Jornal do SITRAEMG n.º 16

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Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais Ano II - Edição 16 Tiragem: 5.700

19 de Outubro de 2010

MOBILIZAÇÃO DOS SERVIDORES

Erinei Lima

Pressão por orçamento para PCS antes da eleição

Ato público em defesa do PCS em Belo Horizonte: servidores devem pressionar para exigir um compromisso do governo para resolver o impasse orçamentário

A luta para derrubar o congelamento salarial não pode esperar o segundo turno das eleições: é preciso iniciar já a nova fase da mobilização e pressionar tanto o STF quanto o governo Lula a garantirem a previsão orçamentária para aprovação do PL 6613/2009. É o que defendem servidores ouvidos pela reportagem. “Temos

que pressionar antes da eleição”, defende Paulo Falcão, dirigente da federação nacional (Fenajufe) e do sindicato de Alagoas (Sindjus-AL). Para ele, é esse o período em que os servidores podem ter o maior poder de pressão para fazer isso.”Se os servidores fizerem uma pressão forte, é possível que Lula faça um acordo mais sério, ele não vai querer

se expor [às vésperas da eleição]”, diz Falcão, que é servidor da Justiça Federal em Maceió. “Temos sim que fazer uma mobilização nacional antes do segundo turno”, reforça Alexandre Brandi, diretor da federação nacional (Fenajufe) e presidente do Sindicato de Minas Gerais (SITRAEMG). “É difícil retomar o movimento antes do segundo turno, mas não vejo outra saída, em que pese a dificuldade, você tem que fazer, tem que reagir, não vamos ficar inertes não”, afirma Brandi, que é servidor da Justiça Eleitoral de Minas Gerais. O servidor Jailson Lage, do TRF da Bahia, vê com preocupação o curto período que separará o segundo turno da eleição e o recesso de dezembro. Para ele, é “muito pouco tempo” para que se arranque um acordo que garanta a aprovação dos projetos que revisam os planos de cargos e salários do Judiciário Federal e do Ministério Público da União. “Agora é um bom momento para pressionar”, avalia.

Para José Augusto Hammerschmidt, do Serviço de Distribuição da Justiça do Trabalho de Araucária, no Paraná, independente de ser viável ou não a obtenção de um acordo antes das eleições, é preciso lutar já pelo PCS-4. “A categoria tem que se mobilizar neste momento independentemente da eleição para presidente da República, se nós nos mobilizarmos agora entraremos com mais força na negociação com o futuro presidente seja o Serra ou a Dilma”, avalia o servidor, que atua no Sinjutra. Servidor da Justiça Federal de São Paulo, Antonio Melquíades sustenta raciocínio parecido, mas ressalta que o atual cenário eleitoral dá um peso maior à eventual movimentação da categoria. Para ele, que é dirigente da federação e do sindicato paulista (Sintrajud), nada justifica não convocar a categoria para se mobilizar já. Por Hélcio Duarte Filho, para o SITRAEMG

Às direções do SINDJUS-DF E AOS SERVIDORES DE BRASÍLIA

Manifesto pela unidade da categoria na luta contra o congelamento Sobre o trâmite e a aprovação do projeto que revisa os salários dos servidores do Judiciário Federal (PL 6613/2009), é possível tirar duas conclusões, que se completam: Primeiro, se ele existe, encontra-se na Comissão de Finanças da Câmara e está na pauta das discussões dos Três Poderes em Brasília, deve-se a uma longa, persistente e até heróica luta dos servidores – que enfrentaram a intransigência do governo, o pouco empenho da cúpula do Judiciário, a repressão de algumas administrações e a tentativa do STJ de criminalizar a greve e o movimento, jogando-os numa inaceitável “ilegalidade”. Segundo, que embora todo este esforço não tenha sido em vão, já que o projeto existe e está em pauta, não há absolutamente nada nesse momento que possa nos levar a afirmar que a sua aprovação e implantação em 2011 estejam garantidas e que já

não corremos mais o risco de amargar um indefinido congelamento salarial. Negar isso, tentar passar para a categoria a imagem de que tudo está encaminhado, que há um ‘acordo’ que garante a aprovação da proposta, é tentar maquiar a realidade, é tentar vender uma versão que nem a cúpula do Judiciário nem os representantes do governo sustentam. É nesse contexto que os servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais, reunidos em assembleia do SITRAEMG, decidiram fazer um apelo para que a direção do Sindjus-DF reveja sua posição e convoque a categoria a participar das lutas e mobilizações contra o congelamento salarial. Conclamamos, ainda, os combativos servidores que integram os tribunais da capital federal a unir esforços nacionalmente com a categoria para que sejamos capazes de construir uma mobilização com a força necessária para garantir nossos direi-

Resultados das eleições requer reforço na luta dos servidores

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tos e afastar o fantasma do congelamento, que após quatro anos da última lei prevendo reajustes e dois anos da última parcela decorrente dela, já ganha ares de realidade. Sindicatos existem para defender os interesses dos trabalhadores que representam. Para antecipar ameaças. Alertar sobre os perigos que se apresentam e organizar a resistência a eles e as lutas necessárias. De nada valem se existirem apenas para dar boas notícias e pintar a realidade com cores fantasiosas. Tais posturas sempre colocam direitos em risco e levam trabalhadores a derrotas. Lamentamos o que ocorreu - a total ausência do Sindjus-DF nas últimas atividades, a nem sequer convocação do ato nacional do dia 28 - e não nos furtaremos a dizer isso. Mas seguimos acreditando na capacidade de superarmos eventuais diferenças e construirmos a unidade nacional nesse momento delicado, no qual ganham força discursos que pregam mais ajustes

Ampliada da Fenajufe define calendário de mobilização Página 3

contra os servidores e os serviços públicos e emerge das urnas, ao que parece, um Congresso tão ou mais conservador do que o anterior. Teremos pela frente períodos que podem ser decisivos. No dia 16, representantes de sindicatos de todos os estados devem se encontrar em Brasília, na reunião ampliada da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU). Pois que participemos juntos deste fórum para traçar ali as linhas mestras de um movimento a ser encaminhado por todos nós, que seja capaz de transformar propostas em lei e vontades em realidade. Temos certeza que é isso que os servidores do Judiciário Federal esperam de suas direções sindicais. SITRAEMG Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais

SITRAEMG inicia visitas de outubro ao interior Página 4


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