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DE DENTRO 66
DE DENTR O

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PERFIL


Nuno Ferreira
O Nuno Miguel Carrilho Ferreira, tem 32 anos (18-03-1988), é filho de Lídia e Rui Ferreira, irmão de Pedro Ferreira (ex-aluno do nosso Colégio entre 1987 e 1997). Estudou no Colégio desde os 5 anos de idade (último ano de pré em 1993 e terminou no 9.º Ano em 2003).
É licenciado em Motricidade Humana – Educação Física e Desporto e Mestre em Ensino da Educação Física no 2.º, 3.º Ciclo e Secundário. Durante o Ensino Superior percebeu que o seu sonho era ser Professor de Educação Física, mas não em qualquer lugar… O sonho dele era “Ser Professor de Educação Física no Colégio Campo de Flores”!
Hoje o seu sonho é uma realidade!
1. Qual é a tua maior qualidade?
Adoro fazer os outros rir e sentir que as pessoas estão bem e alegres junto de mim. O sentido de humor é algo que privilegio bastante. Considero-me uma pessoa ambiciosa e que procura fazer sempre um pouco mais.
2. E o teu maior defeito?
Sou extremamente teimoso e faço de tudo para não ser chamado à atenção. Quando não sei fazer alguma coisa, procuro informar-me antes para tentar fazer bem feito e não correr esse risco.
3. O que mais aprecias nos teus amigos?
O sentido de oportunidade. Gosto de correr atrás dos meus amigos e aprecio bastante quando o fazem também. Adoro quando um amigo me procura sabendo que eu estou menos bem ou até mesmo quando o fazem só porque há um momento de felicidade meu. Ficarem felizes por mim, é algo que valorizo bastante. Dificilmente alguém que não é bem disposto fará parte do meu círculo de amigos, daí o sentido de humor ser algo que tanto valorizo.
4. Qual é a tua ideia de felicidade?
Uma fantástica viagem a um destino paradisíaco que inclua (obrigatoriamente) praia, onde esteja a minha mulher e os meus grandes amigos. Onde tenha a oportunidade de comer bem, apanhar sol, dar bons mergulhos, rir-me e... praticar desporto.
5. Quais são os teus autores preferidos?
Dan Brown surge claramente na linha da frente. Cativa-me a sua escrita, assim como o conteúdo dos seus livros. Logo de seguida, Ken Follet aparece como um dos meus autores de eleição. Não poderia deixar de referir um autor que não leio há bastante tempo, no entanto marcou claramente a minha infância/adolescência, Nicholas Sparks. Não me recordo de um livro da sua autoria que não tenha lido, bem como os outros dois referidos anteriormente.
6. Quem são os teus heróis na vida real?
O meu irmão. Desde pequeno que sempre olhei para ele como um exemplo a seguir. Pela educação, pela forma de estar, pela postura, pela cultura, pela inteligência. “Quando for grande” não gostava de ser como ele, pois ele é Médico e eu não trocava a minha profissão por nenhuma outra, no entanto admiro bastante todas as caraterísticas pessoais que referi anteriormente. Ao longo dos anos, veio demonstrando ser o pai que um dia espero ser.
7. Qual é a tua palavra preferida?
“Obrigado”. Sem dúvida que a gratidão é uma das bases da minha forma de estar na vida. Agradeço por tudo e aprecio bastante quando o fazem também. Agradeço pelos amigos que tenho, agradeço pela vida que tenho, agradeço pelo meu trabalho. “Obrigado” aparece claramente na frente.
8. O que mais detestas?
Arrogância, falta de empatia, desconsideração pelos outros.
9. Um sinónimo de Colégio Campo de Flores?
Um? Um não é fácil. Família, seria possivelmente o sinónimo que se poderia destacar. Quando nascemos, existem pessoas e “coisas” que invariavelmente amamos. Nascemos com um amor tremendo pelos nossos pais, pelos nossos avós, pela nossa casa, pela nossa terra. E, ao longo dos anos, vamos aprendendo a amar outras pessoas e “coisas” como os nossos amigos, a nossa mulher, a terra para onde vamos viver. Nasci e, ao fim de 5 anos, claramente, torneime mais uma flor no meio de tantos outros. Hoje, é com uma alegria enorme que todos os dias trabalho numa casa que me acolhe há tantos anos. Sou feliz e bastante valorizado por trabalhar em minha casa, com a minha família.
10. Qual o professor que te marcou mais?
Outra pergunta de resposta difícil. Mas mais uma vez é inevitável dizer que o Professor Alexandre se destaca dos demais. Digo aqui, pois o Alexandre sabe-o, que foi um dos principais responsáveis por eu hoje ser professor de Educação Física, por toda a paixão que tem no desempenho do seu trabalho principalmente, mas também pela competência que revela ao fazê-lo. Não posso deixar de destacar a Prof.ª Francisca (1.º e 2.º ano) assim como o Prof. Manuel (Ed. Física) que me acompanharam no 1.º Ciclo. Por outro lado, é tão bom ter a oportunidade de hoje em dia trabalhar com Professores que tanto me marcaram. AProf.ª Ana Caldeira (é incrível alguém saber tanto, sobre tanta coisa), a Prof.ª Fernanda Neves (haverá alguém neste mundo que saiba ler como a Fernanda? Eu não acredito!), a Prof.ª Margarida Ferreira (é verdade que a Matemática de 9.º ano não era fácil e, nessa altura, eu era um adolescente menos




ajuizado, mas a professora era fantástica), o Prof. Luís Martins (liderar e ensinar é com ele. E como eu amava “a sua” Matemática!), a Prof. ª Teresa Ribeiro (como é fascinante encontrar magia numa folha com um texto!), a Prof. ª Cândida (ela não existe pois não? Parece saída de um livro de BD. Que show. Sou fã e sempre fui!), a minha querida Prof.ª Graciete (que amor de professora, que amor de pessoa, que admiração que eu tenho e que privilégio!), não posso terminar sem referir o Dr. João Rafael (tive a honra de ser seu aluno, ainda que apenas por um ano, no entanto foi o suficiente para entendermos que a viagem pela História é incrível, que sabedoria!).
Agora imaginem o quão fascinante é para uma pessoa ter a oportunidade de ser acarinhado todos os dias por estes extraordinários professores e amigos. Ter a oportunidade de entrar todos os dias em casa, com toda esta gente querida e fantástica por perto. Sou um sortudo, um privilegiado. Obrigado por tudo!

11. O que é ser aluno do Colégio Campo de Flores?
É ter a oportunidade de sermos super bem tratados, de recebermos o carinho de todos os que estão à nossa volta. É sentirmo-nos especiais na aula, no recreio e em casa por termos orgulho em dizer que somos ou fomos alunos deste grande Colégio.
12. O «momento» no Colégio?
Como atleta que fui, professor e treinador que sou, é fácil perceber que o desporto não só faz parte da minha vida, como assume claramente um papel de grande destaque na mesma. Desta forma, posso dizer que não havia dias para mim como os dias das provas no Colégio. Fossem estas de atletismo ou de desportos coletivos. Com orgulho digo que tenho 64 medalhas do Colégio em casa. Por este mesmo motivo, todos os dias de Olímpiadas, Corta Mato, Campeonatos Inter Turmas eram dias de excitação enorme,
daqueles dias em que, na véspera, não dormimos garantidamente. Recordo com saudade a conquista do corta mato distrital de Setúbal e toda a atitude do Prof. Alexande e Dr. João Rafael, para a resolução de um problema surgido na reta final, como relata o Prof. Alexandre no seu último livro Um pouco de mim…
13. Hoje, o que permanece do Colégio na teu dia a dia?
Há tanto do Colégio no meu dia a dia. Começamos pelo fato de ter a oportunidade de trabalhar como Professor de Educação Física todos os dias numa casa tão querida, passando por todas as recordações que tenho dos bons momentos que aqui passei, não esquecendo, em momento algum os grandes ensinamentos que daqui retirei ao longo de tantos anos. Ensinamentos não apenas das matérias lecionadas, mas essencialmente da forma de estar na vida, ña educação e no respeito por todos.
14. Um desejo para o Colégio?
Que continue a crescer por muitos e muitos anos a ajudar na formação de mais e melhores crianças e futuros adultos, incutindo a boa educação, novas aprendizagens e preparação para um futuro melhor.
15. Qual é o lema da tua vida?
“Nada do que valha a pena é fácil”. Da autoria de Nicholas Sparks, é uma frase que “retirei” do livro “Diário da Nossa Paixão”, talvez a minha primeira paixão literária. Identifico-me totalmente com a expressão e, ao longo dos anos, tenho-me agarrado muito à mesma. Se for para valer a pena, então temos de nos esforçar para o conseguir, porque se nos for dado de mão beijada, nunca o iremos valorizar da mesma forma.



Família Veloso

«É preciso toda uma aldeia para educar uma criança.»
Carina Balcão e Paulo Veloso são pais do Afonso e da Violeta, nossa aluna do 7.º ano.
São uma Eco-Família com verdadeiras preocupações e intervenções sociais exemplares, contribuindo ativamente para o seu Bem-Estar e o do Mundo… um Mundo muito melhor!
“Sei que seria possível construir o mundo justo/ As cidades poderiam ser claras e lavadas/ Pelo canto dos espaços e das fontes/ O céu o mar e a terra estão prontos (…)”, Sophia de Mello Breyner Andresen 1. Que característica elegeria para definir a vossa família?
Diria que a empatia está no centro de várias características que nos definem. Assistimos muito a uma vida centrada no “eu” sem que as pessoas consigam perceber que todos desempenham um papel fundamental para a sociedade, desde o senhor que varre a nossa rua às quintas-feiras, a D. Maria do café diariamente antes de ir trabalhar vai alimentar todos os animais sem casa, etc., Tentamos ensinar os nossos filhos, apesar de ser um desafio na adolescência, que ajudar e tentar sentir o que aquela pessoa viveu ou está a viver é sem dúvida uma ferramenta essencial para um mundo melhor. A empatia com o nosso ecossistema, tentar fazer o nosso melhor todos os dias para que a nossa pegada seja o mais limpa possível e que cause o menor dano no nosso maravilhoso planeta azul.
2. Em que áreas desenvolveram a
que escolhe o melhor pão, ao voluntário que
vossa formação?
O Paulo estudou nos Salesianos no Porto, pouco depois iniciou a sua carreira na área informática praticamente de forma autodidata, é hoje Senior Network Engineer no UK. O meu percurso foi sempre pelas escolas públicas, fiz a minha licenciatura em Ciências Sociais e frequentei o mestrado em Matemática e computação.
3. Profissionalmente, abraçaram projetos que vos desafiam pessoal, mas também familiarmente.
Sempre trabalhei, até quando estudava, em estudos de mercado e de pesquisa social. Em 2012, com uma amiga/colega e face à crise que o país atravessava decidimos abrir a
nossa própria em empresa de estudos de mercado, E.M. – Estudos de Mercado, Lda. Trabalhamos maioritariamente com universidades do mundo todo na área social e empresas nacionais e internacionais. Tem sido um verdadeiro desafio para manter o equilíbrio entre a vida profissional e familiar trabalhar por conta própria e com o Paulo fora – ele trabalha num regime 2 meses no UK, 1 remotamente em Portugal.
O Afonso terminou o 12.ºano e entrou para a classe de mergulhadores da Marinha.
4. O tempo da nossa vida vai sendo marcado por acontecimentos que se tornam indeléveis.
Sem dúvida que os momentos mais marcantes na nossa vida são os nascimentos dos nossos filhos, e a morte dos pais do Paulo e nossos avós. Um é marcado por uma nova existência, pelo aparecimento de um amor pleno e o outro pelo desaparecimento físico de alguém que fez parte das nossas vidas e que nos ensinou a crescer.

5. Sabemos que a vossa família tem preocupações e ações muito concretas no que diz respeito ao “Bem-Estar: Nosso e do Mundo”.
O voluntariado faz parte da nossa vida, quer no Canil ou Gatil a prestar cuidados e mimos aos animais de ninguém, quer na Refood no combate ao desperdício alimentar, ajudando as famílias mais desfavorecidas do Concelho. O voluntariado animal é feito pelos 4, mas agora com menos frequência cerca 6 horas mensais e a Refood pelas meninas às sextas-feiras. No combate ao desperdício e por um mundo mais ecológico (desafiadas por uma amiga de infância), inscrevemo-nos no concurso ECO FAMÍLIAS, onde as nossas práticas ecológicas familiares e comunitárias foram dissecadas. Ficámos em primeiro lugar, foi um orgulho especial para mim e para a Violeta, pois todo o material de concurso foi registado pelas duas.
6. A Violeta tem, para além da família e da escola, outros suportes que contribuem para a sua formação humana?
A Violeta encontrou nos escuteiros uma das experiências mais enriquecedoras para ela, onde é constantemente desafiada a trabalhar para ser uma pessoa consciente e empenhada a nível social e ecológico.






7. Para além dos escuteiros, que outras ocupações ou formas de lazer tem a Violeta e a família?
Família: Caminhar no campo, montanha, observação da natureza, manualidades, jogar (jogos de tabuleiro e eletrónicos), ouvir e tocar música, ver streaming (habitualmente não vemos TV comercial).
Violeta: Escutismo, dançar, desenhar, ouvir música, andar de skate.
Afonso: Cross FIT, sair com os amigos.
8. Numa família em que os desafios pessoais são exigentes é necessário um trabalho de equipa para gerir e manter o equilíbrio?
A nível profissional o Paulo aventurar-se numa vida fora de Portugal, por um trabalho intelectualmente mais desafiante foi e continua a ser uma das experiências mais difíceis de gerir. Apesar do tempo de qualidade diário: jantamos juntos todos os dias por vídeoconferência, temos o nosso mundo Minecraft onde Pai e Filha jogam frequentemente, ajuda nos estudos, etc., gerir a falta física, e solidão de quem está longe da família é muito difícil. Por outro lado, a mãe ao trabalhar por conta própria consegue gerir os horários de forma a que tudo decorra de forma menos penosa, mas trazendo sempre trabalhos de casa. Adinâmica familiar tem dias de verdadeira loucura, mas estamos todos determinados a manter o barco equilibrado.
O Afonso já está em modo semiindependente, tem o seu trabalho, vai prosseguir com os estudos, mantém os objetivos e trabalha para os cumprir, o que nos transmite uma sensação de dever cumprido.
“Regresso devagar ao teu/ sorriso como quem volta a casa.”, Manuel António Pina 9. Num Mundo de partidas e chegadas, existe sempre o nosso mundo, aquele onde nos sentimos felizes.
Não há sítio mais marcante que a nossa casa, por mais que se viaje, sentimos sempre saudades de casa, do nosso sofá e do aconchego da nossa família animal (cão e gatos).
Depois há os Açores, por toda a sua imensidão verde.
Uma praia onde podemos enterrar os pés na areia quente.
10. Do mesmo modo, a nossa existência é marcada por pessoas únicas e inesquecíveis pela herança humana que nos deixam.
Os nossos pais e avós, na sua vida humilde e simples, ensinaram os valores que hoje temos e que tentamos transmitir.

11. E que valores são os que vos regem?
H o n e s t i d a d e , H u m i l d a d e , 5 R's – Repensar, reutilizar, recusar, reciclar e reduzir. Valores sempre presentes no nosso dia-a-dia.
12. Por que razão optou por colocar o(s) seu(s) filho(s) no Colégio Campo de Flores?
Para nós era fundamental sentir que existe um envolvimento e uma vontade de fazer mais e melhor. A Francisca transmitiu isto muito bem e ao longo dos anos continuamos a sentir em casa que o colégio faz parte de uma família para a Violeta.
Mais do que ensinar matérias de programas curriculares, transmitir valores e ensinar outras valências que não estão disponíveis em todas as escolas é para nós um dos principais fatores de diferenciação e satisfação: trabalho de equipa, solidariedade, uma palavra amiga, positivismo. Os vários programas desenvolvidos de enriquecimento curricular têm sido sem dúvida uma mais valia educacional e ajudado a que as crianças de hoje, amanhã sejam adultos conscientes e preocupados com o mundo.
13. Este ano, o tema integrador é «Bem-Estar Nosso e do Mundo». O que lhe diz esse tema?
O tema integrador não foi abraçado aqui em casa do ponto de vista do medo, mas do ponto de vista ecológico e de empatia com todos os seres. Cada vez é mais importante a consciência coletiva que as nossas ações por mais pequenas que sejam influenciam o nosso mundo e que a união faz a força. Juntos somos mais fortes e todos temos uma palavra a dizer, uma atitude a mudar para que o futuro deste planeta seja uma casa cada vez mais sustentável para todos os seres que nela habitam.


14. Lema de vida.
Não temos nenhum lema de vida em particular, gostamos de viver ao ritmo da maré.
15. Como é um dia perfeito para si?
Acordar. Um bom pequeno almoço, preparar a mochila com lanche prático. Partir todos em família (humanos mais cão) com o objetivo de descobrir uma qualquer floresta com uma caminhada sem pessoas, só pela natureza. Aproveitar e se o local permitir tomar um banho num riacho fresco. Aproveitar para observar a fauna e flora no ritmo lento. Voltar a casa ao fim do dia com as pernas moídas, mas a alma revigorada.

Estilo
Gonçalo Machado – 11.º A Sílvia Correia – Psicóloga Educacional Carla Sofia Laneiro – Educadora
1. Em que medida este tema é pertinente nos dias em que vivemos?
Gonçalo Machado – 11.ºA
Nos dias em que vivemos, é muito importante que nós estejamos bem connosco e principalmente com o ambiente e as pessoas que nos rodeiam. Muitas vezes o nosso bem-estar significa o bem-estar dos mais próximos pois muitas vezes o nosso sucesso é o sucesso dessas determinadas pessoas ou vice-versa, o que mostra que o bem-estar nosso e do mundo é importante no nosso dia a dia, sendo praticamente necessário para que nós consigamos viver saudáveis e bem psicologicamente.
Sílvia Correia – Psicóloga Educacional
O lema deste ano letivo é pertinente, sempre; em todos os momentos da vida de cada um de nós. Cuidarmos de nós próprios e sentirmo-nos bem é fundamental para que tenhamos o equilíbrio necessário para aprender, para ensinar, para escutar o outro, para usufruir do que de melhor nos acontece, para lidar com os desafios… podia estar aqui o dia todo!
O nosso bem-estar tem também uma influência direta no bem-estar de todos os que nos rodeiam ou com quem nos cruzamos. “É contagioso”! Como as gargalhadas!
Este ano, mais do que nunca, o tema integrador fez tanto sentido… a própria vida fez-nos parar e cuidar de todos e de cada um de nós. De forma mais ou menos proativa, mais ou menos solidária, mais ou menos intencional, cada um deu de si, adaptou-se e contribuiu para colorir o nosso planeta!
Trabalhámos em conjunto, cada um fez a sua parte, em prol de um todo… de um trabalho de equipa mundial, com o objetivo máximo de promover o Bem-Estar… o Nosso e do Mundo!
Carla Sofia Laneiro – Educadora de Infância
Diariamente, o nosso Bem-Estar reflete-se em diferentes domínios da nossa Vida, tanto ao nível físico, como emocional e social/relacional. É, pois, fundamental, incluirmos no nosso dia-a-dia boas práticas que assegurem esse Bem-estar.
O segredo está em conseguir manter o equilíbrio entre o corpo e a mente, entre o pessoal, o profissional, o familiar e as amizades, desenvolvendo a nossa empatia e resiliência para connosco e para com o Mundo, do qual somos impreterivelmente parte integrante.
Assim, o nosso Bem-estar está diretamente relacionado com a harmonia de tudo o que nos rodeia e essa harmonia só poderá efetivar-se se nos empenharmos em cuidar e nutrir um bom ambiente cívico, que respeite e garanta o Bem-estar de tudo e de todos, numa perspetiva ecológica e afetiva.
O nosso Bem-estar e o do Mundo devem ser indissociáveis e deveremos mover todos os nossos esforços no sentido de zelarmos pela saúde mental e física de todos. 2. Como se concretiza este tema no dia a dia do nosso Colégio?
Gonçalo Machado – 11.ºA
No nosso colégio não é exceção, pois os nossos funcionários, colegas, o diretor João, dão tudo para nos assegurar esse bem-estar para que nos seja possível dar todas as oportunidades necessárias para seguirmos os nossos sonho e objetivos para termos sucesso na nossa vida. Todos os nossos colegas fazem também tudo por nós e dão-nos essas mesmas oportunidades de sermos felizes e ter sucesso.
Sílvia Correia – Psicóloga Educacional
É curioso que esta pergunta me seja feita a mim!
Somos uma escola! Este tema, sendo tema integrador do ano, ou não, é sempre um objetivo essencial!
O Departamento de Psicologia e Orientação Escolar, do qual faço parte há quase vinte anos, existe com o objetivo de promover o Bem-Estar de todos os que vivem a/na escola: alunos, colaboradores e as famílias que nos escolheram para as auxiliar nesta bonita tarefa que é educar os seus filhos.
Carla Sofia Laneiro – Educadora de Infância
No dia-a-dia do nosso Colégio, temos como objetivo principal criar um ambiente harmonioso, desafiante, promotor de saúde e de aprendizagem, que proporcione o bem-estar dos nossos alunos e funcionários e, consequentemente, da nossa comunidade. Acreditamos numa aprendizagem baseada em valores e princípios, a que chamamos as nossas Regras de Ouro. Promovemos e incentivamos o trabalho em equipa, a boa comunicação, o respeito, a amizade, a responsabilidade, a criatividade, a humildade, a solidariedade, a gratidão, o otimismo e a perseverança, sempre numa perspetiva fraterna de que o Mundo somos todos Nós e que devemos contribuir para um futuro melhor. 74 SEMENTINHA ANO XX | fevereiro a julho de 2020
Pontes
Dora Palma
Na equipa desde 2009, Dora Palma é Sustainability Manager do Rock in Rio, onde coordenou a primeira implementação do sistema de gestão de eventos sustentáveis no Rock in Rio e a respetiva certificação na ISO 20121 - Eventos Sustentáveis, em 2014. Coordena e desenvolve os projetos de mobilidade e acessibilidade, gestão de resíduos sólidos, inventário da pegada de carbono, projetos de redução e compensação, plano de ação de sustentabilidade. Além disso, desenvolve e coordena as campanhas de consciencialização sobre desenvolvimento sustentável do Rock in Rio.
POR UM MUNDO MELHOR
Em 1985, quando o Rock in Rio surge pela primeira vez pela mão de Roberto Medina, o Brasil estava a sair duma ditadura militar, os jovens tinham necessidade de se expressar e havia no ar muita incerteza e insatisfação. O Rock in Rio surge com a intenção de criar um evento com uma qualidade nunca vista, para mostrar o valor do país e o que de bom se podia fazer que trouxesse qualidade de vida às pessoas no Rio de Janeiro, demonstrando desde a primeira edição, a ideia de que para eu estar bem os outros precisam de estar bem. O Rock in Rio utiliza a música como linguagem universal, usa o seu poder para reunir pessoas não só para emocionar o público, mas também impactar a vida de cada um. Este sentimento permeia a história do festival, mas tomou forma concreta em 2001, quando nasce o projeto “Por um Mundo Melhor”, que nasceu para usar a força do festival para motivar as pessoas a procurarem melhorias de vida através de mudanças de comportamentos, da adoção de ações mais conscientes e em equilíbrio com o meio em que nos encontramos (social, económico e ambiental) e do conceito de responsabilidade na hora de decisão consciente dos impactes associados, não só para mim, mas também para o próximo.
O início do projeto aconteceu com um movimento inédito. Noventa e oito milhões de pessoas uniram-se em torno de um gesto simples, mas com um significado poderoso: durante três minutos de silêncio, todos se reuniram por um mundo melhor. Já naquela edição, parte das verbas do festival foi utilizada em projetos sociais. Desde então, mais de 34 milhões de euros já foram investidos em ações que incluem a plantação de 304 mil árvores, a construção de uma escola na Tanzânia e um centro de saúde no Maranhão, a educação de 3.200 jovens no Ensino básico no Rio de Janeiro, a instalação de 760 painéis solares em 38 escolas em Portugal, a instalação em ONG de 14 salas sensoriais para melhorar a qualidade de vida de centenas de jovens portadores de necessidades especiais em Portugal, a doação de mais de 2.200 instrumentos para cerca de 150 instituições sem fins lucrativos, a construção de dez salas de música em escolas públicas, e a formação de assistente de luthier a 40 jovens de uma das primeiras comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.
Em paralelo com as ações para fora, a organização foi evoluindo as suas questões ambientais, sociais e económicas de forma a reduzir o impacto das suas

ações, tanto com o investimento num extenso plano para redução de emissões de CO2 do evento a nível internacional como na compensação das emissões de CO2 do festival tendo, em 2013, obtido pela primeira vez a certificação na ISO 20121 – Eventos Sustentáveis. Na área de gestão de resíduos tem também desenvolvido um grande trabalho onde garante a valorização e reciclagem do lixo produzido, tanto no Brasil como em Portugal, mantendo uma média de reciclagem na ordem dos 70%.
Os nossos compromissos são os de envolver todas as partes interessadas e reduzir emissões de CO2 e resíduos gerados, além de melhorar a cada edição e manter a certificação na norma ISO 20121 – Eventos Sustentáveis.
O Rock in Rio quer ajudar a transformar o planeta, não só através da música e do entretenimento, mas também através do apoio a causas sociais, ambientais e culturais. Mais ainda nesta nova realidade que ainda desconhecemos, mas que acreditamos que vai trazer ao de cima o que de melhor nós temos. Precisamos de estar atentos aos outros e de ajudar a suprir as suas necessidades para também nós estarmos bem.
Pensamento solto
Inês Francisco Jacob
Inês Francisco Jacob (1992). Frequentou o Colégio entre 2002 e 2007 (do 5º ao 9º ano). Licenciada pela FLUL, pós-graduada pela FCSH. Escreve desde que se lembra mas foi a partir da pré-adolescência que essa tarefa se tornou imprescindível. Tem poemas publicados nas revistas Apócrifa (Terças de Poesia Clandestina) e Telhados de Vidro (Editora Averno), e contribuiu com textos para teatro e para várias publicações online. É bolseira de criação literária da DGLAB 2020 (género poesia) . Será publicada, em breve, a sua primeira obra (a solo) pela não edições.
SER PROFESSOR É UMA GRANDE PROVA DE Amor
Entrei para o Campo de Flores no quinto ano e por lá permaneci até ao nono. Foram cinco anos cheios de tanto… memórias, amigos, emoções. Assim, ao recordar essa era irrepetível da minha vida, fico com vontade de abraçar muitas pessoas e viajo para dias felizes, plenos, de crescimento em tantos sentidos.
Esses cinco anos de escola são fulcrais na aprendizagem de qualquer um. Já sabemos contar, sim, já sabemos ler, já sabemos escrever, mas começamos a utilizar essas ferramentas para outros alcances, para outras tentativas mais sérias, a aperfeiçoá-las. Aprendemos mais designações, mais conceitos, mais existências. Reflectimos sobre o que a História universal causou na nossa actualidade. Tentamos adaptar as equações ao quotidiano real. Agarramos nos poemas e dissecamo-los para compreendermos que as palavras também fazem falta. Muita falta. E tudo isto enquanto o nosso corpo cresce, a nossa mente expande, o nosso coração acelera. Não é fácil, é verdade, mas em retrospectiva…pode ser muito belo.
O que cada um guarda em si, se for devidamente acompanhado e recebido pelos nossos professores, pode transformar-se numa imensa pérola. Quando alguém agarra em nós, na nossa mão, na nossa voz, e diz “isto é bom, continua, continua”, se formos mesmo capazes de escutar e de cumprir, então, ao crescer, verificamos que estamos a consolidar a nossa arte, seja ela qual for, tenha o alcance que tiver. E também apuramos o que já lá estava antes, o que já chamava por nós.
Somos feitos de massa muito maleável nessa idade, mas também estamos no pleno das nossas criatividades e ânsias. Queremos crescer depressa, embora guardemos ainda alguma inocência, algum espanto primordial pelo sublime. E é tão maravilhoso quando alguém repara em nós...
Foi justamente o que senti nesses cinco anos de Colégio. Tive a sorte de contar com a presença de vários professores que me agarraram e que me ajudaram a perceber que podia criar coisas boas e que nenhuma idade era pequena o suficiente para as adiar. No meu caso refiro-me à literatura, à escrita. O meu amor pelas palavras afirmou-se muito nesses anos. E confirmou-se, também. A disciplina de Português foi essencial para essa descoberta – é, para todos os efeitos, uma descoberta -, e sentia-me sempre tão feliz quando se guardava um momento de “motivação para a leitura”.
A expressão explica-se por si só, mas é preciso deixar claro que esta intervenção era um maravilhoso e intencional exclusivo do Campo de Flores e que se fazia mesmo questão de levar às várias turmas, dos vários anos de escolaridade, esse colossal objecto: o livro.
Reservado um momento da aula, a professora abria essa pequena dádiva e lia-nos excertos, falava-nos também do autor e da obra em causa, partilhando connosco o suficiente para nos deixar com água na boca mas sem revelar em excesso. Deveríamos ficar com vontade de, pelas nossas mãos e olhos, ler mais, continuar a história a fim de saber o que ia acontecer e, sobretudo, deveríamos fazer as pazes com as palavras, com o texto. Há muitos mal-entendidos com as letras…
Mas, note-se, eu não estava chateada com as palavras, de todo, mas comecei a amá-las mais quando vi e senti o efeito que tinham em mim. Termos quem nos ajude a compreender melhor estes mistérios todos é uma sorte, uma bênção! Por isso, não posso deixar de referir as minhas professoras de Português que, ao longo dos meus cinco anos de Colégio, repararam em mim: Professora Teresa Ribeiro e Professora Fernanda Neves.
Com estas duas queridas professoras em particular – já que insisto em destacar a literatura como a minha voz primitiva -, as aulas não eram só aulas, eram minutos de deleite, partilha e conhecimento. Também recebi muito carinho de outras professoras que não acompanharam a minha turma, como a Professora Cláudia Luís ou

a Professora Vanda Leal, por exemplo.
Queria conseguir explicar-vos o meu espanto contido na duração de uma aula. Li muito nesses cinco anos e creio que foi então que comecei a apreciar verdadeiramente esse silêncio tão especial de estarmos a sós com o nosso livro, nas mãos. E de, assim, ficarmos menos sós. Acredito que nunca li tanto como nessa altura. Tantos autores, tanta prosa, tanta poesia, com tanta avidez, tanta urgência.
O que um professor pode ou deveria fazer passa, essencialmente, por ensinar-nos a utilizar uma bússola para que nos orientemos, para que possamos desvendar-nos melhor, para que consigamos tirar melhor partido daquilo em que encaixamos bem, em que podemos engrandecer, ser felizes. Quais os nossos dons? Somos melhores a Matemática? A Educação Física? Somos bons a Inglês? Preferimos História? Filosofia? Química? Ou Português? Somos mais crentes nas Ciências? Qual é a nossa disciplina preferida?
O ideal seria, (nem sempre acontece, é verdade), que todos os professores estivessem atentos o suficiente para receberem de mãos abertas as divergências dos seus alunos e, nessa missão especial, compreenderem que não somos todos bons alunos a tudo e não somos todos iguais na forma como recebemos e reagimos às matérias, aos modelos, às aulas. Temos as nossas opiniões e, de igual maneira, as nossas complexidades e peculiaridades. Que alguém nos veja, verdadeiramente, é o que pedimos.
No Colégio senti a justiça feita. Os professores percebiam, muitas vezes até quando nós não o conseguíamos, quais os nossos ritmos preferidos, as nossas tendências, as nossas aptidões. Tínhamos voz, tínhamos tempo de antena, tínhamos espaço para sermos Chafariz de Cacilhas escutados e auscultados e não éramos encarados como parte de um todo que agia e reflectia por igual, não. E ainda bem!
Por tudo isto, e por tanto, não tenho como agradecer suficientes vezes aos meus professores, com um carinho especial pelas minhas duas mestres de Português, presenças essenciais e inesquecíveis do meu crescimento. Não sei o que teria feito com as palavras. Se as teria ignorado, se as teria camuflado numa gaveta qualquer, se as teria dizimado. Não sei em que medida teria conseguido aceitar o seu lugar na minha vida, o espaço que ocupam nas minhas escolhas, na minha essência.
Agora, sei que escrevo. Posso até dizê-lo em voz alta: escrevo. Consigo afirmá-lo. Sim, escrevo. Vejo que é verdade. Agora consigo – um dia de cada vez, não há pressa –, reconhecê-lo. Sei que escrevo. Gosto de o fazer. Preciso de o fazer. E em todos estes verbos confirmados quero exprimir o meu agradecimento. Há muita responsabilidade e muita magia nas mãos de todos os que acompanharam os meus e os nossos primeiros passos.
Ser professor é mesmo, mesmo uma grande prova de amor. Obrigada a todos.
NOTA: Aautora do texto, por opção, não segue o Acordo Ortográfico de 1991.
LAR GAD A
Gabriel Mithá Ribeiro | Colunista Residente
Gabriel Mithá Ribeiro é natural de Moçambique, país a que se tem mantido ligado. Tem exercido diversas atividades, entre professor de História do ensino secundário, investigador do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP-UCP), direção de seminários, conferência e palestras ou publicação de ensaios e artigos científicos na área do ensino e dos estudos africanos. Presentemente colabora como colunista no jornal online Observador.pt, fundado em 2014.
A PRIMAZIA DO BEM-ESTAR MORAL 1
Partilhemos uma máxima: é o interdito que funda o grupo, não é o grupo que funda o interdito. Interdito é aquilo que não se pode dizer ou fazer para que as sociedades possam existir. São os interditos que instituem a moral social sem a qual nem a condição humana faz sentido nem as sociedades são viáveis, a começar pelo Não matarás!, Não furtarás!...
Aí começa e acaba o nosso bem-estar individual, institucional ou coletivo. O problema reside na imposição às sociedades de caminhos na direção contrária, matéria que merece muito mais discussão em colégios e escolas, instituições, conversas habituais, comunicação social, na Sementinha e um pouco por todo o lado. Em matéria tão sensível todos contamos.
O interdito moral da morte, ou da inviolabilidade da vida humana, passou a poder ser quebrado. Depois de as sociedades terem domesticado a morte em muito por causa dos avanços na medicina, do acesso à saúde, do controlo da criminalidade violenta, da interdição da pena de morte, da promoção da paz ou do aumento da esperança média de vida, a legitimação moral e legal do direito de matar está de regresso através da interrupção voluntária da gravidez ou da eutanásia. Mesmo que essas práticas sejam restritas, não é possível negar que o interdito de matar foi quebrado, o que abriu a porta à subversão da mais ancestral utopia moral que sustenta a sanidade mental da espécie.
O interdito moral da violação da integridade do indivíduo, dada a impossibilidade de fragmentar a mente do corpo, também está a ser quebrado. Ideologias políticas materializaram essa quebra por via legislativa com consequências em intervenções cirúrgicas que autonomizaram o sexo do género, isto é, o indivíduo passou a poder ser fragmentado entre o biológico e o mental. Ainda que hesitemos em dilemas que nunca suprimem o sofrimento, não restam dúvidas que foi quebrado outro interdito moral fundamental, porta sempre difícil de fechar.
Não menos decisivo é o interdito moral da violação da propriedade individual e privada. Quanto mais quebrado tanto menos estáveis e prósperas são as sociedades. As nacionalizações da propriedade da Igreja ou de particulares têm constituído, ao longo da história, os maiores atropelos. Os sintomas perpetuam-se em excessos de carga fiscal que evidenciam a desproteção de indivíduos e sociedades face à violência do poder tutelar do Estado. Manifestam-se em ideologias políticas ou em teorias sociológicas e psicológicas que justificam e, por isso, alimentam a criminalidade como forma de repor a desigual distribuição da riqueza adulterando o significado moral e social não apenas da propriedade, como da justiça. Os mesmos pressupostos alimentaram a propagação da corrupção, outro fruto da desregulação civilizacional da representação da propriedade na mente dos indivíduos, ou a leviandade com que se deslegitimam as fronteiras nacionais como se a identidade dos povos nada valesse e como se não se sustentasse na filiação ancestral a uma propriedade territorial coletiva. Idênticos sintomas manifestam-se na grafitagem de edifícios ou na vandalização de automóveis, por norma propriedade de nãoabastados, assim como alastram em escolas onde hoje se ensina a gerir um orçamento participativo, isto é, a distribuir o fruto do trabalho alheio antes do próprio indivíduo ter concluído a sua formação escolar, antes de ter trabalhado e antes de ter ganho o seu próprio salário, o que subverte os princípios tradicionais da relação moral e social com a propriedade. Em suma, o interdito moral da violação da propriedade vem sendo quebrado, um domínio no qual as boas intenções políticas espoletaram sempre consequências sociais perniciosas.
No atual contexto civilizacional, os nossos quotidianos são atravessados por muitas outras quebras de interditos morais. É essa herança que queremos legar às próximas gerações?
Excerto adaptado a partir de outro texto do autor. 1
