Pleito Imposto de Importação: Antidumping: cartão e decorativo 11
Estatísticas: Comércio exterior
Produção nacional
Associada Camila Papéis
Produtor nacional quer alíquota mais alta para cartões estrangeiros 5 3 18
Espaço Jurídico Quando encerrar é o caminho 25 13 6 16 8
Coluna Two Sides O Papel e a Economia Circular 27
Sem um minuto de paz Sem um minuto de paz
Que a vida do empresário no Brasil é de desafios e busca constante por equilíbrio, é senso comum Mas, o setor de papel enfrenta instabilidades que geram insegurança para os negócios e investimentos. É essa a sensação com as constantes e renovadas situações que nos tiram do propósito para o qual existimos – comercializar, produzir, gerar e distribuir riquezas – e nos colocam em searas tributárias, burocráticas e protecionistas. Falo aqui especificamente dos pedidos dos fabricantes nacionais para elevar a 35% as alíquotas do Imposto de Importação sobre três tipos de papéis e das medidas antidumping, assuntos que tratamos nesta edição.
d i t o r i a l
Aliás, parece que os mecanismos temporários têm sido efetivados, como no caso do antidumping sobre os cartões vindos do Chile, que foi pleiteado no ano 2000 e vem sendo renovado a cada cinco anos. Que seja diferente com o papel decorativo, que teve recentemente aberto processo de investigação de dumping sobre as importações da China.
Mais uma vez assistimos a uma combinação de iniciativas dos produtores brasileiros de papéis para barrar a concorrência dos fornecedores estrangeiros. É claro que as ações estão dentro do campo legal, das regras admitidas internacionalmente e de brechas comerciais. Mas, nem por isso são legítimas sob o ponto de prezar pela saúde do mercado, pelo
desenvolvimento econômico e pela justa concorrência Trabalhamos com insumos e assim repassamos os benefícios, danos, erros e acertos em cadeia.
As notícias diárias e os dados setoriais, inclusive os que trazemos nesta edição, atestam a grandeza do setor papeleiro no Brasil. O país é exportador, não apenas de papel, mas líder global em celulose, que é a principal matéria-prima para o papel e uma série de produtos.
Competente e competitivo no mercado internacional, no ambiente doméstico, o setor busca brechas legais para fazer, dos impostos e de medidas não-tarifárias, barreiras para enfrentar a concorrência externa elevando o patamar de preços
Editorial
Diante da demanda real, a importação não deixará de acontecer apenas em função da carga tributária. Mas, certamente, o custo do papel – seja estrangeiro ou nacional – vai acompanhar a cadeia setorial e chegar muito mais caro ao consumidor.
E neste ponto o aumento da carga tributária vai ser adubo para aquele que é nosso real e verdadeiro problema: o desvio de finalidade do papel imune
Para ficar claro, o desvio consiste em transformar em margem (seja de desconto ou de lucro) o que seria a parte dos impostos no preço do papel. A imunidade tributária sobre os livros, jornais e periódicos e sobre os papéis para sua impressão está expressa na Constituição Federal de 1988, art. 150, VI, alínea ‘d’. Como o papel utilizado para produzir os impressos com imunidade legal é exatamente o mesmo empregado para imprimir quaisquer outros materiais, surge o desvio. E, quanto maior for o prêmio, mais atrativa será a prática do ilícito. Ou seja, quem desvia agradece os aumentos de impostos sobre o papel
E outra vez, se falará em esforços de regulamentação, controle e fiscalização. Para isso, gastamos tempo, dinheiro e energia buscando meios para minimizar os danos que os ilícitos provocam no mercado real e legal Isso sem falar nos esforços de sensibilização dos agentes públicos para que entendam o modus operandi
Produtor brasileiro quer aumento do Imposto de Importação para barrar concorrência do cartão estrangeiro
Representando os interesses dos fabricantes nacionais de papéis, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) acionou mais uma vez a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pedindo a elevação da alíquota do Imposto de Importação, de 12,6% para 35% pelo prazo de doze meses.
Em 9 de maio de 2025, a entidade protocolou três pedidos para inclusão na Lista de Alterações Tarifárias por Desequilíbrio Comercial Conjuntural (DCC) para as Nomenclaturas Comuns do Mercosul (NCMs) 4810.19.99, 4810 29 90 e 4810 92 90, cada uma referente a um tipo de papel cartão. A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) apresentou oposição aos pleitos para aumentar o imposto sobre os produtos que são insumos, utilizados na indústria de embalagens e impressão.
As três classificações estavam entre as sete que foram alvo das ações apresentadas em dezembro de 2023, que pediam elevação do imposto para até 25%. Na ocasião, o ComitêExecutivo de Gestão da Camex negou o pedido de aumento de alíquota para cinco NCMs, incluindo a 4810.29.90 que foi mantida em 12,6%, e autorizou elevação para 16% para as NCMs 4810.19.99 e 4810.92.90. A elevação tarifária aprovada foi nove pontos percentuais abaixo do pleiteado e válida pelo prazo de doze meses, conforme a Resolução Gecex 648, de 14/10/24
Com isso, a alíquota vigente até outubro deste ano é de 16% para as importações nas NCMs 4810.19.99 e 4810.92.90. A NCM 4810.19.99 corresponde ao papel cuchê de baixa gramatura e a NCM 4810.92.90 é específica para o papel cartão, que engloba os tipos duplex e triplex.
Agora, os fabricantes nacionais pedem a renovação das duas NCMs na lista DCC e a inclusão da NCM 4810.29.90, referente ao papel e cartão revestido, comumente chamado de MWC Para as três NCM, a solicitação é para elevação da alíquota para 35%, percentual máximo previsto na legislação, como explicou Carla Junqueira, da CJA Trade Law, escritório responsável pelas contestações da Abigraf.
O argumento para a inclusão da NCM 4810.29.90 na lista seria um suposto “fator de migração de NCM por parte dos importadores” das outras duas NCMs contempladas na decisão vigente, para pagar 12,6%, driblando a alíquota de 16%. Na petição inicial, a Ibá justifica como dano à indústria nacional o aumento da importação, especialmente da
China, “mercado internacional com grande capacidade ociosa que encontra cada vez mais limitações para escoar sua produção para outros mercados, como União Europeia, Estados Unidos, México e outros.”
O trâmite dos pleitos de alteração tarifária prevê manifestações das partes interessadas para análise preliminar da equipe técnica da Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior SE/CAMEX, que encaminha parecer para o Comitê de Alterações Tarifárias (CAT), que submete à decisão do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex). Os documentos são públicos, com trechos mantidos sob confidencialidade, quando especificados pelas partes que se manifestam.
Abigraf entra com oposição
São vários os argumentos que a defesa da Abigraf pretende desconstruir, a começar pela utilização da Lista de Alterações Tarifárias por Desequilíbrio Comercial Conjuntural. Este mecanismo, que foi o utilizado nas ações do ano passado, foi incorporado ao ordenamento jurídico em janeiro do ano passado, permitindo aos países membros do Mercosul ter uma lista com até 100 NCMs para alterações pontuais e transitória, em função de desequilíbrios conjunturais efetivamente demonstrados e mensuráveis no comércio exterior
Refutando ponto a ponto os pleitos, a Abigraf apontou os danos que a elevação de alíquota causaria na indústria gráfica, com consequente pressão inflacionária em toda a cadeia de suprimentos e distribuição, até os
consumidores finais. A defesa argumenta que o caráter de excepcionalidade do instrumento está sendo distorcido em mecanismo permanente, além da extensão da medida para uma terceira NCM (4810.29.90), com majoração para 35%, sem que haja qualquer dado robusto que comprove desorganização súbita do mercado.
Em trecho da manifestação da oposição ao pleito sustenta-se que o fabricante “não está reagindo a uma conjuntura anormal, mas sim tentando obter proteção estrutural e contínua, com o propósito de consolidar sua dominância no mercado nacional e manter preços artificialmente elevados, à custa da competitividade das indústrias dependentes de papel cartão.”
Perplexidade com o percentual e com o argumento, diz Gaúna
O presidente da Abigraf Nacional, Julião Gaúna, disse que a entidade recebeu com serenidade a informação dos pleitos de renovação da majoração do imposto de importação para as NCMs 4810.19.99 (cuchê leve) e 4810.92.90 (papel cartão), pois tinha conhecimento do vencimento (em 14 de outubro) da elevação temporária destas alíquotas de 12,6% para 16% na Lista de Desequilíbrios Comerciais Conjunturais. “O que causou perplexidade foi a solicitação da Ibá de aumento para impensáveis 35%, inclusive com a inclusão da NCM 4810.29.90 (MWC), sob o argumento do desvio de enquadramento das outras NCMs para essa última pelos importadores, com o objetivo de recolher a alíquota de 12,6% ao invés de 16%.”
Segundo ele, a expectativa agora é de que os órgãos do governo federal envolvidos neste processo façam uma análise técnica criteriosa e concluam que a elevação de alíquota não se justifica. “Assim como aconteceu no ano passado, quando foram solicitadas elevações de sete NCMs em sua quase totalidade para 25%”, sendo concedido aumento para 16% apenas para duas NCMs.
O impacto dos aumentos das alíquotas dos impostos de importação desses papéis de imprimir para 35% seria catastrófico para as indústrias gráficas, conforme explicou Gaúna, apontando que o setor já vem perdendo competitividade frente aos produtos importados. “A balança comercial do setor foi deficitária em US$ 42,1 milhões em 2024 e em US$ 19,1 milhões somente no primeiro trimestre de 2025, ocasionando diversos prejuízos ao setor gráfico”
Ele também fez questão de ressaltar que em vários casos os clientes já têm optado pela substituição dos produtos gráficos por mídia eletrônica, considerada mais econômica, seja em livros, revistas, relatórios e documentos, ou material promocional diverso. “Importante destacar que nesses casos, toda a cadeia de produção e comercialização brasileira de produtos gráficos impressos em papel só tem a perder: fabricantes, distribuidores, editoras, agências de publicidade e gráficas”.
Gaúna relembrou o histórico de problemas vivenciados recentemente pelo setor gráfico no período da pandemia de covid-19, como o desabastecimento e a imposição de aumentos desproporcionais pelos fabricantes nacionais. E concluiu que tudo isso “evidencia ser a importação a única forma de regulação do mercado dos papéis de imprimir”.
Pleito considera volume importado
O desempenho das importações está na base da argumentação dos fabricantes de papel para pleitear o aumento da alíquota do imposto de importação para as três Nomenclaturas Comuns do Mercosul (NCMs) de papel cartão. Na justificativa do pedido encaminhado ao governo federal, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa o setor, apresentou dados dos últimos dois anos e os comparativos do primeiro bimestre de 2025. Conforme registros oficiais do comércio exterior, consultados pelo NewsPaper, entre janeiro e maio deste ano frente ao mesmo período de 2024, as importações recuaram em duas classificações e aumentaram em outra.
De acordo com dados coletados no Portal ComexStat, considerando o acumulado dos primeiros cinco meses de cada ano, as importações na NCM 4810.19.99 foram de 8,8 mil em 2023 para 9,2 mil toneladas em 2024, e depois para 6,8 mil toneladas na parcial de 2025. No total anual foram importadas nessa nomenclatura 18 mil toneladas em 2023 e 25,5 mil toneladas em 2024, um crescimento de 41,7%.
Na NCM 4810.92.90, as entradas de produtos estrangeiros de janeiro a maio passaram de 34,3 mil toneladas (2023) para 37,2 mil toneladas (2024) e depois para 32 mil toneladas (2025). No resultado anual, essas importações totalizaram 79,5 mil toneladas em 2023 e 87 mil toneladas no ano seguinte, um crescimento de 8,9%.
Para a classificação NCM 4810.29.90, o sistema oficial de dados do comércio exterior brasileiro registrou até maio o desembarque de 35,4 mil toneladas em 2023, 33,2 mil toneladas no mesmo período do ano passado e 46 mil toneladas em 2025. Ao longo dos doze meses, em 2023 foram importadas 77,9 mil toneladas na classificação 4810.29.90. Em 2024, foram 87,7 mil toneladas, com aumento de 8,7% em relação a 2023.
É exatamente o crescimento nas importações na nomenclatura 4810.29.90 que a Ibá alegou para pedir sua inclusão na Lista de Alterações Tarifárias por Desequilíbrio Comercial Conjuntural (DCC). Apontando que há desvio das importações das outras duas NCMs, sendo que as três teriam produtos “similares”. A Abigraf argumenta que o aumento de importações pode estar associado a variações normais do mercado e não é, por si só, prova de irregularidade, como alegado no pleito. Se houver indício do desvio apontado pela Ibá, o problema deve ser tratado por meio de ação fiscal e administrativa específica, e não por intervenção tarifária ampla e desproporcional, segundo a Abigraf. “A medida compromete a segurança jurídica, a equidade tributária e a sustentabilidade da cadeia gráfica nacional, o que não pode ser incentivado”, conforme consta na oposição apresentada.
Participação da China varia de 94% a 1,5%
Os fornecedores chineses respondem por fatias bastante variadas das importações brasileiras de papéis. Dentre os três tipos que os fabricantes nacionais querem que seja elevada a alíquota, a participação da China oscila entre 94% a 1,5% sobre o total desembarcado no período, conforme dados coletados no sistema de informações do comércio exterior
A maior incidência do produto chinês é na NCM 4810.19.99, ainda assim o volume importado diminuiu 25,4% em 2025 ante ao mesmo período de 2024. Comparando os cinco meses, a participação chinesa oscilou entre 85% e 83,6%. As importações de janeiro a maio de 2025 na classificação 4810.19.99 somaram 6,8 mil toneladas, sendo 6,4 mil toneladas vindas da China. No dado anual, do total de 25,5 mil toneladas importadas pelo Brasil em 2024, 23,2 mil toneladas vieram da China, o que equivale a participação de 91,1%. No ano anterior, os fornecedores chineses responderam por 83% das 18 mil toneladas recebidas.
No caso da NCM 4810.29.90, os volumes importados são maiores e mais pulverizado, ainda que a China lidere com folga a primeira posição no ranking de países fornecedores. O resultado anual mostra que a participação do produto chinês aumentou de 57,5% em 2023 para 68,4% em 2024. Tomando a importação de janeiro a maio, a presença do produto vindo da China oscilou de 50,9% em 2023, para 66,9% em 2024 e para 66% neste ano. Suécia e Finlândia aparecem em segunda e terceira posição na relação por origem das importações na especificação 4810.29.90.
Já no papel cartão, classificado na NCM 4810.92.90 os fabricantes chineses respondem por uma pequena parte, que no período analisado chegou ao máximo de 8,5% (nos cinco meses de 2024) e ao mínimo de 1,5% (em 2025, de janeiro a maio). Historicamente, o Chile é a principal origem das importações nessa classificação, seguido de perto pela Finlândia. Aliás, as importações do Chile nas NCMs 4810.13.89, 4810.19.89 e 4810.92.90 são fruto de disputa comercial desde 2007, com imposição de direito antidumping renovado sucessivas vezes e em vigor até 04/07/2030.
Antidumping sobre cartão do Chile foi renovado até 2030
Em mais um processo de revisão, foi prorrogado por um prazo de até cinco anos o direito antidumping definitivo aplicado às importações brasileiras de cartões do Chile A decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior consta da Resolução GECEX nº 742 de 03/07/2025, referente aos cartões semirrígidos para embalagens, revestidos, dos tipos duplex e triplex, de gramatura igual ou superior a 200g/m2, comumente classificadas nos subitens 4810.13.89, 4810.19.89 e 4810.92.90 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
O direito antidumping definitivo aplicado é de 10,8% para as exportações feitas para o Brasil pela empresa Cartulinas CMPC, e de 20,6% para as vendas das demais empresas chilenas Conforme a legislação, direito antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à margem apurada de dumping, que é a comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção
A investigação original sobre as exportações chilenas destes papéis para o Brasil teve início em 8 de fevereiro de 2000.
A Circular Secex nº 31, de 31 de maio de 2001, concluiu por determinação preliminar positiva de dumping, e de dano por ele causado, nas importações brasileiras de cartões duplex e triplex originários do Chile, sem a aplicação de direito provisório. Com base na legislação
brasileira antidumping, então em vigor, a produtora/exportadora chilena Cartulinas CMPC S.A. apresentou proposta de assumir voluntariamente compromisso de preços. O acordo foi homologado com prazo de vigência até 30 de outubro de 2006.
No curso da terceira revisão de final de período a Cartulinas CMPC não apresentou nova proposta para prorrogar o compromisso de preços então em vigor, até o dia 12 de julho de 2024. De acordo com a Portaria nº 484, de 2019, o Direito Antidumping Definitivo aplicado era de US$ 112,28 por tonelada para as exportações da CMPC e de US$ 189,08 por tonelada para as demais empresas chilenas. A medida antidumping permaneceu em vigor durante o processo da quarta revisão.
A petição para a revisão e manutenção da sobretaxa sobre o cartão chileno foi protocolada em 12 de março de 2024, pelas empresas Ibema Companhia Brasileira de Papel, Klabin S.A., Papirus Indústria de Papel S A e Suzano S A No decorrer do processo, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)entidade representante do setor - reforçou o pleito em favor dos fabricantes nacionais. A Cartulinas CMPC também participou do processo de revisão
Após análise, a Gecex concluiu que foi comprovada a continuação de dumping nas exportações de cartões semirrígidos originárias do Chile para o Brasil, e ser muito provável a retomada do dano à indústria doméstica decorrente de tal prática, caso o direito antidumping fosse revogado.
Brasil abre investigação de dumping sobre papel decorativo da China
A publicação da Circular da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nº 51/2025, no dia 30 de junho de 2025, deu início à investigação para apuração de prática de dumping nas exportações da China para o Brasil de papel decorativo, não revestido, não impresso, não impregnado, apresentado em rolos de largura igual ou superior a 125 cm, normalmente com peso específico (gramatura) de 50 g/m² a 150 g/m². O produto objeto da investigação está classificado usualmente no subitem 4805.91.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). A análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de julho de 2023 a junho de 2024. Já o período de análise de dano considerou o período de julho de 2019 a junho de 2024
A petição de abertura da investigação foi apresentada pela empresa Munksjö Caieiras Ltda, em 31 de outubro de 2024. Após análise preliminar da documentação apresentada, a Secex, por intermédio do Departamento de Defesa Comercial (Decom), considerou haver indícios suficientes de existência de dumping, dano à indústria nacional e nexo causal entre ambos. Para fins de início de investigação são consideradas margem de dumping absoluta de US$ 614,12 por tonelada e margem de dumping relativa de 30,73%, conforme a Circular nº 51
Produtores nacionais, importadores, exportadores e governos dos países sob investigação poderão participar através de peticionamento intercorrente no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Conforme a legislação brasileira, durante o curso da investigação, poderão ser aplicadas medidas antidumping provisórias O prazo para investigação é de até dez meses, prorrogáveis por até oito meses adicionais E, se confirmadas as alegações iniciais, poderão ser aplicadas medidas antidumping definitivas, com vigência de até cinco anos
Um levantamento realizado pelo NewsPaper no sistema oficial de dados do comércio exterior mostra o comportamento das importações na NCM 4805.91.00. Foram consultados os volumes da importação total e provenientes da China de 2019 a 2024, mesmo período de análise do dano.
Os desembarques de papel decorativo estrangeiro estavam na casa de 25 mil toneladas ao ano e saltaram para 42,2 mil toneladas em 2021. Os volumes diminuíram nos anos seguintes, com 34,4 mil toneladas em 2022, 31,7 mil toneladas em 2023 e 30,9 mil toneladas no ano passado. Já a fatia de participação dos fornecedores chineses passou de 11 mil toneladas em 2019 para a faixa de 20 mil toneladas nos anos seguintes, com pico de 23,1 mil toneladas em 2023.
Comércio exterior de papel e cartão cresce
Nos primeiros seis meses deste ano, as exportações brasileiras de papéis e cartões para todos os fins somaram 1,27 milhão de toneladas enquanto as importações na mesma posição totalizaram 334 mil toneladas
Só em junho foram embarcadas 208 mil toneladas e recebidas 54 mil toneladas, conforme os dados registrados no Capítulo 48 do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, que corresponde aos produtos de “papel e cartão; obras de pasta de celulose, de papel ou cartão”
E s t a t í s t i c a s
Fonte: Comex Stat / MDIC Elaboração: ANDIPA
Estes são alguns dos dados públicos que podem ser acessados através do Comex Stat, que é o sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens
Olhando para o mesmo período dos dois últimos anos, a importação cresceu mais do que as exportações. Ainda assim a participação do produto brasileiro no exterior continua em torno de quatro vezes maior do que a entrada de papel e cartão estrangeiro no mercado brasileiro. A balança comercial do setor papeleiro é superavitária, refletindo a força e a posição de fornecedores para o exterior dos produtores brasileiros de papel e cartão.
Entre janeiro e junho de 2023, o comércio exterior brasileiro registrou a saída de 1,06 milhão de toneladas e a entrada de 253 mil toneladas No primeiro semestre de 2024, os volumes aumentaram praticamente na mesma proporção (na faixa de 19%), somando 1,26 milhão de toneladas exportadas e 304 mil toneladas importadas. Os números deste ano indicam aumento de cerca de 1% nas exportações (1,27 milhão de toneladas) e 10% nas importações (334 mil toneladas).
Desempenho da importação em itens selecionados
No detalhamento por tipo de produto, o papel revestido e o cartão são destaques nas importações. Exatamente aquelas classificações em que estão duas com pedido de elevação da alíquota do imposto de importação (vide página 5) – as NCMs 4810.29.90 e 4810.92.90. Com os dados fechados de junho, o movimento das importações seguiu a mesma tendência verificada na análise dos cinco primeiros meses do ano. A Andipa acompanha no Sistema Comex Stat, e publica no NewsPaper, os dados de importações dos quinze principais itens comercializados pelo segmento de distribuição.
* NCMs 4810.13.89, 4810.13.99, 4810.19.89 e 4810.19.99
** Outro - revestido - papéis e cartões - NCM 4810.29.90
*** Papel cartão na NCM 4810.92.90
Fonte: Comex Stat / MDIC Elaboração: ANDIPA
COMÉRCIOEXTERIOR importação
Desempenho da importação ...
Entre eles, o maior volume de importação no período foi o classificado na NCM 4810.29.90, comumente chamado de MWC, que denominamos ‘Outro –revestido’, especificado no Sistema Harmonizado como “Outros papéis e cartões dos tipos utilizados para escrita, impressão ou outras finalidades gráficas, em que mais de 10%, em peso, do conteúdo total de fibras seja constituído por fibras obtidas por processo mecânico ou químico-mecânico”. Em junho, desembarcaram 7 mil toneladas na NCM 4810 29 90, o menor volume mensal deste ano, totalizando 52,9 mil toneladas no primeiro semestre As entradas desse item aumentaram 28,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram importadas 41,2 mil toneladas
O segundo maior volume importado até junho é o papel cartão, classificado na NCM 4810.92.90. Apesar disso, as importações em 2025 caíram 20,3% em comparação com o primeiro semestre de 2024, que somou 45,8 mil toneladas Com os desembarques de 4,5 mil toneladas no mês passado, o item soma 36,5 mil toneladas recebidas em 2025
No item cuchê são considerados os registros nas NCMs 4810.13.89, 4810.13.99, 4810.19.89 e 4810.19.99, esta última também com pedido de aumento do imposto de importação.
Pelos dados oficiais, de janeiro a junho deste ano foram importadas 24,1 mil toneladas de papel cuchê, 10% de aumento sobre as 21,9 mil toneladas registradas nos mesmos meses de 2024. No primeiro semestre de 2023, o grupo de cuchê somou 16,3 mil toneladas importadas
Entre os papéis ofsete (NCMs 4802.54.90, 4802 55 92, 4802 55 99 e 4802 57 99) foram importadas 11,9 mil toneladas entre janeiro e junho de 2025, recuo de 9% ante as 13,1 mil toneladas do mesmo período do ano passado. Em 2023, o Comex Stat mostra a entrada de 6,1 mil toneladas de ofsete no primeiro semestre.
No segmento de jornal (NCMs 4801.00.30 e 4801.00.90), os desembarques entre janeiro e junho deste ano somaram 11,7 mil toneladas, queda de 3,3% frente as 12,1 mil toneladas recebidas nos mesmos meses de 2024. Em relação ao primeiro semestre de 2023, quando foram importadas 6,6 mil toneladas de papel jornal, as entradas deste ano cresceram 77%.
Já as importações dos papéis cortados (cut size), enquadrados nas NCMs 4802. 56 10 e 4802 56 99, somaram 3,6 mil toneladas nos seis primeiros meses deste ano O volume é pequeno, mas representa aumento de 12,5% frente ao mesmo período de 2024 (3,2 mil toneladas) e de 20% sobre o primeiro semestre de 2023 (3,0 mil toneladas).
Fabricantes nacionais freiam produção
As estatísticas da Indústria Brasileira de Arvores (Ibá), entidade que congrega a indústria papeleira no Brasil, mostram crescimento de 0,3% na produção total de papéis entre os meses de janeiro e abril deste ano na comparação com o mesmo período de 2024. O resultado é reflexo do aumento de 6,5% no grupo classificado como Outros e da queda nos demais segmentos que compõem o setor de papéis (Embalagens, Imprimir e Escrever, Imprensa e Cartão).
Conforme os números da edição 74 do Boletim Dados Papel, divulgado pela entidade, nos quatro primeiros meses deste ano foram produzidas 3,74 milhões de toneladas de papéis em geral, apenas 11 mil toneladas a mais do que no mesmo período de 2024. O segmento Embalagem responde por mais da metade da produção total de papéis. Neste ano, até abril foram produzidas 2,13 milhões de toneladas de papéis de embalagens O número representa redução de 0,6% na comparação com as 2,14 milhões de toneladas do primeiro quadrimestre de 2024.
A produção de papéis de Imprimir e Escrever (I&E) foi de 711 mil toneladas neste ano, uma variação de apenas mil toneladas (-0,1%). No segmento de Cartão a diferença foi de 10 mil toneladas (-4,2%), no comparativo dos quatro meses nos dois anos, sendo 237 mil toneladas em 2024 e 227 mil toneladas em 2025.
O maior percentual de redução da produção é também o menor volume, o papel Imprensa – ou jornal. No primeiro quadrimestre deste ano foram produzidas 16 mil toneladas de jornal, 27,3% abaixo das 22 mil toneladas do mesmo período de 2024
Do total produzido no primeiro quadrimestre deste ano, 1,73 milhão de toneladas de papéis foram vendidas para o mercado interno, volume 3,8% maior do que as 1,67 milhão de toneladas do mesmo período de 2024. A fatia destinada à exportação foi ligeiramente menor, apenas mil toneladas a menos do que as 826 mil toneladas dos quatro meses do ano passado. Já as importações de papéis para todos os fins, na mesma base de comparação, aumentaram 12,5%, de 200 mil toneladas para 225 mil toneladas.
Com isso, entre os meses de janeiro e abril deste ano, o consumo aparente de papéis no Brasil foi de 3,14 milhões de toneladas, aumento de 1,2% sobre as 3,10 milhões de toneladas do igual período de 2024. O consumo aparente é o resultado da soma dos volumes de produção e de importação, menos o total exportado.
Da produção de papéis para impressão e escrita (711 mil toneladas), o boletim estatístico aponta a venda doméstica de 375 mil toneladas e exportação de 285 mil toneladas, com importação de 51 mil toneladas nos meses de janeiro a abril de 2025.
Com isso, neste ano, o consumo aparente de I&E foi de 477 mil toneladas, um crescimento de 10,7% sobre as 431 mil toneladas apuradas com base nos dados do mesmo quadrimestre de 2024.
Para o item papel cartão, na comparação dos dois períodos, o boletim aponta que a venda doméstica diminuiu 6,6%, enquanto o comércio exterior teve crescimento, tanto na importação (2,1%) quanto na exportação (7,5%). Da produção de 227 mil toneladas de Cartão, 43 mil toneladas foram direcionadas para exportação e 184 mil toneladas para o mercado doméstico, que também recebeu 49 mil toneladas importadas Dessa forma, o consumo aparente de cartão recuou 4,9% ante ao primeiro quadrimestre do ano anterior, passando de 245 mil toneladas (2024) para 233 mil toneladas (2025)
Fonte: Dados Papel - Ibá
TOQUE FEMININO NA DISTRIBUIÇÃO
Camila Papéis há 28 anos entregando soluções personalizadas
Empresa associada ANDIPA desde novembro de 2024.
E s p a ç o d a s A s s o c i a d a s
Com quase três décadas de atividades, a distribuidora Camila Papéis reúne experiência e cuidado em cada operação. Mais do que vender produtos de qualidade, entrega agilidade e confiança aos mais variados perfis de clientes. Sediada na zona leste da cidade de São Paulo, a empresa atua em todo o Estado e quase todo o País, através de frota própria e via transportadores, combinando bom estoque com uma logística eficiente.
A Camila Papéis tem uma trajetória de desafios e de relações genuínas que começou em novembro de 1996, com o casal Joana e Alcides. Juntando o profundo conhecimento de Alcides sobre o mercado de papel e a experiência de gestão de Joana, eles abriram a pequena revenda, que gradativamente cresceu e se estabeleceu. Tudo ia bem até que, com dez anos de atividades, veio a maior provação: a perda de seu fundador.
A empresária Joana (em pé no centro) com parte das equipes administrativa e comercial da
Com um time enxuto e coeso, Joana seguiu em frente e contou com o apoio precioso de fabricantes, de fornecedores e de amigos que, mesmo concorrentes, contribuíram significativamente para sua adaptação às novas atribuições comerciais
A Camila Papéis continuou firme no mercado e cresceu, acompanhando o ritmo das transformações tecnológicas, sociais e econômicas que impactam o consumo dos mais variados tipos de papéis.
O portifólio da Camila Papéis tem ampla variedade de produtos, incluindo papéis especiais destinados ao setor gráfico, seja para impressos promocionais, editoriais ou embalagens
Hoje, o papel vai muito além da impressão e a Camila Papéis oferece produtos e serviços personalizados conforme as necessidades do cliente dos mais variados segmentos.
Este espaço é reservado para publicação de notícias e informações dos distribuidores associados da ANDIPA.
*CONTEÚDO DE RESPONSABILIDADE DA EMPRESA.
Reunião conjunta da distribuição
recebe equipe da recebe equipe da Fastmarkets Fastmarkets
A ANDIPA e o SINAPEL reuniram seus associados para apresentação da nova sede das entidades, no quinto andar do Condomínio Edifício Cigraf – Centro da Indústria Gráfica, na Rua do Paraíso, 529 na capital de São Paulo. Na ocasião, as entidades receberam os especialistas da Fastmarkets, para uma apresentação sobre o cenário do mercado papeleiro com ênfase na oferta e demanda dos papéis gráficos e do cartão A Fastmarkets é uma agência líder em relatórios de preços de mercadorias nos mercados de agricultura, produtos florestais, metais e mineração
Antes do evento com os especialistas da Fastmarkets, cada entidade realizou suas reuniões regulares privativas A ANDIPA teve Assembleia Geral Ordinária para aprovação de contas do exercício de 2024, com parecer do Comitê de Auditoria, seguida de Assembleia Geral Extraordinária para deliberação de outros assuntos.
Além dos convidados presentes, o encontro contou também com a participação online de diversos representantes de empresas associadas O presidente do Conselho Diretor da ANDIPA, Italo Aguiar Bezerra de Meneses, e o presidente do SINAPEL, Aníbal Baptista, deram as boas-vindas, abrindo as apresentações de Marina Faleiros, editora chefe PPI América Latina e de Rafael Barisauskas, economista da Fastmarkets.
Na primeira parte do evento, Marina Faleiros apresentou um panorama do setor de celulose e papel no Brasil, passando pelos projetos e investimentos em celulose, os impactos nos preços e as perspectivas de futuro Faleiros mostrou que o Brasil tem terras disponíveis para o setor florestal, incluindo cultivo de madeira para celulose, como no estado de Mato Grosso do Sul Com mais de 16 anos de experiência no setor, Marina Faleiros fez uma explanação sobre produção, custos e preços do mercado de papéis e cartão para os segmentos de embalagens e gráficos
Em seguida, Rafael Barisauskas mostrou um panorama mais geral da América Latina, destacando alguns dos dados de análise que são trabalhados pela Fastmarkets. Na região, Brasil e México são os principais mercados, tanto em consumo quanto em oferta de papel. O economista destacou o potencial de comércio exterior, a competitividade e a demanda da região Ressaltou as projeções e índices de preços acompanhados pela empresa e oferecidos para decisões estratégicas.
Foto: ANDIPA
Pesquisa capta confiança do consumidor na mídia impressa
A Two Sides divulgou os resultados da Pesquisa Trend Tracker 2025, que é uma pesquisa global que investiga as percepções dos consumidores em relação aos produtos à base de papel. Encomendada por Two Sides e conduzida pela Toluna, a pesquisa foi realizada online em janeiro deste ano
A edição 2025 ouviu 12.400 consumidores da Europa (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Itália, Noruega, Reino Unido e Suécia), além de Austrália, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Estados Unidos e, na América Latina, Brasil e Argentina.
A pesquisa realizada pela Toluna para Two Sides é um dos maiores e mais abrangentes estudos da indústria de impressão e papel. Apesar do crescimento contínuo das plataformas digitais, a edição deste ano l l i ã i t t
A impressão ainda é preferida onde é mais importante Quando se trata de comunicações essenciais, como informações médicas, demonstrações financeiras e documentos legais, os consumidores escolhem consistentemente o impresso em vez do digital por sua segurança, clareza, confiabilidade e permanência. Bulas e receituários impressos são a escolha de 53% dos brasileiros No caso dos exames e relatórios médicos e hospitalares 46% preferem receber impressos E, 84% querem ter o direito de escolher se receberão seus extratos e contas impressas ou no formato digital
O presidente de Two Sides América Latina, Fabio Mortara, avalia que as descobertas desta edição da pesquisa refletem um comportamento mais consciente do consumidor em relação a requisitos de sustentabilidade, ainda que não se perceba grandes variações dos indicadores quando comparados aos resultados anteriores. “Embora as ferramentas digitais sejam valiosas, as pessoas reconhecem cada vez mais os pontos fortes únicos da impressão, especialmente onde a compreensão, a memória e a confiança são críticas", diz Mortara.
Outro destaque é a percepção da importância do material impresso no aprendizado e na compreensão. Dos entrevistados brasileiros, 65% acreditam que os alunos aprendem melhor usando materiais impressos do que digitais Para 38% o desaparecimento dos jornais impressos é preocupante. E ainda, 60% estão preocupados com os prejuízos à saúde decorrentes do uso excessivo de dispositivos eletrônicos.
Evento sobre embalagem de papel está disponível online
Especialistas internacionais estiveram reunidos para debater a sustentabilidade das embalagens de papel na webinar “Embalagem de Papel, a Escolha Natural” Realizado no dia 26 de junho, com o tema “Robustez e versatilidade a toda prova”. O evento está disponível online para quem quiser ver ou rever. A programação visou demonstrar, com exemplos concretos, como o papel tem se destacado como solução de embalagem mais sustentável, eficiente e adaptável às diferentes demandas do mercado.
Em sua 5ª edição, a já tradicional webinar é realizada em parceria pela Associação
Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e Two Sides. Os representantes das entidades organizadoras se pronunciaram na abertura do evento, passando a apresentação aos três convidados. São eles: Ian Bates, consultor da Blu8 (Inglaterra) para inovação em produtos à base de fibras, com mais de 25 anos de experiência no setor; Louise Werner, sueca, diretora do Grupo Absolut; e o brasileiro Thiago Vasconcelos Duenha, especialista em sustentabilidade da Arcos Dorados (MacDonald’s). A mediação foi da jornalista Paulina Chamorro, que atua com temas ambientais e colaboração com veículos como National Geographic Brasil, GO Outside e O Eco
Os convidados falaram sobre as tendências e o potencial do mercado global de papel cartão e como tem ajudado grandes varejistas e marcas a reduzirem a dependência de embalagens plásticas de uso único; os desafios para desenvolver uma garrafa 100% renovável e reciclável; e sobre adoção de embalagens e utensílios de papel nos restaurantes da rede McDonald’s na América Latina.
Presidente da ANDIPA confirma presença na Conferência Fastmarkets
Entreosdias11e13deagosto,aconteceráem São Paulo a Conferência Fastmarkets Forest ProductsAméricaLatina2025 Opresidenteda ANDIPA, Italo Aguiar Bezerra de Meneses, já confirmoupresençaparaoeventoqueestána sua 20ª edição. A Conferência reúne palestrantesinternacionais,especializadosnosetor, parafornecerpercepçõesessenciaissobreos mercadosdecelulose,papeleembalagens. Aprogramação tem sessõestemáticasevarie-
dade de assuntos, tais como: tendências de preços, estruturas regulatórias, oportunidades deinvestimentoeinovaçõestecnológicas
Conforme a Fastmarkets, devem participar da Conferência mais de 400 pessoas, representandomaisde150empresasdepelomenos30 países São mais de 50 palestrantes de nove países, dentre eles 25 brasileiros entre CEOs degrandesempresasedomercadofinanceiro, alémdeespecialistasdaFastmarkets
Italo Aguiar Bezerra de Meneses, presidente do Conselho Diretor da ANDIPA e Levi Ceregato, Diretor Titular do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem) da Fiesp, prestigiaram a ação da 4ª edição do #CirculeUmLivro realizada na frente do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, no dia 25 de abril.
A visita ao ponto de troca de livros do projeto foi após a reunião plenária do Copagrem que discutiu “Os impactos da NR 01 (riscos psicossociais) para a indústria”.
#CirculeUmLivro é um projeto de incentivo à leitura, que visa democratizar o acesso ao livro, realizado em parceria pela Ibá e Abigraf. Foram cerca de 13 mil livros arrecadados e distribuídos em pontos de troca em cinco estados brasileiros, nos nove dias da edição de 2025 do #CirculeUmLivro.
Copagrem trata de ex-tarifário
Com a presença do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, o Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem realizou a terceira reunião plenária do ano no dia 26 de junho. O cenário do extarifário na indústria gráfica foi pauta do encontro, com a participação de Vinicius dos Santos, head de acordos internacionais e gestão tarifária do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, de Wagner Silva, gerente geral da Abigraf, e de Jorge Maldonado, diretor titular adjunto do Copagrem e presidente da Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica (Afeigraf).
Na abertura do encontro, o presidente da Fiesp enfatizou a importância estratégica do regimeparaaindústria “Oextarifário impacta diretamente toda a cadeia representada pelo Copagrem. As decisões do Comitê serão defendidas pela Fiesp de maneira intensa efirme”,disseJosuéGomes
O regime aduaneiro especial de ex-tarifário é uma ferramenta estratégica que contribui para a modernização do parque industrial brasileiro. Permite a redução temporária da alíquota do Imposto de Importação para bens de capital e bens de informática e telecomunicações, sem produção nacional equivalente, facilitando a aquisição de máquinas e equipamentos de alta tecnologia
Levi Ceregato, diretor titular do Copagrem e 1º vicepresidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo, disse que o extarifário tem o objetivo de facilitar a importação de máquinas para as indústrias serem competitivas no mercado global “O imposto de importação tem um caráter regulatório, não arrecadatório, só que esta noção está distorcida”,alertou
A legislação atual que regula o uso de ex-tarifários no Brasil traz desafios para as indústrias da cadeia produtiva do papel, gráfica e embalagem Vinicius dos Santos chamou a atenção para dois aspectos: o fato de que todos os ex-tarifários em vigor expirarão até o final de 2025, exigindo reanálise caso a caso, em curto período de tempo. E, a pulverização das indústrias gráficas, em sua maioria pequenas e médias, que requer soluções para questões como a exigência de um projeto de investimento detalhado para cada petição Por fim, o setor colocou a preocupação de que interpretações mais restritivas da similaridade nacional possa dificultar ou inviabilizar futuras concessões de ex-tarifários, travando investimentos e afetando a adoção de tecnologias de ponta.
Diretor titular adjunto do Copagrem e presidente do Conselho Diretor da ANDIPA, Italo Bezerra de Meneses, compõe a mesa da reunião Plenária Copagrem, com Levi Ceregato e Josué Gomes
Foto: Ayrton Vignola Fiesp
Quando encerrar é o caminho mais inteligente
Nos primeiros capítulos desta série*, falamos sobre os sinais de crise financeira, a importância de reconhecê-los com antecedência e as ferramentas jurídicas disponíveis para evitar o colapso.
Agora, trataremos de um tema muitas vezes evitado, mas que precisa ser compreendido de forma clara e objetiva: quando chega o momento de encerrar
O mundo dos negócios é dinâmico e marcado por ciclos. Toda empresa, independentemente do porte ou setor, está sujeita a momentos de crescimento, estabilidade e, infelizmente, declínio.
s p a ç o J u r í d i c o
Esses movimentos fazem parte da dinâmica dos negócios e são influenciados por fatores econômicos, mudanças no mercado, inovaçõestecnológicase,claro,pelaqualidadedagestãointerna.
Aocontráriodoquemuitospensam,issonãoéum “atestado de fracasso”, mas sim um gesto de maturidadeerespeitoaoscredores,colaboradorese àprópriahistóriadaempresa.
Essa ferramenta serve para organizar o encerramento das atividades de forma transparente, possibilitando a liquidação ordenada dos bens, a análisedeeventuaisresponsabilidadesdosgestores eaapuraçãodecréditosdoscredores
Essa pode ser uma boa alternativa considerando cenáriosemquecontinuaroperandoémaisdanoso doqueencerrar.
Empresasqueacumulamdívidasimpagáveis,operam comprejuízosistemáticoenãotêmmaiscondições de se reerguer, frequentemente acabam apenas postergandooinevitáveleampliandoosdanos.
No Brasil, infelizmente, “falir” ainda carrega uma cargaemocionalpesada,associadaafracassoe/ou vergonha,masessepreconceitoprecisaserrevisto. Empreender é arriscar E nem todo risco dá certo Assim como há méritos em ter coragem para começar,hátambémsabedoriaecoragememsaber ahoradeparar
* Este artigo dá continuidade ao assunto tratado neste espaço nas edições: 91 (páginas 16 a 18) - “Reconstruindo Horizontes: conhecendo um pouco mais dos sinais de uma crise”; e 94 (páginas 23 a 25) - “Reconstruindo Horizontes: depois de identificada a crise, quais as primeiras medidas e opções do empresário para se recuperar?” 95 (páginas 12 a 13) - “Reconstruindo Horizontes: como transformar o caos em oportunidade? Para ler, acesse aqui
Muitas das maiores histórias de sucesso no mundo empresarial envolvem fracassos anteriores, ou seja, empresas que fecharam, aprendizados dolorosos e recomeços mais sólidos.
A falência, quando bem conduzida, não encerra a carreira de um empresário. Pode, na verdade, prepará-lo melhor para o próximo passo.
O que define um bom empreendedor não é apenas a capacidade de crescer, mas também de reconhecer os limites, proteger o que é possível e se preparar para novos ciclos, com mais sabedoria.
A autofalência deve ser vista como um ato estratégico, que exige diagnóstico claro, assessoria especializada e uma postura transparente.
Encerrar uma empresa pode ser doloroso, mas também pode ser libertador. E, acima de tudo, pode ser o primeiro passo para virar a página e escrever um novo capítulo.
Com mais de 25 anos de mercado, a LBZ Advocacia prima pela qualidade em seus serviços e pela parceria nos negócios dos clientes. Alia experiência e atualização constante para oferecer soluções jurídicas diferenciadas e eficientes. Com atuação nacional, tem equipes em escritórios na capital paulista e em Cuiabá, Mato Grosso, com profissionais e estrutura para atender clientes em outros estados e países
C o l u n a T w o S i d e s
OPAPEL E C ONOMIACIRCULAR
O conceito de Economia Circular foi desenvolvido a partir da ideia original, de 2004, da velejadora inglesa Ellen MacArthur. Em 2010 foi criada a fundação que leva o seu nome e que trata de difundir essa proposta.
No modo de produção e de consumo tradicional o destino dos bens pósuso é o descarte em lixões, em aterros, incineração ou similares Existe, é claro, algum nível de reciclagem ou reutilização, mas geralmente a maior parte dos recursos utilizados na fabricação dos produtos – energia, insumos, horas de trabalho, logística etc., acaba sendo perdida de alguma forma. Obviamente esse modelo é péssimo para o meio ambiente, tanto pelos danos causados pelo extrativismo - muitas vezes necessário para obtenção de matérias primas – quanto pelo desperdício dos recursos e pela poluição consequente.
A Economia Circular propõe uma mudança radical desse modelo – em primeiro lugar, os produtos devem ser projetados já planejando a sua reutilização, de modo que nunca sejam definitivamente descartados.
Manoel Manteigas de Oliveira Diretor técnico de Two Sides América Latina
Em segundo lugar, se a reutilização não for possível, o “design circular” deve garantirqueoprodutosejatotalmente(e facilmente) reciclável. O ciclo de vida desse tipo de produto será circular e não terá um fim - daí a expressão do “berço ao berço”, em substituição à fórmula do “berço ao túmulo” Se a Economia Circular for implementada na sua plenitude não haverá mais lixo, comonãohálixonanatureza
Mas a Economia Circular também propõe a utilização de fontes de energia renováveis, o combate às mudanças climáticas, a eliminação de resíduos tóxicos provenientes dos processamentos industriais, a proteção e promoção da biodiversidade e a regeneração de ecossistemas em processo de degradação O objetivo é conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental.
Muitas empresas importantes acreditam nesse conceito e estão investindo pesadamente em processos e tecnologias que possam realizá-lo. A ótima notícia é que o setor de celulose e papel já está muito avançado nesse sentido. Sua matéria prima é renovável – árvores cultivadas sistematicamente. Esse cultivo recupera solos que estavam em diferentesníveisdedegradação
As árvores cultivadas sequestram carbono da atmosfera Papel já é muito reciclado e é biodegradável Livros de papel são exemplos de reutilização Resíduos dos processos industriais são rigorosamente controlados.
Novos desenvolvimentos estão sendo gestados para melhorar ainda mais a aderência do setor de celulose e papel à Economia Circular Mas cabe também aos designers, gráficas e convertedores avançar nesse sentido, aproveitando as grandes vantagens ambientais dos substratos celulósicos.
Aos designers cabe projetar produtos gráficos que possam ser reutilizados e buscar alternativas de embelezamento que não demandem tintas, vernizes ou laminações que dificultem a reciclagem ou a biodegradação.
Livro: “Cradle to Cradle - criar e reciclar ilimitadamente”. Michael Braungart e William McDonough. Editora Gustavo Gili Brasil, 2013.
Para saber mais: wwwtwosides.org.br https://ideiacircularcom/ www.ellenmacarthurfoundation.org
Gráficas e convertedores precisam identificar e quantificar suas pegadas ambientais, reduzi-las ao máximo e compensar os impactos negativos que não podem ser eliminados. No setor de embalagens já existem barreiras “ecológicas” que podem substituir, em muitos casos, os polímeros sintéticos
Two Sides apoia e encoraja iniciativas que ajudem a fechar esse ciclo virtuoso.
Fundada em 2008, Two Sides é uma iniciativa global, sem fins lucrativos, que divulga os atributos únicos, sustentáveis e atraentes do papel e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre seus impactos ambientais. Two Sides é uma colaboração de empresas de celulose, papel, embalagens, gráficas, editoras, jornais e revistas e opera na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia Papel, cartão e papelão são recicláveis biodegradáveis e provêm de florestas cultivadas
Two Sides Brasil: www.twosides.org.br | twosides@twosides.org.br | @twosidesbrasil nas redes sociais.
Love Paper Brasil: www.lovepaper.org.br | @lovepaperbrasil nas redes sociais.
A ANDIPA tem a missão de fortalecer e defender os interesses do segmento de distribuição de papel.
Apoie e faça parte da Associação Nacional dos Distribuidores de Papel.
Fortaleça o segmento de distribuição no Brasil e venha usufruir dos benefícios de fazer parte de um mercado mais saudável.