Jornal do Bancário nº 396

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JUNHO 2019 nº 396

JORNAL DOS BANCÁRIOS É HORA DE DIZER NÃO AO PROJETO QUE DESTRÓI A PREVIDÊNCIA PÚBLICA

CAPITALIZAÇÃO: BANCOS VÃO FICAR COM 38% DA APOSENTADORIA Carimbado 14 DE JUNHO É DIA DE GREVE! A realidade anda muito sombria: O Itaú vem anunciando o fechamento de mais agências; O presidente do Santander fala em extinção da função de Caixa; Um projeto no Congresso permite os bancos abrirem aos sábados e domingos; As mentiras da reforma se ampliam na mídia tradicional. A economia também é um desastre. Os índices pioram e o governo eleito não apresenta projeto para recuperar a economia e os empregos. Mas das escolas e faculdades, surgiu uma importante mobilização. Alunos, professores e trabalhadores se uniram para construir um novo Brasil a partir das ruas. Em Uberaba essa realidade se mostrou forte e corajosa. A greve geral marcada para 14 de junho tem tudo para ser forte e indicadora: Não se pode destruir a previdência e a educação brasileira. É hora de animar, fortalecer e resistir. Baltazar Luzia Presidente

ELEIÇÃO NA FETRAFI-MG - Presidente do Sindicato, Baltazar Luzia fez

pronunciamento no 2º Congresso da Fetrafi-MG no início de Maio. O evento reelegeu a atual diretoria da instituição, sendo três de Uberaba Pag. 4

É farsa! Para implantar capitalização, governo vai gastar R$ 1 trilhão Os números demonstram: a reforma do governo é desnecessária. A migração do sistema de aposentadoria atual, de repartição, mantida com contribuições mensais dos trabalhadores e dos empresários, além de recursos da União, para o de capitalização, sistema onde só o trabalhador contribui, vai custar ao Brasil R$ 954 bilhões (quase R$ 1 trilhão) em 20 anos. A informação foi divulgada três meses depois da Proposta da reforma da Previdência

chegar ao Congresso Nacional, pelo secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, em uma audiência na Câmara dos Deputados. Seria trocar trilhão por trilhão. Mas analistas de mercado, segundo a imprensa, acreditam que a reforma vai economizar ao governo metade do previsto, R$ 600 bilhões. O que o mercado financeiro quer com o apoio do governo Bolsonaro é privatizar a Previdência Social.

Projeto obriga bancos a abrir no final de semana. Reaja!

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Simulação apresentada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) em audiência no Senado sobre a reforma da Previdência mostra uma impressionante realidade do novo sistema. Com a capitalização, um trabalhador, por exemplo, teria acumulado ao final de 40 anos de contribuição a quantia individual de R$ 275.804,02. Entretanto, a remuneração dos bancos, prevista na reforma, consumiria R$ 105.701,43 dessa quantia, o que equivale a mais de 38% do valor do patrimônio do empregado. Assim, esse trabalhador ficaria com apenas R$ 170.102,58 (62%). Um cenário que, segundo técnicos da Associação, possibilitaria o recebimento de uma aposentadoria no valor de R$ 750. Na avaliação dos técnicos é um sistema que condena o trabalhador à miséria. Pior, no 59º ano, após ingressar no sistema de capitalização, a porcentagem dos bancos poderia ultrapassar os 77% do montante geral.

Vem aí uma nova turma do CPA 20 no Sindicato

Aguardem!


Jornal dos Bancários

Junho de 2019

Acidentes de trabalho: uma pessoa morre a cada 3h40 Empresas tem lucro crescente; discurso de prejuízo está desmentido

De lh ! ITÁU: DEMISSÕES DESUMANAS - ​A política de cortes do Itaú fi-

cou ainda mais agressiva em 2019 e não poupa ninguém. A última vítima das demissões foi um bancário de São Paulo, com mais de 32 anos de banco, faltando apenas cinco meses para entrar na estabilidade pré-aposentadoria. Para agravar ainda mais a crueldade cometida pelo Itaú, o bancário está em tratamento médico, sendo portador de epilepsia e transtorno de pânico.

ITÁU: DEMISSÕES 2 - Outra demissão com requinte de crueldade pelo Itaú se deu com bancária após licença maternidade, também em São Paulo. É inadmissível que um banco como o Itaú – que teve lucro de R$ 6,9 bilhões no 1º trimestre, crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2018 – trate seus funcionários como meros números, sem qualquer sensibilidade pelo ser humano.

CAIXA: CADÊ OS EMPREGOS? -​ A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) reivindicou junto à direção da Caixa a reposição do quadro de funcionários. O banco encerrou 2018 com 101 mil pessoas. Hoje são 84 mil. No entanto, para piorar, o presidente da Caixa anunciou no dia 17, o novo programa de demissão voluntária (PDVE). O objetivo é reduzir até 3,5 mil dos 28 mil empregados que trabalham na matriz e em escritórios regionais da Caixa. Este é o terceiro PDVE aberto pela Caixa nos últimos anos

MAIS UMA DO PAULO GUEDES – Em evento nos Estados Unidos, o Ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes prometeu entregar o Banco do Brasil ao Bank of America, no mesmo estilo da Embraer.

A cada três horas e 40 minutos, uma morte é registrada por acidente de trabalho no Brasil. Os dados são do Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho, que contabilizou 17.200 óbitos entre 2012 de 2018. A pesquisa mostra que os acidentes de trabalho são ainda mais frequentes: um a cada 49 segundos ou um total de 4,7 milhões de acidentes no mesmo período. No comparativo, houve queda nos registros de mortes: 2.659 casos em 2014, 2.388 em 2015, 2.156 em 2016, 1.992 em 2017 e 2.022 em 2018. O Observatório mostra que laceração, fraturas e contusões são as lesões mais comuns: 44% dos casos ou quase 1,9 milhão dos acidentes. Segundo a pesquisa, entre os homens os acidentes foram mais frequentes na faixa etária dos 18 aos 24 anos. Já entre as mulheres, de 30 a 34 anos.

Caixa: Intrasigência trava promoção por mérito No grupo de trabalho (GT) da Promoção por Mérito, a Caixa rejeitou a proposta construída pelos GTs em 10 anos apresentada pelos bancários. A posição da empresa é de utilizar apenas o seu novo modelo de avaliação adotado esse ano. Além de alterar metas ao longo do ano, o modelo deixa para a opinião da chefia 60% da nota do empregado, além de expor o trabalhador nos acordos individuais. A proposta apresentada pelos bancários previa a pontuação baseada em vários critérios: frequência, realização de cursos, PCMSO, termos de compromisso, avaliação 360 graus, etc. Diante do impasse na reunião do dia 4, o GT remeterá à CEE/Caixa o debate sobre a questão.

Bancos: 1% dos empregos; 5% de afastamentos

Os bancos respondem por apenas 1% dos empregos no Brasil, mas foram os responsáveis por 5% do total de afastamentos por doença no país, entre 2012 e 2017, segundo o Ministério Público do Trabalho. No geral, em um período de seis anos, entre 2012 e 2018, o Brasil registrou 4,7 milhões de acidentes de trabalho. Com isso, os gastos da Previdência com Benefícios Acidentários no período foram de R$ 82

bilhões, e foram perdidos 367 milhões de dias de trabalho com afastamentos previdenciários e acidentários. Os dados são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. A médica e pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno lembra que esses números referem-se apenas aos notificados pelo INSS, portanto o total de ocorrências é ainda maior.

Usando o velho argumento dos altos custos do emprego no Brasil, o governo Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que vai reduzir em 90% as Normas Regulamentadoras (NRs) de segurança e saúde no trabalho. “Há custos absurdos [para as empresas] em função de uma normatização absolutamente bizantina, anacrônica e hostil”, disse Bolsonaro ao fazer a promessa de acabar com as NRs nas redes sociais.

O anúncio já preocupa o Ministério do Público do Trabalho (MPT) e médicos que atuam na área. O ex-ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho lembra da importância das normas para a saúde e a segurança do trabalhador e que, mesmo com as normas continuam sofrendo acidentes graves, fatais e incapacitantes nos ambientes de trabalho.

Bolsonaro quer acabar com normas de segurança


Jornal dos Bancários

Junho de 2019

Projeto quer obrigar bancos a abrir nos finais de semana Bancários devem reagir contra texto em análise dos deputados Um projeto de lei do deputado federal David Soares (DEM-SP) pretende obrigar bancos a abrir agências aos sábados, das 9h às 14h, e domingos, das 9h às 13h. O texto está sendo analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara dos deputados. Se aprovado nas comissões, segue para votação em plenário. O direito dos bancários de não trabalharem aos sábados e domingos é assegurado pela Lei 7.430/85, e está no artigo 224 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “Não existe necessidade

de obrigar que bancários trabalhem aos finais de semana. Com as novas tecnologias, a maior parte dos clientes já é atendida remotamente, inclusive aos sábados e domingos”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva. REAJA BANCÁRIO O site da Câmara dos Deputados está com enquete aberta sobre o PL 1043/19 e os trabalhadores de bancos devem se manifestar votando não para defender seu direito de não trabalhar aos finais de semana. E ainda expressar sua indignaçao com o projeto enviando mensagens aos deputados.

Itaú anuncia 400 agências fechadas

ContrafCUT contra a abertura das agência no sábado Diretores da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sindicato dos Bancários de Brasília estiveram na Câmara Federal em maio. As entidades apresentaram posição contrária à abertura de agências bancárias aos sábados e domingos. As entidades dos bancários consideram que o melhor para a população e a categoria seria abrir agências de 9h às 18h de segunda a sexta, com dois turnos de trabalho. A proposta é antiga no movimento sindical e prevê a contratação de mais trabalhadores, respeitando a jornada de trabalho de 30 horas. Para as entidades, os bancos tem orçamento suficiente para melhorar o atendimento e aumentar em dois os turnos de trabalho.

Santander quer fim dos caixas Segundo agências de notícas e comunicados internos, o Itaú Unibanco pretende fechar 400 agências em todo o país. O número representa aproximadamente 10% dos 4,2 mil postos físicos da instituição. A redução deve ser gradual (200 esse ano e o restante em 2020), afetando postos de trabalho e bancários do maior banco privado do país. A medida deixaria o banco mais focado nas transações virtuais. FECHAMENTO COM LUCRO É lamentável que, mesmo com um lucro de R$ 6,9 bilhões nos três primeiros meses deste ano, o maior banco privados do Brasil anuncia fechamento de agências e

mais demissões na categoria. CRISE NÃO ATINGE BANCOS A recessão econômica que se instaurou no Brasil nos últimos cinco meses, com aumento do desemprego, crescimento da desigualdade social, retração na projeção do PIB e sequências de alta nos preços do dólar e do combustível, nem chegou perto dos bancos. Só no primeiro trimestre de 2019, os lucros dos quatro grandes bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander), juntos, somaram R$ 20,85 bilhões, um crescimento médio de 19,8% em doze meses. Também no 1º trimestre de 2019, Bradesco, Santander, Itaú e BB, pagaram R$ 2 bilhões a menos de IR e contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).

O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, anunciou na imprensa nacional que até o final de 2019, a figura do caixa humano deverá deixar de existir nas agências brasileiras do banco espanhol. Para o Executivo as pessoas devem se “reabilitar a um mundo diferente”, onde o consumidor precisa “desconstruir” a necessidade de ser atendido por pessoas. É o sonho antigo dos banqueiros: descartar as pessoas e lucrar livremente.

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Junho de 2019

Bancária pode ter que pagar para ter licença maternidade

Afastamento por gravidez ou doença não está previsto na reforma Já imaginou ter de sair de Uberaba: 1º de maio licença-maternidade ou sofrer um acidente no trabalho e não teve celebração conseguir mais receber de beecumênica nefício o valor integral do seu salário? Já pensou que, para ter direito ao auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e licença-maternidade, você teria de contratar seguros privados? Essa pode ser a nova realidade a partir da nova reforma da Previdência. Isso porque o governo está propondo a criação do regime de capitalização no projeto que está no Congresso. Pelas regras atuais, o modelo de proteção é baseado na concepção de risco social, de um regime solidário e de repartição. A sustentação financeira é feita pelos trabalhadores, governo e empresários. Hoje, quando um trabalhador se afasta do emprego por doença, acidente ou gravidez, recebe um auxílio do INSS. Na reforma, esses direitos não serão mais garantidos. Na capitalização, para ter o benefício as pessoas podem ter de contratar um seguro particular no banco. Ou ter descontado da poupança da aposentadoria.

Eleita nova diretoria da Fetrafi-MG A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG) realizou nos dias 3 a 5 de maio seu 2º Congresso Estadual. Participaram do evento representantes das bases dos oito sindicatos filiados à Fetrafi-MG/CUT: Belo Horizonte e Região, Teófilo Otoni e Região, Divinópolis e Região, Juiz de Fora e Região, Uberaba e Região, Patos de Minas e Região, Ipatinga e Região, e Cataguazes e Região. Os delegados debateram vários temas que ajudam na

compreensão do momento atual da sociedade e da categoria e, ao final do último dia, definiram um plano de ações para o movimento sindical e elegeram uma nova diretoria que comandará a entidade durante os próximos quatro anos. Os diretores do Sindicato Baltazar Luzia, Paulo Édson e Élcio Lucas foram reeleitos para a nova gestão da entidade, junto com a atual presidenta da Fetrafi-MG/CUT, Magaly Fagundes. Fotos: Fetrafi-MG

O ato do dia do trabalhador em Uberaba reuniu cerca de 100 manifestantes na Praça Manoel Terra (em frente à Igreja Santa Rita). Os presentes participaram de uma celebração inter-religiosa com religiosos do catolicismo, espiritismo e evangélicos. Além da fala dos líderes sindicais e público presente, o evento fez o lançamento oficial da campanha de assinaturas das centrais sindicais contra a reforma da Previdência. O presidente do Sindicato, Baltazar Luzia foi um dos oradores do ato, que lembrou dos ataques que vem sofrendo a classe trabalhadora nas várias instancias de governo. O evento contou com a venda de produtos elaborados por trabalhadores da cidade.

Quando fico afastado eu perco as férias? RESPOSTA: Não. No entanto, a depender do período de afastamento (quando superior a seis meses) pode ser modificada a contagem do período aquisitivo. Fonte: Bancários SP

JORNAL DOS BANCÁRIOS EXPEDIENTE

Publicação do Sindicato dos Bancários de Uberaba e região. Presidente: Baltazar Luzia Pinto. Secretário de Imprensa: Élcio Lopes Lucas. Edição: Anízio Bragança Júnior - MG 4731JP. Rua Governador Valadares, 450. Cep: 38.010-380. Telefax: (34) 3312-1993. 1000 exemplares. Notícias extraída da ContrafCUT, Sindicato dos Bancários de São Paulo e de Brasília, Rede Brasil Atual e CUT. Fotos: Marco Túlio Bernardes. E-mail: imprensadosbancarios@mednet.com.br e secretariadosbancarios@uol.com.br. Sítio: www. bancariosdeuberaba.com.br.


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