Bio abril 2017

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Abril de 2017 | Ano XXVIII

No 240

Peregrinação

PÁG. 11 MISSA DE INSTALAÇÃO

MATÉRIA ESPECIAL

PROGRAME-SE

Vem aí: III Encontro dos Crismandos

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PÁSCOA

Área Pastoral em Mairinque é elevada à paróquia

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Dom João Bosco completa 10 anos de ordenação episcopal

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Jesus Cristo vive eternamente!

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EDITORIAL

BIO

Caro leitor, ... “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito” (Mt 28 ,5-6)

Q

uem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo? (cf.: Mt 28,2) O que estamos ainda procurando? O que fazemos diante do sepulcro? Queridos irmãos, a trágica situação da vida leva-nos ao precário, ao incomodo, ao desespero, ao cansaço e ao descrédito. Dia a dia despertamos de uma tragédia, e a nossa preocupação é de quem vai ajudar a rolarmos a pedra das nossas desilusões? Reflita o quanto sua vida tornou-se um instrumento de resoluções aos impasses e revezes, onde então, está o perfume (que é sinal de suavidade e alegria), que acaba sendo um disfarce, um paliativo ao odor incomodo da fraqueza? O anjo de branco, veio mostrar para nós que não está no sepulcro à solução dos problemas e muito menos a esperança da realização da vida. Cristo não está morto, vivo Ele vai à nossa frente apresentar a nova Criação. Dá-nos novamente o paraíso, fomos criados para este fim e a fecundidade da criação mostra que ao invés de despertamos para resoluções de problemas revela o que é bom para desfrutar a vida. (cf.: Gn 1,31)

Somos provados de diversas formas para perdermos o foco da aliança. O anjo que impede Abraão de cometer um enorme sacrifício é o mesmo jovem de branco que nos alerta: não pense que a felicidade é consolidar conquistas neste mundo, mas coloque teus anseios em vista da eternidade que perpassa a provisoriedade deste mundo e dá-nos bênçãos incontáveis como as estrelas do céu. (cf. Gn 22,17) Cientes deste prêmio, marchamos, deixando para trás a morte da opressão e de todos cansaços, submergindo todas as imperfeições para cantarmos o hino da vitória, pois a mão poderosa do Senhor venceu nossas aflições. (cf.: Ex 14,31) Quantas vezes menosprezamos nossos dons e nossas vidas igualando-nos a mulher repudiada, esquecida e abandonada; mas, o Senhor voltou o seu olhar e assentou a nossa dignidade tecendo-a com pedras preciosas para nunca esquecermos o quanto somos amados. (cf.: Is 54, 5-14). Aos que estavam cansados e fadigados, podem vir comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite sem nenhuma paga fazendo o pacto eterno com o Senhor, pois fará de nós o terreno mais fértil. (cf.: Is 55, 1-11) Abandone as palavras vãs e confie na sabedoria de nosso Pai amado, pois nenhum deus pode se comparar ao nosso Deus. (cf.: Br 13, 36) E assim, o Senhor haverá de derramar a água pura para nos purificar de todas as impurezas dando um coração novo. (cf.: Ez 36,25-27). Sabemos que nosso velho homem foi cru-

cificado com Cristo e foi destruído o corpo de pecado e nos tornamos vivos, templos santos para Deus. (cf.: Rm 6, 6.11). Quem vai retirar a pedra da frente do nosso túmulo? (Mt 28,2) O que está acontecendo nesta Páscoa? A pedra foi retirada. Estamos ainda assustados?! O que está acontecendo?! A luz que irradia torna dia, a noite tão escura de nossas vidas! Oh! É Cristo que desce a mansão dos mortos e rompe o silêncio da morte com brado da ressurreição e rola a pedra mais pesada da frente da nossa sepultura e nós renascemos para vida da graça. Não tenhais medo, por que amedrontar?! Morte, onde está a tua vitória? Vá irmãos contar depressa este acontecimento para que todos possam experimentar essa dádiva. Alegrai-vos! Alegrai-vos! O Senhor ressuscitou realmente! Aleluia! Aleluia! Pe. Henrique Souza da Silva Assessor Eclesiástico do BIO

Ação de Graças: diocese celebra dois momentos importantes na vida da Igreja

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a manhã do dia 25 de março, Solenidade da Anunciação do Senhor, seis seminaristas de nossa Diocese de Osasco, da casa de Teologia: Éder Bruno, Vinícius Soares, Rafael dos Santos (2º ano) Leonardo Loriato, Jhonatan Barbosa e Rodrigo Sousa (3º ano), foram Admitidos à Ordem Sacra, que segundo nosso bispo diocesano, Dom Frei João Bosco, que também completa 10 anos de episcopado nessa data, é um passo vocacional “comparado ao

Seminarista Thiago Jordão da Silva

Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Walkyria Aparecida do Rosário Supervisão: Diácono Ricardo Rodrigues Colaboração: Pe.Luiz Rogério Gemi, Pe. Marcelo Pereira, Pe. Carlos Eduardo S. Roque, Pe. Ms Rogério Lemos, Frei Patrício Sciadini, ocd, Dr. Ariovaldo Lunardi , Dra. Regina Lunardi, Vera Lucia Lopes. E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br 2

Pascom Diocesana

noivado, pois inicia-se um tempo mais sério, em preparação ao Sim definitivo, como Nossa Senhora, que se dará no dia da Ordenação”. A Santa Missa foi presidida por Dom João e concelebrada por Dom Ercílio Turco, nosso bispo emérito, além dos padres de nossa diocese, tendo uma presença significativa do povo de Deus advindos das diversas paróquias de nossa Igreja Particular de Osasco!

Diagramação: Iago Andrade Vieira Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 | (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br Abril de 2017


TESTEMUNHO DA FÉ

BIO

O trabalho de evangelização no ambiente escolar A educação formal e informal é a condição básica para o desenvolvimento pessoal e exercício da cidadania é urgência nacional. (doc.47-CNBB) Arquivo Pessoal

Em Barueri, existe um trabalho com mediação de conflitos de forma conjunta com a equipe docente (Grupo da Arquidiocese de São Paulo), desempenhado pela Prof.ª Heloisa Cordeiro, que também, atende crianças em projetos sócio religioso na Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, em Barueri. É importante que todos possam ter a dimensão e amplitude dos trabalhos que podem ser realizados enquanto missionário (a) da PE.

O que podemos melhorar nos trabalhos da PE?

Na foto, Vera Lopes (à direita) com a profª Heloisa Cordeiro do projeto sócio religioso da Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja Vera Lúcia desenvolve um trabalho voluntário em atendimento psicopedagógico social no Instituto Vivere no Jd. Santo Antônio para crianças e pré-adolescentes (8 a 13 anos), com baixo rendimento escolar, baixa autoestima e problemas de indisciplina, a grande maioria encaminhado pelo conselho tutelar. Simultaneamente realiza um trabalho de mediação de conflitos com os pais e assessoria para melhoria na pratica na alfabetização.

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Pastoral da Educação é a ação evangelizadora da Igreja no mundo da educação, e só se concretiza com o comprometimento dos professores, juntamente com o clero e assim, assumem a tarefa missionária de ser sinal de Jesus, esperança nos espaços escolares, onde as crianças, adolescentes e jovens passam o maior tempo de seus dias.

O que pretende a Pastoral da Educação (PE) e como poderão ser desenvolvidos os trabalhos 1. Buscar Professores que se comprometem em ser luz nos diferentes espaços educacionais; 2. Fortalecer os professores para a sua difícil tarefa de passar conhecimentos das diferentes áreas do saber em detrimento dos desafios e desvalorização do seu trabalho, seja pelas autoridades políticas seja pela própria sociedade; Abril de 2017

3. Desenvolver ações concretas nos ambientes escolares (públicos, e privados) para com os que estão em situação de vulnerabilidade sócio escolar, na educação formal e/ou social; 4. Formar grupos de trabalhos, visitar Escolas, e realizar trabalhos conjuntos nas paróquias, principalmente com pais da Catequese e dos grupos de jovens; 5. Buscar estar em sintonia com as pastorais da Criança, Familiar, do batismo e também com os movimentos como o ECC. A luz dos trabalhos da Pastoral da Educação tem sido as Campanhas da Fraternidade. A CF com seus temas e lemas tem dado o eixo norteador de todos os projetos dos trabalhos do Regional SUL1, que tem uma coordenação estadual, com um planejamento e a proposta de um encontro anual, acordado em reuniões bimestrais.

E na Diocese de Osasco, como a PE acontece? Em cada diocese os trabalhos realizados pela Pastoral da Educação diferem nas ações, sem perder o foco de acolher e fortalecer os professores. O trabalho consiste em projetos de mediação de conflitos com os professores e com os familiares responsáveis pelos alunos de uma determinada unidade escolar, tendo sempre professores daquela unidade como os profissionais referências da Igreja, os missionários da PE. Para isso há necessidade de reuniões periódicas. A diocese tem um calendário diocesano da PE, com a proposta de termos encontros regionais e paroquiais. Existem ações acontecendo em diferentes escolas sendo elas com os profissionais da educação, com presbíteros que visitam algumas escolas atendendo ao chamado de diretores (as), e/ou de paroquianos (as).

1. Ter um cadastro dos professores que estão em cada paróquia das seis regiões pastorais; 2. Promover rodas de conversas descentralizadas, ou seja, nas respectivas regiões, já que não dispomos de um número significativo de professores envolvidos com a proposta da PE, para iniciar um trabalho paroquial; 3. Realizar um trabalho interdisciplinar com técnicos profissionais de diferentes áreas para dar suporte psicológico e sócio religioso para os professores que sofrem desgastes físicos e emocionais diuturnamente para enfrentar a dura e agressiva realidade das salas de aula; 4. Buscar o incentivo do clero enviando professores para os encontros já estabelecidos no calendário diocesano com o Projeto das Cirandas Missionárias da PE; 5. Ter um presbítero que seja apaixonado pela educação para acompanhar o trabalho. A formação de grupos, condição para o crescimento dos educadores, é uma estratégia indispensável à dinamização da Pastoral da Educação. (Estudos CNBBnº63, p.63) Prof.ª Vera Lúcia Lopes Coordenadora Diocesana da Pastoral da Educação 3


IGREJA EM AÇÃO

BIO

Elevação da Área Pastoral Santa Catarina de Alexandria, em Mairinque Pascom Diocesana

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o dia 11 de março mediante a presença de Dom Frei João Bosco Barbosa de Sousa, ocorreu a cerimônia de elevação da então Área Pastoral Santa Catarina de Alexandria à condição de paróquia, que deu posse ao primeiro pároco, Pe. Sérgio Luís de Medeiros. Durante a celebração da santa missa Dom João citou a importância da união do povo da nova paróquia: “A paróquia deve ser um corpo unido, como o corpo místico de Cristo”. E falou da nova responsabilidade da co-

munidade perante a Igreja de Osasco. A celebração contou com a presença de alguns padres da região e também do Pe. Odair José Rodrigues, Chanceler da Cúria, e Pe. Sebastião, Coordenador da Região São Roque. O bispo recordou da missão do pároco, de não deixar faltar o perdão de Deus ao seu povo. A Paróquia Santa Catarina de Alexandria fica no bairro Dona Catarina, na cidade de Mairinque-SP. Redação – BIO

Curso Teológico Pastoral já é realidade!

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eve início no dia 04 de março de 2017 o Curso Teológico Pastoral Dom Francisco Manuel Vieira, cujo nome homenageia o primeiro Bispo de Osasco, que tanto trabalhou para a criação e fortalecimento da Diocese de Osasco. A missa presidida pelo Bispo Diocesano - Dom João Bosco, que contou com a presença de mais de cento e vinte alunos, bem como padres, seminaristas, diácono e assessores, realizada na Capela do Centro Diocesano Pastoral, marcou o início de uma nova etapa em benefício do fortalecimento da formação teológica dos leigos e leigas da nossa diocese, para que cada vez mais possa a Palavra de Deus ser compreendida, analisada e acima de tudo refletida, para ser o fermento das ações humanas no dia a dia, sempre no caminho da construção do Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo. Fortalecidos com as bênçãos de Deus, já no Plenário do Centro Diocesano Pastoral, foi proferida a Aula Magna, pelo Padre Dr. Gilvan Leite Araújo, introduzindo os alunos no ambiente teológico, demonstrando que a Teologia vem sendo construída desde o Mistério Pascal de Jesus Cristo, sem nunca se esquecer do alicerce que se constitui, o Antigo Testamento. Estudar Teologia é se aprofundar no conhecimento de Deus para 4

que possamos glorificá-lo através de nosso amor e obediência. Para o saber teológico, o objeto de estudo direto é Deus. Os seus verdadeiros critérios são a razão humana e a revelação divina, ao passo que a Igreja é considerada como a comunidade de fé. A Igreja tem, portanto, o poder de estabelecer, de forma autorizada, os distintos critérios para a reflexão teológica, o que faz através dos diversos apontamentos editados ao longo da sua história, principalmente através de documentos pontifícios como encíclicas, cartas e exortações apostólicas, discursos, homilias e outros. O compromisso assumido por Dom João Bosco com toda a Diocese de Osasco é proporcionar uma formação teológica que visa o aperfeiçoamento da ação pastoral dos alunos, contando com doutores em teologia, mestres, assessores e especialistas, abrangendo as principais áreas: Bíblia, Doutrina, Moral e Pastoral, de maneira que seja possível capacitar leigos e leigas a levar a Palavra de Deus com maior propriedade para as suas comunidades, pois a nossa fé deve ser madura, responsável e consciente, estando assim, comprometidos com a evangelização em suas paróquias e na sociedade.

Drº Ariovaldo

(*) Ariovaldo e Regina Lunardi, advogados e teólogos Abril de 2017


ESPECIAL

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Dom João Bosco completa 10 anos de ordenação episcopal

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este mês de março, nosso bispo diocesano Dom João completou dez anos de serviços como bispo na Santa Igreja, sendo três deles, em nossa diocese. Conheça um pouco mais sobre sua caminhada vocacional. HISTÓRICO Dom Frei João Bosco Barbosa de Sousa, ofm, nasceu na cidade de Guaratinguetá no dia 08 de dezembro de 1952. Fez sua profissão religiosa na Ordem Franciscana em 4 de outubro de 1975, sendo ordenado sacerdote em Guaratinguetá no dia 07 de janeiro de 1978. Recebeu a nomeação do Papa Bento XVI para se tornar o segundo bispo de União da Vitória em 3 de janeiro de 2007, e no mês de março do mesmo ano foi ordenado bispo pelas mãos do Cardeal Dom Claudio Hummes, ofm. Em 16 de abril de 2014, após acolher o pedido de renúncia apresentado por Dom Ercílio Turco, em conformidade com o cânon 401.1 do Código de Direito Canônico, o Papa Francisco nomeia Frei João Bosco como bispo da diocese de Osasco (SP). Ordenação Episcopal - 03/2007

Tomou posse no dia 20 de julho de 2014, sendo o terceiro bispo da diocese, que no mesmo ano celebrava o seu jubileu de 25 anos. Eleito durante a 53ª Assembleia Geral em Aparecida (SP), realizada em abril de 2015, atualmente ocupa o cargo de presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O LEMA “Cristo nossa Vitória” aponta para aquele que é o centro, a meta e o método de todo pastoreio. “Não tenho outra coisa a ensinar a não ser Cristo crucificado e ressuscitado”, lembra São Paulo, que pode ser loucura e escândalo, mas só nele a criatura humana encontra salvação (1Cor 1,23). “Nossa vitória”: O Senhor nos ensinou a viver em comunhão (Mt 18,20), ser um só coração (At 4,32), respeitando a diversidade. Ensinou a chamar Deus de “nosso”. “Vitória”: lembra a cidade sede da Diocese de União da Vitória/PR, onde exerceu as primícias do seu episcopado. Mas lembra, sobretudo, nosso ponDurante 10ª Romaria diocesana primeiro encontro com os fiéis da diocese, após a nomeação - 03/2014

to de chegada: a Ressurreição. Cristo é nossa vitória. Ele afirmou: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). Ou seja: “Comigo, tereis certa a vitória”. O BRASÃO O desenho do brasão tem duas cores básicas: o azul, que lembra o céu e as coisas de Deus; e os diversos tons de marrom e bege, as cores franciscanas, que lembram a terra, a luta quotidiana, a cruz de cristo e a nossa. Na área marrom emerge a cruz franciscana: o Tau, que se compõe com o formato da Cruz de São Damião. Diante do Crucifixo de São Damião, São Francisco ouviu Cristo que, de olhos abertos, lhe dizia: “Francisco, vai e restaura a minha igreja”. Do chapéu prelatício, envolvido pelas três fileiras de borlas, próprias do episcopado, parte um triângulo, símbolo da Trindade. Deste triângulo emanam as duas partes em azul, com as letras “alfa” e “ômega” que significam Cristo, princípio e fim. Também em azul celeste está a pomba, o Espírito Santo, que o Pai envia como Vida do mundo. À sombra do Espírito Santo está Maria, nossa Virgem Aparecida, como que incrustada na Trindade. Maria está representada dentro de um outro triângulo, formando uma igreja. A Igreja, como Maria, dá à luz o Cristo

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Bendito. Maria tem sob os pés a lua, lembrando a Imaculada, Padroeira da Província Franciscana. Também esta lua é um barco, aquele que serviu aos pescadores de Guaratinguetá para recolher a imagem de Maria que estava no fundo do rio. Dois rios aparecem no desenho: o Paraíba, que banha a terra natal de Dom João Bosco e o Iguaçu, às margens do qual fica a diocese de União da Vitória. Junto à figura de Maria, encontra-se um rolinho de papel, que lembra a oração escrita por Frei Galvão, como remédio para os enfermos. O primeiro santo brasileiro, homem da paz e da caridade, nasceu também em Guaratinguetá, e tem parentesco com a família de Dom João Bosco. Fontes: http://dbosco.org

Missa de Acolhida na Catedral Santo Antônio - 08/2014

Abertura da Porta Santa (Catedral St. Antônio) - 12/2015

Missa do 1º ano episcopado na Diocese de Osasco - 07/2015

Recebendo a réplica da imagem de N. Sra. Aparecida durante Romaria Diocesana (Santuário de Aparecida) - 05/2016

Rádio Vaticano - 2010

Com o Papa Bento XVI em Roma - 2010

CRIS TO NOSSA VITÓRIA

Posse Canônica (Bispo de Osasco) - 06/2014 1ª ordenação sacerdotal como bispo de Osasco - 09-2015

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FORMAÇÃO PERMANENTE

BIO

Setor Pós-matrimonial e a Amoris Laetitia Imagem da Internet

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studando a organização estrutural da Pastoral Familiar, dividimos em setores este trabalho de evangelização das famílias: Setor pré-matrimonial, Setor pós-matrimonial e Setor casos Especiais. No artigo anterior, estudamos o Setor pré-matrimonial, e sua importância, apontados pela Amoris Laetitia. Desta vez, estudaremos o Setor pós-matrimonial que se encontra nos nn. 217 a 230 da Exortação apostólica. Segundo o Diretório da Pastoral Familiar o Setor pós-matrimonial “tem a responsabilidade de promover a formação contínua para a vida conjugal, familiar e comunitária. Utiliza-se, para isso, de recursos diversos: contatos individuais, organização de eventos festivos, cursos, ciclos de conferências, encontros de reflexão e de trabalhos, grupos de estudo e apoio para a vida em família etc.” (Diretório da Pastoral Familiar, n. 464)

I. Acompanhar os primeiros anos de vida matrimonial A Amoris Laetitia destaca, antes de tudo, a necessidade de um acompanhamento nos primeiros 6

anos da vida matrimonial. Trata-se de um desafio pastoral necessário, pois muitas vezes, o tempo de preparação para a vida matrimonial, não foi vivido na maturidade necessária. Junta-se também, a mudança de época na qual vivemos, onde os relacionamentos tornam-se descartáveis, sem uma consciência de sacrifício e alteridade. Duas pessoas que resolvem livremente casar-se e assumir um compromisso de amor devem amadurecer este amor, e vivê-lo para além de uma “mera atração” e “vaga afetividade”. Quando este amor sofre pelas fragilidades e conflitos que aparecem com o tempo, torna-se necessário o acompanhamento dos esposos nos primeiros anos de vida matrimonial, ajudando-os a enriquecer e fortalecer a decisão livre de se amarem até o fim. Desatacamos aqui um desafio para a Pastoral Familiar, que é aquele de ajudar os novos esposos a entender que o matrimônio, aquele “sim” no altar não é algo acabado. “O ‘sim’ que deram um ao outro é o início de um itinerário, cujo objetivo se propõe superar as circunstâncias que surgirem e os obstáculos que se interpuserem. A benção recebida é uma graça e um impulso para este caminho sempre aberto” (AL 218).

Os primeiros anos de vida matrimonial nos trazem etapas diferentes. Existe a fase do impacto inicial, onde se busca viver somente o sensível, passando para a necessidade de sentir o outro como parte de sua vida. É necessário que os esposos tenham a capacidade de pensar na felicidade do outro, e também saibam compartilhar a responsabilidade pela família. No acompanhamento dos jovens casais devemos ajudá-los a não idealizar demais a vida conjugal. O amor deve ser plasmado e amadurecido nos momentos difíceis também (cf. AL 221).

II. Alguns recursos nesta evangelização

A Amoris Laetitia destaca que “os primeiros anos de matrimônio são um período vital e delicado, durante o qual os cônjuges crescem na consciência dos desafios e do significado do matrimônio. Daí a necessidade de um acompanhamento pastoral que continue depois da celebração do sacramento” (AL 223). Elencamos alguns pontos de trabalho neste Setor, sugeridos pela Exortação apostólica: 1. A ajuda de casais com mais

experiência de matrimônio – a paróquia deve ser o lugar onde casais especializados que estão nas pastorais, movimentos e associações, possam apoiar e acompanhar os jovens casais; 2. Espiritualidade familiar – introduzir os jovens casais na vida eclesial, através de encontros de espiritualidade, Eucaristia dominical, práticas devocionais celebradas para as famílias, e recordar os aniversários de matrimônio também; 3. Destacar o dever de sentar-se para o diálogo – ajudar os jovens casais a terem momentos para rezar, sentar juntos e conversar. No aprendizado de uma comunicação melhor, não se pode deixar de lado os momentos de recreação com os filhos, celebrar momentos importantes na vida da família; 4. Ajudar a criar hábitos bons – capacidade de fazer da vida matrimonial uma celebração, que liberta da monotonia e enche de cor os hábitos diários. “É bom dar-se sempre um beijo pela manhã, benzer-se todas as noites, esperar pelo outro e recebê-lo à chegada, ter alguma saída juntos, compartilhar as tarefas domésticas” (AL 226) 5. Paróquias que ajudem as famílias a crescer na fé - oferecer retiros, confissões frequentes, direção espiritual, espaços semanais de oração familiar, rezar uns pelos outros na famílias; outras iniciativas como reunião de casais vizinhos ou amigos, retiro para casais, centros de aconselhamento conjugal, acolher as diferentes situações familiares; temos também na paróquia a secretária paroquial, que teria o papel de receber com cordialidade as urgências familiares, encaminhando para grupos de casais para uma ajuda eficaz e evangelizadora. Vemos, portanto, como a Amoris Laetitia valoriza a importância do setor pós – matrimonial. A Exortação nos desafia, e ao mesmo tempo, nos pede uma conversão pastoral no intuito de promover a família, como santuário de Deus. Pe. Carlos E. de Souza Roque Dr. em Teologia Espiritual e Assessor Diocesano da Pastoral Familiar Abril de 2017


FORMAÇÃO PERMANENTE

BIO

A morte foi vencida. Jesus Cristo vive eternamente!

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Sábado Santo - não havia, no início da Igreja primitiva, uma celebração. O costume era celebrar aos domingos, como memória da Ressurreição de Cristo. Temos alguns escritos que confirmam uma prática celebrativa neste dia, mas demorou muito tempo, até de fato Pio XII e consequentemente, o Vaticano II, para chegar a uma definição da celebração do Sábado Santo na liturgia da Igreja. A Vigília Pascal era marcada fortemente pela celebração da palavra, o batismo e a celebração eucarística na antiguidade. Com a reforma litúrgica de Pio XII e a do Vaticano II, as reformulações definiram como deve ser celebrado hoje o Sábado Santo: A celebração da Luz: a benção

do fogo novo expressa a luz que vem de Cristo, pedra fundamental da Igreja. A pedra é símbolo do Cristo que ilumina e abrasa os corações. A celebração do Círio: para nós, é sinal do Senhor ressuscitado, o Cristo-Luz que brilha nas trevas. A liturgia da Palavra: segundo o Missal Romano propõem nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas do Novo (Epistola e o Evangelho). Por razões pastorais pode-se diminuir o número de leituras do Antigo Testamento, alerta o missal que: devemos ter em conta que a leitura da Palavra de Deus é o principal elemento da Vigília Pascal. E após a primeira leitura do NT (epístola), o sacerdote (ou outra pessoa indicada, ou o coral) entoa o cântico solene do ALELUIA, marcando este momento novo com

muita alegria e fim da tristeza quaresmal. A liturgia Batismal: há duas formas de realizar o rito, uma com batismo e caso tenha adulto, ele recebe o sacramento da confirmação, e a outra sem o batismo-confirmação. A celebração batismal consta da apresentação dos candidatos, a ladainha de Todos os Santos, a benção da água batismal com o simbolismo do mergulho do Círio na água, a renúncia ao mal, e a profissão de fé, onde toda a assembleia participa de modo ativo da celebração como membros do Povo de Deus. E por fim, a Liturgia Eucarística, com a apresentação dos dons das oferendas e a prece eucarística. Conforme o Missal Romano, os dons podem ser trazidos pelos neófitos, cristãos recém-batizados.

As qualidades do diretor espiritual

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into-me muito feliz, mesmo estando longe do Brasil e da Diocese de Osasco que muito amo, por poder cooperar com estes pequenos artigos para evangelizar o povo bom que Deus nos dá e que quer crescer na sua fé. A direção espiritual poderíamos chamá-la uma constante RE EVANGELIZAÇÃO do nosso coração através deste meio importante de buscar um “amigo ou amiga de Deus” que nos ajudem a crescer na nossa fé, em experiência de Deus. Quando tomamos consciência que estamos enfermos, o que fazemos? Buscamos um médico segundo os sintomas da doença. Se doe um pé, nós vamos consultar um médico da cabeça? E se doe a cabeça não vamos logo consultar um médico de olhos. Assim é a direção espiritual. Devemos parar um pouco e ver qual é a nossa doença “espiritual”, falta de oração, falta de consciência e incapacidade de lidar com a nossa vida pessoal, de comunidade, de evangelização. O diretor espiritual é como disse o Papa Paulo VI aos carmelitas descalços: deveriam ser especialistas na oração e na direção espiritual, é um profissional do espírito, quer dizer, é uma pessoa que tem crença e conhecimento de Deus.

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Gostaria de colocar em evidência quatros caraterísticas de um bom diretor espiritual: 1. Deve ser uma pessoa de Deus: uma pessoa de oração, que medita a palavra de Deus na sua vida e com sua vida revela que possui uma forte espiritualidade. Nota-se que é falar de Deus, não de livro estudado e perdido por aí; mas falar da plenitude do seu coração. É como quando Jesus fala com os discípulos de Emaús - o coração se aquecia de amor. 2. Deve ser uma pessoa de escuta: deve saber escutar a Deus na oração e escutar aos outros. As pessoas que buscam a direção espiritual não necessitam de resposta pronta, pré-fabricada, nem de um faz isso e faz aquilo, mas querem expressar o que sente e porque sente isso. A direção espiritual necessita de tempo de escuta e de amor. Diferente do psicólogo e psicanalista, que tem de escutar por trabalho profissional, o diretor espiritual escuta só por amor a Deus e às almas. 3. Deve ser uma pessoa que possui experiência: especialmente experiência pela qual tenha passado por dificuldades, por deserto, por problemas e que tenha resol-

vido à luz da fé. A suas respostas devem ser sempre iluminadas pela Palavra de Deus e pelo amor ao Evangelho. Vejam por exemplo as cartas do apóstolo Paulo quando nas comunidades havia problemas, ele dava conselho à luz da Palavra de Deus, sempre com sabedoria. 4. Deve ser uma pessoa de fé: sem esta qualidade não é possível ajudar ninguém. Não deve tomar partido nem de um e nem do

O Domingo de Páscoa: a liturgia do domingo pascal possui algumas caraterísticas próprias, como: as leituras são sempre as mesmas em todos os ciclos anuais, A,B, ou C. A sequência pascal revela a alegria, a esperança e a emoção de toda a comunidade. Jesus é o vencedor da Morte, o que rompeu as barreiras do tempo e do espaço, e é o Próprio convite à nossa ressurreição. Aqueles que não participaram do Tríduo Sacro, precisam tomar consciência do todo do Mistério Pascal, ponto central de toda a liturgia de Deus. Uma Semana Santa abençoada e Feliz Páscoa! Pe. Ms. Rogério Lemos Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Piratininga, Osasco outro, mas sempre colocar-se do lado da verdade, do amor e da paz. Deve ser uma pessoa que tem na sua frente três coisas: a glória de Deus, o bem da pessoa, e o bem da igreja. Vejam, estas qualidades do diretor espiritual são de suma importância. Não escolher qualquer um. Não se coloca, diz São João da Cruz, a própria alma nas mãos de qualquer pessoa, mas de pessoas de Deus. Frei Patrício Sciadini, ocd Canção Nova

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ANO MARIANO

BIO

Maria Santíssima: das Bodas de Caná à Crucifixão de Jesus

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primeiro milagre de Jesus na Galileia é o de Caná (cf. Jo 2,11). Caná remete à inauguração da vida pública de Jesus. O evangelista João relaciona o milagre das Bodas de Caná com a cruz. Os dois acontecimentos representam, respectivamente, o começo e o fim da manifestação de Jesus. Nos dois episódios, Maria encontra-se ao lado de Jesus, o evangelista não menciona o seu nome, chamando-a de a “mãe de Jesus” (ou “sua mãe”) e a chama desse modo por quatro vezes. Também na cruz, ela é mencionada por quatro vezes. Ficando, assim, evidente o desejo do autor de vincular a maternidade de Maria ao papel de Cristo. São dois momentos primordiais para a manifestação de Jesus. Maria representa o antigo Israel fiel, expondo a Jesus a falta de vinho, isto é, um indicativo da salva-

ção messiânica apontando que a velha Lei acabou. O vinho faltante é a Aliança, a antiga Lei não tem poder salvador, as talhas para a purificação encontram-se vazias. A fé de Maria ilustra a passagem da Antiga para a Nova Aliança. Maria foi quem notou a dificuldade – “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3). Ela coloca sua confiança em Jesus e convida os outros a fazerem o mesmo – “Fazei

Tudo o que o Senhor disser, nós o faremos! tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). O trânsito da Antiga para a Nova Aliança é perceptível. A fala de Maria, a mãe de Jesus, é o convite para assumir a posição do povo de Isra-

el e possibilitar a Aliança: “Tudo o que o Senhor disser, nós o faremos” (Ex 19,8). Como representante do novo Israel, Maria convida a todos - representados nos serventes – a possibilitar a passagem da Lei ao Evangelho, ou seja, do Antigo para o Novo Israel. Maria torna-se a mediadora da Lei, assim como Moisés foi no Monte Horeb. A passagem da água para o vinho representa a passagem do Antigo para o Novo Testamento, da Lei para o Evangelho. As talhas de pedra estão localizadas no centro da festa de casamento – também no centro da Aliança. As talhas são do mesmo material que as tábuas da lei – de pedra. Jesus transforma a água da purificação, símbolo da lei antiga, em vinho novo do Reino. O vinho possui dois significados. Um é a era messiânica-escatológica, onde o vinho será abundante, de

ótima qualidade, gratuito. Na instituição da Eucaristia, o vinho é o da Nova Aliança. Jesus tomará aquele vinho com os apóstolos apenas no Reino de Deus. O outro significado é que o vinho é a Palavra de Deus, em que o vinho é apresentado como a Torah. A Lei divina é o vinho da sabedoria. No evangelho, Jesus estabelece um paralelo entre a nova lei e o vinho novo: “Nem se põe vinho novo em odres velhos” (Mt 9,17). “E os seus discípulos creram nele” (Jo 2,11). Após o sinal da transformação da água em vinho, os discípulos creram em Jesus. Maria, assim como na anunciação, acreditou antes de todos. Maria revela sua confiança incondicional em Jesus. Maria aparece relacionada à espera messiânica, mas também aparece relacionada ao seu pleno cumprimento. Maria apresenta a Jesus as necessidades de seu povo e Imagem da Internet

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Fazei tudo o que ele vos disser (Jo 2,5). apresenta aos outros a fé nele. Jesus é o esposo do novo povo de Deus; Maria aparece como a figura esponsal da Mulher, como a Virgem Israel, como a Igreja Virgem e Mãe no pacto nupcial que é a nova e eterna aliança. Com a dádiva do vinho novo e abundante, nasce o novo povo de Deus, ou seja, a comunidade escatológica alicerçada na fé, onde Maria é testemunha e modelo. As Bodas de Caná representa a continuidade e a superação realizada pelo novo povo de Deus em relação ao antigo. Maria é testemunha de fé para que esta passagem seja realizada e convida a todos a aderirem a essa mesma fé, quando ela diz: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Maria, em Caná, dá início ao caminho da fé da Igreja, indo à frente dos discípulos e guiando para Jesus Cristo a atenção dos serventes. O episódio da mãe ao lado da cruz e a fala de Jesus a ela dirigida e ao discípulo amado possui um grande valor simbólico: em referência às Bodas de Caná, na cena da crucifixão também se encontra a “mãe de Jesus” (cf. Jo 2,1 e 19,25), denominada “mulher” (cf. Jo 2,4 e 19,26) e conforme a lembrança da “hora” (cf. Jo 2,4 e 19,27). O que aparece nas Bodas de Caná como prefigurado, na cena da crucifixão é tomado em seu cumprimento. A fala entre Jesus e sua mãe e Jesus e o discípulo amado explicita o cumprimento da obra confiada pelo Pai a Jesus.

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“Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe...” (Jo 19,25), o evangelista ao narrar a cena, utiliza a expressão “permanecer/estar de pé”, com isso ele pretende sublinhar o caráter espiritual dessa afirmação. Aponta a firmeza, a constância da mã e de Jesus e das outras mulheres diante daquela cena. O evangelista, da mesma forma que nas Bodas de Caná, não denomina Maria, mas a “mãe de Jesus”, desta forma Maria identifica-se com um tipo simbólico-místico, três podem ser evidenciados: a Mãe Dolorosa – representando as mães que sofrem pelos seus filhos mortos; a Mãe Gloriosa – Maria, repleta de dor, participa da “hora” da exaltação de Jesus na cruz, porém permanece em pé, em postura soberana como uma rainha ao lado do trono real, revestida de esplendor

Imagem da Internet

Maria (...) é a mãe da nova humanidade. pascal, do mesmo modo que a mulher do Apocalipse (cf. Ap 12), que mesmo sofrendo com as dores do parto está adornada com as vestes de uma rainha cósmica. E, por fim, a Mãe dos viventes – ao ser chamada de “mulher” por Jesus é a nova Eva, ladeando o novo Adão, é a mãe da nova humanidade. Jesus, ao chamar Maria de “mulher”, como fez nas Bodas de Caná, pode referir-se à mulher mencionada em “Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça...” (Gn 3,15) e também a Jerusalém e o povo eleito, como ocorre outras vezes na Escritura. Maria simboliza o povo eleito da antiga Aliança e também o novo povo eleito, congregado pelo sacrifício pascal de Cristo. O evangelista enfatiza a vocação de Maria como mãe de Jesus e como representante de Israel, tanto que nem menciona o seu nome. Em Jo 19,26, o evangelista insere na narração da cena o “discípulo a quem amava”, sem identificá-lo através do nome, denominando apenas de discípulo. Aqui se tem dois ícones: Maria e João, que representam respectivamente a Igreja e o discípulo de Cristo a ela confiado. A “mãe de Jesus”, a “mulher” é a nova Eva, a mãe da nova humanidade, é a figura-tipo da Igreja-mãe, a comunidade apostólico-missionária que gera fi-

lhos para o Senhor, mediante a Palavra de Deus e os sacramentos. A “mulher” simboliza o povo novo da nova era messiânica. O “discípulo amado” identifica o seguidor, a testemunha por excelência, representa a Igreja-filha. Ao Jesus dizer “Eis teu filho” (Jo 19,26), nomeia Maria como mãe dos discípulos. “O discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27), em sua familiaridade, em suas riquezas, seus valores. Portanto, o discípulo amado recebeu Maria em sua residência, mas também em seu coração, em sua fé. Maria faz parte dos valores espirituais que Jesus deu aos seus discípulos, tais como o Pai, o Espírito Santo, a Eucaristia, entre outros. Maria está inserida na identidade cristã, o seu significado ultrapassa uma figura individual. Maria Santíssima, Mãe das Dores, assim como o discípulo amado, que possamos levá-la para nossa casa, nosso coração, nossa vida como grande presente que Jesus nos ofereceu. Pe. Luiz Rogério Gemi Vigário Paroquial da Catedral Santo Antônio

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Mensagem para o 54º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

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mados irmãos e irmãs! No 54º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, gostaria de me deter na dimensão missionária da vocação cristã. Quem se deixou atrair pela voz de Deus e começou a seguir Jesus, rapidamente descobre dentro de si mesmo o desejo irreprimível de levar a Boa Nova aos irmãos, através da evangelização e do serviço na caridade. Todos os cristãos são constituídos missionários do Evangelho. Com efeito, o discípulo não recebe o dom do amor de Deus para sua consolação privada; não é chamado a ocupar-se de si mesmo nem a cuidar dos interesses duma empresa; simplesmente é tocado e transformado pela alegria de se sentir amado por Deus e não pode guardar esta experiência apenas para si mesmo: «a alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária» (FRANCISCO, Exort. ap. Evangelii gaudium, 21). Por isso, o compromisso missionário não é algo que vem acrescentar-se à vida cristã como se fosse um ornamento, mas, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé: a relação com o Senhor implica ser enviados ao mundo como profetas da sua palavra e testemunhas do seu amor. Se experimentamos em nós muita fragilidade e às vezes podemos sentir-nos desanimados, devemos levantar a cabeça para Deus, sem nos fazermos esmagar pelo sentimento de inaptidão nem cedermos ao pessimismo, que nos torna espetadores passivos duma vida cansada e rotineira. Não há lugar para o temor: o próprio Deus vem purificar os nossos «lábios impuros», tornando-nos aptos para a missão. «“Foi afastada a tua culpa e apagado o teu pecado!” Então, ouvi a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem será o nosso mensageiro?” Então eu disse: “Eis-me aqui, envia-me”» (Is 6, 7-8). Cada discípulo missionário sen10

te, no seu coração, esta voz divina que o convida a «andar de lugar em lugar» no meio do povo, como Jesus, «fazendo o bem e curando» a todos (cf. At 10, 38). Com efeito, já tive ocasião de lembrar que, em virtude do Batismo, cada cristão é um «cristóvão» ou seja, «um que leva Cristo» aos irmãos (cf. FRANCISCO, Catequese, 30 de janeiro de 2016). Isto vale de forma particular para as pessoas que são chamadas a uma vida de especial consagração e também para os sacerdotes, que generosamente responderam «eis-me aqui, envia-me». Com renovado entusiasmo missionário, são chamados a sair dos recintos sagrados do templo, para consentir à ternura de Deus de transbordar a favor dos homens (cf. FRANCISCO, Homilia na Missa Crismal, 24 de março de 2016). A Igreja precisa de sacerdotes assim: confiantes e serenos porque descobriram o verdadeiro tesouro, ansiosos por irem fazê-lo conhecer jubilosamente a todos (cf. Mt 13,44). Jesus é ungido pelo Espírito e enviado. Ser discípulo missionário significa participar ativamente na missão de Cristo, que Ele próprio descreve na sinagoga de Nazaré: «O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19). Há o risco de que a missão cristã apareça como uma mera utopia irrealizável ou, em todo o caso, uma realidade que supera as nossas forças. Mas, se contemplarmos Jesus Ressuscitado, que caminha ao lado dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-15), é possível reavivar a nossa confiança; nesta cena evangélica, temos uma autêntica e real «liturgia da estrada», que precede a da Palavra e da fração do Pão e nos faz saber que, em cada

passo nosso, Jesus está junto de nós. Os dois discípulos, feridos pelo escândalo da cruz, estão de regresso a casa percorrendo o caminho da derrota: levam no coração uma esperança despedaçada e um sonho que não se realizou. Pouco a pouco transforma o seu desânimo, inflama o seu coração e abre os seus olhos, anunciando a Palavra e partindo o Pão. Da mesma forma, o cristão não carrega sozinho o encargo da missão, mas experimenta – mesmo nas fadigas e incompreensões – que «Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária» (FRANCISCO, Exort. ap. Evangelii gaudium, 266). Com esta confiança evangélica abrimo-nos à ação silenciosa do Espírito, que é o fundamento da missão. Não poderá jamais haver pastoral vocacional nem missão cristã, sem a oração assídua e contemplativa. Neste sentido, é preciso alimentar a vida cristã com a escuta da Palavra de Deus e sobretudo cuidar da relação pessoal com o Senhor na

adoração eucarística, «lugar» privilegiado do encontro com Deus. Amados irmãos e irmãs, é possível ainda hoje voltar a encontrar o ardor do anúncio e propor, sobretudo aos jovens, o seguimento de Cristo. Maria Santíssima, Mãe do nosso Salvador, teve a coragem de abraçar este sonho de Deus, pondo a sua juventude e o seu entusiasmo nas mãos d’Ele. Que a sua intercessão nos obtenha a mesma abertura de coração, a prontidão em dizer o nosso «Eis-me aqui» à chamada do Senhor e a alegria de nos pormos a caminho, como Ela (cf. Lc 1, 39), para O anunciar ao mundo inteiro. Trechos da mensagem do Dia Mundial de Oração pelas Vocações que será celebrado em 7 de maio de 2017 - IV Domingo da Páscoa, sobre o tema «Impelidos pelo Espírito para a missão» A mensagem na íntegra você encontra em nosso site diocesedeosasco.com.br. Multimídia disponível para download. Imagem da Internet

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PALAVRA DO BISPO

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A Mãe de Deus nos visitou, vamos à sua casa para agradecer! Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Jandira

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o próximo dia 6 de maio, nossas comunidades irão ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Seremos milhares de irmãos reunidos na casa da Mãe de Deus e Mãe de todos os brasileiros, a Virgem Aparecida Mãe de Deus. Exatamente há um ano, na romaria do ano passado, recebemos a imagem peregrina de Maria. Ela ganhou um lindo andor de madeira. Passou por todas as nossas paróquias e comunidades, andou pelas ruas, escutou nossas preces, nossos cânticos, visitou enfermos, despertou no coração de todos um amor muito grande, fez crescer o desejo de servir melhor a seu Filho. Foram muitos quilômetros de estrada, procissões, lágrimas sofridas, e sorrisos de alegria. Agora nos preparamos para retorná-la ao Santuário Nacional, com mais de 20 mil peregrinos da diocese de Osasco, e outros tantos ficarão acompanhando pela TV, agradecendo por este ano todo de festas, pelos 300 anos da Mãe Aparecida, pelas graças recebidas, pelas bençãos derramadas. E sabemos que ela não se afastará mais de nós, e sempre estaremos com ela e com seu Filho divino.

Maria ama os pobres Quem conhece o início desta história tem dificuldade para explicar: como é que aconteceu que aqueles pescadores pobres, ao encontrar uma imagem quebrada, suja da lama do rio, transformassem suas pobres orações nesse imenso movimento com mais de duzentos, trezentos mil romeiros todas as semanas, na imensa Basílica Nacional, ainda inacabada, e tantas histórias de milagres, de conversões, de superação e de graças? Como exAbril de 2017

plicar a paixão do brasileiro, que vêm dos recantos mais distantes, lá onde nem a Santa Missa é celebrada com frequência, mas onde a imagem de Aparecida é venerada e garante a fidelidade ao Evangelho de Cristo e à doutrina da Igreja Católica, guardando as famílias na sua fé simples e santa? São perguntas que embaraçam os sociólogos e os cientistas da religião, mas são de fácil resposta por parte de um povo que enfrenta o peso da vida, da pobreza, da enfermidade, da sobrevivência, sem ter muitas vezes outro recurso senão a fé simples, a confiança na intercessão da Mãe do Divino Amor. A Senhora Aparecida, desde o início, mostrou seu amor aos mais pobres e sofredores. Foram eles que a recolheram e agasalharam; ela se deixou amar por eles, abriu-lhes os segredos do coração de seu Filho, aquele que louva o Pai, por revelar seus segredos aos pequenos, aos humildes (Lc 10,21).

Maria nos acompanha em toda a nossa vida de fé Não é mera coincidência que todos os países da Nossa América Latina tenham Nossa Senhora por padroeira, com os mais diversos títulos. Na história desses países sempre encontramos a devoção a Maria ligada a acontecimentos da vida dos indígenas, dos negros, dos pobres. Histórias de gente humilde como índio Juan Diego, no México, como o mestiço Plácido em Belém do Pará, ou os três pescadores de Aparecida, que passaram toda a noite sem nada pescar, e ao encontrar a pequena imagem nas águas do Rio Paraíba, tiveram uma pesca abundante. Significativo é o relato do milagre do negro Zacarias, escravo fugitivo que foi recapturado e

estava sendo arrastado de volta para a fazenda com muitas chicotadas. Ao passar pela pequena ermida de Nossa Senhora, pediu ele ao Capitão que o trazia preso em grossas correntes: queria parar em frente à Santa para rezar. Durante a oração, suas correntes milagrosamente caíram e ele saiu em liberdade. Maria não se colocou ao lado dos fazendeiros do Café, donos de escravos, mas ao lado de Zacarias, pondo em prática a sua afirmação de que Deus “derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes” (Lc 1,52).

Nosso socorro para além de toda esperança A predileção de Maria pelos pobres não tem nada de exclusão. Mãe não exclui nenhum de seus filhos. A sua atenção pelos pobres também não tem nenhum viés ideológico de esquerda política. Estamos todos incluídos no amor de Maria, porque somos todos pobres e carentes da graça divina. Só não sabem disso os orgulhosos, os prepotentes, os que escravizam os outros ou cultuam a si mesmos. Nós, ao contrário, estamos em situação semelhante à do escravo Zacarias: ele tinha grossas correntes, seu único recurso era chorar, ou recorrer à Mãe de Deus. Nós também temos correntes grossas assim: é como se sente um pai desempregado, é a dor que experimenta uma família quando assolada pela violência. A quem recorrer quando não existe atendimento mínimo à saúde? A quem recorrer quando a corrupção das empresas e dos políticos suga os recursos que deveriam ser empregados para diminuir o sofrimento dos pobres? Riem-se, como faziam os senhores de escravos, aqueles que aumentam os seu próprios salários, aqueles que

vendem mercadoria estragada para lucrar mais, aqueles que mudam as leis da aposentadoria relegando os idosos ao abandono, deixando os trabalhadores rurais e outros grupos vulneráveis sem o menor socorro, enquanto suas próprias aposentadorias são de marajás. Como nos precaver dos que fazem o tráfico de pessoas, o tráfico de armas, o tráfico de drogas, ou que ensinam imoralidades nas escolas, os que danificam a natureza? Mãe querida, precisamos parar diante de vossa ermida, com toda a fé, para aprendermos a ser unidos na esperança, solidários na carência, ativos na defesa da vida mais frágil, dispostos a cooperar com o Reino de vosso Filho amado.

Vamos à casa da Mãe Aparecida A diocese de Osasco completa em maio 28 anos. É nessa ocasião que iremos em romaria ao Santuário Nacional de Aparecida. Temos muitos pedidos a fazer. Mas temos muito mais que agradecer. Durante este último ano, de maio a maio, ela veio à nossa casa, ouviu nossas preces, enxugou nossas lágrimas, passou pelos leitos dos hospitais, pelos presídios, pelas escolas, pelas repartições públicas, pelos campos e pelas ruas das cidades. Não foram poucos os relatos de graças recebidas. Iremos dizer a ela que fique conosco para sempre. Que nos ensine a ouvir seu Filho, que nos ajude a manter nossa fé e nossos valores da vida familiar. Em casa, teremos sempre um lugar especial para ela. Com seu amor, seguiremos mais firmes no caminho do Evangelho, na construção de um mundo novo de paz. Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco Paróquia São José - Mairinque

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PROGRAME-SE

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Aproxima-se o III Encontro Diocesano para Crismandos

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com este reconhecimento de Maria e, ao mesmo tempo vivenciando o Ano Mariano, que o Setor Juventude e a Comissão Bíblico Catequética, por mais um ano, vem motivar os jovens, para o Encontro Diocesano de Crismandos que está na sua III edição. Este encontro tem como objetivo a interação e integra-

ção dos jovens na vida da Igreja, pois, bem lembrava Dom Ercílio em 31 de maio de 2015, no II Encontro dos Crismandos no Ginásio Liberatti aos jovens que se faziam presente: “Deixem ser impulsionado pelo Espírito Santo, pois, Deus é a palavra verdadeira em meio a tantas mentiras”. É neste espírito de coragem e entusiasmo que entendemos o quanto é importante a presença do jovem na Igreja. No documento preparatório do Sínodo dos jovens para o ano 2018, o Papa Francisco ressalta o que diz o evangelho de João: “Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros” (15 16-1). Se a vocação para alegria do amor é o apelo fundamental que Deus põe no coração de cada jovem, para que a sua existência possa dar fruto, a fé é, conjuntamente, dom do alto e resposta ao sentirem-se escolhidos e amados. (Documento da Igreja 33 pag. 28). Assim sendo, não podemos nos calar ou ficar inertes como se os jovens não tivessem nada a nos ensinar e nem tão pouco a nos comunicar, precisamos ter a ousadia de deixa-se levar pela graça do Espírito, e não ter medo do novo que vem chegando, mas ao contrário, nos unir e aprender e, se for o caso, ensinar a nova geração a conhecer o mistério do Reino de Deus. Não importam quais serão as dificuldades que encontraremos em nosso caminho, pois, foi para os desafios que fomos chamados. Chamados para evangelizar segundo o dom que cada um recebeu do Espírito Santo, graças ao sacramento da confirmação.

Recordo também o que dizia o São João Paulo II aos jovens: “O futuro depende de vossa maturidade. A Igreja olha para o futuro com confiança, quando ouve de vossos lábios a mesma resposta que Jesus deu a Maria e José, quando o encontraram no templo, ‘Não sabeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?’” (Encerramento da JMJ em Manila – 15/01/1995). Se as palavras do Santo nos comovem, muito mais comovem as nossas próprias atitudes frente ao diversos apoios e incentivos que podemos dar aos jovens na participação na vida da igreja, em tudo que ela realiza ou manifesta em favor da juventude. Por isso, este III Encontro Diocesano de Crismandos que acontecerá no próximo dia 23 de abril a partir das 8h, nas dependências do Ginásio Municipal de Cotia, tem por incentivo as próprias paróquias e a alegria dos catequistas, que vem já trabalhando para a realização deste momento de fé e evangelização. Que o Espírito Santo traga aos jovens Crismandos um novo Pentecostes. Pe. Marcelo Pereira Assessor Diocesano da Juventude Agenda Diocesana 12/04 • Missa do Crisma (Santos Óleos) Catedral Santo Antônio 14/04 • Sexta-feira da Paixão do Senhor (coleta para os lugares santos) 16/04 • Páscoa do Senhor • 3º ano da eleição de D. João Bosco como bispo de Osasco 23/04 • Domingo da Divina Misericórdia • 8h - III Encontro Diocesano de Crismandos Ginásio Municipal de Cotia 30/04 • 8h - Encontro de Espiritualidade/ Coordenadores da Catequese (local a definir) 01/05 • 28º aniversário de instalação da Diocese de Osasco 03/05 • Festa de São Filipe e São Tiago Menor – Apóstolos 06/05 • 13ª Romaria Diocesana ao Santuário de Aparecida – Encerramento da Peregrinação Diocesana da Imagem de Nossa Senhora Aparecida 07/05 • Domingo do Bom Pastor 14/05 • Dias das Mães

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