Bio setembro 2017

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Setembro de 2017 | Ano XXVIII

www.diocesedeosasco.com.br

No 245

VOZ DO PASTOR

Ide, dois a dois, e pregai! (Segunda parte)

COMVOCAÇÃO 2017

PÁG. 03 MÊS DA BÍBLIA

14º EDIÇÃO DO MAIOR EVENTO EM PROL DAS VOCAÇÕES PÁG. 07

A Bíblia, fundamento da evangelização PÁG. 06 TESTEMUNHO DE FÉ

Conheça a 'Pastoral da Pessoa com Deficiência' PÁG. 05


EDITORIAL

BIO

Caro leitor...

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esse mês da Bíblia podemos constatar como é dito no livro de Judite: “não existe uma coisa ou pessoa, que resista à vossa palavra!” (Jt 16, 14), a ação transformadora que realiza a palavra de Deus em nossa diocese. Sabemos que a palavra que sai da boca de Deus não voltará vazia antes que produza seus frutos (cf.: Is 55, 11), e assim, nos diversos acontecimentos e projetos desenvolvidos na ação evangelizadora relatados nessa edição do BIO, evidenciam a generosidade do amor de Deus que ampara, assiste, acompanha, reanima, fortalece e orienta nossa caminhada ao Reino do Céu. Caminhos que se abrem, exorta nosso bispo diocesano Dom João Bosco, encorajando-nos nessa escuta atenta para de fato sermos uma Igreja em saída. Sinais existem, basta olharmos a diversidade e riqueza dos cenários da Igreja diocesana bem expressos nas atividades catequéticas, litúrgicas e sociais que

estão sendo dinamizadas em todos os setores de pastorais. Não poderíamos esquecer a fecundidade vocacional que a própria palavra de Deus salienta: “darei pastores segundo meu coração” (Jr 3, 15), manifestada no 14ª ComVocação, maior evento vocacional do Brasil, que mesmo diante as adversidades, mostrou sua grandiosidade de fé na promoção vocacional. Lembremos, também, que nesse mês teremos a ordenação presbiteral dos diáconos Ricardo e Luís Roberto confirmando a bondade do coração de Deus que oferta bons pastores na condução do seu rebanho. Roguemos a virgem Maria, serva fiel da Palavra de Deus para que interceda na confirmação desse bom propósito de sermos atentos, receptivos e dóceis em confiar e proclamar as maravilhas contidas na Sagrada Escritura. Pe. Henrique Souza da Silva Assessor Eclesiástico do BIO

Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Supervisão: Diácono Ricardo Rodrigues Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Walkyria Aparecida do Rosário Diagramação: Bruna Aparecida Rocha Jornalista: Daniela Nanni Colaboração: Pe. Edmundo De los Santos Garcia, Pe. Luiz Rogério Gemi, Pe. Raimundo Nonato Alves, Pe. Romildo Isidro Lopes Filho, Sem. Denis Mendes, Sem. Marco Aurélio, Sem. Lucas Orneles, Sem. Rogério Batista, Sem. Samuel Elias Netto, Sem. Hiago Willian, Sem. Alexandre de Paulo Silva, Thaíza Thiemi Kono, Carol Gonzaga, Jefferson Rodrigues, Cida Diniz E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 | (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br 2

Retiro anual do Clero

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stamos no mês vocacional e neste mês somos convidados a fazer uma forte reflexão sobre nosso chamado, rezar pelas vocações, reafirmar diante de Deus as nossas convicções. Desta forma, se faz necessário que silenciemos o coração para ouvirmos com mais intensidade os apelos do Espírito Santo, e o retiro sempre é um momento privilegiado para nos reabastecermos, é subir no Tabor e contemplarmos a glória do Senhor. Com o intuito de estarmos mais unidos Àquele que nos chamou, de 21 a 25 de agosto aconteceu o retiro anual do clero, tendo como pregador Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. O retiro aconteceu no Centro de Eventos Anhanguera, em São Paulo, num clima de muita fraternidade e comunhão entre os nossos presbíteros. Também contamos com a presença do bispo emérito Dom Ercílio Turco, dois padres visitantes, do clero de Uberlândia e de Aparecida. Acolhemos também em nosso meio os padres do Instituto Missionários Servos do Senhor (Servitanos), diáconos e seminaristas em ano pastoral. Dentre os muitos pontos tocados pelo pregador, vale a pena recordar aquilo que nos dizia Dom Orlando quanto às qualidades do padre: “O padre é uma pessoa de carne e osso. É humano e irmão de todos em Adão. Para a evangelização é necessário o cultivo das qualidades humanas porque a ‘graça supõe a natureza’. A humanidade de Jesus cativou os santos e discípulos do Senhor. Ele passou trinta anos em Nazaré aprendendo a ser humano, crescendo em idade, sabedoria e graça”. Desta forma, ele salientou

que o padre deve ser: um homem que possui bondade de coração o que significa ter paciência e compaixão; sinceridade que é sinônimo de coerência, transparência e veracidade; coragem que é a força de espírito para permanecer e vencer situações difíceis e penosas; constância que é a força de vontade, a permanência na decisão tomada; o empenho e compromisso com as responsabilidades; cultivo da justiça que é o amor social, a opção pelos pobres, a defesa dos direitos humanos e a promoção da pessoa e, por fim, a gentileza que é tudo o que contribui para o bom relacionamento, a comunicação, a cortesia e a convivência social. O retiro contou com vários momentos de forte espiritualidade como: o terço sacerdotal, via-sacra, adoração e benção do Santíssimo, celebração penitencial com a possibilidade de confissões e Santa Missa diária. O retiro encerrou-se com o almoço de confraternização entre os presentes. Pe. Romildo Isidro Lopes Filho Representante dos Presbíteros

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PALAVRA DO BISPO

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Ide, dois a dois, e pregai! (Segunda parte)

A

ideia de escrever uma segunda página sobre o mesmo assunto do mês passado surgiu de uma observação simples: a mensagem do mês passado ocasionou muita discussão, comentários, surpresas, propostas, e até uma pontinha de mágoa. Apresentei algumas razões, ainda que incompletas, que nos levaram a adiar a nossa ida com uma equipe missionária para a diocese-irmã, a diocese de Pemba, no país de Moçambique, na África. Foi preparado um bom projeto, realizada uma campanha, a expectativa foi grande, mas o resultado não foi suficiente. As explicações foram genéricas e em alguns casos sentidas como injustas. “A diocese não abraçou a missão”, eu dizia. De fato, é uma afirmação injusta para aquelas pessoas que se envolveram, se esforçaram e con-

seguiram um bom resultado. “Ainda não temos um coração missionário”, eu dizia. De fato, a afirmação não leva em conta os grandes passos dados até aqui por aqueles que, desde os tempos desafiadores do pós-concilio, sempre estiveram em sintonia com a Igreja, acolheram suas motivações, multiplicaram-se em ações missionárias que colocaram em evidência a diocese, ou mesmo ações que passaram despercebidas, Deus sabe o quanto têm de doação e serviço aos irmãos. Basta lembrar que o próprio dom Luizinho, carinhosamente assim chamado por muitos, hoje bispo de Pemba, é fruto e expressão desse espírito missionário real e presente. Peço perdão, portanto, se carreguei demais nas tintas ao expressar a tristeza de não ser possível ainda a realização da missão.

Os comentários e explicações foram diversos Estamos em tempo de crise, lembraram alguns. Com toda a incerteza econômica do país, tanto desemprego e carência, não se podia esperar um bom resultado. Outros lembraram que o amadurecimento de um projeto missionário não é rápido. Ele avança e retrocede, se anima e arrefece, mas vai acontecendo, se houver perseverança, teimosia, consciência de sua necessidade e beleza. Mas demora. Também foi lembrado que os passos devem ser progressivos e não logo assumir uma paróquia, sem ter antes uma experiência clara da realidade local. Não foi, portanto, tímido o resultado, mas antes, a expectativa é que foi colocada demasiado grande. O correto é acolher o grande esforço daqueles que se envolveram na Campanha e programar os próximos passos, com esperança e realismo.

Caminhos que se abrem Alguns sinais promissores nos fazem olhar o futuro com sadia esperança. E o primeiro sinal, a meu ver, foi a reação diante da notícia de que não estamos prontos para partir. Podemos adiar a partida, mas não desistir. Em conformidade com o Conselho Missionário Diocesano, o COMIDI, deveremos não só destinar essa arrecadação integralmente para a sua finalidade, a Diocese de Pemba, mas até mesmo estabelecer uma forma de campanha permanente, para que esse fundo missionário possa crescer.

Na foto página do artigo de Dom João Bosco na edição do mês passado.

Já mencionamos no BIO passado que dois seminaristas, já próximos da ordenação, se apresentaram para fazer o curso “Ad gentes” do Centro Cultural Missionário, em Brasília. Rafael Santana e Dênis Mendes participam de uma preparação intensiva para aqueles que vão ser missionários em outros países. O curso não é apenas teórico, mas uma convivência com outros missionários que trazem testemunhos vivos e belas experiências. Logo poderão estar prontos para ir além fronteiras. Outros jovens seminaristas já comentaram comigo que esse exemplo é atraente. A proposta de uma pequena expedição, mais breve, para conhecimento e estudo do local, permanece de pé. Precisamos ter uma ideia mais concreta da realidade que vamos encontrar. Outra perspectiva interessante é que no próximo ano estão sendo programadas as visitas pastorais missionárias onde, ao lado da visita do bispo às comunidades, uma ampla frente missionária visitará todas as casas, região por região, até passar por toda a diocese. A mesma alegria missionária que invadiu Itapevi e Alumínio estará se repetindo em todas as cidades.

Vamos intensificar as orações Essa é a estratégia que mais resulta em abundantes frutos de missão. “Pedi ao Senhor da messe que envie operários à sua messe”. É a fórmula mais simples. Não demanda demasiado investimento, só a dedicação do tempo e do coração. E o fruto aparece. Não vamos economizar aí, porque o Senhor tem sido generoso conosco no número de jovens que procuram o seminário diocesano, só vamos rezar para que venham com essa disposição missionária que a Igreja pede e necessita.

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Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco 3


IGREJA EM AÇÃO

BIO PASCOM Paróquia São Roque

Ano Mariano é tema da tradicional festa de São Roque “O Senhor fez em mim maravilhas” (Lc 1,49)

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luz deste trecho do Cântico de Maria, a Paróquia São Roque/SR celebrou solenemente as festividades em louvor aos seus padroeiros São Roque e Nossa Senhora da Assunção. Neste ano de 2017, as ‘Festas de Agosto’, sob a coordenação dos festeiros Lauro e Véra, Itacir e Ligia, e orientação espiritual do Pároco Pe. Daniel Balzan transcorreram em um clima de muita espiritualidade, fé e alegria! Em comunhão com a Igreja do Brasil, a Paróquia São Roque buscou viver intensamente este “Ano Nacional Mariano”, ocasião da celebração do tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora nas águas do Rio Paraíba do Sul, e também do centenário das aparições da Virgem Maria em Fátima. Dentro desta perspectiva, a cada missa da novena mensal, refletiu-se sobre um dogma ou título dedicado a Nossa Senhora. Na “Escola de Maria”, a comunidade paroquial são-roquense aproximou-se ainda mais de Jesus! A Paróquia São Roque teve ainda outro tema muito especial para celebrar: os 360 anos da Fundação de São Roque. Há 360 anos, o fundador Pedro Vaz de Barros deixou em testamento: “Deixo os meus bens aos meus herdeiros, e a obrigação de todo dia 16 de agosto enfeitar a Igreja e trazer padres para fazer a Festa de São Roque”. Jamais ele poderia imaginar que seu testamento se tornaria nesta linda e grandiosa festa em honra ao seu santo de devoção pessoal! O objetivo das ‘Festas de Agosto’ é evangelizar e irmanar famílias em torno da igreja. Assim, muitas foram as atividades realizadas: novena mensal e no Morro do Cruzeiro, jantares, caminhada à capela Santo Antônio, subida no Morro do Saboó, desfile dos carros de lenha, reuniões, confrater-

nizações e até uma viagem turístico-religiosa ao Santuário Nacional de Aparecida! Como preparação imediata, foi celebrada a novena diária. A cada missa, à luz da vida de São Roque, contemplou-se um setor da vida familiar e paroquial, dedicando-lhes uma bênção especial. As ‘Festas de Agosto’ culminaram com as procissões de Nossa Senhora da Assunção (15) e São Roque (16). Uma emoção especial tomou conta do coração de todos! A Paróquia São Roque teve a honra de receber Dom Ercílio e Dom João para presidirem a Solene Missa de Nossa Senhora e São Roque. Nem

o frio nem a chuva impediram os devotos de participarem das celebrações e demonstrarem a sua fé! Ao final da procissão de São Roque, o Pe. Daniel anunciou o nome dos festeiros das Festas de Agosto 2018: Amauri e Tania, Paulo e Pituca. Assim, um novo ciclo se inicia! Uma nova festa contagia a família paroquial são-roquense, a qual, animada pela sua fé, é responsável por dar continuidade a este legado e manter viva esta linda tradição: as Festas de Agosto! Viva Nossa Senhora! Viva São Roque! Thaíza Thiemi Kono Paróquia São Roque/SR

Diocese de Osasco promove 5º Encom Encontro de Comunicadores da Diocese de Osasco “Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, «moem» tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.” - Mensagem pelo 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em Memória

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de São Francisco de Sales, com o Tema: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5).

Diocese de Osasco convida a todos os comunicadores a atenderem ao chamado do Santo Padre, para promovermos essa cultura do encontro e das relações sociais, no próximo dia 28 de outubro no 5º ENCOM - Encontro de Comunicadores, que acontecerá no auditório da Paróquia Imaculada Conceição, na Cidade de Osasco, Km 18. O encontro tem o objetivo de unir todos agentes da Pastoral da Comunicação PASCOM Diocesana

Na foto, comunicadores da diocese no 4º Encom

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de toda a diocese e região, padres, seminaristas, agentes de outras pastorais e movimentos, estudantes e comunicadores da região para um dia de formação e celebração do 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Em razão do ano mariano o tema do encontro é “Maria, a primeira que anunciou” e a organização do evento fica na responsabilidade da Pascom Diocesana. Será um dia inteiro de trabalhos e formações. O dia iniciará com Santa Missa, presidida por D. João Bosco, bispo diocesano, onde celebraremos juntos nossos trabalhos de comunicação. O Papa Francisco nos convida a deixarmos moldar nossa forma de anunciar “A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. Tal confiança que nos torna capazes de atuar – nas mais variadas formas em que acontece hoje a comunicação – com a persuasão de que é possível enxergar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa”, diz a mensagem do Papa em razão do 51º Dia Mundial da Comunicação, que aconteceu no último dia em 28 de Maio.

Neste dia, contaremos com a presença do Pe. Marcus Vinicius, coordenador da Pascom no Regional Sul 1 da CNBB e que falará sobre o trabalho pastoral e a espiritualidade do comunicador. E no período da tarde trabalharemos com diversas oficinas. Procure o seu coordenador paroquial da pascom para saber mais informações. Para se inscrever gratuitamente basta acessar o endereço www.diocesedeosasco.com.br/encom e completar a inscrição com os seus dados pessoais. Mais informações: pascom@diocesedeosasco.com.br imprensa@diocesedeosasco.com.br Carol Gonzaga Pascom Diocesana Setembro de 2017


TESTEMUNHO DE FÉ

BIO

Pastoral da Pessoa com Deficiência comemora 5 anos em Carapicuíba Transformando vidas: estímulo ao protagonismo das pessoas com deficiência na Igreja e na sociedade

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er protagonista de suas próprias vidas é o que as pessoas com algum tipo de deficiência mais almejam. Elas vêm lutando pelo seu espaço na sociedade há muitos anos nos setores da educação, da mobilidade urbana e do trabalho. Cerca de 23,9% da população brasileira tem alguma deficiência (CENSO 2010), ou seja, são mais

de 45 milhões de pessoas em busca da inclusão social. Preocupada com essa situação, a Igreja Católica adotou como tema da Campanha da Fraternidade, de 2006, as pessoas com deficiência. O lema "Levanta-te e vem para o meio" (Marcos 3,3) sugeriu uma mudança de atitude para romper as barreiras da exclusão. Foi, então, que um grupo de pessoas com deficiência e de voluntários de organizações católicas e não católicas se reuniu em prol da fundação da Pastoral da Pessoa com Deficiência (PPD), fruto das sementes de fé e da atuação cristã.

Segundo a secretária da pastoral e responsável pela comunicação, Eliane Maria dos Santos, o curso promove a oportunidade de aprender comportamentos e receber orientações para a convivência e acolhimento da pessoa com deficiência, além de um primeiro contato com a técnica narrativa da audiodescrição. “O curso aconteceu pela 1ª vez em 2016 e se repetiu com sucesso, agora, em julho desse ano. Na 2ª edição tivemos uma palestra com o professor Valter Carvalho, que deu dicas e apresentou procedimentos para lidar da melhor forma com pessoas com deficiência, apresentou pictogramas, quais os tipos de deficiência e suas condições, assim como os meios de comunicação existentes, como libras, braile, tadoma, audiodescrição, etc”, afirmou Eliane. O curso também contou com a participação da professora Araçari Teixeira, que apresentou as técnicas da audiodescrição. “Também tivemos apresentação de vídeos e dinâmicas em duplas para a audiodescrição, além de informações sobre abordagem de pessoas com deficiência”, comentou a comunicadora. O objetivo do curso é promover uma Igreja mais acolhedora e inclusiva. “Ele gera mais desejo das pessoas participarem da PPD, assim como mais habilidade para lidar e conviver com as pessoas com deficiência”, informou a coordenadora Eunice que explicou que a intenção é que o curso seja oferecido com maior profundidade e periodicidade futuramente.

O despertar da semente: da exclusão ao chamado para servir

Equipe da Pastoral da Pessoa com Deficiência, da Paróquia Cristo Ressuscitado, com alunos e o pároco Padre Alexandre Douglas Crispim (3º da esquerda para a direita) durante curso de formação de agentes pastorais (Carapicuíba/julho de 2017).

Ao mesmo tempo, paróquias e comunidades, antes inacessíveis sob vários aspectos – arquitetônico, atendimento e na celebração de missas – passaram por várias adaptações. A Catedral Santo Antônio, de Osasco, é um exemplo e passou a ofertar missa traduzida em Libras, para que os deficientes auditivos possam acompanhar a celebração. Já a Paróquia Santo Antônio, de Cotia, adaptou a entrada da Igreja com rampas de acesso para as pessoas com deficiência física.

Paróquias de Carapicuíba: pioneiras na implantação da Pastoral A Paróquia Cristo Ressuscitado (Jardim Novo Horizonte) e a Paróquia Santo Antônio (Vila Caldas) foram as primeiras da Diocese de Osasco a instituir a PPD. Ativa desde 2012, a pastoral surgiu após uma visita do então Bispo Dom Ercílio Turco por ocasião da Campanha da Fraternidade de 2006. “Essa Pastoral vem caminhando há 11 anos na Arquidiocese de São Paulo e eles nos dão todo o apoio necessário quando precisamos”, informou Eunice de Fátima Silva, coordenadora da PPD da Paróquia Cristo Ressuscitado, que também é deficiente visual. “Temos

ainda algumas pessoas que são referência da pastoral em suas respectivas paróquias. Temos a Beatriz nos representando na São Francisco de Assis (Cidade Ariston/Carapicuíba), O Edvaldo na Nossa Senhora Aparecida (Centro/Jandira) e a Simone na Santa Rita (Vila Dirce/Carapicuíba), que trabalha na inclusão de crianças autistas”, completou.

Colhendo os frutos: curso de Acessibilidade, Audiodescrição e Acolhida já está em sua 2ª edição Como resultado desse trabalho em conjunto, a PPD da Paróquia Cristo Ressuscitado colhe os frutos com a formação de agentes por meio da realização do Curso de Acessibilidade, Audiodescrição e Acolhida, já ministrado pela 2ª vez. Setembro de 2017

Vítimas de preconceitos, conclui-se que é a falta de conhecimento da população que fomenta as reações e inquietações com relação às pessoas com deficiência, por não saberem lidar com a diferença – como paralisia, cegueira, surdez, ausência de membros ou deficiência mental. “Para muitos, a deficiência é uma doença grave e limitante, mas o que falta mesmo são recursos para que eles possam se desenvolver e demostrar todo o seu potencial. Precisamos aceitá-los e inclui-los cada vez mais em todas as atividades e movimentos da Igreja”, afirmou Eunice. “Temos vários exemplos de pessoas que se encontraram com a Igreja e com o Evangelho por conta da Pastoral da Pessoa com Deficiência. Algumas foram evangelizadas e, com muita luta e trabalho viraram evangelizadoras”, finalizou a coordenadora da Pastoral. Para mais informações sobre a Pastoral da Pessoa com Deficiência: (11) 4186-5944 (Eunice). Daniela Nanni Redação BIO

Próximo Evento Dia 03/12 - Missa da Acessibilidade em Ação de Graça ao Dia Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (em conjunto com a Pastoral da Saúde Diocesana), às 10h00, na Catedral Santo Antônio - Osasco - SP

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MÊS DA BÍBLIA

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BIO

A Bíblia, fundamento da evangelização

e Evangelho significa Boa Nova, evangelização faz referência ao anúncio da Boa Nova. Cada um dos evangelistas acentua um aspecto da evangelização: Mateus sublinha a proclamação do reino feita por Jesus; Marcos insiste na história de Jesus como o conteúdo do evangelho; Lucas apresenta a perspectiva do anúncio do Evangelho como boa notícia para os pobres, últimos e excluídos; João fala de Jesus como Caminho, Verdade e Vida para a humanidade e da importância de ser suas testemunhas. Finalmente para Paulo Evangelho é a proclamação da notícia: Deus nos tem salvado e reconciliado na encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Paulo escreve em Gálatas: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de resgatar os que estavam debaixo da Lei, de modo que recebêssemos a adoção de filhos” (4,4). Logo, a pessoa de Jesus, seu testemunho e missão são o fundamento da missão evangelizadora da Igreja e dos cristãos. Jesus proclamou na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a Boa Notícia aos pobres” (Lc 4,18). Jesus mesmo diz: “Eu devo anunciar a Boa Noticia do Reino de Deus também a outras cidades, pois para isso é que fui enviado” (Lc 4,43). E o conteúdo essencial da evangelização está nas palavras de Jesus ao Pai... “esta é a vida eterna: Que conheçam a ti, o único Deus

Exercício Prático

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este mês dedicado a Bíblia, somos chamados a uma profunda meditação da ação da Igreja a partir de sua missão evangelizadora à luz da Palavra de Deus, como uma atitude concreta na realidade em que vivemos. A nossa atitude enquanto discípulos e missionários não deve se restringir apenas a participação nos atos litúrgicos, mas exige de nós uma ação concreta, uma vez que fomos iluminados por sua Palavra devemos colocá-la em prática. Devemos, portanto, exercer a nossa missão de verdadeiros sujeitos na transformação da sociedade, sendo sal da terra e luz do mundo, testemunhando, promovendo, incentivando e defendendo a vida e a dignidade humana.

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verdadeiro, e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3). A evangelização busca o encontro pessoal com Jesus e a adesão confiada ao Deus revelado em Jesus Cristo. Duas dimensões são necessárias: a Evangelização explicita e o amor gratuito e universal de Deus auto comunicado na pessoa de Jesus Cristo pela ação do Espírito Santo. É evangelizado aquele que reconhece em si mesmo e em tudo o que existe a ação criadora de Deus que nos criou a sua “imagem e semelhança” (Gn 1,26) e chamou-nos a uma vida sem fim. Este Deus criador é Pai que, em Cristo, nos fez a todos irmãos iguais e servidores uns dos outros. A CNBB no documento 107: Iniciação à vida cristã evidencia no 1º capítulo como um ícone bíblico da evangelização o diálogo de Jesus com a Samaritana (Jo 4), este diálogo “nos mostra como Assim, propomos gestos concretos que podem ajudar e incentivar a vida da comunidade: Encontros de formação bíblica: para que haja o crescimento e amadurecimento do povo de Deus, incentivando-os para a sua missão. Círculos Bíblicos: Através de pequenos grupos junto às famílias, realizarem leitura, meditação e partilha da Palavra, comprometidos com Boa-Nova de Jesus: “Ide e anunciai o meu Evangelho a todos os povos”, principalmente aos mais necessitados. Pastoral de Conjunto: Necessária em nossas paróquias, para as pastorais juntas realizarem a evangelização com mais eficácia, visitando as famílias, principalmente as mais distantes e carentes da comunidade, partilhando a Palavra e as experiências de vida dessas

um encontro com Jesus muda a própria vida e atinge outras vidas, porque quem descobre essa presença salvadora não a guarda para si. Vai levá-la a outros” (n. 13). Assim Jesus constituiu um grupo de discípulos para que continuassem sua missão. “Vão receber a força do Espírito Santo que descerá sobre vocês. E serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra”(At 1,8) Em Pentecostes envia o Espírito Santo que os constituiu apóstolos formando sua Igreja cuja essência é evangelizar como a comunidade ideal: “eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos na comunhão, na partilha do pão e nas orações” (At 2,42). A Igreja tem recebido do Mestre a ordem de ir pelo mundo inteiro e anunciar o Evangelho, a evangelização é um dever fundamental do Povo de Deus (AG 35), por isso evangelizar é um ato eclesial. Pe. Edmundo De los Santos García, MSpS Pároco da Paróquia Cristo Rei - Itapevi

famílias; para depois, atendê-las através de nossas pastorais, como catequese, batismo, família, irmãos de rua, entre tantas outras. Deste modo, viver e testemunhar a Palavra de Deus é receber a verdade no seu íntimo; é nutrir-se de Cristo, o Pão vivo, a Palavra viva. Assim, ser cristão é ser Cristo – o samaritano, o bom pastor, o servo – levando aos irmãos o amor e o carinho de Deus. Pe. Raimundo Nonato Alves Pároco da Paróquia São Francisco de Assis - Carapicuíba Imagem da Internet

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Setembro de 2017


VOCAÇÃO E VIDA

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COMVOCAÇÃO 2017 A Arena Concha Acústica da Fito em Osasco sediou, nos dias 19 e 20 de agosto, um dos maiores eventos nacionais em prol das vocações sacerdotais.

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gosto é um mês especial para a Igreja Católica, mês que é dedicado às vocações, seja ela sacerdotal, religiosa ou leiga. A Diocese de Osasco celebra as vocações de uma maneira especial, desde 2004 realiza o ComVocação. O evento que surgiu originalmente em prol das vocações sacerdotais e, hoje, em sua 14ª edição atende não somente aos futuros sacerdotes, mas também aos religiosos, jovens vocacionados e as famílias que prestigiam o evento. Sempre privando o seu objetivo principal, auxiliar o Seminário Diocesano. Em 2002, o Padre Marcos Funchal lançou a semente de criar uma organização que buscaria maneiras de angariar recursos para auxiliar

nos estudos e formação dos seminaristas e diáconos do Seminário São José, foi criada então a comissão “Amigos do Seminário”. A partir daí surge o ComVocação, que acolhe milhares de pessoas, não somente pelos shows, mas por toda a estrutura oferecida aos visitantes. Sacerdotes de todo o país estão presentes nas missas, no atendimento às confissões e estandes da feira vocacional. Com o trabalho e missão de apresentar suas atividades aos visitantes, os expositores promovem palestras, teatro, orações, músicas, vídeos, além de livros e panfletos distribuídos aos visitantes, onde muitos jovens se identificam com os carismas e descobrem o seu chamado vocacional. Presentes no 14º ComVocação estavam também as pastorais de ação social, familiar e catequese, cujo trabalho exige zelo e vocação de leigos que estão dispostos a doar seus dons para ajudar ao próximo, como nos diz o próprio Jesus. A Pastoral Familiar realizou atendimento aos visitantes, orações do Santo Terço, e orações a Nossa Senhora, tudo no contexto do Ano Jubilar Mariano. O trabalho com as famílias em nossa diocese, particular-

mente, tem tido um papel forte e marcante pelo fato que, atualmente, nosso bispo diocesano Dom Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM, ocupar o cargo de Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O ComVocação acontece sempre no terceiro final de semana do mês de agosto. Jefferson Rodrigues ComVocação Press

ComVocação

Diocese de Osasco prepara Semana da Vida

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ma semana intensa de atividades marcará este ano a Semana da Vida, de 1 a 8 de outubro. Promovida em nível nacional pela CNBB, a diocese de Osasco já realiza atividades desde 2011, por meio da CDBDV – Comissão Diocesana de Bioética em Defesa da Vida. Este ano, uma importante novidade marcará o conjunto de ações: o engajamento da Pastoral Familiar Diocesana na organização e realização. A Semana da Vida promete ser bem movimentada, ainda não há calendário especí-

fico de atividades, mas já é possível prever pontos importantes, como: • Abertura dia 1º de outubro na missa das 19 horas, na Catedral, com o envio dos participantes. • De segunda a sexta-feira, audiências públicas com palestras dentro do tema proposto em locais de fácil acesso à população, como salões paroquiais, escolas ou câmaras municipais, priorizando os municípios em que foi aprovada a Lei do Dia do Nascituro, a saber: Osasco, Carapicuíba, Barueri, Cotia e Mairinque, podendo expandir para CDBDV

Na foto, caminhada contra o aborto realizada em 2016.

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outras cidades da região, e ainda, garantindo que todas as regiões pastorais sejam contempladas. A Co-

João Bosco Barbosa de Sousa, o “sim” corajoso e definitivo de Nossa Senhora ao Pai “trouxe ao mundo o Deus

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali eu estarei.” (cf. Mt 18,20) missão de Bioética fará contato com as Câmaras Municipais para garantir que os encontros tenham caráter oficial, como em todos os anos. •No sábado, dia 7, será realizada a tradicional Caminhada em Defesa da Vida, com concentração pela manhã junto à Estação da CPTM de Osasco e encerramento na Catedral, com Missa. •Domingo, dia 8 de outubro, Dia do Nascituro, os organizadores e participantes darão testemunho do trabalho realizado nas missas das paróquias a que pertencem. Inspiração mariana Maria tem lugar especial nas reflexões propostas no subsídio da Semana Nacional da Vida. Para o bispo de Osasco e presidente da CNPF, dom

encarnado. Deus, tomando a vida humana como sua, tornou-a digna e sagrada”. (Pastoral Familiar – CNBB) “Bendito é o fruto do teu ventre”, tema do Hora da Vida 2017, é a frase de Isabel a Maria, mas hoje é a frase que toda mulher gestante merece ouvir para valorizar, amar e defender o filho que gera em seu ventre. Diante da cultura de morte e do descartável, muitas vezes, a criança é vista como inimiga da mulher e é condenada à morte, e cada vez mais o Estado patrocina esta atrocidade, por meio de ações para facilitar o acesso ao “aborto seguro”. Em breve, divulgaremos maiores informações. Cida Diniz Comissão Bioética 7


FORMAÇÃO PERMANENTE

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Sacramento da Ordem “A Ordem é o Sacramento que habilita para o exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos, de apascentar a sua grei, no poder do Espírito e segundo o seu coração. Apascentar o rebanho de Jesus não com o poder da força humana, nem com o próprio poder, mas com o poder do Espírito, e segundo o seu coração, o coração de Jesus, que é um coração de amor” - Papa Francisco

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palavra “Ordem” era utilizada na Antiguidade Romana para designar os corpos constitutivos no sentido civil, especialmente o corpo dos que governavam, com isso ordenação (ordinatio) é a integração a um “ordo” (ordem). Na Tradição e na Escritura, observa-se que na Igreja há “ordo”, como se nota na liturgia que fala de “ordo episcoporum” (ordem dos bispos), “ordo presbyterorum” (ordem dos presbíteros) e “ordo diaconorum” (ordem dos diáconos) – Cf. CIC 1537. No Antigo Testamento, lê-se como figuras que indicam o futuro Sacramento da Ordem: os Levitas, Aarão, os Setenta Anciãos (Nm 11,25). Estas prefigurações encontram seu pleno cumprimento na pessoa de Jesus Cristo, que com o Sacrifício da Cruz é o “único...mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5), o “sumo Sacerdote à maneira de Mel-quisedec” (Hb 5,10). Este único sacerdócio de Cristo se atualiza na Igreja pelo sacerdócio ministerial, nas palavras de Santo Tomás de Aquino: “Somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são seus ministros” – Cf. Compêndio do CIC 324. No Sacramento da Ordem, Deus Pai, pela efusão do Espírito Santo, configura o batizado ao seu Filho Jesus Cristo, o consagrando ao ministério de anunciar, santificar e go-

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PASCOM Diocesana

vernar. Esta realidade se aplica de modo particular e primeiramente ao Bispo, sucessor dos apóstolos, seguido pelo presbítero e diácono, estes que são cooperadores do Bispo segundo a especificidade de sua vocação – Cf. Diretório dos Sacramentos da Diocese de Osasco 271 Por fim, assim como se iniciaram estas breves linhas com a palavra do Sucessor de Pedro, nada mais justo que concluir com o Santo Padre, o Papa Francisco, quando o mesmo fala sobre a Vocação ao Ministério Ordenado: “mas como se deve fazer para ser sacerdote, onde se vende o acesso ao sacerdócio? Não, não se vende! Trata-se de uma iniciativa que o Senhor toma. É o Senhor que chama. E chama cada um daqueles que Ele deseja como presbíteros. Talvez aqui haja alguns jovens que sentiram no seu coração este apelo, o desejo de se tornar sacerdotes, a vontade de servir os outros em tudo aquilo que vem de Deus, o desejo de estar durante a vida inteira ao serviço para catequizar, batizar, perdoar, celebrar a Eucaristia, curar os enfermos... e assim durante a vida inteira! Se algum de vós sentiu isto no seu coração, foi Jesus que o pôs ali. Esmerai-vos por este convite e rezai a fim de que ele prospere e dê frutos na Igreja inteira”. Seminarista Denis Mendes

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FORMAÇÃO PERMANENTE

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Os cenários da igreja na dimensão pastoral

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formação dos seminaristas é composta pelas seguintes dimensões: espiritual, humano-afetiva, intelectual e pastoral. A dimensão pastoral, centrada na formação pastoral como o nome já indica, é aquela que prepara os seminaristas para serem pastores à imagem de Cristo Bom Pastor. Ver a realidade e saber agir a partir desta mesma realidade é primordial durante a formação pastoral. Dentre outras situações, ajuda no desenvolvimento pastoral conhecer os cenários que a Igreja pode apresentar. Como assim ‘cenários da Igreja’? Quer dizer que há mais de uma Igreja? Não, é bom deixar claro que a Igreja é uma só: Una, Santa, Católica e Apostólica, contudo pode apresentar cenários diversos conforme veremos mais adiante, sendo que cada cenário tem sua especificidade. Conhecendo estes diferentes cenários será possível obter uma visão crítica de como estamos caminhando enquanto Igreja, além de notarmos a dinamicidade da mesma. De acordo com o Pe. João Batista Libanio em sua obra “Cenários da Igreja”, a Igreja pode ter quatro cenários, a saber: Igreja da Instituição, Igreja do Carisma, Igreja da Palavra e Igreja da Práxis-Libertadora. Vejamos, resumidamente, as características de cada um:

Igreja da Instituição

tímulo e questionamentos. Ela será lida como um livro de consolo e receitas pessoais a modo dos livros de autoajuda com o reforço da autoridade de Deus.

Igreja da Pregação

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Neste cenário, valorizar-se-ão na Igreja o aspecto doutrinal, o conhecimento, a pregação, o ensino sob as formas de catequese, teologia, evangelização, anúncio missionário, moral etc. A vida inteira da Igreja organizar-se-á em torno da Palavra: cursos de Bíblia e de teologia para formar os catequistas, os agentes de pastoral e os membros dos movimentos.

Igreja da Práxis-libertadora

de acordo com a vontade de Deus como por exemplo a fidelidade ao Magistério, cristãos perseverantes na oração pessoal, uma Igreja que se nutre e vive da Palavra, e que põe em prática os ensinamentos de Cristo na vida comunitária e social. Enfim, é natural que, pessoalmente, nos identifiquemos mais com um dos cenários, mas é importante não nos fecharmos em apenas um deles. Cabe ao homem ver a realidade onde se encontra, e de forma crítica absorver o que é bom de cada cenário a fim de agir conforme a vontade do Senhor, sem jamais esquecer-se que acima de qualquer capacidade humana, a Igreja é e sempre será guiada pelo Espírito Santo. Por isto, rezemos por toda Igreja: rezemos pelo Papa Francisco, bispos, padres e leigos do mundo inteiro. Rezemos de maneira especial por D. Frei João Bosco, bispo da nossa diocese de Osasco, bem como pelo clero e pelos futuros presbíteros desta mesma diocese para que inspirados por Deus sejam pastores de almas e saibam discernir nos sinais do tempo qual a vontade do Senhor. Seminaristas:

Marco Aurélio (1º ano de teologia) Lucas Orneles (1º ano de teologia) Rogério Batista (1º ano de teologia) Samuel Elias Netto (1º ano de teologia) Hiago Willian (2º ano de filosofia) Alexandre de Paulo Silva (2º ano de filosofia)

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Cenário da unidade, da visibilidade, da autoridade interna na Igreja e de uma presença na sociedade. Para tanto, a Igreja disputará espaços cada vez maiores na publicidade midiática. Nesse contexto, o clero atribuirá mais importância à exterioridade comunicativa, visual e midiática da mensagem do que a seu conteúdo. Formar-se-á mais para suas funções sagradas e institucionais.

Igreja do Carisma Imagem da Internet

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É um cenário quase oposto ao anterior. É o triunfo do carisma, da espiritualidade, da mística, das experiências pessoais e subjetivas. A Escritura frequentará as mãos dos fiéis, que encontrarão nela, de maneira imediata e literal, conselhos, palavras de esSetembro de 2017

Nesse cenário, predominará a leitura popular da Escritura nos círculos bíblicos, em que se articulam fé e vida. A catequese, a liturgia, a pastoral assumirão a perspectiva libertadora. Multiplicar-se-ão as celebrações da Palavra sem ministro ordenado. A presença da Igreja na sociedade se tornará mais expressiva e crítica, seja por meio de seus ensinamentos sociais, seja mediante práticas pastorais sociais”. Ao estudarmos mais a fundo as demais características de cada cenário (que não são poucas) será possível constatarmos que não há um cenário perfeito. Todos os cenários possuem pontos positivos e pontos negativos. Excluindo os pontos negativos, até parece que todos se complementam se desejamos uma Igreja Imagem da Internet

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ANO MARIANO

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Maria, Mãe de Deus e da Igreja

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á uma relação profunda entre a Igreja e a Virgem Maria. É vista como membro de destaque, ocupando um lugar especial em sua doutrina, possui um papel fundamental na obra redentora de Cristo e na vida eclesial. Maria Santíssima é vista como a figura da Igreja, porque pela sua obediência e sua fé gerou o Filho de Deus na terra. Os fiéis esforçam-se em crescer na santidade, desvencilhando-se do pecado e olhando para Maria resplandecente diante da comunidade dos cristãos como modelo de virtudes. Ela possui e transparece as exigências da fé; quando ela é exaltada e honrada, ela atrai os fiéis para Jesus. O Povo de Deus procura em Maria um apoio para sua própria fé. A participação viva na fé de Maria determina sua presença singular na peregrinação da Igreja, como novo Povo de Deus disperso pelo mundo inteiro. A fé de Maria é a fé do Povo de Deus que está peregrinando. Sendo que é uma fé transmitida conforme o conhecimento e também o coração. Maria encontra-se sempre presente na caminhada de fé do povo em direção à luz. A Igreja deve olhar para Maria, que é sua Mãe e modelo, com o intuito de entender o significado de sua missão. Como Virgem e Mãe, é modelo para a Igreja. Maria foi a primeira a acolher a Palavra do Senhor na Anunciação, mantendo-se fiel até as últimas consequências. A Igreja também se torna mãe quando acolhe a Palavra de Deus e pela pregação e pelo Batismo gera vida nova e imortal para seus filhos, concebidos pelo Espírito Santo e nascidos de Deus. A Igreja aprende de Maria o que é Imagem da Internet

a maternidade, possui vocação maternal. A Igreja é sinal e instrumento da profunda união com Deus, pois através do Espírito Santo gera filhos da família humana para uma vida nova em Cristo. Maria está a serviço do mistério da Encarnação e a Igreja mantém-se no serviço da adoção dos filhos conforme a graça. A exemplo de Maria, que guardava e meditava no seu coração (cf. Lc 2,19.51), a Igreja conserva a fé recebida de Jesus empenhada em preservar a Palavra de Deus, sendo testemunho para todos os seres humanos. A Santíssima Virgem conduz os fiéis para a Eucaristia, onde se torna presente o verdadeiro Corpo trazido em seu sagrado ventre. Em nome da Igreja, sentia-se parte da comunidade nascente. Ela percebeu que sua missão a conduzia à comunidade que escutava a Palavra e partilhava o pão (cf. At 2,42-47). A vida pastoral, na espiritualidade e na doutrina da Igreja, procura em Maria auxílio, força, entusiasmo e direcionamentos para a caminhada. Maria ajuda a reconstruir as vias pastorais dos povos, retomando aspectos próprios da identidade cristã. Ela é um verdadeiro ícone do discipulado e um modelo de ação evangelizadora de libertação a serviço dos pobres, pequenos e oprimidos. Maria Santíssima é a mais perfeita discípula de Jesus, ela é a expressão máxima do seguimento cristão. É modelo de fé (cf. Lc 1,45), de obediência aos desígnios do Senhor (cf. Lc 1,38) e de profunda meditação da Palavra e dos gestos de Jesus. Ela é a primeira entre a comunidade dos fiéis, inclusive colaborando com fortalecimento espiritual dos discípulos. É seguidora consciente do Evangelho, viveu plenamente a fé enquanto Mãe de Jesus e dos discípulos. Maria é singular na História da Salvação, acompanhou Jesus até sua crucifixão. E nesse momento, Jesus a oferece, na pessoa de João, como mãe dos discípulos. Esperou com eles a vinda do Espírito Santo: “Perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus.” (At 1,14). Portanto, ela trabalhou para o surgimento da Igreja missionária. A Santíssima Virgem é missionária, foi à região montanhosa com o intuito de visitar Isabel - “... pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel” (Lc 1, 39-40). A Virgem Maria, enquanto discípula, não temeu as dificuldades inerentes à missão, enfrentou juntamente com seu Filho a via da cruz. A presença de Maria na comunidade foi um sinal de seu compromisso com a missão. Maria ensina que o discípulo e missionário deve escutar a Palavra de Deus e meditar sobre ela. “Maria conservava todas estas recordações e as meditava no coração” (Lc 2,51). Deixa-se conduzir pela Palavra, fazendo que os seus pensamentos estejam em comunhão com os pensamentos de Deus e do mesmo modo ocorre com seu agir, isto é, de acordo com o Senhor. Maria

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é também modelo de caridade, ao perceber as necessidades de seus filhos, como fez nas Bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Com sua atitude, indica que os discípulos de Jesus devem ser repletos de gestos de atenção, serviço, doação e gratuidade. Maria Santíssima testemunha em sua vida os sinais que a identificam como discípula de seu Filho. Seu comportamento e suas atitudes sempre se referem a Jesus. A Virgem Maria guia sua vida pelo Evangelho. Ela reproduz em sua fala o projeto de Jesus. Quando Ela canta o Magnificat, ecoa o projeto de vida do Senhor. É plena discípula, pois compreende que o intento de Jesus é continuado pela Igreja. Unida aos apóstolos, Maria age como Igreja que se origina para continuar a missão de Jesus. Com o Papa Francisco, rezemos à Maria, Mãe da Igreja: Mãe do amor, intercedei pela Igreja, da qual sois ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua paixão por instaurar o Reino. Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até os confins da terra. Amém. - Papa Francisco. Pe. Luiz Rogério Gemi. Vigário Paroquial da Catedral Santo Antônio

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PAPA

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Corrupção, câncer que mata o homem e a sociedade

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oi lançado no dia 15 de junho de 2017, o livro-entrevista do prefeito do dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, e Vittorio V. Alberti, com o prefácio do Papa Francisco, intitulado “Corrosão”. “A corrupção, na sua raiz etimológica, define uma dilaceração, uma ruptura, decomposição e desintegração. A corrupção revela uma conduta antissocial tão forte que dissolve as relações e os pilares sobre os quais se fundam uma sociedade: a coexistência entre as pessoas e a vocação a desenvolvê-la”, escreve o Papa. “A corrupção, na sua raiz etimológica, define uma dilaceração, uma ruptura, decomposição e desintegração. A corrupção revela uma conduta antissocial tão forte que dissolve as relações e os pilares sobre os quais se fundam uma sociedade: a coexistência entre as pessoas e a vocação a desenvolvê-la”, escreve o Papa. Coração corrupto Segundo o Pontífice, “a corrupção quebra tudo isso, substituindo o bem comum com o interesse pessoal que contamina toda perspectiva geral. Nasce de um coração corrupto. É a pior praga social, pois cria problemas graves e crimes que envolvem todas as pessoas”. “A palavra corrupção recorda o coração fragmentado e manchado por algo, como um corpo arruinado que entra num processo de decomposição e exala mau cheiro”, sublinha Francisco. A seguir, o Papa faz uma série de

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perguntas: “O que há na origem da exploração do ser humano contra outro ser humano? O que há na origem da degradação e da falta de desenvolvimento? O que há na origem do tráfico de pessoas, de armas e drogas? O que há na origem da injustiça social e da mortificação do merecimento? O que há na origem da ausência de serviços para as pessoas? O que há na raiz da escravidão, do desemprego, da negligência das cidades, do bem comum e da natureza? O que destrói

ganizações criminosas. Existe uma profunda questão cultural que deve ser enfrentada. Hoje, muitas pessoas não conseguem imaginar o futuro. Para um jovem, hoje, é difícil crer realmente em seu futuro, em qualquer futuro, e o mesmo para sua família. Essa nossa mudança de época, tempo de crise muito vasto, mostra a crise mais profunda que envolve a nossa cultura. Nesse contexto, a corrupção deve ser enquadrada e entendida em seus vários aspectos. Todos estamos expostos à tentação da corrupção”. Imagem da Internet

o direito fundamental do ser humano e a integridade do ambiente? A corrupção é a arma, a linguagem mais comum das máfias e das organizações criminosas do mundo.” Cultura de morte Segundo Francisco, “a corrupção é um processo de morte que dá linfa à cultura de morte das máfias e or-

“A corrupção tem na origem o cansaço da transcendência, como a indiferença. Por isso, o corrupto não pede perdão. A Igreja deve ouvir, elevar-se e inclinar-se sobre a dor e sofrimento das pessoas segundo a misericórdia e deve fazer isso sem ter medo de purificar-se, buscando sempre o caminho para se melhorar”, ressalta o Papa, ci-

tando o teólogo francês Henri de Lubac: “O maior perigo para a Igreja é a mundanidade espiritual, portanto, a corrupção, que é mais desastrosa que a lepra infame.” “A nossa corrupção é a mundanidade espiritual, a tepidez, a hipocrisia, o triunfalismo, o fazer prevalecer somente o espírito do mundo em nossas vidas e o sentido de indiferença”, destaca Francisco. Beleza Segundo o Pontífice, o antídoto contra a corrupção é a "beleza", que “não é um acessório cosmético, mas algo que coloca no centro a pessoa humana para que ela possa levantar a cabeça contra todas as injustiças. Essa beleza deve casar-se com a justiça”. “Nós, cristãos e não cristãos, somos flocos de neve, mas se nos unirmos, podemos nos tornar uma avalanche: um movimento forte e construtivo”, ressalta Francisco. “Eis o novo humanismo, este renascimento, esta recriação contra a corrupção que podemos realizar com audácia profética.” “Devemos trabalhar todos juntos, cristãos e não cristãos, pessoas de todos os credos e ateus para combater esta forma de blasfêmia, este câncer que mata as nossas vidas. É preciso tomar consciência urgentemente. Para isso, são necessárias educação e cultura da misericórdia. É necessária também a colaboração de todos, segundo as próprias possibilidades, talentos e criatividade”, conclui o Papa. Fonte: http://br.radiovaticana.va

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PROGRAME-SE

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Agenda Diocesana 16/09 • Posse dos Padres Servitanos 19h30 - Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Cotia 21/09 • Festa de São Mateus - Apóstolo

Quem são os futuros sacerdotes da diocese Luiz Roberto

Ricardo Rodrigues

Nasceu em 30 de janeiro de 1985 e ingressou no Seminário em fevereiro de 2009. Sua paróquia de origem é a São José Operário, no Jardim Munhoz Jr. em Osasco. Atualmente o Diácono Luiz Roberto exerce o ministério na Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Jardim Piratininga – Região Bonfim. Já passou pelas paróquias: Paróquia Santa Cruz – Ibiúna, Paróquia Santa Isabel – Osasco, Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Jardim Coimbra – Cotia.

Nasceu em 03 de agosto de 1987 e ingressou no Seminário no dia 11 de fevereiro de 2008. Sua paróquia de origem é a São José Operário, no Jardim Munhoz Jr. em Osasco. Atualmente o Diácono Ricardo exerce o ministério na Catedral Santo Antônio - Osasco. Já passou pelas paróquias: Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição – Caucaia do Alto, Paróquia Imaculada Conceição – Jardim Dracena / São Paulo, Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Carapicuíba, Paróquia Nossa Senhora da Escada – Barueri.

Lema: “Passemos para a outra margem” (Mc 4,35) Primeiras missas Sábado, 23 de setembro 19h – Igreja Sagrado Coração de Jesus Av. Diretriz, 434 – Jardim Mutinga - Barueri – SP Domingo, 24 de setembro 08h – Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida R. General Labatut, 19 – Jardim Piratininga – Osasco – SP 18h – Igreja Matriz Santa Isabel R. Dr. Nilo Machado, 337 – Vila Isabel – Osasco – SP

Lema: “Chamei-te pelo teu nome: tu és meu (Is 43,1) Primeiras missas Domingo, 24 de setembro 09h – Igreja Sagrado Coração de Jesus Av. Diretriz, 434 – Jardim Mutinga – Barueri – SP 19h – Catedral Santo Antônio Av. Santo Antônio, 1090 – Vila Osasco – Osasco – SP

Você e sua família são nossos convidados! Desde já contamos com vossas orações pela vida ministerial dos futuros sacerdotes. 12

24/09 • Missa 32 anos da Pastoral da Criança 11h - Catedral Santo Antônio Osasco • Cenáculo Diocesano (RCC) 08h às 17h - Centro de Evangelização Beata Elena Guerra 29/09 • Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael 08/10 • Dia do Nascituro – abertura do mês da vida 12/10 • Solenidade de N. Sra. Aparecida – padroeira do Brasil 14/10 • Jornada dos Movimentos 8h às 12h – Paróquia São Lucas Setembro de 2017


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