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NOTÍCIAS Horta Bio CCF 30 NOTÍCIAS Horta Bio em casa

HORTA BIO CCF
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O grupo EcoCCF abraçou o desafio das Hortas Bio, desde a preparação do terreno, à sementeira, até à produção de alguns hortícolas.
A nossa horta seguiu os processos de acordo com o tema “Espaços Exteriores/Comunidades Sustentáveis”, não se aplicando quaisquer produtos químicos. O solo foi fertilizado recorrendo a húmus de minhoca e tipo de culturas foram basicamente hortícolas e aromáticas; nomeadamente batateiras, ervilheiras, faveiras, alhos, couves, rúcula, rabanetes e hortelã, tendo-se registado um grande envolvimento por parte dos alunos.
Os principais objetivos desta atividade foram informar sobre o processo e as vantagens da produção biológica, estudar o ciclo de vida e as formas de reprodução das plantas, incentivar a realização de atividades práticas associadas à produção de alimentos e a tornar as comunidades mais sustentáveis, promover uma alimentação mais saudável e sustentável na Escola e na comunidade, dando ênfase à necessidade de adquirir preferencialmente produtos locais.
Registamos o nosso agradecimento ao Sr. Paulo, cujo conhecimento e apoio se refletiu nos produtos obtidos.
Trabalhando em equipa, vamos sempre mais longe!


Márcia Guilherme e Fátima Diogo - Coordenadoras do grupo EcoCCF
Trabalho realizado pela aluna Mariana Guilherme, do 6.ºA: Germinação das sementes de milho.

Trabalho realizado pela aluna Maria Coelho, do 6.ºA: Crescimento de folhas de cenoura a partir de restos da cozinha 30 SEMENTINHA ANO XX | fevereiro a julho de 2020
HORTA BIO...EM CASA!
Devido ao encerramento do escola, por motivo do estado de emergência, não nos foi possível continuar a tratar e manter a horta do Colégio, todavia, as nossas casas tornaram-se espaços de ensino e de aprendizagem a todos os níveis.
O Programa Eco-Escolas e a disciplina de Ciências Naturais adaptaram-se a esta nova realidade e não baixaram os braços. Ou melhor, os nossos alunos do 6.º ano não baixaram os braços! Lançaram sementes à terra, nas suas casas, levaram restos da cozinha para a horta, fosse esta em pequenos recipientes, vasos ou nos seus quintais, e realizaram experiências sobre a reprodução das plantas, um tema incluído no programa de Ciências Naturais do 6.º ano, monitorizando o seu crescimento e não desistindo perante as adversidades, tendo criado pequenas hortas biológicas nas suas casas. Esta atividade procurou também mostrar a necessidade de tornar a nossa comunidade mais sustentável, dando ênfase à alimentação saudável e sustentável.
Com muita pena, não nos é possível mostrar as fotos de todas as plantas obtidas, mas aqui estão algumas para nos mostrar o excelente trabalho realizado.
Para quem ainda não viu as suas plantas crescerem significativamente, não desistam. Pensem que a natureza demora o seu tempo e que a persistência, normalmente, dá frutos!
Márcia Guilherme e Fátima Diogo - Coordenadoras do grupo EcoCCF
CONSTRÓI O TEU DEPOSITRÃO
Durante o ensino à distância, o Programa Eco-Escolas promoveu vários concursos, tendo o grupo EcoCCF abraçado alguns, nomeadamente o concurso “Constrói o teu depositrão” para a recolha de pilhas.
Aos alunos foi proposto, com os materiais que tinham em casa, construírem um depositrão, onde fossem acumulando as pilhas usadas, em fim de vida. As pilhas são resíduos muito poluentes que, por isso, não devem de forma alguma ir parar aos resíduos indiferenciados, pois podem vir a contaminar os solos e os lençóis freáticos.
A aluna Carolina Machado, da turma C do 6.º ano, construiu o depositrão que foi a concurso, tendo utilizado os materiais nas fotografias em anexo.
Agora é esperar pelo resultado do concurso.
Boa sorte, Carolina!
Márcia Guilherme e Fátima Diogo - Coordenadoras do grupo EcoCCF
AULAS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA – 9.º ANO
O nosso dia-a-dia pode confrontar-nos com situações complexas e de emergência, e nem todos conseguem dar uma resposta atempada e correta à situação até os meios mais adequados chegarem ao local.
É neste sentido que todos os anos é realizada uma formação aos nossos alunos de 9.º ano, integrada no programa de Ciências Naturais sobre Suporte Básico de Vida. Esta foi ministrada pela enfermeira Sílvia, no decorrer do mês de maio e junho, sendo que a grande diferença este ano foi o facto de as aulas terem sido on-line devido à pandemia da COVID-19, impedindo que a componente prática pudesse ser realizada e praticada. Porém foi feito um esforço para que toda a componente teórica ficasse consolidada, recorrendo a vídeos explicativos para que os alunos pudessem visualizar a componente prática.
Acreditamos que dotar os nossos alunos de competências para poderem atuar perante situações mais complexas será uma mais-valia para eles, para a família e para a sociedade onde se encontram inseridos, podendo fazer toda a diferença caso venham a ser confrontados com uma situação destas até a ajuda diferenciada chegar.
Enfermeira Sílvia Carvalho




“Penso que estas aulas de SBV foram bastante úteis, pois aprendemos algo muito importante para a vida e que pode ser necessário aplicar a qualquer altura.” Joana Freire 9.ºC “Ganhei bastante conhecimento sobre como atuar neste tipo de situações e apesar de não ter sido presencialmente achei que foi bastante esclarecedor na forma de como devo agir.” Alexia Cunha 9.ºB “Estas aulas foram importantes e interessantes, pois não nos ensinam apenas algo teórico, ensinam-nos algo que podemos usar na prática.” Ana Gonçalves 9.ºC
SAÍDA DE CAMPO VIRTUAL AO EVOA

Nos dias 16 e 17 de junho, as turmas do 8.º ano tiveram oportunidade de “visitar” o EVOA, Espaço de Visitação e Observação de Aves, localizado na Reserva Natural do Estuário do Tejo, em Vila Franca de Xira, adaptando-se assim uma atividade que estava programada, cuja concretização física não foi possível devido à situação pandémica atual.
Nesta saída de campo virtual, os nossos alunos puderam conhecer as características daquele ecossistema, debater os impactos que algumas atividades humanas têm no mesmo e conversar sobre a ecologia da Coruja-das-torres.
Esta videoconferência, diferente das já habituais, sensibilizou, mais uma vez, os nossos alunos para a importância de preservarmos o meio natural que nos rodeia.
Aproveitamos para agradecer a disponibilidade da Ana Teresa Pereira, técnica do EVOA, e recomendamos a todas as famílias a visita presencial a este magnífico espaço. Departamento das Ciências Naturais

“Esta visita de estudo foi diferente, por motivos óbvios, mas mesmo assim conseguimos retirar muita informação … aprendemos principalmente sobre a fauna e a flora! Claro que não foi tão entusiasmante como se fôssemos mesmo ao EVOA, pois poderíamos ver ao vivo todos os acontecimentos. Assim, a visita de estudo não teve todos os complementos para nos prender a atenção.” Martim Coelho – 8.ºD “Foi uma experiência diferente do habitual, mas no final até ficámos com os nossos conhecimentos, sobre a natureza, mais aprofundados.” Jaime Pereira – 8.ºD “Gostei muito de ter participado na Visita de Estudo ao EVOA, pois apesar das adversas circunstâncias atuais (COVID-19) conseguimos ter uma visita bastante interessante e dinâmica, que nos permitiu perceber e conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade existente no Estuário do Tejo. Para o próximo ano espero que nós possamos ir fisicamente, com os professores e colegas, ao EVOA para assim complementar esta visita de estudo virtual!” Rafael Gonçalves – 8.ºB “Esta atividade foi uma forma diferente de conhecer um “observatório” gigante repleto de uma imensa fauna e flora. Apesar de virtual, a visita foi muito divertida e interessante.” Miguel Marto – 8.º D “Durante o E@D realizámos uma saída de campo virtual ao EVOA na disciplina de Ciências Naturais. Foi uma experiência diferente do normal, pois não sentimos a natureza, mas os conteúdos abordados foram bastante interessantes.” Filipe Pitaça – 8.ºA




DIA DA EUROPA
No dia 9 de maio, celebrámos a União Europeia e o momento que marcou a sua fundação: a Declaração Schuman. Não é uma data que esteja muito presente na mente dos portugueses e, por isso, queríamos recordar a importância deste dia para todos os Europeus. Este ano, o 9 de maio teve um valor especial pois simboliza, mais do que nunca, a importância de pertencermos a uma União de países que protege os seus cidadãos. Este ano, num 2020 atribulado, celebrámos marcos importantíssimos da nossa história comum: o 70.º aniversário da Declaração Schuman e o 75.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
Os fundadores da Europa criaram algo poderoso a partir dos escombros das guerras mundiais: a paz. Apesar de todos os desafios que a Europa tem vindo a enfrentar, essa paz deu origem a um mercado comum forte, à mobilidade dos europeus e viagens sem fronteiras, a mais emprego, mais cultura e mais inovação. Hoje, já somos 500 milhões de europeus a viver em liberdade e prosperidade no continente europeu.
Estamos agora a enfrentar um novo obstáculo, também este de escala mundial. Os últimos meses têm sido duros, na luta contra uma crise sem precedentes. Este ano, a Comissão homenageia todos os europeus que se unem para fazer com que a Europa ultrapasse esta crise e prepare o caminho para a recuperação. Em 2020, a Comissão tem trabalhado continuamente na proteção dos europeus através da coordenação de uma resposta europeia comum ao surto de coronavírus. Aliás, é impossível pensar em soluções para esta crise e não pensar em soluções para o conjunto da União Europeia. Se o mundo é global e interdependente, a União Europeia é já um espaço contínuo de interação a todos os níveis. Não haverá saída para a pandemia e para as suas sequelas sem a atuação da União Europeia.
E o Dia da Europa é uma oportunidade para recordarmos os valores fundamentais da União Europeia: a paz, a liberdade, o Estado de direito, a democracia e uma economia e sociedade prósperas para todos. São estes os valores que nos permitem, a nós europeus, trabalhar e viver pacificamente, aproveitando, ao mesmo tempo, as oportunidades económicas e tecnológicas que a União oferece.
Hoje é importante que nos lembremos do caminho já percorrido e do que já ganhámos ao longo destes anos comunitários. É essencial que, por todo o país, as nossas crianças fiquem a saber que pertencem a uma comunidade de países unidos na sua diversidade. É essencial que se contem histórias do antes e que se celebre o depois.
Como declarou Robert Schuman há 70 anos: “A Europa não se fará de uma só vez, nem de acordo com um plano único. Far-se-á através de realizações concretas que criarão, antes de mais, uma solidariedade de facto”.
Lembremo-nos que o caminho para a recuperação é feito em conjunto, com base nos valores que nos unem há já 70 anos. Só unidos e num espírito de solidariedade, poderemos manter o projeto europeu, continuar a preservar a paz e a trabalhar para um futuro próspero e sustentável para as pessoas na Europa e em todo o planeta. A nossa unidade e solidariedade acabarão por nos ajudar a vencer o inimigo invisível que hoje ameaça a nossa saúde e os nossos meios de subsistência.
Viva a Europa!
Departamento Sociais e Humanas de Ciências

UMA VIAGEM MEMORÁVEL AO CONHECIMENTO
Dia 1
O dia começou bem cedo. O ponto de encontro: aeroporto de Lisboa, às 6 horas. Sem atrasos, embarcámos rumo a Bruxelas. Estamos no dia 13 de fevereiro. íamos para a capital belga. Uma visita de estudo de três dias dos alunos do curso de Ciências Socioeconómicas, do 11.º ano, que há muito tempo “estava na gaveta do departamento de Ciências Humanas e Sociais” e que este ano, depois de muitos meses de preparação, realizou-se mesmo.
Atrasos não eram permitidos, pois tínhamos, à tarde, uma visita guiada no Atomium. Depois de um almoço apressado já em Bruxelas, chegámos ao local à hora marcada. Tivemos, então, a oportunidade de visitar este ícone inevitável da cidade, uma criação única na história da arquitetura e vestígio emblemático da feira mundial em Bruxelas (Expo 58). É hoje, refira-se, a atração turística mais popular da capital da Bélgica... e da Europa.
Dia 2
No segundo dia, as expectativas eram enormes: conhecer o Parlamento Europeu o Parlamentarium e a Comissão Europeia.
No Parlamento Europeu, fomos recebidos pelo Sr. Dr. António Vale, que nos fez uma fantástica visita guiada pelo Parlamento. Pudemos perceber o processo de construção europeia, as instituições da UE e outros assuntos abordados, tendo sempre em foque a União Europeia.
No Parlamentarium, fizemos uma visita virtual, pela história e pela integração europeia. Neste museu interativo, pudemos ver como são tomadas as decisões na União Europeia e como elas influenciam a nossa vida quotidiana de uma maneira completamente nova e dinâmica.
Na Comissão Europeia, fomos recebidos pela Sr. Dr.ª Luísa Rodrigues, que nos fez uma apresentação intitulada “Comissão Europeia: o poder executivo da União Europeia”. Nesta visita, tivemos a oportunidade de aprender como funciona esta instituição. Com estas visitas pudemos contactar diretamente com poder decisório da União Europeia e, desta forma, compreender a importância e valorizar a cidadania europeia.
Após a visita, o nosso dia ainda estava a meio. É que fomos convidados (25 alunos e 2 professores) para ir jantar à casa da tia da aluna Maria Correia (11.º ano C), que reside em Bruxelas. Fomos amavelmente recebidos por esta senhora que nos providenciou um jantar fantástico. O nosso AGRADECIMENTO.
Dia 3
Para o último dia estava marcada uma visita à Casa da História Europeia. As expetativas de todos foram superadas. Um museu maravilhoso com um espólio inigualável. Fomos conduzidos, ao longo da visita, pela História Europeia, desde as origens e a evolução da Europa até à guerra e à procura de uma vida melhor.
A nossa visita não podia terminar sem conhecer as atrações turísticas da cidade. Foi o que fizemos antes de embarcar, vagueando pelo centro histórico da aristocrática Bruxelas.
O centro da cidade é simultaneamente o seu coração turístico: visitámos a Grand Place; atravessámos as Galerias Saint-Hubert (para comprar chocolate); conhecemos o famoso Manneken Pis; e não arredámos pé sem comer moules frites e waffles.
Uma viagem inesquecível, sem dúvida!Física Cláudia Eduardo – Professora de Economia









CARTAS DE GUERRA
APrimeira Guerra Mundial foi o primeiro conflito à escala verdadeiramente mundial. Foi originada por diversas razões, mas as raízes principais assentaram numa complexa rede de alianças entre as potências europeias que levaram à corrida ao armamento, às tensões nacionalistas e a profundas rivalidades económicas.
Os horrores da guerra deixaram marcas profundas na Humanidade e contribuíram para que gerações de jovens crescessem traumatizadas com a carnificina vivida nas trincheiras.
Sendo esta matéria objeto de estudo dos alunos do 9.º ano na disciplina de História, surgiu o desafio de incorporarem soldados ou enfermeiras na Frente da Flandres Francesa, em 1917, e redigirem cartas aos seus familiares relatando o seu dia-a-dia e as dificuldades vividas nas trincheiras. Surgiram, assim, testemunhos verdadeiramente fantásticos onde o imaginário dos alunos foi para além das expectativas.
Teresa Gonçalves – Professora de História








Querida mãe, São tantas as minhas saudades. Do seu carinho, do seu abraço, das suas refeições. Ah!, mas que saudades das refeições. Estou a escrever-lhe para lhe contar o que se passa por aqui. Sinto-me só! Aqui a vida perdeu a cor. Escrevo-lhe para me sentir mais acompanhada, mais perto de si. Esta carta será escrita em vários dias. Sempre que sentir falta da sua companhia; penso que nunca a conseguirei acabar. Até depois! Flandres, 23 de novembro de 1917 Flandres, 30 de novembro de 1917Soldados desmembrados, cegos, doentes. Tento ajudá-los, mas aqui a morte tem mais força. Não sei o que fazer. Estou a perder a esperança.Flandres, 12 de dezembro de 1917Ele é moreno. Olhos verdes, cristalinos. Esta semana, conheci um soldado. Estava ferido, mas não muito. Tinha um golpe no braço do arame farpado. Fiz-lhe um curativo. Sorriu-me com o olhar. Despertou-me algo diferente. Falámos um pouco. Contou-me que as coisas andam negras nas trincheiras. As doenças estão a propagar-se cada vez mais. Mas algo naquela conversa me deu esperança. Pela primeira vez não me senti só. Flandres, 20 de dezembro de 1917 Ele é o tal, mãe. Não consigo parar de pensar naquele sorriso contagiante. Aqueles olhos são a única cor que consigo ver no meio de tanta escuridão. Hoje, um homem novo morreu aos meus cuidados. Estava muito doente. Pobre rapaz. Era amigo daquele soldado de que te tenho falado. Robert, esqueci-me de te dizer. Temos falado muito. Ele corta-se para me vir ver. É tão doce. E valente. Flandres, 2 de janeiro de 1918 Estou tão feliz! Apesar de todos os soldados que tento salvar, muitas vezes sem sucesso, vejo finalmente uma luz. Oficializamos o nosso namoro. Mas secretamente. Flandres, 7 de janeiro de 1918 Partiu. Foi para um sítio onde não mais poderei ver o seu sorriso, olhar o seu olhar, ouvir a sua voz nem sentir o seu abraço. Na guerra, a morte vence; a tristeza prevalece. Era bom demais para ser verdade. Não chorais por mim, pois irei para um lugar mais feliz. Longe da guerra. Algures onde a paz será finalmente uma realidade e estarei com ele e com o pai. Talvez os consiga apresentar. Dar-se-iam bem. Ambos mortos em combate a defender a bandeira. A defender interesses de outros. Juntos pela guerra, separados pela guerra. Lembre-se de mim. Estarei sempre consigo. No seu coração. E não cometa o mesmo erro que eu. A minha irmãzinha precisa de si. Diga-lhe que fui para longe. Mas que sempre que uma estrela cintilar, serei eu a sorrir. Se souberem disto provavelmente irão Até sempre, 36SEMENTINHA ANO XX | fevereiro a julho de 2020 fuzilar-nos. Não há espaço para amor na guerra. Stephanie



Nem sabes o quão bom é estar a escrever-te esta carta! É uma sensação de escape e alívio que ultimamente não tenho sentido! Estes períodos de guerra são um horror para toda a gente, não há um único homem que não saia desta guerra sem estar perturbado e/ou marcado para toda a vida (para muitos de nós a vida acaba aqui). Querida mãe, Viver nas trincheiras é um pesadelo que eu não desejo a ninguém! Não existem condições de higiene, sendo que no nosso dia-a-dia os dejetos são feitos em qualquer lado e acumulados em covas a céu aberto, visto que não existem casas de banho. Nem imaginas o quão sortudo eu sou em ainda não ter
Dormimos ao lado de ratazanas e ratos e somos atacados por piolhos e pulgas. Mas, os piores dias são aqueles em que chove: as trincheiras tornam-se fossas de lama nojenta que nos chega aos tornozelos e sobre a qual temos de dormir. Nestes dias, a circulação nas trincheiras torna-se quase impossível e para aqueles a quem não chega água potável, a água da chuva é a solução. Quanto à comida, nada se compara à que estava habituado. Muito dificilmente comemos um prato quente e a boa comida vai para os soldados que estão hierarquicamente acima do meu nível. ficado doente! Felizmente, eu tenho uma boa forma física e tenho conseguido sobreviver à guerra, mas nunca se sabe o dia de amanhã e esta pode ser a última carta que te escrevo. Espero que saibas que te adoro e que não vou desistir da minha vida! Não quero que esta guerra me mate, mas tudo pode acontecer nesta altura. O teu soldado preferido. Muitos beijinhos com imensas saudades, 4 de dezembro de 1917
Querida irmã,
Espero que esteja tudo bem por aí. Não tens ideia das saudades que tenho vossas, da nossa casa, de me sentir seguro… Enfim, de tudo. Mal posso esperar por ir para casa, embora, cada vez mais, receie que isso não aconteça.
A vida de soldado é muito mais difícil do que imaginei. Estou agora a viver debaixo do chão, nas trincheiras da Flandres. Tenho sorte em ainda estar vivo, esforço-me e faço de tudo para sobreviver, na esperança de voltar para casa. Aqui, podemos morrer a qualquer momento, com tantas explosões, tiros, emboscadas, etc… Já vi tanto sangue à minha frente… Ontem, um dos melhores amigos que fiz, desde que vim para cá, levou um tiro. Até podia ter sido salvo, mas não nestas condições, já não há enfermeiras que cheguem para tanta desgraça. Acabou por morrer, o coitado. Não sabes o quanto receio que isso me aconteça.
Já para não mencionar a falta de condições. Não nos dão comida suficiente para o enorme esforço que fazemos; os dejetos estão expostos, acumulados em covas. Também existem muitos ratos e bichos; para além disso, temos de andar na lama que, por vezes, nos chega aos tornozelos. Já muitos soldados morreram com doenças que apanharam por estarem sujeitos a esta miséria.
Não tenho mais tempo para continuar a escrever, por mais que quisesse. Manda os meus cumprimentos ao resto da família e diz-lhes o quanto os adoro e sinto a falta deles. Fico à espera de uma resposta da vossa parte.
Muitos beijinhos do teu irmão que te ama, João. (Mariana Gonçalves - 9.ºC)

Querida Júlia,
Já passou tanto tempo e tenho tantas saudades tuas e da minha família. As coisas aqui são muito complicadas e, cada vez mais, tenho medo de não regressar e de não te voltar a ver.
Guardo com carinho a fotografia nossa que me deste, daquele dia em que fomos passear ao jardim e, graças a Deus, tenho sobrevivido a todas as batalhas. Essa fotografia tem me protegido e representa a tua presença aqui.
Acalmou ontem uma das piores batalhas, aqui em França, a batalha de Verdun. Nunca até agora tinha assistido a uma batalha tão violenta como esta. As trincheiras estão cheias de dejetos, ratos e ratazanas que circulam por aqui. O cheiro é horrível e o soldado Mendonça foi obrigado a limpar toda esta porcaria porque ficou de castigo.
Tenho uma coisa muito triste para te contar… Como sabes ontem foi uma das batalhas mais violentas, mas aqui não se pode mostrar fraquezas… O meu braço direito aqui, o soldado Francisco Coelho, já andava a mostrar fraqueza há algum tempo. Tivemos de avançar de trincheiras e passar pela Terra de Ninguém. Ele não queria ir, estava com medo e com saudades de casa, mas eu incentivei-o e disse-lhe que conseguia. Ao passarmos pela Terra de Ninguém, vinham bombas e balas de todos os lados, os nossos corações batiam acelerados, mas o objetivo estava à frente dos nossos olhos.
Estávamos quase a ultrapassar aquele grande desafio, mas ele tropeçou e eu não reparei. Já não podia voltar para trás, quando eu o chamei, ele olhou para mim, piscoume o olho e levou com uma bala. Não se mexeu mais.
Admito que aí mostrei fraqueza, mas olhei em frente e continuei por ele. Escapei-me de todas as balas, de todas as bombas e passei pelo arame farpado que separava a nova trincheira da Terra de Ninguém.
Acho que agora vamos permanecer aqui por algum tempo, mas a guerra está longe de acabar. O general é muito exigente e a comida é pouca, para além disso, acho que nunca vou conseguir esquecer o que vivi aqui. Quando fecho os olhos vem me o som das bombas à cabeça.
Não te escrevo mais porque a minha pausa acabou, espero que estejas bem, porque eu me vou aguentando.


Beijos, Do teu António (Mafalda Romão – 9.ºC)
Flandres, 20 de abril de 1917 Querida mãe,
Como sabe, a guerra é muito complicada e difícil.
Como enfermeira, tenho amparado bastantes soldados a não se preocuparem com as famílias e com o resto da vida porque, embora seja difícil, ajuda-os a ter mais concentração perante a guerra.
Já vi muitas coisas como nunca pensara, desde soldados com mais de cinco balas nas pernas; soldados com a cara toda queimada devido ao gás que mandam uns contra os outros; várias mãos sem dois ou três dedos; resumindo, já vi o que pensei que fosse impossível.
As condições são muito miseráveis, todos os espaços estão cheios de sangue ou de pó; há várias poças inundadas de água, cheias de arames farpados e com grande nível de profundidade; há sempre muita neblina e fumo no ar provocado pelas granadas e muito barulho devido aos tiros…
Eu estou no Hospital de Companhia onde, felizmente, não existe tanto terror. Estou bem, mas com muitas saudades de casa.
Sei que a mãe não gostou que eu viesse cá ajudar, mas precisam de mim aqui e, ao mesmo tempo, é importante ver como isto tudo funciona.
Escrevo esta carta com muito amor e saudade.
Vê-la-ei muito em breve!
Beijinhos da sua filha. (Maria Rosa – 9.ºD)


OLIMPÍADAS DA FILOSOFIA
Nos dias 6 e 7 de Março, realizaram-se as IX Olimpíadas da Filosofia, em Coimbra, na Escola de Dança e Secundária Quinta das Flores, nas quais, como já vem sendo hábito, a nossa escola participou.
Este ano, o Colégio foi, honrosamente, representado pelos alunos André Carvalho e Tomás Matos, ambos da turma 11.°Ae acompanhados pela professora Rita Franco. Apesar de não termos obtido alguma classificação de destaque, a nossa participação valeu pela aprendizagem, pelo convívio salutar e pela discussão filosófica, sempre num excelente ambiente. Os nossos filósofos tiveram oportunidade de contactar com outros filósofos do país, partilhar e trocar experiências que, por certo, ficarão na memória. Esta foi uma oportunidade única de um contacto diferente com a disciplina que, desejamos, lhes tenha trazido um maior gosto pelo conhecimento filosófico.
Os nossos alunos mantiveram sempre o espírito de aventura, abraçando este desafio com uma atitude exemplar e desportivismo, por isso merecem os nossos parabéns. O Colégio Campo de Flores foi muito bem representado.
Para o ano haverá mais e lá estaremos! Rita Franco – Professora de Filosofia


Caro filho, 31 de outubro de 1917
Sou eu, o teu pai! Está tudo bem aí por Portugal? E a mãe, está boa? Espero que esteja tudo a correr bem. Estou a escrever de Somme, no nordeste da França. Estamos numa batalha violentíssima contra o Império Alemão, nunca tinha visto nada assim! Morrem imensos homens todos os dias, incluindo muitos portugueses que eu conhecia. As condições são péssimas aqui; vivemos numas trincheiras: uns buracos no chão que nós próprios cavámos, não há a mínima higiene, muita da gente que morre é por causas ligadas à higiene, ou melhor, à falta dela. Estamos constantemente a ser alvos de granadas, bombardeamentos, canhões, gases e outras invenções quaisquer que os alemães inventam para nos matar quando menos esperamos. Já travámos muitas batalhas violentas, mas acho que nunca tinha visto nenhuma como esta, pessoas autenticamente esfaqueadas, baleadas, pisadas no chão por toda a gente e pelos nossos cavalos de guerra, que levam tudo e todos à frente, bem, isto é algo inesquecível! Espero que tu nunca venhas a ter que participar numa guerra, é uma sorte eu ainda estar vivo. Pelo andamento disto, mais um ano no máximo e a guerra acaba, a Alemanha já está a enfraquecer, agora que os Estados Unidos entraram para nos ajudar. Prometo que vou dar o meu máximo para vos voltar a ver. Vai ser difícil, mas eu vou fazer o que estiver ao meu alcance. Espero que venhas a ler esta carta e, se conseguires, responde-me rapidamente, estou a morrer de saudades vossas.
Um abraço e um beijo para a mãe,
Pai (Tiago Bento – 9.ºC)

PROGRAMA A EMPRESA NÃO PARA, EVOLUI
Técnicas de Apresentação e de Comunicação e Técnicas de Entrevista
Apandemia de Covid-19 alterou radicalmente nos últimos dois meses as rotinas e comportamentos de todos. “Adaptação” tornou-se, portanto, a palavra de ordem. No nosso Colégio, adequámo-nos a este “novo normal”, apesar de todos desejarmos que não se prolongue no tempo. Aprova está na forma como hoje lecionamos.
Assim, continuamos com as mesmas atividades que sempre tivemos, apesar de serem lecionadas de forma diferente. É o caso do programa AEmpresa, no qual tivemos aula de Técnicas de Apresentação e de Comunicação, com a Dr.ª Susana Cheis, no passado dia 15 de abril, via zoom. Não foi presencial; foi digital. Mas foi um sucesso.
Semanas depois, a Dr.ª Susana Cheis transmitiu novamente o seu conhecimento aos alunos do 12.º ano, desta vez, no tema Técnicas de Entrevista. Numa sessão que decorreu 6 de maio, e que teve alguns problemas técnicos no Zoom, mas que foram resolvidos, abordou-se o antes, o durante e o depois das entrevistas para emprego. No antes, a Dr.ª Susana Cheis explicou que é fundamental prepararmo-nos bem quando vamos para uma entrevista de trabalho. No que diz respeito ao durante, ensinou aos nossos alunos os cuidados que devem ter com a linguagem verbal e não-verbal que se utiliza durante a entrevista. Já no pós-entrevista, alertou para importância de se refletir sobre a conversa mantida com a nossa interlocutora ou interlocutor.
Técnicas para não se engasgar em público
O Dr. Guilherme Simões, licenciado em Ciências da Comunicação e pós-graduado em Comunicação Aplicada – Estudos Aplicados em Jornalismo, trabalhando há mais de 25 anos no universo da comunicação social, institucional e empresarial e das TMT, também nos ajudou no nosso programa. Atendendo ao currículo do pai da Mariana Simões, do 12.º ano B, não resistimos a pedir que nos desse uma aula sobre como fazer apresentações em público. Ato contínuo, a 30 de abril, os nossos alunos ficaram a saber - via Zoom - as técnicas para comunicar em público. Foram alertados para a importância que tem a preparação prévia dessa mesma apresentação e os preparativos obrigatórios para o dia de “subir ao palco”. Ficaram a conhecer a importância da imagem que se deve transmitir e ainda aprenderam algumas técnicas vocais. Cláudia Eduardo – Professora de Economia


