FOLHA SINDICAL MAIO 2022 - Sintrafi Floripa

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SINDICAL Jornal do Sindicato dos Bancários e Financiários de Florianópolis e Região - CUT Ano 31 - Nº 308 - Florianópolis, Maio de 2022

BANCÁRIOS CADA VEZ MAIS DOENTES

Saúde no Trabalho

Editorial

Inflação: Quem alimenta o dragão?

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Adoecimento é preocupante no trabalho bancário

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Agende-se

Congressos e eventos

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Jornal do Sindicato dos Bancários e Financiários de Florianópolis e Região

Editorial

Não se cutuca dragão com vara curta Diretoria do Sindicato

O dragão da inflação, que estava recluso em sua caverna há algum tempo, reapareceu e tem sido destaque nas manchetes dos telejornais e nos portais de notícia.

Ele já é assunto das conversas do dia a dia da população. Conforme IPCA – IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em maio, a inflação oficial acumulada em 12 meses chegou a 12,13%; a alta dos preços nos supermercados é o índice mais perceptível.

Quem é o dragão, quem o cutucou e quem o está alimentando? Todas economias convivem com aumentos nos preços: sabemos que a inflação é um imposto altamente regressivo,

cujo efeito mais nefasto é a redução do poder aquisitivo da população. As famílias de menor renda são as mais atingidas, consequentemente aumenta a situação de vulnerabilidade econômica e social dos mais carentes, com efeitos distributivos perversos.

Mas quais são as causas desse processo? Há vários fatores, tais como, o clima, o dólar, commodities, a recuperação da atividade econômica, e recentemente, a pandemia e a guerra na Ucrânia. Todos são fatores externos que podem ter despertado o dragão inflacionário, só não podemos deixar de considerar que um governo inerte, como o atual, segue sem políticas públicas para reduzir o impacto da inflação.

Expediente Tiragem: 1.500 mil exemplares Secretários de Comunicação e Imprensa: Redação: Rua Visconde de Ouro Preto, 308, Maria Cristina Steyer Burkard Jornalistas Responsáveis: Sílvia Medeiros (SC-3912/JP) Centro - Florianópolis/SC - CEP: 88020-040 Fone: (048) 3224-7113 Fax: (48) 3223-3103 e Ana Laura Baldo www.sintrafifloripa.org.br secom@sintrafifloripa.org.br Fotos: Charge Frank Maia/NandoMota e Lori Instagram: @sintrafifloripa Face: @bancariosfloripa Projeto Gráfico, Editoração Twitter: @SintrafiFloripa Youtube: SINTRAFIFloripa Marcio Furtado (mfpg100@gmail.com) Folha

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Como o dragão se alimenta?

Estamos sem uma política de redução da carga tributária seletiva que faz com que os trabalhadores tenham a renda diminuída por causa do imposto, atrelada a política insana do valor dos combustíveis ao preço do petróleo no mercado internacional.

Podemos responsabilizar o governo pelo descontrole da inflação?

Sim, podemos e devemos! Pois insiste em cutucar o dragão com vara curta, além de não ter políticas públicas, mantém a lógica nefasta de preços dos combustíveis; infelizmente é apenas mais uma demonstração do descaso desse (des)governo com o bem estar da população brasileira.

Materia especial

Trabalho bancário segue como fonte de adoecimento e morte

Metas abusivas e pressões constante estarão na mesa de negociações da campanha salarial neste ano As lesões por esforço repetitivo e os distúrbios osteomusculares (LER/ DORT) ganharam a companhia de doenças relacionadas às questões mentais como problemas ligados ao trabalho dos bancários e bancárias em todo o país.

A mudança no perfil está intimamente relacionada às pressões por metas, acúmulos de funções e à sobrecarga que caracterizam a realidade da categoria.

Pesquisas recentes mostram que os bancários e bancárias foram profundamente afetados pela pandemia. Segundo levantamento realizado pela Associação de Gestores da Caixa no Rio de Janeiro (Agecef-Rio) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado em março de 2021, 88% dos trabalhadores cariocas da Caixa Econômica tiveram sentimentos negativos, como ansiedade, depressão, angústia e pânico.

A avaliação com 900 gestores da estatal do Rio indicou ainda que 70% do pessoal trabalhou mais do que a jornada contratual durante a pandemia.

Além disso, 40% dos entrevistados disseram ter apresentado problemas psíquicos ou mentais nos últimos 5 anos e 98% atribuíram ao banco a origem desses transtornos. Não bastasse isso, 74% das pessoas ouvidas disseram se sentir assediadas nas agências.

Os números repetem a realidade apontada também por estudo a presentado em março deste ano pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com a pesquisa, 53% dos empregados já sofreram assédio moral e 47% já tiveram conhecimento de algum episódio de suicídio entre colegas.

Secretário de Saúde da Contraf, Mauro Salles Machado, destaca que a forma de cobrança empregada pelos bancos tem custado a qualidade de vida de dezenas de bancários e bancárias. “É comum se ver na gaveta dos companheiros e companheiras ansiolíticos e antidepressivos. Grande parte da remuneração e da pressão está atrelada à entrega de resultados diários e é comum que antes das 7 horas já recebam a meta do dia e que as cobranças sejam realizadas já ao meio-dia e à noite. O bancário tornou-se aquele que na festa de domingo, ao invés de relaxar, tenta vender produtos para os familiares para bater a meta”, criticou.

Tecnologia que prejudica

Com o avanço dos serviços das agências realizados em ambiente digital, a tendência seria de que o trabalho da categoria fosse facilitado.

Porém, não foi o que ocorreu.

Paralelo à possibilidade de muitas operações ocorrerem pela internet, também cresceram os métodos de vigilância e pressão nas agências.

O cenário faz com que as condições de trabalho se tornem pauta essencial nos diálogos com as entidades patronais, conforme explica a Secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Florianópolis e Região (Sintrafi), Jozi Fabiani Mello.

“Com plataformas de reunião digital e aplicativos de conversas, as cobranças e metas foram intensificadas e ocorrem de maneira muito mais constante. Por isso discutir este tema será fundamental na Campanha Nacional dos Bancários deste ano, que vem num período pós pandemia e que terá a saúde do trabalhador como foco”, definiu.

Jozi também destaca a importância de debater as sequelas da Covid-19, visto que muitas pessoas desenvolveram diversas doenças mentais neste período de pandemia.

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Jornal do Sindicato dos Bancários e Financiários de Florianópolis e Região

Pessoal diminui, lucro cresce Enquanto o mundo sofreu com a crise por conta da pandemia da Covid-19, os cinco maiores bancos do país fecharam 2021 com lucro líquido acumulado de R$ 174,9 bilhões.

Porém, desde 2020, quase 12 mil postos de trabalho e 3.180 agências foram fechadas.

A diminuição do pessoal, analisa a médica e pesquisadora de segurança e medicina do trabalho Maria Maeno, da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, é mais um fator prejudicial à saúde no setor.

Quem fica, recebe pressão para atuar em dobro e suprir a ausência dos demitidos ou afastados de maneira que o ganho dos bancos siga alto sob o preço da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.

“Basta uma minoria de pessoas atingirem as metas e eles já sobem.

Agenda SINTRAFI CAMPANHA NACIONAL ATÉ 3 DE JUNHO: Consulta Nacional dos Bancários 2022 28 e 29 de maio: 24ª Conferência Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de SC 09 de junho: Encontro Nacional dos Bancos Privados (Itaú/Santander/Bradesco) 08, 09 e 10 de junho: 33º Congresso Nacional dos Funcionários do BB (CNFBB) e 38º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CONECEF) 10, 11 e 12 de junho: 24ª Conferência Nacional dos Bancários 13 de junho: assembleias para aprovação da minuta de reivindicações Folha

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Outra coisa é o fato de ter metas que não levem em conta as circunstâncias com as quais se trabalha. Não considerar a localização de uma agência numa região mais pobre na qual os clientes têm menos possibilidades de adquirir produtos já demonstra enorme gravidade.

Especialmente numa realidade em que bancários se tornaram vendedores de produtos”, pontua.

Suicídios preocupam

Segundo Maria, a cobrança do cumprimento individual de metas para manutenção do emprego gera o medo ao bancário de ser demitido e não poder mais sustentar a família. Uma conjunção que gera uma epidemia de doenças mentais.

De acordo com o Dieese, entre 2012 e 2017, os bancos foram responsáveis por 15% dos afastamentos do trabalho devido a causas mentais.

Outro dado alarmante demonstra que,

se em demais setores de atividade econômica do país a elevação da concessão de benefício por transtorno mental ficou em 19,4%, no setor bancário foi de 70,5%.

Não por acaso, uma pesquisa da Universidade de Brasília mostra números assustadores sobre o suicídio. Entre 1996 e 2005, 181 trabalhadores e trabalhadoras tiraram a própria vida, uma média de uma morte a cada 20 dias.

O que Contraf cobrará – Mauro Salles Machado explica que a Contraf levará à mesa de negociação a necessidade de implementar mecanismos transparentes para aferição das metas e que elas sejam mais justas.

“A responsabilidade social que os bancos tanto vendem precisa ser colocada em prática. Nossa categoria está adoecendo e todos conhecemos relatos de pessoas que tentaram tirar a vida. Isso precisa terminar”, defende.

VEM AÍ O CAMPEONATO DOS BANCÁRIOS

Retomaremos o nosso Campeonato de Futebol dia 20 de agosto na quadra Fair Play em Florianópolis. Prepare seu time e se inscreva pelo site do Sintrafi a partir do dia 1 de junho até 15/8!

VEM AÍ ARRAIA DOS BANCÁRIOS Nosso Arraiá esta de volta! Prepare o traje que dia 6 de agosto (sábado) a partir das 11h30 no Centro de Eventos Brand (R. Fúlvio Aducci, 757A - Estreito Fpolis). Para nossa organização confirme sua presença pelo no whats 48 99986 1186 (Whats do Sintrafi) do dia 20/5 até dia 4/8.

A FEIJOADA SERÁ EM NOVEMBRO

Depois de interrompida pela necessidade de cuidados com a pandemia, retomaremos a nossa tradicional Feijoada dos Bancários no dia 19 de novembro (sábado). Faremos no Marina Park com atrações para todos os gostos: Estação Pop, Banda de Pagode e Escola de Samba Bateria Floripa SC. As camisetas serão vendidas no final de agosto com os diretores.

PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS EVENTOS

Todas as atividades são somente para filiados e dependentes. Quaisquer dúvidas podem contatar os diretores do Sintrafi - Gijo 48 99151-6998 e com o Marcelo 48 9990-9091