiópia.

As reservas cambiais da China, as maiores do mundo, aumentaram 8,5 por cento no primeiro trimestre de 2012, para 3,3 biliões de dólares, segundo dados do banco central chinês.

MAIS DE 500 PEREGRINOS ASSISTIDOS EM FÁTIMA. Mais de meio milhar de peregrinos recebeu assistência, desde o final da tarde de sexta-feira, nos postos de socorros instalados em Fátima, informou ontem a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

actual

REPRESENTANTE DO CONSELHO DE PAZ ABATIDO EM CABUL. Um representante do Alto Conselho de Paz do Afeganistão e assessor do presidente Hamid Karzi foi ontem morto a tiro em Cabul, anunciou fonte da segurança à agência noticiosa francesa AFP.

PORTUGAL

Passos insiste que desemprego é uma “oportunidade” Primeiro-ministro diz que “o País está um bocadinho cansado” de “crises artificiais”. Para Marcelo a declaração foi “desequilibrada”, embora dita com “intenção boa” joão pedro henriques

S

ei bem o que disse e mantenho o que disse.” Irritado, Pedro Passos Coelho reagiu assim, ontem, à polémica desencadeada pela sua tese, afirmada sexta- feira, de que o desemprego pode ser visto como uma “oportunidade”. “Acho que o País está um bocadinho cansado das crises artificiais e desta tentativa de distorcer e de aproveitar qualquer coisa para querer fazer uma tensão enorme no País”, disse o primeiro-ministro, falando à entrada de um almoço-conferência realizado por ocasião de de um encontro de líderes de juventudes partidárias europeias de centrodireita, que decorreu no Parlamento, em Lisboa.

“Despedir-se ou ser despe-

dido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade” – foi a frase de Passos Coelho, dita sexta-feira na tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Ontem retomou o que havia dito na véspera: “O país precisa de retirar aos desempregados o estigma do desemprego e aqueles que estão nessa situação perceberão que terão, por parte do Estado, o apoio devido para se prepararem para um futuro. Mas precisam também, e toda a sociedade, de encarar a situação do desemprego como uma situação que é preciso vencer e não pode ficar estigmatizada nas pessoas.”

Passos Coelho acha que as suas palavras foram “distorcidas” para criar “tensão”

António José Seguro reagiu ontem à frase de Passos dizendo que o argumento é “mau demais”. Os portugueses estão “chocados” e o primeiro-ministro revelou assim “insensibilidade

social” e ainda que está “ausente da realidade”. “Isto é próprio de um primeiro-ministro que não sente o sofrimento e o drama dos milhares de portugueses que neste momento não têm um em-

prego”, disse Seguro aos jornalistas – falando à margem de uma reunião do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal do PS, ontem, no Porto.

Também instado a comentar a afirmação de Passos, o comentador político Marcelo Rebelo de Sousa, ex-líder do PSD, considerou-a “desequilibrada” embora movida por uma “intenção boa”, a de “estimular jovens a criar microempresas, a serem criativos, a terem iniciativa, a não baixarem os braços”. “Faltou um toque”, “uma palavra de compreensão para o lado negativo do que é estar desempregado”, disse Marcelo.

Bastante mais crítico revelou-se Jerónimo de Sousa. Falando num comício no Porto, o líder do PCP foi irónico, reconhecendo “alguma razão” a Passos: “Mesmo que seja demitido e despedido terá sempre a tal oportunidade de ir para uma das empresas dos amigos que neste momento está a beneficiar na vida económica.”

JTM/DN

200 empregadas domésticas queixam-se de abusos

Tromba de água nos Açores

Associação Comunidária ajuda as vítimas de assédio moral e de crimes sexuais. Vai abrir no final do mês um gabinete de apoio em Lisboa para as imigrantes empregadas internas

Uma autêntica “tromba de água” abateu-se na tarde de sexta-feira durante cerca de três horas nas freguesias da zona da Bretanha, na costa norte da ilha de São Miguel, Açores. A intempérie levou ao corte da estrada regional que circunda a ilha em vários locais e causou muitos prejuízos. Apesar do susto, não houve feridos

F

ernanda (nome fictício), de 51 anos, foi uma das 200 empregadas domésticas que procurou a associação Comunidária, em Lisboa, alegando ter sido vítima de abusos sexuais por parte da patroa.

Analfabeta, vítima durante anos dos maus tratos infligidos pelo marido, nunca tinha saído da sua “terrinha” num estado do interior sul do Brasil quando decidiu atravessar o Atlântico e emigrar para Portugal. Fez contactos e veio em 2010. Trazia consigo uma carta com um convite para ir trabalhar como empregada interna na casa de uma senhora de meia idade, em Lisboa. À sua espera estava um verdadeiro pesadelo: é que além do serviço doméstico a patroa queria que ela lhe fizesse favores sexuais. Assediada constantemente e alvo de coação sexual a imigrante brasileira fugiu da casa da patroa lisboeta apenas três meses depois de ter chegado à capital portuguesa. “Fugiu descalça e só com a roupa que trazia no corpo. Soube da nossa associação, procurou-nos e contou a sua história”, contou ao DN Magdala de Gusmão, a cidadã brasileira que preside à associação Comunidária, sediada em Lisboa.

A Comunidária presta apoio às imigrantes e também às portuguesas empregadas domésticas internas que são exploradas no trabalho ou de outras formas.

No final do mês esta associação vai abrir, com o apoio do Governo, um gabinete de assistência às empregadas domésticas vítimas de assédio moral ( perseguição psicológica) e dos crimes de coação sexual e abuso sexual.

“Das cerca de 200 mulheres que, em média, passam pelo nosso atendimento há quatro anos, 90% dos casos são de assédio moral ( humilhação psicológica do trabalhador) e há registo de 15% de queixas de abuso sexual”. Nestes anos de trabalho da Comunidária com estas mulheres nunca foi possível levar uma destas denúncias à polícia. “Já estivemos à porta das esquadras com vítimas mas elas à última hora desistem por medo e por vergonha”, conta Magdala.

Sexo em troca do contrato. Lúcia ( nome fictício), 45 anos, procurou a associação para se informar sobre qual era a forma mais rápida de regressar

rui jorge cabral

Activistas da associação lutam pelos direitos das empregadas domésticas imigrantes

ao Brasil com o marido e os dois filhos menores. Esteve emigrada em Portugal cinco anos e acabou por voltar de vez ao seu país, acompanhada da família, em 2011, pela via do “retorno voluntário”. “O motivo que a levou de volta ao Brasil foi o facto de ser assediada sexualmente todos os dias pelo seu patrão”, conta Magdala. Lúcia saiu do Brasil para procurar trabalho em Portugal com o objectivo de conseguir contrato e autorização de residência para, mais tarde, chamar o marido e os filhos, o que aconteceu. “Já era o segundo trabalho dela. E o patrão foi chantageando com o contrato de trabalho que ela precisava. A Lúcia acabou por ter esse contrato mas ficou com nojo dela própria”. O marido e os filhos da imigrante nunca souberam do que lhe aconteceu. Lúcia deixou de trabalhar com aquele patrão mas a dor psicológica nunca passou. O pastor da igreja evangélica que ela frequentava aconselhou-a a esconder a verdade da família e a não ir à polícia. Ela obedeceu.

Magdala de Gusmão garante que a associação vai passar a elaborar um “relatório de identificação dos casos de assédio moral e de abuso sexual”.

Desde 2011 que a associação faz um relatório para os casos de tráfico de seres humanos e já em Janeiro deste ano sinalizou uma situação dessas.” Agora vamos passar a sinalizar também os casos de assédio e de abuso sexual.”

JTM/DN

M

ais uma vez os leitos das ribeiras não suportaram o forte caudal provocado pela chuva intensa e a acumulação de pedras e troncos fez transbordar linhas de água. Em terrenos com forte inclinação, rapidamente a muita água que vinha das pastagens a sul começou a invadir as freguesias, provocando algum caos, assustando várias famílias que viram a água entrar-lhes em casa. Também há registo de danos em muitos carros, arrastados pela torrente. Não houve vítimas, apesar de a meio da tarde ter corrido o rumor na freguesia da Ajuda da Bretanha de que uma criança estaria desaparecida, o que não se confirmou.

No local estiveram muitos bombeiros e elementos da Protecção Civil, bem como polícias que ajudaram a manter a ordem. Rapidamente foram também deslocadas para o local máquinas que começaram a remover a muita terra e troncos na estrada regional e ruas principais das freguesias.

No pico do temporal, quando o Açoriano Oriental esteve na Ajuda da Bretanha, as pessoas nos cafés, escolas e sítios públicos comentavam que não tinham visto nada assim, sabendo-se que se tratou de um fenómeno muito localizado naquela zona da ilha. Assustadas, as crianças choravam com medo de ir para casa, tendo atravessado ao colo de pais e pessoas que ajudavam na limpeza os autênticos ‘rios’ em que se transformaram as ruas principais da Ajuda da Bretanha.

Isto enquanto, por exemplo, na cidade de Ponta Delgada, a poucas dezenas de quilómetros, raiava um belo sol primaveril.

Um fenómeno que parecia saído de um filme, com as pessoas que se deslocaram para a Bretanha vindas de Ponta Delgada a terem a sensação que iam atrás de um tornado. À Rádio Açores/TSF. a meteorologista Fernanda Carvalho explicou o fenómeno com nuvens de grande desenvolvimento vertical, associadas à instabilidade provocada por uma depressão sobre os Açores.

JTM/DN

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 19

Dito

“O desemprego não tem de ser encarado como negativo e pode ser uma oportunidade para mudar de vida”

opinião

Primeiro-Ministro de Portugal, Passos Coelho

Há 20 anos falar de nós

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 14/05/1992

LU PING VOLTA A OUVIR OPINIÕES DE MACAU

Lu Ping chega a Macau dia 16 acompanhado de vários redactores chineses da Lei Básica, representantes da Assembleia Popular da China e de técnicos que acompanharam o processo legislativo, para uma última audição directa da população de Macau sobre o documento que será a “constituição” da Futura Região Administrativa Especial de Macau. A delegação estará em Macau até dia 22, tendo já estabelecido um intenso programa de consultas, que se inicia no próprio dia da chegada a meio da tarde. No dia 20, na sede do Conselho Consultivo da lei Básica, a sessão é reservada à comunidade portuguesa, esperando-se que ali compareçam todos os que desejem emitir opinião sobre alguns dos pontos mais controversos do texto legal. Na manhã do dia 22, a delegação vinda de Pequim dará uma conferência de imprensa final, iniciando depois a viagem, de regresso.

INTELECTUAIS FORMAM ASSOCIAÇÃO DE ESTUDO

O estudo da cultura e civilizações do Oriente e Ocidente, tomando Macau como lugar privilegiado de encontro, é o principal objectivo de uma associação criada no Território por historiadores e investigadores. A “Ásianostra - Estudo de Culturas” pretende ainda promover o estudo, o processamento e a divulgação das ciências humanas, exactas e naturais com especial incidência nas áreas da filosófica, história, geografia, linguística, literatura, arte e religião. Entre os membros fundadores contam-se Henrique Rios, António Aresta, António Baptista e Luiz Nagy (que subscreveram a acta inicial) e António Carmo, Beatriz Basto da Silva, Gabriela Cabelo, Graciete Baptista e Pedro Painho, entre outros.

A nova Associação “Asianostra-Estudo de Culturas” propõe-se promover um encontro mensal, todos os dias 20, começando por organizar a sua primeira reunião no mês de Maio, para comemorar a chegada de Vasco da Gama à Índia.

Jorge A. H. Rangel*

A diáspora macaense – motivações e desenvolvimento “Quanto aos membros da comunidade que partiram e que engrossaram a diáspora macaense, as atitudes são também mistas, embora de grande abertura e de enorme vontade de verem mantidas as ligações às origens. Os Encontros das Comunidades Macaenses podem estimular o reforço desta ligação”.

O

“Filhos da Terra - A Comunidade Macaense, Ontem e Hoje”

livro “Filhos da Terra — A Comunidade Macaense, Ontem e Hoje”, de Alexandra Sofia Rangel, lançado em Abril numa das sessões integradas no 2.º Encontro da Comunidade Juvenil Macaense, contém no seu Capítulo II uma secção dedicada à diáspora macaense. É uma síntese esclarecedora da dispersão da comunidade por várias partes do mundo, bem como da constituição actual da diáspora que se criou. No contexto dos artigos e crónicas desta já longa série intitulada “Falar de Nós — Macau e a Comunidade Macaense”, tem pleno cabimento a transcrição das passagens mais significativas dessa secção, para se compreender o desenvolvimento da nossa diáspora: A diáspora macaense “Ao longo dos séculos, Macau, pela sua posição privilegiada na costa meridional da China, com um estatuto próprio, foi recebendo gente de muitas partes do mundo, atraída pelas amplas oportunidades comerciais oferecidas, pelo propósito de consolidar uma presença ligada a Portugal, para viabilizar a acção missionária da Igreja Católica e de várias igrejas protestantes, ou pelo acolhimento garantido a refugiados que, em tempos de crise, aqui sempre encontraram abrigo e protecção.

Nos finais do século XIX, a partir da instalação de possessões de outras potências ocidentais na China, com especial relevo para Xangai, que teve um estatuto de cidade internacional, e Hong Kong, onde os ingleses se estabeleceram em 1841, muitos estrangeiros então residentes em Macau e famílias macaenses começaram a emigrar para esses locais, fixando-se, especialmente, em Hong Kong, Xangai e Singapura, onde tiveram uma presença muito activa e influente. Esta foi a primeira fase da diáspora macaense.

Em Hong Kong, tal como aconteceu em Xangai, os macaenses juntavam-se em bairros próprios. Mato Morro, Yaumatei, Tsimshatsui e Homantin eram zonas de Hong Kong densamente populadas por famílias macaenses que tinham os seus clubes recreativos, as suas equipas de desporto e até uma escola, a Escola Camões, para os seus filhos estudarem em português.

Macau não foi ocupado pelos japoneses durante a 2.ª Guerra Mundial porque Portugal manteve um estatuto de neutralidade, mas a população passou por períodos muito difíceis, de fome, pobreza e doenças, situação agravada pela chegada de milhares de refugiados provenientes de terras vizinhas. A ocupação nipónica de vastas áreas da Ásia oriental provocou a saída de estrangeiros que ali residiam e muitas famílias macaenses regressaram à terra natal.

No fim da guerra, muitos membros dessas famílias retornaram a Hong Kong e, dadas as

pág 20 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

incertezas da situação política da China, por causa da guerra civil que opunha os comunistas aos nacionalistas, que estavam no poder, e, sobretudo, após a implantação do novo regime em Pequim em 1949, começaram a emigrar em grande número para os Estados Unidos da América e depois também para o Canadá e para a Austrália, constituindo Portugal uma outra alternativa.

Quanto às famílias macaenses residentes em Xangai, a opção que lhes restou foi a de voltarem para Macau numa situação de grande carência, o que obrigou as autoridades locais a um esforço extraordinário para as acolher, ainda no período da guerra, ou já depois da implantação do regime comunista na China, que fez afugentar quase toda a população estrangeira. No entanto, a falta de emprego e de perspectivas de vida, bem como o desejo de procurar outras oportunidades fizeram com que, nos finais dos anos 40 e durante as décadas de 50 e 60, os refugiados de Xangai e macaenses residentes em Macau emigrassem para a América do Norte e também para o Brasil, Austrália e Portugal. Muitos nunca mais voltaram à terra-mãe.”

Associações macaenses no exterior “Os macaenses emigrados juntaram-se em associações sem fins lucrativos, como as Casas de Macau, centros recreativos onde são também promovidas iniciativas de divulgação de Macau e da comunidade macaense, como palestras, exposições, cursos e concursos de culinária, récitas em patuá, grupos corais, além dos ‘chás gordos’ em dias de festa. Estas associações têm revelado uma grande vitalidade no seu funcionamento e intensificaram as suas actividades a partir da década de 90 graças a apoios substanciais do Governo de Macau e de algumas fundações.

Estas são as principais associações macaenses no estrangeiro: Casa de Macau Inc. Australia (Sydney); Casa de Macau de São Paulo, Brasil; Casa de Macau do Rio de Janeiro, Brasil; Casa de Macau no Canadá (Toronto); Casa de Macau de Vancouver, Canadá; Club Amigu di Macau (Toronto); Macao Club (Toronto); Macau Cultural Association of Western Canada (Vancouver); Casa de Macau USA (Inc.) (San Francisco); Lusitano Club of California (San Francisco); União Macaense Americana (Hillsborough, Califórnia), contemplada em 2010 com o Prémio Identidade do Instituto Internacional de Macau; Club Lusitano, Hong Kong; e Casa de Macau em Portugal (Lisboa).

Como se pode ver, ‘esta impressionante diversidade traduz bem a riqueza da nossa diáspora e a pujança de comunidades que têm nas suas Casas e demais associações congéneres os seus centros de convívio e de solidariedade social e os seus organismos aglutinadores e representativos’. As Casas de Macau podem ser ‘verdadeiras extensões de Macau’ através da prestação de ‘serviços valiosíssimos nos campos económico, cultural e social’, uma vez que muitos dos seus membros têm boa formação académica e profissional, podendo ser ‘os melhores e mais qualificados agentes de promoção de Macau’, colaborando na divulgação económica e turística do território e participando em

eventos como feiras e exposições, encontros e conferências para ‘projectar Macau nas cidades e nos países onde se situam’. Algumas, por sua própria iniciativa, já o fazem, mas precisam de mais meios para continuar.”

Os Encontros das Comunidades “A realização de Encontros das Comunidades Macaenses, organizados regularmente em Macau deste 1993, em parceria com instituições locais e com o apoio do Governo de Macau, promoveu uma ligação muito estreita entre essas associações e reforçou as suas relações com Macau. Nestes Encontros, além de actividades recreativas e sociais, são apresentadas récitas e outras iniciativas culturais, como lançamentos de livros, palestras e visitas. Verdadeiras romagens de saudade, os Encontros são importantes não só porque permitem aos macaenses emigrados visitar a terra que deixaram e fortalecer as raízes que os prendem à terra-mãe, mas também porque promovem reuniões de famílias e amigos, residentes locais e do exterior, em reencontros tocantes e cheios de alegria.

Depois de 1999, os Encontros continuaram, sob a égide da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses até ao início do funcionamento do Conselho das Comunidades Macaenses, em Novembro de 2004. Este Conselho é uma instituição de direito privado cujo objectivo principal consiste na integração dos interesses e anseios da comunidade macaense da diáspora e a sua articulação com organismos locais da mesma comunidade. O Conselho integra organizações macaenses não-governamentais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e as Casas de Macau e organismos similares no exterior. (...)

Em Julho de 2009, teve lugar, em Macau, por iniciativa do Conselho das Comunidades Macaenses, em conformidade com um dos seus objectivos estatutários, o primeiro Encontro da Comunidade Juvenil Macaense. Os jovens participantes foram cerca de 200, 54 dos quais oriundos das Casas de Macau no estrangeiro, e demonstraram entusiasmo em relação à divulgação das suas raízes. Este esforço de trazer os jovens da diáspora para Macau e para os fazer participar nas festividades da comunidade é, evidentemente, necessário. (...)

Em Novembro e Dezembro de 2010 realizou-se mais um Encontro das Comunidades Macaenses, com a participação de mais de 1000 representantes da diáspora macaense. Em reconhecimento dos apoios dados à comunidade, na última década da administração portuguesa, foi convidado de honra o General Vasco Rocha Vieira, último Governador de Macau. Além do intenso convívio proporcionado, homenagearam-se personalidades e instituições e reforçaram-se as ligações a Macau e a confiança no seu futuro.”

Este livro, que deverá ser apresentado, brevemente, em Lisboa e é o número 4 da colecção “Suma Oriental”, do Instituto Internacional de Macau, pode ser adquirido na Livraria Portuguesa e na secretaria do IIM. * Presidente do Instituto Internacional de Macau.

Escreve neste espaço às 2.as feiras.

“Uma estrutura de segurança em que se passem coisas como aquelas que estão na acusação e foram difundidas pelos diversos órgãos de comunicação social não infunde respeito. Dá medo.” – João Marcelino

opinião

tribuna

“Após conhecer os resultados das eleições de lá, os líricos daqui proclamaram nos blogues e nas “redes sociais”: somos todos gregos. Vamos com calma: quais gregos?” – Alberto Gonçalves

João Marcelino*

O chamado ‘caso Ongoing’ 1

. O chamado “caso Ongoing”, “o do espião”, é uma história inquietante do ponto de vista do Estado democrático e da confiança que nele podem - e devem - ter os cidadãos.

Começo por dizer que não me faz confusão que uma determinada empresa, sedenta de poder, decida contratar um técnico dos serviços de informações (neste caso Jorge Silva Carvalho, ex-director do SIED) com o intuito de recolher vantagens comerciais, empresariais, de negócio.

E que, ao que parece (pela acusação deduzida pelo DIAP), consiga ter sucesso nessa operação para, presumivelmente, obter informação privilegiada, indevida, ilegal. É precisamente para isso que existem as polícias e a investigação: combater o crime, seja qual for a sua natureza. Neste caso, aliás, o sistema parece ter funcionado.

2

. Não me surpreende, sequer, que um determinado profissional seja passível de ser aliciado por boas condições remuneratórias e se disponha mesmo - se é que foi esse o caso - a estar disponível para violar regras e,

mesmo, cometer ilegalidades. No fundo, “a vender-se”. Repito: “Se é que foi esse o caso”, tanto da pessoa como da empresa em causa.

A história dos seres humanos fezse, faz-se e sempre se fará de ganância, atropelos à lei, crime.

Como se não bastasse, os sectores em causa (informação, comunicação social) vivem paredes meias, têm interesses comuns, são ambos namorados pelo Poder. Junte-se-lhes as sociedades secretas, necessidades eleitorais, um país pequeno, uma elite paroquial e estão criadas as condições para os contínuos rumores que se abateram há muito sobre a Ongoing, a empresa que pagou a José Eduardo Moniz para este sair da TVI (como José Sócrates pretendia...); que contratou para trabalhar no Brasil um ex-deputado do PSD (Agostinho Branquinho) perguntador incómodo no Parlamento; que afrontou Pinto Balsemão pelo controlo da Impresa antes de se decidir por um caminhada a solo nos media, em Portugal e no Brasil.

Tudo isto não me inquieta em demasia. Faz parte da vida. Ciclicamente, teremos coisas destas: processos como

tribuna

a Casa Pia, “Apito Dourado”, “Operação Furacão”, etc., etc.

3

. O que me parece de todo inquietante é a imagem que este caso fornece dos serviços de informações nacionais e da protecção de dados individuais.

Temos uma operadora de telecomunicações (a Optimus) em que é possível a uma vulgar trabalhadora fazer cópias de dados pessoais de um cidadão, por acaso jornalista (Nuno Simas, do Público), a partir de casa e sem protocolos adicionais de segurança. Não há multa, por mais brutal (e esta foi: sete milhões de euros), que nos tranquilize.

E, sobretudo, temos uns serviços ditos secretos onde alguém que sai pode manter influência e, aparentemente, continuar a funcionar de fora como se estivesse dentro. Uns serviços secretos de onde é possível levar ficheiros, continuar a obter relatórios e nem sequer ser apagado da lista diária de divulgação de expediente, mesmo que tão inodoro como a revista internacional que Silva Carvalho faria circular por um vasto conjunto de ami-

gos e conhecidos.

4

. O problema central do chamado “caso Ongoing” é este: numa área tão sensível, vital para um Estado moderno, democrático e de Direito, Portugal não está bem, os seus cidadãos não podem considerar-se a salvo de traficâncias de conjuntura na gestão dos seus dados pessoais; e o País não cuida devidamente da informação que tem necessidade de recolher.

Os serviços secretos são algo de que um país não pode abdicar. Por isso devem ser os sucessivos governos a recrutar com zelo, cuidar com responsabilidade, gerir com sentido de Estado.

Uma estrutura de segurança em que se passem coisas como aquelas que estão na acusação e foram difundidas pelos diversos órgãos de comunicação social não infunde respeito.

Dá medo. É obrigação do governo, de qualquer governo, mudar esta triste realidade a que chegámos numa área tão sensível. * Director do Diário de Notícias.

JTM/DN

Alberto Gonçalves*

Somos todos portugueses* A

de remédio, mas de paliativo até o previsível fim.

Por outro lado, não há bom senso que recomende os partidos locais avessos a paliativos e desejosos de apressar o referido fim. Nenhuma criatura mentalmente equilibrada pode partilhar as alucinações de comunistas ortodoxos, comunistas folclóricos e protonazis, distintos na iconografia e semelhantes em quase tudo o resto. Infelizmente, tendo a concordar com os objectivos dos diversos bandos.

Denunciar o acordo com o FMI e a UE, por inútil a prazo que este seja, é garantir que, num instante, o Estado grego ficará privado de empréstimos fresquinhos, em dois instantes sairá do euro e da União, em três instantes estará impossibilitado de cobrir despesas correntes (minudências: saúde, educação, etc.), em quatro instantes andará a imprimir valio-

síssima moeda própria e em cinco acabará morto.

Eis o que é razoável acontecer, eis o que é plausível que aconteça em breve, agora que parece esfumada qualquer hipótese de uma absurda coligação e que a Grécia voltará às urnas para eleger o delicioso lunático do Syriza ou perpetuar a salgalhada vigente, o que dará no mesmo.

No que diz respeito à lucidez, ainda bem. No que diz respeito a Portugal, que há muito deixou de depender da racionalidade para aguardar um milagre ou dois, tenho dúvidas. A nossa condição, particularmente exposta às consequências de uma ruptura inédita, não augura um futuro risonho no meio de turbulências adicionais. Donde não vale a pena vermo-nos gregos. Sermos portugueses já é cruz suficiente. * Extracto do artigo semanal./JTM/DN

Cartoon

pós conhecer os resultados das eleições de lá, os líricos daqui proclamaram nos blogues e nas “redes sociais”: somos todos gregos. Vamos com calma: quais gregos? Não custa deduzir que a afirmação de solidariedade visa a minoria da população que votou em forças extremistas e antieuropeias. O que custa é destrinçar a contradição de sentimentos que se segue.

O bom senso aconselha-me a simpatizar com a maioria moderada que preferiu manter o resgate e a austeridade exigida pelo resgate. Visto que essa maioria prefere de facto o direito ao primeiro sem a obrigação da segunda, não consigo. De aumento em aumento, de renegociação em renegociação, de sacrifício em sacrifício, as imposições da troika, pelo menos naquele irreformável lugar, não servem

JTM/DN jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 21

BRITNEY SPEARS REFORÇA JÚRI DE “X FACTOR”. Britney Spears vai ser jurada em “X Factor”. A cantora vai receber cerca de 15 milhões de dólares para integrar o painel dos jurados desta temporada ao lado de Simon Cowell, L.A. Reid e outra celebridade que ainda não foi revelada.

lazer

SÉRIE DE TV CONTA VIDA DE WHITNEY. A cadeia de televisão Lifetime vai transmitir a série “Crónicas da Família Houston” até ao final deste ano. A série de 10 episódios de uma hora cada contará com a participação da mãe, filha, cunhada e sobrinha da cantora que foi encontrada morta a 12 de Fevereiro num hotel.

Valérie imita Anne Sinclair Especificidades Suzana Tôrres O mal de...

Pois bem, algum dia tinha de tocar neste assunto, e nada melhor do que uma ida em busca de um café, num dos milhares McDonald’s espalhados pelo mundo para me reavivar a lembradura (no caso em concreto foi já aqui na nossa vizinha RAEHK).

O mal de se ter gostos e aparências diferentes dita por vezes a sorte (azar) dos acontecimentos do nosso quotidiano... E isto só poderá surtir como novidade para quem sempre andou dentro dos parâmetros ditos “normais” e de lá nunca meteu um cabelito fora.

Quantos dos que estão fora deste grupo, em vários sectores, sentiram a facadinha aguçada dos padronistas?!

Há que deixar bem esclarecido que as pessoas que têm tatuagens ou piercings: • não tiveram uma má infância • não ficaram pelo 9º ano • não chutam ou chutaram para a veia • não arrumavam carros em Portugal • podem ver dinheiro sem sentir vontade extrema de o roubar (vá... só um bocadinho... mas apenas porque precisam de trocos para comprar a próxima dose) • não são rudes • não batem em criancinhas ou velhinhos e, principalmente • não precisam de ser salvos! A sério, não precisam!!!

Somos vistos como seres anti-sociais e à margem da sociedade, só porque não sentimos a necessidade de dizer sempre que sim, rir para tudo e todos e, temos opiniões próprias e sabemos definitivamente do que não gostamos!

Não sei quanto aos restantes “irmãos” nesta cruzada, mas comigo (e voltando ao café e ao McDonald’s) já vem sendo habitual que seguidores e crentes de alguns grupos religiosos, se aproximem de mim com o intuito de me salvarem, pois em palavras dos mesmos, “nós gostamos de todos e aceitamos todo o tipo de pessoas”... Hip hip hurray, vou ser salva...

Aleluia Kumbaya Aleluia!

Stephen (nome que não é fictício), até um álbum de fotografias levava com ele e os olhos brilhavam a cada fotografia que folheava, ao mesmo tempo que com o orgulho de qualquer “pai” falava dos restantes membros da comunidade, sempre frisando o quanto estavam abertos a “pessoas diferentes”...

Ao contrário do que possa pensar, fiquei e ouvi tudo o que me tinha a dizer, sempre com um sorriso estampado no rosto... Longe de mim de o confrontar com as minhas ideologias ou pensamentos. O seu coração era puro de mais para que o destruísse sem justificação aparente. Ainda para mais sabia algumas palavras em português, já que o seu pastor era brasileiro e ex-futebolista!

Faltou-me a coragem para lhe fazer ver que não precisava de ser salva e que era feliz assim...

Stephen se me estás a ler (algures em Hong Kong... é muito provável que sim... ok não é)... Desculpa mas gosto das minhas diferenças e não me incomodam as minhas próprias especificidades... porque nem todas as especificidades são de Macau, mas quase todas estão em Macau!

A companheira de Hollande quer seguir no jornalismo e nega conflito de interesses. Sinclair fez o mesmo e Letizia desistiu nuno pinto martins

A

inda mal se acostumou ao “cargo” de nova primeira-dama de França e já é um dos assuntos favoritos dos franceses, que se dividem nas opiniões. Valérie Trierweiler, 47 anos, a companheira do recém eleito presidente François Hollande, promete levar a cabo uma verdadeira revolução de mentalidades no Palácio do Eliseu.

Dona de uma personalidade vincada, a jornalista prometeu na campanha eleitoral que, em caso de vitória de Hollande, continuaria a colaborar com a revista Paris Match. E está mesmo apostada em manter a promessa, ainda que muitos considerem que há conflito de interesses entre a profissão que escolheu e a nova função.

Por um drama existencial parecido

passou recentemente outra francesa, Anne Sinclair, mulher do polémico Dominique Strauss-Kahn, que teve de defender-se das críticas depois de ter aceite liderar a versão francesa do jornal norte-americano Huffingpost em Paris, negando veementemente qualquer conflito de interesses quando estivesse em causa a cobertura noticiosa relacionada com as polémicas do

ex-senhor FMI. No país vizinho, também Letizia Ortiz conhece o dilema de ter de escolher entre a carreira e o amor, já que em 2004 deixou para trás uma percurso de sucesso no jornalismo – era uma das principais pivôs da TVE – , quando subiu ao altar com Felipe de Espanha e se tornou na princesa das Astúrias.

Durante 20 anos, Valérie cobriu a política francesa para a conceituada publicação, mas no início da campanha presidencial voltou à Editoria de Cultura, alegando não haver conflito de interesses com o mundo das artes. Curiosamente, sentiu-se traída quando a Paris Match fez uma manchete sobre ela. A confirmar-se, a tomada de posição, Valérie tornar-se-á na 1. ª primeira dama francesa a manter um emprego formal remunerado.

JTM/DN

Rihanna foi internada por exaustão Rihanna sentiu-se mal no final da gala MET 2012, em Nova Iorque, e foi levada para o hospital, onde permaneceu várias horas a soro.

O diagnóstico apontou cansaço extremo e desidratação, mas a cantora dos Barbados teve alta médica na mesma noite e regressou à sua casa em Los Angeles. A polémica artista chegou mesmo a publicar uma fotografia na rede social Twitter na altura em que estava a soro. Recentemente, Rihanna protagonizou episódio semelhante no programa Saturday Night Live, sendo obrigada a abandonar a emissão por não se sentir bem.

Johnny Depp nega rumores de separação A relação do actor Johnny Depp e Vanessa Paradis não está perto do fim. A garantia foi dada pelo artista em Londres, Inglaterra, na estreia do filme “Dark Shadows”. “Os rumores não são verdadeiros. Tudo é absolutamente mentira”, declarou o actor Johnny Depp ao jornal inglês The Sun. “Não importa o que eu digo sobre isso, as pessoas vão acreditar no oposto. Não posso dizer o suficiente para acabar com os boatos”, afirmou o actor na passadeira vermelha. Johnny Depp e Vanessa Paradis têm dois filhos (Lily-Rose Melody e John Christopher) e estão juntos há mais de 14 anos.

“Esquadrão de virgens” acompanhou Sacha Baron Cohen em antestreia Sósia de Pamela Anderson leva imitação ao extremo Annita Yes, a dj e cantora espanhola que partilha com Pamela Anderson muitos dos seus atributos e características físicas, é a estrela do Salão Erótico do Atlântico, na Fundição de Oeiras. A espanhola segue de tal forma os passos de Pamela Anderson que, inclusive, manteve uma relação com Tommy Lee, ex-marido da actriz norte-americana. Com um rosto muito parecido ao da norteamericana, Annita Yes reconhece que já realizou cirurgia estética para ficar mais parecida com Pamela Anderson, mas explica: “o peito foi a única parte do corpo que alterei. O resto é tudo natural”.

pág 22 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

O filme “Dictator” teve antestreia em Londres na quinta-feira e o evento apresentou surpresas para os fãs que deslocaram ao Royal Festival Hall. De arma dourada em punho, barba comprida e acompanhado pelo “esquadrão das virgens”, o actor Sacha Baron Cohen compareceu em frente às câmaras a interpretar a personagem do general Aladeen. Na cerimónia estiveram também um lamborghini cor-de-laranja e a esposa de Baron Cohen. Ao longo do evento, o “ditador” ainda posou ao lado de Mohamed Al Fayed.

ver vídeo na edição online do jtm www.jtm.com.mo

fox movie 21:00

Trust

Roteiro

tdm

13:00 TDM News (Rep.) 13:30 Jornal das 24h 14:45 RTPi DIRECTO 16:30 Benfica – Leiria (Rep.) 18:00 Música Movimento (Rep.) 18:35 Contraponto (Rep.) 19:35 Amanhecer 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:10 Passione 23:00 TDM News 23:30 Linha da Frente 00:00 Telejornal (Rep.) 00:30 RTPi DIRECTO

30 ESPN

12:30 NASCAR Sprint Cup Series 2012 - Highlights 14:30 Spirit Of London 15:30 MLB Regular Season 2012 Seattle Mariners vs. New York Yankees 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:30 Monday Night Verdict 21:00 Full Time Reaction 21:30 Champions And Challengers 3 22:00 Sportscenter Asia 2012 23:00 Monday Night Verdict 23:30 The Contenders Spain vs.

31 Star Sports

12:00 HSBC Asian 5 Nations Rugby 2012 Korea vs.

Japan 14:00 (Delay) GS Caltex Maekyung Open Day 4 Highlights 15:00 FIA F1 World Championship 2012 - Raceday Spanish Grand Prix 15:45 FIA F1 World Championship 2012 - Main Race Spanish

Grand Prix 17:45 FIA F1 World Championship 2012 - Chequered Flag Spanish Grand Prix 18:30 HSBC Sevens World Series 2011/12 21:00 When The Games Begin 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012

22:00 The S-League Show 22:30 Engine Block 2012 23:00 FIA F1 World Championship 2012 - Highli-

18:15 Charlie’S Angels 20:05 Unknown 22:00 Entourage 23:00 Game Of Thrones 00:00 Get Him To The Greek

42 Cinemax

12:10 Tremors 13:45 Godzilla 16:00 High Noon 17:30 Sea Of Love 19:20 Hollywood Buzz 19:45 Epad On Max 20:05 The Eagle 22:00 Justice League Of America 23:30 After.Life

43 MGM

12:30 The Pope of Greenwich Village 14:15 Wild Bill 15:45 Cuba 17:45 3:15 19:15 Men at Work 21:00 Heaven’s Gate 00:30 Posse

50 Discovery

13:00 Undercover 14:00 Curiosity 15:00 Exorcist Diaries 16:00 Cops & Coyotes 17:00 Ghost Lab 18:00 How It’s Made 18:30 How Do They Do It 19:00 Dirty Jobs 20:00 Coal 21:00 Toughest Military Jobs 22:00 One Man Army 23:00 Deadliest Catch 00:00 Toughest Military Jobs

51 NGC

12:30 Monster Fish 14:20 The Border 15:15 Alaska Wing Men 16:10 Convoy: War For The Atlantic 17:05 Test Your Brain 18:00 Monster Fish 19:00 Seconds From Disaster 20:00 Hong Kong To The World 21:00 Alaska Wing Men 22:00 Convoy: War For The Atlantic 00:00 Taboo

54 History

12:00 Charlie’S Angels 13:40 Once Upon A Time 14:30 Skyline 16:10 Big Mommas 18:00 Neverland 21:00 Trust 22:45 The Fighter 00:40 Shadow Man

13:00 Modern Marvels 14:00 Titanic: Blood & Steel 16:00 The Maguindanao Massacre 17:00 The Universe 18:00 Pawn Stars 18:30 Kings Of Restoration 19:00 The Pickers 20:00 IRT Deadliest Roads 21:00 Pawn Stars 23:00 Kings Of Restoration 00:00 The Pickers

41 HBO

55 Biography Channel

ghts Spanish Grand Prix

40 FOX movies

12:00 Home Fries 13:35 Major League II 15:15 Scooby-Doo! The Mystery Begins 16:35 United

13:00 I Survived 14:00 Celebrity Ghost Stories 15:00 Scarlett Johansson 16:00 Robert DeNiro

17:00 Private Chefs Of Beverly Hills 18:00 Storage Wars 18:30 Airline USA 19:00 Celebrity Ghost Stories 20:00 Storage Wars 22:00 Visionaries 23:00 Celebrity Ghost Stories 00:00 I Survived

62 axn

13:00 Wipeout 13:55 Spring Wipeout 14:50 Numb3Rs 15:45 The Challenger Muaythai 16:40 CSI: Crime Scene Investigation 17:30 CSI: Ny 18:20 Spring Wipeout 19:15 The Amazing Race 20:10 Caught On Camera 21:05 CSI: Miami 22:00 Hawaii Five-0 22:55 The Confession 23:02 Blue Bloods 23:55 The Amazing Race 00:50 Hawaii Five-0

63 Star World

12:10 Desperate Housewives 13:05 American Idol 14:00 America’s Next Top Model 14:55 Parenthood 15:50 Masterchef Australia 17:10 Junior MasterChef Australia 19:00 Cougar Town 19:30 Raising Hope 20:00 How I Met Your Mother 20:25 New Girl 20:55 Happy Endings 21:50 MasterChef US 22:45 Revenge 23:40 How I Met Your Mother 00:05 New Girl 00:35 Happy Endings

HBO

23:00

28822866

Game of Thrones

www.macaucabletv.com

cinema

CINETEATRO S1 Dark Shadows

14:30 • 16:30 • 19:30 • 21:30

S2 The Avengers 3D

theater 6 (CL2*) Dark Shadows 13:55 • 16:45* • 18:10 • 20:20 • 21:45* • 22:30 • 00:40

14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

TORRE DE MACAU

The Avengers 3D 14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

GALAXY Grand theather (9* e CL1**)

The Avengers 3D 13:40** • 14:00 • 16:15* • 16:20** • 16:40 • 18:55** • 19:20 • 21:05** • 21:40* • 23:50** • 22:00 • 00:40

theater 6* (8) Lockout 14:00* • 18:15

theater 7

Fairy Tale Killer 14:30 • 16:30 • 20:30 • 22:30 • 00:30

THEATER 9 Dark Tide - 14:05

theater 7 (CL 2* e 9**) The Cabin in the Woods 18:35 • 23:55* • 00:25**

theater 8 (CL 1*) The Vow 14:10 • 16:10 • 19:00* • 20:10 • 22:15

theater DIRECTORS CLUB 1 3D Sex & Zen: Extreme Ecstasy 23:45

82 RTPi

07:00 24 Horas 08:17 Grande Área 09:18 Portugal Low Cost 09:46 Desporto 2 11:36 30 Minutos 12:08 Cinco Sentidos (Rep.) 13:03 24 Horas (Rep.) 13:35 Zig Zag 14:00 Telejornal Madeira 14:35 Património Mundial Português 14:59 Magazine Eua Contacto

18:26 Um Dia No Museu 16:00 Bom Dia Portugal 16:59 O Elo Mais Fraco 17:51 Vingança 18:37 Best Of Portugal 19:11 Pai À Força 20:00 Jornal Da Tarde 21:18 O Preço Certo 22:12 Magazine Eua Contacto 22:41 Portugal No Coração 01:00 Portugal Em Directo

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

Clube Militar de Macau

Avenida da Praia Grande, 975, Macau Tel: 28714000 Telefones Úteis Número de Socorro 999 Bombeiros 28 572 222 PJ (Linha aberta) 993 PJ (Piquete) 28 557 775 PSP 28 573 333 Serviços de Alfândega 28 559 944 Centro Hospitalar Conde S. Januário 28 313 731 Hospital Kiang Wu 28 371 333 CCAC 28 326 300 IACM 28 387 333 DST 28 882 184 Aeroporto 88 982 873/74 Táxi (Amarelo) 28 519 519 Táxi (Preto) 28 939 939 Água - Avarias 28 990 992 Telecomunicações - Avarias 28 220 088 Electricidade - Avarias 28 339 922 Directel 28 517 520 Rádio Macau 28 568 333

anima Sociedade Protectora dos Animais Sociedade de Macau Sociedade Protectora Protectora dos Animais Telefone: dos Animais de Macau de Macau 28715732 63018939 fax: 28715732 //63018939 Telefone: fax: 28703224

jornal tribuna de macau segunda-feira, 14 de maio de 2012 pág 23

jornal tribuna de macau www.jtm.com.mo Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau Caixa Postal (P.O. Box): 3003 Tel.: (853) 28378057 Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com e jtmpublicidade@yahoo.com

en passant José Rocha Dinis

Prémios Agora que terminou o principal campeonato de futebol português, cujas emoções tanto agitam localmente a comunidade portuguesa e faixas de outras comunidades aqui residentes, devo concluir.

Se fosse eu que mandasse, criava um Prémio Colectivo para dar a todos os jogadores profissionais que durante meses foram treinar diariamente, apesar dos ordenados em atraso que os forçavam a fazer acrescida “ginástica” para pagar as contas das famílias; Se fosse eu que mandasse, criava ainda um outro Prémio Colectivo de Melhor Treinador de Futebol Português, para todos os técnicos profissionais que, por causa da ambição desmedida dos dirigentes, se viram forçados a treinar jogadores sem dinheiro para o dia a dia, seu e das suas famílias.

Apesar dos grandes feitos de alguns portugueses, sabe-se que ser treinador profissional de futebol não é tarefa simples, ao alcance de qualquer um. Imagine-se agora treinar jogadores preocupados com o pagamento das despesas familiares e mesmo da alimentação...

Entre todos os treinadores, fico de olho num, em especial: Pedro Emanuel.

Numa época “construiu” não uma, mas duas equipas, desfalcado que ficou no mercado de Inverno. Conseguiu manter o equilíbrio competitivo da Académica (consta também que em situação nada desafogada do ponto de vista financeiro) e em Guimarães demonstrou que absorveu a escola coimbrã onde, disse Cândido de Oliveira, “o futebol pega de estaca...”

Acompanhemos a sua evolução!

AUSTRÁLIA AGRADECE APOIO DO PADRE LANCELOTE RODRIGUES O cônsul-geral da Austrália para Hong Kong e Macau, Paul Tighe, agradeceu publicamente o apoio que a comunidade australiana residente no território tem recebido ao longo de mais de 30 anos dos Serviços Diocesanos de Assistência Social e, em particular, do seu director – padre Lancelote Rodrigues. O reconhecimento ficou inscrito numa placa entregue pelo diplomata ao padre Lancelote Rodrigues e destaca o “valioso contributo” daqueles Serviços, nomeadamente, através da cedência de instalações que têm facilitado a tarefa dos responsáveis consulares na emissão de vistos para australianos e residentes de Macau.

pág 24 segunda-feira, 14 de maio de 2012 jornal tribuna de macau

última

tempo

fonte: serviços meteorológicos e geofísicos www.smg.gov.mo

hoje

amanhã 26 C 300C 0

24 C 290C 0

câmbios - indicativos Pataca Compra US Dólar 7.95 EURO 10.28 yuan (rpc) 1.218

fonte: bnu

Venda 8.05 10.41 1.279

ABRIU A EXPO 2012 NA COREIA DO SUL Uma pequena cidade portuária na costa meridional da Coreia do Sul sofreu uma transformação de 10 mil milhões de dólares para receber a exposição internacional de Yeosu, que foi inaugurada no Sábado. Yeosu proclama-se como «o modelo da nova cultura marinha», que equilibra desenvolvimento e protecção do meio ambiente, apostando nas ciências do mar «como o caminho para avançar em direcção a um futuro sustentável», de acordo com a organização. Com o tema «O Oceano e a Costa vivos», a exposição internacional de Yeosu, de 12 de Maio a 12 de Agosto, espera atrair 11 milhões de visitantes, locais e estrangeiros, sobretudo da China. Portugal, que organizou a Expo 1998 com o tema «Os Oceanos: um património para o futuro», não está presente em Yeosu, de acordo com o «site» da exposição, que conta com a presença de 105 países, dez organizações internacionais e várias empresas. O secretário-geral da comissão organizadora da Expo Yeosu 2012, Kim Keun Soo, explicou que o principal objectivo do encontro é «partilhar a sabedoria (e tecnologia) coreana sobre a importância dos oceanos sãos». «Será um fórum dirigido para o debate e definição de soluções para os problemas que já se identificaram nos oceanos, pelas mudanças climáticas, sobre-exploração e contaminação», disse Kim. A «Declaração de Yeosu» será um documento que propõe a protecção dos ecossistemas marinhos a nível global, disse. O governo sul-coreano espera que o evento ajude a criar perto de 80.000 postos de trabalho. A Coreia do Norte, que em 2007 votou a favor da candidatura de Yeosu, não respondeu ao convite das autoridades, feito em Novembro passado, para participar.

MALDONADO VENCE GP DE ESPANHA O venezuelano Pastor Maldonado (Williams-Renault) venceu ontem o Grande Prémio de Espanha, quinta prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, com o espanhol Fernando Alonso e o alemão Sebastian Vettel a dividirem a liderança do Mundial. O venezuelano (na foto aos ombros de Alonso e Raikonnen), que partiu da “pole position”, venceu pela primeira vez um grande prémio, ao concluir a 66 voltas ao circuito da Catalunha em 1:39.09,145 horas, a uma média de 185,837 km/h, seguido do espanhol Fernando Alonso (Ferrari) e do finlandês Kimi Raikkonen (Lotus), a 3,195 segundos e 3,884, respectivamente. No Mundial de pilotos, Alonso e o bicampeão Vettel (Red Bull) lideram o campeonato, com 61 pontos, seguidos do britânico Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes), com 53. A Red Bull lidera a competição de construtores, com 109 pontos, à frente de McLaren (98) e Lotus (84).

PORTUGUESES E CHINESES DOS MAIS INFELIZES NO MUNDO Portugal é um dos países mais infeliz do mundo devido à “cultura de lamentação” dos portugueses, uma atitude que é possível mudar já que 40 por cento da felicidade depende do comportamento das pessoas, defende o psicólogo Américo Baptista. Um estudo realizado pela OCDE em 40 países revelou que só os chineses e os húngaros estão mais infelizes do que os portugueses.

Foi a partir desta constatação que Américo Baptista decidiu escrever o livro “O poder das emoções positivas” para demonstrar que é possível alcançar a felicidade através de determinados procedimentos. Segundo o psicólogo, existe uma equação para a felicidade: 50 por cento depende dos genes, 10% do ambiente social e 40% do comportamento das pessoas. Para Américo Baptista, aprender a ser feliz, é como aprender a tocar um instrumento musical. “Se nos dedicarmos e repetirmos os procedimentos correctos aprendemos a tocar um instrumento musical. Com as emoções positivas e com a felicidade é a mesma coisa”, sustenta.

“O que se passa é que, do ponto de vista mental, pensamos que, quando compreendemos algo, temos o problema resolvido, mas não é assim. Além de o compreendermos, temos de executar manobras de um modo repetido” para não voltar a acontecer.

E as manobras são simples: Ser generoso, apreciar as coisas da vida, sorrir, aprender, melhorar o relacionamento com os outros ou fazer exercício. Segundo o especialista, 15% do aumento da confiança na sociedade, aumenta o Produto Interno Bruto em um por cento. “Ou seja, se andarmos bem-dispostos, lidamos melhor com a crise”. A investigação tem mostrado também que as pessoas tomam decisões muito importantes na vida, como casarem, divorciarem-se ou mudarem de emprego, com expectativas de prazer e de felicidade antecipada que, na maior parte das vezes, acabam por nunca se realizar.

helenA BRANDÃO VENCEU NO “CAMPEONATO DAS PREVISÕES JTM” A leitora Helena Brandão obteve 100 pontos, derrotando a “concorrência” no Campeonato das Previsões JTM, dedicado aos palpites dos leitores do Jornal Tribuna de Macau relativos aos jogos do FC Porto, Benfica, Sporting e Sp de Braga. A leitora ultrapassou António Dias Azedo e Sandra Bártolo que conseguiram 96 pontos, deixando muito atrás os leitores Hélder Fernando (87), Marques da Silva (86), Guiomar Pedruco (80), Isa Manhão e Víctor Marreiros (79). De sublinhar que no ano passado Vítor Marreiros se tinha destacado por larga vantagem vencendo o troféu concedido pelo JTM. Dentro de alguns dias, será anunciado o almoço que reúne todos os concorrentes e em que é entregue a Taça à vencedora.

fecho desta edição jtm - 01:40horas