Jornal do Sinttel 1702 - De 18 a 24 de março de 2020

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CAMPANHA DA REDE

1ª RODADA DE NEGOCIAÇÕES SERÁ DIA 18 Liq agora é Atma e o Sindicato cobra manutenção de empregos

Os acionistas da Liq Participações aprovaram dia 9, a alteração da denominação social para Atma Participações. A companhia tinha trocado de nome em 2018, quando deixou de ser chamada de Contax. Segundo a empresa, a mudança visa refletir a conclusão da integração de negócios da companhia e a “identidade corporativa às suas principais atividades: atendimento (CRM), Trade Marketing, Manutenção e Facilities”. Os acionistas estão se unindo para garantir os seus ganhos, mas o que o Sindicato quer saber é como fica a situação dos trabalhadores. Chega de desemprego e de arrocho sobre eles. A empresa, quando era Contax, chegou a ser uma das maiores do país e somava, só no Rio de Janeiro, mais de 7 mil trabalhadores. Hoje está entre as menores do setor no estado, em número de trabalhadores. Até agora só que perdeu com os desmandos administrativos foram os trabalhadores. O Sindicato já antecipa que o novo grupo tem que gerar novos empregos. Chega de cortes.

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nossa pauta de reivindicações foi encaminhada às empresas do setor, Serede, Procisa, TEL, Ezentis, MVVS, LGM, Servlog, IT Telecom, entre outras, antes do Carnaval e desde então o Sinttel vem cobrando o início das negociações já que a data-base da categoria é 1º de abril. Elas, como sempre, enrolaram, mas diante da ameaça do Sinttel de fazer pressão nos locais de trabalho agendaram reunião para o dia 18. A campanha das prestadoras é uma das maiores e a mais importante a ser realizada pelo Sinttel-Rio neste primeiro semestre do ano. A estimativa é de que essa campanha mobilize mais de 20 mil trabalhadores em todo o Rio de Janeiro. A seguir veja os principais itens da pauta de reivindicações e confira à íntegra da pauta no nosso portal www. sinttelrio.org.br .

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= Reajuste salarial - 100% do INPC acumulado entre 01/04/2019 a 31/03/2020 mais 5% de aumento real sobre todos os salários; = Piso salarial mínimo - Piso mínimo geral no valor mensal de R$ 1.500,00. Para os cargos adiante relacionados, que deverão ser todos definidos conforme o CBO do MET; = Fim do Banco de Horas; = Fim do assédio moral;

= Não à aplicaçao da MP 905 = Adicional de insalubridade/ periculosidade - 30% sobre a remuneração mensal para todos os empregados que laborem em área considerada de risco ou insalubre, como ligadores/ examinadores nos DG’s, inclusive, quem trabalha com fone e vídeo; =Vale-refeição/alimentação - VA/ VR no valor de R$ 36,00 por dia, devendo ser fornecido nos casos de licença

maternidade, afastamento pelo INSS por acidente de trabalho e/ou doença ocupacional. O que a diretoria do Sinttel espera para essa primeira reunião é que, ao contrário dos anos anteriores, as empresas cheguem nesta quarta-feira (18), à mesa de negociação na sede do Sindicato, com uma proposta digna de ser submetida à categoria em assembleia.

Não ao fatiamento da OI. Vamos resistir! O interesse da TIM e da Vivo na compra do serviço de celular da Oi e a resposta dos executivos destas ao negócio confirma o que temos denunciado desde o ano passado: há um plano elaborado por uma assessoria contratada pelos acionistas da Oi, com total anuência do atual presidente da operadora, Rodrigo Abreu, de fatiar a empresas e destruí-la. De acordo, com Luís Antônio da Silva, coordenador-geral do Sinttel-Rio, esse processo já começou com a venda de ativos da empresa, tais como as torres, o DataCenter e alguns imóveis, como

A FESTA DAS MULHERES Veja Dia Internacional da Mulher é mundialmente celebrado no dia 8 de março, mas o Sinttel-Rio está fazendo um mês inteiro dedicado a elas. Na última semana, de 10 a 13 de março, a diretoria realizou atividades em diversos locais de trabalho, como na Atento, em Madureira, no complexo Mackenzie, no Centro do Rio, e na Serede, em Irajá. Teve plaquinha para tirar foto, brinde com a logo da campanha e um folheto informativo sobre o impacto da Reforma Trabalhista para as mulheres. O objetivo era estar perto das trabalhadoras e lembrar a todo mundo: “Nossa bandeira é sempre o respeito”, a frase que marca o mês da mulher no Sindicato. No dia 13 de março foi o dia de recebermos o MulheRio na sede do Sinttel. O Conselho Sindical Especial Mulheres aconteceu das 10h às 14h e contou com a participação não só das companheiras de

ARQUIVO DO SINTTEL-RIO

Depois de muita cobrança da direção do Sinttel-Rio, as empresas prestadoras de serviços de telecomunicações e o sindicato patronal marcaram para esta quarta-feira (18/03) a primeira rodada de negociações da campanha salarial da rede.

o prédio da Rua General Polidoro, em Botafogo. A diretoria do Sinttel-Rio e dos outros Sindicatos nas bases da Oi em todo o país também são contra e vão mobilizar os trabalhadores para impedir que os acionistas – especuladores americanos interessados exclusivamente em recuperar rápido o investimento feito – concretizem os seus objetivos de acabar com uma empresa com o tamanho e a importância da Oi. Desde que entrou em recuperação judicial onde chegou pela irresponsabilidade e má gestão de sucessivas administrações, a empresa encolheu em

número de empregados. Já perdeu mais 3.000 trabalhadores diretos no Rio, sem contar mais mil demitidos recentemente pela Serede, sua subsidiária. O plano dos acionistas inclui, sim, a demissão de trabalhadores. Estima-se, segundo se comenta nos diversos setores da Oi, a demissão de cerca de 50% do quadro. No dia 12, durante o ato das mulheres no complexo de Mackenzie, vários trabalhadores vieram conversar com os diretores do Sinttel. O clima é de total insegurança, especialmente em quem já tem mais de 10 anos da empresa, cujos salários são maiores.

REUNIÃO URGENTE - A Livre, juntamente às outras três federações do setor de telecomunicações, solicitou oficialmente à empresa uma reunião em caráter de urgência para dizer que não vai aceitar o fatiamento da Oi, não vai aceitar as demissões e que vai mobilizar os trabalhadores em todo país para ir à greve em defesa da empresa e do emprego, como fizeram os trabalhadores da Dataprev. “Não vamos aceitar o fim da empresa. Vamos resistir”, disse Luís Antônio, coordenador-geral do Sinttel e presidente da Federação Livre.

como foi a Semana da Mulher no Sinttel-Rio

telecom, mas também com os trabalhadores. Todos puderam ouvir as importantes mensagens das palestrantes Neide Jane Carvalho, Secretária de Combate ao Racismo do PT-RJ, que falou sobre o feminicídio (assassinato de mulheres) e violência doméstica, e também da Maria Cristina Paulo Rodrigues, que em muito contribuiu com a palestra “Nosso trabalho sustenta o mundo”, falando sobre o quanto as mulheres trabalham muito mais em múltiplas jornadas, ganham menos que os homens e são menos valorizadas que eles. Depois foi a vez do Workshop de Defesa Pessoal com Amanda Lemes e Deborah Bonfante, do Empodere-se. Além de explicar os conceitos que envolvem a autodefesa, as instrutoras fizeram demonstrações ao vivo e todo mundo participou. As companheiras tiveram a oportunidade de aprender técnicas rápidas de como se livrar de situações de violência,

espaço e vai até atitudes extremas, como os movimentos que ajudam as mulheres a ganhar tempo, correr e procurar socorro. É muito importante denunciar e pedir ajuda. Por isso, lembre-se: em caso de violência, ligue para o 180, Central de Atendimento à Mulher. Nossa bandeira é sempre o respeito!

como pegada de braço, estrangulamento pela frente e estupro e outras formas de

se defender. Como alertou Amanda, a autodefesa começa na nossa percepção do


CORONAVÍRUS/COVID-19

SINTTEL ORIENTA TRABALHADORES

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iante do quadro de pandemia decorrente do Coronavírus (Covid-19), tanto o governo federal como Ministério Público do Trabalho emitiram medidas para enfrentamento da emergência. Atento a isso, o Departamento Jurídico do Sinttel-Rio, elaborou este Informativo para assegurar aos trabalhadores de telecomunicações acesso à informação segura e objetiva. Veja carta do Sinttel às empresas no Portal.

da licença médica concedida. Sabemos que algumas empresas exigem a entrega pessoal, mas, neste caso de doença de alta taxa de transmissibilidade, recomendamos fortemente que o/a trabalhador/a utilize-se de meios alternativos como o WhatsApp de seu Supervisor, e-mail do setor de recursos humanos RH e, caso tenha, o e-mail do ambulatório para fins de comunicação.

Lembre-se de arquivar adequadamente a comunicação feita à empresa e, no dia de seu retorno às atividades, providencie a entrega da via original no setor correspondente.

trabalhador/a testado positivo para a doença deve ter seus dias de afastamento abonados. O Sinttel-Rio enviará às empresas recomendações e reivindicações com o objetivo de reforçar a observância das medidas de medicina e segurança do trabalho, flexibilização quanto a ausências e atenção especial aos grupos classificados como mais vulneráveis e suscetíveis, entre outros.

CABE ÀS EMPRESAS O momento é delicado e preocupante, mas é preciso, sobretudo, saber que o que há até o momento é que o/a

AMBIENTE DE RISCO A atenção no segmento de telecomunicações volta-se mais especialmente para os profissionais que executam suas atividades em ambientes com aglomeração de pessoas como, por exemplo, os call centers, os DG´s, atendentes de lojas e os que executam suas atividades em locais considerados de alto risco como as unidades de saúde. IDA AO TRABALHO É importante que todos saibam que, muito embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha decretado a pandemia, não há no Brasil, por ora, a determinação de quarentena ampla. O governo federal determinou o isolamento apenas para as pessoas infectadas com o novo Coronavírus, o Covid-19 e, assim, não há como se exigir que as empresas tenham suas atividades suspensas. Ou seja, a ida ao trabalho deve seguir normal, exceto, claro, para os que tenham sintomas. Ao/a trabalhador/a que sentir os sintomas, recomenda-se que se dirijam a uma unidade de saúde para a realização do teste. Aos que possuem plano de assistência médica, saibam que a Agência Nacional de Saúde (ANS) incluiu a realização do teste diagnóstico no rol de coberturas obrigatórias sob a única condição do paciente enquadrar-se na definição de caso suspeito ou provável doença pelo Covid-19.

Dúvidas mais comuns entre os trabalhadores Leia abaixo as respostas para as dúvidas que surgiram desde que a pandemia do Coronavírus foi decretada. = O Sindicato pode pleitear que a empresa suspenda total ou parcialmente as suas atividades? Não. A determinação de quarentena e as diretrizes para o seu cumprimento são incumbências exclusivas do governo federal. O Sinttel-Rio está acompanhando as medidas governamentais e buscando junto as empresas medidas complementares para o enfrentamento da emergência, tendo como norte a estrita observância dos direitos dos trabalhadores. =Trabalho em ambiente de alta circulação de pessoas, inclusive de estrangeiros, o que devo fazer?

TESTE POSITIVO Caso o teste realizado dê positivo para o Coronavírus, o/a trabalhador/a deve requerer o devido atestado médico e seguir as orientações da empresa acerca do procedimento de comunicação

Seguir as orientações de seu empregador quanto aos procedimentos de higiene e segurança do trabalho. Por ora, não há determinação de quarentena absoluta, por isso a ausência ao trabalho só será abonada de acordo com os casos previstos em lei. = E com a antecipação das férias escolares, posso ficar em casa para cuidar do meu/s filho/s? Não há previsão na lei para abonar a ausência neste caso. O que pode ser feito caso os pais não tenham com quem deixar as crianças, é buscar entendimento junto ao RH da empresa para a antecipação de férias. = A empresa deve fornecer máscaras, luvas, álcool gel? Máscaras e luvas apenas em situações muito específicas. Já o álcool

gel, especialmente para os que têm contato com público, deve ser oferecido pela empresa, assim como a disponibilização de lavatórios com água e sabão = Estou com sintomas, como devo proceder? Caso esteja trabalhando, recomendamos que se dirija ao Ambulatório da empresa e, na ausência de um, vá diretamente para uma unidade de saúde. Testando positivo, siga as orientações já postas no início deste Informativo. =A empresa pode exigir exames médicos? Sim. A empresa pode exigir a realização do teste para o/a trabalhador/a que demonstre sintomas, em especial para os trabalhadores que tenham retornado de locais com surto.

CAOS NA DATAMÉTRICA

Covid-19: precisamos ser solidários

Todo cuidado é pouco para evitar contrair e espalhar o vírus, mas esses cuidados não devem nos impedir de ser solidários uns com os outros, sejam eles nossos amigos, conhecidos, vizinhos, especialmente os idosos. Na Itália as pessoas estão se cumprimentando de suas varandas. Podemos fazer o mesmo. Podemos também, ao levantar, ligar para aquele idoso que mora em nosso condomínio, falar um pouco, saber como está, perguntar se precisa de alguma coisa de

supermercado ou de farmácia, se oferecer para ir comprar algo e ao ter contato com ele tomar as medidas de segurança necessárias, como usar máscara e manter a distância de mais de um metro. Essa é apenas uma forma de ajudar, dentre diversas possibilidades – o momento pede criatividade e muita cautela quanto à segurança e saúde públicas. O importante é que ao ajudar o próximo você deve tomar todas as precauções para não se contaminar ou contaminar o outro.

Trabalhadores sem acordo e vale-transporte parcelado A Datamétrica é uma empresa prestadora de serviços de teleatendimento, portanto, a data-base dos trabalhadores é 1º de janeiro. A pauta de reivindicações foi entregue à empresa em novembro de 2019, mas até agora ela não apresentou nenhuma proposta de Acordo Coletivo. A maioria das empresas de teleatendimento já negociou e fechou Acordo ou Convenção Coletiva em meados de fevereiro. O que a Datamétrica está fazendo é maldade com a categoria. O Sinttel vem cobrando a apresentação de uma proposta de Acordo, inclusive com a realização de atos diários

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Keila Machado (keilamachado@sinttelrio.org.br) REDAÇÃO e EDIÇÃO Socorro Andrade (Reg. 460 DRT/PB - socorroandradde@gmail.com) PRODUTORA DE CONTEÚDO DO PORTAL Camila Palmares REPÓRTER Camila Araújo ILUSTRAÇÃO Alexandre Bersot (http://www.behance.net/alexandrebersot) DIAGRAMAÇÃO L&B Comunicação Ltda Rua Morais e Silva, 94 - Maracanã - RJ - CEP 20271-030 - Tel.: 2204-9300 E-mail Geral sinttelrio@sinttelrio.org.br - Site http://www.sinttelrio.org.br E-mail Jurídico juridico@sinttelrio.org.br - E-mail Imprensa imprensa@sinttelrio.org.br

bersot

humor

na porta dos prédios no Engenho de Dentro e no COR, onde conversa com os trabalhadores e só ouve reclamações. Ao mesmo tempo em que se nega a apresentar uma proposta de Acordo, a Datamétrica desrespeita o Acordo em vigor, já atrasou os salários e paga o vale-transporte parcelado. Assim não dá. Ou ela soluciona esses problemas e faz uma proposta de Acordo ou o Sindicato tomará outras medidas. Em caso de novas denúncias ou outras reclamações, os trabalhadores devem entrar em contato com Ricardo Pereira, diretor do Sinttel, pelo e-mail ricardopereira@sinttelrio.org.br.

Venda da Oi móvel só interessa ao mercado

Quando ocorreu a privatização do setor de telecomunicações no Brasil, em 1998, havia uma certeza dos que defendiam o novo modelo: a competição aumentaria e alavancaria a qualidade e a universalização do serviço. Não foi o que ocorreu. Há cada vez menos competição no setor, que segue com baixa qualidade dos serviços, oligopolizado e muito distante da universalização. O exemplo mais recente é o processo de esfacelamento da Oi e o interesse das outras três (Claro, Vivo e TIM) em tomar posse da parte móvel da operadora. A Oi, desde a privatização, tem dado péssimos exemplos de administração. Uma combinação de incompetência e interesses distantes do que deseja a sociedade. No caso mais recente, os atuais donos/especuladores norte-americanos (GoldenTree, York Global, Brokfield, Solus) conseguiram aumentar a dívida da empresa de R$ 7 bilhões para R$ 15 bilhões em cerca de um ano. E quais as soluções dadas por esses grupos? 1) Demitir trabalhadores. Foram cerca de 1000 na Serede (empresa do grupo Oi). Agora apontam para a demissão de milhares de trabalhadores diretos na Oi. 2) Vender a parte móvel da operadora. Vivo, TIM e Oi têm 73% do mercado de telefonia celular. A Claro também quer participar dessa festa. Sociedade? Trabalhadores? Não estão no radar deles. Só enxergam o lucro desmedido. O presidente da Anatel, que deveria zelar pelo interesse público, ainda tem a cara de pau de dizer: “Hoje o mercado brasileiro tem um dos maiores graus de competição do mundo e queremos que isso seja preservado. Não vamos permitir nenhuma situação que leve a um duopólio”. A mesma Anatel que fez uma cartilha defendendo a entrega dos bens reversíveis para as operadoras e, cada vez mais, se torna uma porta-voz dos interesses do mercado. O esfacelamento da Oi não interessa à sociedade. Serão mais demissões, piora da qualidade do serviço e concentração do mercado. Da Anatel, que deveria analisar com isenção esse processo, não podemos esperar nada. Cabe ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que, teoricamente, tem “como missão zelar pela livre concorrência no mercado investigar e decidir, em última instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência”, dar a última palavra Se não houver pressão da sociedade a Oi móvel passará a fazer parte dos grupos Claro, TIM e Vivo com todas as consequências para a qualidade, os preços e os trabalhadores. Visite o portal www.institutotelecom.com.br

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