Bio dezembro 2016

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Dezembro de 2016 | Ano XXVII

No 237

Natal PÁG. 06

A feliz espera da vinda do Senhor PALAVRA DO BISPO

FORMAÇÃO PERMANENTE

AÇÃO ENTRE AMIGOS

Seminário São José realiza entrega de prêmios

PÁG. 02

VOCAÇÃO

O Amor na Família: é hora de agir

PÁG. 04

Maria Imaculada: livre de todo o pecado

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A profissão a serviço do próximo

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EDITORIAL

Caríssimos irmãos...

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alegria do Natal se faz presente no meio de nós nessa edição do BIO. “Caminho” e “tempo” são expressões que se completam quando se tem em vista um projeto, sonhos e objetivos a serem consolidados. Buscamos um sentido, buscamos razões de “ser”, buscamos a felicidade. Nós somos pastores que após o anúncio do anjo: “Eu vos anuncio uma grande alegria que o será para todo o povo.” (Lc 2,10); que logo, sem demora vamos à Belém, vamos ao presépio, vamos para casa de Deus para encontrar aquilo que nos falta, que preencherá o que está vazio dentro do nosso coração. Tempo, quem nunca indagou sobre isso? Será que terei tempo, quanto tempo falta, o tempo corre depressa, o tempo está complicado? Este espaço do nascer ao morrer, das horas, do dia e da noite, das estações do ano, enfim dos nossos prazos preenchem nossa história. Semelhante aos pastores ouçamos os anjos. Quem são os anjos do nosso tempo? Percebamos os anjos na Palavra de Deus, nos sacramentos, na família, no trabalho e até mesmo na Igreja que querem sem demora apresentar uma grande alegria. Nasceu para nós um Salvador do nosso tempo, da nossa história. Tendo encontrado a razão do nosso tempo, descobrimos enfim, um caminho. Caminho, quem nunca questionou para onde irá sua vida, qual a melhor direção, qual o caminho mais rápido, por qual caminho deve seguir. O embate da direção da vida é o que dá sentido ao tempo. Não podemos caminhar desorientados, perdidos, sem rumo. Hoje nos deparamos com passos acelerados, mas aonde queremos chegar? Mostram-se tantos caminhos, numerosas possibilidades, mas aonde queremos chegar? Isto causa insegurança, medo, desespero e causa um tremendo desgaste e alimenta frustrações. Semelhante aos pastores, temos um diferencial, temos algo de especial para comunicar. Encontramos na fé, na Igreja, conforme o anjo havia dito: o nosso Salvador. Conforme a palavra rezada, conforme os sacramentos celebrados, conforme a experiência vivenciada deste acontecimento que nos encheu de alegria. Quem não haverá de ficar maravilhado por este caminho que trilhamos?! A vida em Deus é plena alegria e encantadora. Tempo precioso é esse em desfrutar tantas maravilhas e saber que temos um caminho certo e seguro de uma esperança que não decepciona. Santo Natal e um ano novo repleto de bênçãos. Pe. Henrique Souza da Silva Assessor Eclesiástico do BIO

Assembleia Diocesana Conversão pastoral: uma igreja missionária e misericordiosa

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colher, discernir e integrar. À luz destes três verbos, propostos pela Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia, a Diocese de Osasco reuniu-se

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BIO em Assembleia no dia 05 de novembro, sábado, no Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, situado na cidade-sede da diocese. Com o intuito de avaliar a sua caminhada pastoral, pouco tempo após a promulgação do 8º Plano Diocesano de Ação Evangelizadora - que carrega em si a especial atenção à família como uma das prioridades escolhidas – a Assembleia Diocesana teve os seus trabalhos norteados por esta Exortação Apostólica, que é o mais recente documento do Magistério acerca desta temática. Após a oração inicial conduzida pelos seminaristas de Teologia, que valorizaram a espiritualidade mariana em consonância ao Ano Nacional dedicado à Virgem Maria, o Secretário Diocesano de Pastoral, Pe. Daniel Bispo da Cruz, conduziu uma reflexão acerca deste primeiro ano de vivência prática do 8º Plano e os frutos que já puderam ser colhidos. Em seguida, nosso Bispo Diocesano, Dom João Bosco, conduziu uma explanação extremamente profícua acerca da Amoris Laetitia, uma vez que, como Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, é referência nacional naquilo que diz respeito ao assunto. Dom João frisou que muito mais do que teoria, a Amoris Laetitia é um documento prático. “É um pedido do Santo Padre que este documento, que exprime a essência do seu pontificado, não seja engavetado”. Nosso bispo prosseguiu sua colocação dizendo que “a família é caminho para que possamos chegar a todas as periferias existenciais. É uma opção eclesial escolhê-la como caminho para a conversão pastoral, a fim de ser cada vez mais uma Igreja missionária e misericordiosa”. Nisso consiste a conversão pastoral: o abandono de estruturas “caducas”, defasadas, que precisam ser reformadas com o intuito de chegar “às noventa e nove ovelhas que

estão fora do redil, enquanto temos apenas ‘uma’ dentro dele”. Com base na visão pastoral proposta pela Amoris Laetitia e na tríplice missão de acolher, discernir e integrar a família, cada Região Pastoral pôde refletir e propor ações práticas que, levando em consideração a temática proposta, englobem formações, ações missionárias e serviços à família, além de especial atenção à juventude. Assim, foram pensadas maneiras que levem todas as pastorais a trabalhar em conjunto com esse único propósito, conduzindo os rumos de nossa Igreja Particular a um cuidado ímpar para com essa instituição que é a base da sociedade, chamada a ser Evangelho Vivo e Berço da Fé (Familiaris Consortio). Os relatórios, frutos das reflexões realizadas pelos sete grupos (a Região Santo Antônio estava subdividida em dois), foram lidos ao final da Assembleia e posteriormente encaminhados ao Secretariado Diocesano de Pastoral, que trabalhará em cima dos mesmos a fim de que sejam postos em prática por toda a diocese.

Ação Entre Amigos

Amigos do Seminário e ganhadores da Ação entre Amigos 2016. O valor arrecadado deste ano tinha o objetivo de realizar uma revitalização (pinturas interna e externa) nas casas de Filosofia e Teologia, mas por maior necessidade, o dinheiro foi investido na compra do novo imóvel, onde foi instalada a casa do Propedêutico Santo Antônio, no bairro de Quitaúna, em Osasco. A todos, em nome dos padres formadores e dos seminaristas, Deus abençoe a sua generosidade em ajudar o Seminário Diocesano na formação dos futuros padres de nossa diocese.

ComVocação

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o dia 24 de outubro, na casa de Filosofia do Seminário Diocesano São José, aconteceu a entrega da premiação correspondente à Ação entre Amigos realizada anualmente em prol do seminário. Após a entrega dos prêmios, houve uma pequena confraternização entre todos os presentes: padres reitores, seminaristas, Comissão Boletim Informativo de Osasco

Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Natália Paula Pereira e Walkyria Aparecida do Rosário Supervisão: Sem. Ricardo Rodrigues Colaboração: Pe. Daniel Bispo da Cruz , Pe. Luiz Rogério Gemi, Pe. Marcelo Fernandes de Lima , Pe. Mauro Ferreira , Pe. Ms. Rogério Lemos, Sem. Vinícius Soares, Sem. Thiago Jordão, Sem. Jhonatan Barbosa, Sem. Leonardo Loriato, Sem. Rodrigo Sousa, Elza Hieko Aoki, Conceição Ferreira Hipólito, Pascom Diocesana

Sem. Vinícius Soares 1º ano de Teologia Seminário Diocesano São José

Sem. Thiago Jordão Responsável Ação Entre Amigos 2016 E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br Diagramação: Iago Andrade Vieira Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 Tel: (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br Dezembro de 2016


IGREJA EM MISSÃO

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Projeto Missionário Pemba “A África nos espera” lança campanha

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a edição de outubro do BIO publicamos matérias especiais sobre a Diocese de Pemba em Moçambique e sobre o projeto missionário da nossa Diocese de Osasco que irá assumir uma paróquia naquela Igreja Particular. Para tanto está se constituindo uma equipe com dois padres, duas religiosas e dois leigos, que serão enviados em setembro de 2017. Até lá, com a equipe formada, acontecerão formações e encontros entre os membros. Pelo menos um deles visitará Dom Luiz, em Pemba, para firmar o acordo entre as duas dioceses. Durante o período que se estende

de janeiro a agosto do ano próximo, se realizará uma intensa campanha em toda a diocese, para que todos os fiéis cresçam na consciência missionária e se envolvam espiritual e materialmente com o projeto. O primeiro passo já foi dado, com o lançamento do projeto no dia 1º de outubro (memória de Santa Teresinha, padroeira das missões) em missa diocesana. Agora está se providenciando todo o material de sensibilização e divulgação. E em janeiro / fevereiro as paróquias receberão um folder sobre a missão, com esclarecimentos sobre o projeto e uma oração, material que

será entregue a cada fiel nas missas acompanhado de um envelope com alguns marca páginas para que cada pessoa os entregue e divulgue o trabalho para amigos e familiares, assim todos poderão contribuir também rezando e fazendo sua oferta, pois quem ajuda a missão tem prerrogativa de missionário. Esta primeira campanha servirá para montar e sustentar a estrutura para os missionários em 2017 (casa, automóvel, passagens, móveis, ajuda de custo, material de pastoral, água, luz, comunicação, etc). Mas o principal objetivo é que todos se sintam responsáveis pela

missão, rezando, divulgando e colaborando financeiramente. Padre Mauro Ferreira Coordenador Diocesano do COMIDI

Solenidade de Cristo Rei celebra a Conclusão do Ano Santo Pascom Diocesana

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o domingo, 20 de novembro, a Diocese de Osasco, representada por suas várias paróquias e diversas pastorais, se reuniu em frente à Catedral Santo Antônio para a missa campal da Solenidade de Cristo Rei do Universo. A solenidade que marca o fim do calendário litúrgico da Igreja teve um sentido maior este ano: a conclusão do Ano Santo da Misericórdia com o fechamento da Porta Santa. A santa missa foi presidida pelo bispo diocesano de Osasco, Dom Dezembro de 2016

João Bosco Barbosa de Sousa, e concelebrada pelo bispo emérito Dom Ercílio Turco e padres da diocese. Também nesta data se celebra o ‘Dia dos Leigos’, lembrados com carinho por Dom João, que destacou a dedicação e importância dos serviços prestados às comunidades e na sociedade “para que a missão do Reino aconteça”, completou. Neste sentido, foram entregues ao bispo, no momento do ofertório, o ‘Plano de Pastoral da Ação Evangelizadora’ das paróquias pelos padres

coordenadores das regiões pastorais. Após o momento da Comunhão, deu-se início ao Rito de Conclusão do Ano da Misericórdia. Dirigindo-se à Porta Santa os bispos presentes se ajoelharam para um momento de oração, e juntamente com os fiéis agradeceram a Deus pelos benefícios recebidos durante este Jubileu Extraordinário. Seguido de uns instantes de veneração, Dom João e Dom Ercílio fecharam a Porta Santa, dando assim por concluído o Ano da Misericórdia na diocese. Durante o Ano Santo, a Catedral de Osasco recebeu inúmeras peregrinações, totalizando 30.000 peregrinos cadastrados, além das peregrinações individuais. Dom João enfatizou que, após o fechamento da Porta Santa, os sinais da misericórdia de Deus permanecem com o início do Ano Mariano pelos 300 anos da aparição da imagem de Aparecida. E recordou os momentos fortes de expressão da fé vividos pela Diocese de Osasco na peregrinação da imagem, que está acontecendo desde o mês de junho e

que se encerrará na próxima Romaria Diocesana, em maio de 2017 no Santuário de Aparecida.

Vivamos este dia de hoje dedicados a realizar o que nos cabe como servos e servas deste Rei”, convidou o bispo. Meire Elaine de Souza Pascom Diocesana Pascom Diocesana

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PALAVRA DO BISPO

BIO

O amor na família: é hora de agir

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pós a breve exposição que tivemos em nossa Assembleia Diocesana de novembro, a partir da Exortação Apostólica do Papa Francisco, Amoris Laetitia, sobre o Amor na Família, espero que todos tenham tido oportunidade de ler ou reler o próprio documento, estudá-lo nos diversos grupos e ambientes de nossa diocese. Há ali, de fato, um amplo horizonte evangelizador, tendo a família como caminho e oportunidade de realizar a sonhada conversão missionária que o Papa pede a toda a Igreja.

Está claro que a Exortação Amoris Laetitia traz uma proposta evangelizadora para toda a Igreja. Todos devem conhecê-la em profundidade, colocando em prática seus ensinamentos. É urgente abraçar as famílias, aproximá-las do Evangelho, curar-lhes as feridas, integrar a todos, até os mais distantes. Por graça da providência divina, o nosso 8º Plano Diocesano, em vigor, contempla bem a prioridade da família. Não será necessário modificá-lo para colocarmos em prática o apelo do Papa Francisco. As nossas assembleias recentes acompanharam o amplo debate dos Sínodos, de modo que abrem caminho para que todas as pastorais descubram e se envolvam com o cuidado das famílias.

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Mesmo estando assim bem planejada a Ação Evangelizadora, restam algumas dificuldades muito grandes: para que o plano escrito e aprovado na assembleia diocesana chegue aos lares, à prática das comunidades, há um árduo caminho a ser feito. E o mais demorado não é ler ou estudar, ou planejar estratégias. Demorado é o caminho da consciência para passar de uma igreja que espera os fiéis chegarem, para uma igreja mis-

sionária, que sai para encontrar os que não vêm; passar de uma igreja de sócios remidos, para uma igreja solidária que busca e oferece amor e salvação a quem necessita. Esta mudança de direção se chama “conversão pastoral”, e é essa a chave geral que liga e ilumina todo o edifício da Igreja que está no pensamento do Papa Francisco. Para conhecer o pensamento e a proposta da Amoris Laetitia, insisto, devemos ler e reler o próprio texto, que é belo e envolvente. Mesmo depois de lido e relido sobram pérolas de grande valor a serem descobertas. É preciso estudar o documento em todos os grupos. Por isso, mais uma vez eu retorno ao tema da família, numa perspectiva de ação pastoral. Tomo como ponto de partida quatro palavras, quatro verbos (verbos são palavras que nos colocam em ação). Esses quatro verbos, muito enfatizados pelo Papa Francisco são: acolher, acompanhar, discernir e integrar. Podemos dizer que esses verbos são o que há de mais original no caminho pastoral do pontificado do Papa Francisco e seus desdobramentos

atingem toda a ação evangelizadora. Vamos ter presente que a nossa diocese caminhou muito à luz do 8º Plano, cresceram os grupos de Pastoral Familiar nas paróquias, os movimentos familiares se envolveram, mas ao apresentar essas quatro palavras, gostaria que todos, todas as pastorais e movimentos, todos os serviços eclesiais se sentissem convocados a refletir e agir.

Acolher: ninguém pode ser excluído do amor de Deus É bonito observar nas nossas igrejas a alegria daqueles que fazem a Pastoral da Acolhida. Sorriso nos lábios, palavras de saudação, informações e outros cuidados. É como fazemos quando chega visita em casa, a acolhida é fundamental. A acolhida vai além do sorriso dirigido aos que já são da comunidade. Uma atenção especial deve ser dada a quem vem pela primeira vez, aos que vêm na ocasião dos sacramentos, ou porque perderam um ente querido. Lugar especial no coração da comunidade merecem aqueles que não são bem aceitos em outros ambientes, os que incomodam, sobretudo os mais pobres, os que se sentem rejeitados. Bem se vê que a Pastoral da Acolhida não deve ser feita só por um grupo uniformizado e sorridente. Deve ser feita por todos. Dando um passo a mais: entendemos que a acolhida não é só esperar. É ir em busca, e quando se trata das famílias, é muito comum que nas horas de maior sofrimento (luto, conflitos, desemprego, filhos difíceis) a família se fecha, se afasta.. Aqui entra a pastoral missionária. É nas visitas missionárias que se vai em busca da ovelha perdida. E ao encontrar quem está afastado, quem errou, quem está só, quem mudou de religião, quem criticou... não importa, acolher bem é não excluir ninguém. Todos devem ser acolhidos e amados. Mas, e os divorciados, os recusados, os de comportamento errático, os maldizentes, os criminosos... até os criminosos? Sim, devem ser acolhidos porque para Deus, todos são filhos. Ele não exclui ninguém. Nós também não podemos excluir. Dezembro de 2016


BIO

Acompanhar: juntos caminhamos mais longe Claro que, ao acolher a todos, devemos apresentar-lhes o amor de Cristo de forma a que se aproximem da verdade, do ensinamento do Evangelho, inicia-se um processo de conversão. Quando se trata de famílias, nem sempre é fácil. Imaginem os jovens que estão há tempos afastados. Imaginem os que só querem batizar, mas não querem participação na igreja. Imaginem os casais fracassados que sentem vergonha ou mesmo foram ofendidos algum dia na igreja. Imaginem aqueles que estão presos no vício, na droga. Imaginem aqueles que nunca tiveram chance de aprender algo de religião. Não é de repente que encontram o caminho. Devem ser acompanhados, com delicadeza e persistência. O papa recomenda um acompanhamento “corpo a corpo”, com amizade e testemunho, investindo tempo e atenção, compartilhando a alegria do retorno à casa. Acompanhar os jovens em sua preparação para a futura vida familiar, acompanhar os casais nos primeiros anos de casamento, acompanhar as inevitáveis crises e dramas familiares, acompanhar os momentos de luto, de perda, e também os sucessos e alegrias. Ninguém cresce na vida cristã sozinho. Quando oferecemos nossa companhia, recebemos mais do que doamos.

Discernir: cada um tem uma história única Ao acolher na Igreja e acompanhar as famílias em sua situação real, nem sempre encontramos famílias onde pai e mãe vivem pleno amor, na graça do sacramento, acolhendo os filhos com responsabilidade, numa verdadeira “igreja doméstica”. Por vezes falta algum desses elementos. Outras vezes a realidade das famílias contraria esse ideal proposto pela Igreja. A tarefa de quem acompanha a família se torna mais complexa: as situações são muito diversas. Nem tudo se resolve através das normas e princípios gerais. É preciso estudar caso a caso. No caso de haver conflito, ou mesmo uma separação, como acolher, como Dezembro de 2016

orientar? Que dizer aos filhos? O Papa Francisco fala em discernimento. Esta palavra quer dizer ponderação, reflexão, procura do caminho mais adequado. Discernir não é julgar. Isso só Deus pode fazer. Quem acompanha uma família pode ajudá-la a questionar, se houve negligência, erros repetidos, se faltou esclarecimento, maturidade, se o caminho de Deus foi abandonado. Discernir é considerar todos os aspectos, levando em consideração o bem de cada um. Por vezes é necessário recorrer ao padre, para que ele oriente. Outras vezes há necessidade de profissionais para orientar a família. Para por em prática isso que pede o Papa será necessário formar melhor os casais da comunidade nessa arte do discernimento. As paróquias deverão ter um centro de atendimento às famílias que ajudem a discernir, nas possíveis emergências: a pastoral da escuta, a mediação de conflitos, atendimento psicológico, médico, jurídico, pedagógico. Há casos em que é possível a declaração de nulidade de um casamento que realmente não foi válido. Antes de fazer um processo de nulidade há todo um trabalho pastoral a ser feito, por pessoas que saibam orientar. Há os casos mais tristes de violência doméstica, a dependência química, o cuidado dos doentes. Nossas comunidades têm profissionais dispostos a ajudar, ou orientar pessoas que se disponham a ajudar. Que bom se pudessem contar com um centro de atendimento desses, para colocar seu saber a serviço dos irmãos que necessitam. Novamente, esse atendimento às famílias supõe competência, tempo e doação pessoal. O próximo Sínodo terá como tema “O jovem, a Fé e o discernimento Vocacional”. O Papa quer que Igreja ajude e ensine os jovens a escolher seu caminho. Estaria o Papa sonhando demais ao pedir isso das nossas igrejas?

Integrar: há um lugar destinado por Deus para cada um O discernimento das múltiplas situações, o acompanhamento cuidadoso das famílias deve levar, gradualmente, a essa última etapa que é a integração da família na vida da

comunidade. Se a Igreja é uma família de famílias, cada uma delas deve se sentir participante. Nem sempre é possível integrar de imediato, mas mesmo as famílias em segunda união deverão se sentir participantes. Se não podem participar ainda, dos sacramentos, podem participar dos benefícios da oração, da partilha da Palavra de Deus, os filhos podem integrar-se na liturgia, nos grupos de jovens, podem ser acolhidos na catequese, podem ajudar nos trabalhos comunitários, podem, sobretudo, dar o seu testemunho diante de tantas famílias que ainda não encontraram o caminho da participação na Igreja. Não há espaço para listar tudo o que se pode fazer para colocar em prática a Exortação Apostólica sobre o Amor na Família. Porém, tendo em vista o nosso 8º Plano Diocesano, apenas deixo algumas perguntas para os Conselhos de Pastoral, para os movimentos e para cada família:

contro das famílias? Há real acompanhamento das famílias dos catequizandos, das famílias que se preparam para o casamento, dos casais que vivem os primeiros anos de vida matrimonial, dos casais em crise, das famílias pobres? As famílias se sentem acolhidas e acompanhadas sem exclusão? • Os movimentos e pastorais se unem em ações de conjunto em favor das famílias, ou só se ligam nas ações do seu próprio grupo, ou da sua espiritualidade? • O cuidado das famílias não pode ficar restrito a um grupo de casais ou a um movimento. É tarefa de todos. Qual o papel da Pastoral Familiar nesse contexto de uma ação evangelizadora de toda a Igreja voltada para a família?

• Nossas paróquias se sentem realmente convocadas a sair ao en-

Dom João Bosco, ofm Bispo de Osasco – SP

Se respondermos bem a estas questões, estaremos vivendo a sonhada “conversão pastoral”.

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NATAL

BIO

Natal, festa do Senhor! Imagem da Internet

A Santa Igreja, no ciclo do ano, revela todo o mistério de Cristo, desde a Encarnação e a Natividade (...) e a expectação da feliz esperança e vinda do Senhor (SC 102)

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povo de Deus, animado pela prática antiquíssima da Igreja, celebra com espírito de fé, esperança e muita alegria o Natal do Senhor. “É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a ‘troca de dons entre o céu e a terra’, pedindo que possamos ‘participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade’” (Missal Romano, Oração sobre as Oferendas, Missa da Noite de Natal). Depois de uma caminhada preparatória para esta festa natalina, por meio do advento, um ciclo de quatro semanas, passamos da feliz expectativa para a celebração do Natal do Senhor já no início da tarde do dia 24 de dezembro, precisamente com as primeiras Vésperas do Natal. A conclusão deste período do ciclo natalino se dará somente no domingo após a Epifania. Este período natalino é marcado por importantes festas litúrgicas, acontecimento da vida de Jesus que marcam ainda hoje a vida de todos nós! Pois, temos dentro desde ciclo litúrgico a comemoração das principais festas de nossa Igreja após a Páscoa do Senhor; são elas: • 25 de dezembro; • 26 de dezembro: Santo Estevão, diácono Protomártir; • 27 de dezembro: São João Apóstolo e Evangelista; • 28 de dezembro: Santos Inocentes mártires. • Oitava do Natal: celebramos a festa da Sagrada Família, embora com Ofício festivo próprio, e precisamente dia 01 de janeiro, a solenidade de Santa Maria Mãe de Deus; • 06 de janeiro: Epifania do Senhor; • Domingo seguinte à Epifania: celebramos a festa do Batismo do Senhor. Um período festivo muito rico e intenso da espiritualidade cristã. 6

Espiritualidade do Natal e sua Oitava A Igreja tem pela liturgia do Natal do Senhor, uma sistematização clara da fé e dos conceitos que colaboraram com o desenvolver teológico e espiritual de nossas comunidades. As novenas de Natal são momentos fortes de espiritualidade da comunidade de fé. Há paróquias que preparam a sua novena natalina e as realizam nas casas, e outras paróquias o fazem na Igreja, e adquirem as já formuladas por grupos litúrgicos espalhados por todo o Brasil. A CNBB também apresenta uma novena para o Natal. O importante é viver essa bonita preparação para o Natal do Senhor que as novenas nas casas ou igrejas, provocam nas pessoas. Temos também a Antífonas do “Ò” - são sete composições poéticas que na tradição romana acompanham o Cântico de Maria nos dias da semana do Advento, de 17 a 24 de dezembro. Sua origem remonta ao século VIII, e atribuem possivelmente ao Papa Gregório Magno a sua confecção. As antífonas do Ó são invocações ao Cristo, sempre iniciada em “Ó”, trata-se de uma súplica seguida de uma invocação e uma prece. A cada dia aumenta uma súplica, revelando-se o ritmo progressivo com que as orações vão nos conduzindo ao centro do mistério a ser celebrado - o Natal do Senhor. “É uma súplica cheia de desejo dirigida ao próprio Cristo, para que venha salvar-nos sem demora, Ele é o mistério escondido e agora manifestado para trazer a Boa Nova. “O desejo é a nossa Oração’ dizia Santo Agostinho”. Nesta esperança que a antífonas do “Ó” celebra o “Cristo... resplendor da Luz eterna para os que jazem nas trevas, o portador do nome divino, o Emanuel – Deus Conosco” (Penha Carpanedo, Ofício da novena de Natal, p. 6-14).

Orientações e propostas para as ações litúrgicas no tempo do Natal A Igreja esteja ornada com flores naturais, pode ser fazer arranjos com velas e flores, mas não esquecendo da sobriedade e nobre simplicidade de que fala o Concílio Vaticano II na Sagrada Liturgia. Pode se por junto ou de frente ao altar uma manjedoura com o menino Jesus. O presépio montado poderá ser abençoado no final da missa, tendo o menino Jesus para ser venerado. O presépio esteja em algum espaço dentro ou fora da Igreja, que facilite a visitação do povo. Seria também interessante um genuflexório para as pessoas que quiserem fazer ali diante do presépio as suas orações. Podem entrar flores e depositar na manjedoura diante do altar, este momento pode ocorrer tanto na hora da execução do hino do Glória, bem como, no ofertório. A oração eucarística se for a I (Cânon Romano), não esquecer do

“comunicantes” próprio para o Natal e sua Oitava. A oração do Pai-Nosso pode ser cantada ou recitada. Se recomenda no Diretório da Liturgia que se cante ou recite o Credo Niceno-constantinopolitano, esta oração é marcado por gestos e palavras. A assembleia litúrgica ao proclamar E SE ENCARNOU, todos devem (se possível) fazer a genuflexão; “ainda há o acréscimo na orientação que se o Credo for cantado, deve se colocar os dois joelhos no chão, e somente levantar após dizer ou cantar DA VIRGEM MARIA. Caso não reze o Creio Niceno-constantinopolitano, ao professar a fé com o credo chamado Símbolo apostólico, todos devem inclinar ao pronunciarem QUE FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO; NASCEU DA VIRGEM MARIA. Os sacerdotes podem celebrar ou concelebrar três Missas, contanto que sejam celebradas nas respectivas horas. Nas missas de Natal, usam-se regularmente as leituras propostas, com a possibilidade de escolher os textos mais apropriados de uma das três Missas, para a utilidade da respectiva assembleia (Lecionário Dominical, p. 73). Na primeira missa (da noite), após o Sinal da Cruz e a saudação do que preside, pode-se cantar ou recitar, do ambão, o Anúncio do Natal antes da entoação do Glória (Diretório da Liturgia, p. 40). Que todos tenham uma santa e festiva preparação para celebrar o Natal do Senhor! Feliz Natal! Pe. Ms. Rogério Lemos Mestre em Teologia Sistemática e Especialista em Liturgia, Ciência e Cultura pela PUC - SP

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FORMAÇÃO PERMANENTE

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Os evangelhos da infância de Jesus

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Imagem da Internet

Lc 1-2 / Mt 1-3

m das principais características dos evangelhos da infância é revelar a divindade de Jesus. “Eis que conceberás e darás a luz a um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1, 32s). Na anunciação do anjo se cumpre a grande promessa de Deus a Israel por meio dos profetas da vinda do messias. O nascimento e a infância de Jesus nos revelam a encarnação do Verbo no seio da Virgem Maria. Ele assume a nossa humanidade para assim nos redimir. Se faz criança, pequeno, pobre e indefeso. Por isso muitos não reconheceram o Deus menino, pois esperavam um messias poderoso que com exército libertaria Israel. Mateus inicia o relato da infância relembrando a genealogia de Jesus, atribuindo a ela o valor de sustentáculo para todos os fatos da sua vida e do seu ministério. Lucas também apresenta uma genealogia, na figura de José que é descendente de Davi, e que justifica o plano histórico-salvífico da promessa feita à Virgem Maria pelo anúncio do anjo (Lc 1,32). E isso interliga o ministério de Jesus ao do Rei Davi, no que se refere ao reinado eterno (2Sm 7,13). É interessante notar que enquanto Mateus limita a anunciação ao relatar a aparição do anjo em sonho a José, Lucas atribui aos relatos da infância uma atenção especial, por meio da passagem da anunciação que atribui sentido aos acontecimentos da infância de Jesus e faz-nos reconhecer na Virgem Maria a escolhida por Deus. Além disso, na anunciação vemos em Maria, da mesma forma que em Abraão, uma grande fé no poder de Deus ao aceitar uma gestação plena da obra do Espírito Santo. Em paralelo à infância de Jesus temos a figura de João Batista, um homem totalmente consagrado a Deus, como os profetas Elias e Jeremias, que ficará sob a constante guia e proteção de Deus ao exercer sua missão de preparar a vinda do Senhor. Diante da grandiosa graça que foi o nascimento do menino Jesus, por meio da figura paterna de José, notamos a presença da providência divina que constantemente se acautelou de cuidar de Maria e de Jesus.

Dezembro de 2016

O nascimento de Jesus relata claramente uma grande humildade que pode ser notada pela forma e circunstâncias em que nasceu o Salvador da humanidade. Não havia alojamento e nem quem o acolhesse, nasce onde lhe é permitido, assim sendo Cristo só nasce na vida daqueles que lhe dão permissão e uma vez nascido transforma-os a sua própria imagem. E nesse contexto, Jesus é presenteado pelos reis magos, com ouro, incenso e mirra, que significa – respectivamente – realeza, divindade e humanidade. Não se sabe muito sobre a infância de Jesus, a não ser apenas o que está contido nos primeiros capítulos dos Evangelhos segundo Mateus e Lucas. Ademais, o último relato evangélico sobre a infância de Jesus se refere à perda e o reencontro do menino Jesus no templo aos 12 anos, no qual ele impressionava a todos com a sabedoria de suas repostas. Ao se aproximar o dia de celebrarmos o Natal do

Senhor, o nosso coração se enche de alegria ao saber que Deus está no meio de nós e, constantemente, vem ao nosso encontro. E nós temos a grande graça de poder adorá-lo, como fizeram os reis magos e oferecer a nossa vida a Ele, que se dá por nós em cada Santa Missa. Que ao recebê-lo na Eucaristia, façamos do nosso coração a melhor manjedoura para Ele habitar. Feliz Natal! Jhonatan Barbosa, Leonardo Loriato e Rodrigo Sousa 2° ano de Teologia Seminário Diocesano

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FORMAÇÃO PERMANENTE

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Maria Imaculada: livre de todo o pecado “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!”

Quando, porém, chegou a plenitude dos tempos, enviou Deus o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gl 4,4). Desde o princípio, Deus escolheu para ser a Mãe de seu divino Filho uma mulher que amou acima de todas as criaturas. “Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar; reuniu todas as graças e chamou-as Maria” - São Luís Maria Grignion de Montfort. A Santíssima Virgem gerou em seu santo ventre o Autor da Divina Graça, portanto foi cumulada da plenitude dos dons celestiais. Daí ser oportuno chamar Maria de Mãe da Divina Graça. Os seres humanos nascem com a mancha do pecado original, e são libertados dessa mácula nas águas do Batismo, exceto a Virgem Maria, que já fora concebida totalmente isenta de qualquer marca de pecado. Depois de Deus, Ela é a mais repleta de inocência e santidade, beleza e perfeição. Em antecipação aos méritos de Jesus Cristo, Nosso Senhor e Redentor, a Virgem Maria nunca encontrou-se sob o pecado original, e desta forma, foi remida de modo mais elevado. Na Encarnação do Verbo de Deus no ventre de Maria, quando o anjo anuncia a Santíssima Virgem, ele a 8

chama de “cheia de graça” – “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Esse termo nunca havia sido usado antes com nenhuma outra criatura e tornou evidente que ali estava quem era a sede de todas as graças de Deus, embelezada com todos os carismas do Divino Espírito Santo, nunca sujeita à maldição. Junto de seu Filho, participante da eterna benção. Movida pelo Espírito Santo, Santa Isabel, a parenta da Virgem, afirma: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). O pecado entra no mundo com o auxílio de uma mulher, Eva e também através de uma mulher, Maria Santíssima, a co-redentora, entra no mundo a salvação - Jesus. Eva, virgem e inocente, desafortunadamente escuta a serpente infernal, perdendo a inocência original e tornando-se escrava da mesma. A Santíssima Virgem, completamente distante de escutar a serpente, ajudada por Deus, destruiu-a totalmente. O Livro do Apocalipse ensina: “Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas... Ela deu à luz um filho... que regerá todas as nações com cetro de ferro... O Dragão foi derrotado... Foi expulso o grande Dragão, a antiga Serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda a terra habitada” (Ap 12,1-9). Desde o início dos tempos, Deus escolheu e preparou a Virgem Maria para ser a Arca da Nova Aliança, a habitação de Cristo, aquela que esmagou a cabeça da serpente maligna. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a sua descendência e a dela” (Gn 3,15). Inspirada pelo Divino Espírito Santo, a Igreja desde os seus primórdios, de diversas maneiras, ensinou a doutrina a respeito da destacável dignidade de Maria Santíssima. Sempre incentivou-se olhar a Conceição de Nossa Senhora como diferente de todos os outros homens, seja nos ensinamentos ou na Liturgia. O vaso

eleito jamais foi ofuscado por qualquer tipo de defeito que esconde os outros, pois ele foi diferente dos outros, com eles compartilhou a natureza, porém não teve em comum a culpa. A fim de honrar sempre mais na Santíssima Virgem seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, porque toda honra e glória rendidas à Santa Mãe recai sobre seu Filho. Por inspiração do Espírito Santo, em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Pio IX, no dia 08 de dezembro de 1854, através da bula “Ineffabilis Deus”, declara, pronuncia e define: A doutrina que defende a beatíssima Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi revelada por Deus e que, por isso, deve ser admitida com fé firme e constante por todos os fiéis. Com toda a certeza que nos é possível, a definição do dogma da Imaculada Conceição foi causa de alegria ao Coração da Santíssima Virgem, pois anos antes, no dia 27 de novembro de 1830, em Paris, na França, Nossa Senhora aparece à jovem religiosa Santa Catarina Labouré e pede-lhe que seja confeccionada uma medalha, que os fiéis passariam a chamar de Medalha Milagrosa. O formato da medalha é oval e numa das faces, a Virgem Maria, com os braços estendidos, derrama suas graças, representadas por raios de luz, sobre os fiéis; e esmaga a cabeça da serpente infernal com seus pés. Emoldurando a Santíssima Virgem, as palavras que compõem a belíssima oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. Em 1858, ou seja aproximadamente quatro anos após a proclamação do dogma, de 11 de fevereiro a 16 de julho, Maria Santíssima apareceu dezoito vezes, em Lourdes, também na França, a uma filha do povo, a jovem Santa Bernadette Soubirous, declarando ser a Imaculada Conceição. Era uma quinta-feira, dia 25 de março de 1858, dia da festa da Anunciação do Senhor, assim relata a jovem vidente: “Eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas. Ela sorria sempre. Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo, como na Medalha Milagrosa, levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito: Eu sou a Imaculada Conceição”. Constituída por Deus Rainha universal do céu e da terra, e exaltada acima dos anjos e santos, a Santíssima Virgem está à direita de seu Divino Filho, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que com suas poderosas preces de Mãe suplica incessantemente por todos nós, seus filhos, oferecidos e consagrados à Ela por Jesus no alto do Calvário, quando afirma: “Eis aí o teu filho” (Jo 19,26), “Eis aí tua mãe” (Jo 19,27). Portanto, confiemos sempre na poderosa e materna intercessão de Nossa Senhora, aquela que fora concebida sem o pecado original. Pe. Luiz Rogério Gemi Vigário Paroquial da Catedral de Santo Antônio Dezembro de 2016


VOCAÇÃO

BIO

O homem criado pelo Amor e para a vocação do amor “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou” (Gn 1,27)

O

homem formado por Deus recebe a vida de Deus, mas não é como Deus. O homem veio do pó (cf. Gn 2, 7), ou seja, é criatura, não possui a vida em si mesmo. Ele não é a “imagem” de Deus, mas foi criado segundo a imagem de Deus, esse que é o Filho, o Logos. “O homem criado à imagem e semelhança de Deus é o homem interior, ‘invisível, incorporal, incorruptível e imortal’; é o homem feito de Gênesis 1,26 que é à imagem de Deus, não o plasmado de Gênesis 2,7” (LADARIA, Luis F. Introdução à antropologia teológica, p. 53). Todavia, sendo Deus amor, e o homem criado por ele, foi então criado pelo Amor. Mas foi criado também para o amor, uma vocação inata a todo ser humano, pois fora criado à imagem e semelhança do Amor, isto é, Deus. O homem, imagem de Deus, não foi criado para o mal, mas para o bem, pois a bondade está na essência Deus, e somente Ele é bom (cf. Mt 19, 17). São João Paulo II apresenta a ação de Deus de “olhar” para si mesmo antes criar o ser humano:

“Antes de criar o homem, o Criador como que reentra em si mesmo para procurar o modelo e a inspiração no mistério do seu ser, que já aqui se manifesta de algum modo como o ‘Nós’ divino. Deste mistério deriva, por via de criação, o ser humano” (Carta às famílias, p. 15). Nesse sentido, é possível perceber a intenção de Deus ao criar o ser humano ou o que ele quer para o ser humano: a felicidade, o amor. O livro da Sabedoria ainda diz: “Deus criou o homem para a incorruptibilidade e o fez imagem de sua própria natureza” (Sb 2,23). Tudo isso revela a dignidade do ser humano, constituído senhor das coisas terrenas (cf. Gn 1,26) e o amor imensurável que Deus deposita nele: “que é o homem, para dele te lembrares, e um filho de Adão, para vires visitá-lo? E o fizeste pouco menos que um deus, coroando-o de glória e beleza. Para que domine as obras de tuas mãos sob seus pés tudo colocastes” (Sl 8,5-7). O homem deve refletir a imagem de Deus ao mundo, testemunhar o amor que Ele o chamou a viver. Ele é chamado à comunhão – como Deus é comunhão na Trindade. Quem opta por viver sozinho de tudo e de todos, caminha contra sua própria

natureza e vocação: “O homem é, com efeito, por sua natureza íntima, um ser social. Sem relações com os outros, não pode nem viver nem desenvolver seus dotes”. Ele é constituído de corpo e alma, segundo a Gaudium et Spes, é “considerado em sua unidade e totalidade, corpo e alma, coração e consciência, inteligência e vontade” (Gaudium et Spes, 238). Rendamos graças a Deus que nos cria por amor e que nos chama a uma vocação bela de amar e ser amado. Experimentemos o seu amor com o nascimento do Menino Deus em nossos corações. Pe. Marcelo Fernandes de Lima Assessor Diocesano do SAV

A vocação profissional a serviço do próximo Arquivo pessoal

E

lza Hieko Aoki (à direita) e Conceição Ferreira Hipólito (à esquerda), formadas em Pediatria e Psicologia, respectivamente, começaram a caminhada espiritual no Grupo de Oração Epifania do Senhor, da Paróquia Sagrada Família, da Vila Yara, no ano de 1996. Conheceram as Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo e iniciaram a formação espiritual Carmelitana, como leigas na Fraternidade Secular (Ordem Terceira do Carmo). Elas relatam que num momento de adoração na Capela do Santíssimo Sacramento sentiram o chamado de Deus e iniciaram o Projeto de Dezembro de 2016

Farmácia Comunitária, junto com a Paróquia Sagrada Família, com distribuição de medicamentos, mediante apresentação de receita médica. No ano de 2000, fundaram a Associação Comunitária Nossa Senhora do Carmo-ANOSCAR, com a missão de promover atendimento à população carente, nas áreas da pediatria, psicologia, clínica médica e fonoaudiologia. Por ocasião do décimo aniversário da ANOSCAR, em 2010, receberam a entronização do Santíssimo Sacramento na Capela, na casa Sede no Jardim Umuarama, com autorização de Dom Ercílio Turco, bispo diocesano titular da época. “Vocação, para nós, é um chamado de Deus que espera uma resposta da pessoa para uma missão específica, de maneira consciente e livre. É doação, exige dedicação e amor. Por exemplo, ser pai, mãe ou padre, entendemos como vocação”, declara Conceição. De acordo com Elza e Conceição para se descobrir a vocação é preciso “observar no nosso dia a dia o que

nos dá prazer, o que fazemos e temos como talento, capacidade e aptidão para determinadas coisas. Muitas vezes, conversar com profissionais da área que buscamos é muito válido, principalmente se forem pessoas realizadas no que fazem e também participar de workshops", orienta. As profissionais consideram importante que na hora de fazer a escolha profissional se leve em conta as aptidões, interesses pessoais e que se conheça a área que buscam, se possível, fazer testes vocacionais e principalmente conhecer a si mesmo. E, acima de tudo, pedir a Deus um discernimento na hora da escolha. “Não podemos fazer só a vontade dos pais, familiares e amigos.” Elza e Conceição finalizam enfatizando a importância de se fazer a escolha certa da profissão de acordo com a vocação. Segundo experiência de ambas, se fizer a escolha certa “seremos pessoas realizadas e felizes, pois faremos tudo com muito amor, dedicação e empenho”, afirmam as profissionais.

Você pode obter mais informações sobre o projeto através dos contatos: • ANOSCAR anoscarmo@ig.com.br (11) 3654-1358 • Elza ehaoki@hotmail.com (11) 99939-4721 • Conceição conhipolito@hotmail.com (11) 99627-3133 Adoração ao Santíssimo Sacramento • Quarta-feira às 19h30 Missas • 1ª quarta feira do mês às 19h30 Rua Ana Martinelli Lovera, 34 Jd. Umuarama – Osasco • 4º domingo do mês às 17h Centro de Convivência do Idoso: Rua Luiz Antônio de Arruda, 55 – Vl. Yara - Osasco 9


IGREJA EM AÇÃO

BIO

Peregrinação Pascom da Paróquia Santo Antônio

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Região Pastoral Carapicuíba recebeu no dia 15 de novembro, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, por ocasião do

Jubileu dos 300 Anos da sua aparição. A acolhida aconteceu na Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Igreja Amarela, com a Santa Missa presidida por padre Carlos Eduardo, coordenador regional. A peregrinação na Região Carapicuíba continuará até o dia 15 de janeiro de 2017. Confira as próximas paróquias a receberem a visita da imagem:

A Missa Regional de despedida da Imagem Jubilar será no dia 15 de janeiro, às 15h, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Igreja Amarela. Pascom da Paróquia Santa Rita

• 05/12 a 09/12 – Paróquia Cristo Ressuscitado • 09/12 a 13/12 – Paróquia Santo Antônio • 13/12 a 17/12 – Paróquia São Pedro e São Paulo • 17/12 a 21/12 – Paróquia São Lucas • 21/12 a 25/12 – Paróquia Santa Rita • 25/12 a 29/12 – Paróquia Nossa Senhora das Graças • 29/12 a 02/01 – Paróquia Sagrado Coração • 02/01 a 06/01 – Paróquia Santa Edwiges • 07/01 a 12/01 – Paróquia São Paulo Apóstolo • 13/01 a 15/01 – Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Semana dos Ministérios reflete misericórdia e amor ao próximo

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conteceu entre os dias 08 e 10 de novembro a Semana dos Ministérios não-ordenados da Diocese de Osasco. Já se trata de uma tradição de nossa Igreja Particular, em seguimento ao desejo de valorizar o serviço dos cristãos leigos em nossas comunidades paroquiais. Ministros extraordinários da distribuição da comunhão, da celebração da

Palavra de Deus, da visita aos enfermos e das exéquias reuniram-se para receberem formação em vistas do exercício de seu ministério junto ao Povo de Deus. Em cada Região Pastoral de nossa diocese houve um núcleo de formação, contando com a assessoria de padres e seminaristas para a abordagem dos temas propostos. No primeiro dia de formação foi

realizada uma aproximação da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia, “A Alegria no Amor”. Não é apenas um documento diretamente relacionado com os trabalhos da Pastoral Familiar, antes é uma Exortação para que toda a Igreja compreenda-se como uma grande Família de famílias, independentemente do seguimento vocacional ao qual são PASCOM São João Batista

Semana dos Ministerios Região Barueri

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chamados por Deus, todos vivem a única vocação cristã ao amor. O segundo dia trouxe a reflexão sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual, debruçando-se sobre a parábola do bom samaritano, com sua atitude de ajuda e de restabelecimento daquele homem prostrado à beira da estrada, relembrando o amor ao qual todos os cristãos são chamados a viver. Por fim, o último dia da semana voltou seu olhar para a Mãe de Misericórdia, a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, venerada em nossas terras com o especial título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Desde o dia 12 de outubro, a Igreja no Brasil está vivendo o Ano Jubilar Mariano, em comemoração aos 300 anos da aparição da Imagem da Virgem da Conceição nas águas do Rio Paraíba. A tradição da Semana dos Ministérios na diocese rendeu mais uma frutuosa oportunidade de viver um tempo intenso de formação para todas as paróquias, bem como celebrar a unidade desta Igreja Particular em torno da Palavra de Deus e da Mãe Santíssima. Que a Virgem Aparecida e Santo Antônio, nosso patrono, abençoem todos os ministros extraordinários e todo o Povo de Deus da Diocese de Osasco! Pe. Daniel Bispo da Cruz Paróquia Cristo Rei Dezembro de 2016


PAPA

BIO

Indicações pastorais do Papa Francisco na Carta Apostólica “Misericórdia e Mísera”

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esta solenidade de Cristo Rei do Universo, o Papa Francisco encerrou o Ano Santo extraordinário em Roma, com o fechamento da Porta Santa na Basílica de S. Pedro; o mesmo gesto se repetiu em várias dioceses do mundo, e também em nossa diocese. O pontífice nos surpreendeu com uma nova carta apostólica que aponta a missão pastoral da Igreja de continuar a anunciar a misericórdia de Deus sem interrupções. A carta é fruto da conclusão do Jubileu da Misericórdia, e carrega o título de “Misericordia et Misera”, com vinte e dois pontos que nos ajuda a entender como colocar em prática o amor misericordioso de Deus na vida da Igreja e de seus fiéis. O ponto central desta carta é o perdão e a caridade, dois eixos que norteiam a dinâmica pastoral. Abstrairmos sete propostas que poderemos trabalhar na Igreja para que continue a ser no mundo um sinal forte do amor misericordioso. O santo padre explica o título da carta a partir das palavras de Santo Agostinho ao “descrever o encontro de Jesus e com a adúltera”. Ele aponta tenazmente que a temática da carta “Misericórdia e Mísera” revela fielmente o sentido do perdão e da caridade, e que Santo Agostinho utiliza essa imagem do Evangelho segundo João para explicar a essência do perdão de Deus. E diz: “Não podia encontrar expressão mais bela e coerente do que esta, para fazer compreender o mistério do amor de Deus quando vem ao encontro do pecador: ‘Ficaram apenas eles dois: a mísera e a misericórdia’.” “Esta página do Evangelho pode, com justa razão, ser considerada como ícone de tudo o que celebramos no Ano Santo, um tempo rico em misericórdia”. O pontífice nos oferece sete implicações pastorais que poderão ser trabalhadas em nossa diocese, como um sinal de gratidão por todas as graças alcançadas neste Ano Santo. A Alegria, n. 3 - o pontífice indica a alegria como dom, graça divina concedida aos homens de boa fé e descreve o quanto foi imensa a alegria que deve ter brotado do coração da mulher adúltera e da pecadora, “a alegria do perdão é indescritível, mas Dezembro de 2016

transparece em nós sempre que a experimentamos”. Todo o homem alegre trabalha bem, pensa bem e despreza a tristeza. [...] “Viverão em Deus todas as pessoas que afastam a tristeza e se revestem de toda a alegria”. São múltiplas as experiências da alegria, a sua variedade encanta não só os relatos do Evangelho, mas o pontificado do papa atual. A alegria é um tema caro ao Papa Francisco, na “Evangelii Gaudium”, ele dedicou 18 pontos em que o tema da alegria aparece como necessário para o progresso da transmissão da fé. Também na Exportação Apostólica pós-sinodal, “Amoris Laetitia” – sobre o amor na família, o papa inicia a carta descrevendo que a “alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”. Faz da alegria um dom necessário a vida e da dinâmica ad intra (interna) e ad extra (externa) de toda a comunidade de fé. Deixa assim, a sua assinatura por meio do seu testemunho pessoal da alegria em sua vida e missão. E convida-nos a experimentar, viver e fazer o mesmo. A Celebração Eucarística, n. 5 a 7 – o papa afirma que: “em primeiro lugar, somos chamados a celebrar a misericórdia”. A liturgia é o lugar primordial para experimentar a misericórdia de Deus, “na liturgia, não só se evoca repetidamente a misericórdia, mas é realmente recebida e vivida”. O pontífice indica que os sacerdotes devem ter zelo na preparação da homilia e da proclamação. Mas também ter cuidado com a catequese, e recomenda que “cada comunidade pudesse, num domingo do Ano Litúrgico, renovar o compromisso em prol da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura”. De que forma? Tendo “um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus...” e práticas como a Leitura Orante etc, à luz da temática da misericórdia. Perdão, n. 8 a 11- O pontífice ressalta que o “sacramento da Reconciliação precisa de voltar a ter o seu lugar central na vida cristã”. Observa a importância do sacramento da Reconciliação e de sua celebração em nossas comunidades. Convida a manter as 24h para o Senhor nas proximidades do IV Domingo da Quares-

ma. Mostra a força deste sacramento quando diz que “no sacramento do perdão, Deus mostra o caminho da conversão a Ele e convida a experimentar de novo a sua proximidade”. Expressa a sua gratidão aos sacerdotes missionários da Misericórdia, e estende a faculdade até novas ordens. E confia ao Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização dar as orientações necessárias para uma resposta pastoral dos Missionários da Misericórdia cada vez mais profícuo, como um gesto de solicitude do pontífice, ao que ele próprio chamou de “exercício deste precioso ministério”. Aos demais sacerdotes o papa convida a sempre se prepararem cuidadosamente para o ministério da Confissão, porque é parte integral do seu ministério e da sua missão. Sejam capazes de traduzir no confessionário o gesto acolhedor, paternal, solícitos, claros, disponíveis, clarividentes e “generosos na concessão do perdão”. “O sacerdote no confessionário seja magnânimo de coração e ciente de que cada penitente lhe recorda a sua própria condição pessoal: pecador, mas ministro da misericórdia”. Absolvição do aborto, no n. 12 - o pontífice “concede a partir de agora a todos os sacerdotes, [...] a faculdade de absolver a todas as pessoas que incorreram no pecado do aborto”. Esta é a grande contribuição e novidade desta carta apostólica. Fraternidade de São Pio X, n. 12 - No mesmo ponto, o pontífice estende-se a faculdade de absolvição sacramental de forma válida e lícita dos pecados aos fiéis que frequentam as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade de São Pio X, porque já gozaram deste privilégio no período do Ano Santo. Caridade - é outro tema que norteia a carta apostólica. “A porta Santa, [...] introduziu-nos no caminho da caridade, que somos chamados a percorrer todos os dias com fidelidade e alegria”. O pontífice afirma que “há verdadeiros protagonistas da caridade, que não deixam faltar a solidariedade aos mais pobres e infelizes”. Recorda que “muito sinais

concretos de misericórdia foram realizados durante este Ano Santo. Comunidades, famílias e indivíduos crentes redescobriram a alegria da partilha e a beleza da solidariedade”. E convida a inovarmos, a suscitar pelo Espírito Santo, “individuar novas obras de misericórdia e implementá-las com generosidade e entusiasmo”. Conclui o pontífice escrevendo que: “assim, ponhamos todo o esforço em dar formas concretas à caridade e, ao mesmo tempo, entender melhor as obras de misericórdia”. Dia Mundial dos Pobres, n. 21 – Mais um gesto concreto e magnânimo do pontífice a criação do Dia Mundial dos Pobres, devendo ser celebrado em toda a Igreja, na ocorrência do XXXIII Domingo do Tempo Comum. “Será um dia que vai ajudar as comunidades e cada batizado a refletir como a pobreza está no âmago do Evangelho e tomar consciência de que não poderá haver justiça nem paz social enquanto Lázaro jazer à porta da nossa casa. Além disso, este dia constituirá uma forma genuína de nova evangelização”. O pontífice oferece à Igreja, por meio desta carta apostólica, uma preciosa contribuição pastoral, não esgotando neste artigo tantos outros pontos a serem refletidos: como a Família, a Consolação e a pastoral da esperança. Esses imprescindíveis gestos de amor pastoral dado pelo pontífice é para que não venhamos a ter dúvida de colocar em prática o amor misericordioso de Deus à frente de qualquer outro gesto, não piedoso e oco de esperança, na vida dos nossos irmãos e irmãs. Pe. Ms. Rogério Lemos Paróquia N. S. Aparecida - Piratininga 11


PROGRAME-SE

BIO

CF 2017: “Cultivar e guardar a criação”

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Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou o texto-base da Campanha da Fraternidade (CF) de 2017. Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), a iniciativa alerta para o cuidado da criação, de modo especial, dos biomas brasileiros. Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova”, afirma. Além de abordar a realidade dos biomas brasileiros e as pessoas que

Campanha para a Evangelização 2016

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a preparação para a celebração do Natal, o tempo do Advento é marcado pela espera da chegada do Messias. No Brasil, este tempo litúrgico ganha especial motivação com a reflexão e o aprofundamento do compromisso dos fiéis e das comunidades com a missão da Igreja de Evangelizar propostos pela Campanha para a Evangelização (CE), promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na edição deste ano, o lema escolhido é “Ele está no meio de nós”. Criada em 1997, durante a Assembleia Geral da CNBB, e iniciada em 1998, a campanha tem como objetivo favorecer a vivência do tempo litúrgico do Advento e mobilizar a todos para uma Coleta Nacional que ofereça recursos a serem aplicados na sustentação do trabalho missionário no Brasil. Tal iniciativa considera a ajuda para dioceses de regiões mais desassistidas e necessitadas. O objetivo da campanha é despertar discípulos missionários para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais no Brasil. A abertura da CE é realizada na Festa do Cristo Rei, Oração da CE Pai Santo, quisestes que a vossa Igreja fosse no mundo fonte 12

encerramento do Ano Litúrgico, neste ano, dia 20 de novembro. A conclusão acontece no terceiro domingo do Advento, dia 11 de dezembro, quando deve ser realizada, em todas as comunidades católicas, a coleta para a ação evangelizadora no Brasil. O cartaz deste ano convida à reflexão do dinamismo evangelizador que nasce da experiência que a comunidade de fé faz ao contemplar, no Menino Jesus, o Emanuel, o Deus conosco. “Nele, o Papa Francisco nos convida a enxergar além do que vemos, percebendo as necessidades materiais e espirituais dos filhos e das filhas da Igreja. Isso, contudo, só será possível se nos abrirmos à compreensão do ‘Emanuel’ anunciado pelo evangelista Mateus”, motiva o texto da Campanha. O gesto concreto de colaboração na Coleta para a Evangelização será partilhado, solidariamente, entre as dioceses, que receberão 45% dos recursos; os 18 regionais da CNBB, que terão 20%; e a CNBB Nacional, que contará com 35% das contribuições. Fonte: CNBB

de salvação para todas as nações, a fim de que a obra do Cristo que vem continue até o fim dos tempos.

Aumentai em nós o ardor da evangelização, derramando o Espírito prometido, e fazei brotar em nossos

neles moram, a campanha deseja despertar as famílias, comunidades e pessoas de boa vontade para o cuidado e o cultivo da Casa Comum. Para ajudar nas reflexões sobre a temática são propostos subsídios, sendo o texto-base o principal. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos durante a CF 2017.

Agenda Diocesana 16/12/2016 • 14h às 17h - Reunião e confraternização do Apostolado da Oração MEJ – Centro de Pastoral 23/12/2016 • 3º ano de falecimento de Dom Francisco M. Vieira, primeiro bispo de Osasco 25/12/2016 • Solenidade Natal do Senhor 30/12/2016 • Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José 11/02/2017 • 09h Ordenação Diaconal Catedral Santo Antônio

corações a resposta da fé. Por Cristo, nosso Senhor. Amém! Dezembro de 2016


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