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Espiritualidade: Resgatar a oração afonsiana no ano da oração p. 21
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FORMAÇÃO EM FOCO - IA: nem inteligente nem artificial
ATUALIDADE - Profª. Alzirinha Souza: A mulher e sua missão na Igreja
MISSIONARIEDADE - Perspectiva dos secretariados em vista da missão
ESPERANÇA - Perspectivas do secretariado vocacional para o triênio 2024-2026 3 4 5 12 7 18 21 16 23 25 27
DICA DE LEITURA - Em Maria nasce Cristo, com Maria, nasce a Igreja
SÍNTESE - O silêncio como comunicação do mistério
ESPIRITUALIDADE - Resgatar a oração afonsiana no ano da oração
MEMÓRIA - Jubileu de Prata: 25 anos da presença redentorista em Arraial D’Ajuda-BA
MEMÓRIA - Miracatu: 20 anos de Missão
FRATERNIDADE - Presença redentorista no Jardim Sinhá
SECRETARIADOS:
comunhão de espírito e de fraternidade
FOCUS PROVINCIALIS
Edição 2 - Abril a Julho de 2024
Superior Provincial
Pe. Marlos Aurélio da Silva, C.Ss.R.
Editores
Ir. Carlos José, C.Ss.R.
Ir. Joelson Rodrigues, C.Ss.R.
Ir. Orlando Augusto, C.Ss.R.
Fr. Fabrício Oliveira, C.Ss.R.
Mário Pereira
Revisão
Diagramação
Maicon dos Santos
Email comunica2300@gmail.com
Tiragem
500 exemplares
Novamente, como sacramento de nossa unidade e expressão de sentimento comum de família redentorista, na Província Nossa Senhora Aparecida, nós nos dirigimos a todos vocês para partilhar e repartir um pouquinho de nossa vida e missão, neste novo quadrimestre que estamos atravessando.
Desta vez, contribuindo com nossa formação, somos agraciados com o texto do Ir. Diego sobre um assunto bastante relevante e atual, o da chamada Inteligência Artificial. É sumamente importante conhecer um pouco mais sobre esse terreno para não o demonizarmos, nem sermos ingênuos diante de suas consequências e de seus mecanismos. Em linha de continuidade, para ficarmos sempre mais atualizados sobre a vitalidade da missão na Igreja, temos a rica abordagem da professora Alzirinha, tratando da mulher e de sua missão na Igreja. Como todos sabemos, elas não são só a maioria, como também a força decisiva para a vida da Igreja!
É incontestável e inegável que nossa Província conta com organismos que são imprescindíveis e relevantes para o devido funcionamento de sua missão. Portanto contemplar esse mosaico de forças e trabalhos dos Secretariados nos faz entrever parte desse dinamismo operante.
E para alargar os horizontes e oxigenar as ideias, temos sempre uma dica oportuna de leitura, que nos faz mais afinados em algum assunto, bem como a síntese que traz alguma referência interessante em nosso
labor missionário. E para que alimentemos nossa espiritualidade redentorista, o Pe. Rodrigo Costa nos coliga com o Ano da Oração e nosso fundador – Santo Afonso de Ligório. É sempre bom abastecer-nos de boas inspirações para partilharmos uma vida de qualidade com as demais pessoas! Em vista de cultivarmos sanamente nossa memória, contamos com a partilha dos vinte e cinco anos da presença redentorista em Arraial d’Ajuda, na Bahia, e os vinte anos, em Miracatu, no estado de São Paulo. Ademais, temos a oportunidade de conhecer um espaço específico de trabalho missionário em nossa Unidade – Sapopemba! Esses dados são reflexos de nossa força e presença missionária em recantos que compõem a vida de nossa Província. E para brindarmos tudo isso e saborearmos essas iguarias, marcando nossa ativa esperança pelo porvir, finalizamos esse percurso, colhendo um prognóstico do trabalho do Secretariado Vocacional, ao mesmo tempo que renovamos nosso compromisso de rezar pelas vocações missionárias e redentoristas. Portanto, desejamos uma proveitosa leitura a todos(as)! E que, ao desfrutar da leitura destas páginas, vocês sintam-se em comunhão e sintonia conosco e participem ativamente da vida e missão da Província Redentorista de Nossa Senhora Aparecida! Temos a certeza do bem que juntos podemos continuar fazendo por nosso povo! Que nossa madre provincial, a Senhora Aparecida, alcance as abundantes bênçãos do Santíssimo Redentor sobre todos e todas!
Aurélio da Silva, C.Ss.R. Superior Provincial da Província Nossa Senhora Aparecida
Deus abençoe todos os nossos padres! Eu também logo terei na família um sacerdote. @luizazevedo1778
Moro em Sorocaba, mas nasci em Jumirim e depois fomos para Tietê. Lá, no seminário Redentorista, fizemos nossa primeira comunhão, sendo cinco mulheres e três homens.
Conversávamos com os missionários e pedíamos as bênçãos no meio da rua. Para chegarmos à escola, andávamos mais de uma hora, depois saíamos da escola e íamos para o catecismo. Muitas saudades! Um orgulho muito grande; o papai e a mamãe não mediram esforços no sítio para levar os oito filhos para serem batizados, fazerem crisma e a primeira comunhão. Eles já se foram, mas deixaram bons exemplos. Muitas bênçãos! @cleusadordetti6001
Sou da paróquia Santo André e curto muito todos os redentoristas vocacionados. Parabéns pela vocação, com muita espiritualidade, fraternidade, muitas alegrias e felicidades! @leiteeluci
Nossa Senhora Aparecida os proteja na caminhada! Obrigado por todo o trabalho dos senhores em prol da Evangelização! Louvo e agradeço ao Senhor da Messe por vocês, que tanto nos ajudam na vivência da Palavra de Deus! Felicidades! Viva a Vida! Abraços! Vilma Rodrigues Rodrigues
Redentorista da Província Nossa Senhora Aparecida, como é bom caminhar com Maria, pois ninguém mandou ela visitar Isabel, mas cheia do Espírito Santo, partiu pela escuridão. Quando chegou à casa de Isabel, quanta alegria no coração, de onde vem a Honra de ser visitada pela mãe de meu salvador. Gratidão, mãezinha, por tudo que fizeste por nós! Paulo Fonseca
Sua bênção, minha Mãe, querida Aparecida. Abençoe nosso Brasil, nossa família, nosso Papa Francisco e todos os missionários redentoristas. Amém! @Eulalia_caragua
Padre Vítor Coelho, servo de Deus, interceda por mim, junto a Nossa Senhora Aparecida, mãe de Deus e nossa! Amém. @Junnyor Maravilha
Um avanço tecnológico que torna realidade aquilo que só víamos em filmes de ficção científica. A inteligência artificial (IA) já faz parte do cotidiano das pessoas: seja no aplicativo que calcula a rota de sua viagem, ou mesmo aquele que organiza a fila de atendimento no banco, ou ainda aquele que auxilia o pedido de um lanche, ou mesmo quando mostra ofertas de um produto que você gosta em sua rede social, mesmo sem você pedir.
logia avançou muito nos últimos dois anos. A tendência é que ela se torne cada vez mais eficiente, visto os altos investimentos nesse sentido.
O que é IA?
Ela surgiu por volta de 1943, quando Warren McCulloch e Walter Pitts criaram o primeiro modelo computacional para redes neurais. A expressão “inteligência artificial”, no entanto, só surgiu em 1956. Seu desenvolvimento está ligado, portanto, ao desenvolvimento da computação, e essa tecno-
E a questão que se faz agora é: as capacidades humanas poderão ser alcançadas por essa tecnologia? De acordo com o professor Marcelo Alves, do departamento de comunicação da PUC/ Rio, ao menos até agora, essa expectativa não foi alcançada. Em uma palestra durante o Mutirão de Comunicação da Arquidiocese de Goiânia, em 4 de maio passado, ele procurou responder às perguntas fundamentais que existem a respeito dessa tecnologia.
“É preciso entender o que é a IA e o que se pode fazer com ela. Muita gente se pergunta: ela vai tomar o emprego das pessoas? Qual sua relação com o mundo do trabalho? O que é possível afirmar é que não podemos ser tão otimistas nem tão pessimistas quanto à IA”, declarou o professor.
Mas uma coisa é certa: ao menos até agora as capacidades humanas não foram alcançadas pela tecnologia. E é provável que nem possam. Por isso no meio acadêmico se entende que estamos usando conceitos errados, já que a IA não é inteligente nem artificial. “Os modelos matemáticos não estão desenvolvendo cognição ou processando, compreendendo informações. Eles não estão aprendendo. Eles estão acumulando informações. Ela não é afetiva ou empática. É, portanto, um paralelo inadequado e limitado. E ela não é também artificial: ela é “treinada”, programada por pessoas, com seus interesses e suas necessidades. Ela não é, portanto, autônoma”, explicou Marcelo. Assim, conhecendo seus limites, é preciso ter responsabilidade no uso da ferramenta. Há vários softwares que possibilitam o uso de ferramentas de IA para encontrar informações, produzir textos, imagens. No entanto o ser humano precisa “corrigir” o que ela apresenta.
Expressão “Inteligência Artificial” foi utilizada pela primeira vez em 1956
influência que o avanço da tecnologia tem sobre as novas gerações em sua vida, sua lógica de tempo, suas relações com as pessoas. O pontífice lembrou que é preciso olhar a realidade com o coração, para que façamos o uso da tecnologia a serviço da vida, da solidariedade e da comunhão. Dessa forma, a IA pode tornar-se uma oportunidade para a comunicação dos valores humanos e cristãos, e exige, portanto, o uso seguro e responsável.
O avanço da IA fez com que o papa Francisco propusesse o tema para a reflexão no ambiente eclesial. Na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2024, lembrou que “os avanços tecnológicos que não conduzem a uma melhoria da qualidade de vida da humanidade inteira nunca poderão ser considerados um verdadeiro progresso”. E apresentou um apelo à comunidade internacional para que se adote “um tratado internacional vinculativo, que regule o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial em suas variadas formas”. A importância do tema levou Francisco a participar, em junho, da reunião dos sete países mais ricos do mundo, para debater com líderes mundiais sobre o tema. Foi a primeira vez que um Papa participou de um evento como este. Na última mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, Francisco refletiu sobre a
IA e meio ambiente
A informação que mais impressiona sobre a IA são as consequências ambientais de seu uso. Segundo o professor Marcelo Alves, o uso de energia para manter a tecnologia funcionando consome muitos recursos naturais. “As informações não estão nas nuvens. Existem verdadeiras ‘fazendas’ em diferentes lugares do planeta que hospedam supercomputadores que estão funcionando com consumo energético altíssimo”. E para resfriar o calor gerado por essas supermáquinas, milhões de litros de água, na proporção de uma garrafa d’água para cada pergunta ao ChatGPT. Sendo assim, pense bem quando for fazer uso dessa tecnologia.
Ir. Diego Joaquim, C.Ss.R. Missionário Redentorista na Província de Brasília, Jornalista e diretor geral da Rádio Difusora FM de Goiânia
Apresença e a participação da mulher nas comunidades têm sido tema de discussão contínua, não apenas em âmbito eclesiástico, mas também na sociedade em geral. Para nos ajudar a compreender o caminho feito pelas mulheres na Igreja, conversamos com a professora Alzirinha Souza, do Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP. A docente destaca as oportunidades de crescimento, inclusão e liderança que estão surgindo, especialmente à luz do processo sinodal.
Ela traz reflexões sobre a contribuição do papa Francisco para feminizar a linguagem da Igreja, de forma a incluir as mulheres de forma ativa no cuidado e na colaboração em conselhos paroquiais, pastorais e à frente de diversas comunidades, das quais são maioria.
A professora ainda reforça como o processo sinodal da Igreja tem proporcionado um caminho de escuta aos agentes eclesiais, em especial as leigas e os leigos, e as expectativas para esse processo a longo prazo.
Em uma ocasião, o Papa Francisco observou que “uma Igreja sem as mulheres é como o colégio apostólico sem Maria” e ainda ressaltou a necessidade de uma “teologia da mulher”. Como seu pontificado tem impactado em relação à identidade, presença e missão da mulher?
conato feminino, sexualidade e gênero podem ainda não estar decididos, mas são falados. Estão sobre a mesa. É afetivo e sensível intelectualmente – busca as relações pelo coração e se sensibiliza e FEMINIZA a Igreja.
Neste sentido, feminiza a linguagem da IGREJA, não porque entende a mulher, mas porque coloca a linguagem em nível mais flexível, como diz Henri Derroite, hoje se entende o que o Papa fala e quer, mesmo que gere divergência. Se entendem seus documentos até para criticá-lo. Por isso se cria uma “clareira na linguagem” (Heidegger) para dar espaço às mulheres, ainda que o espaço mesmo não tenha sido criado. Notadamente observado nos documentos da Igreja, que não tenha ainda nada de clareza nesse sentido, raramente encontram-se citações ou referências concretas das mulheres pesquisadoras. Por isso o compromisso do Papa é, apesar das limitações, continuar a reflexão sobre as mulheres para inclui-las.
Podemos destacar três aspectos positivos de Francisco em relação ao tema das mulheres – um olhar sobre sua “teologia dos gestos”. Francisco denuncia fortemente o “clericalismo” e todas as vertentes que dele podem vir: “cardinalíssimos”; “episcopalismos”; “paroquialismos” “diaconaconosismos”; “seminarisisimos” e “leiguismos”, entre outras formas análogas que podem permear as estruturas a partir do paradigma do poder, que se opõe ao do serviço, e chama fortemente a atenção para a necessidade da inclusão de TODOS, TODOS, TODOS (FRANCISCO, JMJ, 2023).
O Papa tenta dar à Igreja um rosto de acolhida, um espaço onde todos cabem e podem se sentir fazendo parte, incluindo as mulheres. Os temas proibidos pelo Dicastério para a Doutrina da Fé – ordenação de mulheres, dia-
No livro de entrevistas do Papa, “Soñemos juntos. El caminho a un futuro mejor” (2020), ele fala do papel e da contribuição que as mulheres podem dar para a Igreja e a sociedade de forma matizada, à luz da linguagem e da comparação da Igreja com o feminino, da Igreja como mãe, como se a contribuição das mulheres à Igreja fosse a luz daquilo que as caracteriza: ser mães,
afetuosas, acolhedoras etc. E aqui propomos a reflexão: essa é a imagem ou a única imagem da mulher que a Igreja poderia considerar?
Por outro lado, em suas falas acena com aspectos interessantes (positivos) acerca das mulheres, em diferentes momentos de seu ministério:
a) Na época da pandemia, quando afirmou que as mulheres foram as mais afetadas (porque estavam na linha de frente, 70% da saúde é composta por mulheres ou porque tinham de sair a trabalhar para manter os filhos) e as mais resilientes;
b) Afirmou que o anúncio da Ressurreição foi dado às mulheres porque elas estão mais atentas, abertas ao presente da história e a novas possiblidades;
c) Da mesma forma, perguntou-se como a crise do mundo atual poderia ser resolvida pelas mulheres;
d) Da mesma forma que se perguntou se o Espírito Santo está nos levando a reconhecer a importância das mulheres na Igreja? Talvez por isso de concreto mesmo – as reconheceu –colocou no papel no início do ano a permissão das mulheres como leitoras e acólitas (mesmo que já fizessem, estavam a critérios de bispos e padres), sendo esta a única mudança em nível de “doutrina”.
e) A comissão vaticana pelas mulheres diaconisas começou a se reunir novamente que deve levar ao tema da ordenação de mulheres. A contar das resistências na aula Sinodal – é de se questionar como avançará essa questão.
Portanto, o pontificado de Francisco tem cada vez mais colaborado para a reflexão, acompanhamento da mulher e sua atuação na Igreja e na sociedade. A Igreja caminha somando todos os agentes que formam esse corpo,
para que seja cada vez mais sacramento da unidade do gênero humano, em Jesus Cristo.
O processo sinodal na Igreja tem proporcionado um caminho de escuta aos leigos e às mulheres, inclusive. Quais são as expectativas para esse processo, a longo prazo? A nomeação de mulheres em cargos importantes no Vaticano é um exemplo desse caminho?
A longo prazo o que o processo sinodal tem em mente, ou pelo menos o que ele objetiva, é a sinodalização da Igreja. Todos os agentes eclesiais, que se encontram dentro da Igreja, possam, efetivamente, ser escutados e participarem efetivamente da condução da Igreja, nos diferentes níveis onde estão. Esse é o processo de sinodalização da Igreja. A palavra processo é importante porque o sínodo tem um começo; essa reflexão sobre o caminho sinodal iniciou-se em 2021, mas não podemos dizer que na segunda sessão, em outubro de 2024, ele vai efetivamente acabar. O ano de 2024 é um ponto de começo do sínodo, porque sinodalização e ser sinodal é uma aprendizagem. É uma condição que o
sendo incluídas, se elas vão entrar na dinâmica como exercício de poder. De qualquer forma, a nomeação de mulheres não tem a ver com a sinodalidade, tem a ver com o direito que as mulheres têm, porque não há nenhum impedimento nem canônico, nem eclesial, nem teológico, de que as mulheres participem da administração vaticana, como também elas participem de todos os outros níveis de administração da Igreja.
A partir de sua experiência eclesial, atividades pastorais missionárias, que palavras de motivação você tem para as comunidades?
Papa nos exige. Sermos sinodais não é optativo. Porque ser sinodal implica estabelecer novas formas de relações internas da Igreja. Novas formas de relações entre os agentes eclesiais, para que a Igreja possa também se relacionar com um mundo externo de uma outra maneira. E tudo isso pressupõe um processo. Um processo de aprendizagem, um processo de escuta, um processo de transformação, um processo para dar passos.
Nomear as mulheres para os cargos vaticanos pode ser exemplo desse caminho no sentido inclusivo, se de fato a ideia é incluir. E pode não ser se as mulheres que estão
É um desafio que a Igreja nos propõe de sinodalizar as comunidades para que seus participantes sejam cada vez mais ouvidos, cada vez mais atuantes, cada vez mais corresponsáveis pela condução das comunidades. Tendo em vista que essas pessoas, os agentes eclesiais, possam, em última instância, sentir-se pertencentes à comunidade. E se sentir pertencentes às comunidades é se sentir pertencentes em um processo ativo, de cuidado, de colaboração nos conselhos paroquiais, nos conselhos das pastorais, na definição do plano de pastoral comunitário, na definição da aplicação dos recursos da comunidade, no conhecimento do contexto todo, onde a comunidade está inserida, para que se possa efetivamente trabalhar em comum união. Para, cada vez mais, deixarmos a ideia de que alguém comande e os outros obedeçam. Isso é contra a sinodalidade. Mas que cada vez mais possamos trabalhar em comum união de pessoas entorno à pessoa de Jesus, que é efetivamente fazer o anúncio de sua pessoa e de seus ensinamentos à comunidade ou ao contexto onde está, seja por palavra, seja por gesto, seja
por testemunho. E as mulheres, notadamente nesse conjunto, como eu já disse antes, têm um papel muito expressivo porque elas são a maioria das que estão nas comunidades.
O essencial é compreendermos e acompanharmos cada vez mais esse processo sinodal, os temas, e já temos dois Instrumentum Laboris , quer dizer, instrumentos de trabalho, que agora estão sendo debatidos. Não deixar de acompanhar aquilo que está acontecendo, senão podemos ter a intenção ou a percepção de que passou na comunidade e essa comunidade nunca mais vai ouvir falar desse tema. Todos os passos do processo sinodal estão disponíveis no site do Vaticano, no www.vatican.va, ou nas redes sociais no Vatican News.
Estamos no segundo Instrumentum Laboris , que tem os temas muito interessantes, os quais foram temas escolhidos à luz da escuta do processo sinodal, seja diocesano, seja continental, que chegaram no nível universal. Esses estão sendo agora amadurecidos, existem temas sobre as mulheres, sobre a comunicação. Outro aspecto importante mencionar em relação à motivação das comunidades ao processo sinodal, é dizer que a secretaria do sínodo está aberta ainda a receber sugestões e demandas das comunidades. Esse processo sinodal é um processo feito de baixo para cima, não de cima para baixo. O que se está trabalhando em Roma é o que saiu das comunidades. E eles ainda estão recebendo sugestões. A pessoa que desejar pode fazer suas sugestões, que serão consideradas e catalogadas no site do Vaticano.
Fr. Fabrício Oliveira, C.Ss.R
Enquanto redentoristas, temos total clareza de que existimos para a missão, e para que possamos realizá-la com maestria, nas diversas frentes de trabalho em que estamos inseridos, de modo que seus frutos sejam eficazes, precisamos ter um bom direcionamento e a devida organização que ajudam a nortear os passos que devemos percorrer.
Nossa constituição n. 21 nos recorda sobre a importância do aspecto comunitário que devemos sempre levar em consideração como uma das prioridades de nossa vida redentorista, pois por meio dele garantimos mais eficácia em nossas atividades e podemos abrir caminhos significativos para a caridade pastoral.
Nessa sessão, iremos trazer um pouco sobre a presença dos secretariados existentes em nossa província e como cada um, a seu modo, contribui com o Governo Provincial para o cumprimento de nossa missão enquanto Província Nossa Senhora Aparecida.
O Secretariado de Comunicação da Província Nossa Senhora Aparecida é composto pelos seguintes confrades: Pe. Domingos Sávio da Silva, C.Ss.R. (Editora Santuário), Pe. José Wilker Rosário Nunes, C.Ss.R. (Rádio Educadora), Pe. Mauro Vilela da Silva,
C.Ss.R. (TV Aparecida), Ir. Orlando Augusto Silva Cassiano, C.Ss.R. (Portal A12), e Pe. William dos Santos Betônio, C.Ss.R. (Rádio e TV Bom Jesus), e tem como principal objetivo contribuir com a província para que nossa missão possa acontecer de maneira efetiva e eficaz, principalmente a partir dos meios e veículos de comunicação onde estamos presentes, de modo que, por meio de nossa atuação e presença nesses meios, nosso carisma possa estar sempre vivo e atual.
No decorrer desse triênio, buscaremos também contribuir para a formação dos confrades em geral, de modo que possamos auxiliá-los, de modo dinâmico, a fazerem um bom uso da comunicação e dos recursos disponíveis, a partir da frente de trabalho missionário em que estiverem inseridos, partindo do ponto de vista de que “tudo é comunicação” e
Na estrutura organizacional de uma nova província reconfigurada, o Secretariado de Formação Inicial exerce papel central como organismo de assessoria aos formadores e ao Governo Provincial, tendo como principal objetivo coordenar o processo de formação inicial favorecendo a integração das etapas formativas e seu desenvolvimento.
Na Província Nossa Senhora Aparecida, o Secretariado de Formação colaborará para a implementação das iniciativas missionárias traçadas para o triênio de 2024 a 2026, formando os novos missionários da esperança para ajudar a consolidar o processo de reconfiguração em vista da missão.
Antes mesmo da criação canônica da nova província, a formação já vem experimentando a reconfiguração das etapas e comunidades formativas, assim as perspectivas futuras visam a consolidação dessa experiência, bem como estruturar os momentos de integração dos formandos entre si e dos formadores para estudo, análise e encaminhamento das questões quanto ao conteúdo, critérios e aspectos práticos das casas e das etapas forma-
de como ela, quando bem trabalhada, é de extrema importância para os frutos de nossa missão.
Para darmos os passos necessários na tarefa de contribuir para que a província possa encontrar caminhos e estar cada vez mais integrada na dinâmica e cultura da comunicação, temos como ponto de partida o documento elaborado pela comissão de mídias da reestruturação, que conta com riquíssimas contribuições e sugestões de direcionamento, a partir da partilha acerca da necessidade e importância de trabalharmos bem a comunicação para termos ainda mais eficácia em nossa missão.
tivas. Nesse sentido a Elaboração da nova Ratio Formationis favorecerá a dinâmica da formação nos atuais cenários da igreja e sociedade com seus múltiplos desafios.
Pe. Jorge Sampaio, C.Ss.R. Formador
“É preciso anunciar o Evangelho de modo sempre novo” (Clemente Hofbauer).
É preciso também pensar a promoção vocacional de forma sempre nova. Isto é, por meio do testemunho de vida, pela oração pessoal e comunitária e pela vivência alegre da consagração religiosa e sacerdotal. É necessário também uma pastoral vocacional aberta às diferenças evolutivas dos jovens em uma sociedade em constante mudança. Imbuídos desse ideal e inspirados pelo lema “Reestruturação em vista da missão”, a Pastoral Vocacional da Província Nossa Senhora Aparecida se propõe a auxiliar os jovens a darem seu “SIM” ao chamado de Deus, seja ele para a vida religiosa consagrada, para a vida presbiteral diocesana ou como um leigo atuante em sua paróquia. É bom sempre lembrar que o melhor meio para suscitar novas vocações é a oração constante e o testemunho da própria vida. Nesse sentido, não podemos nos apegar aos antigos métodos de promoção vocacional; devemos sim aproveitar o que ainda funciona e utilizar também de novos mecanismos. Por isso, estamos em constante atualização frente às exigências atuais e,
O Secretariado de Economia da Província Nossa Senhora Aparecida, sob a orientação do Governo Provincial, tem a missão de assessorar a administração da Província. Seu coordenador é o ecônomo provincial. O Secretariado se reúne mensalmente para a prestação de contas dos três regionais da província, estuda, examina a situação financeira e propõe soluções para os assuntos administrativos.
sobretudo, à ambiência virtual. Com tantos meios disponíveis, não podemos ver nossos seminários vazios.
É tarefa do Secretariado Vocacional e de todos os confrades promover e animar as vocações. Sejamos, portanto, ainda mais conscientes dessa missão, para que possamos anunciar ainda mais com palavras e com a vida: “Viva o Chamado de Deus”.
Ir. Cláudio Aparecido Teixeira, C.Ss.R. Promotor Vocacional
Dessa forma, o secretariado de economia tem buscado com empenho aprofundar-se para efetivar gradualmente nos próximos anos, com a participação de assessorias, a unificação das entidades civis que compõem nossa província, embora já tenha sido feita a unificação canônica. Juntos, sob a proteção de nossa padroeira, Nossa Senhora Aparecida, buscamos alcançar esses objetivos.
Pe. Herivelto Jeder Pereira, C.Ss.R. Secretariado de Economia
Neste triênio, 2024 a 2026, fazem parte do secretariado de Economia: Pe. Marlos (provincial), Pe. Herivelto (ecônomo provincial), Pe. José Zambom (ecônomo adjunto do regional Rio de Janeiro), Pe. Cristovão Przychocki (ecônomo adjunto do regional Bahia), Pe. Fábio (conselheiro Provincial), Pe. Vilas Boas (pároco em São João da Boa Vista) e Dr. Marcos T. Ferreira (TÁFER). O secretariado está construindo uma história marcada pela partilha da administração dos três regionais, de experiências e de responsabilidade para dar os passos seguintes na nova província.
Pastoral
O Secretariado de Pastoral da Província Nossa
Senhora Aparecida é composto pelos seguintes membros: Padres Evaldo, Marcos Antônio e Willian Sena, Irmãos Alan Zucheratto e Viveiros, além do Frater Jefferson Lucas. Tal secretariado é de fundamental importância, pois está ligado ao tema da reestruturação em vista da missão, e ele tem por objetivo fortalecer e animar a ação missionária e apostólica nas principais frentes pastorais da Província, ou seja, nos Santuários, nas Paróquias, Missões Populares, Missões Ad gentes, entre outras frentes. A partir desse trabalho, temos por missão colaborar para que nossa evangelização seja realizada com êxito, não perdendo de vista nossos interlocutores, que são os mais pobres e abandonados.
Ao constituir a nova Província de Nossa Senhora Aparecida, o novo governo provincial nomeou os membros do Secretariado de Vida Apostólica com um foco preciso de assessorar a Vida comunitária das 39 Comunidades, que integram nossa nova Província. São eles: Pe. Dalton Almeida de Almeida, Pe. José Ulysses da Silva, Pe. Nelson Antonio Linhares de Souza, Ir. Marcos Lucas Tomaz, Pe. Sérgio Luiz e Silva e Pe. Marcos Silva Santos. De início, o Secretariado foi encarregado de orientar a elaboração dos Planos de Vida Comunitária das Comunidades (PVC) e as Semanas de Estudos em toda a nova Província. As Semanas de Estudos foram programadas para serem realizadas em Belo Horizonte, Aparecida e Salvador, para que a maioria dos confrades possa participar. O tema escolhido pelo Secretariado foi “Reestruturação da vida e as angústias de ser, de viver e conviver, vivendo a missão hoje”. Estamos contando com a assessoria do Dr. Willian César Castilho Pereira, psicólo-
As perspectivas de nosso trabalho inicialmente são retomar o Plano Apostólico da nova Província, fazendo as devidas ponderações e sugestões e, a partir dessa retomada, assumi-lo, divulgá-lo e criar os meios de operacionalizá-lo.
Acreditamos, como Secretariado, que talvez seja tempo de primeiro nos fazer unidos para em seguida ousar dar passos rumo às mudanças mais substanciais em nossas frentes missionárias, ou seja, primeiro criar laços de fraternidade, conhecermo-nos, para assim podermos avaliar melhor as mudanças necessárias que precisam ser realizadas.
Vemos como importante a realização do processo de escuta dos leigos, jovens e formandos redentoristas do que eles pensam sobre nossa vida pastoral e como eles podem ser inseridos em nossas atividades pastorais.
Assim vamos caminhando nesse começo de trabalho de nosso Secretariado. Contamos sempre com a graça de Deus e oração de todos para que possamos desempenhar da melhor forma possível a missão que nos foi confiada.
Pe. Marcos Antônio Azevedo Carvalho, C.Ss.R. Secretariado de Pastoral
go clínico, escritor e professor emérito da PUC (Minas), e de nosso Pe. Dalton Barros, também psicólogo.
Consideramos oportuno refletir sobre as doenças psicofísicas que atingem muita gente da sociedade atual; sobre a importância de criar um relacionamento fraterno de maior conhecimento mútuo entre os confrades das comunidades; e sobre os desafios de nossa missão, desde a pregação até o acolhimento das pessoas que nos procuram, tanto para confissão como para o aconselhamento.
Pe. José Ulysses da Silva, C.Ss.R. Secretariado de Vida Apostólica
Apublicação “Em Maria, nasce Cristo. Com Maria, nasce a Igreja” é fruto da pesquisa do Frei Paulo Roberto Santos, OFM, e de minha pesquisa. A obra é composta por dois artigos, que foram apresentados como trabalho final para a pós-graduação em Mariologia, oferecida pela Academia Marial e Faculdade Dehoniana, de Taubaté-SP. A referida publicação é o vigésimo primeiro livro da coleção Escola de Maria, um projeto da Academia Marial de Aparecida, que tem proporcionado a pesquisadores e associados a possibilidade de publicação de seus trabalhos e suas pesquisas.
O artigo de minha autoria, “Maria: Mãe da Igreja e modelo dos Cristãos”, busca refletir sobre a figura e o papel de Maria na história da salvação, à luz da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério da Igreja. O artigo, em primeiro lugar, aborda o sentido litúrgico de celebrar Maria como Mãe de Cristo e, em segundo lugar, examina a relação entre a maternidade divina e a maternidade humana de Maria, a maternidade eclesial.
Maria, no que diz respeito a sua participação na obra da salvação, é vista como alguém que colaborou de forma singular com Deus para que a redenção acontecesse. Ela é lembrada
como aquela que nos trouxe o redentor da humanidade. Essa redenção nós celebramos a cada liturgia de nossa igreja. Por meio do mistério pascal fazemos o memorial de nossa redenção e salvação. Nas solenidades, festas e memórias marianas não celebramos a pessoa de Maria e sim a redenção, e sim o Mistério Pascal que se realizou em seu ser.
Ao ser celebrada em quase todo o decorrer do ano litúrgico, Maria recebe em suas solenidades, festas e memórias um reconhecimento pela plena ação da Graça de Deus em sua vida. Nas celebrações marianas, nós nos atemos aos aspectos que nos levam a perceber a relação de Maria na participação no mistério de Cristo, mistério este que ela participa de forma secundária.
Maria pode ser vista como um modelo para a Igreja, da qual ela é a própria Mãe. A Virgem Maria é, de fato, aquilo que somos chamados a ser. Imitando, seguindo o mesmo caminho que a ela seguiu, o caminho do discipulado, nós somos convocados a sermos fiéis discípulos e missionários de Jesus Cristo, fazendo com que o Reino de Deus aconteça e se expanda entre nós. Maria, como nossa maternal companheira, deve ser uma pedagoga para cada um de nós. Ela deve nos conduzir em um caminho seguro
rumo a seu Filho, um caminho como aquele que ela mesma trilhou.
Como uma fiel seguidora que faz seu itinerário espiritual nesta terra, Maria é para nós modelo de seguimento a Jesus Cristo e, ainda mais, podemos ousar em dizer que Maria, em sua condição de fidelidade ao seguimento de Cristo, torna-se para cada um de nós modelo do que é ser cristão. Aprendemos de Maria a assumir nosso compromisso de discípulos e missionários. De Maria aprendemos a caminhar na fé. Mesmo diante dos questionamentos, das faltas de compreensão, ela nos ensina a crer em Deus e nele esperar com toda a fé. Maria é nosso principal protótipo e exemplo de vivência dos valores do Evangelho.
Em suma, podemos dizer que Maria não está longe de nossa vida e de toda a nossa história, mas caminha a nosso lado como Mãe e como modelo no seguimento a Cristo. Desse modo, Maria contribui eficazmente para nossa formação e vivência cristã. Os diferentes aspectos da vida de Maria devem nos levar a uma práxis, a uma vivencia ética e moral a partir dos conceitos extraídos de sua vida; Maria é nossa Mãe, porém, é preciso que ela seja assumida como nossa educadora.
Em sua Carta Apostólica sobre a formação litúrgica do povo de Deus Desiderio Desideravi (DD), o Papa Francisco retoma importantes elementos da Constituição Conciliar sobre a Liturgia da Igreja Sacrosanctum Concilium (SC), com o escopo de despertar nos membros da comunidade orante o desejo de redescobrir, no cotidiano, a beleza da verdade da celebração cristã (DD 21). Tal intenção emerge dos dois grandes princípios que nortearam a reforma litúrgica e, por consequência, contribuíram para uma reforma eclesial, que é o da promoção da participação ativa consciente, frutuosa e piedosa dos fiéis na ação litúrgica, bem como a formação à liturgia
e a partir da liturgia para a consciência de nossa inserção no mistério pascal de Cristo (DD 31). Ao longo destes 60 anos da publicação da SC, muitas foram as iniciativas para que a vida litúrgica da Igreja progredisse e fosse compreendida como momento de atualização da história da salvação, o que se dá por meio de ritus et preces (SC48). Um dos elementos ao qual se deu uma valiosa atenção é o da ação ritual do silêncio, que perpassa vários momentos da celebração, em que a comunidade é chamada a celebrar o memorial que nos ajuda a recordar e atualizar o mistério da nossa fé, que tem seu fundamento no evento da paixão, morte e ressurreição do Senhor.
O gesto ritual do silêncio aparece em muitas partes de uma celebração. Isso nos ajuda a compreendê-lo como momento fulcral de abertura, dentro da celebração litúrgica, para a escuta do Senhor, que deseja comunicar-se com sua comunidade por meio de gestos, símbolos, sinais e palavras. Em cada momento da ação litúrgica, o silêncio assume uma tarefa, a fim de conduzir a comunidade celebrante à consciência de que na liturgia encontramos uma abundante fonte de espiritualidade cristã.
Nas muitas partes em que se faz presente no corpo de uma ação litúrgica, o silêncio assume uma tarefa mistagógica, isto é, de nos conduzir ao coração do mistério que somos chamados a celebrar. Isso nos ajuda a refletir que a “liturgia não nos deixa sozinhos na busca de um presumido conhecimento individual do mistério de Deus, mas nos leva pela mão, juntos, como assembleia, para nos conduzir ao mistério que a Palavra e os sinais sacramentais nos revelam” (DD 19).
Por isso, vamos ao menos falar de três importantes momentos de silêncio em uma ação litúrgica. São eles o silêncio de preparação, o silêncio entre as partes de um rito e o silêncio de envio.
O silêncio de preparação é vivido no momento da constituição de uma assembleia litúrgica. Quando chegamos a uma Igreja é preciso silenciar-se como sinal de predisposição pessoal e comunitária para se viver a ação litúrgica e nela se alimentar, a fim de melhor viver a vida cristã. Esse momento de silêncio nos ajuda a romper com o mundo das palavras vazias, para acolher a Palavra viva e encarnada do Pai, que deseja se revelar a nós.
A assembleia congregada pelo Senhor, para celebrar os santos mistérios, convida também a viver o silêncio entre as partes de um rito proposto para a celebração de um sacramento ou sacramental. Aqui o silêncio é acolhido como um importante momento de retorno a cada palavra, gesto, sinal e símbolo, que nos colocam na presença do mistério pascal, que somos chamados a celebrar com todo o nosso corpo, toda a nossa alma e todo o nosso espírito. Esse silêncio pode também ser definido como o fio de ouro que vai costurando as partes de uma celebração, que nos ajudam a entender nossa participação no mistério de Cristo e da Igreja. Na diversidade de dons e ministérios, somos um único corpo, cuja cabeça é Cristo.
Nesse caminho de reflexão sobre o silêncio que nos comunica o mistério, ainda se faz necessário recordar o silêncio que nos acompanha no momento de dispersão da assembleia. Esse silêncio nos ajuda a pensar sobre a tarefa que temos como discípulos do Senhor. Alimentados pela celebração litúrgica, somos enviados a evangelizar. Por isso se faz mister dar espaço para que o Espírito nos ajude a
O silêncio nos recorda que na liturgia encontramos uma fonte de espiritualidade cristã
Gesto ritual do silêncio está presente em muitas partes de uma celebração
entender o que o Senhor espera de nós como seus discípulos.
Hoje, mais do que nunca a Igreja, por meio de suas ações rituais, procura recuperar a força formativa do ato de silenciar-se, mostrando que sua vivência, na liturgia, não é omissão, mas abertura ao Espírito. Isso porque um antigo ensinamento já nos adverte: “As palavras são de prata e o silêncio é de ouro”.
Pe. Rodrigo Arnoso, C.Ss.R.
Dentro da preparação para o Jubileu de 2025, o Papa Francisco convocou toda a Igreja para viver em 2024 um ano dedicado à Oração. De acordo com o Santo Padre, o objetivo desta convocação é promover: “[...] um ano dedicado a redescobrir o grande valor e a necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo”. Esse tema é bastante caro à tradição redentorista, já que somos herdeiros do ensinamento de Santo Afonso, considerado o grande doutor da oração. Acreditamos que sua teologia da oração pode enriquecer ainda mais a vivência deste ano em nossas comunidades e ser proposto a outros grupos eclesiais.
O conhecido e repetido aforismo afonsiano: “Quem reza certamente é salvo; quem não reza
certamente é condenado”, mais do que ser uma evocação piedosa sobre a importância da oração na vida cristã, sintetiza a doutrina afonsiana sobre a oração. O tema da oração perpassa toda a obra ascética de Santo Afonso, na qual ele constrói uma reflexão teológica autêntica, com forte marca de sua própria experiência e apostolado junto ao povo. Seu objetivo não foi construir um sistema original de espiritualidade ou divulgar um modelo preciso de oração, mas ajudar seus leitores a crescerem em sua relação com Deus nas circunstâncias concretas em que se encontravam. Afonso vincula a oração com sua teologia moral, pois a vida moral e a vida espiritual andam juntas, ambas partilham a mesma preocupação, a saber: conduzir o cristão a uma crescente união com a vontade de Deus.
Em “A Oração, o grande meio da Salvação” (1759), encontramos a síntese da teologia afonsiana da oração. O ponto de partida de sua reflexão é a afirmação da vontade salvífica universal de Deus revelada na vida e no sacrifício redentor de Jesus Cristo, contra os reducionismos da doutrina jansenista. Contudo, a salvação é uma oferta de Deus ao ser humano, que pode acolhê-la ou não no exercício de sua liberdade. Para que a graça da salvação se realize, faz-se necessário a cooperação do ser humano. Acontece que entregue a si mesmo, e sob a influência das consequências do pecado, o cristão não consegue perseverar na graça batismal e se salvar, sendo necessário recorrermos a oração. Afonso se detém, sobretudo, na oração de petição, que não visa em primeiro lugar obtermos coisas materiais, mas é o canal pelo qual Deus nos oferece a graça necessária para realizarmos aquilo que é mais difícil em nosso crescimento espiritual, em outras palavras, a oração de petição é um auxílio para alcançarmos os meios necessários a nossa salvação. Aquele, porém, que não se exercita na oração e não pede o auxílio de Deus para perseverar no caminho da salvação, corre o risco de se perder e não se salvar.
Na obra ascética “A maneira de conversar sempre e familiarmente com Deus” (1754), descobrimos outro contributo significativo do ensinamento afonsiano. No tempo de Afonso, a prática da oração e o cultivo da espiritualida-
de eram consideradas um privilégio, acessível apenas a um grupo seleto de fiéis, porém, ele contribuiu decisivamente para promover a vida devota em todas as categorias de fiéis, ninguém fica excluído do alcance de sua proposta. Sendo assim, mais que um método preciso para nos ajudar na prática da oração, Afonso nos propõe uma atitude existencial orante, na qual cada um é chamado a uma relação pessoal com Deus, não limitada a uma linguagem ou a um tempo específico, mas que deve permear todos os aspectos de nossa vida, afetos, inteligência, vontade. Essa oração deve ser feita com familiaridade e confiança: “Fala-lhe do que se passa contigo, de tuas coisas, como farias com um amigo querido”. Quanto ao que dizer em nossa oração, Afonso ensina que não devemos nos preocupar, pois Deus não despreza nenhuma situação humana, por mais trivial que seja. Essa conversa íntima que travamos com Deus não fica sem resposta de sua parte. Afonso reforça que devemos esperar com confiança a resposta do Senhor, pois Ele leva a sério aquele que abre seu coração com humildade.
Afonso não faz outra coisa além de recordar o essencial da fé cristã, por isso a ênfase na oração e em seu caráter vital para o crescimento e perseverança na vida cristã. No dinamismo diálogo-resposta da oração, Afonso vê a atualização da história da salvação na história particular de cada cristão. Na oração, o Pai nos oferece a graça da salvação, cujo conteúdo é a pessoa de Jesus Cristo, e nós respondemos a esse convite conformando nossa vida com a vontade de Deus, verificada em nosso crescimento humano e espiritual. É na vida concreta que verificamos a eficácia da oração, portanto, a oração não é uma fuga de nossas responsabilidades ou um anestésico para as situações difíceis que atravessamos, ela consiste em nos ajudar a viver cotidianamente em Deus.
No dia 28 de fevereiro de 2024, celebramos 25 anos da presença dos Missionários Redentoristas no sul da Bahia, em Arraial d’Ajuda, distrito da cidade de Porto Seguro. Todavia a nossa história aqui começou um pouquinho antes! Em 1992, a Missão Redentorista da Bahia foi elevada à Vice-província, tendo por primeiro vice-provincial o Pe. Tadeu Pawlik. Muito zeloso pelas Santas Missões, logo formou a maior equipe de nosso grupo. E, depois de uma formação sólida, veio o grande desafio: pregar missões em todas as paróquias da cidade de Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia. Com a graça de Deus, as missões foram um sucesso! Deixaram os párocos felizes, dentre eles, o então Pe. José Edson Santana de Oliveira.
Em 1996, foi criada a Diocese de Eunápolis, e seu primeiro bispo foi o Pe. José Edson. Um
ano depois, o senhor bispo Dom José fez o pedido aos Redentoristas, com forte apelo, para dar formação missionária aos leigos e divulgar a devoção a Nossa Senhora d’Ajuda, no Santuário Mariano mais antigo do Brasil. A resposta veio no ano seguinte, em novembro de 1998. Em nosso III Capítulo, foi aprovada a fundação da Comunidade Redentorista, e
assim, aos 28 de fevereiro de 1999, o então senhor bispo Dom José Edson celebrava, no Santuário Nossa Senhora d’Ajuda, a Missa de Posse, tendo por reitor do Santuário o Pe. Josef Grzywacz e colaborador o Pe. Francisco Mick. Até o ano de 2006, o Santuário d’Ajuda pertencia à Paróquia do Divino Espírito Santo – Vale Verde, em Arraial d’Ajuda. Alguns confrades foram nomeados no trabalho da referida paróquia. A saber: Pe. Josef Grzywacz (1999-2000); Pe. Antônio Rosivaldo Mota (2000-2002); Pe. Adam Tadeuz Rapala (2003-2006). Foram reitores do Santuário de Nossa Senhora d’Ajuda antes da criação da Paróquia os seguintes confrades: Pe. Josef Grzywacz (1999-2002); Pe. Carlos Zdzislaw (2002-2003) e Pe. Adam Tadeuz Rapala (2003-2008). Em 2006, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora d’Ajuda, desmembrando da Paróquia do Divino Espírito Santo – Vale Verde. O Pe. Adam, então Reitor do Santuário d’Ajuda, foi nomeado também como pároco da Paróquia de Nossa Senhora d’Ajuda. Em 2008, Pe. Stanislaw Wilczek assumiu como Pároco e Reitor do Santuário d’Ajuda, permanecendo até 2011.
Em 2011, o Pe. Carlos Kaminski foi nomeado Reitor do Santuário, permanecendo no cargo por um ano. Nesse mesmo ano, a pedido do senhor bispo Dom José Edson, o Pe. José Roberto Miranda Ramos foi nomeado pároco da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda e Administrador Paroquial da Paróquia Divino Espírito Santo – Vale Verde, cargo que foi exercido até o ano de 2012. Em 2012, o Pe. Adam Rapala retornou para Arraial d’Ajuda e foi nomeado administrador paroquial das Paróquias de Nossa Senhora d’Ajuda e do Divino Espírito Santo – Vale Verde, permanecendo apenas sete meses. No fim desse mesmo ano, tomou posse como Reitor e Pároco da Paróquia e Santuário d’Ajuda o Pe. Miroslaw Jurus, permanecendo até o ano de
2015. Em 2015, Pe. Casimiro Malolepszy assumiu como Reitor e Pároco de Nossa Senhora d’Ajuda, permanecendo até 2021. No dia 21 de março de 2021, o Pe. Vilmar Correa tomou posse como Reitor e Pároco, cargo que exerce até o presente.
Ao longo desses 25 anos, muitos foram os trabalhos realizados pelos confrades no Santuário Mariano mais antigo do Brasil. Damos graças ao Senhor Deus da vida, por intercessão da Senhora d’Ajuda, suplicando suas bênçãos sobre todos nós!
Fr. Clayton Sérgio Cunha Peixoto, C.Ss.R.
Em 2004, os Redentoristas iniciaram os trabalhos pastorais em Miracatu, no sul do Estado de São Paulo. Essa região é a mais pobre do Estado. Mas é uma das regiões onde a Mata Atlântica ainda está mais preservada.
Matas, rios, riquezas minerais, cavernas, cachoeiras e lindas paisagens formam um cenário onde habita um povo humilde, religioso, trabalhador e acolhedor. A região já foi habitada por várias tribos indígenas, que foram praticamente dizimadas.
Em 1842, Pierre Laragnoit, francês, estabeleceu-se com seus filhos à margem do Rio São Lourenço, após ter comprado terras e escravos. Em 1871, deu-se a fundação de Prainha; em 1873, construiu-se a igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores, inaugurada no dia 12 de junho daque-
le ano. Fazendeiros e moradores da redondeza confraternizaram-se nessa data memorável. Ao final da tarde daquele dia, tomaram rumo de volta a suas casas, com suas embarcações, pelo Rio São Lourenço. Os remadores eram pretos escravizados, que pertenciam às fazendas da região.
Em 1944, passou a se chamar Miracatu, cujo significado é “terra de gente boa”. Predomina há décadas nessa região o cultivo da banana. A Rodovia Régis Bittencourt (BR 116) atravessa o município de Miracatu de um extremo ao outro.
Vasto território para a Missão
Miracatu tem seu território com um pouco mais de mil quilômetros quadrados. Cerca da metade da população, de 19 mil habitantes, reside na área urbana e os demais nos bairros da área rural.
São 36 comunidades católicas. A religiosidade ocupa um espaço importante na vida das famílias, embora grande número de moradores professam a fé cristã em diversas denominações evangélicas e pentecostais.
Em Miracatu, estiveram antes o clero diocesano e os Missionários do Verbo Divino (Verbitas). A realidade no Vale do Ribeira compõe um ambiente favorável e necessário ao anúncio da Copiosa Redenção, conforme o apelo de Santo Afonso.
A presença Redentorista em Miracatu dá-se também pelo CAS (Centro de Assistência Social Beato Pedro Donders).
Pe. Luís Rodrigues Batista, C.Ss.R.
CAS Pedro Donders é administrado pelos Missionários Redentoristas
AParóquia Nossa Senhora da Esperança foi marcada por uma história muito bonita, de transformação. Era um lugar muito violento, com um grande índice de criminalidade e tinha um povo “abandonado”. Como eu ouvi de um paroquiano: “Terra de ninguém”.
As pessoas tinham medo desse lugar. Se falassem que era do Jardim Sinhá, não conseguiam arrumar emprego. Ninguém gostava nem de falar o nome, JARDIM SINHÁ. Hoje, existe uma outra realidade. O bairro foi transformado.
Tudo começou em 1980, quando chegaram, a pedido de Dom Luciano Mendes de Almeida, as Irmãs Teresinha, Marilda e Lurdinha ( in memorian ). No começo, elas viveram momentos muito difíceis em todos os sentidos. Faziam de tudo, porque não tinham padres, nem capelas, nem sequer um lugar para morar. Elas abandonaram a vida de conforto do convento, mas não abandonaram o povo sofrido deste pedaço de chão, banhado de sangue. Elas realizaram um trabalho muito dignificante com as pessoas. Começaram pelas crianças, já pensando no futuro, com a catequese, creche etc. Assim elas conquista -
ram a comunidade pelas crianças. Elas rezavam pedindo padres que pudessem assumir a comunidade.
Dom Pedro Luís Stringuini, Bispo Auxiliar da Região episcopal do Belém, pediu ao Provincial dos Missionários Redentoristas, na época, Pe. Carlos da Silva C.Ss.R, padres que pudessem assumir uma Pastoral neste pedaço de chão. Assim o trabalho foi assumido pelos Missionários Redentoristas, dando continuidade aos trabalhos das Irmãs. A Congregação assumiu os trabalhos no dia 28 de fevereiro de 2003, na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, criada no dia 16 de julho de 1999. Os Missionários Redentoristas chegaram aqui seguindo o carisma da Congregação, fundada
por Santo Afonso, que é: “Evangelizar os mais pobres e abandonados”.
A frente desse trabalho, no primeiro momento, como Pároco e Superior, estava o saudoso Padre Lauro José Masserani, que faleceu em 2008. Pe. Lauro não media esforços para estar com o povo sofrido, com os que usavam entorpecentes. Entrava pelos becos, botecos, cortiços e pelas ruas. Sempre estava no meio do povo com bom humor e brincadeiras. As pessoas começaram a ver os padres de uma maneira diferente. Um padre que estava no meio deles, defendendo, rezando e convivendo com eles. Ainda hoje o povo tem uma grande admiração pelo padre redentorista.
De 2003 até os dias atuais, vários padres e estudantes de Teologia passaram por aqui, ajudando, rezando e acompanhando este querido povo de Deus. Aos poucos, foram implantando uma nova cultura religiosa, à maneira de nossos trabalhos Missionários.
Aqui em nossa Paróquia, acompanhamos várias Pastorais e Ministérios, juntamente com os paroquianos que abraçam as Pastorais com muito carinho e amor. É um povo que não mede esforços, veste a camisa e atua com entusiasmo nas Pastorais. Aqui estão os verdadeiros “Cabreiros” de Santo Afonso Maria de Ligório.
Atualmente, somos dois Padres, atuando na Paróquia: Pe. João Paulo Oliveira, C.Ss.R., e Pe. Francisco de Assis Miguel, C.Ss.R, que juntamente com mais quatro junioristas: Fr. Alane Andrade Pereira, Ir. Carlos Renato da Silva, Fr. Fabrício Gabriel Lima Oliveira e Fr. Lucas Alves Silva, que fazem a Faculdade no ITESP e moram conosco, contribuem nas Celebrações e Pastorais, convivendo com esse povo maravilhoso do Jardim Sinhá.
Nós, os Padres, além dos compromissos paroquiais, juntamente com os junioristas e os Leigos, acompanhamos várias Pastorais e Ministérios, como: Batismo, Catequese de adultos e crianças, Crisma, Juventude, Acolhida, Dízimo, Caridade, Liturgia, Música, Ministros da Eucaristia e Palavra, Coroinhas e Acólitos, Grupo de Ruas, Apostolado da Oração, Pastoral Vocacional, PASCOM, Renovação Carismática Católica, Terço dos Homens, Mães que rezam pelos filhos, Mãe peregrina etc. Não precisamos especificar cada Pastoral, pois elas são conhecidas por todos que atuam na Igreja.
O Jardim Sinhá, hoje, é outra realidade. “A água transformada em vinho”.
Pe. Francisco de Assis Miguel, C.Ss.R.
ACongregação do Santíssimo Redentor no mundo inteiro vive um momento novo em seu processo de anunciar a Boa-Nova, buscando ser fiel ao projeto de Santo Afonso Maria de Ligório. Dessa forma, os Missionários Redentoristas estão em processo de reestruturação em prol da missão. E isso implica mudanças que favoreçam melhor qualidade nos trabalhos missionários e melhor vivência comunitária. Na dinâmica de novas estruturas, faz-se necessário pensar e consolidar cada vez mais uma cultura vocacional, que constitui uma área nobre e tão urgente em nossos dias. A Pastoral Vocacional trabalha a dimensão do chamado que Deus faz a cada ser humano, chamado e amado por Deus.
A Província Nossa Senhora Aparecida traz consigo a preocupação e o cuidado de tra-
balhar a dimensão vocacional, promovendo uma organização em âmbito de Província, o chamado Secretariado Vocacional. A sede do Secretariado Vocacional é em Aparecida (SP), no Seminário Santo Afonso, onde trabalham a equipe composta pelo Padre Robson Araújo dos Santos, C.Ss.R., Irmão Cláudio Teixeira, C.Ss.R., Irmã Jucilene Aleixo, MAD, e a jornalista Thamara Gomes, leiga. Esse mesmo Secretariado tem sua extensão regional em Belo Horizonte (MG), com a presença do Pe. Robério Santana de Lima, C.Ss.R., e em Bom Jesus da Lapa (BA), tendo como adjunto o Pe. Alessandro Ferreira Moreira, C.Ss.R.
É importante lembrar que existe um único Secretariado Vocacional Redentorista na Província, mas que possui sua extensão regional, ou seja, os demais confrades que estão nas
regiões de Belo Horizonte e Bom Jesus da Lapa são os braços do Secretariado, que possibilitam alcançar melhores resultados, com o objetivo de favorecer um melhor atendimento aos jovens que desejam fazer o acompanhamento de discernimento vocacional, visto que a área geográfica da Província é extensa.
A organização da assistência vocacional está dividida da seguinte maneira: Região da Bahia abrange todo o estado da Bahia, Norte de Minas e Norte do Espírito Santo; Região do Rio de Janeiro abrange o Estado de Minas Gerais, sul do Espírito Santo e Rio de Janeiro; Região de São Paulo abrange o estado de São Paulo e o sul de Minas.
Desse modo, a equipe que trabalha no Secretariado Vocacional busca organizar para que a qualidade possa favorecer um tempo bom de novas vocações Redentoristas em toda a Província, tendo em vista o diálogo e a partilha dos trabalhos realizados em prol das vocações. Os critérios para um bom discernimento se dão de forma única, levando em consideração a realidade cultural de cada região. Para isso, existe um Plano de Ação do Secretariado Vocacional, que ajuda a nortear o horizonte de trabalho.
Encontros vocacionais: durante o ano acontecem vários encontros vocacionais. Eles são realizados por região para facilitar a maior participação dos candidatos que vêm de vários lugares dentro da área da Província. O objetivo do encontro vocacional é ajudar o vocacionado a perceber a realidade da Congregação do Santíssimo Redentor: a pessoa do fundador, vida religiosa, espiritualidade, carisma e missão. Auxilia o candidato a ser sujeito de seu próprio amadurecimento vocacional.
Retiro Vocacional: o retiro espiritual é o tempo favorável de oração e de encontro com o Redentor. Acontece durante três dias, nos quais o jovem participa presencialmente com o objetivo de rezar, escutar a voz de Deus e buscar concretizar cada vez mais sua resposta ao Senhor da messe. Costuma realizar-se uma vez ao ano.
Visitas Vocacionais às famílias dos vocacio-
nados: faz parte do calendário do Secretariado Vocacional a visita nas casas dos vocacionados. Essa visita tem como objetivo conhecer melhor a realidade do candidato e suas raízes. Ela favorece um maior vínculo com os familiares, influenciando na decisão do jovem. Pode-se dizer que essa experiência mostra ao jovem um maior interesse por parte da Congregação. A vista vocacional tem gerado perseverança e mais ânimo na caminhada do jovem vocacionado.
CVR: Curso Vocacional Redentorista. O curso por correspondência é um modo de manter contato com o jovem nos intervalos dos encontros e uma forma que encontramos para que o jovem possa ler mais sobre a vida dos Santos Redentoristas, Congregação, espiritualidade e vocação no geral.
Todo dia 1, rezemos pelas vocações: o dia 1 de cada mês foi escolhido como dia R, o dia de rezar pelas vocações Redentoristas. É um modo de cultivar a cultura vocacional dentro da Congregação entre os confrades e com todo o povo de Deus,
que compartilha de nossa espiritualidade. O dia 1 de cada mês nos lembra o dia da morte de Santo Afonso, nosso fundador. Cada vez mais utiliza-se da criatividade para nos lembrar desse dia de oração, por meio das redes sociais, nas Celebrações Eucarísticas, grupos de reflexão entre outros.
Plantão vocacional: temos a proposta de realizar os plantões vocacionais em várias frentes de trabalho, de modo especial em nossos santuários, onde ocorrem os maiores fluxos de peregrinos e romeiros. Isso favorece uma maior divulgação e animação vocacional.
Sabe-se que a área geográfica da Nova Província é grande, mas o trabalho é possível de ser feito, principalmente quando apostamos no diálogo e no envolvimento do maior número possível de confrades que nos auxiliam nessa cultura vocacional. Nossa perspectiva para esse Triênio é que os promotores vocacionais possam
atuar em sua missão de promoção vocacional não somente dentro do Secretariado enquanto estrutura física, mas como promotor em saída, buscando ser presença em paróquias, santuários, missões, enfim, ir ao encontro daqueles que desejam fazer um discernimento vocacional.
Atualmente, estamos com a estimativa de 190 vocacionados em toda a região da Província, somando: Vocação mirim, com a idade de 7 a 12 anos; Vocação comum, de 14 a 27 anos; e Vocação adulta, de 28 a 35 anos.
Com o apoio da equipe do A12, TV Aparecida e Editora Santuário, está sendo criada a nova identidade visual do Secretariado Vocacional, que será a base para as novas propagandas vocacionais impressas, na tv e no meio digital. Nosso objetivo é que até agosto deste ano, durante o mês vocacional, possamos inaugurar e divulgar um novo rosto do Secretariado Vocacional. Estamos buscando construir essa nova identidade, com características específicas e realistas de nossa missão, e alcançar ao mesmo tempo um público jovem e desejoso de ser um Missionário Redentorista.
No mês das vocações, como é de costume, celebramos a Semana Vocacional. Neste ano de 2024, o evento será realizado de 11 a 18 de agosto, no Santuário Nacional. O tema a ser trabalhado será: “Moisés, tire as sandálias, esse lugar é sagrado” (Ex 3,5). Com abertura da TV e Rádio Aparecida, da Editora Santuário e do Portal A12, a Semana Vocacional tem grande alcance, por isso se torna um tempo oportuno para convidar os jovens a pensarem sobre sua vocação.
Desse modo, caminhamos na firme esperança de novos tempos na missão Redentorista, especialmente o trabalho com as vocações. Sabemos que é um desafio atual em toda a Igreja, mas não impossível de ser trabalhado e melhorado a cada dia. Que Santo Afonso e a Mãe do Perpétuo Socorro interceda por nós.
Araújo dos Santos, C.Ss.R.
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