Os Meus Tabuleiros- Portugal, Cunhagem Manual

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Actualizado em 12DEZ2022 Publicado por: https://issuu.com/home/publisher

O objectivo da colecção adiante descrita é conseguir uma colecção por tipos. Com o presente trabalho, pretendemos fazer o registo dos numismas possuídos e, ao mesmo tempo, ter uma ferramenta de consulta fácil para, em leilões e feiras, saber os que faltam para atingir o objectivo.

Entre uma simples linha com o nome da moeda em falta e a sua descrição com fotos, escolhemos a segunda opção.

Assim, vai aparecer uma foto (ou desenho) do numisma em falta, rodeado por uma bordadura a vermelho e a respectiva referência também a vermelho

No início de cada reinado vai também uma breve nota histórica.

Durante os cinco séculos em que se cunhou a chamada “moeda a martelo”, houve várias fases:

1. A época da conquista do território, caracterizada pelos DINHEIROS e MORABITINOS.

2. A explosão numismática do reinado de D. Fernando.

3. A inflação galopante durante o reinado de D. João I e a introdução de novas unidades monetárias.

4. A época das Descobertas com D. Duarte, D. Afonso V e D. João II.

5. A partir de D. Manuel I e até D. Pedro Regente, temos uma estabilização das espécies cunhadas.

Na identificação das moedas usámos o catálogo de Alberto Gomes, MOEDAS PORTUGUESAS, edição de 2021.

Para os Ceitis usámos o LIVRO DOS CEITIS, do Engº Francisco Magro. Para D. João I tivemos como base o estudo do Dr. Iuri Fernandes, NUMÁRIA DO MESTRE DE AVIS, se bem que as moedas estejam referenciadas pelo catálogo Alberto Gomes.

A Libra e o Soldo eram moedas de conta, enquanto que o Dinheiro era a moeda corrente. Durante os primeiros reinados, corriam também, em ouro, os Morabitinos árabes assim como os de cunhagem nacional

Até ao final do reinado de D. Pedro I a nossa numária é dominada pelo Dinheiro, em bolhão cada vez mais pobre e com peso cada vez menor.

Com D. Fernando I temos uma explosão da espécies cunhadas e o início da cunhagem em prata.

1 Cerca de 1500 este sistema já tinha sido abandonado pela maioria dos estados europeus. Só a Inglaterra, e posteriormente o Reino Unido, se mantiveram fiéis a ele até 1960.

D. AFONSO I

1128-1185

Em 1128 revolta-se contra sua mãe e toma o governo do Condado Portugalense. Em 1139 passa a intitular-se Rei de Portugal, título que foi reconhecido em 1143 pelo Imperador Afonso VII. Só em 1179 é reconhecido pelo Papa Alexandre III. Não há documentos que permitam datar o início da cunhagem, mas é mais que provável que só a iniciasse depois de ser reconhecido Rei (1143 ou 1179).

Onde cunhou?

Se bem que alguns autores defendam que não, existiu mesmo a Casa da Moeda de Braga. Há um auto sobre a fuga de um prisioneiro que saltou para o telhado da Casa da Moeda e também uma gravura que assinala a Casa da Moeda ao lado da Sé.

Cunhou dinheiros e morabitinos.

Dinheiros

Peças muito raras, em que a variedade tipológica coincide com os tipos semelhantes da época cunhados em Castela, Aragão, Leão e também em França.

O 1º tipo, dinheiro de busto, é uma peça controversa por duas razões:

1. O uso de um punção por letra só aparece na nossa numária no final do reinado de D. Dinis. Mesmo os Morabitinos da época usavam letras compostas.

2. O uso de letras identificando a oficina de cunhagem apareceu pela primeira vez no reinado de D. Fernando, cerca de 200 anos mais tarde. Ou será que é OO e não CO? Os restauros, em vez de ajudar, aumentam sempre as dúvidas.

Esta moeda foi encontrada, juntamente com mais duas, cerca de 1990, na encosta do Castelo de Palmela e o achado encontra-se documentado. Excluímos por isso a hipótese de ser uma falsificação contemporânea. No mesmo local só foram encontradas moedas de Afonso I, Sancho I, Afonso II e moedas Árabes do mesmo período

A melhor das três faz hoje parte da Colecção Novo Banco. Será que foi feita por moedeiros que acompanhavam os Cruzados que ajudaram D. Afonso I na conquista de Lisboa? Esperemos por novos achados e estudos que nos ajudem a esclarecer o enigma.

Morabitinos

Há fortes indícios de terem mesmo sido cunhados neste reinado. Amaral Toro teria um exemplar e mandou copiá-lo a um gravador de Viseu chamado Manuel Granadeiro que cunhou dois exemplares e depois destruiu o cunho. Um dos exemplares copiados foi posteriormente adquirido para a colecção do Rei D. Luís e é o apresentado na gravura junta

O primeiro exemplar tem uma liga consistente com o ouro da época enquanto os outros dois têm ouro do Brasil.

Há também, de cunhagem recente, “falsificações” da falsificação original

BOLHÃO

Dinheiro de Busto

Bolhão (Ag 450)

Peso: 0,8 g Ø: 18 ALFONSVS / REX PORTUGAL

A1 01 3 moedas conhecidas de dois cunhos

Dinheiro com Inicial A

Bolhão (Ag 350) Peso: 0,8 g Ø: 18 ALFONSVS / PORTUGA A1 02

Dinheiro de Duplo Báculo

Bolhão (Ag 350) Peso: 0,8 g Ø: 17 R ALFONSVS / PORTUGA

Dinheiro de Báculo

Liga de 3 dinheiros Ag = 27,5% (Espectrometria Florescência de Raios X)

Peso. : 0,5 g Ø: 16

PORTVG / ANFO RE …………………… A1.04.01v

Dinheiro Pentalfa

Bolhão (Ag 180) Peso: 0,8 g Ø: 18

REX ALFONSVS / PORTUGA A1 05

Dinheiro Hexagrama

Bolhão (Ag 180) Peso: 0,53 g Ø: 18 REX ALFONSVS / PORTUGA ………………. A1 06 OURO

MORABITINO

D. SANCHO I 1185-1211

Militarmente o seu reinado foi um fracasso pois perdeu todos os territórios conquistados por seu pai a sul do Rio Tejo. Recebeu, porém, o título de Povoador por ter fundado inúmeros concelhos, vilas e aldeias; reparou ou construiu muitos castelos ao longo da fronteira. Cunhou moeda de bolhão e ouro:

Mealhas

Nos forais de época encontram-se, relativamente aos impostos de portagem, frases como: “Portagem de peixe3 mealhas”, “de peles 6 mealhas”. Afirma Fernão Lopes que não existiram, e que as pessoas cortavam o dinheiro ao meio, e valia uma mealha, que é afinal o meio dinheiro.

Nos muitos achados aparece um número invulgar de meias moedas, o que não é normal, e apenas revela que se partiam mesmo as moedas ao meio como forma de pagamento.

Se houvesse cunhagem de mealhas punha-se um problema prático uma vez que o diâmetro das moedas não era uniforme: -Como se distinguia uma Mealha com o disco ligeiramente maior de um Dinheiro com o disco menor?2

Portanto, nada leva a pensar que tenham sido cunhadas mealhas.

Dinheiros

São de dois tipos caracterizados pelo anverso:

1- Quatro escudos amendoados, tipo morabitino.

2- Um escudo amendoado ladeado por duas espadas. Em ambos o reverso apresenta uma cruz patea

Apresentamos aqui em conjunto as diversas metades de moedas, de vários reinados, incluindo uma árabe, que eram cortadas para serem usadas como Mealhas:

2 Nos reinos vizinhos foram, durante vários reinados, cunhados Dinheiros e Mealhas (Óbulos) com idêntica tipologia. Contudo, enquanto que os dinheiros tinham diâmetros na ordem dos 16/18mm, as mealhas tinham apenas 10/12 mm.

Fracção de Dirhem Mealha de reinado indeterminado Mealhas de D. Sancho II Mealhas de D. Sancho II

Mealha de D. Afonso III

Dinheiros de 4 escudos amendoados (Anverso tipo Morabitino)

Liga de 2 dinheiros Ag: 18,41 % (Espectrometria Florescência de Raios X)

Peso: 0,65 g Ø: 15,2

S1 01.02

Alberto Gomes considera, erradamente, esta moeda como sendo uma Mealha.

Dinheiros de escudo amendoado (Dinheiros de Espadas)

Liga de 2½ dinheiros Ag: 20,593% (Espectrometria Florescência de Raios X)

Peso: 0,5 g Ø: 16,0

Liga de 2½ dinheiros Ag=24% (Espectrometria Florescência de Raios X)

Peso: 0,45 g Ø: 16,3

PORTVG[…]LI / REX SANC[…] ……………. S1 03.07

FALSA DA ÉPOCA

Liga de ½ dinheiro Ag: 0,044% (Espectrometria Florescência de Raios X)

Peso : 0,7 g Ø: 16 […] / REX […] ……………………………… S1 03.01

PORTVGAL / +REX SANCIO S1 02.02

D. AFONSO II

1211-1223

Mais legislador que conquistador, entrou em conflito com as irmãs e restante nobreza por causa das Inquirições e Confirmações sobre a posse de terras.

Cunhou em bolhão e ouro.

Dinheiros

Há dinheiros apenas de dois tipos:

1- De Escudo amendoado, semelhantes aos de seu pai.

A/ PORTVGAL

R/ REX AFOSO (c/variantes)

2- Escudo tipo clássico com besantes irregulares.

A/ REX ALFOS (c/variantes)

R/ PO RT VG AL, começando em qualquer quadrante; a posição das estrelas/pontos pode rodar 90º.

Morabitinos

Desaparece o ceptro e a dalmática (Balandrau), substituído por um manto.

Dinheiros de Escudo amendoado

Bolhão / Ag 8,33% Peso: 0,6 g Ø: 15,0

Dinheiros de Escudo clássico

Bolhão/ Ag 8,33% Peso: 0,8 g Ø: 16,0

D. SANCHO II

1223-1248

Herdou de seu pai os conflitos criados com a nobreza. De fraco poder de liderança, permitiu que os fidalgos praticassem muitos abusos. O reino caiu em anarquiasendo acusadopelo clerodeimoralidade eincapacidade. Daí resultou ser deposto pelo Papa Inocêncio IV. Seu irmão, Conde de Bolonha e futuro Afonso III, ficou como regente, de 1245 até à sua morte, em Toledo, onde viveu exilado. Em nome de seu irmão cunhou dinheiros com ligas cada vez mais fracas e também morabitinos em ouro.

Dinheiros

Em relação ao anverso, temos 6 tipos que tentámos pôr em ordem cronológica sem qualquer suporte documental e atendendo apenas ao estilo: Os besantes do 1º tipo variam de 1 a 5 e podem estar dispostos em cruz ou T.

Em relação ao reverso temos quatro tipos de cruz:

Tipo 1: Com cravos.

Tipo 2: Patonce

Tipo 3: Simples

Tipo 4: Recrucetada

Os tipos 1 e 2 aparecem apenas tal como no desenho. As dos tipos 3 e 4 podem ou não ter a cruz cantonada por pontos, estrelas e crescentes, em número variável de “0” a “4”.

Alberto Gomes optou por classificá-los em primeiro lugar pela cruz e respectivos elementos a cantoná-la e, em segundo lugar, pelo tipo de anverso.

Legendas do anverso:

REX SANCIVS REX SANCI REX SANCII

Legenda do reverso A legenda é sempre PO | RT | VG | AL, começando em qualquer quadrante.

BOLHÃO / Ag 83.3

D. AFONSO III

1248-1279

Classificação segundo Alberto Gomes

De 1245 a 1248, foi Regente do Reino em nome de seu irmão D. Sancho II que tinha sido deposto pelo Papa. Durante a sua governação os dinheiros perderam peso e liga pelo que, em 1260, resolveu sanear o numerário circulante e cunhar novos dinheiros na liga de 1 dinheiro e no valor de 1 dinheiro. Os dinheiros-velhos passariam a valer 0,75 dinheiros. Como ninguém ficou satisfeito com a medida, o Rei teve de restituir aos Dinheiros-Velhososeuantigovalor. Porém, para não perder dinheiro com a sua nova emissão, deu a estes o valor de 1,33 dinheiros. Ficaram assim a correr dinheiros novos e velhos sendo a equivalência:

1 Soldo = 12 Dinheiros-Velhos = 9 Dinheiros-Novos

Assim, este reinado marca a transição dos Dinheiros-Velhos para os Dinheiros-Novos. Denotarqueascontas,em reinados posteriores, continuaram a ser feitas em “Dinheiros-Velhos” Não temos como distinguir os dinheiros velhos (cunhados antes 1260) dos novos cunhados até ao final reinado. Assim, apenas por uma questão de organização, considerámos como velhos todos os dinheiros de Afonso III.

Nunca usou nas moedas o título de Rei dos Algarves que só passou a figurar nos Dinheiros a partir de D. Dinis.

Pela primeira vez são usados nos Escudos os besantes em aspa, as chamadas QUINAS, que se tornaram padrão nos reinados posteriores. Dinheiros com besantes irregulares

D. DINIS I

1279-1325

Asguerrasdeconquistaeconsolidaçãodoterritório játinhamterminadopeloqueseconcentrounagovernação do reino. Fundou a primeira universidade portuguesa em Lisboa e criou leis que promoveram o desenvolvimento da lavoura, comércio e a navegação. O seu reinado marca o início da marinha de guerra portuguesa.

Dinheiros-Novos

a) Inspirado no “Gros Tournois“ do Rei D. Luís de França. Emissão reduzida de tipo experimental; pensa-se que possam existir cerca de 20 exemplares. Lopes Fernandes e Gambeta, afirmam que a moeda deverá ser atribuída não ao Rei D. Dinis mas sim ao Infante D. Dinis, pretendente ao trono de Portugal a quando da morte de D. Fernando I

Apenas cunhou dinheiros, iguais aos de D. Dinis e D. Afonso III, diferindo apenas na legenda do anverso:

ALF REX PORTVGL

Segundo Alberto Gomes, acombinação dos elementos do anverso com o início da legenda do reverso permite a existência de 8 tipos de dinheiro.

São moedas de gravura mais cuidada e usando um punção para cada letra, como nas últimas emissões de D. Dinis.

Classificação segundo Alberto Gomes

D. PEDRO I

1357-1367

Segundo com Fernão Lopes3 , D. Pedro I cunhou em ouro, prata e bolhão.

Os dinheiros são idênticos aos de D. Dinis, mas com a legenda iniciada por P Defendem alguns autores que D. Pedro não cunhou dinheiros. Baseiam-se em que, os que lhe são atribuídos, são de tipo mais tosco e próximos dos de D. Dinis quando deveriam ter uma gravura mais cuidada como os de D. Afonso IV. Em Afonso IV os gravadores usavam já um punção para cada letra e D. Dinis tem raros dinheiros com o mesmo tipo de punções. Não faz, pois, sentido terem retornado ao uso de letras compostas por mais que um punção.

Por outro lado, faz ainda menos sentido que, durante os seus 10 anos de reinado, não tenha cunhado dinheiros. Como norma, para os atribuir a este reinado, a meia-lua do P inicial deve ser igual à do P de PORTVGL. Os dinheiros a seguir representados seguem essa norma.

DINHEIRO-NOVO (1,33 Dinheiros-velhos) Bolhão / Ag 83.3

Peso: 0.9 g Ø:18

:P R€X PORTVGL

AL/GA/RB/II P1 01.02 Peso: 1.0 g Ø: 17.2 P· R€X PORTVGL

AL/GA/RB/II

P1 01.04

Peso: 0.66 g Ø:17 •P R€X PO • RTVGL AL/GA/RB/II ………………………………… P1 02 xx (Legenda não catalogada)

Tornês de Prata Segundo a crónica de D. Pedro, valeriam 7 Soldos ou 84 dinheiros-velhos. Não se conhece qualquer moeda.

Dobra de Ouro (Au 900) Também segundo a crónica de D. Pedro, valeriam 4 Libras e Dois Soldos e teriam sido copiadas das Dobras Almóadas.

Severim Faria diz que tinha uma Dobra, mas, actualmente, não se conhece qualquer Dobra ou Tornês deste reinado

Peso: 4.59 g Ø: 27(?) . 3 Crónica de El Rei D. Pedro I (Escrita cerca de 1434).

D. FERNANDO I

1367-1383

A partir de 1369 D. Fernando envolve-se em 3 sucessivas guerras com Castela na tentativa de tomar o trono; em Setembro desse ano começaram os preparativos militares, que obrigaram a um esforço financeiro grande. Como o tempo que a guerra duraria era imprevisível, a continuar a pagar-se esse esforço em dobras e reais de boa qualidade, em breve se depauperaria o tesouro real. Começou assim a cunhar moeda de pior qualidade e a aumentar o valor da já circulante. Em Abril de 1371, dá-se o 1º Armistício, aparecendo de seguida a moeda chamada Pilarte, na lei de 2 dinheiros.

Os Pilartes aparecem com as letras monetárias de L, P e M, e não aparecem cunhados em Tui, Çamora, Corunha, etc. isto porque, depois do armistício, estas cidades deixaram de estar subordinadas ao rei de Portugal, lavrando-se apenas em território português.

Esta é uma razão de peso para M ser atribuído a Miranda do Douro e não a Milmanda.

Outra razão a favorecer esta hipótese será a seguinte:

Em1372,D.Fernandodáumprazoparasepoderemtrocarasmoedas cunhadasemCastelaporpeças cunhadas em Portugal, e cita especificamente Tuy, Çamora e Corunha, omitindo Miranda e Valência de Alcântara. Miranda porque seria terra portuguesa e Valência, porque era considerada terra portuguesa, em virtude do facto de, pelo casamento de D. Fernando com a filha do rei de Castela, fazer parte do dote da princesa a localidade de Valência de Alcântara.

Com o final das guerras e a par da emissão de novas espécies, termina a então chamada “febre da moeda” e elas retomam a um valor mais conforme o seu peso em prata pura.

MEIO

BUSTO

OURO – Au 900

1367-1369

GENTIL (4,5 Libras) L (Lisboa)

Peso: 4.2g Ø: 27

FERNANDVS D G REX PORTVGA

FERNANDVS D G REX PORTVGALI ALGAR … Fe 89

1369-1383

½ DOBRA PÉ TERRA (3 Libras)

L (Lisboa)

Peso: 2.6 g. Ø: 22

FERNANDVS RE XPORTVGAl

FERNANDVS GRA PORTVGALIE …………… Fe 91

DOBRA PÉ TERRA (6 Libras) L (Lisboa) Peso: 5.2.6 g. Ø: 30

FERNANDVS REX PORTVGALIEl FERNANDVS DEI GRA REX PORTVGALIE E ALG Fe 92

PRETENDENTE D. BEATRIZ 1383-1385

Incluímos D. Beatriz na 1ª Dinastia pois, se chegasse a ser rainha, era aí que pertenceria por ser filha de D. Fernando I

Aos 12 anos casou com o rei D. Juan I de Castela e, nos termos do tratado de casamento, uma vez que D. Fernando não tinha outro herdeiro, o trono português seria ocupado por D. Juan I de Castela e pela rainha D. Beatriz.

Até à data há apenas 6 exemplares conhecidos, a par de muitas fantasias e falsificações.

O 6º exemplar foi encontrado em 2018 nas águas do Rio Tejo, em Santarém, e é aquele cuja fotografia ilustra esta página. Foi leiloado em Espanha por Aureo & Callicó em Janeiro de 2019 e arrematado por 90.000,00 €

Real S-A 10 Soldos PRATA – Ag 833 S-A (Santarém)

Peso: 3,4 g Ø: 28

A par deste Real, também D. Juan I de Castela e Leão, seu marido, emitiu uma moeda em que se intitulava Rei de Portugal.

DOMINVS MIVRI ADIVTOR ED EGO DISPI CIAM ININIGVS DPMINVS

BEATRICIS DEI G REGINA CASTELE EDGA S-A

Museu Histórico do Rio de Janeiro

Reino de Castela e Leão

PRETENDENTE

D. JUAN I 1379-1390

Em Maio de 1383, contraem matrimónio em Badajoz, o Rei de Castela D. Juan I e a Princesa D. Beatriz, então com 12 anos e filha única do rei D. Fernando I. Segundo os acordos nupciais, a herdeira do trono de Portugal seria D. Beatriz.

Em 22 de Setembro morre D. Fernando e de imediato D. Beatriz reclama o trono de Portugal, instalando-se em Santarém. Em 1384, as tropas castelhanas entram em Portugal e cercam Lisboa durante quase 5 meses. Regressam em 1385 e são derrotadas na batalha de Aljubarrota. D. Beatriz tinha muitos apoios de nobres Portugueses. Não era por isso de boa política a cunhagem de moedas em que D. Juan I se intitulasse rei de Portugal. Contudo, antes da batalha de Aljubarrota, cunhou em Zamora um raro Coronado em que se intitula REI DE LEÃO E DE PORTUGAL. Assim, enquanto D. Beatriz se intitulava Rainha de Castela e Portugal, D. Juan I intitulava-se Rei de Leão e Portugal.

INTERREGNO

D. JOÃO, Regedor e Defensor do Reino 1383-1385

Filho ilegítimo de D. Pedro I e Mestre da Ordem de S. Bento de Aviz desde os 7 anos de idade, tinha 26 anos quando D. Juan I de Castela e D. Beatriz assentaram arraiais em Santarém e reclamaram o trono vago.

Houve motins e o povo nomeou o Mestre de Aviz como Regedor e Defensor do Reino, vindo a ser aclamado rei nas Cortes reunidas em Coimbra em Março de 1385.

Como Regedor cunhou moeda em prata nas oficinas monetárias de Lisboa e Porto. Como nas suas moedas não podia usar a Coroa real nem o título de rei optou por sobrepor às suas iniciais a Cruz de Aviz

Inicia o lavramento inspirado nos Reais FR de seu meio-irmão, D. Fernando com a emissão do Real e do Meio Real de 10 Soldos em prata de 9 dinheiros. No entanto, nos dois anos da regência, há uma depreciação vertiginosa passando os 9 para 6 e depois para 5 dinheiros. O peso manteve-se.

PRATA

½ Real de 10 Soldos L (Lisboa)

1,5

Real de 10 Soldos L (Lisboa)

Peso: 2,6 g Ø: 26 ADIVTORIVN NOSTRV QVI FEC :IT*CEELVM*ET*TERAN IhnS:D:G:R:D:REGNORVN PO ALGAR JD 02.04

O Porto apenas cunha o Real de 10 Soldos de que se conhece só um exemplar. JD 03

2ª DINASTIA ou DE AVIZ 1383-1580

Consolidada a independência com D. João Mestre de Aviz, dá-se, a partir do início do séc. XV, a Epopeia dos Descobrimentos.

A moeda reflete toda essa história e podemos dividir a sua cunhagem em três períodos:

1. O reinado de D. João I com uma inflação galopante resultante da guerra com Castela e a introdução de novas unidades monetárias que culminaram com o aparecimento do Real Branco.

2. A época das Descobertas e a chegada do ouro da Guiné e da Mina (D. Duarte, D. Afonso V e D. João II). Continuação do uso do Real Branco D. Afonso V é o último rei a usar o bolhão.

3. D. Manuel I reformula o sistema monetário (1511) introduzindo o primeiro sistema decimal. O Real Branco passa a denominar-se apenas de REAL. Até ao final da dinastia temos uma estabilização das espécies cunhadas e o aumento da variedade de moedas em cobre.

D. JOÃO I

1385-1433

Foi aclamado Rei pelas Cortes de Coimbra de 1385, com Castela a reclamar o trono português e a manter um estado de guerra que só terminaria em 1411.

Durante este período houve uma inflação galopante com desvalorização contínua da liga o que obrigou a sucessivas emissões de novas espécies monetárias de maior valor.

Os estudos sobre estas emissões e o seu enquadramento sempre foram muito controversos e incompletos. Só nos últimos anos, mercê do trabalho de muitos estudiosos, se começa a ver luz. Destacamos o trabalho do Dr. Iuri Fernandes4 , recentemente publicado

Na sistematização das moedas deste reinado, tivemos em consideração as alterações propostas pelo Dr. Iuri Fernandes mantendo, porém, as referências do catálogo de Alberto Gomes.

TEMOS ASSIM QUATRO PERIODOS:

1. Sistema Real de 10 Soldos (1385-1398) – 10 Soldos

2. Sistema Real de 3½ ₤ibras (1398-1407/8) – 70 Soldos (Aumento de 7 x)

3. Sub-sistema ½ Real Cruzado (1407/8-1415) – 35 Soldos (Menor peso e liga que o anterior)

4. Sistema Real Branco (1415-1433) – 700 Soldos (Aumento de 10 x)

MOEDAS EMITIDAS EM CADA PERIODO:

• Sistema REAL DE 10 SOLDOS (1385-1398)

o Dinheiro5 – 1 Soldo

o 1/5 Real6 – 2 Soldos

o ½ Real – 5 Soldos

o REAL – 10 Soldos

• Sistema REAL DE 3½ LIBRAS (1398-1407/8)

o ½ Real – 35 Soldos o REAL – 70 Soldos

• Sub-sistema ½ REAL CRUZADO (1407/8-1415)

o 1/5 Real7 – 14 Soldos

o ½ Real – 35 Soldos

• Sistema REAL BRANCO (1415-1433)

o ½ Real Preto8 – 35 Soldos

o Real Preto – 70 Soldos

o REAL BRANCO – 700 Soldos

o Real de 10 RB9 – 7000 Soldos

Nota:

Interessante a ligação entre os vários períodos ser feita pelo Real 3½ ₤, no valor de 70 soldos, emitido em 1398 com liga de 1,5D e que, ao longo do tempo, vai perdendo liga, acabando em 1415 por ser só cobre.

Depreciativamente o povo apelidou-o de REAL PRETO.

Sempre com o mesmo valor, 70 Soldos, passou para os reinados seguintes mantendo a alcunha.

4 Numária do Mestre de Avis. Lisboa, Outubro de 2019.

5 Alberto Gomes classifica os Dinheiros como Meios Reais Atípicos. São semelhantes aos Dinheiros de D. Sancho II. O seu valor vinha a aumentar deste D. Afonso III quando passaram a valer 1,33 Dinheiros-velhos. Não temos dados mas, no reinado de D. Fernando, já deviam valer 1 Soldo

6 São Quintos de Real e não Quartos de Real.

7 São Quintos de Real e não Quartos de Real.

8 Alberto Gomes chama-o de Meio Real Branco o que, na realidade, é um Meio Real Preto. Basta olhar para os reinados seguintes para concluir que só pode ser assim, e a metrologia confirma-o.

9 O Real de 10 RB só encaixa no sistema se emitido quando o Real Branco começou a ser cunhado na lei de 1 dinheiro, ou seja, nos últimos anos do reinado. Se emitido quando o Real Branco tinha liga superior a um dinheiro, temos uma impossibilidade física, pois a prata teórica “não cabia na moeda”.

QUINTO DE REAL (2 Soldos) Bolhão L(Lisboa)

E (Évora)

bem que a nossa “bíblia” da numismática (Catálogo Alberto Gomes), o não mencione, a verdade é que vão aparecendo alguns minúsculos Reais Pretos, uns com o cunho maior que o disco (cerceados?), outros que parecem mesmo cunhados para serem Meios Reais Pretos. É o caso do exemplar que segue; este sofreu uma electrólise para parecer o raríssimo ½ Real de 3½ ₤ em bolhão rico (J1 40.01).

D. DUARTE I

1433-1438

Durante os 5 anos de reinado o país foi assolado por fomes e epidemias que ceifaram imensas vidas. O rei foi uma das vítimas, assim como certamente o foram muitos dos oficiais da Casa da Moeda. Esta é talvez uma das razões que explicam a má qualidade e pouca variedade de moeda cunhada.

A conquista de Ceuta no reinado de seu pai, e a de Tanger no seu reinado, foram desastres económicos que desviaram o comércio do ouro de Ceuta para a Tunísia e, com os portugueses confinados às muralhas, todo o abastecimento tinha de vir do reino com grandes custos para o erário público. Dá-se assim início à Epopeia das Descobertas com a finalidade primeira de chegar ao ouro da Mina. A partir de D. Duarte deixamos de falar das equivalências em Soldos pois o Real Branco estava definitivamente consolidado como padrão monetário; vemos já o primeiro esboço de um sistema decimal.

D. Duarte cunha em cobre, bolhão, prata e ouro.

Cobre ½ Real Preto 0,05 Reais Brancos Real Preto 0,10 Reais Brancos

Bolhão Real Branco

Prata Leal 10 Reais Brancos

Ouro a) ½ Escudo 70 Reais Brancos Escudo 140 Reais Brancos

Casas da Moeda de Lisboa e na do Porto

Moedas emitidas para terem aceitação na Europa e que nunca foram bem recebidas pois, embora de maior módulo e peso que o Florim, que então era a moeda mais usada no comércio, eram em ouro de 18 quilates. Não se conhece qualquer exemplar

PRATA - Ag 916.6

LEAL (10 Reais Brancos) L (Lisboa)

Peso= 2,9 g Ø=26,0

DOMINI RDVSRDVS REX PORTVGALIE

CRISTS SALVA NOS CRVS ………………… Du 05

P (Porto)

Peso= 2,9 g Ø= 26

OURO - Au 750

½ ESCUDO (70 Reais Brancos)

Peso= 2,3 g Ø= ?

Escudo com 8 castelos ………………………….. Du 06 Exemplar único

Apenas se sabe que era semelhante ao Leal

NÃO SE CONHECE QUALQUER EXEMPLAR

ESCUDO (140 Reais Brancos)

Peso= 4,6 g Ø= ?

Apenas se sabe que era semelhante ao Leal

NÃO SE CONHECE QUALQUER EXEMPLAR

D. AFONSO V

1438-1481

Durante o seu reinado continuaram as descobertas ao longo da costa Africana a par de algumas conquistas. Envolveu-se numa infeliz guerra com Castela por causa das eternas lutas pela hegemonia peninsular, mas foi derrotado. Venceu todas as batalhas, mas perdeu a guerra, tendo-se exilado em França e entregue a regência do reino ao Príncipe D. João, futuro D. João II. Cunhou em Cobre, Bolhão, Prata e Ouro, onde se inclui o primeiro Cruzado de Ouro da nossa história numismática. Cunha também moeda com as armas de Castela e Leão.

Foi o último reinado em que se cunhou bolhão e o primeiro em que se cunharam Ceitis que, durante cerca de 130 anos, foram a moeda do povo.

Moedas cunhadas neste reinado:

Cobre ½ Real Preto 1/20 Real Branco Ceitil 1/6 Real Branco Bolhão Cotrim 5/6 Real Branco

REAL BRANCO 1 Real Branco Meio Espadim 2 Reais Brancos Espadim 4 Reais Brancos Prata Leal 10 Reais Brancos Chinfrão 12 Reais Brancos ½ Real Grosso 12 Reais Brancos Real Grosso 24 Reais Brancos

Ouro ½ Escudo 70 Reais Brancos Escudo 140 Reais Brancos Cruzado 253 Reais Brancos

COBRE

CEITIS (1/6 de Real Branco)

Seguimos as classificações do LIVRO DOS CEITIS, do Engº Francisco Magro e não a nomenclatura de Alberto Gomes, como até aqui.

GRUPO 1 – MURALHA COMPRIDA E BAIXA, COM EXTREMOS QUE TOCAM OU CORTAM A CIRCUNFERÊNCIA

1.11.1.1

Com letra monetária L à direita, Escudo do 1º tipo ou variante 2 circunferências lisas em cada face, mar de ondas contínuas ou côncavas

1.2.6 2 circunferências em cada face, exteriores serrilhadas, mar de ondas contínuas, Escudo s/castelos

Ceitil_119

1.1.4A P.A 1.1.6

Ceitil_001

1 circunferência lisa no anverso, semi-circunferência sobre as torres. Mar de ondas soltas quase contínuas. 2 circunferências lisas no reverso.

1.2.6A 2 circunferências no anverso, sendo a exterior serrilhada. Uma só lisa no reverso, mar de ondas soltas

Ceitil_199 Muito cerceado 1.21.2.1

Ceitil_152

Sem letra monetária, Escudo do 1º tipo ou variante 2 circunferências lisas em cada face, mar de ondas contínuas

1.2.7 2 circunferências lisas no anverso, 1 lisa no reverso, mar de ondas contínuas

Ceitil _102

Ceitil_022 1.2.2 2 circunferências em cada face, exterior serrilhada no a-verso, mar de vários tipos, c/ ou s/ ligações entre as torres

1.2.10 1 circunferência lisa em cada face, mar de vários tipos

Ceitil_137

1.2.10

Ceitil_023 1.2.5 2 circunferências em cada face, exteriores serrilhadas, mar de vários tipos, c/ ou s/ ligações entre as torres

Ceitil_050

Ceitil_167

1.2.11 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas contínuas, castelo c/ torres grandes afastadas da muralha

Cetil_117

1.2.12 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas contínuas, cruzes de Malta rodeando o Escudo

1.3.3 1 circunferência lisa em cada face, mar de vários tipos, Escudo rodeado por cruzes soltas, circunferências com 12 a 16 mm

Ceitil_003

1.3.6 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas vincadas, Escudo rodeado por cruzes pateias.

Ceitil_026

1.2.19 1 circunferência serrilhada no anverso e 2 lisas no reverso, semicircunferência sobre o castelo, mar de ondas contínuas não rectas, Ceitil_046 Trocada

1.31.3.1

Sem letra monetária, Escudo do 2º tipo ou variante 2 circunferências em cada face, sendo as exteriores serrilhadas, mar de ondas contínuas quase rectas.

1.41.4.2

Ceitil_028

Sem letra monetária, Escudo do 3º tipo 2 circunferências lisas em cada face, exteriores serrilhadas, mar de vários tipos.

Ceitil_027

1.3.2 1 circunferência serrilhada no anverso, 2 lisas no reverso, semi-circunferência sobre as torres, mar de ondas contínuas

Ceitil_004

1.4.3 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas contínuas, torres c/ ou s/ ligações Escudo sobre Cruz de Aviz ou recrucetada

Ceitil_204

1.4.5 1 circunferência lisa em cada face, mar com crista central, Escudo rodeado por cruzes soltas.

Ceitil_172

Ceitil_060

2.2 -

2.2.1

ALFONSVS:QUINTI:REGI

Muralha com 7 colunas interiores, 4 ameias em cada torre, Escudo do 3º tipo ou variante, 1 circunferência lisa em cada face Ponto sob a torre central, mar de 3 ondas soltas.

2.42.4.1

Muralhacom 6colunasduplasinteriores,1ponto sob a torre central, 4 ameias por torre, Escudo do 3º tipo ou variante, 1 circunferência lisa em cada face Mar de 3 ondas soltas

Ceitil_032

2.2.4v Mar de 4 ondas soltas.

Ceitil_189

2.2.6 Mar de 6 ondas soltas.

Ceitil_188

2.2.7 Mar de 7 ondas soltas.

Ceitil_034

2.3 -

2.3.1

Muralha com 8 colunas interiores, 5 ameias na torre central, Escudo do 3º tipo, 1 circunferência lisa em cada face Mar de ondas quase rectas

2.52.5.x

Muralha com 7 colunas duplas interiores, 4 ameias por torre, Escudo do 3º tipo ou variante, 1 circunferência lisa em cada face Mar de crista central Escudo do 3º tipo

Ceitil_190 INÉDITO-Mar de crista central

2.5.2 Mar de 5 ondas soltas

Ceitil_153

2.5.4 Mar de 6 ondas soltas

Ceitil_108

2.62.6.1

Muralha com 8 colunas duplas interiores, 4 ameias por torre, 1 circunferência lisa em cada face

Ponto sob a torre central, mar de 4 ondas soltas, Escudo do 1º tipo

Ceitil_124

Ceitil_035 TROCADA

GRUPO 4 – TORRES COM TORREÕES DE SETEIRAS OBLONGAS E 3 AMEIAS EM FLECHA

4.14.1.3

Torres laterais com dois corpos, Escudo do 4º tipo ou variante

Torres desiguais com corpos rectangulares, letra P à direita. Mar de ondas contínuas

4.1.7 Torres desiguais com corpos rectangulares, mar de ondas contínuas

Ceitil_184

4.1.3

Ceitil_174

Torres desiguais com corpos rectangulares, letra P à direita. Mar de ondas contínuas

4.24.2.1

Torres laterais com um só corpo, Escudo do 4º tipo ou variante Letra monetária P à direita, mar de ondas contínuas

Ceitil_191

Ceitil_093

GRUPO 5 – TORRES COLUNARES, MAR DE ONDAS CONTÍNUAS CORTANDO A LEGENDA, ESCUDOS DO

5.15.1.3

4º TIPO OU VARIANTES

Torres baixas, muralha alta ou média Muralha média, circunferência lisa em cada face

5.2.2 Muralha sem portas, circunferência lisa em cada face

5.25.2.1

Ceitil_106

Ceitil_125

Torres altas, muralha baixa, circunferência dentro das torres Muralha sem portas, circunferência lisa em cada face

5.35.3.3

Torresaltas,muralhabaixa,ovaisdentrodastorres Muralha com portas, circunferência lisa no anverso, ponteada no reverso

Ceitil_183

Ceitil_094

5.3.4 Muralha com portas, circunferência ponteada em cada face.

5.4.5 Muralha sem portas, 1 circunferência ponteada no anverso e reverso.

Ceitil_180

5.3.5 Muralha sem portas, circunferência ponteada em cada face

5.55.5.1

Ceitil_096 Moeda do livro dos Ceitis

Torres altas, muralha baixa, sem sinais ou sinais irregulares dentro das torres Muralha com portas, circunferência lisa em cada face

5.45.4.1

Ceitil_052

Torres altas, muralha baixa, pontos e traços dentro das torres Muralha com portas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_123

5.5.2 Muralha sem portas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_87

5.4.3 Muralha com portas, circunferência lisa no anverso, ponteada no reverso

Ceitil_098

5.5.3 Muralha com portas, circunferência lisa no anverso, ponteada no reverso

6.16.1.2

Ceitil_095

Muralha curva, torres laterais com dois corpos, Escudos do 4º tipo ou variantes Moeda de grande módulo, letra monetária P à esquerda, mar de ondas com crista central, Escudo rodeado por cruzes de Malta

6.1.4 Moeda de grande módulo, mar de ondas com crista central, Escudo rodeado por cruzes de pateias

Ceitil_008

Ceitil_011

6.1.8 Moeda de pequeno módulo, mar de ondas contínuas, Escudo rodeado por cruzes de Malta Ceitil_09

6.26.2.1A

Muralha curva, torres laterais com um corpo, Escudos do 4º tipo ou variantes Moeda de pequeno módulo, mar de ondas com crista central

Ceitil_139

6.2.3v Idem, Escudo sem castelos inferiores Ceitil_140

6.2.3 Moeda de peq. módulo, mar de ondas contínuas, muralha sobre pilares, Escudo rodeado por cruzes de Malta Ceitil_068 6.1.12 Moeda de pequeno módulo, P gótico à direita, mar de ondas soltas quase contínuas. Ceitil_054

6.1.13 Moeda de pequeno módulo, P aberto à direita, mar de ondas soltas. Ceitil_070

6.2.4 Moeda de pequeno módulo, mar de ondas soltas. Ceitil_079 6.1.14 Moeda de pequeno módulo, mar de ondas soltas. Ceitil_061

6.2.6 Moeda de pequeno módulo, 2 janelas nos torreõesmar de ondas soltas. Ceitil_197

6.2.x Castelo rodeado por pontos

6.4.10 Mar de ondas trapezoidais

6.36.3.1

Ceitil_156

INÉDITO

Muralha recta, torres laterais com dois corpos, Escudos do 4º tipo ou variantes Letra P à direita, mar de ondas contínuas

Ceitil_044

6.4.14 Mar de ondas quase trapezoidais, Escudo sem castelos

Ceitil_072 DESAPARECIDA

Ceitil_041

6.3.3 Mar de ondas contínuas, Escudo rodeado por cruzes de Malta

Ceitil_043

6.46.4.3

Muralha recta, torres laterais com um corpo, Escudos do 4º tipo ou variantes Mar de ondas contínuas quase soltas

6.56.5.1

Muralha recta, torres laterais quase só com torreões, Escudos do 4º tipo ou variantes Mar de ondas contínuas muito irregulares

Ceitil_157

6.4.6 Torres muito grossas sem ligações, mar de ondas contínuas, Escudos sem castelos inferiores Ceitil_141

6.4.9 Mar de ondas com crista central quase trapezoidais

Ceitil_063

6.5.3 Mar de ondas com crista central quase trapezoidais

Ceitil_044

6.5.4 Muralha dupla, mar de ondas trapezoidais, Escudo sem castelos, com ou sem ponto sobre escudete central.

Ceitil_113 Moeda do Livro dos Ceitis

6.66.6.1

Ceitil_010

Muralha recta, torres laterais com um corpo, Escudos do 4º tipo muito arredondados, por vezes quase parecendo do 5º tipo Mar de ondas trapezoidais

Ceitil_064

6.76.7.1

Castelo sem muralha, Escudos do 4º tipo ou variantes Torres laterais com dois corpos, mar de ondas soltas, Escudo com castelos inferiores inclinados.

6.7.2 Torres laterais só com 1 corpo, mar de ondas contínuas quase trapezoidais

Ceitl_116

Ceitil_122

GRUPO 7 – MURALHA COMPRIDA E BAIXA, CUJOS EXTREMOS TOCAM OU CORTAM A CIRCUNFERÊNCIA; ESCUDOS DO 4º TIPO

7.17.1.1 Castelo com torres muito altas 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas contínuas

Ceitil_065

7.1.4 1 circunferência serrilhada em cada face, mar de ondas contínuas

7.27.2.1

Castelo com torres baixas 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas contínuas

Ceitil_066

7.1.5 1 circunferência serrilhada em cada face, mar de ondas soltas ou contínuas, 3 ligações entre as torres

7.37.3.1

Ceitil_121

Castelos de formatos irregulares 1 circunferência lisa em cada face, mar de ondas contínuas, torre central com duplo torreão

Ceitil_127

Ceitil_055 GRUPO 8 – CASTELO COM MURALHA REGULAR FECHADA

8.1 -

8.1.1

Moedas de grande módulo, muralha com 10 ameias, 1 circunferência lisa em cada face, Escudos do 4º tipo ou variantes Mar de ondas contínuas

8.1.4 Mar de ondas côncavas, alto ou baixo

Ceitil_136

Ceitil_047

Não cerceado teria ±23 mm

8.1.4 Mar de ondas côncavas, alto ou baixo

8.48.4.1

Moedas de pequeno módulo, muralha com 7 ameias, torreões com 4 ameias, 1 circunferência lisa em cada face, Escudos do 4º tipo Mar de ondas contínuas

Ceitil_012 (Sobre REAL PRETO)

8.1.5 Mar de ondas côncavas, Escudo só com os 2 castelos superiores Ceitil_056

8.28.2.1

Moedas de pequeno módulo, muralha com 11 ameias, 1 circunferência lisa em cada face, Escudos do 4º tipo ou variantes Mar de ondas contínuas quase rectas Ceitil_129

Ceitil_015 TROCADO POR ERRO

8.4.2 Ponto na torre central, mar de ondas contínuas

Ceitil_170

8.4.3 Arcos sobre as torres, mar de ondas contínuas Ceitil_114 8.38.3.1

Moedas de pequeno módulo, muralha com 10 ameias, 1 circunferência lisa em cada face, Escudos do 4º tipo ou variantes Mar de ondas contínuas Ceitil_013

8.3.5 Mar de ondas côncavas Ceitil_014

8.4.8 Mar de 4 ondas côncavas

Ceitil_016

8.4.10 Torres irregulares, mar de ondas irregulares

Ceitil_045

8.58.5.1

Moedas de pequeno módulo, muralha com 7 ameias, torreões com 3 ameias, 1 circunferência lisa em cada face, Escudos do 4º tipo ou variantes Mar de ondas contínuas, Escudo com castelos inferiores inclinados

8.5.2 Torres irregulares, mar de ondas irregulares

Ceitil_186

Ceitil_130

GRUPO 9 – CASTELO COM TORRES PEQUENAS E MURALHA ALTA; ESCUDOS DO 4º TIPO

9.19.1.2

Letra monetária C à direita das torres Mar de 2 ondas contínuas, traço na torre central, circunferência serrilhada no anverso e lisa no reverso

9.2.8 Mar de 3 ondas contínuas, circunferência ponteada em cada face

Ceitil_161

Ceitil_110

9.1.7 Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_084

9.29.2.1

Letra monetária C à esquerda das torres Mar de 2 ondas contínuas, circunferência lisa em cada face

9.2.17 Mar de 2 ondas rectas, circunferência serrilhada em cada face

Ceitil_160

9.2.18 Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_165

Ceitil_085

9.2.4 Mar de 2 ondas contínuas, circunferência ponteada em cada face

Ceitil_164

9.2.20 Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa em cada face, muralha com 3 divisões, ligação entre ondas

Ceitil_017 Moeda do Livro dos Ceitis

9.2.21 Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa no anverso, serrilhada no reverso

Ceitil_020

9.2.24 Mar de 3 ondas rectas, circunferência serrilhada no anverso, lisa no reverso

9.39.3.1

Letra monetária C à esquerda, com ponto por cima Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_018

9.2.26 Mar de 3 ondas rectas, circunferência serrilhada em cada face

9.49.4.2v

Ceitil_166

Letra monetária C à esquerda, com ponto por baixo Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_059

9.2.29 Mar de 4 ondas rectas, circunferência serrilhada em cada face

9.5 -

Ceitil 187 VARIANTE COM : POR BAIXO

Letra monetária C à esquerda, com ponto à direita

9.69.6.1

Ceitil_105

9.2.33 Mar de 2 ondas côncavas, circunferência ponteada em cada face

Letra monetária C à esquerda das torres, 3 pontos à direita Mar de 3 ondas rectas, circunferência lisa em cada face

Ceitil_103

9.7 - Letra monetária C à esquerda, com 7 pontos à direita

Ceitil_019

Ceitil_142 9.9

Ceitil_118 9.10

Ceitil_131

Ceitil_146 9.11

Ceitil_179

D. JOÃO II 1481-1495

Continuou a obra de engrandecimento do Reino. Enviou a armada que descobriu o Brasil e o caminho marítimo para a Índia não tendo já recebido notícias desta por ter falecido. Emitiu em cobre, prata e ouro mantendo o sistema do Real Branco. Introduziu o Real de Prata (Vintém de 20 Reais Brancos), que se tornou a moeda de conta no pequeno comércio.

Moedas emitidas:

Cobre Ceitil 1/6 Real Branco Prata Cinquinho 5 Reais Brancos Meio Vintém 10 Reais Brancos Real de Prata Vintém 20 Reais Brancos Ouro Cruzado 324 Reais Brancos Espadim ½ Justo 300 Reais Brancos Justo 600 Reais Brancos

Aparece pela primeira vez nas legendas o título de Senhor da Guiné. (DOMINVS GUINEE)

CEITIS1/6 de Real Branco

Nos Ceitis usámos a nomenclatura do LIVRO DOS CEITS, do Engº Francisco Magro, em vez da classificação de Albergo Gomes, como até aqui.

GRUPO 1 – CASTELO FORMADO POR ELEMENTOS QUADRADOS. TORREÕES SEM AMEIAS ERRO NO CATÁLOGO: -GRUPO INEXISTENTE

1.1 Muralha curva, torres laterais com dois corpos, Escudo assente sobre a Cruz de Aviz

1.1.1 Mar de ondas com crista central Erro de Francisco Magro. A legenda do reverso é ”+ InOMINE…” e não “+IhnS…” A moeda é de AFONSO V GRUPO 2 – CASTELO COM MURALHA CURVA CONTÍNUA COM AMEIAS

2.12.1.1 Castelo com muralha aberta Mar de ondas contínuas Ceitil_304

2.2.4 Mar de ondas contínuas, muralha com porta, torre central toca a circunferência

Ceitil_313 2.22.2.3 Castelo com muralha completa Mar de ondas contínuas, muralha com porta Ceitil_311

GRUPO 3 – CASTELO COM MURALHA RECTA SEM AMEIAS

3.1 - Castelo com muralha incompleta

GRUPO 4 – CASTELO COM MURALHA

RECTA COM AMEIAS

4.1 - Mar de ondas contínuas, pontos a rodear o Escudo 4.2.2 Mar de ondas contínuas, torre central afastada da muralha

Ceitil_316

4.2.4 Mar de ondas côncavas Ceitil_307 4.2.1 p/troca

4.24.2.1 Castelo com muralha completa Mar de ondas contínuas Ceitil_315

Ceitil_301

GRUPO 5 – CASTELO COM MURALHA BIPARTIDA

5.15.1.1 Castelo com muralha incompleta Mar de ondas contínuas, muralha recta Ceittil_317

5.2.2 Mar de ondas contínuas, muralha curva, torre central toca a circunferência

Ceitil_303 5.25.2.1 Castelo com muralha completa Mar de ondas contínuas, muralha curva, torres afastadas da circunferência Ceitil_314

5.2.x Mar de ondas contínuas não rectas. ESCUDO COM COROA INVULGAR Ceitil_310 INÉDITA

D. MANUEL I 1495-1521

O reinado inicia-se com a notícia da descoberta do Brasil e do caminho marítimo para a Índia. O comércio do Oriente torna o rei um dos mais ricos da Europa, mas, infelizmente, essa riqueza vai para palácios, igrejas e comerciantes, não chegando ao povo.

A expulsão dos Judeus, que eram quem controlava o comércio, desviou esse comércio para outras praças. As armadas para a Índia despovoavam aldeias inteiras. O reino entrou em decadência. Cunhou ainda assim espantosas moedas de ouro, os Portugueses, copiadas por muitos reinos na Europa (Os Portugallosers) Acaba neste reinado a designação de REAL BRANCO que passa a ser simplesmente REAL. Aparecem as primeiras moedas com marquilha: O Real (R), o ½ Real (M) e o Tostão (V = 5 vinténs).

ESTABELECE O PRIMEIRO SISTEMA DECIMAL EM 1511

Metal Designação Marquilha Valor Cobre Ceitil1/6 Real ½ Real M ½ Real Real R 1 Real Prata Cinquinho - 5 Reais Vintém - 20 Reais Meio Tostão - 50 Reais Tostão V - 5 vinténs 100 Reais Meio Português - 200 Reais Ouro ¼ Cruzado a) 100 Reais Cruzado - 400 Reais Português =10 Cruzados - 4000 Reais

a) O chamado Tostão de Ouro, mencionado na “Historia genealógica da Casa Real Portugueza” de António Caetano de Sousa, e que durante muito tempo se pensou ser uma fantasia Há documentação na Casa da Moeda que comprova a sua cunhagem.

Foradestesistemadecimal,lançouaindaumaenigmáticamoedadequeatéhápoucotempoapenasseconhecia um exemplar, o ÍNDIO (3 Índios= 1 Tostão). Recentemente foi encontrada um segundo exemplar no naufrágio de uma nau portuguesa em Omã.

GRUPO 1 – CASTELO SEM MURALHA ANTERIOR

2.2.4 Mar de ondas rectas, pontos sobre e ao lado das torres, Escudo do 4º tipo ladeado de aneletes e pontos.

Ceitil_430

2.2.6 Mar de ondas rectas, Escudo do 4º tipo, sem o castelo superior direito

2.2.7

Ceitil_415

2.2.7 Mar de ondas soltas, torres com ou sem janelas nos torreões, Escudo do 4º tipo

Ceitil_446

2.2.10 Mar de ondas soltas, Escudo do 5º tipo rodeado por aneletes e pontos.

Ceitil_437

2.2.11 Mar de ondas soltas direitas, Escudo do 4º tipo.

Ceitil_432

Ceitil_414

GRUPO 3 – CASTELO COM MURALHA ALTA

3.13.1.1 Castelo com muralha aberta Mar de ondas contínuas, castelo centrado, Escudo do 4º tipo.

Ceitil_423

3.1.1

Ceitil_455

3.1.4 Mar de ondas contínuas, castelo com a torre central a cortar a circunferência, Escudo do 4º tipo.

3.1.7 Mar de ondas contínuas, castelo ladeado por aneletes, Escudo do 4º ou 5º tipo.

Ceitil_435

3.1.12 Mar de ondas côncavas, castelo centrado, Escudo do 4º tipo

Ceitil_443

3.1.14 Mar de ondas côncavas, castelo com a torre central a tocar a circunferência, Escudo do 4º tipo.

Ceitil_407

Ceitil_409

D. JOÃO III

1521-1557

Herdou de seu pai os ricos territórios de África, Brasil e Ásia que, porém, pouco beneficiavam o povo. Fomes e epidemias grassavam no reino. O mau aproveitamento das receitas do Império fazia que houvesse falta de dinheiro nos cofres régios.

Na ânsia de conseguir aumentar as receitas da Fazenda resolveu expulsar os Judeus e confiscar os seus bens. Nomeou para isso Inquisidor-mor do Reino o seu irmão, Cardeal D. Henrique. Ao mesmo tempo que expulsava os Judeus obstava à propagação do protestantismo que então se espalhava pela Europa central.

A expulsão de milhares de Judeus, levou a que o comércio por estes controlado, transitasse para os PaísesBaixos, França, Itália e países muçulmanos. Judeus eram também muitos oficiais da Casa da Moeda que continuaram a fazer nos países de exílio aquilo que melhor sabiam: -Cunhar moeda portuguesa. Manteve as moedas cunhadas por seu pai e acrescentou-lhes, em cobre, os 3 e os X Reais. Em prata deu a primeira “beliscadela” no sistema decimal recentemente introduzido, com a emissão do Real Português (XXXX) e do Real Português Dobrado (LXXX).

A esta decisão não está certamente alheio o facto de que o VINTÉM era a moeda de conta no pequeno comércio e como tal se manteve até ao final da monarquia e início da República

Moedas emitidas neste reinado

Metal Designação Marquilha Valor(Rs)

Cobre Ceitil1/6 Real R 1 3 Reais - 3 Patacão X 10

Prata Cinquinho - 5 Meio Vintém - 10 Vintém - 20 Real Português XXXX 40 Meio Tostão - 50 Real Port. Dobrado LXXX 80 Tostão V 100

Ouro Cruzado - 400 Meio S. Vicente - 500 S. Vicente - 1.000 Português (10 Cruzados) - 4.000

Cunha nas oficinas monetárias de Lisboa e do Porto

CEITIS1

de Real

Nos Ceitis usámos a nomenclatura do LIVRO DOS CEITS, do Engº Francisco Magro, em vez da classificação de Alberto Gomes, como até aqui.

GRUPO 1 – CASTELO COM MURALHA COMPLETA

1.1 -

1.1.2

Mar de ondas contínuas, castelo com muralha recta Muralha com porta, Escudo do 4º tipo

1.1.4 Separata 1.1.2A

Muralha com porta, castelo entre aneletes, Escudo do 4º tipo

Ceitil_501

1.1.3 Muralha sem porta, castelo entre aneletes, Escudo do 4º tipo

1.21.2.1

Ceitil_502

Mar de ondas contínuas, castelo com muralha curva Muralha com porta, castelo entre aneletes, Escudo do 5º tipo

Ceitil_520

GRUPO 2 – CASTELO COM MURALHA BIPARTIDA

2.x.x

2.1.5 Escudo do 5º tipo, com escudetes salientes e besantes incusos

Ceitil_561

Ceitil_553 2.x.x

Ceitil_562

2.1 2.1.4Mar de ondas soltas Escudo do 5º tipo

Ceitil_546

2.2 - Mar de ondas irregulares

4.5.3 Castelo ladeado por pontos, Escudo do 5º tipo com escudetes salientes e besantes incusos, cercado por pontos

Ceitil_536

GRUPO 5 – CASTELO COM MURALHA BAIXA COM OU SEM PORTA E TORRE CENTRAL AFASTADA DA MURALHA

5.15.1.3A

Com circunferência nas 2 faces e Escudo com castelos Mar de ondas contínuas. Castelo rodeado por pontos. Escudo do 4º tipo, ladeado por pontos e encimado por 3 pontos.

5.2.5 Mar de ondas soltas, Escudo do 5º tipo

Ceitil_543

Ceitil_553 Variante c/ escudetes normais

5.1.14 Mar de ondas soltas, Escudo d 5º tipo

5.2.6v Mar de ondas irregulares, Escudo do 5º tipo

Ceitil_513

5.1.15 Mar de ondas irregulares, Escudo do 5º tipo isolado

Ceitil_515 CHEFE TIPO SUÍÇO

5.25.2.1v

Ceitil_531

Com circunferência nas 2 faces e Escudo sem castelo Mar de ondas contínuas, Castelo e Escudo ladeados por pontos

5.35.3.1

Com circunferência nas 2 faces e Escudo com bordadura Mar de ondas contínuas

Ceitil_556 CEITIL COM BORDADURA

Ceitil_547

INÉDITO

5.2.2 Mar de ondas contínuas, Escudo do 5º tipo

Ceitil_514

7.2.2 Mar de ondas contínuas, castelo rodeado por aneletes, Escudo do 5º tipo rodeado por pontos

Ceitil_510

7.2.4 Mar de ondas contínuas, castelo rodeado por aneletes, Escudo do 5º tipo com escudetes salientes e besantes incusos

7.3.1

Ceitil_525 HIBRÍDO E1 / J3

Ceitil_511

Trocado

7.2.8 Mar de ondas côncavas, Escudo do 5º tipo sem castelos

7.3.7 Mar de ondas contínuas, Escudo do 5º tipo

Ceitil_550

7.3.9 Mar de ondas contínuas, castelo lateado por pontos, escudo do 5º tipo com escudetes salientes e besantes incusos, ladeado por pontos

Ceitil_528

7.2.9 Mar de ondas soltas, Escudo do 5º tipo

Ceitil_516

7.37.3.1

Castelo com todas as torres junto à muralha Mar de ondas contínuas, castelo rodeado por aneletes, Escudo do 4º tipo

Ceitil_555

7.3.22 Mar de ondas irregulares, Escudo do 5º tipo sem castelos

Ceitil_551

Ceitil_552

GRUPO 8 – CASTELO COM MURALHA ALTA ESTRATIFICADA, ESCUDO DO 5º TIPO

8.18.1.1

Com circunferência em ambas as faces Mar de ondas soltas, castelo com torre central normalmente afastada da muralha

8.38.3.1 Sem circunferência em ambas as faces Mar de ondas convexas, Escudo sem castelos Ceitil_544

Ceitil_530

8.1.2 Mar de ondas soltas, castelo com torre central normalmente afastada da muralha, Escudo isolado

Ceitil_519

8.28.2.1

Com vestígios de circunferência numa ou em ambas as faces Mar de ondas irregulares, castelo com torres soltas ou mal ligadas à muralha, Escudo sem castelos Ceitil_541

8.2.1v ? Castelo s/ mar ou só vestígio s?

8.3.4 Mar de ondas irregulares, Escudo isolado sem castelos Ceitil_542

Ceitil_549

CRUZADO – 400 Reais Lisboa (2º Tipo) Peso: 3.5 g Ø= 23 +IOANES:III:R:PORTVGALIE +IN*HOC*SIGNO*VINCHS J3 170.13v Trocado pelo Cinquinho

PORTUGUÊS – 4.000 Reais Lisboa Peso: 35.5 g Ø= 35 a 40

MEIO S.VICENTE – 500 Reais Lisboa Peso: 3.8 g Ø= 25

IOANNES:III:REX:PORTV ZELATOR FIDEI VSQVEAD MORT ……. J3 180 a 183

S. VICENTE – 1.000 Reais Lisboa Peso: 7.7 g Ø= 32

IOANNES:III:REX:PORTV ZELATOR FIDEI VSQVEAD MORTEM J3 187/188

D. SEBASTIÃO I 1557-1578

Neto de D. João III, herdou a Coroa com apenas 3 anos, tendo a Rainha-mãe ficado como regente. O irmão de D. João III, o Cardeal D. Henrique, então Inquisidor Geral, tomou depois a regência.

Há uma crise de metais e até os Ceitis mais pesados eram drenados para o estrangeiro o que levou a que nos últimos anos da sua cunhagem o seu peso tivesse atingido o limite mínimo.

A infeliz campanha de África em que perdeu a vida marcaram também o prenúncio da nossa dependência à coroa Espanhola

Manteve a cunhagem de D. João III e saneou do sistema decimal o Real Português e o Real Português Dobrado que aquele tinha introduzido.

Numa época em que quase todo o resto da Europa já usava a cunhagem mecânica, manteve a tradicional cunhagem manual. Houve apenas uma tentativa de a introduzir com a emissão do Engenhoso (5OO Reais) mas não resistiu às pressões dos oficiais da Casa da Moeda que temiam perder os privilégios. O Engenhoso é também a primeira moeda com data emitida em Portugal.

De uma maneira geral a cunhagem é de fraca qualidade e são muito característicos deste reinado os Tostões rachados devido à fraca qualidade dos discos usados.

Em 1575 aparece pela primeira vez escrito num documento o plural de Real como RÉIS em vez de Reais como até então era uso. Tradicionalmente, os nossos catálogos só usam a forma RÉIS a partir de D João IV.

Moedas emitidas neste reinado

Metal Designação Marquilha Valor(Réis) Cobre Ceitil1/6 Real R ou S 1 3 Reais 3 ou - 3 5 Reais V 5 Patacão X 10 Prata Meio Vintém - 10 Vintém XX 20 Meio Tostão - 50 Tostão V 100 Ouro Cruzado - 400 Engenhoso - 500 Meio S. Vicente - 500 S. Vicente - 1.000

Cunha nas oficinas monetárias de Lisboa e do Porto

CEITIS1/6 de Real

NosCeitisusámosanomenclaturado LIVRODOSCEITS,doEngºFranciscoMagro,em vezdaclassificaçãodeAlberto Gomes, como até aqui.

GRUPO 1 – COM CIRCUNFERÊNCIAS OU VESTÍGIOS DESTAS EM AMBAS AS FACES

1.1 - Mar de ondas soltas 1.21.2.1v

Mar de ondas irregulares Com porta e ameias na muralha. Variante com ondas contínuas côncavas Ceitil_611

GRUPO 2 – COM CIRCUNFERÊNCIAS OU VESTÍGIOS DESTAS SÓ NO ANVERSO

2.12.1.1 Mar de ondas ponteadas Sem porta na muralha, ameias mal definidas 2.1.x Com porta na muralha Ceitil_660 INÉDITO

GRUPO 3 – SEM CIRCUNFERÊNCIAS NAS FACES

CEITIL COROADO Em AG e Magro não consta AMPLIADO 2,0X

OURO

MEIO

Tio-avô de D. Sebastião, regente durante a sua menoridade e Inquisidor-Geral do Reino, sobe ao trono a quando da morte de D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir. Morre em 1580 sem conseguir que as cortes o apoiassem na sua pretensão de nomear como sucessor o rei Filipe II de Espanha. Mantém as espécies cunhadas por D. Sebastião, mas não cunha moeda de cobre. Todas as moedas deste reinado são raríssimas.

Moedas emitidas neste reinado:

Metal Designação Marquilha Valor (Reais) Prata Vintém XX 10 Meio Tostão - 50 Tostão - 100 Ouro 500 Reais - 500 Cunha apenas na Casa da Moeda de Lisboa PRATA VINTÉM-XX - 20 Reais

GOVERNADORES E DEFENSORES DO REINO 1580

Frustrados os planos de D. Henrique em nomear o Rei Filipe II de Espanha como seu sucessor, fez testamento em que nomeou 5 governadores para assumiram o governo do reino enquanto não era nomeado um novo rei. As cortes de Lisboa confirmaram essa nomeação em 1579. O povo revoltou-se e nomeou D. António como novo rei. Em Julho de 1580 os Governadores fogem de barco para Ayamonte. Reunissem-se posteriormente em Castro Marim onde condenam D. António por usurpação e nomeiam D. Filipe II de Espanha como novo rei de Portugal. Durante os 6 meses que governaram mantiveram as cunhagens segundo as leis anteriores. Todas as moedas deste período são raríssimas.

Moedas emitidas neste reinado

Metal Designação Marquilha Valor (Reais)

Prata Meio Tostão - 50 Tostão - 100 Ouro 500 Reais - 500

Cunham apenas na Casa da Moeda de Lisboa

D. ANTÓNIO I

1580-1583

Nasequência da revoltapopularcontraos GOVERNADORES E DEFENSORES DOREINO, opovonomeou D. António como novo rei de Portugal. A praça de Elvas apoia D. Filipe II que tinha já as tropas em Badajoz prontas a entrar em Portugal para apoiar a sua pretensão ao trono. D. António é obrigado a fugir para Angra e posteriormente para o exílio na Holanda onde foi autorizado a cunhar moeda portuguesa na Casa da Moeda de Gorichem.

Havia falta de ouro pelo que, pela 1ª vez, são cunhados os grandes Cruzados em prata. Cunhou ainda na Casa de Moeda de Lisboa, mas o Rei Filipe II mandou destruir essa moeda em Fevereiro de 1581, pelo que, todos os exemplares, são de grande raridade.

Em Angra cunhou moeda de fraca qualidade e carimbou muitas moedas do reino com o carimbo “Açor” para lhes duplicar o valor.

DA MOEDA DE LISBOA

1000 Reais

Peso: 3,8g Ø: 26

ANTONIVS:I:D:G:R:P ET ALGAR

IN:HOC:SIGNO:VINCES An 14

1000 Reais MÓDULO MENOR

Peso: 1,9g Ø: 18

ANTONIVS:I:D:G:R:P ET ALGAR

IN:HOC:SIGNO:VINCES An 15

MOEDAS CARIMBADAS EM ANGRA

O carimbo foi largamente usado pela Casa da Moeda de Angra para duplicar o valor das moedas locais, do continente assim como a estrangeira que circulava no território. Infelizmente, é de fácil falsificação, pelo que a esmagadora maioria dos exemplares que aparecem à venda são falsos. No catálogo Alberto Gomes, 75% dos carimbos apresentados são falsos. Apenas para registo apresentamos alguns carimbos deexemplares da Casada Moedade Lisboa eque merecem alguma confiança.

Exemplar da nossa colecção, muito desgastado É provavelmente um V Reais de D. Sebastião, carimbado para valer X Reais e que nos parece genuíno, mas com muitas reservas.

10 Reais

Sobre V Reais de D. Sebastião(?)

Peso: 4,8g Ø: 30,3

An 20.01

Ampliação do carimbo

CASA DA MOEDA DE GORICHEM

Enquanto viveu no exílio na Holanda foi, pelos governantes locais, autorizado a cunhar moeda. São conhecidos apenas dois tipos de Tostões, um com o Escudo Português, provavelmente uma falsificação do Séc. XIX, e outro com o seu busto, esse sim verdadeiro.

TOSTÃO - 100 Reais

3ª DINASTIA ou FILIPINA

1580-1640

Corresponde ao período em que Portugal foi governado por 3 reis espanhóis, Filipe I, Filipe II e Filipe III, daí a dinastia ser também chamada de FILIPINA

Emitiram só moeda de Prata e Ouro. Recuperaram a cunhagem do tempo de D. João III dos Dois e Quatro Vinténs (XXXX e LXXX) mas só durante o 1º reinado.

Os grandes Cruzados de prata iniciados por D. António desapareceram durante esta dinastia e só foram de novo cunhados por D. João IV.

D. FILIPE I

1580-1598

Apoiado pela Junta Governativa foi aclamado Rei de Portugal em 17 de Julho de 1580.

Moedas emitidas neste reinado

Metal Designação Marquilha Valor (Reais)

Prata Vintém XX 20 Dois Vinténs XXXX 40 Meio Tostão - 50 Quatro Vinténs LXXX 80 Tostão - 100

Ouro Cruzado I 400 500 Reais - 500 2 Cruzados II 800 4 Cruzados IIII 1600 Cunha apenas na Casa da Moeda de Lisboa

D. FILIPE II 1598-1621 A guerra que travava com quase toda a Europa fez das possessões portuguesas de além-mar um alvo cobiçado por piratas e corsários holandeses, franceses e ingleses. O país empobreceu e perderam-se para sempre muitas das conquistas no oriente. As emissões são com mesmo tipo de moeda do seu predecessor, excepto os XXXX e os LXXX reais. Continuou a não cunhar moeda de cobre.

D. FILIPE III

1621-1640

A guerra que travava com quase toda a Europa não lhe corria bem tendo a sua esquadra, a Grande Armada, sido derrotada no Canal de Inglaterra enquanto os seus generais na Flandres e em Itália se tinham rendido. A Catalunha estava em revolução. Isto foi aproveitado pelos revolucionários em Lisboa que puseram fim ao seu reinado.

Continuou a cunhar o mesmo tipo de moeda do seu predecessor.

4ª DINASTIA ou DE BRAGANÇA 1640-1910

A abundância de prata durante a dinastia Filipina ditou o aumento do valor do cobre e este desapareceu da nossa numária. Porém, cerca de 1621, 90% dos indígenas sul-americanos tinham morrido vítimas de guerras, trabalho escravo e doenças europeias às quais não tinham resistência. Sem indígenas não havia prata e tevese de novo de recorrer ao cobre. Essa necessidade de mão-de-obra barata foi também a principal causa do início da escravatura negra na América

No reinado de D. Pedro começou a chegar o ouro do Brasil e, em 1677, termina a cunhagem manual.

O sistema decimal, criado por D. Manuel em 1511, manteve-se até ao fim da cunhagem manual.

D. JOÃO IV

1640-1656

Aproveitando as guerras em que Espanha se encontrava envolvida e a revolta da Catalunha, o povo aclama o Duque de Bragança como Rei de Portugal.

Continua o tipo de cunhagem anterior e retoma a cunhagem dos dois e quatro vinténs (XXXX e LXXX) que, agora sim, se irão manter até ao rei D. Miguel. Cunha de novo os grandes Cruzados e o Meios Cruzados em Prata.

Havia falta de moeda miúda em cobre que não era cunhada desde há 60 anos, mas só em 1645 se inicia a sua cunhagem.

São reabertas as Casas da Moeda do Porto (1644) e a de Évora (1645)

É emitida a primeira moeda comemorativa de Portugal, a CONCEIÇÃO em prata, no valor de 600 Réis. A legislaçãoreferetambémConceições emouronovalorde12.000 Réis,masnãoseconhecequalquer exemplar x

Dois meses e meio após a subida ao trono, e dada a grande falta de moeda corrente, ordena a cunhagem de Tostões e Meios Tostões12. Logo de seguida clarifica a anterior Provisão e ordena13 que se cunhe também moeda miúda, nomeadamente XX e XXXX. Apenas os Tostões são cunhados.

Com um Marco de Prata de 11 dinheiros são cunhados 28 Tostões, tal como nos reinados anteriores: 8,175 g/cada

TOSTÃO – 100 Réis

PRATA

(De Fevereiro a Junho de 1641)

Cremos que apenas foram cunhados os Tostões pois são totalmente desconhecidas outras moedas Todas estas moedas são raríssimas pois só foram produzidas durante um curto período de tempo. Algumas moedas do catálogo de Alberto Gomes, classificadas como sendo desta série, têem o peso reduzido conforme a lei posterior. Foram provavelmente usados os cunhos desta série, mas com discos mais finos para ficaram conforme a Lei de 01JUL1641.

Asdespesas daguerraprovocavam uma grandeinflacção. Assim,três meses após estascunhagens, éordenada a recolha de toda a moeda em curso e a cunhagem de nova moeda com uma desvalorização de 20%14 Com um Marco de prata passam-se a cunhar de 34 Tostões: 6,73 g/cada.

CASA DA MOEDA DE LISBOA PRATA (Após 01JUL1641)

CINQUINHO – 5 Réis

Peso: 0,38 g Ø: 12

Moeda desconhecida ou não cunhada

MEIO VINTÉM – 10 RéisPeso: 0,9g Ø: 13

DOIS VINTÉNS (XXXX) – 40 Réis Peso: 2,69 g Ø: 20

Moeda única

MEIO TOSTÃO – 50 Réis Peso: 3,4g Ø: 21

IOANNES IIII D G RE.P IN.HOC.SIGNO.VIN …………………………. J4 09.03v

VINTÉM (XX) – 20 Réis Peso: 1,64g Ø: 18

IOANNES IIII DG REX IN HOC SIGNO VINCE (1641) J4 38.03

TOSTÃO – 100 Réis Peso: 6.5 g Ø: 27

IOANNES D G REX ALGARBIORVM REX J4 10.01

Moeda única

IOANNES IIII DG REX PORTVGA IN HOC SIGNO VINCE (1641) J4 68.05

A inflacção não parava e as necessidades da guerra exigiam mais recursos pelo que, oito meses depois, foi ordenada15, por aplicação de carimbos, a valorização em 20%16 das moedas correntes Portuguesas. Um ano após, são também apostos Carimbos Coroados 240 e 480 sobre as Meias Patacas e Patacas Espanholas que corriam no Reino.17

Moeda

Carimbo

XXXX (Dois vinténs) 50 Meio Tostão 60 LXXX (Quatro Vinténs) 100 Tostão 120 Meia Pataca (Esp) 240 Pataca (Esp) 480 14 Lei de 01JUL1641 15 Regimento de 01FEV1642 16 5% revertia pra os apresentadores das moedas e o restante para a Fazenda. 17 Alvará de 26FEV1643

A cunhagem do ouro tem finalmente início em 1642 com o Cruzado de Ouro a valer 750 Réis18, mas é de imediato interrompida. É retomada em 1646/47 mas já com o Cruzado de Ouro a valer 875 Réis19 .

OURO – Casa da Moeda de Lisboa

CRUZADO – 750 Réis 875 Réis (>1646)

Peso: 3,1 g Ø: 22

1642 J4 106 1647 …………..…………..……………………… J4 107

2 CRUZADOS – 1.500 Réis 1.750 Réis (>1646) Peso: 6,1 g Ø: 26 1642 J4 108 1647 J4 109

4 CRUZADOS – 3.000 Réis 3.500 Réis (>1646) Peso: 3,1 g Ø: 32 1642 1646 1647 1648 1652 J4 110 e 111

A guerra continuava e, mais uma vez, era necessário reduzir o peso da moeda passando-se a cunhar 40 Tostões20 com cada Marco de prata: 5,72g/cada

A Casa da Moeda do Porto, reaberta em 1642 para a carimbagem de moeda, começa a cunhar moeda de prata entre 08JUN1643 e início de 1644. É também reaberta a Casa da Moeda do Évora21 para a cunhagem de moeda em prata. Há várias tentativas para iniciar a cunhagem em cobre, mas só em 1645 se dá início à sua cunhagem e apenas na Casa da Moeda de Lisboa22. É também só em Lisboa que se cunha moeda em ouro. Apartir deste ponto apresentamos as moedas divididas pelas três oficinas de cunhagem: Lisboa, Porto eÉvora

Despacho de 03DEZ1649

Alvará de 05DEZ1650

Alvará 09OUT 1651 Este último Alvará é o que dá curso legal às até então medalhas, e fixa a CONCEIÇÃO DE PRATA em 600 Reis. Refere também a CONCEIÇÃO DE OURO com um valor de 12.000 Réis. Não se conhece, porém, qualquer exemplar em Ouro.

CASA DA MOEDA DO PORTO PRATA

D.AFONSO VI

1656-1667

Subiu ao trono ainda menor tendo sua mãe ficado como regente. Aos 19 anos tomou conta do governo. No seu reinado foi finalmente assinada a paz com Espanha tendo esta desistido das suas pretensões ao trono português. Em 1667 foi obrigado a entregar o governo a seu irmão D. Pedro que ficou como Regente do Reino até à sua morte.

Noiníciodoseureinadoforamdeimediato foram encerradas ascasasdamoedadeÉvoraeadoPorto. Cunhou em prata os mesmos tipos do reinado anterior. As moedas de ouro mantiveram a tipologia, mas o valor do cruzado de ouro de novo foi aumentado, por aposição de carimbos, de 875 para 1000 Réis e, logo de seguida, deixaram de ser cunhados sendo então criadas novas moedas de ouro.

Em cobre cunhou o Real e Meio, de que só se conhecem quatro exemplares fazendo um deles parte desta colecção. Cremos que se trata de uma emissão experimental em que foi usado, no anverso o cunho do Tostão do seu reinado e, no reverso, o cunho do Real e Meio de D. João IV.

Moedas emitidas neste reinado

Metal Designação Marquilha Valor (Rs)

Cobre Real e Meio I½ 1,5

Prata Meio Vintém - 10 Meio Vintém X 10 Vintém XX 20 2 Vinténs XXXX 40 Meio Tostão - 50 4 Vinténs LXXX 80 Tostão - 100 Meio Cruzado 200 200 Cruzado 400 400 Ouro 2 Cruzados - 1.750 4 Cruzados - 3.500 Quarto de Moeda 1000 1.000 Meia Moeda 2000 2.000 Moeda 4000 4.000 Cunha apenas na Casa da Moeda de Lisboa26

Apresentamos as moedas divididas em três grupos:

• Cunhadas pela antiga Lei de 08JUN1643 (D. João IV).

• Cunhadas pela Lei de 22MAR1663.

• Moedas carimbadas.

26 Há uns raros Meios Cruzados em que a Cruz de Cristo é cantonada por E’s. Defendem alguns autores que foram cunhados em Elvas e não em Évora. Há também a hipótese, que nos parece mais plausível, de ter sido uma cunhagem de emergência de Lisboa, aproveitando os cunhos do reverso da recém- extinta Casa da Moeda de Évora.

D. PEDRO II 1683-1706

LEI DE 14JUN1688

A cunhagem mecânica tinha começado 11 anos antes, mas as antigas moedas de prata continuavam a correr, muitocerceadas, enãohaviacapacidadenaCasadaMoedaparaassubstituir. Assim,em1688,foram retiradas decirculação todas as moedas de menor valor. Os Cruzados eMeios Cruzados que estavam menos obliterados foram recunhados com nova orla, encordoados e apostos os carimbos 2SO ou SOO se não os tinham já. Certamente por erro, e muito raramente, aparecem também sem carimbo.

As novas orlas tinham a legenda de D. João IV ou de D. Afonso VI, conforme a moeda em que eram apostas, se bem que houvesse raros erros. Para esta tarefa, para além das Casas da Moeda de Lisboa e Porto, foram criadas oficinas em Évora, Coimbra, Guarda e Tavira que receberam os “engenhos” necessários para a tarefa Avalorização foide25% sendoque5%eramparaquemapresentavaasmoedasparacarimbare20%revertiam para a Fazenda.

OURO CARIMBADO C/ESFERA ARMILAR

Para obviar o cerceio da moeda da antiga da “Fábrica Velha” e que continuava a correr, foi ordenado que fossem aplicados um cordão e um carimbo, ESFERA COROADA, sobre todas as moedas de ouro desde os Filipes até D. Pedro Príncipe