Todo fim de um ciclo é um convite à reflexão que conduz a avaliação do que passou, com atenção e gratidão, para o necessário ajuste de foco e de curso que abre novas perspectivas e oportunidades para o amanhã de cada dia.
Tempo propício
Na ANDIPA, além de encerrar um ano intenso, também concluímos uma gestão e elegemos a nova composição do Conselho Diretor para o próximo triênio. Dois temas centrais para este texto e que reúnem em si as principais facetas do nosso segmento de distribuição de papel.
Para a distribuição, 2024 teve pontos de instabilidades, tanto no mercado interno quanto no externo A taxa de juros alta, a inflação crescente e a explosão no custo do frete internacional formaram uma tríade desafiadora. Ainda tivemos várias ações dos produtores locais tentando fazer o governo impor restrições às importações de papéis, seja com aumento da alíquota do imposto, por sobretaxa, ou mesmo por maior rigor no desembaraço
No segundo semestre, a expectativa de maior consumo de papel nas campanhas eleitorais prometia aquecer o mercado. Mas o que vimos foi o pleito com menos uso de papel. Evidentemente, que a realidade varia de uma região para outra neste no nosso país continental. Ainda assim vejo que a digitalização chegou mais forte na disputa eleitoral e os santinhos migraram para as plataformas digitais
Como sempre, o desvio de finalidade do papel imune continua assombrando e distorcendo o mercado. Nosso esforço de buscar uma solução definitiva para o assunto, através da reforma tributária, esbarrou na resistência de alguns elos da cadeia Mesmo assim, tivemos um grande avanço em 2024 A partir das discussões no Copagrem, formamos a Comissão de Estudos sobre Papel Imune na FIESP, aberta à participação de todas as entidades do setor. Mesmo tendo posições divergentes, focamos nos pontos de consenso. Nos reunimos com a equipe da Receita Federal e vamos manter o diálogo, tão necessário para um mercado saudável e livre E d i t o r i a l
Tenho consciência de que não deveria existir a imunidade sobre o papel, pois é muito mais prejudicial do que benéfico para todos. A imunidade concedida ao papel vem de longa data e pode ser legítima ao livro e afins, desde que não provoque danos a toda cadeia, perda de arrecadação e consequente prejuízo à sociedade. Entrando em 2025, na era da tecnologia, temos mecanismos eficientes de gestão tributária, para dar o benefício a quem de direito O que não tem lógica é continuarmos tendo diferentes tratamentos tributários para o mesmo produto (o papel), conforme sua destinação.
Sei que é uma pauta difícil. Ainda assim, não vou deixar de acreditar que juntos podemos ter uma solução definitiva para acabar com o uso indevido do papel imune. Sim, à la Dom Quixote, não como ingenuidade ou devaneio, mas com a convicção de que mantendo acesa a esperança permanecemos vivos e na luta.
Com a ideia de manter em movimento o ciclo de paz e prosperidade, desejo a cada um que esse tempo propício à reflexão gere inspiração e energia para plantar e colher bons frutos em todos os dias de 2025.
23/12/2024
Italo Aguiar Bezerra de Meneses Presidente do Conselho Diretor
Entre amigos e campeões: Copagrem encerra
o ano
A última plenária de 2024 foi um misto de balanço, perspectivas e confraternização, celebrando conquistas e oportunidades com inspiração para novas conquistas Assim, encerrou o ano o Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
Encerrada a plenária, o Copagrem recebeu a escritora Mariah Morais e o ex-jogador Cafú, capitão da seleção brasileira de futebol na conquista do pentacampeonato mundial Lançando o livro A Saga Cafú, os dois apresentaram o projeto de inspiração e motivação, especialmente voltado para as crianças das escolas públicas e das periferias O casal compartilhou histórias e experiências com a plateia, destacando o papel do líder como elo, como aquele que deve dar responsabilidade e importância a cada membro de sua equipe.
Ao final todos foram presenteados com uma edição do livro que pôde ser autografada
Participante ativa do Copagrem, a ANDIPA esteve presente no evento de dezembro. Na foto, o presidente Italo Bezerra de Meneses à mesa com membros da diretoria do Copagrem
Fiesp designa presidente da ANDIPA para diretor adjunto do Copagrem
Atividade realizada Código de atividade econômica (segundo CNAE) e Observações pertinentes
FABRICANTE (FP) 1721-4-00 - FABRICAÇÃO DE PAPEL
5811-5-00 - EDIÇÃO DE LIVROS
5812-3-01 - EDIÇÃO DE JORNAIS DIÁRIOS
USUÁRIO (UP)
IMPORTADOR (IP)
5812-3-02 - EDIÇÃO DE JORNAIS NÃO DIÁRIOS
5813-1-00 - EDIÇÃO DE REVISTAS
Obs. Não se admite o uso exclusivo da atividade de Importador, porque esta não indica qual será a destinação dada ao papel imune. Assim, o estabelecimento deverá indicar no seu requerimento a(s) outra(s) atividade(s) que realizará com o papel imune importado e o respectivo código válido para essa(s) atividade(s).
DISTRIBUIDOR (DP) 4686-9-01 - COMÉRCIO ATACADISTA DE PAPEL E PAPELÃO EM BRUTO
1811-3-01 - IMPRESSÃO DE JORNAIS
1811-3-02 - IMPRESSÃO DE LIVROS, REVISTAS E OUTRAS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS
5821-2-00 - EDIÇÃO INTEGRADA À IMPRESSÃO DE LIVROS
GRÁFICA (GP)
CONVERTEDOR (CP)
ARMAZÉM-GERAL OU DEPÓSITO FECHADO (AP)
5822-1-01 - EDIÇÃO INTEGRADA À IMPRESSÃO DE JORNAIS DIÁRIOS
5822-1-02 - EDIÇÃO INTEGRADA À IMPRESSÃO DE JORNAIS NÃO DIÁRIOS
5823-9-00 - EDIÇÃO INTEGRADA À IMPRESSÃO DE REVISTAS
4686-9-01 - COMÉRCIO ATACADISTA DE PAPEL E PAPELÃO EM BRUTO (Obs.: Se a conversão é feita por iniciativa do convertedor)
8292-0-00 - ENVASAMENTO E EMPACOTAMENTO SOB CONTRATO (Obs.: Se a conversão é feita por encomenda do adquirente)
ARMAZÉM GERAL: 5211-7-01 - ARMAZÉNS GERAIS - EMISSÃO DE WARRANT
DEPÓSITO FECHADO: Obs. Por não haver um código específico de atividade econômica para Depósito Fechado, o estabelecimento deverá indicar no seu requerimento um ou mais estabelecimentos da própria empresa já inscritos no REGPI a serem atendidos pelo depósito fechado
Empresa com Registro de Papel Imune deve ter Domicílio Tributário Eletrônico
A Receita Federal identificou e enviou comunicado a 196 pessoas jurídicas com Registro Especial de Controle de Papel Imune (Regpi) ativo e sem adesão ao Domicílio
Eletrônico. Conforme a Instrução Normativa RFB nº 2217, de 06/09/2024, as empresas autorizadas a realizar operações com papel imune estão obrigadas a aderir ao Domicílio
Tributário Eletrônico (DTE). O prazo de adesão acabou no dia 06 de dezembro.
Sem o DTE a empresa não pode manter o Registro Especial para fabricar, utilizar, importar, distribuir, converter, armazenar ou comercializar papel imune. O procedimento para adesão é simples e deve ser efetuado por meio do Portal e-CAC, sem necessidade de comparecer às unidades da Receita Federal, conforme instruções disponíveis em https://www gov br/pt-br/servicos/optar-pelodomicilio-tributario-eletronico.
Amato, parte da nossa história
No dia 16 de novembro recebemos com muito pesar a notícia do falecimento de Vicente Amato Sobrinho, que foi presidente executivo da ANDIPA entre os anos de 2010 e 2022. Sua relação com a Associação Nacional dos Distribuidores de Papel foi além dos 12 anos de dedicação e serviço, começando antes da fundação da entidade, em 2001. Presidente do Sindicato do setor desde 1995, Vicente gostava de contar que a ANDIPA foi idealizada em reuniões do Sinapel Ele faz parte da história da ANDIPA e do próprio mercado de papel.
ANDIPA elege nova diretoria
A Assembleia Geral Ordinária da ANDIPA, realizada em 28 de novembro, confirmou a chapa única para o Conselho Diretor que vai conduzir a entidade no triênio 2025 – 2027
Na mesma data foi realizada a Assembleia Geral Extraordinária que aprovou a admissão da empresa CamilaComérciodePapéis,deSãoPaulo,noquadro deassociadasANDIPA.
A diretoria eleita tomou posse na primeira semana deste ano. Conforme o estatuto, o Conselho Diretor recém empossado escolhe por unanimidade um de seus membros para a presidência Ítalo Bezerra de Meneses foi reconduzido ao cargo de presidente do Conselho Diretor
Oportunamente, a ANDIPA vai confirmar os integrantes do Comitê de Auditoria ÍtaloAguiarBezerradeMeneses -ABCDistribuidora; JoséRainiltonMarquesde Almeida-RymoImageme ProdutosGráficosdaAmazônia; VitorPaulodeAndrade-Rio BrancoComércioeIndústriade Papéis;e
A nova diretoria é composta por representantes das empresas associadas:
Após a eleição da nova diretoria, em dezembro, a ANDIPA recebeu um grupo pessoas para um almoço em São Paulo. Participaram do encontro, distribuidores associados, representantes da indústria gráfica, de fornecedores de papéis e parceiros.
Recebendo os convidados, o presidente da ANDIPA, Italo Bezerra de Meneses, agradeceu a oportunidade de celebrar os ciclos que se renovam e passou a palavra aos demais diretores.
O novo integrante do Conselho Diretor, José Marques, da Rymo da Amazônia, (foto ao lado) fez questão de passar uma mensagem, evidenciando a riqueza da diversidade numa entidade nacional.
Em seguida, falou outro veterano no setor, mas recém assumindo nova função Flavio Ignácio (foto ao lado), agora diretor comercial do Grupo Rio Branco, trouxe sua experiência para o segmento de distribuição.
As conversas entre associados e convidados foram animadas. Além dos diretores eleitos, estiveram presentes: Maurício Cazati, gerente de Assuntos Tributários e Fiscais da Ibá; Fabio Mortara, presidente de Two Sides; Wagner Silva e Rogério Camilo, gerentes da Abigraf; João Scortecci, presidente da Abigraf SP; os advogados Gustavo Dalla Valle e Bruno Accioly, da LBZ Advocacia; Laura Miranda e Gustavo Silva, gerente comercial da Blendpaper; Joana D'Arc Herrera Pain e Ailton Scarpitta, da Camila Papéis que é a mais nova associada ANDIPA; e Anibal Baptista, presidente do Sinapel.
Todos os sistemas componentes do Sistema Integrado de Comércio Exterior, bem como os demais sistemas governamentais destinados à obtenção de autorizações, certificações e licenças para exportar ou importar estão presentes no Portal Siscomex. Por meio dele, os operadores do comércio exterior também contam com acesso simplificado às normas que regem as importações e exportações brasileiras, organizadas por órgão responsável pela edição ou administração da norma em questão.
Com a implantação do Novo Processo de Importação, as empresas precisarão de um cadastro prévio dos seus produtos e de operadores estrangeiros no módulo Catálogo de Produtos no Portal Único Siscomex. O Catálogo de Produtos é uma ferramenta que permite ao importador descrever, de maneira padronizada, as características de sua mercadoria, o que facilita o reaproveitamento de informações para transações futuras, diminui a quantidade de erros de preenchimento nas declarações e agiliza a análise das operações por parte da Administração Pública.
Especialistas em comércio exterior têm ressaltado as vantagens do catálogo de produtos e as consequências para quem negligenciar uma gestão eficaz desse cadastro. Os riscos incluem incidência de multas e penalidades por informações incorretas, atrasos nas liberações das cargas junto à aduana e seus decorrentes custos adicionais de armazenagem. Esse banco de dados será gerido pelo próprio importador, atualizando-o com novos produtos ou novas informações dos produtos já cadastrados.
Imagem capturada em 15 de janeiro de 2025, com última atualização disponível de 22 de novembro de 2024
Comércio exterior teve maior participação no mercado brasileiro de papel
Importação e exportação cresceram em 2024. Saldo da balança comercial do setor aumentou 9,5%
Os números de dezembro confirmaram a tendência de crescimento nas importações e nas exportações de papéis em 2024 frente ao ano anterior. Os dados oficiais, divulgados em janeiro pela Secretaria de Comércio Exterior, apontam a saída de pouco mais do que 2,4 milhões de toneladas de papéis produzidos no Brasil e a entrada de 640 mil toneladas de papéis estrangeiros. Com isso, a balança comercial do setor teve saldo de 1,8 milhão de toneladas, 9,5% maior do que em 2023, que foi de aproximadamente 1,6 milhão de toneladas. Estes volumes correspondem a toda movimentação de comércio exterior registrada no Capítulo 48 do Sistema Harmonizado (SH) da classificação de mercadorias, que identifica produtos de papel e cartão divididos em mais de 260 Nomenclaturas Comum do Mercosul (NCMs).
A importação teve seu recorde em 2010, com o desembarque de 1,5 milhão de toneladas de papéis estrangeiros. Nos anos seguintes, as importações diminuíram, chegando em 2016 a 688 mil toneladas, menos de 50% do volume de 2010. Os desembarques de papéis ainda aumentaram em 2017 para 758 mil toneladas, voltando a recuar nos anos seguintes. Em 2023, a participação do papel estrangeiro no mercado brasileiro foi menor do que em 2020, ano marcado pela paralização das atividades na pandemia. Conforme os registros do portal Comex Stat, em 2023 foi registrada a entrada de 541 mil toneladas de papéis no Capítulo 48, o menor volume da série histórica iniciada em 1997.
Mesmo tipo foi o mais importado e o 2º tipo mais exportado em 2024
A classificação de produto que liderou as importações apareceu em segundo lugar na relação de itens mais exportados, pelo detalhamento das movimentações de 2024 consultadas no portal Comex Stat, o sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens
Nas vendas externas, em 2024 foram despachadas 359,9 mil toneladas nessa classificação, quase 20% a mais do que as 301,3 mil toneladas de 2023, e 13% acima das 318,4 mil toneladas.
Considerando o volume e o mix comercializados nos últimos três anos, a participação desse item ganhou mais peso nas exportações e perdeu nas importações Nos três anos, essa fatia oscilou de 12,8% para 14,7% no total das vendas ao exterior O produto que em 2022 e em 2023 era o terceiro maior volume das exportações, em 2024 foi o segundo, atrás apenas da NCM 48025610 (com 424,5 mil toneladas exportadas).
Na importação, o percentual da NCM 4810.29.90 no ranking de produtos variou de 16,6% para 13,7% do total, ficando entre a primeira e a segunda posição nos três anos.
Fonte:
Stat / MDIC Elaboração: ANDIPA
Papéis para fins específicos
Entre os dez primeiros itens da relação de importação, aparecem produtos destinados a mercados específicos e que, geralmente, não são comercializados pelos distribuidores, como caixas de papel ou cartão, ondulados (4819.10.00, com 20 mil toneladas importadas em 2024).
Ou ainda como nos casos dos papéis que tiveram o terceiro, o quarto e o quinto maiores volumes importados em 2024. A terceira posição nas estatísticas oficiais aponta a entrada de 51,6 mil toneladas na NCM 4805.92.90, tipo descrito como “Outros papéis não revestidos, em rolos ou folhas, de peso superior a 150 g/m2, mas inferior a 225 g/m2”. Como o quarto maior volume (34,8 mil toneladas) aparece a NCM 4805.91.00, que se refere a “Outros papéis e cartões não revestidos, em rolos ou folhas, de peso não superior a 150 g/m2”.
Em quinto lugar, com 31 mil toneladas importadas, vem a NCM 4806.40.00, do “Papel cristal e outros papéis calandrados transparentes ou translúcidos, em rolos ou em folhas”. Também menos usual na pauta dos distribuidores, esse último tipo de papel ficou mais conhecido pelas medidas protetivas pleiteadas pelos fabricantes nacionais.
A nomenclatura 4806.40.00 teve por pelo menos dez anos a aplicação de sobretaxa na importação por processo de antidumping aberto em 2008. Além disso, em 2024 foi um dos alvos de pedido de aumento da alíquota do imposto de importação de 10,8% para 25%.
Dos sete pedidos de elevação tarifária apresentados pelos fabricantes, a Câmara de Comércio Exterior negou cinco, entre eles o 4806.40.00, e atendeu parcialmente dois, com percentuais menores do que os pretendidos.
O cartão, classificado na NCM 4810 92 90, foi o segundo maior volume importado em 2024, com 87mil toneladas As importações de cartão aumentaram 9,4% sobre as 79,5 mil toneladas de 2023 e mais de 50% quando comparadas as 57 mil toneladas recebidas em 2022
Das quatro NCMs que compõem o grupo dos papéis revestidos denominados cuchê, uma está entre os maiores volumes importados – a 4810 19 99 A entrada de 25,5 mil toneladas colocou essa classificação de cuchê em sexto lugar no ranking de importação em 2024. No ano anterior, foram recebidas 18 mil toneladas e em 2022 foram 23,2 mil toneladas.
Em seguida, aparece o papel jornal, na NCM 4801.00.30. Pelos dados oficiais em 2024, empresas brasileiras importaram 22,8 mil toneladas deste item, enquanto os fabricantes nacionais despacharam para o exterior 31,9 mil toneladas. Em 2023, a importação somou 12 mil toneladas e a exportação 42,4 mil toneladas Na outra classificação do papel jornal – a NCM 4801 00 90 – a importação é bem menor, não chegando a mil toneladas em 2024. Com isso, os totais das importações foram 23,8 mil toneladas em 2024, 12,9 mil toneladas em 2023 e 21,3 mil toneladas no ano anterior
Nos segmentos de papel cortado (cut size) e o LWC, a participação do produto importado no mercado brasileiro são as menores entre os itens monitorados
As importações de cut size, enquadrados nas NCMs 4802 56 10 e 4802.56.99, somaram 7,9 mil toneladas no ano passado, quase o dobro das 4,6 mil toneladas de 2022. Em 2023 foi registrado o desembarque de 6,5 mil toneladas de papel cortado
Fonte: Comex Stat / MDIC Elaboração: ANDIPA
* NCMs 4810.13.89, 4810.13.99, 4810.19.89 e 4810.19.99
** Papel cartão na NCM 4810.92.90
Já o LWC, descrito na nomenclatura 4810.22.90, somou duas mil toneladas em 2024, o que equivale a crescimento percentual significativo, depois de ficar próximo de zero a partir de 2020 Conforme o Comex Stat, o registro de 2023 foi de 0,9 mil tonelada e o de 2022 marca a importação de 0,4 mil tonelada de LWC
De janeiro a novembro
Imprimir e Escrever teve resultados maiores em 2024
Comércio exterior cresceu mais e puxou para baixo o consumo aparente desses papéis no Brasil
A produção brasileira de papéis de Imprimir e Escrever (I&E) cresceu 1,9% e as vendas ao mercado doméstico tiveram alta de 2,6%.
O desempenho é referente aos meses de janeiro a novembro de 2024 frente ao mesmo período de 2023, conforme a mais recente edição do Boletim Dados Papel Ibá.
Os resultados do comércio exterior foram os que mais cresceram intervalo analisado As importações aumentaram 8,7% e as exportações 10,3%, percentuais que impactaram na queda de 2,5% no consumo aparente de papéis para impressão e escrita Isto porque o cálculo do volume destinado ao consumo interno considera o saldo da produção, menos a exportação, mais a importação
Em volumes, de janeiro a novembro de 2024 os fabricantes brasileiros produziram perto de 2 milhões de toneladas de papéis de I&E, das quais 1,1 milhão de toneladas foram para venda doméstica e 845 mil toneladas seguiram para exportação. A parcela do fornecedor estrangeiro foi de 137 mil toneladas e o consumo aparente apurado foi de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de papéis destinados à impressão e escrita
Quando observados frente a 2022, os dados dos onze meses de 2024 tiveram quedas na produção, na venda doméstica e no consumo, com aumento nas exportações e nas importações, como demonstrado no gráfico a seguir.
Fonte: Dados Papel - Ibá
Mercado geral de papéis cresceu
Todos os indicadores listados no Boletim Dados Papel Ibá, referentes aos meses de janeiro a novembro de 2024, apresentaram crescimento no comparativo com o mesmo período de 2023 Considerando os resultados gerais dos papéis para todos as aplicações, a variação foi de 4,9% na produção nacional, de 2,3% nas vendas domésticas, de 13,5% nas exportações, de 20% nas importações e de 3,8% no consumo aparente (produção + importação - exportação)
Para cada atividade, o boletim estatístico da Indústria Brasileira de Árvores agrupa os dados em cinco segmentos: Embalagem, Imprimir e Escrever, Imprensa, Cartão e Outros O segmento de papéis para Embalagem respondeu por cerca de 57% do total produzido de janeiro a novembro de 2024 Em relação ao mesmo período de 2023, os papéis para Embalagem tiveram aumento de 6,6% na produção, 0,6% na venda interna, 18,1% na exportação e de 14,3% na importação. Com isso, o consumo aparente de papel de Embalagem aumentou 4,9% no comparativo dos dois anos
Reconstruindo Horizontes: depois de identificada a crise, quais as primeiras medidas e opções do empresário para se recuperar?
No primeiro capítulo desta série*, foram abordados os primeiros sinais de uma crise financeira na empresa e a importância de se manter atento a indicadores que possam antecipar períodos de dificuldades e demandar medidas mais drásticas.
Afinal, como dito anteriormente, todas as empresas enfrentam ciclos de crescimento, estabilidade e declínio em sua trajetória, devido a fatores macroeconômicos, condições de mercado e, claro, questões internas relacionadas à gestão e eficiência.
Ao identificar sinais de crise financeira, o empresário pode adotar uma série de medidas estratégicas para tentar recuperar a saúde da empresa, como, por exemplo, realizar um diagnóstico financeiro detalhado para avaliar:
Principais custos;
Revisão organizacional das operações; Plano de redução de gastos; Renegociação de dívidas e reestruturação de garantias
Além disso, é fundamental realizar um rigoroso acompanhamento das ações implementadas, com monitoramento detalhado de números e estratégias.
Essas medidas iniciais fornecem uma base sólida para o processo de reestruturação financeira e, quando bem aplicadas, podem criar condições para que a empresa retome o crescimento e supere a crise.
Se essas iniciativas não alcançarem os resultados esperados dentro do período planejado, o empresário pode recorrer a medidas jurídicas mais drásticas para renegociar com os credores.
Nesse contexto, a legislação brasileira prevê a recuperação judicial e a extrajudicial como ferramentas importantes para empresas em dificuldades financeiras, permitindo que se reorganizem de forma controlada e supervisionada.
Já a recuperação extrajudicial é uma alternativa menos formal e onerosa, permitindo que a empresa negocie diretamente com os credores, sem passar por um processo judicial completo.
A negociação pode ser individual ou coletiva, abrangendo apenas alguns credores específicos, caso necessário. Após acordos com pelo menos 60% dos credores de cada classe abrangida, é possível solicitar a homologação judicial do plano
Essa homologação confere validade jurídica ao acordo, tornando-o obrigatório para todos os credores envolvidos, mesmo os que não participaram das negociações.
Filipe Luis de Paula e Souza (acima) é sócio da LBZ Advocacia e Guilherme Tropia Padilla (abaixo) é advogado do Escritório
Diferenças e Escolha Entre os Modelos
A escolha entre recuperação judicial e extrajudicial depende das características da crise e do perfil dos credores.
Recuperação Judicial
Vantagens: suspensão temporária de cobranças (stay period), maior abrangência, transparência e obrigatoriedade para todos os credores
Desvantagens: processo mais demorado, oneroso, com maior exposição pública e necessidade de aprovação em assembleia.
Recuperação
Extrajudicial
Vantagens: agilidade, menor custo, menor exposição e foco em credores específicos.
Desvantagens: não suspende automaticamente execuções e pode ser difícil obter o percentual necessário de adesão entre os credores.
Em ambos os casos, o sucesso depende do diagnóstico inicial e do momento em que a empresa busca ajuda especializada. Assim como na medicina, quanto mais cedo for identificado o problema, maiores são as chances de recuperação e melhores as condições para restabelecer a saúde financeira. Por isso, sempre fique de olho na saúde financeira da sua empresa.
* Este artigo dá continuidade ao assunto da Coluna Espaço Jurídico da Edição 91, páginas 16 a 18, com o título “Reconstruindo Horizontes: conhecendo um pouco mais dos sinais de uma crise” Para ler, acesse aqui
Com mais de 25 anos de mercado, a LBZ Advocacia prima pela qualidade em seus serviços e pela parceria nos negócios dos clientes Alia experiência e atualização constante para oferecer soluções jurídicas diferenciadas e eficientes Com atuação nacional, tem equipes em escritórios na capital paulista e em Cuiabá, Mato Grosso, com profissionais e estrutura para atender clientes em outros estados e países.
Campanha Global de Two Sides relata aumento de casos de greenwashing à medida que organizações focam em sustentabilidade
Two Sides abordou mais de 2.800 organizações que divulgam mensagens com greenwashing contra o uso de papel, resultando em mais de 1.260 que removeram ou alteraram declarações enganosas contra o papel.
C o l u n a T w o S i d e s
Pressões econômicas continuam a impulsionar muitos casos de greenwashing, com inúmeras organizações mudando sua comunicação baseada em papel para plataformas digitais, buscando reduzir custos. Essa transição muitas vezes é acompanhada por afirmações ambientais enganosas e infundadas, como "Seja verde – troque o papel e escolha o digital" ou "Escolha a fatura eletrônica e ajude a salvar uma árvore" – mas isso é enganoso e é greenwashing.
Muitas vezes as preferências dos consumidores estão sendo ignoradas na mudança para a comunicação digital. Dados da pesquisa “Trend Tracker 2023” de Two Sides revelam que 57% dos consumidores brasileiros acreditam que os argumentos ambientais das empresas para justificar a transição para o digital são enganosos e que seu objetivo principal é a redução de custos. A pesquisa mostra também que 86% dos consumidores querem ter o direito de escolher a forma como recebem documentos e não desejam ser forçados a adotar a comunicação digital.
À medida que a sustentabilidade corporativa ganha atenção, outros setores, como o de embalagens à base de papel e o de papéis sanitários, também enfrentam greenwashing, com produtos alternativos sendo divulgados de forma enganosa como sendo mais sustentáveis.
O presidente de Two Sides América Latina, Fabio Mortara, afirma: “Essas alegações de greenwashing não apenas violam os regulamentos de marketing ambiental, mas também prejudicam uma indústria com um histórico ambiental bem estabelecido e em constante melhoria. Longe de 'salvar árvores', um segmento de produtos de árvores cultivadas, como o do papel, incentiva o crescimento a longo prazo das florestas por meio de uma gestão sustentável. Muitas das organizações que abordamos ficam surpresas ao saber que apenas árvores cultivadas, fibras alternativas como o bagaço da cana-de-açúcar e fibras recicladas são usadas como matéria-prima para papel novo”
“É vital que essas mensagens enganosas sejam contestadas para garantir que o excelente histórico ambiental da indústria de celulose e papel seja reconhecido e para proteger os meios de subsistência de milhões de pessoas que trabalham nos setores de cultivo de árvores, fabricação de papel, de embalagens e impressão, do impacto de um marketing oportunista e enganoso de greenwashing,” diz Fabio Mortara.
O impacto financeiro do greenwashing também é motivo de preocupação global se essas mensagens continuarem sem ser contestadas.
A campanha anti-greenwashing é uma prioridade para Two Sides, que continua a instar as empresas a não usarem alegações ambientais infundadas e enganosas sobre a eliminação do papel nas suas comunicações.
“Agradecemos a cooperação das centenas de organizações que alteraram ou eliminaram suas mensagens de greenwashing e aos profissionais e consumidores que têm nos informado sobre novos casos.”, conclui Mortara.
Por favor, informe qualquer caso de greenwashing contra o uso de papel, cartão e papelão para gw@twosides.org.br
Globalmente, Two Sides abordou mais de 2.800 organizações que faziam alegações enganosas sobre o papel. Só na América Latina, foram 222 empresas, incluindo desde pequenas organizações até gigantes, como uma das maiores plataformas de reservas de hospedagem online. Com a ação antigreenwashing e apenas considerando esta última, mais de 30 milhões de consumidores deixaram de ser impactados mensalmente com uma mensagem negativa, e equivocada, contra o papel. TwoSides
Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides estimula a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos Two Sides é uma colaboração de empresas de celulose, papel, embalagens, gráficas, editoras, jornais e revistas e opera na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Papel, cartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável Além disso, são recicláveis e biodegradáveis
Two Sides Brasil: www.twosides.org.br | twosides@twosides.org.br | @twosidesbrasil nas redes sociais.
Love Paper Brasil: www.lovepaper.org.br | @lovepaperbrasil nas redes sociais.
A ANDIPA tem a missão de fortalecer e defender os interesses do segmento de distribuição de papel.
Apoie e faça parte da Associação Nacional dos Distribuidores de Papel.
Fortaleça o segmento de distribuição no Brasil e venha usufruir dos benefícios de fazer parte de um mercado mais saudável.