Érrigê

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Fala aê bê-érri!

Bem-vindo à primeira edição da Érrigê, a revista feita por quem cria, pra quem cria.

Se chegou agora, deixa a gente te explicar esse rolê: A Érrigê nasceu pra ser um espaço de inspiração e descoberta dentro do mercado criativo nacional. A gente quer dar visibilidade aos artistas, designers, produtores, ilustradores, fotógrafos, músicos e sonhadores que fazem a cultura brasileira pulsar.

Nosso papel é ser aquela fonte de inspiração pra quem tá começando ou já trabalha com a criatividade faz um tempo, mostrando que o processo criativo pode ser leve, divertido e cheio de identidade sem precisar perder a brasilidade. Queremos te ajudar a transformar ideias em projetos diversos que valorizem o Brasil e tudo que há de incrível em seu vasto território.

Nessa edição você vai encontrar um monte de artistas para servirem de inspiração, desde as artes em destaque no Varal até os depoimentos de artistas conhecidos no Papo de Buteco. Falando da tão amada cultura brasileira, ela ganha destaque em nossas páginas através de nossas lendas, festas e reflexões sobre a relação dela com questões atuais. Além disso, pode contar com a gente para te dar algumas dicas preciosas de como se organizar para desenvolver seus projetos.

Então chega mais, folheia com calma e se deixa levar. O Brasil é um país de infinitas criações, e você faz parte disso!

Escola Superior De Propaganda e Marketing

DSG3A | 2025.2

PROJETO INTEGRADO 3º SEM

Projeto III

Marise de Chirico

Cor Percepção e Tendências

Paula Csillag

Infografia e Visualização de Dados

Marcelo Pliger

Motion Graphics II

Carlos Eduardo Nogueira

Produção Gráfica

Sergio Luis Sudsilowsky Ferreira

Projeto Editorial e Gráfico

Ana Luiza Canuto Vichi

Anna Paula dos Santos Fernandes

Bruna Carrer Tognon

Gustavo de Lucena Coelho

Luis Eduardo Vasconcellos Senna

Matheus Soares Baumgartner

Natalia Gabriele Batista Rocha

Suzane Vieira da Silva

Matheus

Registrados

Antonio Prata

Escritor, cronista e roteirista, Antonio Prata nasceu em São Paulo, em . Entre e , publicou crônicas na revista Capricho, voltada para o público adolescente. Já nessa fase, conquistou os leitores com um estilo marcante, que se tornaria referência para toda uma geração. Prata possui uma coletânea famosa chamada “Meio intelectual, meio de esquerda”, lançada pela Editora , reunindo textos publicados em periódicos.

Luisa Dörr

Luisa Dörr é uma fotógrafa brasileira natural do Rio Grande do Sul, formada em Design Gráfico. Sua relação com a fotografia começou cedo (quando criança, pedia câmeras de presente de Natal), mas foi aos anos que iniciou sua carreira profissional, trabalhando no estúdio de sua tia. Desde então, consolidou-se como uma das principais fotógrafas contemporâneas do país, com trabalhos reconhecidos internacionalmente.

Renan Frade

Renan Martins Frade nasceu em de novembro de , na cidade de Santos ( ), e é formado em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo ( ). Desde cedo demonstrou interesse pela produção de conteúdo, começando a criar para a internet aos anos, em uma era pré-Google. Ao longo da carreira, atuou em diversas áreas da comunicação e se destacou por unir tecnologia, cultura e narrativa em seus projetos editoriais.

A Pisadeira: Pesadelo que Emerge

O folclore brasileiro, um vasto repositório de narrativas fantásticas, abriga a aterrorizante figura da Pisadeira. Essa criatura noturna, que ataca em momentos de vulnerabilidade, personifica o medo ancestral do desconhecido e, ao mesmo tempo, serve como um sutil alerta cultural sobre hábitos cotidianos. Sua história, registrada e eternizada por importantes folcloristas, como Cornélio Pires, oferece um rico panorama da cosmovisão caipira do início do século

A Gênese do mito no registro folclórico O registro formal da lenda no folclore brasileiro está intrinsecamente ligado ao trabalho de Cornélio Pires ( - ), um dos maiores etnógrafos da cultura caipira e apelidado de “bandeirante do folclore paulista”. Em sua obra “Conversas ao Pé do Fogo”, Pires narra o diálogo revelador com um caipira, nos idos de , que lhe forneceu a descrição vívida da entidade. Esse registro não apenas preservou a figura da Pisadeira, mas também valorizou o modo de falar do homem do campo.

A descrição, mantendo a fonética do linguajar caipira, choca pela riqueza de detalhes grotescos: “Esta é ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sombranceia cerrado e zóio aceso… Quando a gente caba de ciá e vai durmi logo, deitado de costa, ele desce do teiado e senta no peito da gente, arcano… arcano… a boca do estámo… Purisso nunca se deve dexá as criança durmi de costa.”

Essa narrativa, coletada diretamente da fonte oral, ressalta o papel fundamental de Pires na preservação da memória e das identidades nacionais, registrando variedades linguísticas que eram, à época, marginalizadas.

O perfil da criatura e seu modus operandi

A Pisadeira é descrita de forma consistente como uma figura horripilante, uma velha mulher que combina o macabro com o ameaçador. Os relatos a pintam como alta e magra, com pernas curtas e pés enormes calçados em chinelos velhos. Seu rosto é grotesco: queixo revirado, nariz fino e arqueado, sobrancelhas cerradas e olhos “acesos” ou “vermelho fogo” que emanam maldade. O que mais aterroriza são seus dedos longos e secos, munidos de unhas sujas e compridas. Sua manifestação sonora é a gargalhada estridente e horripilante, jamais um riso.

Seu esconderijo habitual são os telhados das casas, onde ela observa e espera o momento ideal para o ataque perfeito.

O modus operandi da Pisadeira é metódico e punitivo. Ela escolhe vítimas que cometem o “pecado da gula” e da preguiça: a pessoa que faz uma refeição pesada, a “ceia”, e deita-se imediatamente, e principalmente de barriga para cima. A criatura desce do telhado e se posiciona sobre o peito e/ou a barriga do indivíduo, começando a pisar ou sentar com força, concentrando o peso na “boca do estômago”.

O resultado é a paralisia e o terror. A vítima, embora consciente e muitas vezes com alucinações visuais e táteis da entidade, é incapaz de se mover, gritar ou reagir. Sente a falta de ar e o peso opressor sobre o tórax, permanecendo em um estado de vigília aterrorizada e indefesa. Em algumas versões, a intensidade da pisada é tanta que a pessoa pode acordar com a barriga dolorida.

Amanda Ogoshi
Vichi
Um perigo pra aqueles que dormem virados para cima, pena pra ela que eu durmo de lado!

a verdadeira história da “Loira do Banheiro”

Popular entre as lendas urbanas brasileiras, a “Loira do Banheiro” continua provocando arrepios e curiosidade, especialmente entre estudantes que evitam os banheiros escolares após ouvir histórias sobre a assombração. Segundo a lenda, o espírito de uma mulher loira, vestida de branco, surge depois de um ritual que inclui xingamentos e descargas. No entanto, poucos conhecem a origem documentada dessa história, que remonta ao século

Com o Halloween, a lenda ganha ainda mais destaque, revelando as raízes do mito em uma figura histórica real: Maria Augusta de Oliveira Borges, uma jovem aristocrata com uma vida marcada por tragédias e mistérios.

Loira do Banheiro Loira do Banheiro

A lenda da “Loira do Banheiro” é, na verdade, inspirada em uma personagem histórica, Maria Augusta de Oliveira Borges. Filha do Visconde de Guaratinguetá, uma cidade no Vale do Paraíba, em São Paulo, Maria Augusta viveu uma vida de luxos e tragédias. Aos anos, foi forçada a se casar com Dutra Rodrigues, um homem influente e bem mais velho, o que era comum na época, mas resultou em uma vida de infelicidade para a jovem.

Aos anos, Maria Augusta vendeu suas joias e fugiu para Paris, em busca de liberdade. Lá, viveu de forma independente, até que, aos anos, faleceu de maneira misteriosa, supostamente devido à raiva humana, ou hidrofobia, doença comum na época. A morte de Maria, no entanto, sempre deixou perguntas no ar, uma vez que seu atestado de óbito desapareceu, alimentando ainda mais o mistério que a cerca. Após a morte de Maria Augusta, sua família decidiu trazer o corpo da jovem de volta ao Brasil. Durante o período de luto, o corpo foi mantido

em uma urna no casarão da família, permitindo que os moradores da cidade a visitassem. Sua mãe, Amélia Augusta Cazal, relutava em enterrá-la, motivada por arrependimentos e uma ligação profunda com a filha. No entanto, segundo relatos da época, Amélia começou a ter visões de Maria Augusta, que suplicava para ser sepultada.

Eventualmente, a família decidiu enterrar Maria Augusta, mas não antes que diversos eventos sobrenaturais fossem relatados no casarão. Funcionários e visitantes afirmavam ouvir música de piano e sentir o perfume de rosas brancas, que Maria usava frequentemente. Essas histórias logo se espalharam, e o casarão, mais tarde transformado na Escola Estadual Conselheiro, ganhou fama como um local assombrado.

Se lembra de te trancarem no banheiro depois de fazer o ritual? É... Eu também

O Misterioso Protetor das Águas

A cultura popular brasileira é muito rica, cheia de histórias fantásticas que passam de uma pessoa para a outra ao longo do tempo. Essas histórias, ou lendas, não são só contos; elas ensinam sobre a vida e mostram como vivemos. Entre os personagens mais conhecidos do nosso folclore – como o Saci, o Curupira e o Lobisomem – existe uma figura misteriosa e fascinante: o Negro d’Água. Essa lenda é muito viva nas comunidades que moram perto dos grandes rios do país, como o Tocantins, o São Francisco e o Rio Grande.

A fusão entre o real e o imaginário

A lenda do Negro d’Água, ou Nêgo d’Água, como os moradores da beira do rio o chamam, mistura coisas que aconteceram de verdade com a imaginação das pessoas. Ele é um ser lendário, metade homem, metade bicho que vive na água (anfíbio), morando nas profundezas dos rios do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Sua aparência é estranha e pode dar medo: dizem que é um homem preto, careca, muito alto e forte, com o corpo coberto de escamas. O que mais chama a atenção são suas mãos e pés: em vez de dedos, ele tem garras afiadas ligadas por uma pele fina, parecida com a de um sapo.

O terror dos pescadores

O Negro d’Água é visto de duas formas. Para alguns, ele é quem protege as águas e a natureza dos rios. Mas para os pescadores e moradores, ele é muitas vezes uma ameaça, um brincalhão que pode ser cruel.

Ele gosta de sair da água para pegar sol nas pedras e, principalmente, dar gargalhadas bem altas e assustadoras, que fazem quem está por perto tremer de medo. Suas “brincadeiras” preferidas são atrapalhar a vida das pessoas:

Se eu soubesse que ele existe, ficaria até hoje sem aprender a nadar!

virar barcos, roubar redes, cortar as linhas de pesca, tirar os peixes dos anzóis e, nas histórias mais sérias, levar crianças desavisadas que ficam sozinhas perto da água.

Por ser tão bravo e por acharem que ele pode estragar ou ajudar a pescaria, os pescadores têm um costume: quando vão para o rio, levam um pouco de cachaça ou outro presente para jogar na água. É um jeito de acalmar o Negro d’Água, pedindo para que ele deixe a viagem ser segura e a pesca ser boa, trazendo muitos peixes grandes para eles.

Origens e poderes sobrenaturais Ninguém sabe quando a lenda do Negro d’Água começou. As histórias contam que ele já morava nessas terras e rios muito antes dos europeus chegarem, o que mostra o quanto ele é antigo e importante para esses lugares. Ele não sai do rio, vive nadando com os peixes da região, como o surubim, o dourado e o piau.

Os contos populares também ensinam como escapar de sua raiva e até como fazer amizade com ele. Dizem que, se alguém conseguir cortar uma de suas garras enquanto ele estiver distraído no sol, a garra vira um amuleto. Enquanto a pessoa tiver a garra, o Negro d’Água não fará mal e pode até ajudar, usando seus poderes para fazer favores.

A onda do Brazilcore A onda do Brazilcore

O mundo da moda está de olho no Brasil, mas será que é homenagem ou apropriação?

Marina silva Vichi

Amoda está de olho no Brasil, mas será que é homenagem ou apropriação? É lindo de ver quando as marcas resolvem trazer a estética popular e periférica para dentro das coleções, mas a sensação de “a favela venceu” logo vira uma pulga atrás da orelha: será mesmo? Inspiração e fazer parte são coisas bem diferentes. É muito fácil cair no “surrupiamento” de culturas ou em se aproveitar de um movimento. Várias marcas, de luxo inclusive, querem a estética da periferia, mas não querem os periféricos. Você pode ser a fonte de inspiração, mas vai estar longe de ser representado nas campanhas, festas, editoriais e passarelas, dentro do “coração” da marca. O que se vê é a romantização da pobreza em editoriais de moda e a favela ditando tendência, mas sem ser reconhecida por isso.

A questão é justamente essa lógica de se apropriar e, ao mesmo tempo, afastar isso de onde realmente veio. É legal quando vem da comunidade, mas até quando isso é legal? E, mais importante, até quando essa comunidade vai ter que parar de usar a própria estética porque ela se transformou em outra coisa e foi “roubada” para a elite?

O Brasil está na moda, mas por quê?

O Brasil está na moda, sim, e não é de hoje que o mundo da moda está realmente experimentando uma descentralização muito grande. Não é somente a França e a Itália que ditam as tendências. Estilistas, principalmente de marcas asiáticas, têm ascendido muito e dominado as passarelas. Aqui no Brasil, os holofotes estão todos virados para o nosso povo. O Jacquemus, por exemplo, fez um editorial belíssimo utilizando as praias do Rio de Janeiro. Camisetas do Brasil, chinela havaiana, lenço colorido, tudo que imprime uma estética Brasil Core, está muito em alta. Estamos sendo vistos pelo mundo e alvo de cópia. No entanto, esse interesse nunca é motivado por um “temos que dar voz ao Brasil”. Estilistas asiáticos têm ascendido porque o dinheiro tem se deslocado para o mercado asiático. Os sistemas tradicionais de moda (europeu e americano) precisam se renovar e vão beber de alguma fonte, buscando uma inspiração. Até os desfiles cruise (resort), onde as marcas vão para um lugar e falam de um tema que não é o delas, são uma maneira de ter que renovar o repertório, já que as pessoas querem novidades. A moda é movida por essa máquina de fazer novidades, e às vezes chega a hora do Brasil.

Um já não conseguiu esperar, tirou uma latinha do cooler!

Há um motivo bem específico: digitalmente, o Brasil é um dos mais fortes do mundo, falando de engajamento mesmo. Todas essas marcas precisam se renovar digitalmente, e quem domina as plataformas é muito da Ásia, mas também tem muito Brasil, principalmente por sua influência musical. O Brasilcore vem muito desse movimento digital de engajamento, não só com vestimentas, mas com músicas e danças. É um virar de olhos para esse lugar de renovação e jovial das marcas. O país é riquíssimo de cultura, música, dança e expressões visuais, mas se não fosse forte nas redes sociais, não teria gente tirando foto aqui.

O Brasil com Z que a gringa gosta

Quem já esteve nesse lugar do Brasil foi o Japão durante muito tempo, com coleções falando sobre o país, mas sem um japonês ou alguém que representasse a cultura ali nos bastidores. A Tabi, super conhecida na Maison Margiela, é um exemplo disso, uma inspiração nipônica que virou a peça, o calçado da marca. Por isso, é preciso um pouco de cuidado com o olhar no Brasil, porque não é à toa. O primeiro questionamento é: esse Brasil que a gringa está pintando é de fato o Brasil? É o Brasil com Z que o gringo gosta de ver, ou seja, basicamente praia e carnaval, é esse lugar onde todos nós só utilizamos a havaiana % do

nosso dia, e está todo mundo sempre muito com roupas coloridas, felizes e dançando. Isso é uma parte da cultura brasileira, mas não só. Quem está dentro do mercado de moda brasileiro está tentando mostrar que o Brasil não é só isso. Essa construção é muito do tipo que as pessoas de fora veem a gente, porque, por muito tempo, essa era a imagem que o país desejava passar, como a Garota de Ipanema. É um estereótipo, um personagem que a gente criou, o Zé Carioca, basicamente. As pessoas de fora não sabem o que é o Brasil, não o conhecem. Há quem tenha medo de viajar para cá, achando que é perigoso, que vai ter crocodilos e jararacas nas ruas. Essas imagens que a cultura, a e os filmes levam, criam no imaginário das pessoas o que é o país. A gente sabe como é Nova York ou Paris porque temos um bombardeio de filmes e séries que se passam lá.

Falta filmes e séries que se passem no Brasil e que não sejam no Rio de Janeiro e na praia de Copacabana, e que não sejam sobre crime, guerra e morte. É construção de soft power, de narrativa. Nunca foi dada a oportunidade ao Brasil de criar uma narrativa e vender para as pessoas, assim como os Estados Unidos faz há anos. É por isso que dá um pouquinho de “ranço” ver essa narrativa ser contada por pessoas de outros países, porque o país poderia contar essa história muito melhor, já que ela é nossa.

O suor dele é palpável, tá dando vontade de ligar um ventilador...

mi ção e a ap portante reconhe eira

É importante reconhecer que esse movimento é muito importante para marcas brasileiras que querem despontar globalmente, como a Farm e a Alexandre Birman. Aplausos para o mercado nacional, vamos ganhar dinheiro de gringo! Mas há maneiras muito legais de fazer isso. O caso da Havaianas é um exemplo de como poderia ser diferente. A marca é muito respeitada, e o mundo inteiro a conhece como o “sapato brasileiro”. A marca é tão cool que, na Itália, todas as pessoas de vários países tinham uma Havaianas, era um acessório de luxo. Aí, a Havaianas faz uma campanha global. Em vez de chamar brasileiras incríveis, modelos conceituadas ou cantoras, eles chamam Gigi Hadid. Ela é maravilhosa, mas está muito longe de representar a mulher brasileira. E, para piorar, em vez de fotografar nas praias brasileiras, como fez o Jaquemu, eles escolheram fotografar no estúdio com o fundo do Rio de Janeiro. Isso gerou um “gosto amargo na boca”, de tipo: temos tanto para mostrar, e vocês fizeram isso?

Essa atitude tem um gostinho de: ainda precisamos de alguém de fora, uma superstar, para nos chancelar. Para quem está no Brasil, fica a sensação de que gostaríamos de ter esse poder cultural de ter uma modelona brasileira que gerasse o mesmo impacto que a Gigi Hadid. A Farm, por exemplo, faz muito sucesso lá fora porque vende um Brasil que as pessoas querem ver, de uma forma muito bonita. Mas se fosse uma marca muito “cisuda”, talvez não venderia, porque o mercado brasileiro, aqui dentro, não tem tanta força.

O Brasil é o país com a maior cadeia têxtil do Ocidente, ou seja, poder de produzir é muito grande. Além disso, o mercado de moda e beleza é super aquecido. O país é um mercado consumidor muito importante para essa galera de fora.

Não é U pRbLmA sE iNpIaR nO BRsI

A grande questão é: até onde as especificidades brasileiras podem ser inspirações, e até onde pode virar só apropriação cultural vazia? Temos muitos símbolos e coisas para mostrar, mas quantas pessoas brasileiras estão pensando isso lá fora? Há uma sensação de que não é só uma marca vendo, achando legal e colocando nas suas coleções, sem um significado por trás.

Não é um problema se inspirar no Brasil, é até legal, leva nossa cultura para fora. Mas é muito mais legal quando tem um artista brasileiro envolvido na criação e houve uma pesquisa aprofundada dentro do Brasil, entendendo a cultura para levar isso para fora. O problema é se inspirar em imagens que o Pinterest forneceu sobre o Brasil. Quando é mais profundo, esse problema é mais difícil de ser gerado, porque há uma intenção. E é ainda melhor se há uma preocupação em que isso retorne de alguma maneira para o Brasil.

Com um calor desses, espero que ela não esteja planejando ficar no muro por muito tempo...

É difícil, porque estamos falando de marcas de moda que são negócios e precisam gerar lucro, mas é ético quando isso acontece.

Há uma sensação de que não só não há um retorno, como também já foi muito difícil dentro do Brasil a estética do funk ser validada. Quando se fala dessa procuração internacional, sabe-se que dentro do Brasil isso não é bem aceito, e as pessoas que realmente vivem isso no dia a dia estão muito distantes de consumir isso e ser vistas com a mesma legalidade que essas marcas têm. Um exemplo é o caso da cantora Anitta no início da carreira, que implorava para estar nas capas das revistas e não a colocavam porque era funkeira. Hoje, com a Anitta na capa, é sucesso, e as marcas devem estar se arrastando para tê-la.

O case Paco Rabanne na rocinha: homenagem e a questão do retorno

O case da Paco Rabanne gerou muito debate sobre o limite entre inspiração e apropriação cultural. A marca fez uma campanha belíssima na Rocinha, homenageando o funk, com direção do Emanuel Cosso e fotos da Melissa de Oliveira, artista visual nascida no Morro do Dendê. A campanha teve a participação de mais de pessoas reais da comunidade, incluindo dançarinos de passinho, DJs, artistas locais e frequentadores não profissionais de baile. A trilha sonora misturou funk e . A campanha dialoga com a história de Paco Rabanne nos anos , que era autor de um selo de funk soul e um clube em Paris, e foi pioneiro em escalar modelos negras na passarela.

A marca arrasou com a presença real da comunidade em frente e atrás das câmeras. Houve uma estrutura sensível à identidade local, chamando diretores

e fotógrafos vinculados à favela, pessoas que têm um olhar sensível para aquilo. Além disso, a campanha gerou grana para a comunidade. Mas nem tudo são flores. Apesar da inclusão visual e simbólica, não houve tanta transparência pública sobre a participação nos lucros e o impacto econômico nas comunidades envolvidas. Não houve transparência quando o assunto foi grana. A Paco Rabanne é uma marca de luxo que vende vestidos, perfumes e acessórios por milhares de reais. A marca se inspira em uma realidade que não vive, para vender uma estética para pessoas ricas.

O evento que une o Brasil inteiro! É só vuvuzela, apito, grito e muita torcida!

A questão é: se essa coleção fosse feita por um design de moda de dentro da Rocinha, teria visibilidade? Estaria nas capas de revista? Obviamente não, porque a Rabanne tem o nome e o dinheiro que tem. Enquanto isso, muitas periferias passam por repressão, preconceito, falta de recursos básicos e problemas estruturais gravíssimos, e servem de inspiração, mas infelizmente não têm condições de comprar a marca que está se inspirando nela. É preciso questionar até onde isso realmente voltou para a Rocinha.

Uma empresa que gera lucro não tem obrigação de ser transparente, vai para onde quiser o dinheiro. Mas, seria muito mais legal quando se vê o contrário, mostrando que a empresa, embora não tenha obrigação de retornar, é muito mais interessante se o fizer. Isso ganharia o mercado brasileiro. Se uma empresa tem esse lado ético, vai gerar um impacto muito mais do que as visualizações ali na internet.

Uma marca que pega a estética de uma comunidade e leva para uma outra classe social pode desestruturar o equilíbrio, fazendo com que as pessoas da comunidade não queiram ser iguais. Elas (a elite) se apropriam e fazem isso ser outra coisa, e nunca vão assumir que são desse lugar. A campanha foi bonita, chamou pessoas da comunidade, mas na hora de divulgar a campanha, na festa de lançamento, não tinha ninguém ali para estar junto de fato.

A totalme

lidade O vídeo é lindo muito b f i

A festa é para quem se vai vender, e as pessoas são totalmente fora dessa realidade. O vídeo é lindo, muito bem feito e dirigido. Quando viralizou, todo mundo compartilhou. Mas quando se vê que é uma marca de luxo, muito cara, sempre vai gerar um estranhamento. Esse sentimento amargo surge porque é complexo ver gente rica fazendo esse “cosplay de gente pobre”, sabendo que as pessoas que vão comprar nunca pisaram naquele lugar.

Esse “cosplay da pobreza” tira o local dessas pessoas. O que é bacana, na verdade, é essa imitação que está na elite, que nunca vai poder se igualar ao original.

O “Pobre core” e a lógica da diferenciação Hoje, o que diferencia as pessoas é ter tempo. Não apenas como um intervalo entre compromissos, mas como um espaço de liberdade, um território pessoal onde se pode simplesmente existir. O tempo virou um luxo silencioso, quase invisível, que não se mede em relógios caros ou agendas organizadas, mas na possibilidade de parar — de respirar, desconectar, observar o mundo sem pressa. Ter tempo de poder usufruir é o verdadeiro sinal de abundância. É o privilégio de ir para a fazenda e ‘brincar de capinar’, não por obrigação, não por necessidade, mas porque você escolheu estar ali. É a inversão do sentido do trabalho: quando o esforço deixa de ser uma imposição e se torna um gesto de lazer, um ritual de reconexão. Há um encanto nisso — o de sentir a terra, de sujar as mãos, de experimentar o que é simples sem a pressão constante de ter que transformar tudo em produtividade.É a beleza do cotidiano, no fato de que os pequenos detalhes podem te inspirar a mudar.

Caminhada pelas ruas do nosso país. Não são verdes, mas são bem vivas!

Esse mesmo raciocínio se aplica ao cotidiano. Não é o “eu estou tão liso que só consigo comer pão com mortadela”, mas sim o “eu adoro mortadela”. A diferença está na narrativa. Um vive a escassez como condenação; o outro transforma o ordinário em escolha. Quando você pode escolher gostar do simples, é porque não está mais preso à obrigação do luxo. É porque aprendeu que o valor das coisas não está no preço, mas no tempo que elas te devolvem — no respiro que proporcionam, nas pausas que permitem e na tranquilidade de poder vivê-las sem pressa. Vivemos num mundo que glorifica a pressa, que mede o sucesso pela quantidade de coisas que alguém faz em um dia. E, ainda assim, há algo profundamente subversivo em desacelerar. Escolher o ócio consciente virou um ato de resistência. A pessoa que tem tempo para tomar um café devagar, para ler um livro sem olhar o celular, para andar sem destino, é alguém que conquistou algo raro — um tipo de paz que o dinheiro sozinho não compra.

No fundo, essa é a síntese da escolha. Poder escolher vivenciar isso aqui — este momento, este pedaço de vida que não volta — é o que torna isso aqui realmente legal. É a liberdade de estar presente, de não precisar correr atrás de tudo a toda hora, o tempo inteiro da sua vida..

Ter tempo é, talvez, o novo símbolo de status, mas também é o novo símbolo de humanidade. Porque o tempo, quando não é usado apenas para produzir, volta a ser o que sempre foi: vida. E poder dispor do próprio tempo, mesmo que por alguns instantes, é lembrar que viver não é apenas existir — é escolher como existir. É transformar cada minuto em algo que te pertence, não a um relógio, não a um chefe, não a uma rotina.

No fim das contas, talvez a verdadeira riqueza seja essa: acordar e saber que o tempo ainda é seu. Que você pode brincar de capinar, comer mortadela com prazer, assistir ao pôr do sol sem pressa — e perceber, ali, que tudo o que parecia pequeno era, na verdade, o essencial.

Haja dinheiro e coragem pra gastar tênis em fio de poste!

Levantamento feito pela Érrigê mostra as festas brasileiras que mais fazem sucesso

carnaval e festa junina fazem sucesso pelo brasil

Festival

Fontes Prefeitura de Maceió, Secult Alagoas, História de Alagoas, Agência Gov ( ), Aprende Brasil, Revista Alagoana, Super Interessante (Abril), National

Acesse mais fontes no nosso site: www.errige.com.br

Geographic Brasil, Turismo Sergipe.
Festa de São Tiago
Mormaço Cultural
Festa Junina
Festa Junina
Festa Junina
Festa do Divino Espírito Santo
Festa do Divino Espírito Santo
Carnaval
Carnaval
Carnaval
Festa Junina
Festa Junina
Festa Junina
Oktoberfest
Romaria do Senhor Bom Fim
Semana Farroupilha
Folia de Reis
Folia de Reis
Festa da Penha
Peão de Boiadeiro de Barretos
Bumba Meu Boi
Bumba Meu Boi
Festa de São Benedito
Caboclos de Major Sales
Círio de Nazaré
Festival Folclórico de Parintins
Festa da Nossa Senhora do Rócio

ItinerânciaVestesReligiosidadePerformancesDançasComidasMúsicasArtesenatosArtesplásticas

Bumba meu boi

Caboclos de Major Sales

Carnaval

Círio de Nazaré

Festa da Penha

Festa de São Benedito

Festa de São Tiago

Festa da Nossa Senhora do Rocio

Festa do Divino Espírito Santo

Festa Junina

Festival Folclórico de Parintins

Festival Mormaço Cultural

Folia de Reis

Oktoberfest

Peão de Boiadeiro de Barretos

Romaria do Senhor Bom Fim

Semana Farroupilha

Um rap livre de julgamentos

Com planos de se tornar uma diva pop, Ebony lança terapia O fenômeno do rap e, em especial, do trap, no Brasil, ultrapassou fronteiras e se estabeleceu como um dos gêneros musicais mais influentes globalmente. Nesse universo, onde muitas produções se tornam genéricas, alguns talentos se destacam, como Milena Pinto de Oliveira, artisticamente conhecida como Ebony. Eleita Revelação do Rap no prêmio Genius Brasil e aclamada como a “primeira garota do trap nacional,” sua carreira está em ascensão.

O universo do rap e, especialmente, do trap, consolidou-se no Brasil, revelando talentos como Ebony (Milena Pinto de Oliveira), aclamada como a “primeira garota do trap nacional” e Revelação do Rap no Prêmio Genius Brasil . Nascida em Queimados ( ) em , sua trajetória é marcada pela música, moda, entretenimento e engajamento social.

A artista ganhou notoriedade aos anos, não pela música, mas por um post politizado no Twitter (X) em , rebatendo críticas ao assassinato de Marielle Franco. Esse lado contestador, forjado em sua vivência na Baixada Fluminense, permeou o início de sua carreira, que começou de forma não planejada em com o single Cash Cash.

Seu álbum de estreia, Visão Periférica ( ), focado no trap, foi um sucesso, mas Ebony o considera um período de “limitação artística” devido a restrições da gravadora. Com letras irônicas e ácidas, o disco abordava racismo e críticas sociais, um “peso” que ela decidiu abandonar em seu segundo álbum, Terapia, visando a saúde mental, pois “racismo adoece.” Ela optou por não carregar mais o fardo de ser constantemente um exemplo para o público, mas ser uma artista e apenas se expressar.

Ebony se define como “culturalmente rapper e mercadologicamente pop.” Embora a vivência no hip hop a torne inegavelmente rapper, ela critica o peso desse rótulo para mulheres e almeja transitar livremente, projetando-se como uma futura artista pop.

O álbum Terapia surgiu de um processo criativo menos rígido, inspirado em um beat atípico da produtora Larinhx. O título veio após a artista iniciar a terapia particular, percebendo-a como um espaço livre de julgamentos, uma sensação que quis transmitir no disco. Com nove faixas e influências que vão do rap “raiz” e funk ao disco music, o álbum é um lugar seguro para falar “absurdos” e explorar temas sem a obrigação de ser politicamente correta. A diversidade sonora é intencional, criticando a repetição e a sonoridade masculinizada da cena.

A artista também tem um background alternativo e nerd, tendo se identificado com o rock na adolescência e, posteriormente, no nicho de “negros nerds” e “deslocados da sociedade.” Com uma visão madura, Ebony investe em aulas de canto e teatro e se prepara para atuar futuramente, citando Beyoncé como inspiração para expandir sua arte. Ela relativiza a pressão de fazer um “álbum perfeito,” afirmando que “o mais difícil já foi feito” e que sua trajetória é agora uma questão de investimento e matemática.

Poeta no palco, sereia no microfone, e diva em todo lugar!

Fernanda Dias, a Artista Sempre Faminta

Conhecida como uma “verdadeira bolinha de otimismo”, Fernanda Dias é uma artista que infunde em todos os seus trabalhos a maior quantidade de alegria possível. Sua personalidade vibrante e suas múltiplas habilidades artísticas (como animar, desenhar e pintar no tradicional e digital) são tão variadas que o apresentador do Iconicast, Henrique Lira, brincou que ela deve ter um clone ou ter vindo de outro planeta.

O ímpeto da criação e a alegria como marca Fernanda se descreve como alguém com uma série de interesses que ela se dedica a explorar.

Ela reconhece fazer “muita coisa ao mesmo tempo”, e essa versatilidade é motivada, em parte, por um lado competitivo que a impulsionava a querer ser a melhor em tudo que despertava seu interesse, especialmente na arte.

Sua arte é abertamente feliz e, muitas vezes, identificada pelo público como “infantil”. No entanto, Fernanda expressa que essa característica é intencional, pois ela não consegue desenhar coisas muito violentas devido ao seu “estômago sensível”. Ela se esforça para evitar finais tristes em suas criações.

Em uma experiência notável, ela se desafiou a desenhar uma cena violenta (um demônio enfiando uma foice em uma princesa), mas a tensão a fez mudar o rumo da história, resultando em um mini-comic com um final inesperado e feliz: as personagens, em vez de se matarem, se beijam. Essa aversão à violência e busca por positividade ressalta seu objetivo final na arte: “transmitir uma energia boa, uma sensação positiva”.

Apesar de ser uma artista talentosa e com trabalhos que Henrique Lira comparou aos feitos na Capcom, Fernanda não se considera uma pessoa “dark” ou “cool”. Ela se compara a Mabel de Gravity Falls, uma “menina doida”.

Um traço que transmite exatamente o que a artista é! Animada, livre, e talentosa!

Arte, inspiração e vida pessoal Fernanda vê a arte como algo que “dá significado à vida”. Para ela, a arte não é apenas uma fuga, mas uma forma de “transformar a realidade” e “explorar ela de uma outra forma”.

A artista revela que já tentou parar de desenhar no colegial para focar apenas nos estudos, mas descobriu que sem a criação, ela se sentia infeliz e questionava o “sentido da vida”. Voltar a desenhar a fez “feliz de novo”.

Fernanda é a única artista e canhota em sua família, o que a faz se sentir especial. Ela valoriza a importância de manter a sua essência, sua “marca” e seu “jeito de ser” nos desenhos, priorizando o que lhe dá vontade de criar, a menos que seja um trabalho profissional.

A artista também mantém uma vida ativa fora da arte. Para sustentar seu corpo durante as longas horas de desenho, ela pratica esportes como boxe, corrida, pilates, e faz hiking (caminhada/trilha). A sua dica para outros artistas é criar um “mini coach” mental para motivá-los a praticar exercícios. Ela revela que sua motivação para o esporte vem da animação, onde ela se inspira em personagens como os de Boku no Hero ou Dragon Ball para se sentir uma “super-heroína”. Essa revelação levou o apresentador a carinhosamente chamá-la de “Fernanda Super Saia Dias”.

Apesar de se considerar uma pessoa muito distraída — algo que alguns interpretam como desatenção, grosseria ou até falta de conhecimento —, essa distração é, na verdade, uma manifestação de seu foco intenso e quase hipnótico quando está desenhando. Quando mergulha em suas criações, o mundo ao redor parece desaparecer, e é justamente desse estado de imersão que surgem suas obras cheias de energia e emoção.

Fernanda Dias é, portanto, uma artista que une habilidade técnica refinada, sensibilidade estética e uma visão otimista de mundo. Seu trabalho como animadora na Now Dois Filmes demonstra sua precisão e domínio das ferramentas digitais, mas é em sua capacidade de transmitir sentimentos positivos e calor humano que ela realmente se destaca.

Com um olhar curioso e uma imaginação sempre ativa, Fernanda transforma o cotidiano em algo colorido e inspirador. Sua arte é um convite a enxergar a realidade sob “outro ângulo” – mais leve, mais esperançoso e cheio de vida. Conhecida como uma “verdadeira bolinha de otimismo”, ela procura infundir em cada projeto a maior quantidade possível de alegria e autenticidade. Sua personalidade vibrante reflete diretamente em suas criações, que misturam o tradicional e o digital com naturalidade. Pintar, desenhar e animar são para ela extensões de uma mesma paixão: comunicar-se com o mundo através da cor e do movimento. Sua versatilidade é tamanha que, em tom de brincadeira, o apresentador do Iconicast, Henrique Lira, afirmou que Fernanda “deve ter um clone ou ter vindo de outro planeta” – uma observação que ilustra bem o ritmo intenso, a energia contagiante e o talento múltiplo dessa artista incrível que transforma o otimismo em uma obra de arte.

“Ainda estou aqui”: a realidade da ditadura

rindade

Globo de Ouro de melhor atriz em drama

Baseado em livro de Marcelo Rubens Paiva, filme concedeu a Fernanda Torres o Globo de Ouro de melhor atriz, e agora concorre a três Oscars. Marcelo Rubens Paiva se emocionou ao visitar o set de filmagem de Ainda estou aqui, filme finalista em três categorias do Oscar e premiado com um Globo de Ouro para Fernanda Torres. A direção de arte reproduziu fielmente a casa da família na Urca, com detalhes que transportaram o autor ao passado. Marcelo elogiou a fidelidade do filme, brincando apenas sobre ser “mais bonito e menos modesto” que o ator Antônio Saboia, que o interpreta.

O filme, dirigido por Walter Salles, retrata a mudança da família para São Paulo após o desaparecimento do pai, Rubens Paiva (Selton Mello). Marcelo recordou sua infância levada no set, enquanto Cora Mora, que interpreta a caçula Babiu, perguntava sobre seu passado. Walter Salles, amigo de infância de uma das irmãs de Marcelo, Ana Lúcia, frequentou a casa e presenciou momentos como um show de Wilson Simonal em . O diretor ressaltou a violência da ditadura, mencionando a prisão de Eliana, irmã de Marcelo, e de sua mãe, Eunice, enquanto Rubens Paiva foi executado em e seu corpo nunca foi encontrado. Eunice faleceu em , aos anos.

Ainda estou aqui, publicado por Marcelo Rubens Paiva em , é um dos livros do autor adaptados para o cinema. Walter Salles adquiriu os direitos em e, com roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega, optou por focar na perspectiva de Eunice, transformando-a na protagonista. Marcelo colaborou como consultor, buscando evitar um filme didático e celebrando a captura da “alma do livro” e a homenagem à sua mãe como a verdadeira heroína.

familía linda, pena que eles não costumam ficar parados no mesmo lugar

O roteiro é fiel ao livro, com poucas “liberdades poéticas”, como a substituição do gato da família por um cachorro e a criação de filmagens de Super- . Detalhes da invasão e a personagem de Dalal Achcar, interpretada por Camila Márdila, também foram adaptados. O filme estreou em de novembro de e Vera Paiva expressou emoções de tristeza e saudade.

A continuação do filme premiado chega ao mundo da literatura nacional Marcelo Rubens Paiva está lançando um novo livro, O novo agora, em , que continua a história a partir de onde “Ainda estou aqui” termina, abordando eventos posteriores como as manifestações de e a pandemia.

André Bernardo
Kleber Trindade
Uma
Imagina ganhar um prêmio desses? Que mais deles venham no futuro!
MAcEo rUeN Piv

A força da história da família Paiva

O reconhecimento de Ainda Estou Aqui com o Globo de Ouro de melhor atriz em drama para Fernanda Torres e as três indicações ao Oscar atestam a força da história da família Paiva e a sensibilidade da adaptação de Walter Salles. A fidelidade do diretor de arte ao recriar a casa na Urca emocionou profundamente Marcelo Rubens Paiva, que se sentiu transportado ao passado. A reprodução detalhada do lar familiar, combinada com a narrativa que coloca Eunice Paiva (interpretada pela atriz brasileira Fernanda Torres) como a grande protagonista e heroína, ressaltou a homenagem à mãe do autor.

A opção de Walter Salles, amigo de infância de Ana Lúcia, uma das irmãs de Marcelo, por focar na perspectiva de Eunice, transformou a dor da ditadura em um tributo à sua resiliência e luta, especialmente após o desaparecimento e execução de Rubens Paiva (Selton Mello) em . A colaboração de Marcelo como consultor buscou garantir que o filme capturasse a “alma do livro” sem ser didático, mesmo com pequenas “liberdades poéticas” no roteiro, como a troca do gato da família por um cachorro e a criação de filmagens de Super- . A emoção de Vera Paiva na estreia do filme, em de novembro de , sintetiza o sentimento de tristeza e saudade que a obra evoca. Com o lançamento de O novo agora em , Marcelo Rubens Paiva dá continuidade à saga familiar, conectando os eventos narrados em Ainda estou aqui com o Brasil pós- e a pandemia, mostrando que a história de sua família, e o país, seguem em transformação. As três indicações ao Oscar — Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres — sublinharam a relevância global de Ainda Estou Aqui. A vitória de Torres no Globo de Ouro, na categoria de Melhor

Atriz em Filme de Drama, foi um feito histórico para o cinema brasileiro, colocando a produção de Walter Salles no centro das atenções da temporada de premiações de Hollywood e impulsionando as chances do filme na Academia internacional extremamente prestigiada. O próprio diretor Walter Salles já havia vivenciado um momento de destaque internacional com Central do Brasil em , que rendeu a Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.

Premiado pela obra, e pelo sorriso de galã! Devia ter aparecido no filme dele também

o papel do humor na transição de cineasta

Ale McHaddo é um nome consolidado no cenário do cinema e animação brasileira. Cineasta, cartunista, comediante e criadora de personagens, ela define sua vida e trabalho com uma frase: “Eu sou quem eu sou graças ao trabalho que eu faço.” Sua ferramenta essencial é o humor, que serve como sua “rede de segurança” para navegar pelas questões mais profundas e confusas de toda sua vida.

De quadrinista mirim a diretora de sucesso A paixão de Ale por aventura, quadrinhos e desenhos animados (especialmente Hanna-Barbera) moldou seu traço. Aos dez anos, em um prenúncio de sua mente inquieta, teve sua primeira charge política publicada na revista Mad Embora tenha cursado artes plásticas na faculdade por falta de cursos de animação, ela mergulhou no universo dos quadrinhos, criando personagens como o protagonista de Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma Uma amizade crucial com o ator Leandro Hassum a impulsionou para a direção de cinema. Ale escreveu um roteiro de comédia para ele e, incentivada pelo amigo, assumiu a direção. A parceria se tornou um sucesso, rendendo cinco filmes, incluindo Amor sem Medida e o sucesso global da Netflix, Meu Cunhado é um Vampiro

Ale define: “Meus filmes são desenhos animados filmados”, aproveitando o talento de Hassum para o humor físico e o flerte com o fantástico.

Transição de gênero: ajustando o “avatar”

O processo de transição de gênero de Ale, uma mulher trans, começou em , durante a introspecção imposta pela pandemia. “Dentro de casa, sem poder fugir de mim, me aceitei,” conta. Para ela, a transição não foi sobre apagar o passado, mas sim sobre ajustar seu “avatar”

para uma nova “skin”, mantendo sua essência, carisma e beleza característica. Ela optou por manter o nome Ale como um elo de continuidade em sua vida e carreira.Seu maior medo era ""perder o humor" no processo.

A arte como reflexo da vida

A experiência da transição trouxe uma nova camada ao trabalho e obras de Ale, inspirando a criação do roteiro do filme Transbordando de Amor, uma comédia romântica que aborda a transição sob a ótica da esposa.

Ao dirigir Uma Advogada Brilhante (Netflix), ela reescreveu partes da história para incluir situações de interrupção e desconfiança que vivenciou como mulher trans no mercado de trabalho. Com o que chama de “soft power do cinema”, Ale busca naturalizar a presença de pessoas trans, inserindo-as em papéis cotidianos, que fogem do estereótipo do sofrimento, como as atrizes Lília Lopes e Nany People e ela mesma (como advogada) no filme.

A reação familiar à transição foi marcada pelo amor: a filha mais velha a aceitou naturalmente e a caçula, de anos, a cresceu vendo como mulher, chamando-a carinhosamente de “a papai”.

Ricardo Pedro Cruz Renata Campos
Além de muito estilo, conseguiu fazer um dos melhores pães do Brasil! Abraços Osmar!

Hoje, Ale McHaddo se dedica a novos projetos e um show de comédia que transforma suas vivências em terapia. Sua maior conquista profissional pode ser o sucesso internacional de Osmar, mas a maior conquista na vida é ainda mais fundamental: “É poder ser quem eu sou.”

A dedicação de Ale McHaddo em ser autêntica e sua filosofia de que “Eu sou quem eu sou

graças ao trabalho que eu faço” continuam a impulsionar sua carreira para novas fronteiras. Sua habilidade em usar o humor como “rede de segurança” e ferramenta de comunicação profunda é a chave de seu sucesso tanto no cinema quanto na vida pessoal.

A parceria bem-sucedida com Leandro Hassum em cinco filmes, incluindo o sucesso global da Netflix, Meu Cunhado é um Vampiro, estabeleceu Ale como uma diretora que transforma roteiros em “desenhos animados filmados”, aproveitando o talento para o timing cômico.

O processo de transição de gênero, que ela iniciou durante a pandemia, não apenas a levou a um reencontro fundamental consigo mesma — “Dentro de casa, sem poder fugir de mim, me aceitei” — mas também se tornou uma fonte de inspiração criativa. Ao optar por manter o nome “Ale” como um elo de continuidade e temer apenas “perder o humor” na transição, ela demonstrou uma rara clareza sobre sua essência. Essa experiência agora permeia sua arte, inspirando o roteiro de “Transbordando de Amor” e motivando-a a usar o “soft power do cinema” para naturalizar a presença de pessoas trans, como fez ao reescrever partes de Uma Advogada Brilhante para incluir atrizes trans em papéis cotidianos, fugindo dos estereótipos do sofrimento e representando a diversidade que ela própria vivencia no mercado. O carinho da filha mais nova, que a chama de “a papai”, é o reflexo da aceitação e do amor familiar que valida sua jornada. Com novos projetos e um show de stand-up em andamento, Ale McHaddo solidifica sua maior conquista: não apenas o sucesso internacional de Osmar, mas o triunfo fundamental de “poder ser quem eu sou” em sua plenitude criativa e pessoal.

Quando era o Remi na cabeça do chef, reclamaram, e esse que ta com a mão na massa?!
Uma dupla que marcou gerações! E o planeta em que eles cairam...

“Caça & Recompensa”, um disco sobre sonhos

O que te move? A pergunta ecoa em Caça & Recompensa, o aguardado álbum colaborativo que uniu as forças de OGermano (Zona Norte do Rio) e Matchola (Bahia), lançado em de julho. O projeto é um mergulho profundo nas ambições, nos sonhos e, principalmente, na natureza pessoal e inconstante daquilo que se entende por “recompensa”.

O disco é a prova da sintonia de dois artistas de origens distintas, mas com a mesma inquietação criativa. A sonoridade é uma fusão sofisticada: o boombap clássico encontra samples carregados e respiros de , sustentando um discurso lírico denso e metafórico. “Esse álbum vem pra mostrar quem somos e onde queremos chegar. É o nascimento de uma nova fase. Mais madura, mais ousada, mais autêntica,” explica OGermano. Matchola complementa a visão, destacando o mistério central do trabalho: “Falamos sobre sonhos, objetivos, ambições sem nunca dizer o que é ‘a recompensa’ certa, porque cada um tem a sua.”

O preço da autenticidade

Caça & Recompensa convida o ouvinte a refletir sobre temas como sucesso, equilíbrio e espiritualidade, mas sem entregar respostas fáceis. A força do álbum reside justamente na dúvida. A dupla desarma o ouvinte ao revelar suas próprias definições de sucesso: para Matchola, é “viver da minha arte com tranquilidade”, enquanto OGermano valoriza a simplicidade de “estar com [minha] filha, com a minha mulher, fazendo um churrasco no fim de semana.”

A autenticidade exigiu um processo criativo intenso. Os rappers chegaram a descartar mais de músicas e reformular o álbum três vezes, saindo de uma ideia inicial de trap para só então chegarem ao boombap fi nal.

A busca pela originalidade é um tema lírico, resumido na rima da primeira faixa: “Tudo que eu faço ninguém vai entender.” OGermano compara a ousadia com o início de Kanye West, onde a genialidade só foi reconhecida com o tempo. Matchola concorda e adiciona que a essência foi mantida, apesar de ter saído de um “mundo ultra experimental” para buscar uma comunicação mais acessível.

A liberdade criativa de OGermano se manifesta em seus alter-egos, como OGermanin, que explora a infância no subúrbio. “O alter-ego representa minha liberdade. É meu sonho artístico, porque posso falar de coisas que talvez eu queira ser, coisas que já fui, e não só o que eu sou hoje,” afirma.

Apesar da sintonia evidente, Caça & Recompensa é um ponto de chegada após um ano de imersão intensa. A dupla já sinaliza uma pausa na parceria direta para que o trabalho possa “respirar”, mas antecipam que a colaboração continuará em outras frentes, como o selo de OGermano, . O álbum está disponível em todas as plataformas digitais, marcando um dos lançamentos mais iconicos.

Não sei se vão caçar muito com um tapa olho e o mapa de cabeça pra baixo...
ESe álBm vE Pa mOtRr uE sOoS e nD cHgAeMs

Uma tapeçaria musical sofisticada

A fusão da sonoridade clássica com samples carregados e elementos de criou uma tapeçaria musical sofisticada, ideal para sustentar o denso discurso lírico da dupla sobre ambição, espiritualidade e a natureza subjetiva da “recompensa”. A clareza com que o álbum expõe as definições pessoais de sucesso — a tranquilidade de viver da arte para Matchola e a simplicidade de um churrasco com a família para OGermano — desarma as expectativas, transformando a busca por respostas fáceis em uma reflexão poderosa sobre o equilíbrio. O rigoroso processo criativo, que envolveu descartar mais de músicas e reformular o álbum três vezes, culminando na transição do trap para o boombap final, é um testemu-

nho da busca incessante por autenticidade. A ousadia de OGermano e Matchola, que se compara à genialidade inicial de Kanye West e busca uma comunicação mais acessível sem perder a essência “ultra experimental”, é o motor lírico do projeto. OGermano, em particular, utiliza seus alter-egos, como OGermanin, para expandir sua liberdade artística, explorando desde a infância no subúrbio até os aspectos de si que deseja projetar ou revisitar. Embora o álbum seja um ponto de chegada após um ano de imersão, e a dupla sinalize uma pausa na parceria direta para “respirar”, a colaboração promete continuar sob outras formas, como através do selo de OGermano, assegurando que o impacto e a profundidade de Caça & Recompensa continuem a reverberar como um dos lançamentos mais densos e reflexivos do rap nacional.

O selo , de OGermano, que é como o futuro eixo de colaboração entre a dupla, sugere que a pausa na parceria direta é apenas um movimento estratégico para oxigenar e descansar a criatividade, abrindo espaço para novas experimentações sonoras, influências regionais e conexões artísticas, prometendo que a sintonia flua.

Pelo menos um entendeu que o tesouro é a amizade do seu lado!

“Contra Filé”, veja esse curta cheio de tensão

Prepare-se para uma dose crescente de tensão com Contra Filé, um curta-metragem de animação stop motion do diretor Pedro Iuá, que te prenderá do início ao fim. O filme, que foi tema de uma live sobre “stop-motion, animação e improviso”, nasceu de uma ideia inusitada e foi moldado pela filosofia da improvisação. Pedro Iuá, que é animador, diretor, roteirista e faz a fotografia de seus próprios filmes, conta que a construção de Contra Filé se baseou nas tentativa descoberta do filme mais do que no planejamento ou animação, se desenrolando à medida que era feito.

E do que será que a história fala? O ponto central da história é, então, como o personagem obteve a informação sobre o contrafilé. O diretor aproveitou sua própria situação e colocou o protagonista na fila de um açougue. Para que ele estivesse ali, foi bolado um plano maluco: fugindo de algo, ele precisava ir correndo ao açougue, comprar muita carne, colocar no carro junto com documentos e roupas, e atear fogo em tudo, simulando a própria morte com “carne queimada”. No entanto, seu plano é frustrado ao encontrar uma fila e açougueiros lentos, cariocas de sábado de manhã, conversando mais do que trabalhando. No fundo desse açougue, o quadro clássico do corte do boi, usado de inspiração para o filme, era um elemento importante. A tensão aumenta porque a informação precisa ser uma surpresa para o espectador, aparecendo no momento crítico de vida ou morte. O título inicial do projeto, inclusive, era “O Traiçoeiro Contra Filé”, mas acabou ficando com o título menor e o mais sucinto possível.

A faísca inicial para a trama surgiu de uma forma curiosa: em uma fila de açougue, no Rio de Janeiro, enquanto o diretor estava à mercê do acaso, em um “estado de contemplação”, ele ouviu uma conversa entre açougueiros. O assunto era a dificuldade e o perigo de cortar o contrafilé, uma carne com muitas fibras que pode desviar o fio da faca e causar acidentes, o que exigia o uso de luva de aço. Essa informação, apesar de o diretor até hoje não saber se é totalmente verdadeira, ficou na sua cabeça de forma inusitada e inesperada. Ela se transformou no ponto crucial da narrativa, a revelação que pode salvar a vida do protagonista no momento crucial do filme, desviando uma faca no auge do clímax e do suspense!

Comprando contra filé nessa economia? era muito mais fácil fugir de avião! ma no ponto uge n isado, de megou nte pecetor rênrte

O fi lme, que começa com o protagonista “pendurado, sangrando, todo arrebentado, prestes a morrer”, utiliza o método literário de apresentar uma situação dramática de imediato, para só depois contar como se chegou ali. A ideia era criar uma atmosfera crescente de tensão e desconforto, deixando o espectador aflito pela vida de um boneco. O diretor menciona o fi lme “Tubarão” como referência, onde o que não é mostrado é mais forte.

Ricardo Moura Sérgio Da SIlva

Inspiração na arte cubista!

Em termos visuais, Contra Filé se inspira na arte cubista, buscando criar uma tensão visual ao mostrar várias faces de um mesmo objeto. Essa referência levou à construção de bonecos bem tortos e assimétricos, cheios de quina, que parecem diferentes de cada ângulo sob a luz.

O improviso, presente na vida do diretor em facetas como a música (jazz), o humor afiado e o MacGyver (usar o que se tem ao alcance para fazer outra coisa), permeou a produção. O diretor buscou aprofundar-se em aspectos filosóficos da improvisação, como o “estado de espírito de você dizer sim para as coisas” e encarar as falhas não como erros, mas como desvios a serem contornados. Essa postura, que tem a ver com estar % no presente, sem pensar demais no passado ou futuro, está ligada ao equilíbrio entre controlar e deixar fluir, como um barqueiro em um rio.

O improviso é, no fundo, o subtexto do filme: se você estiver atento e aberto para o mundo, a informação que vai salvar a sua vida pode vir do lugar de onde você menos espera. O diretor também se deparou com a frase: “Uma coisa é improvisar ao piano, outra coisa é improvisar um piano”, o que reforça a necessidade de

construir o espaço para improvisar, para seu “piano”, ele precisou aperfeiçoar um método de construir bonecos tortos, que não o limitassem na modelagem, e construir uma grua para realizar movimentos de câmera, um passo que ele queria dar no seu trabalho. A grua foi possível graças ao programa Dragonframe, usado para captura de imagens.

Pedro Iuá descobriu o stop motion por acaso, ao visitar o Anima Mundi e, por sorte, assistir a uma palestra de David Sproxton, um dos fundadores da Aardman, estúdio responsável por clássicos como A Fuga das Galinhas e Wallace e Gromit. Esse encontro “explodiu” sua cabeça, conectando sua paixão de infância por massinha e maquetes à mágica de dar vida àqueles materiais. Mais do que a mágica, foi o fato de ver o truque e logo depois a oficina de massinha ao alcance das mãos, que o fisgou, fazendo-o passar dias modelando e animando.

Com uma duração de ‘ “ e classificação para maiores de anos, Contra Filé ( ) é uma mistura deliciosa e ousada de animação, suspense e terror.

O PESO DO VIRALATISMO

O PESO DO

VIRALATISMO

Qual é o peso da sindrome de vira-lata na cultura nacional?

Julianna Maia Vichi

Parou para reparar o tipo de produção cultural que consome? Sabe identificar quanto desse consumo é produzido nacionalmente? Apesar de termos um farto e rico acervo de produções artísticas, intelectuais e culturais de qualidade, muitos brasileiros ainda desvalorizam o que é nacional e supervalorizam o que vem de fora. A “síndrome de vira-lata”, conforme termo usado pelo jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues após a derrota do Brasil para o Uruguai na Copa do Mundo de futebol em , ultrapassou os limites do esporte.

O também chamado “vira-latismo” ou “complexo de vira-lata” também começou a se espalhar para outros setores da cultura, passando a designar o sentimento de inferioridade do Brasil ou dos brasileiros em relação a outros países.

De acordo com os dados coletados em , nas salas de cinema no Brasil, dos filmes com maior público, apenas um era brasileiro. Entre os livros mais vendidos, apenas eram nacionais, o que revela a preferência pelo consumo de produções culturais estrangeiras em detrimento das nacionais.

Nesta reportagem, o Colab busca entender por que esse complexo de inferioridade ainda persiste, como se manifesta, as consequências para a cultura e a autoestima da população, bem como se é possível superá-lo.

Origens históricas do complexo cultural brasileiro Não é novidade que os portugueses chegaram ao continente sul-americano e exploraram a terra, o povo indígena e ainda escravizaram negros africanos. Mas nem tanto se fala sobre como essa elite justificou essas ações pelo conceito de superioridade racial, algo que ainda hoje possui ecos na sociedade.

A lógica de que os europeus estariam trazendo a razão e a civilização veio junto na mala. Considerado o país mais miscigenado do mundo, de acordo com o projeto do Brasil, o Brasil poderia ser o berço da valorização de todas as culturas que favoreceram sua construção. Mas as origens afrodescendentes e indígenas não agradavam em nada os colonizadores e as elites a eles vinculadas. De acordo com o professor de Sociologia da Minas, Euclides Neto, mais conhecido como Kika, que também é mestre em Comunicação e Cultura, “essa visão faz parte de um complexo que se origina da ideia de que, por sermos um povo extremamente miscigenado, trazemos em nós todos os traços negativos das ‘raças’ que nos geraram, segundo uma visão antiga e equivocada da

Só de olhar, dá pra sentir o cheiro! As frutas estão bem perfumadas...

pseudociência racial, que classificava pessoas como superiores ou inferiores com base na cor da pele ou origem étnica”. Kika explica que foram se desenvolvendo certos padrões culturais, como mimetizar a cultura francesa e, mais tarde, seguir o American way of life, que valoriza o nacionalismo estadunidense. Ironicamente, os brasileiros reproduzem tal patriotismo, liberalismo e consumismo. Kika ainda explora o conceito de soft power, o poder de influência cultural, que os Estados Unidos possuem ao vender não somente produtos, mas também estilo de vida. O complexo abrange as características de autodepreciação do que é interno e supervalorização do exterior, falta de confiança nas qualidades locais e interiores do sujeito e comparações constantes com aquilo que é feito pelo outro ou em outras regiões consideradas “superiores” economicamente.

O trauma do Maracanazo e a disseminação do complexo

Em , durante a final da Copa do Mundo no Maracanã, o Brasil perdia para o Uruguai e veio à tona um trauma nacional: Maracanazo. Esse momento transformou o que o passado colonial já vinha construindo e cultivando em um sentimento concreto de inferioridade na sociedade brasileira como um todo. Então, o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues observou que muitas

Muito talento em só alguns discos! Que pena que eu só escuto Spotify

pessoas agiam como “cães sem raça”, famosos vira-latas, os quais consideravam que tudo do exterior era melhor.

Em comparação com a política nacional de “ anos em “, da época de Juscelino Kubitschek, que buscava modernização e reconhecimento internacional, essa mentalidade não contribuiu muito para os planos do presidente. Mais tarde, Collor chegou a dizer que o Brasil andava de carroça, criticando a falta de desenvolvimento.

Quando a globalização se ampliou nos anos , as formas de acesso ao que era de fora também foram facilitadas e, assim, a comparação com outros países e culturas pode ter sido acentuada e complexificada. O advento da internet é um elemento importante nesse processo, assim como o surgimento das redes sociais, a popularização dos rankings internacionais e de premiações culturais (como Oscar e Emmy, voltados ao cinema e audiovisual internacionais e prestigiados).

A síndrome de vira-lata em ação

A síndrome de vira-lata, que começou no campo esportivo, enraizou-se nas atitudes cotidianas da população brasileira. Hoje, manifesta-se de forma ampla e, muitas vezes, silenciosa em comportamentos sociais, gostos culturais, preconceitos linguísticos e símbolos de status. Segundo Kika, a síndrome é como uma camada cultural sedimentada por gerações, com raízes profundas no passado colonial e escravocrata do Brasil. “A escola que foi criada para educar os colonizados era a escola do colonizador”, afirma.

A elite brasileira, por sua vez, esforçaa-

usa mais, até porquê deve ser difícil comprar tanto cotonete ente.

Nínguem
há Ua vEgOhA dE fAaR cO sOaQe

para mimetizar o que considera superior: antes a França, hoje também os Estados Unidos da América. Essa lógica de identificação com o dominador ainda define o que é “chique”, “moderno” ou “digno de respeito”.

Isso aparece, por exemplo, na forma como a sociedade consome cultura. O professor Edmundo Novaes, da Faculdade de Comunicação e Artes da Minas, mestre em Literaturas de Língua Portuguesa e Doutor em Artes, aponta que “há uma vergonha de falar com sotaque, um uso forçado de expressões em inglês para dar mais status a ideias simples”.

É comum ver nomes de estabelecimentos comerciais, slogans de campanhas e projetos culturais com títulos em inglês, mesmo quando direcionados ao público local. Essa escolha revela mais do que preferência estética, escancara uma busca por legitimidade importada.

Cultura popular, sotaques e linguagens

Outro sintoma evidente está no rebaixamento da produção cultural popular brasileira. Ritmos como o funk, o forró e o repente ainda são rotulados como “inferiores”, “vulgares” ou “desorganizados”. Como destaca Novaes, “a elite insiste em manter distância simbólica do povo”. Essa distância se impõe inclusive quando a estética popular começa a ser valorizada, mas apenas após passar por processos de “higienização” ou validação externa.

A

O próprio consumo de moda, arte e produtos de tecnologia obedece essa lógica. Como lembra Kika, a síndrome de vira-lata produz “dualidades culturais”: brega e chique, civilizado e bárbaro, erudito e popular. E isso não se limita às classes altas, é um padrão mental reproduzido inclusive por aqueles que sofrem com ele. As redes sociais aprofundaram esse cenário, ao estabelecerem parâmetros de beleza, comportamento e sucesso cada vez mais alinhados ao padrão estadunidense. O American way of life tornou-se, paradoxalmente, o objetivo a ser alcançado por brasileiros que vivem realidades completamente distintas. A língua também é um campo de batalha. O preconceito contra sotaques regionais, a vergonha de dizer certas expressões, como “oxente” ou “uai”, em ambientes formais, e a tentativa de neutralizar a fala são exemplos da hierarquização simbólica que coloca o país no banco dos réus da própria identidade. Como explica Kika, “o Brasil ficou acostumado a pensar a condição de brasileiro como inferior”.

Cordél, feito com tinta, madeira, e bastante criatividade. Não usamos madeira, mas usamos a criatividade (e

Consequências da desvalorização

No Brasil, terra do samba, de filmes que provocam reflexão, de livros aclamados e de uma música popular vibrante que ecoa por todo o país, por que ainda achamos tão difícil dar valor ao que é nosso? A resposta reside em uma questão enraizada e duradoura. Essa forma de pensar se manifesta claramente no dia a dia da cultura brasileira. Muitos ainda evitam filmes feitos no Brasil. Nas livrarias, autores brasileiros atuais muitas vezes ficam escondidos atrás de livros estrangeiros mais vendidos.

Mercado fragilizado

A falta de interesse em filmes nacionais mostra mais do que apenas preferências. Revela uma falta de confiança na capacidade do Brasil de produzir obras de qualidade. Isso se deve, em parte, ao poder das grandes distribuidoras de outros países, mas também a uma ideia de que a cultura local não é “refinada” o suficiente. Ao perguntar nas ruas sobre o consumo cultural e o quanto dele é nacional, torna-se perceptível a preferência pelo que vem de fora. Diante do pouco que se conhece e valoriza da cultura brasileira, surge a pergunta: isso é suficiente?

Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), , em foram lançados filmes nos cinemas, sendo brasileiros e estrangeiros. Nas salas de cinema do Brasil, apenas , % ( ) das sessões foram destinadas a filmes nacionais, enquanto , % ( ) exibiram produções internacionais. Ao todo, foram exibidos longas brasileiros, que somaram um público de mais de milhões de pessoas e geraram uma renda de R$ milhões.

muita tinta)!

Em contrapartida, os longas internacionais alcançaram um público de dez vezes maior, e arrecadaram R$

Na literatura, a situação é parecida. Enquanto autores como Italo Calvino ou Stephen King fazem sucesso, escritores como Marcelino Freire, Conceição Evaristo e Itamar Vieira Juniorainda lutam para serem notados pelo mercado e pelo público em geral. “Como podemos formar leitores que entendam a realidade se não valorizamos nossas próprias histórias?”, questiona a Profª Antônia Montenegro.

Na música, a situação é ainda mais marcante. O funk, que surge nas periferias, é criminalizado, o mesmo aconteceu com o samba no passado. “Esses ritmos são vistos como ‘coisa de bandido’ ou ‘sem cultura’, o que mostra um pensamento elitista que rejeita o que vem das pessoas mais simples”, afirma a doutora Antônia.

Se de moto é crime, pelo menos de bike tem que ser arte! Só não é quando a gente cai...

nacionais s, quase bilhões. quanto Freire, ainda ar leialoriona te. o, o ’ f uca pouco públi dinhei fa

Essa falta de interesse pela cultura nacional afeta diretamente o mercado. Com pouca divulgação e pouco público, as produções brasileiras têm dificuldade para conseguir dinheiro. Muitas vezes, o reconhecimento só vem quando uma música faz sucesso em outros países. Só então se torna “aceitável”.

Essa busca incessante por validação alheia alimenta a continuidade da sujeição cultural. De acordo com Montenegro, “a cultura do Brasil persiste, mas só ganha real valor quando não a vemos mais como algo ‘local’ e passamos a enxergá-la como algo ‘global’”.

Mesmo diante deste quadro, a professora visualiza alternativas viáveis: iniciativas governamentais de apoio à cultura, formação educacional reflexiva e união entre universidades e grupos culturais. “Não devemos construir uma visão de auto-exaltação e superficial”, explica Montenegro. “A cultura brasileira é plural”. Formandos de Publicidade e Propaganda da Minas desenvolveram um trabalho de conclusão do curso ( ) que analisa os discursos na mídia em relação à performance de Fernanda Torres no filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, o grupo leva em consideração o complexo de vira-lata no cinema brasileiro e percebe

e

que as redes sociais têm um papel fundamental na amplificação do complexo e de sentimentos tanto de valorização quanto de desvalorização.

A pesquisa extraiu comentários das plataformas Instagram e sobre as premiações internacionais do filme e a performance da atriz e identificou o sentimento ambíguo dos brasileiros. Mesmo os comentários de comemoração revelam traços do complexo “Essa comoção que aconteceu pelo alcance e a visibilidade que o filme conseguiu, é somente porque são prêmios internacionais americanos” analisou Bruna.

O grupo concluiu na sua pesquisa que as redes sociais refletem e reforçam esses sentimentos de inferiorização e também essa busca pela validação internacional. Assim como dito por Novaes “Quando um filme brasileiro ganha Cannes ou Berlim, aí sim ele vira cultura. Antes disso, era só ‘coisa local’.

Romper com esse ciclo exige mais do que celebração pontual do que é nosso. É preciso reconhecer que as manifestações da síndrome de vira-lata estão embutidas em hábitos cotidianos, em políticas de consumo e até na forma como se constrói o prestígio. Só quando o Brasil enxergar sua diversidade cultural como potência e não como desvio será possível começar a curar essa ferida simbólica.

Enquanto a insistente desvalorização cultural mantém o Brasil submisso ao modelo estrangeiro, iniciativas artísticas, grupos periféricos, ações governamentais e mídias sociais demonstram a vitalidade e combatividade da cultura nacional. Nesse contexto, resistir é também se afirmar, não como imitação, mas como o núcleo de uma história vibrante. Antônia Montenegro, declara que “a cultura brasileira persiste, as pessoas são ativas, e a cultura também o é”.

Os tantos frutos coloridos que o Brasil tem é de se abrir um sorriso no rosto! E de se pintar os dedos!

Para ela, apesar da idealização do que é externo, existem experiências autênticas que prosperam à margem, nas periferias, nos interiores e nos corpos silenciados.

A reafirmação das vozes marginalizadas Filmes como Bacurau ( ), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e Marte Um ( ), de Gabriel Martins, são exemplos de um cinema de resistência que supera a estética colonizada e recupera a perspectiva brasileira sobre si. Como explica o professor Edmundo Novaes, essas produções desafiam o padrão e apresentam narrativas próprias, que se afastam dos modelos convencionais e buscam novas maneiras de contar histórias. Elas revelam outras perspectivas e experiências, contribuindo para ampliar o olhar sobre o que pode ser considerado representação ou expressão cultural.

A valorização da cultura afro-brasileira, indígena e popular tem sido uma das principais frentes de mudança simbólica no país. “A cultura brasileira é um mosaico. O ideal é dar espaço para todas as manifestações culturais, em sua variedade e diversidade”, afirma Montenegro.

Políticas públicas e a luta pela valorização

As mídias sociais também servem como ferramenta de afirmação. Influenciadores indígenas, nordestinos, negros e periféricos têm ganhado destaque e criado novas narrativas. Para Novaes, “a discussão sobre identidade, negritude, cultura popular e regionalismos tem crescido muito por causa das redes, dos coletivos culturais e das universidades públicas”.

Enfrentar o desaparecimento da nossa cultura não depende só de talento e desejo, mas de planejamento. Leis como a Rouanet e a Aldir Blanc têm viabilizado que artistas e agentes culturais consigam apoio financeiro para produzir e divulgar seus trabalhos. “A arte brasileira precisa lutar muito para ter algum reconhecimento. Isso impacta o dinheiro, as avaliações e a formação de público”, comenta Novaes. Ela ainda ressalta a importância dos Pontos de Cultura como lugares essenciais para ampliar o acesso e dar visibilidade ao que antes era deixado de lado.

Sabiam que isso se chama um afoxé?! Eu também não, obrigado Google, o pai dos burros!

EXPLORANDO MUNDOS ALÉM DE NÓIS

Personagens da série animada Jovens Titãs e suas atividades diárias!
Gabriel Picolo
Ilustração de demonstração feita para o curso BrushRush!
Uma série de animação das Super Drags apresentada na Netflix!
Guilherme Freitas
Anderson Mahanski
Van Gogh e Super Man, feitos com massa de modelar
Parece que Deus não estava nos melhores dos seus infinitos dias...
Gabriel Soares
Silva João
A Hatsune Miku brasileira, que misturou nossos custumes com a idol!
Ilustrações lindissimas feitas pela artista Doki Rosi
Iara Naika
Doki
Rosi

Pra limpar esse chão depois vai dar um trabalhinho... Ela não parece preocupada

Uma obra que grita e espeta, só que de um jeito que não dá pra parar de olhar!
Livious Art
Kkoch
Um corte de cabelo perfeito! Agora que eu parei pra pensar, também preciso de um corte...
Não entendi muito o que ele disse. Mas não é culpa minha! Olha esse bicho me olhando!
Roger Witt
Phobiacori Ink

Introdução e Obras de Eduardo Kobra

Um dos artistas mais conhecidos do mundo Eduardo Kobra, um dos muralistas mais reconhecidos do mundo, nasceu na periferia de São Paulo e transformou a cidade em sua principal tela. Suas obras, já presentes em mais de cidades ao redor do mundo, carregam cores, memória, ativismo e mensagens sociais e ambientais. O apelido “Kobra”, frequentemente confundido com sobrenome, surgiu ainda na escola. Ele conta que era o típico aluno do fundão, com dificuldade nas matérias e com cadernos cheios de desenhos. Os colegas, impressionados com seu talento, começaram a chamá-lo de “cobra”, no sentido de alguém que é “fera” no que faz — e o nome acabou pegando. Durante a adolescência, sua relação com a arte o levou para as ruas por meio da pichação. Ele faltava à escola para acompanhar outros jovens que já estavam envolvidos com a prática e, apesar de não querer se aprofundar naquele meio, vivenciou momentos de risco — chegou, inclusive, a presenciar a morte de um amigo ao seu lado. Seus pais descobriram e tentaram protegê-lo, mas Kobra continuava pintando à noite, pendurado em prédios, sem dinheiro sequer para comprar tinta spray: misturava cal com pigmento e óleo para criar sua própria tinta. Ele relembra que, há anos, quando as pessoas viam alguém pintando muros, a primeira reação era julgá-lo como vagabundo. Hoje, ele sorri ao dizer que finalmente pode comprar tinta de verdade, sprays e equipamentos de segurança.

Kobra considera a pichação uma forma de arte e uma manifestação legítima de ocupar a cidade, embora enxergue diferenças entre ela e o grafite ou o muralismo — para ele, cada uma tem sua função, seu público e seu lugar. Ao ser questionado sobre a preservação de suas obras, ele afirma acreditar que deveriam ser

E, se quiser, é pro mundo.

preservadas, pois a cidade tem “muros demais e arte de menos”, e cuidar dessas pinturas é também cuidar da memória.

Autodidata, Kobra tornou-se referência, com obras reproduzidas inclusive em livros didáticos. Ele explica que sua arte não se dissocia da pessoa que é: quando pinta sobre racismo, paz, tolerância ou coexistência, está expressando seus valores. Em Curitiba, um jovem o abordou dizendo que um de seus murais o ajudou a sair de uma crise de depressão — e Kobra considera isso mais significativo do que qualquer reconhecimento formal.

A vida pessoal do artista também esteve marcada por dor. Kobra perdeu a segunda filha, Catarina, em um momento traumático no qual sua esposa também quase morreu. Ele assistiu ao parto e disse que viveu meses em profunda depressão, tomando até comprimidos de tarja preta por dia. Foi durante esse período que produziu o mural A Mão de Deus, uma obra que o acompanhou enquanto tentava se reconstruir emocionalmente. Ele afirma que suas cores vibrantes são resultado de escolhas: transformar

Miriam Spritzer Julia do Santos Arruda
Com um sorrisinho desse, acreditaria que ele pixa muros?! Eu sim, arteiro!
CO RsPiT, cOsTuímO uM mUdO mUtO mEhO pAa

a dor em algo positivo, parou de beber, busca uma vida simples, e diz que sucesso, para ele, é estar com a família e valorizar quem esteve a seu lado desde o começo.

A técnica de um grande grafiteiro

Sobre sua técnica, Kobra explica que, antes de escalar andaimes de metros, cria a arte em menor escala e divide a superfície em quadrantes para transferir o desenho com precisão. Hoje usa equipamentos de segurança e máscara, pois já chegou a desenvolver intoxicação por metais pesados — a ponto de ouvir de um médico que não poderia mais pintar. Mesmo assim, não pensa em se aposentar. Enquanto conseguir subir em andaimes, continuará pintando; quando isso não for mais possível, pretende seguir trabalhando em telas dentro do estúdio.

Apesar da admiração do público pelos murais, ele revela que pintar é a parte mais fácil do processo. O mais difícil é lidar com burocracia, logística e autorizações — já chegou a passar

oito meses viajando sem parar. A pandemia o fez perceber que não nasceu para ficar parado. Está, inclusive, negociando um painel para a Quando reflete sobre sua trajetória — do menino que rabiscava o caderno e fazia pichações escondido dos pais ao artista que leva a imagem do Brasil para o mundo — Kobra diz que aprende a cada novo projeto. Já pintou um mural sobre Gandhi na Índia e participou de ações no Malawi, onde Madonna construiu um hospital muito belo, enorme e grandioso.

Seu trabalho carrega forte engajamento social e ambiental. Ele afirma que hoje a mensagem importa mais que a estética e que pinta sobre aquilo em que acredita e vivenciou. A mensagem principal de sua obra é clara: é possível viver em um mundo melhor se cada um respeitar o universo do próximo. Para ele, a cidade é de todos, embora reconheça que, na prática, há desigualdade — especialmente em São Paulo, onde a periferia tem menos acesso à qualidade de vida, cultura e serviços.

Com humor, admite que provavelmente já passou mais tempo com as unhas pintadas de tinta do que sua esposa. Diz também que tudo em sua casa — roupas, carro, paredes — carrega vestígios de tinta. Kobra acredita que a arte pode transmitir qualquer ideia e que seu maior desafio é transformar pensamento em imagens significativas e singulares.

Sem veneno nenhum, o Kobra espalha sua arte e seu nome pelas ruas!

Da Caneta no Guardanapo ao Sucesso na Arte Digital

Com uma carreira que inspira artistas iniciantes e profissionais em transição, Guilherme Freitas se consolidou como uma das maiores referências em ilustração digital no Brasil. Criador do canal Brush Rush, que já ultrapassou meio milhão de inscritos, ele compartilha processos, técnicas, bastidores e reflexões sobre a carreira artística, aproximando o público do mundo do desenho e da animação. Recentemente, foi convidado para palestrar na ª Feira do Livro de São Luís, onde falou sobre criatividade, aprendizado e o poder do desenho como linguagem universal. Para Guilherme, estar em São Luís foi uma experiência de encantamento imediato. Mesmo sendo sua primeira visita à cidade, ele comentou com entusiasmo sobre a receptividade do público e sobre como se sentiu acolhido. Esse tipo de conexão é algo que ele valoriza muito: mais do que números, o que realmente importa para ele são as histórias e as pessoas que conhece através da arte.

A infância que moldou o artista O interesse de Guilherme pelo desenho começou cedo. Como muitas crianças, ele rabiscava tudo o que via — mas, ao contrário da maioria, seu impulso criativo era quase compulsivo. Ele lembra que seu pai carregava sempre uma caneta no bolso porque, em qualquer lugar onde estivessem, bastava que houvesse um guardanapo para que o jovem Guilherme começasse a desenhar personagens.

Essa paixão encontrou apoio dentro de casa, especialmente vindo de sua mãe. Ela guardou cadernos, folhas soltas e pilhas de desenhos que hoje se transformaram em um verdadeiro arquivo da evolução do artista — uma espécie de cápsula do tempo gráfica. Entre seus temas preferidos estavam personagens da cultura

pop, como Goku, Homem-Aranha e a Turma da Mônica. A televisão foi, durante muito tempo, seu primeiro contato com referências visuais, antes mesmo de ter acesso à internet.

O nascimento do Brush Rush Em , quando o YouTube começava a ganhar força no Brasil e ainda era um espaço experimental, Guilherme enxergou uma oportunidade. Existia um nicho curioso de vídeos de ilustração: artistas gravavam o processo de desenho, aceleravam o vídeo e colocavam uma música ao fundo. Guilherme pensou: por que não tentar também? Assim, abriu o canal Brush Rush

No início, ele não tinha grandes pretensões. Seu objetivo era simplesmente compartilhar o que estava criando, quase como uma forma de diário visual. Com o tempo, percebeu que as pessoas queriam saber mais do que apenas assistir ao desenho: queriam entender como ele fazia. Perguntas como “qual curso você fez?” e “onde posso aprender isso?” começaram a se repetir. Foi então que ele percebeu o potencial educacional que tinha em mãos.

Isso tudo começou com um guardanapo?
Os meus eu só jogo fora mesmo...
Carlos Seixas
Vichi e Guilherme Freitas
o eSnH não é U dO MísTcO mA Ua

Embora tenha experimentado aulas formais, Guilherme se considera majoritariamente autodidata, aprendendo a partir de referências, erros e muita prática. Assim nasceu seu primeiro curso online, criado para ensinar justamente aquilo que ele gostaria de ter aprendido quando começou a desenhar.

Guilherme faz questão de reforçar que a ilustração é, sim, uma carreira real. Ele não trabalha apenas para inspirar, mas também para trazer pé no chão, falando sobre mercado, sobre rotina de estudos e sobre o desafio de se manter disciplinado.“Todos podem desenhar.”

Durante sua palestra na Feira do Livro, Guilherme abordou uma ideia que considera fundamental: o desenho não é um dom místico, mas uma habilidade treinável. Para ele, desenhar é como aprender um novo idioma. No começo, é preciso aprender o “abecedário do desenho”: linhas, círculos, quadrados, formas geométricas simples. Com prática repetida, essas formas evoluem para estruturas mais complexas — até se transformarem em personagens, cenários e composições completas.

Ele resume esse conceito de maneira simples: “Se você preencher páginas com bolinhas, a última será melhor que a primeira.” Mais do que ensinar técnicas, Guilherme ensina persistência.

O público e a missão de Ensinar O canal reúne diferentes perfis de seguidores. Há adolescentes que estão descobrindo o que gostam e enxergam o desenho como possibilidade profissional. Mas também existe um público adulto, formado por pessoas que já têm uma carreira estabelecida — muitas vezes em áreas como arquitetura, design ou engenharia e desejam migrar para a ilustração.

Um artista que inspira pela verdade Ao longo de sua trajetória, Guilherme se tornou prova viva de que é possível transformar paixão em profissão. Sua transição do guardanapo para as telas digitais não apagou sua essência: o entusiasmo de criança continua ali, no traço solto e na curiosidade de experimentar coisas novas. O que mudou foi sua missão. Hoje, mais do que desenhar, ele quer possibilitar que outros descubram esse universo. Guilherme Freitas é, acima de tudo, um facilitador. Alguém que abre portas. E que mostra, através de sua própria história, que a arte pode ser o início de uma vida inteira de possibilidades.

Aprender à desenhar assim? Só com muito esforço ou nascendo de novo!

Brasileiro nos bastidores da DreamWorks

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Dreamworks

Por dentro da DreamWorks: animador brasileiro conta como é trabalhar no icônico estúdio. Alex Simões trabalhou em Abominável ( ), O Poderoso Chefinho ( ) e outras animações feitas na DreamWorks.

Curiosidades e destaques: Campus que Inspira: O ambiente de trabalho é descrito como “acolhedor” e inspirador, com o campus parecendo “um spa,” contendo lago, rio, animais e prédios menores com espaços abertos. Essa estrutura física visa tornar a experiência menos parecida com um trabalho tradicional e mais aconchegante.

Liberdade e equilíbrio de rotina: Simões sentiu que a empresa o deixava “bastante à vontade para trabalhar,” contribuindo para um excelente “equilíbrio de rotina de trabalho.” Ele considera a DreamWorks sua “melhor experiência em emprego.”

Equipe de animação enxuta e exclusiva: O estúdio opera com uma equipe de animação relativamente pequena, cerca de a pessoas em projetos como O Poderoso Chefinho , um número bem menor que os mais de profissionais em estúdios como a Sony. Isso gera um ambiente de time mais exclusivo, onde todos se ajudam em qualquer aspecto da produção.

Cultura de inovação constante: Apesar de estar no topo com Disney e Pixar, a DreamWorks não se acomoda. Há um pensamento constante de “fazer o melhor sempre” e tentar deixar a animação “mais interessante,” buscando novos estilos, técnicas inovadoras e formas criativas de contar histórias envolventes ao público infantil e adulto.

E, se quiser, é pro mundo.

Adaptação eficaz à pandemia: A transição para o trabalho em casa devido à pandemia foi rápida, levando apenas duas semanas. O estúdio enviou pacotes de aplicativos para os funcionários, permitindo que a produção de O Poderoso Chefinho continuasse, com % do filme sendo feito remotamente e seguindo o mesmo cronograma presencial.

Desafio da continuidade vs. inédito: Em sequências (O Poderoso Chefinho ), o desafio é seguir o estilo anterior, mas a tecnologia exige que a animação seja atualizada, ou seja, nada é reusado do primeiro filme. Já em franquias inéditas (Abominável, The Bad Guys), a pré-produção é mais longa ( a meses) para descobrir o que funciona.

Exploração de personagens novos:

O momento mais marcante para Simões em O Poderoso Chefinho foi animar Tabitha, uma personagem inédita. Em sequências, o tempo de pré-produção (cerca de meses para este filme) é dedicado à exploração de novos personagens, com testes de personalidade para mapear como eles andam, falam e se expressam em diferentes estados emocionais (triste, feliz, etc.).

Felipe Grutter
Um pandinha e um ogrão muito gente boa (por incrível que pareça)

Proximidade com a produção:

Em O Poderoso Chefinho , o animador participou desde o “ponto zero ao final,” o que o deixou muito próximo dos personagens e do projeto como um todo.

adic ete nos

Com toda essa estrutura de suporte e o foco na excelência, a rotina de Alex Simões na DreamWorks, mesmo durante a transição para o trabalho remoto, manteve-se produtiva e inspiradora. O animador paulistano, que tem em seu currículo obras como a série As Aventuras do Gato de Botas, da Netflix, e Hotel Transilvânia , pela Sony, expressa um sentimento de orgulho por representar o Brasil em um estúdio tão renomado. Simões destaca que o pequeno grupo de brasileiros na DreamWorks é unido e sempre busca adicionar um toque da cultura e positividade brasileiras à equipe, o que, de certa forma, se ete nos projetos.

Legado e inspiração para novos talentos: A trajetória de Alex Simões na DreamWorks inspira jovens animadores brasileiros a acreditarem em seu potencial e buscarem oportunidades no exterior. Sua experiência mostra que talento, dedicação e autenticidade cultural podem abrir portas em grandes estúdios de animação.

Pensa em alguns gatinhos fofos e muito estilosos! Nem da vontade de apertar!

Um belo tutorial de como fazer o meu cachorro me obedecer!
brir ação

Ana Frango Elétrico lança novo single vibrante

Criatura, ser, bicho elétrico

Um balanço leve, nostálgico e solar: é assim que Ana Frango Elétrico fecha o ciclo do elogiado Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua, com o lançamento do single inédito A Sua Diversão

A faixa, disponível nas diversas plataformas digitais, antecipa um compacto especial que também contará com uma reinterpretação de Não Tem Nada Não, canção de três gigantes da música brasileira: Marcos Valle, João Donato e Eumir Deodato. O lançamento sai por três selos — , Mr. Bongo e Psychic Hotline — e também ganhará edição em vinil ”.

Com letra escrita em parceria com Tuca Monteiro, A Sua Diversão já havia dado as caras nos shows do último álbum, mas só agora encontrou o momento certo para ser registrada em estúdio. “Por ser inédita, eu não via muito sentido em lançá-la sozinha”, explica Ana. “Mas quando resolvi gravar a música dos meus ídolos, achei que ela encaixava perfeitamente como contraponto, uma despedida bonita do disco”.

A canção é mais do que um bônus: é um retrato fiel da sensibilidade sonora de Ana, que mescla intimidade e poesia com arranjos sofisticados e despretensiosos. O novo compacto não só sela a trajetória de um álbum marcante — que rendeu prêmios da crítica e levou Ana a mais de shows lotados em três continentes — como também mostra um lado raro e incomum de quem se define mais como compositore do que como intérprete.

Desde que despontou em com Mormaço Queima, Ana tem embaralhado fronteiras entre , rock, pop e o experimental, criando um som que é só seu. Ao longo da carreira, conquistou prêmios como o e o Awards, foi indicade ao Grammy Latino, e produziu álbuns de grande destaque e reconhecimento.

E, se quiser, é pro mundo.

Uma mistura musical deslumbrante Para coroar essa fase de reconhecimento e experimentação, a reinterpretação de Não Tem Nada Não ganha um brilho ainda mais especial: o compacto de polegadas terá a participação de um dos compositores originais, Marcos Valle, que se junta a Ana em um gesto que sela o respeito e a admiração mútua entre gerações da música brasileira. Este lançamento triplo, com a união dos selos (Brasil), Mr. Bongo (Europa e Ásia) e Psychic Hotline ( ), não é apenas uma despedida, mas a confirmação do alcance global da artista, que, ao olhar para seus mestres, pavimenta um caminho singular. Ana Frango Elétrico se consolida, assim, como uma das vozes mais inventivas do cenário contemporâneo, pronta para virar a página, mas deixando um rastro de leveza e sofisticação que promete inspirar seus próximos passos criativos. O compacto A Sua Diversão / Não Tem Nada Não é o ponto final perfeito para um ciclo, e o convite aberto para o que virá adiante.

Nem mulher, nem homem, talvez um frango (não elétrico). É a mulher homem bicho!

sacramento: rpg de faroeste mineiro

Um rpg diferenciado e forasteiro

Se você busca uma aventura de que mistura a emoção do Velho Oeste com o tempero único de Minas Gerais, então está no lugar certo! Precisa conhecer Sacramento!

Lançado pela Jambô Editora e criado por Thiago “Calango” Elias e Ramon Mineiro, este livro é uma imersão completa em um mundo ficcional que te cativa desde o diálogo inicial: “– Opa, bão sô? – Bão, moço”.

Sacramento se destaca por sua ambientação original e charmosa. Esqueça as moedas de ouro; aqui, o que vale são os réis, e a tabela de itens traduz perfeitamente a fusão cultural, permitindo que seu personagem compre um bule de café, uma garrafa de pinga e, claro, o indispensável pão de queijo. Mas não se engane, para os interessados em perigo, há também pistolas, carabinas e coletes de couro.

Eu não sei se ele vai longe com um cavalo vesgo, mas quem não tem cão caça com gato

A capital do mundo do jogo é a surpreendente Belo Horizonte, descrita com um toque de fantasia como uma cidade portuária movimentada, com um “farol grande e imponente” que adiciona um charme épico ao cenário.

A singularidade de Sacramento vai além da simples fusão de faroeste com a cultura mineira; é um exercício de criação de mundo que utiliza o charme e as idiossincrasias de Minas Gerais como alicerce de uma aventura de robusta e memorável. A decisão dos criadores, Thiago “Calango” Elias e Ramon Mineiro, de substituir moedas de ouro por réis e de incluir itens essenciais da culinária e do cotidiano mineiro na tabela de equipamentos — como o bule de café, a pinga e o pão de queijo — estabelece imediatamente uma forte identidade cultural para o jogo. Essa autenticidade, no entanto, não compromete a emoção do Velho Oeste, garantindo que elementos de perigo como pistolas, carabinas e coletes de couro estejam prontos para o confronto iminente, inevitável.

O faroeste como você nunca viu!

A reimaginação da capital, Belo Horizonte, como uma movimentada cidade portuária, coroada por um “farol grande e imponente”, demonstra a ousadia do worldbuilding da Jambô Editora, transformando o familiar em épico. Ao apresentar um cenário tão detalhado e cativante, Sacramento se firma não apenas como um de faroeste, mas como uma experiência cultural divertida e original, recomendada para qualquer jogador em busca de uma mesa com sabor novo e inconfundível.

Se você gosta de faroeste, s com forte identidade cultural e um universo ricamente detalhado, Sacramento é uma recomendação certeira para trazer uma nova e divertida experiência para a sua mesa de jogo.

“homem com h”, uma gritante cinebiografia

Nunca vi rastro de cobra... Homem com H, a cinebiografia de Ney Matogrosso escrita e dirigida por Esmir Filho, demonstra consciência do desafio inerente às biopics ao optar por um recorte específico da vida do artista. O foco principal é a jornada de libertação pessoal e artística de Ney, uma decisão que evita a exaustão de tentar cobrir toda uma vida.

O filme estabelece seu arco central através de um forte contraste. A narrativa intercala imagens da infância, marcada por agressões homofóbicas do pai militar, com a performance adulta de Ney em seu primeiro show solo (Homem de Neanderthal) com o pai na plateia. Esse recurso visual define a essência do filme: Ney transformando o teatral em uma poderosa arma de liberdade, buscando ser reconhecido em sua plenitude e conquistando o direito de viver de acordo com sua identidade queer.

A abordagem se destaca pela forma como integra os sucessos musicais (Bandido Corazón, Homem com H). As canções não são meras concessões burocráticas, mas sim complementos narrativos e visuais que simbolizam cada novo passo na busca por liberdade. Essa estrutura confere à obra uma clareza e frescor que superam tanto os altos valores de produção quanto a elogiável dedicação de Jesuíta Barbosa em interpretar a fisicalidade do artista.

Apesar dos méritos, o texto ressalta que o filme perde sua força nos minutos finais. A narrativa vibrante se transforma em um relato protocolar de eventos, ignorando as últimas décadas da vida de Ney e temas de maior densidade social. A crítica final é que Homem com H comete o erro de se render à obrigação de ser mais abrangente, diluindo o foco do roteiro em que Esmir Filho parecia interessado. Assim, o que começa como um retrato audacioso da

E, se quiser, é pro mundo.

transformação de Ney Matogrosso – do trauma à revolução performática – termina por tropeçar na tentativa de abarcar mais do que deveria. O desvio abrupto para o formato “enciclopédico” nos momentos finais enfraquece a tese central do filme, que era a celebração da performance como ato político e de sobrevivência. Em vez de consolidar a vitória da identidade queer de Ney no palco, a cinebiografia recua, encerrando-se de forma convencional e deixando de lado a oportunidade de explorar o impacto contínuo do artista na cultura brasileira ou as nuances de sua vida após o ápice de sua libertação pessoal, o que seria o verdadeiro fechamento para a história de um ícone que sempre rejeitou o protocolo.

o

Fernando Ari Maria Cecília Santos
Uma rosa para uma flor, pensa num cara estiloso!
Se não tivesse feito sucesso no Brasil,
Kiss teria adotado com prazer!

O universo sáfico de giu O universo SÁFICO DE GIU

Entre romances e a escrita do Brasil para o Brasil, essa é Giu Domingues!

Nicole Antunes
Vichi

Em seus momentos de descoberta da própria sexualidade, mulheres adolescentes buscam em romances homoafetivos um conforto que algumas histórias heterossexuais podem não transmitir. Histórias gays acabam se tornando um ponto de escape da realidade para as meninas que estão começando a se descobrir. Pode não fazer sentido, mas a literatura gay ganhou um espaço muito grande entre as mulheres +, afinal, era o que chegava a ser mais próximo da própria realidade.

Ver como dois homens se relacionam acaba se tornando uma maneira de se afirmar como “eu também posso ter isso”, ou “duas pessoas do mesmo sexo se amando não é errado”. Porém, a conta não fecha: por que dois homens, mas não duas mulheres?

A resposta é simples: não era tão visibilizado quanto o romance homossexual. Ou, quando era, traziam vivências estereotipadas ou limitadas a um contexto pornográfico.

A literatura sáfica - termo usado para designar a relação entre duas mulheres - alguns anos atrás, não era tão forte quanto sempre pareceu, o movimento foi crescendo aos poucos. Primeiro, livros estrangeiros traduzidos apareciam mais nas livrarias. Grande recepção e a procura aumentou. Depois, livros nacionais surgiram no mercado da literatura com uma recepção maior ainda. E o melhor de tudo: com mais identificação.

Com base nisso e a fim de fazer com que a literatura sáfica fosse ainda mais forte em solos brasileiros, Giulliana Domingues dá a vida a Luzes do Norte, um romance entre duas mulheres em um mundo de fantasia, tema que não era tão explorado nas narrativas +.

“A literatura sáfica já existia bem antes de mim, feita por vozes que nunca tiveram a chance de ganhar a visibilidade merecida. Em termos de romances sáficos, é impossível não citar Conectadas, da Clara Alves, que abriu espaço para esse tipo de história em moldes mais comerciais. Eu nunca quis escrever nada primeiro, nem ser pioneira: o que eu queria era escrever uma história que fosse autêntica para mim”, revela Giu Domingues.

Ao refletir sobre a presença de outras autoras e a importância da representatividade, ela destaca que a escrita também carrega um desejo de diálogo. Para ela, a literatura não é apenas um espaço de criação individual, mas uma ponte que permite que experiências e vivências da própria autora encontrem eco em diferentes leitores da comunidade. “Escrever é um processo muitas vezes solitário, mas quando o livro está no mundo,

Uma escritora experiente... quem não quer ser a próxima Giu?

ele não é mais só meu; ele passa a fazer parte da vida de centenas ou até mesmo milhões de pessoas de todos os lugares. E saber que minha história é capaz de me conectar com pessoas dessa forma é uma das partes mais gratificantes do processo”, diz a renomada escritora.

Esse movimento de partilha transforma a escrita em algo bem maior que o simples ato de colocar palavras no papel, vira uma obra de arte. Quando o livro encontra o leitor, ele passa a ganhar novos sentidos e acaba se tornando um reflexo das experiências e emoções de quem o lê.

Para a autora, essa troca está diretamente ligada à representatividade. Ao se ver nas personagens e ao reconhecer se reconhecer nelas, o leitor encontra acolhimento e identificação. E é justamente nessa interseção entre o pessoal e o coletivo que a literatura sáfica ganha força.

“No fundo, eu escrevo sempre o que eu gostaria de ler, e é muito especial saber que outras pessoas são tocadas por essas histórias. Eu escrevo histórias representativas por que é isso que eu quero ler. Eu escrevo mulheres gordas, ansiosas, cheias de dúvidas, mas também corajosas, românticas e esperançosas. Tudo isso são coisas que me atravessam, de uma forma ou outra e acho que é isso que torna minhas histórias tão minhas”, ressalta. eU eSrEo sEpR O qU eU gOtAiA dE lE

Uma rosa tão linda, ela é realmente cor de rosa

Contando histórias e movendo o mundo Falando em representatividade e leituras compartilhadas, Giu Domingues estará presente na Bienal Internacional do Livro de Pernambuco de . O evento é um espaço que costuma celebrar a diversidade, um encontro de leitores, e fazer com que novas vozes tenham um alcance maior. A autora diz estar muito animada para a participação no primeiro final de semana da Bienal.

“É a minha primeira vez em Pernambuco, e dizer que eu estou animada é um eufemismo! Eu mal posso esperar para estar com os meus leitores nordestinos, que sempre abraçaram minhas histórias e por quem eu tenho tanto carinho. Essa Bienal significa um momento histórico para literatura brasileira, e pessoalmente eu tenho um orgulho imenso de fazer uma parte mesmo que pequena disso”, comenta.

Em relação à literatura, a autora já possui quatro títulos na carreira: Luzes do Norte, Sombras do Sul, Finalmente e o mais recente Canção dos Ossos, que ela já revelou ser uma releitura do livro O Fantasma da Ópera, um clássico que sempre esteve presente na vida de Giu. Dessa forma, o livro nasceu de um desejo de revisitar uma narrativa marcante, interessante e surpreendente, sob uma nova perspectiva, deixando a homenagem ainda maior.

“O Fantasma da Ópera é um livro e um musical que significam muito para mim, então eu tinha muita vontade de fazer jus a essa história ao mesmo tempo que eu acrescentava algo novo. Para mim, a razão de fazer uma releitura, ao invés de uma história completamente nova, é poder explorar temas que você sente que não tiveram espaço na obra original, e era isso que eu queria com ‘Canção’. Foi um processo que exigiu muita pesquisa, um mergulho na obra original, e depois um retorno aos meus motivos para contar essa história”, explica a autora.

E, se quiser, é pro mundo.

Quanta emoção ter sua obra prima agora em mãos!

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Nessa pegada entre revisitar clássicos e criar algo novo, Giulliana revela que a escrita está sempre em movimento. Sem deixar de olhar para as histórias que a marcaram, ela não deixa de abrir novas possibilidades, experimentando caminhos diferentes daqueles de costume nas próprias narrativas, deixando um espaço em aberto para o inesperado.

Giu não se limita a um único gênero ou fórmula: para ela, cada nova ideia é um convite a explorar novos territórios e a descobrir até onde a própria imaginação vai viajar e fazer do incrível real.

“Eu acho que existe uma ficção científica no meu futuro! Mas tudo depende do que me chamar a atenção em um devido momento. Desde que tenha elementos fantásticos, eu tô dentro”, finaliza.

Entre projetos já publicados e ideias que ainda não nasceram, Giu Domingues se consolida como uma das vozes em ascensão da literatura brasileira. Com obras que unem emoção, identidade e imaginação, a autora ressalta que ainda existem muitas histórias a caminho.

Para ela, escrever é um constante exercício de liberdade. E não existe nada mais lindo no mundo que ser livre para fazer o que ama - e fazer com que os leitores sintam um pouco desse amor, também.

Renan Martins Frade

Netflix usa Brasil como cortina de fumaça

A manchete após o balanço trimestral da Netflix, foi clara: o resultado financeiro abaixo do esperado era, supostamente, culpa do Brasil. A empresa atribuiu o tropeço a uma disputa fiscal por aqui, envolvendo a Cide-Tecnologia. Desde , a companhia havia parado de recolher esse imposto por uma decisão judicial favorável, mas um recente julgamento do a obrigou a provisionar bilhões de reais em despesas retroativas – algo em torno de $ milhões ( $ , bilhões). “É um custo para fazer negócios no Brasil”, disse Spencer Neumann, o chefe financeiro, na conferência com investidores, reclamando que “nenhum outro imposto se parece ou se comporta dessa forma em qualquer outro grande país em que operamos”.

Elsa e Rumi são novas inimigas? Pois a netflix está subindo ao pódio
Aziul

Obviamente, nosso sistema tributário é complexo, mas essa não é toda a realidade da Netflix. Sinceramente, me parece apenas uma cortina de fumaça muito conveniente. Ainda que a receita tenha crescido % no trimestre – o maior avanço desde –, a margem operacional caiu de , % para 8, %, bem abaixo da própria projeção de , %. O lucro operacional de $ , bilhões foi cerca de $ milhões a menos do que o previsto. Se não fosse pela provisão do Cide-Tecnologia, o resultado estaria apenas levemente acima da previsão. Ou seja, a operação já dava sinais de pressão de custos, seja em tecnologia, marketing ou conteúdo, e o “problema externo” do Brasil acabou servindo como um escudo narrativo perfeito para desviar o foco.

O fluxo de caixa livre de foi revisado para cima, chegando a $ 9 bilhões, mas graças a um menor gasto em conteúdo. A empresa reduziu suas obrigações de US$ , bilhões para US$ , bilhões. Enquanto a Netflix anuncia uma avalanche de títulos para o final de e , ela está, na verdade, comprometendo menos capital no pipeline, um sinal de disciplina, mas também de contenção de investimento em novas produções. O recente acordo com o Spotify para podcasts em vídeo em faz todo o sentido nesse contexto: conteúdo mais barato que prende o espectador por horas.

O resultado acendeu o alerta nos investidores, com as ações acumulando queda de mais de % desde o recorde em junho. Para eles, a questão é a ameaça crescente da produção de conteúdo por Inteligência Artificial distribuída em outras plataformas, como o Sora, da Open . São vídeos de baixo custo e grande volume que concorrem vorazmente pelo nosso tempo de tela.

A Netflix abordou a indiretamente, garantindo que vem usando a tecnologia na produção de cenas e em testes publicitários, aplicando-a em escala industrial de forma silenciosa.

Percebo a nova realidade que a pioneira do vídeo sob demanda impõe, e o pagamento dos assinantes é apenas parte de um modelo de negócios que se reestrutura. A companhia está construindo um novo tripé de sustentação. O acordo de licenciamento de Guerreira do K-Pop com Mattel e Hasbro, por exemplo, mostra que a Netflix começa a criar seus próprios “pilares Disney” de propriedade intelectual, abrindo caminho para diversificação de faturamento em brinquedos, moda e experiências. O avanço da área de publicidade também é notável: a receita deve mais que dobrar em , impulsionada pelo maior upfront da sua história e pelo silencioso crescimento do Netflix Ads Suite, sua própria plataforma de tecnologia publicitária.

Por fim, o foco em grandes transmissões ao vivo, como a luta de boxe destacada pelo co- Ted Sarandos, tem dupla função. Esses eventos são uma vitrine perfeita para anunciantes e geram a comoção necessária para garantir horas de view time. É assim que nasce a nova Netflix: sustentada por publicidade, licenciamento e grandes eventos ao vivo. É menos espaço para roteirizados caros e mais esforço para capturar cada minuto da nossa atenção.

Enquanto arrumam a casa e reestruturam o negócio, o Brasil é usado como uma conveniente cortina de fumaça para desviar a atenção dos verdadeiros desafios.

Renan Rocha

antonio de Góes prata

Uma IA com menos que 6 dedos? Claramente

Deixaremos de ser uma mercadoria?

Quando eu era um estudante colegial, inocente, puro e besta, achava que o mundo se dividia entre ricos e pobres, que os primeiros exploravam os últimos e o capitalismo selvagem transformava todos os seres humanos em mercadoria. Então fui fazer faculdade, li, discuti, ouvi excelentes professores e entendi que a realidade era mais complexa, cheia de nuances. Saí da faculdade, caí na vida, trabalhei e vivi o suficiente para chegar às minhas próprias conclusões: o mundo se divide entre ricos e pobres, os primeiros exploram os últimos e o capitalismo selvagem transforma todos os seres humanos em mercadoria. Vejam só a , a maior ferramenta de pirataria da história. Como ela “aprende”? “Lendo” todos os livros disponíveis na internet, “vendo” todos os filmes, “escutando”

uma ilustração falha!
Canudo

todas as músicas, daí faz um amálgama disso tudo e te vende, sem pagar direitos autorais. (Entenda “te vende” nos dois sentidos: vende pra você ao mesmo tempo em que, pegando seus dados, você é vendido). Perto de Sam Altman, Capitão Gancho parece a Sininho.

Nos anos tinha em São Paulo a Galeria Pagé, onde se compravam relógios e toca-fitas pro carro por uma pechincha. O segredo para os preços baixos era tão misterioso quanto o da Feira de Acari na música “W/Brasil”: a mercadoria era roubada. Mais de uma vez, criança, ouvi adultos reclamando que o som do carro tinha sido furtado. Era um som incrível, caríssimo, não teve jeito, o ultrajado foi na Galeria Pagé e comprou o mesmo modelo pela metade do preço. (Eu disse o mesmo modelo, mas talvez fosse exatamente o mesmo aparelho de alta tecnologia e qualidade).

É assim que me sinto usando a -e tenho usado cada vez mais: indo na Galeria Pagé dar dinheiro pro ladrão que me rouba. É muito pior do que isso, porque o ladrão de toca-fitas não se transformava num ladrão de carros, depois num ladrão de casas e depois num sequestrador de avião. Já a inteligência artificial se transforma rapidamente a cada dia.

Sou roteirista e estou ao mesmo tempo maravilhado e aterrorizado com as possibilidades. (Quem é ator ou atriz deve estar apenas aterrorizado).

O Jorge Furtado disse uma vez que se roteirista entendesse de produção, jamais colocaria numa rubrica essas cinco letrinhas - - - - . São três segundos teclando a palavra e R$ mil em caminhões pipa, um quiprocó terrível pra filmar, agente de ator dizendo que semana retrasada ele tava com pneumonia, que o contrato não previa chuva, que é preciso uma renegociação dos valores e sei lá mais o quê. Agora, numa tarde, um cara que manje bem das ferramentas disponíveis mete um toró numa cena de deserto em Laurence da Arábia e ainda consegue colocar o cabelo do Peter O’Toole lambido na testa. Se você quiser, ele também pode trocar o Peter O’Toole, no filme todo, pelo Agostinho Carrara. Ou, por que não, pela Peppa Pig?

Hoje, para fazer um filme, não é mais preciso de ator, cenógrafo, figurinista, câmera, diretor de fotografia, produtor de elenco, motorista, eletricista nem de outras centenas de profissionais envolvidos na produção audiovisual. Basta um roteirista, um diretor e alguém que saiba pedir pra o que os dois estão querendo. Logo logo, nem esses três serão necessários, já que a máquina vai fazer tudo por conta própria.

Penso aqui com meus botões (do teclado): se estivermos todos desempregados, quem terá dinheiro para assistir aos filmes?

Isso, claro, é o tipo de elucubração inútil e pessimista de quem quer se agarrar ao passado -Peter O’Toole, Jorge Ben Jor, Galeria Pagé, ó as referências... Vejamos pelo lado positivo: nós, seres-humanos, inúteis, cuspidos das cadeias produtivas, deixaremos enfim de ser uma mercadoria.

Renan Rocha

Como organizar sua rotina de trabalho freelancer

1.

Use aplicativos de organização a seu favor Aproveite a tecnologia com aplicativos como Pomodoro, Trello e Wunderlist para otimizar a rotina. O Pomodoro divide o trabalho em blocos de pausas,minutosdefoco,seguidosporpequenas aumentandoaprodutividade.OTrelloe o Wunderlist, por sua vez, ajudam na organiza-çãodetarefaseprojetos,permitindocriar fluxos, checklists e gerenciar listas de pendências de forma visual e personalizada.

3.Entendaondeouquandovocêrendemais

Analise se trabalhar em casa realmente é o melhorparavocê,poispodesetornarumafonte dedistraçãoconstante.Senecessário,busque ambientesmaisadequados,comocoworkings ou cafés, para aumentar a disciplina e o foco. Além do local, identifique os horários em que sua produtividade está mais alta, programandoasatividadesmaisimportantesparaesses picosdeenergia.

2.

Organize sua rotina no dia anterior Reserve um tempo, idealmente à noite, para planejar as tarefas do dia seguinte, garantindo quevocêcomeceodiasabendoasprioridades.

Avalie os afazeres com prazos mais curtos e os que exigem maior esforço ou pesquisa. O idealéqueastarefasmaisdifíceissejamfeitas logocedo,quandovocêestámaisdescansado.

Então, não hesite em ajustar o planejamento conforme suas necessidades.

4. Façalistasesedêrecompensas Sempretransformesuaorganizaçãodiáriaem pequenas listas de tarefas para uma visualização rápida e eficiente (utilizando apps oupapel).Omaisimportanteéestabeleceruma recompensa prazerosa para si mesmo apóscriacompletarcadablocodetarefas.Essatécnica vocêum“cicloviciosodobem”—quantomais aumentandotrabalha,maisrecompensasvocêganha, amotivaçãoeaeficiência.

5.

Programe cada atividade Definir exatamente quando cada atividade deve começar e terminar é essencial para a organização e para medir sua produtividade. Essa programação não deve incluir apenas as tarefas de trabalho, mas também intervalos importantes, como almoço, lanches e momentos de descanso e lazer. Programar o dia todo ajuda a entender seu ritmo, otimizar o tempo e evitar o excesso de trabalho, mantendo sua saúde física e mental.

7.Mudeseulocaldetrabalhoocasionalmente Mesmoumlocaldetrabalhobemorganizado podesetornartediosoeminarainspiração, especialmenteparaprofissionaiscriativos.Se oseuambienteatualnãooestáinspirando, consideremudá-lo.Trabalharcomumnotebook facilitamuitoessamudança.Experimentelevar seuequipamentoparaoutramesaemumespaçodecoworking,ousimplesmentemudepara outrocômodooucantodesuacasa.

6.Deixeespaçoparaimprevistos

Evite montar um cronograma apertado onde todas as tarefas terminam no limite do prazo para evitar stress e a perda de clientes. É essencial ser precavido, pois imprevistos, como problemastécnicosoudesaúde,podemocorrer aqualquermomento.Umcronogramaflexível, com margem de tempo, permite que você se reorganizesementraremdesesperoeassegura apontualidadenasentregas.

8.

Eviteamultitarefa

anúnciosEmboraamultitarefasejavalorizadaemmuitos deempregoporbeneficiaraempresa, rioelaé,naverdade,prejudicialparaofuncionácomum. Tentar lidar com várias tarefasquedasimultaneamentequasesempreresultana quência,daqualidadedotrabalhoe,porconsedaprodutividadegeral.Portanto,a melhorabordagemétrabalharemcadaprojeto deindividualmente,visandocompletarumantes começaropróximo.

TRAJANDO O GÊ!

Tá afim de criar o seu proprio GÊ estiloso para chamar de seu? LANÇA A BRABA!

Acabamos perdendo alguns Tals na caminhada dessa edição, você consegue achá-los por aí?

Dica: olhe para as imagens!

Acesse nossa playlist no Spotify para levar um pedacinho da gente contigo :)

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