O Setor Elétrico (edição 166 - Nov/2019)

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Ano 14 - Edição 166 Novembro de 2019

Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos Fundamentais para a elaboração de um projeto tecnicamente impecável, as ferramentas servem para calcular retornos financeiros com segurança e efetuar vendas de forma eficiente

Linhas de transmissão subterrâneas – Comissionamento O Brasil possui uma extensa rede de transmissão de energia, porém, existe uma parte dessa rede interligada que não é vista, pois está instalada de forma subterrânea e requer critérios que assegurem perfeitas condições de operação Cobertura especial – CINASE Edição Mato Grosso | Região Centro-Oeste Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco de apresentação das mais recentes atualizações normativas e tecnológicas


S&C 1


Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina

Suplemento Renováveis 39 Fascículo: Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos Notícias de mercado Coluna solar: Será um retrocesso na geração distribuída? Coluna eólica: O mercado de trabalho para energia eólica

Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br

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Editorial

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Coluna do consultor

(41) 3027-5565 Direção de arte e produção

Vamos vencer nossas paixões?

Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta

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Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco de apresentação das mais

Colaborador técnico de normas

recentes atualizações normativas e tecnológicas

Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos

Evento – CINASE Edição Mato Grosso

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Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos

Colaboradores desta edição Antônio Roberto Panicali, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Edval Delbone, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr., Galeno Lemos Gomes, Hans Rauschmayer, Hélio Eiji Sueta, Jobson Modena, José Starosta, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Marcolino, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Silverio Penin Y Santos

25

Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão

A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos.

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Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

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Capa: Vaclav Volrab | shutterstock.com

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Impressão - Mundial Gráfica e Editora

Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão, com úteis aplicações dos condutores bimetálicos – Parte 2

Espaço SBQEE Matrizes energéticas e emissões Colunistas

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

Filiada à

Espaço 5419 Uso de telhas feitas com ligas metálicas como sistema de captores naturais – Parte 1

Distribuição - Correios

Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Cinase TEC

60 61 62 64

Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

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Editorial

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O Setor Elétrico / Novembro de 2019

www.osetoreletrico.com.br

Ano 14 - Edição 166 Novembro de 2019

Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 166 – Novembro de 2019

Fundamentais para a elaboração de um projeto tecnicamente impecável, as ferramentas servem para calcular retornos financeiros com segurança e efetuar vendas de forma eficiente

Linhas de transmissão subterrâneas – Comissionamento O Brasil possui uma extensa rede de transmissão de energia, porém, existe uma parte dessa rede interligada que não é vista, pois está instalada de forma subterrânea e requer critérios que assegurem perfeitas condições de operação Cobertura especial – CINASE Edição Mato Grosso | Região Centro-Oeste Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco de apresentação das mais recentes atualizações normativas e tecnológicas

Edição 166

Disrupção tecnológica em pauta

O desenvolvimento e a inserção de novas tecnologias no

debatidos temas importantes para a área de energia elétrica,

mundo estão a todo o vapor e englobam todos os setores.

como as tendências apontadas pela Indústria 4.0 e seus

No segmento elétrico, modernizações provenientes do

impactos nos negócios das organizações.

conceito de Indústria 4.0, ou ainda, da chamada quarta

revolução industrial, se referem a Smart Grid, Internet of

novembro foi o 37º Circuito Nacional do Setor Elétrico

Things (IoT); BIM em projetos elétricos; geração distribuída,

(CINASE) – Edição Mato Grosso | Região Centro-Oeste,

armazenamento de energia; Smart Lighting, casas conectadas,

que atraiu a participação de mais de 800 congressistas

inteligência artificial, veículos elétricos, Green Buildings,

e grandes players do segmento, tanto locais quanto

segurança cibernética, entre outros disruptivos, e nunca

nacionais. O encontro da engenharia elétrica – composto

estiveram tão presentes como nos dias atuais.

por congresso e exposição – movimentou a capital cuiabana,

Nos últimos cinco anos, observou-se uma rápida

trazendo conteúdo do mais alto nível técnico, ministrado por

aceleração da adoção dessas inovações tecnológicas na

renomados especialistas em diversos assuntos da eletricidade

indústria, no comércio, nas residências, nas cidades e no

e energias renováveis.

sistema elétrico, tendo como objetivo facilitar a acessibilidade

dos usuários / operadores, economizar energia elétrica,

há de mais moderno em soluções e se atualizar em relação às

preservar o meio ambiente, reduzir gastos com mão de obra,

principais questões do momento. Nesse âmbito, as energias

elevar o nível de qualidade dos serviços prestados, otimizar

limpas, mais especificamente, a solar e a eólica, foram

processos, entre outros benefícios.

amplamente abordadas, face ao grande potencial do Brasil e

às altas tarifas de energia elétrica. Uma das polêmicas tratadas

Assim como em países avançados, essas tecnologias

Além do SNPTEE, outra grande realização no mês de

Nos dois dias de evento, o público pôde conhecer o que

também já estão no radar do Brasil, que tem investido

foram as mudanças na regulamentação da geração distribuída

bastante em pesquisa e desenvolvimento e estudado

no País, propostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica

as necessidades do mercado, face à obsolescência de

(Aneel) para entrarem em vigor já em 2020, que segue em

equipamentos e necessidade de atualização. Na 25ª edição

consulta pública até o dia 30 de dezembro de 2019. Uma luta

do Seminário de Produção e Transmissão de Energia Elétrica

ferrenha, que ainda promete muitos duelos.

(SNPTEE), que aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro,

no Expominas, em Belo Horizonte (MG), a pauta discutida

melhor pelo Brasil e por todos.

O embate continua, mas torçamos para que seja feito o

foi justamente a modernização do setor elétrico e os novos caminhos para o crescimento sustentável do País.

Boa leitura!

Luciana Freitas

No evento, que acontece a cada dois anos, foram

Redes sociais

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Revista O Setor Elétrico



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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Vamos vencer nossas paixões?

As soluções que precisamos para a reconstrução do País requerem

naturalmente uma série de ações estratégicas, legais, econômicas, administrativas, de infraestrutura e outras tantas. Como por premissa de Estado vivemos em um ambiente democrático, as soluções a serem tomadas devem atender o interesse de todos, aliás, pareceria óbvio. Óbvio se não assistíssemos em nossas ruas e gabinetes verdadeiras batalhas polarizadas.

As soluções merecem dos gestores públicos, não só as exaustivas análises

técnicas ou mesmo as boas consultas à sociedade, como as que estamos assistindo no caso da revisão da Resolução 482, que define o norte para a geração distribuída. O equilíbrio deve ser o objetivo final, e com paixão antes da razão, este não será atingido. Está claro que o uso da rede da distribuidora por aqueles que geram energia em seus quintais ou telhados deve ser remunerado, afinal de contas, a distribuidora se encarrega de distribuir o próprio excesso da energia gerada e continua a abastecer na falta de geração; caso contrário, não precisaria se estar conectado! Se a remuneração da distribuidora será 1, 10 ou 100 é uma questão de quantificação baseado nos modelos disponíveis e aplicados, que poderiam até mesmo fornecer um desconto aos geradores como compensação pelo investimento. O que não se pode admitir é assistir a opinião pública deturpar os fatos como se o sol estivesse sendo taxado pela ANEEL e distribuidoras.

Falando na ANEEL, outro ponto de interesse é o programa de Eficiência

Energética, cuja gestão está a cargo das mesmas distribuidoras de energia. Seria muito bom que se atentasse pela uniformidade dos conceitos, enquanto algumas distribuidoras se esmeram no aperfeiçoamento dos modelos, outras se “autocontratam” para os projetos. “Pode isso, Arnaldo?” – chama o VAR.

No contexto do programa de eficiência energética, a ABESCO, que congrega

empresas interessadas, muda de diretoria agora no final do ano. Que venham boas mudanças e boas ideias, boa sorte e muita competência aos que entram e àqueles que permanecem.

O cabo de guerra continua sendo uma boa prática esportiva; se aplicado no

mundo corporativo, levará a injustiças que algum dia serão cobradas. As paixões são boas para os nossos estádios (aliás, alguns lindos construídos com a farra do dinheiro público e com boa dose de corrupção). Vamos em frente com a boa técnica norteando as nossas vidas.


O ponto de encontro da engenharia elétrica em 2020 com as cidades definidas

Congresso & Exposição

BA - Salvador GO - Goiânia SP - Campinas PR - Curitiba

PRINCIPAIS TEMAS DO EVENTO •Inovação Tecnológica em GTD; •Redes Subterrâneas; •Redes Inteligentes; •Paineis e Arco Elétrico; •Eficiência Energética;

35ª Edição - BH

•Indústria 4.0; IoT; •BIM no Projetos Elétricos; •Painel de Renováveis; •GD e Fotovoltaica

35ª Edição - BH

7.000

TOTAL DE CONGRESSISTAS/ VISITANTES

214 EXPOSITORES/

PATROCINADORES NO TOTAL, MÉDIA DE

27 POR EVENTO

900

MÉDIA DE CONGRESSISTAS/ VISITANTES POR EVENTO

360

TOTAL DE PALESTRAS, COM UMA

MÉDIA DE

45 POR EVENTO

34ª Edição - Florianópolis

13.000 m²

DE EXPOSIÇÃO NA SOMA DOS 8 EVENTOS

1.650 m²

DE EXPOSIÇÃO POR EVENTO Base de dados 2018/2019

Reserve seu patrocínio para 2020: (11) 3872-4404 /CINASE.setoreletrico

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Revista O Setor Elétrico

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cinase.com.br


Evento

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O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Por Luciana Freitas Fotos: Thácito Alberto

Nos dias 6 e 7 de novembro de 2019, a

cidade de Cuiabá, em Mato Grosso, recebeu, pela primeira vez, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE), o qual atraiu mais de 800 congressistas, cerca de 1.000 inscritos, e contou com a participação de 22 empresas patrocinadoras e dos principais apoiadores da

chega a Mato Grosso como propulsor do setor elétrico

região, que tornaram possível a chegada e a realização do evento no Estado.

Em sua 37ª edição, o CINASE agregou

conteúdo do mais alto nível técnico, englobando temas como energias renováveis; Smart Grid; eficiência energética; distribuição de energia; redes subterrâneas; indústria 4.0; Internet of

Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu

Things (IoT); BIM nos projetos elétricos; painéis

os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco

elétricos; aterramento e PDA, atualizações

de apresentação das mais recentes atualizações

e aplicabilidade, entre outros aspectos, em mais

normativas e tecnológicas

de 50 palestras ministradas entre especialistas

normativas, novas tecnologias, estudos de casos

e patrocinadores ao longo dos dois dias de congresso.


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O Setor Elétrico / Novembro de 2019

O CINASE Edição Mato Grosso – Região

Centro-Oeste contou com o patrocínio na categoria Diamante do Grupo Gimi, com as empresas Gimi e Gimi Pogliano, da Plastibras e da Trael Transformadores Elétricos.

O patrocínio na categoria Ouro ficou por

conta de: ABB, Beghim, Clamper, Cordeiro, Dutotec e QT Mov, Elétrica Neblina, Elétrica Paraná, Eletrobras/Furnas, Embrastec, Frontec, Grupo Intelli, Holec by Wöhner, KitFrame, Maccomevap, Neocable, Schneider Electric, SEL, Siemens, Soprano, TAF, Tramontina e WEG.

Além desse time de renomados players,

o evento teve o apoio da Associação MatoConselho Regional de Engenharia e Agronomia

O presidente da Energisa Mato Grosso, Riberto Jose Barbanera, abriu o primeiro dia de congresso falando sobre “Inovação e Investimentos em Distribuição: Novo Panorama do Setor Elétrico”.

de Mato Grosso (CREA-MT), Elétrica Paraná,

ser extremamente técnico, todas as vezes em

a qual começa na rede de distribuição, onde

Energisa, Faculdade de Arquitetura, Engenharias

que recebeu influências externas, o segmento foi

construímos novas subestações”, explicou.

e Tecnologia (FAET), Federação das Indústrias

afetado por determinadas inserções ocorridas

Outras ações da Energisa incluem a

no Estado de Mato Grosso (FIEMT), Instituto

na tentativa de implantar melhorias, porém, sem

instalação de centros de torres repetidoras para

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

fundamento técnico e entendimento adequado

possibilitar a comunicação com as equipes e

de Mato Grosso (IFMT), Caixa de Assistência

das consequências que tais medidas poderiam

automatização para telecomandar, também do

dos Profissionais do CREA em Mato Grosso

causar. “Hoje, pagamos alguns preços caros no

centro de operação, quase três mil equipamentos

(Mútua-MT), Núcleo Interdisciplinar de Estudos

Brasil, além da questão técnica, de investimento,

espalhados pelo Estado. “Com isso, inserimos a

em Planejamento Energético (NIEPE), Serviço

entre outras, alcançando até a conta de energia

rede de distribuição em um nível de tecnologia

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

que chega à casa dos cidadãos de todo o Brasil.

bastante adequado às necessidades, embora

Empresas (Sebrae-MT), Selco, Serviço Nacional

Sendo assim, será a competência dos técnicos

saibamos que ainda há muito por ser feito. Temos

de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso

que fará com que o setor consiga progredir

trabalhado

(Senai-MT), Sindicato da Construção, Geração,

e se desenvolver para fazer frente a todos

porque não há outro caminho que não seja dotar

Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e

os desafios que estão por vir, e que não são

o sistema elétrico de altíssima tecnologia para

Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia),

poucos”, afirmou.

podermos ir ao encontro das necessidades dos

Sindicato da Indústria da Construção Civil

clientes”, ressaltou.

do Estado de Mato Grosso (SindusCon-MT),

empresa do Grupo Energisa, respondendo

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e

por aproximadamente 30% dos resultados do

/ UFMT, Ivo Leandro Dorileo, palestrou sobre

UNIVAG.

Grupo. Seu plano é encerrar 2019 na casa

o “Panorama Brasil e Mato Grosso da Energia

grossense de Engenheiros Eletricistas (AMEE),

A Energisa Mato Grosso é a principal

fortemente

nesse

investimento,

Na sequência, o pesquisador do NIEPE

de R$700 milhões em investimentos. “Em

Renovável”, em que traçou um comparativo

O setor elétrico mato-grossense

2017, enquanto o Brasil ‘andava de lado’, isto

entre o País e o Estado de Mato Grosso, o qual

A palestra ministrada pela concessionária

é, não cresceu em termos de PIB, o mercado

é um grande produtor de energia renovável, em

Energisa foi a que abriu o primeiro dia de

em Mato Grosso crescia na casa de 10% ao

especial, de biomassa e hidráulica.

congresso. Riberto Jose Barbanera, presidente

ano. Contudo, antes do desenvolvimento do

da Energisa Mato Grosso, falou sobre “Inovação

mercado, o setor de energia elétrica precisa,

36,5% de energia hidráulica, acompanhado de

e Investimentos em Distribuição: Novo Panorama

obrigatoriamente, crescer também, porque ele é

do Setor Elétrico”, destacando o avanço do

uma infraestrutura básica”, alegou.

mercado devido às modernizações tecnológicas

realizadas. “A transformação disruptiva, como

destacou

temos vivenciado nestes últimos dois anos, não

concessionária

em

aconteceu ao longo dos últimos 30, por conta

aumento

capacidade

de tecnologias que agora seguem uma curva

subestações, estruturação do atendimento, no

exponencial positiva, que resultou em soluções

Programa Luz para Todos e em tecnologia. “Não

totalmente inovadoras”, declarou.

há como provermos energia com qualidade, em

Em seu discurso, Barbanera mencionou

um Estado do tamanho como o Mato Grosso,

que, historicamente, pelo fato de o setor elétrico

se não utilizarmos muito fortemente tecnologia,

No ano de 2017, Mato Grosso produziu

Neste sentido, o presidente da Energisa os da

investimentos

feitos

expansão,

pela

mobilização,

instalada

em

Ivo Leandro Dorileo, do NIEPE / UFMT, falou sobre o “Panorama Brasil e Mato Grosso da Energia Renovável”.


Evento

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O Setor Elétrico / Novembro de 2019

482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), criada para favorecer quem deseja fazer investimentos. Nesse cenário, o que está deslanchando com maior velocidade é a energia solar fotovoltaica, ao passo que biomassa e biogás, ainda caminham muito lentamente no Brasil. “Por isso, pedimos e cobramos do Governo mais política e programas de linhas de financiamento para ajudar a geração distribuída a deslanchar mais rapidamente”, argumentou. E acrescentou: “O governo estadual fez o projeto de lei PL 53, onde, entre outras coisas, fazia uma reforma tributária, propondo tributar a geração distribuída. Então, nós brigamos, durante todo o mês de junho desse ano, nos unimos com várias partes e, no final, conseguimos sensibilizar deputados na assembleia, fazendo um acordo de O diretor executivo do Sindenergia, Eduardo Leite de Barros Oliveira, tratou do tema “Geração distribuída e a Revisão da Resolução 482”, explicando como está a discussão atual e qual será o impacto ao mercado.

isenção de oito anos de ICMS sobre a geração distribuída para o Mato Grosso. Foi uma vitória e regulamentamos isso”, comemorou Oliveira.

17% de biodiesel, mas quem lidera a produção

custo, especialmente, de empresas industriais,

Redes Subterrâneas de Energia

de energia primária em Mato Grosso é a

tenha queda gradual, especificamente, nas

biomassa – os produtos da cana, com 39,8%, e

áreas energética e elétrica. “Essa é basicamente

empresa Baur do Brasil, deu prosseguimento

a lenha, que responde por aproximadamente de

a grande agenda do País, para que possamos

ao debate do tema “Redes inteligentes de

6 a 7% ainda na matriz energética local.

reencontrar o caminho do crescimento”, disse.

distribuição / Redes subterrâneas”, tratando de

A “Regulação do Setor Elétrico – Reforma

aspectos de produtividade, segurança, turismo,

sobre como se dá o consumo final energético

da 482” foi outro destaque do CINASE Edição

entre outros relacionados. No início de sua

por fontes no Brasil e em Mato Grosso. Em

Mato Grosso, que ficou a cargo do diretor

apresentação, o especialista fez um comparativo

2017, o Brasil consumiu, em derivados de

executivo do Sindenergia, Eduardo Oliveira,

entre o Brasil e a Alemanha, informando que

petróleo, quase 43%, seguido de eletricidade,

o qual falou sobre geração distribuída e a

80% da rede do país europeu é da forma

com 17,5%, o que revela que há um consumo

discussão atual desse impacto na geração da

subterrânea, enquanto no Brasil, é de apenas

altamente baseado em hidrocarbonetos. E o

energia. O foco da palestra foi a Resolução

2%, ou seja, 98% da rede no País é aérea. “O

A apresentação de Dorileo também discorreu

Daniel Bento, membro do Cigré e diretor da

mesmo acontece com Mato Grosso. No mesmo ano, observou-se 53% de consumo de derivados de petróleo, acompanhados de derivados da biomassa, com 32%, no qual se encontram os produtos da cana, a lenha, o carvão vegetal e os resíduos de madeira, como por exemplo, casca de arroz.

O “Panorama Indústria e as Instalações

Elétricas – A importância da redução dos custos de energia elétrica para a competitividade da indústria” foi ministrado por Gustavo de Oliveira, presidente da FIEMT, que fez menção às agendas do governo federal referentes ao setor elétrico. A primeira delas é uma promessa de energia barata, principalmente, para estimular a competitividade das empresas brasileiras. Outra diz respeito à infraestrutura pública, em todas as áreas, que precisa ser mais bem compartilhada. A adoção rápida de novas tecnologias é o terceiro compromisso, que fará com que o

Daniel Bento, membro do Cigré e diretor da empresa Baur do Brasil, explorou o assunto “Redes Inteligentes de Distribuição / Redes Subterrâneas”, discutindo aspectos como produtividade, segurança, turismo e questões técnicas.


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O Setor Elétrico / Novembro de 2019

nosso DEC é da ordem de dois números de horas. O da Alemanha, é de 23 minutos. Então, enquanto o Brasil fica sem energia, os alemães produzem, estudam, salvam vidas, e nós ficamos pendurados em uma rede aérea, sendo interrompida a cada momento”, ponderou.

Dados revelam que morre uma pessoa por

dia no Brasil ao encostar em redes aéreas, não isoladas. “Fica claro que quem está ‘pagando a conta disso’ é um pedreiro, uma criança, arcando por não termos redes subterrâneas no Brasil”, apontou Bento.

Outro ponto abordado pelo especialista

foi a atual transição energética mundial e os três D’s do momento: Descarbonização, Descentralização e Digitalização. “O GTD está em xeque e nós podemos participar disso ativamente ou vermos a onda passar. O nosso mundo antigo era complicado, relativamente estável e previsível. O mundo novo é integrado,

Danilo Ferreira de Souza, professor e atual coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFMT, abordou o tema “Motores elétricos” no painel sobre Eficiência Energética na Indústria e Instalações.

complexo, dinâmico e imprevisível, e nele, a

cargas, 46% são motores elétricos, até mesmo

instalação até o fim de 2019.

confiabilidade é fundamental, pois ela deve

dentro dos eletrônicos. Então, discutir motor

garantir os nossos processos no mundo dos três

elétrico quando se fala em eficiência energética

de mão de obra foi outra pauta do discurso

D’s e da indústria 4.0”, especificou.

é algo extremamente importante, porque é

do especialista, que afirmou que, hoje, no

significativo”, completou.

Brasil, há mais de 94 mil conexões de geração

A necessidade da formação e capacitação

Eficiência Energética na Indústria e Instalações

Juarez

Associação

distribuída que beneficiam 128 mil unidades

Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

consumidoras. A previsão é que haja quase

O engenheiro e diretor da Ação Engenharia

(Abinee), comissão GT Fotovoltaico, fez uma

800 mil unidades até 2026. “Em 2040, a

e Instalações, José Starosta, palestrou sobre

palestra brilhante sobre “Geração Distribuída

energia renovável representará 32% da nossa

“Eficiência Energética na Indústria e Instalações”,

e Energia Fotovoltaica”, na qual falou sobre as

matriz, sendo 75% em geração distribuída.

e sua primeira explicação foi que não dá para

diversas ações que têm sido executadas para

Para cada megawatt gerado, é possível ter de

se tratar do tema isoladamente, pois o mesmo

impulsionar as energias renováveis no Brasil.

25 a 30 empregos diretos, e 60% deles são na

está interligado com qualidade, confiabilidade,

Em 2014, foi iniciada uma aproximação com o

área de instalação. Haverá um investimento de

segurança, entre outros requisitos mandatórios.

SENAI e com outras instituições de ensino, além

R$237 bilhões em energia renovável até 2040”,

No decorrer de sua apresentação, Starosta

do que, está para ser publicada uma norma de

revelou Guerra.

Guerra,

diretor

da

explicou por que esses pilares dependem um do outro e orientou como se executar um projeto de modo a evitar contratempos futuros. “Fazer fotovoltaica, por exemplo, sem tomar algumas precauções, tais como a eficiência energética, é como cuidar de uma caixa d’água com um vazamento. Chega a ser insano fazer geração distribuída sem fazer a primeira lição de casa”, esclareceu. Já Danilo Ferreira de Souza, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atual coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFMT, falou sobre motores elétricos, que são a maior carga do sistema elétrico no mundo. “No Brasil, a maior carga está na indústria, seguido de serviço público, residencial e comercial. No mundo, se olharmos todas as

Juarez Guerra, diretor da Abinee, comissão GT Fotovoltaico, palestrando sobre “Geração Distribuída e Energia Fotovoltaica”.


Evento

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O Setor Elétrico / Novembro de 2019

DEPOIMENTOS DE APOIADORES E PATROCINADORES Eloi da Silva Pereira, ass. Parlamentar e gerente de comunicação do CREA-MT

O Mato Grosso tem uma caraterística muito curiosa. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

mostrou que os Estados brasileiros cresceram 0,5%, sendo que o Estado do Mato Grosso cresceu 14%. Isso revela que ele chama a atenção, não somente a nível nacional, como também a nível internacional, por ser hoje o maior produtor de grãos na América Latina. E como há muito avanço na área do agronegócio, ele abre espaço para inovações tecnológicas.

O desenvolvimento de qualquer padrão produtivo necessita de tecnologia, e o CINASE, por meio de seu congresso e

exposição, oferece uma contribuição enorme para que profissionais da engenharia elétrica, empresários, operadores, entre outros, tenham a oportunidade de conhecer novas tecnologias e o que há de mais recente no mercado.

João Pedro Valente, presidente do CREA-MT

A decisão do CREA de apoiar a realização do CINASE é quase que um caminho lógico. Hoje, nós vivemos um período em

que tudo depende da energia, e, quando houver crescimento no País, certamente, teremos problemas energéticos. Então, esse momento em que se discute a necessidade de fortalecer a geração de energias com fontes renováveis é muito importante, porque tudo passa pela necessidade de energia.

Esse evento permite socializar conhecimentos, fortalecer o setor e buscar alterativas que sejam viáveis ao Brasil como

um todo. Para nós, do CREA, que lidamos com todas as engenharias, da qual a elétrica faz parte do portfólio de profissões, é extremamente importante apoiarmos toda iniciativa que traga atualização, conhecimento e soluções aos problemas sociais.

Cristovam Albano da Silva Júnior, diretor geral do IFMT – Campus Cuiabá

Para nós, no Mato Grosso, a presença do CINASE é muito importante, porque é um momento onde conseguimos congregar

fabricantes, usuários, engenheiros, projetistas, enfim, todos os interessados na produção de energia em suas diversas esferas, em um único evento. Aproveitei para reencontrar velhos amigos, professores, colegas, e isso é muito salutar a nós, engenheiros eletricistas e para aqueles que no dia a dia, têm a eletricidade como meio de sustento.

Danilo Ferreira de Souza, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atual coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFMT

Para nós aqui de Mato Grosso foi uma grande alegria ter participado da organização, ter construído o CINASE no Estado,

pois esse é o maior evento do setor elétrico da história de Mato Grosso. É representativo.

Muitos dos treinamentos e eventos ficam, na maioria das vezes, restritos às Regiões Sul e Sudeste e, para nós, a realização

do evento em Mato Grosso é um marco e, mais do que isso: é um reencontro de todos da área. A academia está cada vez mais próxima da indústria, da produção, da elaboração de normas. O evento é também uma oportunidade de os estudantes que estão no final do curso, já em campo ou fazendo estágio, conhecerem elementos de aplicação na própria área.

Carlos Rocha, diretor de GD e Energias Renováveis no Sindenergia

Para nós do Sindenergia e para os mato-grossenses, foi um prazer receber o CINASE em nossa capital. É um evento que hoje

já se tornou tradição a nível Brasil e é o maior orgulho recebê-lo! O Sindenergia deu todo o apoio desde o início, através de um dos nossos associados, a Trael. Esperamos que o CINASE volte outras vezes à Mato Grosso”.


O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Marcelus Mesquita, diretor executivo do Sindenergia

O Sindenergia está contente com o Grupo O Setor Elétrico por prestigiar a nossa capital, inserindo a cidade no Circuito

Nacional. É importante que os empresários desse Estado se aproximem das principais indústrias do setor elétrico. Toda a direção e os organizadores deste evento estão de parabéns! Ficamos felizes por sermos parceiros do CINASE nessa 37ª edição!

Lázaro Rodrigues da Silva, gerente comercial da empresa Elétrica Paraná

Apoiamos o CINASE, indicados pela Trael, e, logo que o Adolfo nos convidou, aceitamos, de imediato. Não tínhamos a noção

de que seria tudo o que aconteceu, porque, por ser em Cuiabá, a primeira vez na capital, em que a cultura é diferente, ficamos surpresos pela receptividade do pessoal e pela movimentação da cidade por conta do evento. Com certeza, havendo outras oportunidades, a Elétrica Paraná estará junto com o CINASE, que muito nos surpreendeu.

Mauro Takashi, engenheiro eletricista na Selco Engenharia

O evento foi muito bom, uma novidade para nós. Sempre que precisávamos de novidades, tínhamos que ir até outro Estado, e

por isso o evento em Cuiabá foi excelente!

Marcos Antônio Podanosqui, gerente comercial na Selco Engenharia

A vinda do CINASE ao Mato Grosso foi de extrema importância, pois o setor estava adormecido no Estado. O encontro elevou

o nível e trouxe uma inspiração para quem batalha para ter os melhores projetos elétricos. É um estímulo, e vemos pelo número de pessoas que presenciou o evento.

13


Evento

14

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

7º Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas – Edição Mato Grosso

De modo a identificar e reconhecer projetos

elétricos que priorizem as boas práticas da engenharia na região de Cuiabá, foi realizado, na noite de 5 de novembro de 2019, o Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas, que já está em sua 7ª edição estreando na cidade matogrossense. A iniciativa incentiva os profissionais a respeitarem as normas técnicas e a proverem soluções cada vez mais sustentáveis e eficientes para as instalações brasileiras.

No início da premiação, o diretor da Revista

O Setor Elétrico e organizador do CINASE, Adolfo Vaiser, deu as boas-vindas aos presentes e manifestou sua satisfação ao realizar o evento no SENAI FATEC. “Estamos na querida e bela cidade de Cuiabá, Mato Grosso, que está nas festividades dos seus 300 anos, e com as maiores autoridades, especialistas, entidades, empresários do segmento elétrico do Estado e grandes nomes da indústria elétrica do Brasil”, pronunciou.

O engenheiro eletricista Arnulfo Barroso de Vasconcellos foi o grande homenageado desta edição, pela dedicação, legado e exemplo de competência prestados ao longo de sua trajetória profissional e sua importante contribuição para o desenvolvimento da engenharia elétrica no País.

O Prêmio foi resultado de um árduo trabalho

e organizadora do CINASE, subiu ao palco para

o desenvolvimento da engenharia elétrica no País.

de divulgação, iniciado em julho deste ano, com

agradecer a presença de todos e, principalmente,

“Fiquei emocionado com uma homenagem que

o forte empenho das associações e entidades

aos apoiadores, que fizeram a diferença para reunir

eu não esperava receber. Nesses 39 anos em que

da região de Mato Grosso. O júri foi formado por

as feras da engenharia elétrica na região de Cuiabá.

eu fui professor na Universidade, sempre procurei

especialistas que acompanham o CINASE e por

“Agradeço, em especial, ao Dimas Yamanaka e ao

desenvolver projetos de eficiência energética e

outros cinco locais, para dar a credibilidade que

Danilo Ferreira de Souza, que os são responsáveis

pesquisa e desenvolvimento. Agradeço a todos por

a premiação merece. O time local que compôs a

pelo sucesso desta edição”, proferiu.

esse reconhecimento!”, declarou Vasconcellos.

comissão julgadora foi formado pelo engenheiro

Em

Danilo Ferreira de Souza; engenheiro eletricista

uma grande personalidade da engenharia elétrica,

homenagearam também Danilo Ferreira de Souza,

Rogério Lima; engenheiro Nelson da Silva Lima

reconhecido e respeitado no Estado de Mato

coordenador do curso de engenharia elétrica da

Filho; engenheiro Mario Anderson de Oliveira e

Grosso, foi o engenheiro eletricista Arnulfo Barroso

UFMT, e Dimas Yamanaka, gerente comercial e

engenheiro Tony Silva.

de Vasconcellos, o qual iniciou suas atividades de

marketing da Trael Transformadores, que foram

docente no Departamento de Engenharia Elétrica

essenciais para a realização do CINASE em Mato

destacaram por sua concepção e aplicação em

da Universidade Federal de Mato Grosso.

Grosso.

seis categorias: Instalações Elétricas Industriais

O engenheiro possui especialização em

e

Inovação

Sistemas Elétricos de Potência pela UFMT;

uma homenagem aos diretores Adolfo e Simone

Tecnológica; Pesquisa e Desenvolvimento; Projeto

mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade

Vaiser, lhes entregando em mãos uma placa de

Luminotécnico; e Prêmio OSE – Região Centro-

Federal de Uberlândia; Doutorado em Engenharia

agradecimento e reconhecimento. “Este casal já

Oeste, Estado do Mato Grosso.

Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia e

passou por mais de 30.000 congressistas e, em

Ao todo, foram recebidos 17 projetos

foi professor titular da UFMT até agosto deste ano.

Cuiabá, reuniu mais de 1.000 inscritos. Então, pela

nestas cinco categorias, com a participação da

coragem de empreender e por acreditarem no Mato

universidade, da concessionária, de empresas de

singela

engenharia e distribuidora de materiais elétricos.

Vasconcelos pela dedicação, legado e exemplo

eu gostaria de presenteá-los também”, finalizou.

Antes de partir para a entrega das premiações,

de competência ao longo de sua trajetória

Simone Vaiser, diretora da Revista O Setor Elétrico

profissional e por sua importante contribuição para

projetos vencedores em cada categoria.

Foram

premiados

Comerciais;

Energia

os

projetos

Renovável;

que

se

O grande homenageado da noite, considerado

Os dirigentes do CINASE prestaram uma homenagem

a

Arnulfo

Barroso

de

seguida,

Adolfo

e

Simone

Vaiser

Dimas Yamanaka, por sua vez, também prestou

Grosso, Estado que ainda tem tem muito a oferecer, A seguir, foram conhecidos os nomes dos


15

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Conheça os vencedores de cada categoria: • Instalações Elétricas Industriais e Comerciais

de reguladores de tensão e de velocidade, podendo operar,

Empresa: Selco Engenharia

inclusive, sem qualquer automação.

Projeto: Instalação elétrica em fábrica de ração na cidade de sorriso (MT)

• Projeto Luminotécnico

Responsáveis pelo projeto: Engenheiro Mauro Takashi Adama,

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Gladston Pereira de Souza e Regiane Aguiar Lopes de Silveira

Projeto: Barco minas do Pantanal

Trata-se de uma instalação de fábrica de ração extrusada para

Responsável pelo projeto: Michelle Costa

peixes e pet’s, com capacidade de produção de 6000kg/h. O

O conceito desse projeto foi em utilizar fontes luminosas que

sistema de produção é todo automatizado, bastando apenas

fossem de grande durabilidade e consumissem pouca energia.

cadastrar os produtos de cada silo e as fórmulas das rações, e

Por conta do local onde o projeto está inserido, um hotel

o sistema faz todo processo. O sistema também permite ter o

flutuante no Rio Paraguai, há uma grande quantidade de insetos;

controle de consumo de matérias primas e o total de produtos

sendo assim, a iluminação utilizada foi toda em LED, atendendo

acabados. A automação oferece o controle de manutenção dos

a todas as exigencias do projeto.

equipamentos, avisos de manutenção preventiva. A obra foi contratada, abrangendo todas as instalações ligadas a elétricas,

• Inovação Tecnológica

como iluminação, SPDA, subestação, quadros de comando,

Empresa: Stelmat Teleinformática

automação etc.

Projeto: Projeto de implementação de uma rede local óptico passiva (POL) em um condominio empresarial

• Energia Renovável

Responsáveis pelo projeto: Henrique Machado, Lumara

Empresa: Sonare Soluções em Energia e Telecomunicações

Rocha Lobo e Alisson Fagiano Alves e Silva

Projeto: Biomassa como alternativa energética

O projeto se trata de solução em rede POL – Passive Optical

Responsáveis pelo projeto: Thiago Mengatti Francisco e Lucas

Lan, ou seja, implementação de infraestrutura de fibra óptica pela

Silva Costa

tecnologia gpon (gigabit passive optical network) para transporte

O projeto consiste na geração de energia elétrica utilizando como

de dados, voz e imagem, com recursos de controle de largura de

combustível a produção do processo natural da decomposição

banda e arquitetura simplificada para uma rede local corporativa.

dos resíduos emitidos por uma criação de suínos em uma fazenda no interior de Mato Grosso, na cidade de Campo Verde, em que

• Projeto OSE 2019 – Edição Mato Grosso

a ação de micro-organismos em um ambiente anaeróbico produz

Empresa: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

a decomposição de matéria orgânica e, consequentemente, emite

Projeto: Utilização de tecnologia assíncrona na geração

biogás. Assim, o projeto tem a capacidade de tornar o que era

distribuída utilizando gás metano da suinocultura como

antes passivo ambiental em ativo energético.

combustível Responsável pelo projeto: José Mateus Rondina

• Pesquisa e Desenvolvimento

Antes de o coquetel ser servido na área de exposição, os

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

convidados puderam conhecer uma personalidade famosa,

Projeto: Utilização de tecnologia assíncrona na geração

querida na região de Mato Grosso e bastante engraçada

distribuída utilizando gás metano da suinocultura como combustível

também. Thyago Mourão é ator, roteirista, produtor artístico,

Responsável pelo projeto: José Mateus Rondina

filmmaker e compositor. É também um dos sócios-fundadores

Trata- se de um desenvolvimento de um grupo gerador assíncrono

do coletivo de humor “Não Convém”, de Cuiabá, que já acumula

movido por biogás e dedicado à geração distribuída. O projeto

cinco prêmios internacionais. No teatro, é conhecido por seu

desenvolveu um grupo gerador baseado na máquina assíncrona

personagem Ribeirinho Cuiabano, Xô Dito, um dos ícones

para conexão à rede. Essa tecnologia, comparada com a

do humor da nova geração de Mato Grosso. Xô Dito é um

convencional por gerador síncrono, mostrou diversas vantagens,

pantaneiro, ribeirinho que tem defendido a natureza e a cultura

como: segurança operacional, já que nao tem possibilidade de

por onde passa. Mourão, que conhece de perto a realidade do

operação ilhada com risco de energização indevida da rede

povo mato-grossense, trouxe um pouco de suas vivencias e

de distribuição durante desligamentos para manutenção. O

histórias pra serem compartilhadas de forma bem humorada.

gerador assíncrono opera de forma muito semelhante a um motor. Manutenção mínima. Melhoria no desequilíbrio de tensão dispensa

Para saber mais sobre o CINASE, acesse: www.cinase.com.br.


Painel de mercado

16

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

SNPTEE discute a modernização do setor elétrico em Belo Horizonte

Rodrigo Sousa

O evento abriu contagem para celebrar 50 anos de história, que serão comemorados em 2021, com a XXVI edição do seminário, no Rio de Janeiro

setor

pessoas para analisar as tendências e os

necessidade de constante evolução dos

elétrico no País, apresentar tendências

impactos das novas tecnologias na rotina

profissionais da área. “Temos que repensar

e integrar produtores e transmissores da

de quem atua na área, além de promover a

nossas

área de energia. Com esse objetivo, Belo

integração e estabelecer networking entre

nossa forma de trabalhar para seguirmos

Horizonte (MG) recebeu, entre os dias 10

os profissionais.

fortes nesse segmento tão importante para

Debater

a

modernização

do

e 13 de novembro, os maiores profissionais

Durante

esse

período,

foram

empresas,

nossos

processos,

a sociedade”, destacou.

do ramo durante o XXV Seminário Nacional

apresentados

trabalhos

Para o diretor da Agência Nacional de

de Produção e Transmissão de Energia

técnicos e realizadas inúmeras discussões

Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa,

Elétrica (SNPTEE).

sobre a área, espalhadas pelos 16 grupos

o SNPTEE é importante por reunir diversos

de estudo do seminário. A modernização

atores

do setor de energia elétrica foi a principal

do setor elétrico. “Durante o SNPTEE,

pauta debatida na ocasião.

tivemos a oportunidade de conversar com

O evento, promovido pelo CIGREBrasil

e

coordenado

pela

Companhia

Energética do Estado de Minas Gerais

mais

de

500

em

favor

do

desenvolvimento

rápida

os formuladores de políticas públicas,

importante seminário do setor elétrico

transformação do setor, o presidente do

com as principais concessionárias de

brasileiro. Em quatro dias de debates, o

Conselho de Administração do CIGRE-

serviços públicos e seus fornecedores na

SNPTEE reuniu, aproximadamente, 2,5 mil

Brasil, Josias Matos Araujo, destacou a

área de energia elétrica. Nesse sentido, a

(Cemig), é considerado o maior e mais

Diante

do

cenário

de


17

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Andre Souza

O SNPTEE também deu espaço aos jovens e às mulheres por meio de dois encontros. Em relação aos iniciantes na área de energia, o II Fórum de Jovens buscou analisar os desafios da inserção de novos profissionais diante das transformações no setor elétrico. Por sua vez, o II Fórum de Mulheres voltou as atenções para a valorização das profissionais da área, que já ocupam 22% dos empregos em energia elétrica em todo o mundo, segundo dados da

Agência

Internacional

de

Energia

Renovável (Irena). Nesta edição do Fórum de Mulheres, participaram a diretora da Aneel, Elisa Bastos Silva, a vice-presidência da Câmara Nelson Benício Marques de Araújo durante a abertura do XXV SNPTEE

de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Solange David, a doutora em engenharia elétrica e professora associada

negócios das organizações.

da Universidade Federal do ABC (UFABC),

para identificar as tendências tecnológicas

De acordo com o superintendente de

Patrícia Teixeira Leite, e Adriana Martins,

e regulatórias da área, que estarão em

Planejamento e Operação de Geração e

engenheira da Cemig.

evidência no Brasil”, afirmou.

Transmissão da Cemig e coordenador-geral

Depois de retornar a Belo Horizonte

do 25º SNPTEE, Nelson Benício Marques

após 30 anos, o seminário bianual segue

Principais destaques

Araújo, o I Encontro de CEOs cumpriu sua

sua jornada itinerante, com a próxima sede

Nesta edição, o SNPTEE contou com o I

missão. “Durante o encontro, as lideranças

já confirmada. Em 2021, o XXVI SNPTEE

Encontro de CEOs, que reuniu as principais

puderam traçar planos em conjunto e ter

será realizado na cidade do Rio de Janeiro,

lideranças do setor. Nesse evento inédito,

um panorama mais realista da área. Foram

sob a coordenação de Furnas. Na ocasião,

foram debatidos temas fundamentais à área

mais de 50 representantes de diversos

o evento, já tradicional no calendário do

de energia elétrica, como as tendências

segmentos, que tiveram um único objetivo:

setor, comemorará 50 anos de história.

apontadas pela 4ª Revolução Industrial (a

o desenvolvimento dos principais segmentos

chamada Indústria 4.0) e seus impactos nos

do ramo de energia elétrica no Brasil”, afirmou.

xxvsnptee.com.br

presença do órgão regulador foi propícia

Para mais informações, acesse: www.


Painel de mercado

18

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Brasil terá novo laboratório para medir eficiência de módulos fotovoltaicos Fruto de uma parceria entre o Cepel e a Petrobras, o LabSol poderá ensaiar qualquer módulo fotovoltaico comercial existente no mercado O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

Pedro Ferreira

(Cepel) inaugurou, no dia 25 de outubro, o Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos – Simulador Solar. O LabSol é resultado de uma parceria com a Petrobras e diferencia-se dos demais laboratórios do gênero no Brasil pelo fato de seu simulador solar ter a maior área útil de ensaio existente no país (3x 3 metros de área iluminada), podendo atender a todos os módulos fotovoltaicos comerciais existentes. Além disso, o equipamento possui a melhor classe de exatidão do mercado mundial (A+A+A+), assegurando alta confiabilidade aos ensaios. A cerimônia de inauguração do LabSol

Pedro Ferreira

contou com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia (MME); do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC); do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior; do diretor de Transmissão da Eletrobras e presidente do Conselho Deliberativo do Cepel, Marcio Szechtman; do gerente da Área de Eficiência Energética do Cenpes/Petrobras Alexandre de Figueiredo Costa; da presidente do Inmetro, Angela Flores Furtado; dos diretores do Cepel Amilcar Guerreiro, Raul Balbi Sollero e Aracilba da Rocha, dentre outras autoridades e executivos.

Na condição de Associado Especial do

Cepel, a Petrobras investiu cerca de um milhão de reais no LabSol para a compra do simulador

brasileiros de desempenho e degradação dos

produzida por ele. Desta forma, é muito

solar. O Cepel aportou recursos da ordem

geradores fotovoltaicos, para que se possa, além

importante conhecer a evolução da eficiência

de R$300 mil para obras e infraestrutura do

de estimar com maior precisão a energia gerada

dos geradores fotovoltaicos, para uma estimativa

laboratório, que está capacitado a executar

pelas plantas ao longo de sua vida útil, elaborar

mais precisa do retorno do investimento na

projetos de P&D e a realizar ensaios exigidos

procedimentos de manutenção tropicalizados

implantação de um sistema de geração solar.

pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade

e, até mesmo, subsidiar o desenvolvimento de

O simulador solar é um equipamento

e Tecnologia (Inmetro) para atender ao Programa

tecnologias mais adequadas ao nosso clima”,

que fornece iluminação com as mesmas

Brasileiro de Etiquetagem (PBE). O primeiro

ressalta Amilcar Guerreiro.

características da luz solar natural, funcionando

projeto de P&D tem como cliente a Petrobras e

Ao longo de sua vida útil, o módulo

como instalação de teste abrigada, em

avaliará a degradação de centenas de módulos

fotovoltaico sofre uma degradação progressiva,

condições controláveis. Com isto, é possível

fotovoltaicos instalados em diversos locais

causando uma perda de eficiência, que é a

avaliar, com grande precisão a eficiência, curva

do Brasil. “Com o crescimento da energia

relação entre a energia solar incidente sobre

de potência e outras grandezas elétricas de

fotovoltaica no País, são necessários dados

o módulo e a energia elétrica efetivamente

módulos fotovoltaicos.



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

FURNAS investe em geração de energia limpa e renovável

Conhecida internacionalmente por sua

Fotos: Arquivo Furnas

experiência na construção e operação e usinas hidrelétricas, FURNAS está investindo na diversificação de sua matriz geradora. A empresa finaliza a implantação do Parque Eólico de Fortim (CE), por meio de sua subsidiária Brasil Ventos, e constrói as suas primeiras usinas solares fotovoltaicas em área contígua à Usina de Anta (RJ/MG). O Complexo Eólico de Fortim ocupa área de 2.365 hectares e é o primeiro empreendimento do tipo eólico do município de Fortim, localizado a 135km de Fortaleza (CE). O complexo conta com cinco parques, 41

aerogeradores,

possui

capacidade

instalada de 123MW, energia para cerca de 174 mil famílias, e investimento total da ordem de R$650 milhões. A previsão de entrada em operação é dezembro de 2019.

Solar

Além das usinas solares em construção

na área da Usina de Anta, a empresa finaliza a contratação de projeto básico para plantas solares nas áreas das usinas hidrelétricas (UHEs) de Batalha (GO/MG) e Luiz Carlos Barreto de Carvalho (SP), e na termelétrica de Campos (RJ). Quando estiverem operando, as novas usinas solares juntas terão uma potência instalada da ordem de 160MW.

As solares de Anta e Campos são projetos

de geração distribuída e ajudarão a abater os custos com energia elétrica da empresa. As solares de Batalha e Luiz Carlos Barreto de Carvalho são para venda de energia nos mercados livre e regulado.

Sinergia A

empresa

também

está

fazendo

medições solarimétricas para avaliação de

empreendimentos e no espelho d´água dos

que possuam sinergia com instalações já

potencial em áreas contíguas a outras três

reservatórios.

existentes. A implantação de usinas solares

usinas, as UHEs de Itumbiara (MG/GO),

Esta

com

em locais próximos a empreendimentos em

Marimbondo (MG/SP) e Corumbá I (GO).

os objetivos definidos no Planejamento

operação permite o compartilhamento da

São projetos em áreas remanescentes dos

Estratégico da empresa de viabilizar negócios

infraestrutura de transmissão já instalada.

iniciativa

está

em

linha


21

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Siemens lança solução de segurança cibernética em parceria com a Claroty multinacional

apresentou

seu

alemã

amplo

Siemens

portfólio

de

no Brasil e no mundo. A nova solução desenvolvida pela

soluções e serviços voltado ao setor de

Claroty

energia durante o Seminário Nacional de

ativos e do comportamento das redes de

Produção e Transmissão e Energia Elétrica

OT, IoT, IIoT e IT de maneira passiva, sem

(SNPTEE), que ocorreu entre os dias 10 e

a necessidade de instalar agentes e sem

13 de novembro, em Belo Horizonte (MG).

risco para as operações. A solução é de

A companhia aproveitou a realização do

fácil integração e traz uma abordagem

maior evento do segmento para apresentar

abrangente feita por meio de quatro

uma

nova

solução

de

oferece

visibilidade

total

dos

segurança

etapas: a de identificação, que descobre

cibernética, lançada em parceria com a

e elimina proativamente vulnerabilidades,

startup israelense Claroty.

configurações

conexões

necessidade de as empresas investirem em

O novo produto é uma Plataforma que

não seguras; outra de detecção, que

soluções que protejam seus dados e ativos

mapeia e detecta de maneira contínua

implementa a segmentação de rede e

com o máximo de confiabilidade. Esse

qualquer

comportamento

gerencia o acesso remoto, aplicando

lançamento feito em parceria com a Claroty

indevido ou ameaça em uma infraestrutura

políticas de acesso granular e sessões

vem para atender a essa demanda por

crítica de energia, controlando, inclusive, o

controladas;

que

tecnologias mais inovadoras em segurança

acesso remoto a estes ambientes, provendo

monitora

continuamente

cibernética”, afirma o vice-presidente da

fluxo de controle de acesso e auditoria

atividades maliciosas e alterações de alto

Siemens

completa. Além de reforçar a segurança do

risco ao longo da cadeia de processos

Jacobsen.

sistema, um relatório minucioso é gerado

para mitigar riscos e prevenir ataques

Além da novidade, a Siemens esteve

para as empresas usuárias do serviço

e por fim uma de resposta, que recebe

presente no evento SNPTEE com um

acerca das vulnerabilidades identificadas

alertas valiosos interpretados para triagem

estande, no qual mostrou os principais

com

de

e investigação rápida, e automatiza a

serviços de seu amplo portfólio para o

grande

resposta usando a infraestrutura de rede

setor de energia, que vai desde tecnologia

existente.

de proteção e controle de subestação

as

mitigação.

instabilidade,

devidas A

recomendações

Siemens

é

um

investidor da Claroty que possui sua

e

incorretas

uma

de

detecta

e

Divulgação / Siemens

A

proteção,

plataforma completamente certificada para

“O aumento de redes e sistemas

monitorar todos os produtos da Siemens

cada vez mais digitalizados reforça a

Smart

Infrastructure,

Sergio

digital, à plataforma Mindsphere para a gestão de dados no segmento.


Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Phoenix Contact Brasil inaugura escritório em São Paulo A Phoenix Contact Brasil inaugurou, no

Divulgação / Phoenix Contact

dia 16 de outubro de 2019, seu escritório em São Paulo (SP). O local, que já funciona como sede administrativa e operacional da empresa no Brasil, ocupa todo o 19º andar do edifício Bolsa de Imóveis, localizado na região da Berrini, zona sul da cidade. Para marcar esta nova etapa de sua história no País, a empresa reuniu parceiros comerciais e a imprensa, que contou com a presença do vice-presidente e de diretores locais da marca. “Esta nova sede administrativa, além de contar com modernas instalações, também inclui o mais completo showroom do segmento no Brasil, para que clientes e parceiros possam conhecer o nosso portfólio, encontrar nossos gerentes de produtos e engenheiros de aplicações e ainda receber os treinamentos de nossos especialistas”, afirma Cesar Almeida, diretor geral da Phoenix Contact Brasil. O evento contou, ainda, com uma palestra do economista Fernando Gonçalves, responsável pela área de Sell Side no time de pesquisa econômica do Itaú, trazendo perspectivas econômicas para o Brasil no cenário atual. A celebração marca a fase final de reestruturação da Phoenix Contact no Brasil, projeto que se iniciou em 2018 e incluiu também a mudança do centro de logística e distribuição da marca para um condomínio logístico às margens da Rodovia Anhanguera. Já funcionando desde junho deste ano no novo endereço, a localização agora permite um melhor trânsito de mercadorias entre as principais rodovias que cruzam o Estado e acesso aos principiais aeroportos de cargas do País de forma mais eficiente. Além de mais acessível, o novo centro também teve seus processos internos otimizados, integrando as áreas de operação e logística para uma operação mais fluída e atendimento rápido e preciso para todos os clientes.

Dados de crescimento

Com mais de 60 mil produtos, a empresa

possui um portfólio diversificado, com destaque

para engenharia de energia renovável e veículos elétricos. “Em 2018, registramos mais de 20% de crescimento com rentabilidade e temos uma tremenda expectativa para o Brasil, onde esperamos repetir o duplo dígito de crescimento no fechamento de 2019. Projetos de energia renovável, upgrades na indústria automobilística e automação predial atualmente dão suporte a essa projeção otimista. Acreditamos que o País, após as

nentes, sistemas e soluções nas áreas de

reformas estruturantes em curso, ainda trará

engenharia elétrica, eletrônica e automação.

mais oportunidades, levando a subsidiária do

Os lançamentos ocorrem todos os anos na

Brasil a ser um dos destaques da Phoenix

tradicional Feira de Hannover Messe, na

Contact no ano de celebração do seu

Alemanha, onde a empresa recebe clientes

centenário”, explica o diretor.

de todos as partes do mundo, muitos deles,

A caminho de completar 100 anos de

da América do Sul. Na sequência da Feira

operação em 2023, a Phoenix Contact

de Hannover, anualmente, a marca organiza

atualmente conta com mais de 17 mil

um evento chamado “Highlights”, onde os

funcionários em todo o mundo. Sua própria

lançamentos são replicados para os clientes

rede global de vendas inclui 50 subsidiárias

no Brasil. Em média, 1.000 novas linhas de

e cerca de 30 escritórios de representação

produtos ou upgrades são lançados todos os

comercial, entregando modernos compo­

anos.


23

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

EDP debate transformações do setor elétrico no Energy Talks

No dia 19 de novembro, a EDP reuniu

players do segmento e clientes durante o Energy Talks, evento que abordou as tendências do setor energético nacional. Além de executivos da empresa, o economista Ricardo Amorim apresentou uma abordagem sobre “Economia: como será a próxima década”. Os executivos Carlos Andrade, vicepresidente de Novos Negócios, Pedro Kurbhi, diretor de comercialização, Daniel Santiago, head de Soluções Comerciais e Energia Solar, e Nuno Pinto, head de Negócios B2C e Mobilidade Elétrica da EDP Smart, falaram sobre as mudanças na matriz energética, perfil dos clientes e transformações pelas quais o

Nova rede de recarga ultrarrápida

ABB, Electric Mobility Brasil e Siemens serão as

segmento continuará passando nos próximos

A mobilidade elétrica também recebeu

fornecedoras das soluções de carregamento.

anos.

destaque.

Em 2019, a EDP anunciou o

Encerrando o evento, o economista Ricardo

pelos

primeiro e maior projeto da América do Sul de

Amorim traçou uma perspectiva para a economia

executivos estão as mudanças no perfil dos

instalação de carregadores ultrarrápidos (150kw

brasileira nos próximos anos. Na visão do

consumidores. Isso fará com que as empresas

e 350kw). Ao todo, serão 30 novos pontos de

palestrante, apesar do ambiente conturbado na

de energia passem a oferecer, cada vez mais,

carregamento que cobrirão todo o Estado de

política, a agenda econômica vem caminhando.

soluções personalizadas e adequadas a cada

São Paulo e conectará os principais corredores

Ele acredita que a desburocratização da

tipo de cliente. A digitalização dos serviços,

elétricos do País, interligando a capital paulista

economia do País, motivada pelas reformas,

descarbonização, com aumento na relevância

a Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Florianópolis.

aliada a fatores com aumento da capacidade

de fontes renováveis, e descentralização, que

As marcas Audi, Porsche e Volkswagen

de investimento e tendência de aumento de

levará a um crescimento de serviços em áreas

serão parceiras da companhia neste projeto,

empregos levam a crer em melhoras no ambiente

como o mercado livre, estiveram entre as outras

realizando os testes com os seus veículos para

de negócios e atração de investimento para os

tendências apontadas.

homologação da infraestrutura. As empresas

próximos anos.

Dentre

os

destaques

feitos


Painel de produtos

24

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

ABB desenvolve solução para acelerar a transformação digital de redes de energia www.abb.com.br

Um dos recentes lançamentos da ABB

no Brasil é o MicroSCADA X, uma solução de controle de energia e automação com uma interface homem-máquina (HMI) de última geração. O produto oferece aos clientes uma visão única, rápida e clara da situação da rede, dando, assim, confiabilidade operacional aos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia. Esta versão traz uma nova experiência ao usuário e está totalmente habilitada para a nuvem, podendo ser dimensionada para dispositivos portáteis. Este novo software fornece o SCADA e a funcionalidade de gerenciamento da rede integrada no mesmo sistema, com navegação e uso de dados em vários sistemas operacionais.

Yaskawa apresenta novo inversor de frequência www.yaskawa.com.br

A Yaskawa Elétrico do Brasil, empresa do grupo Yaskawa

Electric Corporation, coloca à disposição do mercado nacional o novo inversor de frequência CR700, detentor de sistema antibalanço que diminui drasticamente a oscilação da carga, criando estabilidade, sendo ideal para aplicações de transporte de carga, como gruas, pórticos e pontes rolantes. Apresenta como diferencial gestão econômica de energia, capaz de controlar com eficiência os motores, de modo inteligente, diminuindo o consumo. Entre suas principais características, destacam-se: tipo de motor por indução, com capacidade de sobrecarga 150% por 60 segundos, e frequência de saída de 0 até 590Hz, apresentando grau de proteção IP 20, e operando em temperatura ambiente de -10 a 40°C, podendo chegar até 60°C (com redução de potência).

Metaltex lança mini CLP NEXOweb www.metaltex.com.br

O mini CLP NEXOweb da Metaltex possui avançados

recursos para atender às necessidades de aplicação para a indústria 4.0 e IoT. Tem como principais características (NEX18W): 12 entradas (4 digitais 60KHZ+ 6 digitais/ 0-10V + 2 digitais/0-20mA); seis saídas a relé 10A; alimentação 24VCC; porta Ethernet Modbus TCP/IP; porta RS485 Modbus- RTU; slot para cartão SD; protocolo MQTT; tela de LCD gráfica para monitorar / alterar dados. Aceita até 16 módulos de expansão de entradas e saídas digitais e / ou analógicas e encaixa-se em diversas aplicações da automação industrial e residencial.


Fascículos

Apoio:

BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

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Francisco Gonçalves Jr. Capítulo XI – Eficiência energética BIM e Sustentabilidade - Como o BIM pode auxiliar em processos sustentáveis? - Green Building e o que ele pode fazer para construções mais sustentáveis - Simulação energética computacional e o BIM - Apoio ao Retrofit - Aplicativos e ferramentas sustentáveis - Maior agilidade, precisão e assertividade na tomada de decisão

Equipamentos para ensaios em campo Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta

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Capítulo XI – Testes em campo de barramentos - Introdução - Manutenção preventiva: ensaios Testes em campo de cabos de média tensão - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão Paulo E. Q. M. Barreto

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Capítulo XI – Instalação de condutores (II) - Caixas - Molduras - Bandejas e leitos - Canaletas e perfilados - Espaço de construção - Linhas enterradas - Linhas sobre isoladores - Linhas aéreas externas


Apoio:

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

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Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo XI Eficiência energética BIM e Sustentabilidade

Os impactos ambientais da construção civil são evidentes e observados em todas as etapas da obra. E essa situação ocorre desde a utilização dos materiais necessários ao processo construtivo até

Com o modelo rico em informações dos seus elementos

a demolição da edificação, etapas as quais podem ocorrer grandes

constituintes, é chegada a etapa de análise de eficiência energética da

desperdícios de recursos.

edificação, a qual auxilia na tomada de decisões durante o processo

Na etapa da construção, frequentemente, são demandados materiais com alta emissão de carbono, além do alto consumo

de concepção de um edifício, para que o seu resultado seja o mais sustentável possível.

de água e energia em seus processos e da geração de um grande

Diversas ferramentas possibilitam essa ação. E o projetista

volume de resíduos, como, por exemplo, os entulhos. Tal situação

pode simular distintos cenários, para avaliar os resultados das

não finda na próxima etapa, a qual seria a vida útil da edificação, na

suas definições e o impacto técnico e financeiro de forma rápida e

qual seus recursos podem não ser aproveitados de forma eficiente,

econômica.

perdurando os problemas relacionados ao uso de recursos como água, energia, produção de esgoto, lixo, dentre outros.

Fascículo

Como o BIM pode auxiliar em processos sustentáveis?

O processo colaborativo do BIM (Building Information Modeling), a partir da prototipação virtual da edificação, na qual a

Neste sentido, a preocupação do uso racional de energia e

integração entre todas as disciplinas ocorre ainda nas etapas iniciais,

dos recursos é cada vez mais importante, visto que os impactos

viabiliza um ciclo evolutivo de processos com menor impacto

negativos mencionados anteriormente nos remete a uma busca

ambiental e maior eficiência. Em um sentido inverso, a forma

ativa por construções mais sustentáveis e eficientes, promovendo

tradicional de projetar em CAD nessas etapas, com apenas linhas,

um equilíbrio econômico, social e ecológico.

não contribui para análises energéticas mais eficientes.

Green Building e o que ele pode fazer para construções mais sustentáveis Nesse movimento rumo às construções mais eficientes, surge uma nova tendência de edificações altamente sustentáveis que, além de todos os seus benefícios ecológicos e de racionalização no uso de recursos, em atendimento às normas de desempenho, proporciona aos bens duráveis um alto valor agregado. Atualmente, os investidores potencializam seus lucros sabendo que clientes mais conscientes pagam mais por esse produto diferenciado e sustentável. Figura 1 – BIM 7D Sustentabilidade.

Para isso, a obtenção das certificações ambientais é indispensável,


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Apoio:

o que exige comprometimento e investimento. Neste contexto, a

• Selo Procel Edifica;

aplicação do BIM se torna uma grande aliada, a partir do uso do seu

• LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design);

modelo eficiente de avaliação energética da edificação e do grande

• AQUA-HQE | Alta Qualidade Ambiental;

volume de dados gerados durante todo o ciclo de vida da obra,

• Dentre estas certificações, pode-se destacar:

para que as tomadas de decisão sejam mais assertivas, facilitando a

• Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal;

obtenção das certificações.

• Norma de Desempenho ABNT – 15575/2013. Para corroborar a importância da concepção de construções mais sustentáveis, no início de 2019, a Agência FIEP divulgou uma pesquisa apontando que 87% da população brasileira preferem adquirir produtos e serviços de empresas reconhecidamente sustentáveis. Além disso, 70% dos participantes afirmaram que não se importariam em pagar um valor maior para adquirir as soluções dessas instituições.

Simulação energética computacional e o BIM A simulação energética computacional de edificações é outra ferramenta poderosa para a promoção da sustentabilidade na construção civil. E ela vem evoluindo juntamente com o desenvolvimento tecnológico do setor, pois nela se propõe a criação do modelo virtual da edificação, o qual será analisado diversos componentes e sistemas, prevendo, por exemplo, o consumo e custo de energia; conforto térmico; conforto lumínico; e emissões de CO2. Analisando os diversos sistemas e suas interações, é possível Figura 2 – Selo PROCEL.

propor soluções multidisciplinares que passam pela Arquitetura,


Apoio:

BIM - Building Information Modeling

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equipamentos, processos, número de ocupantes e usos da edificação.

Desta forma, o uso dos modelos de projeto da edificação para

Para os projetistas, a ferramenta acaba fornecendo uma

simulações energéticas é um campo novo e com grande potencial

solução para simular os desempenhos dos sistemas propostos e

de desenvolvimento, visto que a modelagem para esse fim exige

o comportamento energético da edificação na sua fase inicial de

muito do “i” do BIM, no qual será necessário incluir informações

concepção e em todo o seu ciclo, até a operação.

e parâmetros específicos nos elementos constitutivos do projeto e conhecimento dos profissionais envolvidos. Com o modelo bem calibrado, o profissional responsável pela análise energética da edificação irá usufruir das vantagens que as que as ferramentas BIM proporcionam na alteração automática de elementos e informações, extração de resultados, visualização 3D, mapas de calor, insolação, dentre outros.

Apoio ao Retrofit A modelagem energética com o BIM também possui aplicação bastante interessante em edificações já construídas, permitindo que, a partir do levantamento de dados atualizados, haja um monitoramento do desempenho real e do comportamento energético da edificação. Outro ponto de destaque no uso do recurso é a precisão nos dados de consumo de energia elétrica; sistemas de climatização; iluminação; consumo de água; e ocupação de ambientes. Essas informações, quando inseridas no modelo BIM, poderão ser amplamente utilizadas para a análise do retrofit, onde o projetista, a partir das simulações energéticas, terá como avaliar o emprego de diferentes medidas de eficiência energética e o custo final da sua implantação, além da economia gerada.

Aplicativos e ferramentas sustentáveis Com o avanço da análise energética no fluxo BIM, soluções especializadas já existentes estão se adequando a este novo conceito, e outras já estão nascendo nativamente em BIM, como as interfaces

Fascículo

Figura 3 – Dados para análise energética da edificação. (Fonte: ABDI)

Figura 4 – Exemplo de análise energética com modelo BIM. (Fonte: blazethread)


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Apoio:

gráficas e motores de cálculos energéticos que trocam informações

disso, antecipam e resolvem problemas, com o objetivo de chegar a

com diversos aplicativos, por meio da interoperabilidade de

um produto final sustentável e que atenda às normas e certificações.

arquivos IFC, gbXML, dentre outros.

Este é, pois, um nicho com grande potencial a ser explorado,

Podemos destacar algumas ferramentas como:

inclusive, de forma econômica, aprimorando cada vez mais a cadeia da construção civil, no que diz respeito à gestão eficiente do uso da

• EnergyPlus®, Green Building Studio®; • IES Virtual Environment Software®; • e o AECOsim Energy Simulation. (Ver Figura 4)

energia e demais recursos.

Referências bibliográficas ABDI-MDIC - Agência Brasileira de Desenvolvimento

Na comunicação entres esses softwares para o intercâmbio de informações, além de arquivos IFC, utiliza-se arquivos no formato XML (eXtensible Markup Language), o qual representa uma extensão do HTML. Os arquivos gbXML (Green Building

Industrial. Avaliação de desempenho energético em Projetos BIM: Coletânea Guias. Guia 5, Brasília, 2017. LabEEE: Laboratório de eficiência energética. Disponível em: < http://www.labeee.ufsc.br/>. Acesso em: 06 de novembro de 2019.

XML), que permitem a transferência de informações necessárias para análises preliminares de energia, têm se tornado um esquema

*Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e

padrão na indústria para a interoperabilidade entre programas BIM

serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela

e de simulação energética.

Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade

Maior agilidade, precisão e assertividade na tomada de decisão Como pode-se perceber, a aplicação da análise energética dentro do workflow BIM ganha grandes aliados. Eles proporcionam maior assertividade na tomada de decisão, permitindo agilidade e precisão nas simulações e verificação dos resultados e promovendo diversos usos do modelo, na medida em que o projeto avança. Além

do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM – Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br


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Equipamentos para ensaios em campo

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Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*

Capítulo XI Testes em campo de barramentos

1 - Introdução Os barramentos e/ou barramentos blindados, por serem equipamentos estáticos, não estão expostos aos desgastes mecânicos que ocorrem a motores e geradores, por exemplo, e, portanto, requerem um nível de atenção um pouco menor que esses. A manutenção preventiva e preditiva do barramento deverá ser capaz de detectar alterações nas características originais do

como finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento. O valor da tensão de teste a ser aplicada para barramentos de baixa tensão deve ser de 500V. Neste caso, o ensaio é julgado satisfatório se a resistência de isolação entre os circuitos e as partes condutoras expostas é, pelo menos, 1000Ω/V por circuito referido a uma tensão nominal destes circuitos para a terra.

equipamento. A seguir, serão demonstrados os ensaios que devem ser realizados para que possíveis problemas possam ser detectados antes que ocorra um problema mais grave que pode levar a perda do equipamento.

b) Ensaio de Tensão Aplicada Normalmente aplicado durante a fase de comissionamento e partida dos barramentos e barramentos blindados (bus way), o

Fascículo

ensaio de tensão aplicada é realizado através do uso de um Hipot

2 - Manutenção preventiva: ensaios Os seguintes testes são os mais recomendados para os barramentos: • Medição da resistência ôhmica de isolamento; • Ensaio de tensão aplicada. A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio. a) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos barramentos é realizada através do uso de um Megôhmetro e tem

e também tem como finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento. O valor da tensão de teste a ser aplicada para barramentos de baixa tensão será de acordo com a tabela a seguir.


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Apoio:

A tensão de ensaio deve ser mantida por 5s. As fontes de energia

Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition

C.A. devem ter potência suficiente para manter a tensão de ensaio,

– Paul Gill

independentemente de qualquer corrente de fuga. A tensão de

NBR IEC 60439-1 – Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão

ensaio deve ter uma forma de onda praticamente senoidal e uma frequência entre 45Hz e 62Hz.

Testes em campo de cabos de média tensão

O ensaio é considerado como satisfeito se não houver perfurações ou descargas.

1 - Introdução

c) Outros Testes de Verificações

manutenção preventiva. No entanto, alguns agentes externos podem

Os cabos elétricos, normalmente não exigem muitos serviços de As inspeções termográficas e por ultrassom, já abordadas em

contribuir para a deterioração dos cabos e, por isso, são necessárias

outras oportunidades, são muito importantes no acompanhamento

inspeções periódicas: Em termos de ensaios, basicamente, é efetuada

dos barramentos de um sistema elétrico de alta potência.

isolação dos cabos com a utilização de um megôhmetro.

Em casos de detecção de pontos quentes na inspeção termográfica, deve-se proceder com o reaperto e torqueamento das

Os cabos de tensão de operação a partir de 11.4kV, além da

conexões que se mostrem ineficientes. Em caso de detecção de fugas

resistência de isolamento com megôhmetro, podem ser testados com

à terra em estágios iniciais por ultrassom, deve-se proceder com

alta tensão Vcc para maior garantia das condições de isolamento de

investigação sobre as possíveis causas e definição do procedimento

acordo a necessidade avaliada em cada caso.

corretivo a ser adotado, que podem incluir, desde simples serviços de limpeza e reaperto, até substituição de isoladores e ou seção de

2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

barramentos que possam estar danificados. 2.1- Inspeções periódicas Fontes

Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções na

Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng.

instalação:

e Com. LTDA.

• Verificar que o cabo não está trabalhando em temperatura


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Equipamentos para ensaios em campo

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excessiva devido a aumentos sucessivos de carga que podem ter

de 13.8kV, o que deverá resultar em uma isolação mínima de 13.8

levado o cabo a operar em valores inadmissíveis;

+ 1 = 14.8MΩ.

• Verificar a existência de óleo, graxa e outros resíduos químicos nos eletrodutos e caixas de passagem que podem danificar a capa

b) Teste de Cabos Elétricos com Alta Tensão O teste de tensão aplicada em cabos elétricos, também

protetora e a isolação do cabo; • Verificar a ausência de ressecamento da isolação; isso pode ser

conhecido como Hipot em cabos, normalmente é feito no período

observado pela mudança de coloração da mesma;

de instalação do cabo no sistema, antes de o mesmo ser energizado

• Verificar se existem eletrodutos, braçadeiras, bandeja enferrujados

pela primeira vez. Para isso, são utilizados os maiores valores de

ou quebrados de forma que possam danificar diretamente o cabo;

tensão recomendados pela norma NBR 7286 (ver tabela 1, a

• Verificar que não existem fontes externas de aquecimento no cabo,

seguir). Mas pode ser necessário em cabos já instalados há muitos

tais como vazamentos de vapor ou produtos que impeçam a sua

anos, em casos de necessidade de movimentação dos mesmos ou

refrigeração;

devido à substituição de terminações por exemplo; nesses casos, são

• Verificar que não existem escavações próximas a cabos

aplicados os menores valores dados pela norma.

subterrâneos. É recomendável instalar placas de aviso ao longo da

O teste é realizado com equipamento específico para tal,

faixa;

conhecido como Hipot, que de acordo com o tipo, terá uma faixa

• Em períodos que podem variar entre um e três anos, é recomendável

nominal de aplicação de tensão Vcc que deve ser adequada à tensão

que sejam feitos testes de acompanhamento da deterioração do

nominal do cabo a ser testado.

dielétrico. A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com diversos fatores, tais como: tipo de planta, tipo de instalação, histórico de eventos etc. 2.2 - Ensaios A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio realizado nos cabos. a) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos cabos é realizada através do uso de um Megôhmetro e tem como finalidade

Figura 1 – Conexão do Hipot ao Cabo.

avaliar o estado do isolamento do cabo. Para cabos de tensão de

A aplicação é feita entre o cabo e a terra do sistema (Figura 1),

operação de até 4.16kV, pode ser utilizado o valor de 2500Vcc, e

e o equipamento monitora a corrente de fuga através do cabo sob

para cabos de tensão de operação superiores a este valor, pode ser

teste.

utilizada a tensão de 5000Vcc de teste. A tensão deve ser aplicada durante um minuto antes de se fazer a leitura de isolamento.

Tabela 1 – Tensão a ser aplicada.

A medição é realizada entre o cabo e o terra do sistema e

Fascículo

pode ser realizada com as três fases curto circuitadas ou uma fase separadamente da outra. Pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do valor mínimo aceitável em MΩ: Rmin = kV + 1

O nível de tensão de teste e o tempo de aplicação são definidos conforme o momento da instalação, como já citado e de acordo com

Como exemplo, podemos tomar um cabo com tensão nominal

a tabela 1, e conforme a tensão de isolamento do cabo (Tabela 2).

Tabela 2 – Tensão Total de Teste de Acordo com Tensão de Isolamento.


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Apoio:

Deve-se anotar o valor da corrente de fuga a cada minuto durante a execução do ensaio para se plotar uma curva em função do tempo. A forma esperada para a curva é dada na figura 2.

que se tenha histórico de testes com medição da corrente de fuga onde se possa verificar as tendências do cabo.

Fontes Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e Com. LTDA. Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran NBR 7286-2001 – Cabos de potência com isolação extrudada de

Figura 2 – Gráfico Tempo x Corrente de Fuga Esperado.

Os gráficos abaixo indicam que a isolação do cabo testado possa estar deteriorada.

borracha etilenopropileno (EPR, HEPR ou EPR 105) para tensões de 1kV a 35kV — Requisitos de desempenho. *Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenharia na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER.

Figura 3 – Gráfico Tempo x Corrente de Fuga Cabo Deteriorado. Retirado de Curso de Ensaios Elétricos de Equipamentos e Usinas – Lactec

Após a execução do teste, é recomendável aterrar os cabos testados para que sejam descarregados. De modo geral, serão considerados aptos para energização, os cabos que não perfurarem a isolação pela tensão de teste aplicada. A corrente de fuga não é indicativo conclusivo de danos, ao menos

*Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br


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Linhas elétricas para baixa tensão

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Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo XI Instalação de condutores (II)

Caixas Conforme a NBR 5410, as caixas de passagem e/ou de derivação devem ser empregadas nas seguintes condições:

NBR 5410 são: 6.2.11.2.1 Nas molduras só devem ser instalados condutores isolados ou cabos unipolares. 6.2.11.2.2 As ranhuras das molduras devem possuir dimensões que

• Em todos os pontos da tubulação onde houver entrada ou saída

facilitem o alojamento dos condutores.

de condutores (exceto na transição de uma linha aberta para outra

6.2.11.2.3 Cada ranhura deve ser ocupada apenas por um único e

com eletroduto).

mesmo circuito.

• Em todos os pontos de emenda ou de derivação de condutores.

6.2.11.2.4 As molduras não devem ser embutidas na alvenaria, nem

Ou seja, não se admite emenda de condutores no interior de

cobertas por papel de parede, tecido ou qualquer outro material,

eletroduto.

devendo permanecer aparentes.

• Sempre que for necessário segmentar a tubulação para atender as

Fascículo

distâncias limites para os trechos retilíneos ou com curvas.

Bandejas e leitos

As caixas devem ser providas de tampas (ou espelhos) e ser

As definições de bandeja e leito foram apresentadas nas edições

facilmente acessíveis. Admite-se a não colocação de tampa quando

nº 156 e 157, respectivamente. Vale a pena lembrar que quando

as caixas estiverem instaladas em forros ou pisos falsos, desde que

uma bandeja contiver tampa, ela passa a ser denominada por

se tornem acessíveis com a remoção das placas do forro ou do

eletrocalha, constituindo-se em uma maneira de instalar distinta

piso e se destinem apenas a emendas ou derivações, sem nenhum

(ver tabela 33 da NBR 5410) e classificada como conduto fechado.

dispositivo ou equipamento.

Nesse caso (com a tampa), ocorre alteração da capacidade de

Durante a concretagem de lajes, as caixas devem ser fechadas

condução de corrente dos condutores. Ou seja, colocar uma tampa

(obturadas) com vedações apropriadas que impeçam a entrada de

em uma bandeja, não é um mero ato de proteção mecânica ou

argamassas ou nata de concreto.

de conservação dos condutores. Antes de fazer isso, deve-se rever o dimensionamento desses condutores e dos correspondentes

Molduras A definição de moldura foi apresentada na edição nº 158. Os requisitos para instalação de condutores em molduras pela

dispositivos de proteção em função dessa nova condição. Os requisitos para instalação de condutores em bandejas e leitos constam também da NBR 5410, conforme segue:


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Apoio:

Exemplo de instalação em bandeja em espaço de construção – piso elevado.

Exemplo de instalação em leito.

6.2.11.3.1 Nas linhas elétricas em que os condutos forem bandejas,

ou ruptura dos condutores. Esse esforço de tração também não deve

leitos, prateleiras ou suportes horizontais, e nas linhas em que os

recair sobre as conexões.

cabos forem diretamente fixados em paredes ou tetos, só devem ser

6.2.11.3.5 Nas bandejas, leitos e prateleiras, os cabos devem ser

utilizados cabos unipolares ou cabos multipolares.

dispostos, preferencialmente, em uma única camada. Admite-se, no

6.2.11.3.4 Nos percursos verticais deve ser assegurado que o esforço

entanto, a disposição em várias camadas, desde que o volume de

de tração imposto pelo peso dos cabos não resulte em deformação

material combustível representado pelos cabos (isolações, capas e


Apoio:

Linhas elétricas para baixa tensão

36

coberturas) não ultrapasse:

de construção do prédio.

a) 3,5 dm3 por metro linear, para cabos de categoria BF da ABNT

define os tipos de linhas elétricas, com seus métodos de instalação

NBR 6812;

e referências para determinação da capacidade de condução de

b) 7 dm por metro linear, para cabos de categoria AF ou AF/R da

corrente (IZ) dos condutores.

A tabela 33, citada em artigo anterior desta série, é aquela que

3

ABNT NBR 6812.

Cabe ressaltar que um espaço de construção não é um conduto, mas sim, um “espaço”, no qual podem ser instaladas

Os métodos de instalação mais utilizados em edificações se

linhas elétricas.

enquadram no requisito “a” anterior.

Canaletas e perfilados

Linhas enterradas As linhas elétricas enterradas podem ser constituídas por

As definições de canaletas e perfilados foram apresentadas nas edições nº 156 e 158, respectivamente. A seguir, são destacados alguns dos requisitos da NBR 5410

cabos diretamente enterrados ou por condutores instalados no interior de eletrodutos enterrados. Nesse caso, em vez de se utilizar temperatura ambiente como

para instalação de condutores em canaletas e perfilados:

parâmetro para o dimensionamento de condutores, devem ser

6.2.11.4.1 Nas canaletas instaladas sobre paredes, em tetos ou

consideradas a temperatura e a resistividade térmica do solo.

suspensas e nos perfilados, podem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares e cabos multipolares. Os condutores isolados só

Resumidamente, seguem os requisitos estabelecidos na NBR 5410 para linhas enterradas:

Fascículo

podem ser utilizados em canaletas ou perfilados de paredes nãoperfuradas e com tampas que só possam ser removidas com auxílio

• Cabos unipolares ou multipolares podem ser instalados

de ferramenta.

diretamente enterrados ou em eletrodutos enterrados.

NOTA – Admite-se o uso de condutores isolados em canaletas

• Condutor isolado pode ser instalado em eletroduto enterrado,

ou perfilados sem tampa ou com tampa desmontável sem auxílio

desde que o eletroduto seja considerado estanque e não haja caixa

de ferramenta, ou em canaletas ou perfilados com paredes

de passagem no trecho enterrado.

perfuradas, com ou sem tampa, desde que estes condutos:

• Os cabos devem suportar as condições características de sua

a) sejam instalados em locais só acessíveis a pessoas advertidas

instalação, como por exemplo, influências externas (umidade,

(BA4) ou qualificadas (BA5), ou

ações químicas do solo e movimentações de terra).

b) sejam instalados a uma altura mínima de 2,50m do piso.

• Cabos diretamente enterrados devem estar a uma profundidade

6.2.11.4.3 Nas canaletas instaladas no solo podem ser utilizados

mínima de 0,70m em terreno normal, apenas com circulação de

cabos unipolares ou cabos multipolares.

pessoas, e de 1m em travessias de vias acessíveis a veículos.

6.2.11.4.5 Nas canaletas encaixadas no piso podem ser utilizados

• Duas linhas elétricas ou linhas elétricas e não elétricas enterradas

condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares.

que se cruzem devem estar afastadas de no mínimo 0,20m.

Os condutores isolados só podem ser utilizados se contidos em

• As linhas enterradas devem possuir sinalização (por exemplo, fita)

eletrodutos.

ao longo de toda a sua extensão, como forma de identificar a sua existência, para evitar que seja danificada em futuras escavações no

Espaço de construção

terreno. A norma estabelece que essa sinalização deva estar a, no mínimo, 0,10m acima da linha, porém, a prática recomenda que

A definição de espaço de construção foi apresentada na edição

essa sinalização esteja mais próxima do nível do solo.

nº 157. A NBR 5410 estabelece em 6.2.11.5 que nos espaços de construção podem ser utilizados condutores isolados e cabos

Linhas sobre isoladores

unipolares ou multipolares conforme os métodos de instalação 21, 22, 23, 24 e 25 da tabela 33, desde que os condutores ou cabos

Outra forma muito comum de instalar condutores é sobre

possam ser instalados ou retirados sem intervenção nos elementos

isoladores. No entanto, a norma impõe restrições em função do


Apoio:

37


Apoio:

Linhas elétricas para baixa tensão

38

tipo de estabelecimento e quando os condutores forem nus. Por

6.2.11.8.1 Nas linhas aéreas externas podem ser utilizados

exemplo, não são admitidas linhas sobre isoladores em locais de

condutores nus ou providos de cobertura resistente às intempéries,

habitação (e é onde mais se encontra!).

condutores isolados com isolação resistente às intempéries, ou cabos

Em qualquer situação, as linhas sobre isoladores devem

multiplexados resistentes às intempéries montados sobre postes ou

atender aos requisitos de proteção contra choques elétricos por

estruturas.

colocação fora de alcance, conforme 5.1.5.4 da NBR 5410, além

6.2.11.8.2 Quando uma linha aérea alimentar locais que apresentem

do que segue:

riscos de explosão (BE3 – tabela 22), ela deve ser convertida em linha enterrada a uma distância mínima de 20 m do local de risco.

6.2.11.7.1 Nas linhas com condutores fixados sobre isoladores podem

6.2.11.8.3 Os condutores nus devem ser instalados de forma que seu

ser utilizados condutores nus, condutores isolados, condutores

ponto mais baixo observe as seguintes alturas mínimas em relação

isolados em feixe, cabos unipolares, cabos multipolares e barras.

ao solo:

NOTA – O uso de barras deve ser limitado aos locais de serviço

a) 5,50 m onde houver tráfego de veículos pesados;

elétrico.

b) 4,50 m onde houver tráfego de veículos leves;

6.2.11.7.4 Em edificações de uso comercial ou assemelhado, as

c) 3,50 m onde houver passagem exclusiva de pedestres.

linhas com condutores nus são admitidas como linhas de contato

6.2.11.8.4 Os condutores nus devem ficar fora do alcance de janelas,

alimentando lâmpadas ou equipamentos móveis, desde que

sacadas, escadas, saídas de incêndio, terraços ou locais análogos.

alimentadas em SELV.

Para que esta prescrição seja satisfeita, os condutores devem atender

6.2.11.7.5 O uso de condutores nus sobre isoladores em

uma das condições seguintes:

estabelecimentos industriais ou assemelhados deve ser limitado aos

a) estar a uma distância horizontal igual ou superior a 1,20 m;

locais de serviço elétrico ou a utilizações específicas (por exemplo,

b) estar acima do nível superior das janelas;

alimentação de pontes rolantes).

c) estar a uma distância vertical igual ou superior a 3,50 m acima

6.2.11.7.6 Na instalação de condutores nus ou barras sobre

do piso de sacadas, terraços ou varandas;

isoladores, devem ser considerados:

d) estar a uma distância vertical igual ou superior a 0,50 m abaixo do piso de sacadas, terraços ou varandas.

a) os esforços a que eles podem ser submetidos em serviço normal; b) os esforços eletrodinâmicos a que eles podem ser submetidos em

Como se pode notar, a instalação e a especificação de qualquer

condições de curto-circuito;

condutor elétrico são cercadas de vários cuidados e são fortemente

c) a dilatação devida a variações de temperatura, que podem

influenciadas pela existência ou não de conduto específico e,

acarretar a flambagem dos condutores ou a destruição dos isoladores;

quando ele existir, também dependerá do tipo de conduto.

pode ser necessário prever juntas de dilatação. Além disso, deve-se

Fascículo

tomar precauções contra as vibrações dos condutores, utilizando suportes suficientemente próximos.

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da

Linhas aéreas externas

Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações

Assim como mencionado em outro artigo desta série, torna-se importante observar os requisitos correspondentes à classificação das influências externas para a escolha adequada do tipo de condutor e de conduto. Em particular, destacam-se a permanente

Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br

exposição das linhas elétricas ao sol, à chuva e à atmosfera presente

Continua na próxima edição

(eventualmente corrosiva), além do livre acesso às pessoas e ao

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br

trânsito de veículos. Diante disso, a NBR 5410 estabelece:

Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br


Renováveis Apoio:

ENERGIAS COMPLEMENTARES

39

Ano 3 - Edição 41 / Novembro de 2019

Capítulo XI – Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: SERÁ UM RETROCESSO NA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA? COLUNA EÓLICA: O MERCADO DE TRABALHO PARA ENERGIA EÓLICA APOIO

jaroslava V | shutterstock.com

FASCÍCULO


Apoio

40

Fascículo Por Hans Rauschmayer*

SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO DE PROJETOS FOTOVOLTAICOS

Renováveis


41

1 - Introdução

2.2 - Os Diferentes Atores

Figura 1: As etapas da elaboração do projeto fotovoltaico. (veja fascículo 2).

Figura 2: O projeto fotovoltaico visto por diferentes atores.

O tema do presente fascículo serão softwares de planejamento

Cada ator envolvido no projeto tem interesses próprios, com

e simulação de projetos fotovoltaicos. Eles são fundamentais

demandas de informações que devem ser atendidas pelo software

para elaborar um projeto tecnicamente impecável, para calcular o

(figura 2). Vamos entender os principais.

retorno financeiro com segurança e para efetuar vendas de forma eficiente, como já vimos em outros fascículos.

2.2.1 - O Vendedor

2 - Requisitos ao Software Fotovoltaico

O vendedor recolhe as informações do cliente e elabora um projeto

primário que precisa ter o detalhamento suficiente para garantir a viabilidade técnica e calcular o retorno do investimento. Com esta

A engenharia de software, formação original do autor do

informações, ele prepara uma proposta para iniciar as negociações com

fascículo, ensina que se deve iniciar a escolha de um software pela

o cliente.

análise dos requisitos. Em seguida, é preciso priorizar as demandas

para então escolher uma solução.

importante do que os processos técnicos, por causa da baixa taxa de

Na realidade brasileira, o processo da venda é muito mais

conversão: o estudo da empresa Greener sobre o mercado de geração 2.1 - O Fluxo de Trabalho

distribuída relata que apenas 7% dos projetos viram contrato.

O segundo fascículo apresentou o passo-a-passo da elaboração

Com isso, a qualidade da proposta é fundamental para aumentar as

de um projeto fotovoltaico conectado à rede (figura 1, disponível no

vendas, e a agilidade na elaboração reduz o tempo que, possivelmente,

site www.solarize.com.br).

não será remunerado. Ambas são questões onde um software pode

ajudar muito.

As etapas principais são:

1 - A análise das informações que embasam o projeto;

2.2.2 - O Projetista

2 - A elaboração do projeto técnico;

3 - O cálculo do retorno do investimento (custo / benefício).

objetivo de aprimorar questões técnicas e financeiras.

O resultado do terceiro passo pode levar a uma revisão do

O projetista recebe o projeto primário do vendedor e o detalha com Ele produz listas de materiais e diagramas técnicos para

planejamento, aprovação e execução do projeto.

projeto, por questões técnicas ou financeiras. O software ideal conduz o projetista no fluxo natural do seu trabalho, ao mesmo

2.2.3 - O Cliente

tempo que oferece flexibilidade conforme o tipo do projeto e o perfil

do usuário.

acumulados:

O cliente tem vários papéis neste processo, que podem ser


Apoio

Fascículo

42

Renováveis

• No papel de investidor, ele compara o rendimento do sistema solar com

interativo com grande flexibilidade.

outras aplicações financeiras;

• Sendo proprietário do local da instalação, ele se preocupa com a

apurado.

Este tipo de cliente exige também um cálculo do rendimento mais

estética e segurança da instalação; • No caso de uma empresa, pode haver outros interesses, como

2.3.3 - Usinas em Solo

marketing verde ou proteção contra aumentos da tarifa.

No caso de usinas em solo, o projeto técnico é modular e

repetitivo. Podemos diferenciar ainda usinas de grande porte, que

O software ideal oferece diversidade de informações técnicas e

usam rastreadores (tracking), de usinas menores, com aplicação de

financeiras, que serão utilizadas de acordo com o perfil de interesse do

tecnologias mais simples.

cliente.

O financiador destas usinas deseja receber informações detalhadas

e altamente confiáveis, e as insere nas próprias planilhas financeiras. 2.2.4 - A Distribuidora de Energia A distribuidora espera receber a documentação padronizada

2.4 - Questões Técnicas

conforme normas próprias e da Agência Nacional de Energia Elétrica

2.4.1 - Cálculo Confiável

(Aneel), para então, aprovar o projeto.

Pelo ponto de vista do investidor, a questão fundamental é a

confiabilidade dos resultados. Um software com reputação internacional 2.2.5 - Instituições

ganha pontos na avaliação.

Outras instituições recebem a documentação do projeto, conforme o

caso:

2.4.2 - Dados Meteorológicos Detalhados

Os dados meteorológicos formam a entrada principal dos algoritmos

• Conselhos de engenharia ou de técnicos;

de simulação. O formato padrão se chama TMY (typical metereological

• Bancos ou investidores;

year), em detalhamento horário.

• Seguradoras;

• Instituições públicas, como por exemplo, órgãos ambientais, EPE

porque a eficiência dos componentes varia conforme irradiação e

(Empresa de Pesquisa Energética, no caso de leilões de usinas), órgãos

temperatura momentânea, e porque as perdas dependem da potência

de preservação de patrimônio histórico etc.

gerada a cada instante.

2.3 - Escopo do projeto

Este detalhamento é essencial para simular o sistema fotovoltaico,

Há empresas internacionais que fornecem séries de dados a partir

de medições de solo e por satélite (ex. Meteonorm). As fontes brasileiras, do atlas solarimétrico, infelizmente, não são fornecidas na resolução horária, mas por médias mensais. 2.4.3 - Flexibilidade da Configuração dos Inversores

Figura 3: Projetos de portes diferentes apresentam características diferenciadas.

Podemos diferenciar as seguintes categorias de projetos (figura 3): 2.3.1 - Projetos de Pequeno Porte

Projetos residenciais ou comerciais de pequeno porte devem

priorizar a venda individualizada ao cliente, com propostas bonitas. A margem de lucro, geralmente, reduzida, exige que o processo de venda e

Figura 4: Exemplo de uma instalação comercial, onde o projetista definiu a configuração dos módulos de forma semiautomática (PV*SOL premium).

instalação seja eficiente.

O software deve providenciar as regras específicas para inversores

2.3.2 - Prédios Comerciais

string, microinversores e otimizadores de potência.

Projetos em prédios comerciais costumam apresentar uma série

A associação dos módulos a inversores deve ser resultado da

de exigências técnicas: coberturas repletas de obstáculos (casa de

modelagem 3D.

máquinas, caixas d´água, aparelhos de ar-condicionado, ...) e uma maior

complexidade na conexão elétrica. O software ideal permite um trabalho

de diferentes prédios, modificar limites de configuração (ex. fator de

Já o projetista deve ter a liberdade total na configuração: juntar módulos


43

dimensionamento, veja fascículo 5) e definir a sequência dos strings (figura 4).

Telhados em arco são um exemplo onde pode ser necessário juntar

3.1 - PVSyst

módulos de diferentes inclinações no mesmo string. O software deve calcular as perdas causadas no descasamento, o que é possível somente com dados climáticos detalhados. 2.4.4 - Tratamento Diferenciado da Sombra por Objetos Próximos e Distantes

Objetos distantes, como, por exemplo, morros, causam um efeito

“liga/desliga” no arranjo fotovoltaico inteiro. Eles representam o

Figura 5: Foto de uma usina com tracking e a simulação do sombreamento no software PVSyst.

horizonte do cenário.

Parâmetros específicos permitem aos especialistas modelarem

Objetos próximos, como prédios, árvores ou antenas, projetam

PVSyst é o programa clássico para usinas de grande porte.

uma sombra que parece andar por cima do arranjo. A cada momento, a

detalhes que são importantes para esta categoria de projetos. PVSyst

sombra atinge outras partes dos módulos.

permite também analisar sombreamento em instalações com tracking

(rastreamento, figura 5).

As duas formas causam efeitos elétricos diferentes, o que exige uma

modelagem diferente no software.

A interface do usuário é antiquada e pouco amigável e não foi

traduzido para português. A modelagem em 3D não é intuitiva, o que 3 - Comparação de Softwares mais utilizados

restringe o uso do software a especialistas. PVSyst não oferece uma análise financeira do projeto.

Nos últimos anos, foram desenvolvidos muitos softwares fotovoltaicos.

Os dados meteorológicos são horários e fornecidos pela empresa

A seguir, analisaremos as características dos mais populares no Brasil.

Meteonorm, mas é possível importar outras fontes. O programa

Nenhum software é perfeito – recomendamos priorizar pelo tipo de

consegue até gerar dados em minuto para simular sombreamento com

projeto mais utilizado e testar o programa antes de efetuar a compra.

mais precisão.


Apoio

Fascículo

44

Renováveis

3.2 - Solergo

Figura 7: Helioscope trabalha com extrusão a partir de imagens de satélite.

A interface dele é muito intuitiva, com um alto grau de automação,

o que o torna muito eficiente para projetos simples. No entanto, a automatização pode atrapalhar em projetos mais complexos, onde o projetista precisa ter mais autonomia de decisão. Como não foi adaptado às regras do Brasil, o software exige planilhas financeiras à parte. 3.4. - PV*SOL premium Figura 6: Exemplo de diagrama elétrico gerado pelo software Solergo.

Solergo foi o primeiro programa a ser traduzido para português e

recebeu adaptações ao Brasil, o que o tornou bastante popular.

Ele pertence a uma família de programas para elaborar diagramas

elétricos (figura 6). E é neste quesito que ele tem sua maior força: o banco de dados contém normas e catálogos de dispositivos de proteção.

O programa trabalha baseado em imagens de satélite e extrusão de

prédios, com pouca versatilidade de importação.

O fluxo de trabalho dentro do Solergo parte da premissa que o

projetista já iniciou o projeto fora dele para definir o número de módulos a serem colocados em cada cobertura, algo que idealmente deveria ser indicado pelo próprio software.

É fácil modelar projetos simples, porém falta apoio para projetos

complexos. A liberdade de configuração dos inversores também é

Figura 8: Projeto elaborado a partir de modelagem 3D obtida por aerofotogrametria com drones (PV*SOL premium).

restrita e pouco interativa.

Os dados meteorológicos abrangem somente médias mensais, não

permitindo uma simulação da oscilação da irradiação ao longo do dia.

PV*SOL premium é um software que ganhou reconhecimento em mais

de 20 anos de existência. Ele foi traduzido para o português do Brasil e adaptado às tarifas nacionais.

3.3 - Helioscope

passo é consequência dos passos anteriores e resolvido dentro do próprio

Helioscope é um programa online que usa imagens de satélite como

Ele se diferencia pelo fluxo natural com qual ele conduz o usuário: cada

base (figura 7). Ele é oferecido somente em inglês. Diferente dos outros

PV*SOL.

programas, a cobrança é por mensalidade, o que o torna mais caro a

longo prazo.

aproveitando escolhas automáticas e simplificadas.

O vendedor gasta pouco tempo para elaborar propostas bonitas,


45

O projetista, em seguida, tem toda liberdade

para detalhar e modificar o projeto. Muitas informações sobre perdas de energia o ajudam a otimizar o sistema.

Os cálculos financeiros são extensos e o

relatório tem uma cara apresentável.

Somente os diagramas elétricos perdem um

pouco em relação aos softwares especializados, mas são suficientes para a legalização na concessionária.

Uma qualidade importante é a versatilidade

da modelagem: ela pode partir da imagem de satélite ou de uma planta baixa, mas permite também uma modelagem de maquete com dimensões dos prédios.

A forma mais nova é a importação de

modelos 3D criados por drone, importante no interior, onde o Google fornece uma baixa resolução, e facilitador em coberturas complexas que, antes, necessitavam um levantamento demorado dos obstáculos (figura 8).

A importação de programas de arquitetura

é outra opção, essencial para a colaboração com arquitetos.

O software PV*SOL permite ainda integrar

veículos elétricos à modelagem, calculando seu consumo no sistema predial e o custo de rodagem com energia solar e com energia da concessionária.

Consideramos PV*SOL o software mais

completo para projetos de geração distribuída simples e complexos. 4 - Previsão

O próximo fascículo será o último desta

série, onde abordaremos a legalização de projetos na concessionária com aspectos da diferenciação entre micro e minigeração. Outros temas serão tendências do mercado, como veículos elétricos e sistemas com baterias. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.


46

Notícias

renováveis

Divulgação

A transformação do setor energético e os novos modelos de negócios para a indústria são pautas de evento da ABEEólica

Encontro de Negócios teve vagas

dados do setor energético em

Comercialização de Energia

de Energia Eólica (ABEEólica)

limitadas e o público estimado

um mundo que fornece cada

Elétrica (CCEE) e Operador

realizou, no dia 30 de outubro,

foi de 250 pessoas.

vez mais informações para

Nacional do Sistema Elétrico

no Hotel Unique, em São Paulo

análise, mercado livre, formas

(ONS), com a mediação da

(SP), a 8ª edição do Encontro

abertura, houve uma palestra

de financiamento para novos

ABEEólica.

de Negócios ABEEólica, cujo

introdutória de Renato Volponi,

modelos de negócios.

tema foi: “O setor energético

presidente do Conselho de

foi sobre um tema cada vez

em transformação e os novos

Administração da ABEEólica, que

da Indústria e Comércio do

mais importante, que são os

modelos de negócios para a

discutiu inovação e destacou os

Estado do Ceará falou de

efeitos multiplicadores da

indústria eólica”. O evento,

principais temas que nortearam

seu novo atlas eólico, ainda

energia eólica na sociedade. As

realizado anualmente, reúne

todo o dia de discussões.

não lançado. Na sequência,

discussões foram encerradas

empresas da cadeia da indústria

Logo após essa introdução, os

seguiu-se na discussão, focando

falando sobre as novas

eólica, bancos, investidores,

participantes do primeiro painel

nos órgãos do governo, com a

fronteiras da energia eólica, que

comercializadoras de energia,

discutiram novos modelos

presença de representantes do

incluem a eólica offshore, os

instituições ligadas ao

de negócios, abordando, por

Ministério de Minas e Energia

parques híbridos, a utilização

setor e demais profissionais

exemplo, o impacto das baterias,

(MME), Empresa de Pesquisa

de baterias e o crescimento do

interessados no assunto. O

a importância da avaliação de

Energética (EPE), Câmara de

mercado livre.

A Associação Brasileira

Na parte da manhã, após a

Após o almoço, a Federação

O segundo painel da tarde


renováveis

Notícias

47

Aneel prorroga até 30/12 consulta pública da revisão das regras da Geração Distribuída

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prorrogou para 30 de dezembro de

2019 o prazo da consulta pública da revisão da Resolução Normativa 482/2012, referente às regras da micro e minigeração distribuída. O prazo anterior da consulta se encerraria no dia 30 de novembro de 2019.

A prorrogação do prazo por mais 30 dias foi proposta pelo diretor da Aneel, Rodrigo

Limp, relator do tema, e aprovada pelos demais diretores na Reunião Pública Ordinária da diretoria colegiada da Agência.

Os interessados em participar da consulta pública devem encaminhar suas

contribuições ao e-mail: cp025_2019@aneel.gov.br ou por correspondência para o endereço da Aneel: SGAN, Quadra 603, Módulo I, Térreo, Protocolo Geral, CEP: 70830110), em Brasília (DF).

Geração de energia por usinas eólicas aumenta 14,7% Produção em agosto é o recorde da fonte, que ampliou sua capacidade instalada em 14% no último ano

Dados consolidados do boletim InfoMercado Mensal da Câmara de Comercialização de

Energia Elétrica (CCEE) indicam que a geração de energia eólica em operação comercial no País cresceu 14,7%. De janeiro a agosto de 2019, a geração de energia pela força dos ventos foi de 5.501,52MW médios ante 4.794,91MW médios no mesmo período de 2018.

Em agosto, as usinas eólicas registraram o recorde de geração da fonte, alcançando

8.610MW médios, crescimento de 22,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 7.017,56MW médios. O aumento é decorrente da ampliação do número de empreendimentos ativos pelo Brasil.

A CCEE contabiliza 599 usinas eólicas em operação comercial no País, ao final de

agosto, somando 15.100,2MW de capacidade instalada, incremento de 14,3% frente aos 13.212,4 de capacidade das 513 unidades geradoras existentes em agosto de 2018.

Bahia aumenta em 59% sua produção de energia eólica

Quando a análise foca na geração por Estado, a Bahia é o maior produtor de energia

eólica no País, com 1.815,9MW médios de energia entregue em 2019 (janeiro a agosto) ante os 1.162,8MW médios no mesmo período em 2018. Na sequência, aparecem o Rio Grande do Norte, com 1.331MW médios; o Piauí, com 676,5MW médios; o Ceará, com 629,3MW médios; e Rio Grande do Sul, com 559,4MW médios.

Os dados consolidados da CCEE confirmam ainda que o Estado da Bahia tem a maior

capacidade instalada para a produção de energia a partir da força dos ventos, somando 4.022,4MW em agosto. Em seguida, aparece o Rio Grande do Norte, com 3.935,9MW; o Ceará, com 2.347,7MW; o Rio Grande do Sul, com 1.777,9MW; e o Piauí, com 1.638,1MW.


Energia solar fotovoltaica

48

Rodrigo Marcolino é coordenador do Grupo de Trabalho de Geração Distribuída da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar

Será um retrocesso na geração distribuída? AIR, produzida a partir da coleta de

regiões Centro-Oeste, Sudeste e

025/2019 representa um grande

Agência Nacional de Energia Elétrica

contribuições da CP 010/2018.

Nordeste. Vale lembrar que já há

desequilíbrio e desincentivo para

(Aneel) realizou sua 38ª reunião

usuários de geração distribuída

os consumidores e o setor de GD

ordinária de diretoria, para deliberar,

grande surpresa a proposta de

solar fotovoltaica em mais de 70%

no Brasil, pois desvaloriza em até

entre outros temas de relevância

minuta, divulgada após a reunião do

dos municípios brasileiros e que,

60% a energia elétrica produzida

para o setor elétrico brasileiro, sobre

dia 15 de outubro. A metodologia

certamente, terão dificuldade em

em telhados, fachadas e pequenos

a proposta de abertura de consulta

anteriormente utilizada pela Aneel

participar desta reunião presencial.

terrenos e injetada na rede.

pública com vistas a colher subsídios

para a elaboração da AIR e dos

Os brasileiros estão nas cinco regiões

No último dia 15 de outubro, a

O mercado de GD recebeu com

Por isso, a minuta proposta

para o aprimoramento das regras

diferentes cenários de modelagem

do Brasil e não apenas em Brasília,

pela Aneel é um enorme retrocesso

aplicáveis à micro e minigeração

regulatória foi abandonada pela

e precisam participar e ser ouvidos

para o País, levando a GD e seu

distribuída (GD). A diretoria, por

agência. Em seu lugar, a Aneel

neste processo.

mercado de volta ao passado,

unanimidade, decidiu instaurar a

propôs, unilateralmente, novas

aumentando os paybacks da

consulta pública, com o objetivo de

premissas e métodos de análise,

implícito nesta proposta da Aneel

tecnologia para até 23 anos, o

discutir a minuta de um novo marco

com novas planilhas de cálculo e

é que a GD não agrega nenhum

que inviabiliza muitas soluções.

regulatório para a GD. A minuta

novos parâmetros matemáticos.

benefício ao setor elétrico brasileiro

A Agência, em clara discordância

proposta pela Agência foi divulgada

para além de sua energia elétrica,

com suas próprias declarações

no mesmo dia.

estranheza ao setor é o fato de

o que, comprovadamente, não

públicas nas etapas anteriores

Outro ponto que causou

Objetivamente, o que está

a diretoria da Aneel ter limitado

corresponde à realidade. Segundo a

do processo, propôs penalizar,

25/2019 (CP 025/2019), aberta

o prazo de para o envio de

análise da Aneel, a GD deveria pagar

inclusive, investimentos feitos

como resultado desta decisão, é

contribuições pela sociedade à CP

por todas as perdas elétricas do

no passado, provocando uma

a terceira etapa de um processo

025/2019 em apenas 45 dias, em

sistema, como se o transporte de

sensação de risco e insegurança

mais amplo: em junho de 2018,

vez de 90 dias, como feito na etapa

energia elétrica de grandes usinas

jurídica e regulatória, afugentando

a Aneel instaurou uma primeira

anterior. Tal prazo é incompatível

distantes dos centros de carga

novos investimentos. O setor

consulta pública sobre o tema

com a complexidade do tema e

tivesse as mesmas perdas que um

espera que a Aneel, nesta última

(Consulta Pública nº 010/2018

insuficiente para uma análise

sistema de GD no telhado ou em

e decisiva etapa do processo

– CP 010/2018), submetendo à

aprofundada dos documentos

áreas junto ou próximo do ponto de

regulatório, esteja atenta e

sociedade um questionário para

disponibilizados pela Aneel, dadas as

consumo.

sensível aos anseios da sociedade,

colher informações que pudessem

profundas mudanças processuais

pautando suas decisões por

orientar uma análise de impacto

na metodologia utilizada. Se o

GD devesse pagar por todos

argumentos técnicos, qualificados,

regulatório (AIR). A AIR é um

objetivo da Aneel, segundo suas

os encargos do setor elétrico,

abrangentes e transparentes,

procedimento utilizado pela Aneel

próprias palavras, era de garantir um

inclusive, encargos de incentivo

incluindo os amplos benefícios que

para avaliar, por meio de simulações,

“processo com maior engajamento

a fontes renováveis, quando a GD

a GD agrega à sociedade.

a necessidade e as consequências de

popular da história da Agência”, esta

é, efetivamente, proveniente de

uma possível alteração regulatória,

iniciativa certamente conflita com

fontes renováveis. Pela Aneel, a GD

0,18% das unidades consumidoras

verificando, através de diálogo

este princípio.

deveria pagar integralmente pelo

do País, ainda está longe da sua

transparente, se a ação proposta é a

uso de toda a rede de transmissão

maturidade. Uma mudança brusca e intempestiva, neste

A Consulta Pública nº

Igualmente restritiva é a

O regulador propôs que a

A GD, presente em apenas

mais adequada, justa e positiva para

proposta da Aneel de realizar

e distribuição, quando é sabido

a sociedade. Em janeiro de 2019,

apenas uma audiência pública

e provado que ela efetivamente

momento inicial, conforme sugere

foi iniciada a segunda etapa desse

presencial, em Brasília, longe da

utiliza menos as redes e ainda alivia

o regulador, seria não apenas

processo, com abertura da Audiência

maioria da sociedade, ao passo em

a operação do sistema.

precoce, mas efetivamente lesiva ao

Pública nº 001/2019 e divulgação

que a etapa anterior contou com

desenvolvimento econômico, social,

dos resultados preliminares da

três encontros presenciais, nas

apresentada pela Aneel na CP

Em resumo, a proposta

ambiental e estratégico do Brasil.


Energia Eólica

49

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

O mercado de trabalho para energia eólica

Como sabemos, estamos

Brasileira de Desenvolvimento

vivendo grandes mudanças no setor

Industrial), com apoio da FGV

elétrico com uma inserção cada

Projetos e que está disponível no

vez maior de energias renováveis

http://sitesinteligencia.abdi.com.br/

de baixo impacto, como é o caso

sites/carreiras-eolica/

da energia eólica. E toda grande

mudança, seja ela qual for, pede

a ampla diversidade de ocupações

profissionais comprometidos e

existente no setor de energia eólica.

com conhecimentos que possam

Ele também oferece uma descrição

sustentar este movimento e

detalhada das possibilidades de

trabalhar pelo seu sucesso. Por

emprego, gráficos de possíveis

isso, acho fundamental discutir

progressões entre eles, valores

a importância do investimento

médios de salário e identificação

em conhecimento técnico

do que seria necessário para

e especializações para os

estes avanços. As oportunidades

trabalhadores do setor eólico, que é

de trabalho na indústria eólica

um negócio que exige profissionais

são variadas e podemos dividi-

presente em mais de 90 países,

de capacidade instalada em

sempre antenados com as inovações

las em cinco grandes áreas:

30 dos quais com mais de 1GW

mais 600 parques e com 7.500

e novas tecnologias, tanto no que se

desenvolvimento de projetos;

instalados e nove com mais de

aerogeradores em operação. Até

refere aos próprios equipamentos

manufatura; construção e

10GWs, como é o caso do Brasil,

2023, teremos, pelo menos, 21GW

quanto sobre as novidades em

montagem; operação e manutenção

que tem 15,1GW de capacidade

de capacidade instalada. Digo “pelo

relação a novos modelos de negócio

e ensino e pesquisa. Em cada

instalada e ocupa o 8º lugar no

menos” porque este valor contém

e de gestão.

uma dessas áreas, há inúmeras

Ranking Mundial.

apenas as quantidades dos leilões já

ocupações, com explicações

realizados no mercado regulado. O

de atuação nesta indústria, sinto

do que elas significam, em que

em projetos onshore quanto

mercado livre vem crescendo muito

que os profissionais que gostariam

consiste o trabalho, o salário

offshore, a energia eólica é a chave

também e impacta nestas previsões,

de fazer parte deste universo

médio, as experiências necessárias,

para definir um futuro energético

aumentando os valores.

podem ter um pouco de dificuldade

conhecimento técnico, dentre

sustentável. E, no Brasil, o fato é que

de identificar quais seriam os

outras informações.

essa indústria segue de vento em

para a fonte eólica e para os

melhores caminhos para percorrer

popa. Estamos batendo recordes

profissionais que nela trabalham.

e que habilidades deveriam ser

Conselho Global de Energia Eólica

atrás de recordes, chegando a

O Brasil tem um dos melhores

desenvolvidas. Por isso, tanto para

(Global Wind Energy Council –

atender mais de 85% do Nordeste

ventos do mundo para a produção

os que já estão na indústria quanto

GWEC) mostra que a eólica é uma

e seguimos instalando mais e mais

de energia eólica e os profissionais

para os que estão pensando em

indústria madura, competindo com

parques. Há 10 anos, tínhamos

podem aproveitar esses nossos

entrar, sugiro consultar o “Mapa

sucesso no mercado mundial e

pouco mais de 0,6GW instalados e

bons ventos, investindo em

de Carreiras da Indústria Eólica”,

avançando de forma consistente. A

estamos chegando neste segundo

conhecimento, cursos técnicos e

realizado pela ABDI (Associação

energia eólica é hoje uma indústria

semestre de 2019 com 15,1GW

muita dedicação.

Dentre tantas possibilidades

No mapa, é possível explorar

Em seu Relatório Anual, o

O GWEC acredita que, tanto

O futuro, portanto, é promissor


50

Tec

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

| shutterstock.com

Por Galeno Lemos Gomes*

Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão, com úteis aplicações dos condutores bimetálicos PARTE 2


Tec 51

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

1- Introdução

ao estado original, como se encontrava antes da purificação através dos processos metalúrgicos. É uma tendência natural dos metais

No Setor Elétrico Brasileiro, a indisponibilidade de linhas

retornarem ao seu estado de minério. Este fato se verifica através da

de transmissão de 230kV por falhas transitórias, principalmente

oxidação, como podemos observar, em maior ou menor intensidade,

causadas por descargas atmosféricas (cerca de 70% considerando

em todos os sistemas de aterramento.

religamentos e cerca de 30% com desligamentos permanentes), são extremamente indesejáveis. Além de gerar altos prejuízos

2- Condutores de aterramento x corrosão [Ref. 5]

aos consumidores, também possibilitam a incidência de multas e cobranças para as empresas do setor de transmissão de energia

Os condutores de aterramento utilizados nas linhas de

elétrica, quando ultrapassado o limite máximo de desligamentos

transmissão como contrapesos estendem-se por quilômetros de

por 100 quilômetros por ano de cada uma destas linhas. Com base

distância, percorrendo solos com diversos valores de resistividade

nestas considerações, torna-se importante termos ferramentas e

própria (figura 1). Eles devem possuir determinadas características

metodologias adequadas para estimar o desempenho destas linhas

para que sejam compatíveis com a vida útil da linha de transmissão,

de transmissão, e também para mitigar este problema.

fato que nos leva inicialmente a decidir sobre quais os materiais

Em seguimento ao artigo publicado na edição 165 deste periódico,

mais recomendados. Aspectos relativos à vida útil devem ser então

e lembrando que o foco das considerações feitas na primeira parte

levados inicialmente em consideração, analisando um fator que

foi diretamente relacionado à pergunta: “Quais materiais estão sendo

está sempre presente nos solos: a heterogeneidade do eletrólito

empregados atualmente na prática?” retomamos que:

em que esses condutores estarão imersos. As variações dos valores

A resposta a esta pergunta deveria ser entendida pela transcrição

de resistividade em (Ω.m) ao longo do percurso do condutor de

de parte do subitem 9.5 da norma ABNT NBR 5422:1985 - Projeto

aterramento das torres (contrapeso) passando por diferentes valores

de Linhas de Transmissão de Energia Elétrica - procedimentos

de resistividade, criará zonas anódicas (doadoras de elétrons) com

(atualmente em revisão): “(....) os materiais empregados nos

severa corrosão em certos casos onde o valor da resistividade for

aterramentos devem ser resistentes a corrosão.

muito baixo e zonas catódicas (receptoras de elétrons) conforme

Sua durabilidade

no solo deve ser, sempre que possível, compatível com a vida útil da

pode ser visto na Figura 1.

linha.”. Contudo, esta assertiva não é o que geralmente se verifica

Como os condutores normalmente utilizados em contrapesos de

na prática. Análises e reflexões técnicas necessitam ser feitas para

linhas de transmissão são de aço zincado ou galvanizado, sua vida

que melhorias sejam implantadas, podendo as mesmas terem como

útil em comparação com ao da própria linha deve ser analisada.

ponto de partida as conclusões e sugestões citadas no presente trabalho.

Esta análise deve iniciar verificando-se, para cada um dos metais, suas características frente à corrosão. Um dos parâmetros mais

Dois pontos devem ser ressaltados: o primeiro diz respeito à

importantes no processo de corrosão é o potencial eletroquímico

corrosão, um processo espontâneo, caracterizado pela volta do metal

do metal quando submerso no eletrólito (solo), sabendo que quanto

Figura 1- Heterogeneidade do próprio eletrólito (solo) onde está implantado o eletrodo de aterramento das torres das linhas de transmissão (contrapesos) com diversas zonas anódicas e catódicas.


ec T 52 mais negativo for o metal em relação ao eletrodo de platina em

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

determinada temperatura ambiente (Ta).

hidrogênio, padrão do hidrogênio (potencial natural = zero), com

Com relação ao tempo de permanência do curto-circuito (t),

maior facilidade este metal irá se corroer. Conclui-se que o zinco,

deve-se para sua escolha levar em consideração que os tempos

que possui um potencial eletroquímico de (- 0,76V) anódico

de resposta da proteção dinâmica dos disjuntores mais modernos,

(doador de elétrons), irá se corroer muito mais facilmente do que o

como por exemplo os com isolação em SF6, estão numa faixa de 0,05

cobre, com (+ 0,34V) de potencial eletroquímico catódico (receptor

à 0,1 segundos, e a resposta da proteção estática normalmente

de elétrons).

é da ordem de 0,5 segundos. Pode-se então adotar na ausência de

Portanto, com base nas considerações anteriores, os condutores

um valor específico ao sistema elétrico que se está trabalhando,

de aterramento das torres das linhas de transmissão deverão ser de

tempos (t) na faixa de 0,5 segundos a 1,0 segundo. Normalmente os

cobre ou bimetálicos de aço-cobre (Copper-clad-steel: núcleo de aço

projetistas utilizam (t) = 0,5s.

e cobre na camada externa).

É oportuno observar que quando se está trabalhando em um

A corrosão sempre existirá em todos os sistemas de aterramento

sistema elétrico com religamento automático, a norma brasileira

implantados, porém devemos fazer o possível para que a corrosão

ABNT NBR 15751:2013 sugere o seguinte quanto a escolha do

seja retardada ao máximo, com a utilização de materiais nos sistemas

tempo (t) a ser adotado para o cálculo da seção (S) pelo critério

de aterramento que tenham uma similar ou igual vida útil do que os

térmico, figura 2:

sistemas nos quais estão implantados.

Havendo religamento automático, com um intervalo de tempo

Cabe observar também que os materiais a serem utilizados em

menor ou igual a 0,5 segundos, o tempo (t) a ser considerado para

linhas de transmissão e em subestações devem sofrer um outro tipo

o cálculo da seção deve ser igual à soma dos tempos da falta inicial

importante de análise: a “resistência” ao furto. É necessário escolher

e das faltas subsequentes, ou seja, (t1 + t2 + t3). Se o intervalo de

um material que não possua alto valor comercial se for roubado. O

tempo entre os religamentos for maior do que 5 segundos, o tempo

cobre, em estado puro, como é utilizado principalmente em malhas

(t) deve ser escolhido igual ao maior do que os tempos em que o

de subestações, tem alto valor de revenda no mercado clandestino, e

circuito fica ligado.

por esta razão é constantemente alvo de furtos. Neste aspecto, a solução é a utilização de condutores bimetálicos de aço-cobre, onde a separação dos metais é inviável, já que a união entre o núcleo de aço e a camada externa de cobre se processa pelo método de caldeamento contínuo, tornando praticamente impossível a separação dos materiais que foram unidos em escala atômica.

3- Condutores de aterramento de cobre x bimetálicos (Cobre-aço) – Dimensionamento [Ref.4] O dimensionamento da seção dos condutores é executado pelos seguintes critérios:

Figura 2 - Defeito com religamento [Ref.4].

if = Corrente de curto-circuito Critério Mecânico: os condutores devem suportar os esforços

in = Corrente nominal

mecânicos resultantes da circulação de corrente, ação dos ventos, do próprio peso, da corrosão, de cargas sobre os mesmos quando enterrados, sem se romperem.

A bitola mínima pelo critério

A equação para o cálculo da seção (S) do condutor de aterramento [Ref.4]:

mecânico, para os condutores de cobre é de 50mm² e para o aço (protegido contra a corrosão de acordo com as normas aplicáveis) é de 38mm². Critério Térmico:

para o dimensionamento da seção (S) dos

condutores de aterramento submetidos a corrente de curto-circuito, um dos fatores essenciais é o tempo de duração do defeito (t) a ser adotado na equação para esse cálculo, uma vez que o condutor com determinada seção (S) deverá suportar o aquecimento resultante da circulação das correntes de defeito (If) sem que suas características elétricas e mecânicas sejam alteradas. Existirá, em consequência, uma temperatura limite suportável (Tm) considerando-se uma

S é a seção, expressa em milímetros quadrados (mm2); If é a corrente de falta fase-terra, expressa em quilo ampères (kA);

t é o tempo, expresso em segundos (s), normalmente igual ao tempo da interrupção da corrente de defeito obtida pela atuação do dispositivo de proteção; αr é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a t °C (°C-1); ρr é a resistividade do condutor de aterramento a t °C, expressa em ohm


Tec 53

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

x centímetro (Ω × cm); TCAP é o fator de capacidade térmica, em joule por centímetro cúbico

4 - Conexões: As conexões nos sistemas de aterramento,

entre cabos e

vezes graus Celsius [J/(cm3×°C)];

hastes e/ou entre cabos e cabos são de extrema importância, e tem

Tm é a temperatura máxima suportável, expressa em graus Celsius (°C),

influência direta no dimensionamento das seções dos condutores,

conforme Tabela II;

como por exemplo, o fato da utilização de conexões do tipo solda

Ta é a temperatura ambiente, expressa em graus Celsius (°C);

oxiacetilênica, a qual pode aparentemente levar a uma economia, porém como teremos que aumentar a seção, a mesma poderá não resultar vantajosa. O valor de (Tm ) é função do tipo de conexão a ser utilizada conforme pode ser visto na Tabela II. Os valores de (K f) para as conexões de aterramento mais utilizadas estão

K0 é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a 0 °C;

Tr é a temperatura de referência das constantes do material, em graus

listados na Tabela III.

Celsius (°C). Tabela I — Valores dos parâmetros para os tipos de condutores mais utilizados em Sistemas de Aterramentos [REF.4].

Tipo do condutor

a b

Condutância

Coeficiente térmico de resistividade

Temp. de fusãoa

Resist.

TCAP

%

α0 (0 ºC)

αr (20 ºC)

(ºC)

ρr (20 ºC)

[J/(cm3×°C)]

Cobre (macio)

100,0

0,004 27

0,003 93

1 083

1,724

3,422

Cobre (duro)

97,0

0,004 13

0,003 81

1 084

1,777

3,422

Aço cobreado 40%

40,0

0,004 08

0,003 78

1 084

4,397

3,846

Aço cobreado 30%

30,0

0,004 08

0,003 78

1 084

5,862

3,846

Haste de aço cobreadoa

20,0

0,004 08

0,003 78

1 084

8,62

3,846

Fio de alumínio

61,0

0,004 39

0,004 03

657

2,862

2,556

Liga de alumínio 5005

53,5

0,003 80

0,003 53

660

3,222

2,598

Liga de alumínio 6201

52,5

0,003 73

0,003 47

660

3,284

2,598

Aço-alumínio

20,3

0,003 88

0,003 60

660

8,480

2,670

Aço 1020

10,8

0,001 65

0,001 60

1 510

15,90

3,28

Haste de açob

9,8

0,001 65

0,001 60

1 400

17,50

4,44

Aço zincado

8,5

0,003 41

0,003 20

419

20,1

3,931

Aço inoxidável 304

2,4

0,001 34

0,001 30

1 400

72,0

4,032

Aço cobreado baseado em uma espessura de 254 µm de cobre. Aço inoxidável baseado em 508 µm no 304 de espessura sobre o aço 1020.


Tec

54

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

A equação para o cálculo da bitola dos condutores de aterramento

If = 18kA t = 0,9s

pode ser simplificada para:

tr1 = tr2 ≤ 0,5s ( tr = tempo de religamento) Quando o tempo de religamento (tr) for menor ou igual a 0,5 segundos (S) em mm²

o tempo (t) é que irá ser substituído na fórmula deverá ser igual a

(If) em kA (quilo ampere)

soma dos tempos que o sistema permanece energizado, no caso será =

(t) em segundos

t1+ t2+ t3 = 0,1s + 0,3s + 0,5s = 0,9s

(Kf) constante calculada levando-se em consideração a temperatura de fusão da conexão com temperatura ambiente de 40 °C. As constantes da Tabela III são para o cobre. Tabela II- Tipos de conexões e seus limites máximos de temperatura.

Conexão

Tm (ºC)

Mecânica (aparafusada ou por pressão)

250

Emenda tipo solda oxiacetilênica

450

Emenda com solda exotérmica

850a

Emenda à compressão

850b

a Solda exotérmica, conhecida como aluminotermia, cuja conexão é feita através da fusão obtida pela ignição e combustão de uma formulação em um molde de grafite. b Obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta hidráulica.

6- Seção do condutor calculada com base em sugestão do autor Testes feitos em laboratório demonstraram que os fios e cabos bimetálicos recozidos podem ser aquecidos por correntes de curtocircuito, sem maiores problemas até 850°C, enquanto que os condutores de cobre tornam-se moles a partir de 450°C [Ref.2].

5 - Constantes do material

Adotar bitola 70mm², cobre macio, classe 3, 19 fios (cobre nu).

A norma ABNT NBR 15751:2013, na tabela referente ao fornecimento

Onde a temperatura de fusão da conexão for inferior à temperatura

de fusão do condutor, deve-se utilizar a temperatura da conexão no cálculo da constante (Kf ). A Tabela III exemplifica o (Kf ) para o cobre, considerando o limite de fusão da conexão.

das temperaturas máximas em função das conexões, fornece para quando a conexão é por solda exotérmica ou por emenda à compressão (12 toneladas) uma temperatura máxima (Tm) igual a 850°C. Contudo, como o cobre perde sua rigidez mecânica com 450°C, o autor julga conservativo para o cálculo a utilização de uma temperatura máxima (Tm) igual a 400°C (com 50°C a menos por segurança) Tabela IV.

Tabela III — Constantes (Kf) para o cobre

Conexão

Kf

Mecânica (aparafusada ou por pressão)

5,8

Emenda tipo solda oxiacetilênica

4,7

Emenda com solda exotérmica

3,8

Emenda à compressão

3,8

A conexão por solda exotérmica deverá suportar os 850°C, porém o condutor de cobre perde a rigidez mecânica com uma temperatura de

Tabela IV – Valores usualmente adotados para temperatura máxima dos condutores

Obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta hidráulica. a

Material

Temperatura Máxima

Fator Limitante

Bimetálico

850°C

Perda de rigidez

(aço-cobre)

Exemplo ilustrativo: Calcular a bitola de um condutor de cobre macio,

Cobre

de uma malha de aterramento, cujas conexões são executadas por solda

mecânica 450°C

Perda de rigidez mecânica

exotérmica, dados:

Aço Galvanizado

419°C

Temperatura de fusão do Zinco

O que nos leva à seguinte seção do condutor, com (Tm) = 400ºC:


Tec 55

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Adotar bitola 95mm², cobre macio, classe 3, 19 fios (cobre nu).

7- Conclusões Com base nas análises técnicas e considerações anteriores, podemos concluir: • Que os condutores dos sistemas de aterramento de linhas de transmissão e subestações, normalmente de aço–zincado (contrapeso) respectivamente,

e cobre (malhas)

poderão ser substituídos por condutores bimetálicos (aço-

cobreado) de mesma seção, lembrando que os de aço-zincado tem como grande desvantagem a corrosão muito acelerada em certos locais, e os de cobre

a

inconveniência por serem alvos fáceis de furto. Os bimetálicos, além de serem muito mais resistentes à corrosão, não possuem nenhum valor para revenda sendo, portanto, desinteressantes ao furto. O bimetálico aço cobre, satisfaz o item 9.5 da norma ABNT NBR 5422:1985, [atualmente em revisão]. Outra vantagem deste material, que devemos considerar é que sua durabilidade chega a ser até seis (6) vezes maior do que a aço galvanizado normalmente utilizado nos contrapesos e cabos guarda em linhas de transmissão. Ou seja, os condutores de aço-cobre têm durabilidade de 40 a 50 anos, enquanto um condutor de aço zincado tem duração de 8 a 10 anos em média, dependendo do valor da resistividade e do pH do meio. • Que as seções dos condutores de cobre e bimetálicos (aço-cobre) sejam dimensionadas com temperaturas tais que não causem a perda da rigidez mecânica dos mesmos, tabela IV; • Que há necessidade de novos ensaios laboratoriais, visando comprovar ou determinar novas temperaturas que produzem a indesejada perda de rigidez mecânica desses condutores com a maior exatidão possível. Essas temperaturas são admitidas atualmente como sendo de 450ºC para o cobre e 850ºC para os bimetálicos (aço-cobreado) [Ref. 2].

8- Referências [1] ABNT NBR 5422:1985 “Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica – procedimento” [Atualmente em revisão]. [2] “Aplicação de fios e cabos Copperweld em Sistemas de Aterramento” Companhia Energética de São Paulo CESP, Estudo Técnico DEP/P-634 Engº José Aurélio Leon. [3] ABNT NBR 13571” Haste de aterramento aço-cobreada e acessórios”. [4] ABNT NBR 15751:2013 “Sistemas de Aterramento de Subestações Requisitos”. [5] Apostila Curso de Sistemas de Aterramento Projeto, construção, medições e manutenção. *Galeno Lemos Gomes é engenheiro eletricista e de Segurança do Trabalho; MsD em Educação Técnica pela Universidade de Oklahoma USA; sócio gerente técnico da empresa Galeno Gomes Engenharia Consultoria e treinamento Ltda. Membro da ABNT-CB-003-CE-003 102 001”Aterramentos Elétricos”, professor dos Cursos: Sistemas de Aterramento Projeto, construção, medições e manutenção (ABNT), Aterramento e Sistemas de proteção Contra Descargas Atmosféricas e de equipamentos Eletromecânicos Sensíveis (ETI) segundo a ABNT NBR 5419:2015 (Instituto de Engenharia de São Paulo).


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Por Dr. Hélio Eiji Sueta*

Uso de telhas feitas com ligas metálicas como sistema de captores naturais – Parte 1 As coberturas metálicas podem ser

geração de pontos quentes não trará danos

utilizadas

do

ou poderá provocar incêndios ou explosões

subsistema de captores de um sistema de

nem algum tipo de ignição (espessura t’ da

proteção contra descargas atmosféricas

Tabela 3 da ABNT NBR 5419-3: 2015).

(SPDA). Para isto, devem obedecer aos

Neste estudo, o foco foi analisar a

requisitos descritos na ABNT NBR 5419-3:

composição de algumas telhas metálicas

2015, principalmente os descritos na Tabela

e verificar as perfurações em testes com

3, que fornece as espessuras mínimas de

pulsos de corrente contínua, simulando as

chapas metálicas em sistemas de captação.

correntes de continuidade e testes com

Como a tabela da norma relaciona apenas

impulsos de corrente (10/350µs).

as espessuras para chumbo, aço (inoxidável,

galvanizado), titânio, cobre, alumínio e

iniciais foram preparadas 46 amostras,

zinco, no caso de telhas de ligas metálicas

sendo: 10 amostras de telhas identificadas

e telhas revestidas, fica a dúvida qual seria

pelo

a espessura a utilizar. Na verdade, as telhas

identificadas como Galvalume; 10 amostras

metálicas, em quase sua totalidade, não

de telhas de ligas metálicas identificada

são construídas com chapas com materiais

como Ligas IEE; oito amostras de chapas

puros, conforme a Tabela, mas são ligas ou

indicadas pelo fabricante como alumínio;

são revestidas com outro material.

e 18 amostras de chapas indicadas pelos

Este artigo, que é um resumo do

fabricantes como de Zinco (sendo nove de

trabalho “Experimental developments in

espessura nominal de 0,5mm e nove de

metal sheet used as natural air-termination

espessura nominal de 0,65mm).

system”, apresentado no XV SIPDA, mostra

alguns resultados de testes realizados

pedaço de telhas metálicas de dimensões

em chapas metálicas, com o objetivo de

0,50 x 0,50m (Amostras ensaiadas na

comparar os resultados das diferentes

USP) e outras de dimensões 0,20 x 0,20m

chapas e estimar espessuras adequadas

(amostras ensaiadas na Espanha).

para as chapas de ligas metálicas.

Inicialmente, as espessuras de todas

As chapas em questão são aquelas

as amostras foram medidas utilizando um

para serem utilizadas em edificações onde

micrômetro em quatro pontos, sendo a

não é importante prevenir a perfuração e a

espessura considerada a média destes pontos.

como

parte

integrante

Nestas

verificações

fabricante

como

experimentais

ligas

metálicas

A maioria das amostras é chapa ou


57

Apoio

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Algumas amostras de dimensões 0,50

x 0,50m foram submetidas a testes com pulsos de corrente contínua, simulando correntes

de

continuidade.

Foram

aplicados pulsos com carga aproximada Figura 1 – Pulso de corrente contínua em forma de arco.

de 100, 150 e 200C, com tolerância de +/- 20% conforme a Tabela C.2 da norma brasileira. Estes testes foram realizados no Serviço Técnico de Alta Potência do Instituto de Energia e Ambiente da USP.

Os pulsos de corrente contínua (ver

Figura 1, que mostra um exemplo de oscilograma

de

uma

aplicação)

para

verificação dos efeitos térmicos foram aplicados diretamente nas chapas com um gap aproximado de 2cm, sendo que um pequeno fio de cobre deu início ao arco elétrico entre o eletrodo e à chapa. Nestas aplicações, foram anotados os seguintes parâmetros: corrente (A), duração (ms), carga (C), diâmetro médio da perfuração (D).

Algumas amostras de dimensões 0,20

x 0,20m foram submetidas a testes com correntes impulsivas para similar o primeiro impulso positivo com forma de onda 10/350μs e valores de pico de 100, 150 e Figura 2 – Fonte para impulsos de corrente com forma de onda 10/350μs.

200kA. Estes testes foram realizados no AT – Lightning and Earthing Research Center, no Parque Tecnológico de Valencia, na Espanha.

Como fonte de ensaio, foi utilizado

um gerador de impulso de corrente que possibilita correntes de pico de até 320kA e forma de onda 10/350μs em modo crowbar. A Figura 2 mostra detalhes da fonte utilizada. A Figura 3, um exemplo de impulso de corrente aplicado. Continua na próxima edição. *Hélio Eiji Sueta é chefe adjunto da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de Figura 3 – Exemplo de impulso de corrente.

São Paulo.


58

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Por Silverio Penin Y Santos e Edval Delbone*

Matrizes energéticas e emissões da

é amenizar as temperaturas através do

temperatura da Terra e suas consequências

controle da umidade. A função de absorver

são efetuadas com grande frequência e são

o dióxido de carbono e emitir oxigênio

repletas de dados científicos verossímeis. As

para a atmosfera embora importante

causas antropogênicas são universalmente

é secundária: o oxigênio produzido é

aceitas. Os céticos já escasseiam. Qual o

parcialmente

limite que se deve estabelecer na elevação

que emitem dióxido de carbono na

da temperatura até o ano 2100: 1º?1,5ºC?

decomposição de suas matérias orgânicas.

Análises

sobre

o

aumento

Na COP-21- Conferência das Partes,

em

dezembro

de

2015,

em

Paris,

utilizado

pelas

árvores,

O equilíbrio do oxigênio na atmosfera

(N-78%;

O-

21%;

AR-

0,93%,

CO2-

estabeleceu-se o limite 1,5ºC. Em COPs

0,039%, vapor d’agua- 4%), é efetuado

recentes, importantes vozes defendem

principalmente por algas e fito plânctons

redução para 1ºC.

presentes nos oceanos que de fato,

Segundo o IPCC1, no século XX, ocorreu

determinam a diminuição do CO2 e a

aumento médio de 0,7ºC nas temperaturas

emissão de O para a atmosfera. Por isso,

do planeta. Ações são necessárias para

a poluição oceanos é mais uma causa do

evitar maior elevação. Geração elétrica,

aquecimento global.

processo industrial, transporte de pessoas

Atitudes

e mercadorias, agropecuária, manejo da

consciente da energia na eficiência da

terra e floresta são causas das emissões

mobilidade, na logística do transporte, na

das

populações

no

uso

de dióxido de carbono (CO2), metano

preservação de florestas, na redução no uso

(CH4), nitrosos (N2O), ozônio (O3), de

da energia não renovável: (carvão, petróleo,

clorofluorcarbonos (CFCs) .

gás natural) ou uranio, são ações concretas

de contenção de emissões de CO2 (81%),

2

O desmatamento é também causa do

aquecimento global: a função das florestas, Setor

CH4 (11%), N2O (5%) e CFCs (2%).

O consumo de energia mundial total por setor é mostrado na Tabela 1:

Energia

Agricultura Processos

(Produção) Participação

71%

Meio

Perdas

Óleos

Industriais ambiente3 diversas pesados4 11%

6%

2%

6%

2%

O consumo de energéticos renováveis e não renováveis é mostrado na Tabela 2:

Consumo

Calor e

Para Indústria

Para

Outras

Emissões

para gerar

Eletricidade

e construção

Transporte

combustões

fugitivas5

Participação

31%

12,4%

15%

8,4

5,2%

na matriz 1

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

2

Fonte: Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.

3

Meio Ambiente-Land use change and forestry: alterações do meio ambiente por intervenções humanas.

4

Óleos pesados usados em Grandes motores a combustão utilizados em navios.

5

Emissões fugitivas (acidentais) de gases de aparelhos pressurizados, devido a defeitos ou vazamentos.


Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

59

Tabela 3: Gases efeito estufa-Ton equivalentes de CO2- 2016 (uso de terra excluído).

Pais

China

USA

UE

Índia

Rússia

Japão

Brasil

Indonésia

Irã

Emissões

13.109

6,5.109

4,5.109

3,4.109

2,2.109

1,4.109

1,2.109

0,9.109

0,8.109

Ton. CO2

35%

17,5%

12%

9,2%

6%

3,8%

3,2%

2,4%

2,2%

A participação mais expressiva do Brasil

como emissor ocorre a partir de 2003, como

2,8% e PIB de 2,2%. Valores em PIB (GDP)

a demanda por energia de todos os setores

nominal.

principalmente da indústria e do transporte. Por isso, a análise da alteração da matriz deve

mostrado na Tabela 3 (Fonte: Euro Part .EU),

Alterações no futuro para redução das emissões

estar sempre no radar da engenharia elétrica.

geração elétrica utilizando turbinas a gás em decorrência à crise energética de 2001 e a

de efeito estufa impõe urgente diminuição

expansão agropecuária com o consequente

um

as

do consumo de combustíveis fosseis, o que

aumento das queimadas na região amazônica.

emissões, mas não isenta o Brasil de suas

implica em expansão das energias alternativas

A tabela 3 mostra a participação em

responsabilidades com o meio ambiente.

renováveis. Sendo o carvão o energético

2016, dos principais países emissores de gás

É necessário ampliar os cuidados com o

mais poluente, o foco principal deve ser não

de efeito estufa, sendo o total mundial 37.109

manejo da terra e florestas (Land use change

apenas aumentar seu uso, mas sua radical

toneladas equivalentes de CO2 nesse ano.

and forestry) e principalmente evitar incêndios

redução, vindo a seguir o petróleo e gás.

florestais na Amazônia e em todo o País.

Estudo publicado pela Agencia Internacional

Matrizes energéticas

Impedir queimadas recorde como ocor­

de Energia (EIA) mostra que a expansão da

A parte mais significativa das emissões

reram entre 2003 e 2010 com desma­tamento

energia entre 2019 e 20150 será de 80%,

ocorre em função do uso de combustíveis

médio do período de 380.000ha e não permitir

ou seja, de 25 para 45 trilhões de KWh e

fósseis para obtenção de energia conforme

a tendência de alta registrada em 2017

que será atendida por aumento de 277% de

mostra a figura 1.

(270.000ha e 2019 (250.000ha) deve se

energias renováveis, por aumento de 48%

transformar em política pública.

de gás, por 40% de nuclear, por 20% de

utiliza 56,5% de fósseis e urânio e 43,5% de

A matriz energética mundial total (e a

petróleo e por 6% de carvão.

renováveis. O mundo utiliza 86% de fósseis e

elétrica) deve apresentar alterações a serem

urânio a apenas 14% de renováveis.

consideradas: As futuras gerações de veículos

dos engenheiros elétricos não apenas como

A eletricidade no Brasil é gerada por 80,3%

deverão ser elétricas. Significa migração de

cidadãos do planeta, mas principalmente

de renováveis e 19,7% de não renováveis. No

motores de combustão (gasolina ou diesel ou

sua ação determinante na modelagem das

mundo, é gerada por 24,5% de renováveis e

álcool) para motorizações elétricas. Com 50%

futuras matrizes energéticas, as quais têm

75,5% de não renováveis.

da frota ser elétrica em 2050, o consumo de

papel fundamental na redução das Emissões

A China responde por 35% das emissões

eletricidade/calor aumenta dos atuais 31%

e em consequência não permitir elevação de

com população 18% do mundo e PIB de

para 38,5% de acordo com a tabela 2. O

temperatura a níveis do não retorno.

15,7%. Os Estados Unidos emitem 17,5%

aumento da população dos atuais 7,7 para

do mundo com população de 4,2% e PIB de

9,7 bilhões em 2050 e a formidável expansão

24%. O Brasil emite 3,2% com população de

do PIB principalmente na Ásia, impulsionará

impulsionada por dois motivos: aumento da

À esquerda, mostra-se que

o Brasil

A matriz energética brasileira apresenta cenário

benigno

com

relação

A imensa necessidade de reduzir os gases

Este artigo mostra a responsabilidade

*Edval Delbone é engenheiro, especialista, mestre e doutor em engenharia elétrica, coordenador e professor do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), professor titular da Universidade Paulista (Unip), consultor das empresas Elu-Sistemas Elétricos e Gestech-Instalações Elétricas, membro do IEEE, conselheiro do SBQEE e conselheiro suplente do CREA-SP. *Silverio Penin Y Santos é professor de Conversão Eletromecânica de Energia, Acionamentos Elétricos e Máquinas Elétricas da Universidade Santa Cecília, ex-Fei e Unip. É graduado em Engenharia Elétrica na Poli-USP, com Especialização, Mestrado e Doutorado na Universidade Federal de Uberlândia. Ex-presidente e diretor de empresas em áreas Geração, consultor em Áreas de Sistemas de Energia e diretor de GEB.


Proteção contra raios

Apoio

60

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Avaliação de riscos devidos à incidência de raios em áreas abertas – Parte 02/04 Por Professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco

Descrição da instalação a ser protegida:

Como mostrado na figura 1, trata-se de uma arquibancada em concreto armado, tendo

na parte traseira dois postes de iluminação nos topos dos quais foram instaladas hastes captoras conectadas a cabos de descidas aterrados em eletrodos junto às bases dos postes, apresentando, cada uma, resistências em baixa frequência da ordem de 6 Ohm.

Figura 1: Arquibancada geral para 4.000 torcedores.

A densidade média de raios na região, Ng é de 10 descargas/km2.ano.

A ocupação máxima da arquibancada é cerca de 4.000 torcedores. Por outro lado, tendo

em vista que, para um ser humano ereto, com 1,5m de altura, sobre uma superfície plana, a área efetiva de captação de descargas corresponde aproximadamente a um círculo com 20m de raio, conclui-se que basta a presença de algumas dezenas de torcedores espalhados pela arquibancada para que a probabilidade de incidência sobre algum torcedor independa do número total de presentes! Face ao exposto, no presente trabalho, as estimativas de risco de incidência sobre algum torcedor se basearam na hipótese de que todos os finais de semana, algumas dezenas de torcedores ocuparão a arquibancada por oito horas/semana.


Redes subterrâneas em foco

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

61

Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br

Linhas de transmissão Subterrâneas – Comissionamento

Em minhas últimas colunas, tenho

Boa Vista, porque precisa equacionar o

estabelece a aplicação entre fase-terra de

abordado as redes subterrâneas de média

atendimento aos requisitos de mitigação

valores próximos à tensão entre fase-fase

tensão existentes nas cidades e nas

dos impactos ambientais.

durante uma hora. De forma alternativa,

usinas espalhadas pelo Brasil gerando

Toda essa conexão é visível quando

ambas concedem a possibilidade de

energia elétrica. Nesta coluna, elevarei o

estamos viajando em uma rodovia e

aplicação da tensão nominal fase-terra

nível de tensão da nossa conversa para

muitas vezes cruzamos diversas linhas

durante 24 horas.

tratar deste tipo de rede, porém, em alta

de transmissão. São elas que compõem

tensão.

a denominada Rede Básica do nosso

normas concedem a possibilidade de

Há muito conhecimento e muitas

Sistema

(SIN),

negociação entre as partes envolvidas do

técnicas

geralmente, com linhas de transmissão

valor de tensão e do tempo de ensaio a

para

transmissão

tratar

de

subterrânea

linhas em

de alta

Interligado

Nacional

Para cabos já em operação, estas

com tensão de 230kV ou superior.

ser aplicado.

tensão, e por esse motivo, o Cigré, uma

comunidade internacional destinada a

interligada, de mesma importância, que

com base em critérios científicos e devem

fomentar a troca de experiência entre

não enxergamos, pois ela está instalada

apresentar metodologias de avaliação

profissionais que atuam com energia,

de forma subterrânea.

que tenham respaldo técnico. Por esse

promove periodicamente eventos sobre

Algumas

do

motivo, não é adequado condicionar um

redes de média e alta tensão.

sistema interligado são instaladas de

critério de avaliação do cabo baseado

ocorreu

forma subterrânea por alguns motivos,

em uma negociação entre as partes

Um

destes

recentemente

em

eventos São

Paulo.

Porém, existe uma parte dessa rede

de

nossas

linhas

As normas técnicas são desenvolvidas

Foram

por exemplo, porque cruzam regiões

envolvidas, que geralmente possui forte

dois dias de muito aprendizado e troca

densamente povoadas, às vezes, cruzando

relação com aspectos comerciais.

de experiência no evento que o Cigré

rio ou mar, dentre outras necessidades.

Brasil promoveu através do Comitê de

Todos os anos, novas linhas como

estabelecer um critério de ensaio em que

Estudo B1, que trata de Cabos Isolados.

essas são construídas e, no momento

não haja tecnologia disponível para sua

Foram abordados vários temas técnicos

de comissioná-las, há um dilema de qual

realização, o que não é o caso. Portanto,

importantes para expansão das linhas

o melhor critério a ser empregado para

não faz muito sentido colocar alternativas

subterrâneas.

assegurar que ela esteja em perfeitas

de metodologias baseadas em acordo

O Brasil possui uma extensa rede

condições de entrar em operação.

entre as partes envolvidas.

de transmissão de energia que conecta

quase todo o País. Há ainda uma capital

IEC 60840 (ambas tratando de cabos de

sobrepor a ciência. A confiabilidade da

que não está interligada, a cidade de

alta tensão, porém, com faixas distintas)

nova rede agradece!

Tanto a norma IEC 62067 como a

Por outro lado, a norma não pode

Os interesses comerciais não podem


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Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Aspectos do comportamento das fontes nas instalações elétricas

De uma forma geral, pode-se entender que as fontes

transformadores possuem, além das tensões nominais de entrada

elétricas nas instalações industriais, comerciais e mesmo as

e saída e seus TAP’s para ajuste fino da tensão, a potência nominal

residenciais são os equipamentos destinados a alimentar as

especificada em função da carga a ser alimentada e planejada.

cargas elétricas presentes nestas instalações e que respondem

Outros pontos importantes são a impedância característica que

pelos processos desenvolvidos. O transformador é a fonte mais

causará impacto na regulação de tensão, a corrente de in-rush

conhecida; outras, são os geradores, UPS, transformadores

que circulará durante a energização do transformador e deve

de separação, retificadores e outras fontes menores, as

ser considerada na estratégia da proteção, a configuração dos

eletrônicas que são aquelas associadas aos equipamentos de

enrolamentos e grupos de ligações e defasagens angulares entre

utilização como as fontes chaveadas que compõem as cargas

enrolamentos de entrada e saída e outras.

eletrônicas, ou drivers e mesmo os reatores das luminárias,

não consideradas nesta abordagem. Portanto, a função das

perfil de carga de preferência ao longo do tempo de vida do

fontes é condicionar a alimentação das cargas elétricas em

Trafo (como também são conhecidos os dos transformadores),

função de suas especificações. Os filtros (e capacitores) são

ou se for o caso, estratégias de ligação em paralelo aplicáveis.

utilizados como acessórios e têm o objetivo de melhorar a

As perdas dos transformadores podem ser classificadas entre as

qualidade do suprimento, adequando o casamento das fontes e

fixas e variáveis (que dependem do carregamento). Um exemplo

cargas (regulação de tensão, distorção harmônica, do fator de

de comportamento das perdas em trafos é apresentado na figura

potência e outras). As discussões que ora se propõem, estão

1, transformador a seco para uso industrial.

Para a definição da potência nominal, deve se considerar o

relacionadas à especificação da fonte, relativas à potência nominal, comportamento da carga, potência de curto e regulação de tensão, perdas elétricas e outras.

1- Transformadores

Os transformadores, muito conhecidos por todos, têm como

função a compatibilização das tensões de entrada e saída (rede e carga) e são compostos por circuito magnético e circuitos elétricos independentes que compõem o primário, secundário em construção mais comum e terciário e outros em construções específicas. Autotransformadores não são fontes elétricas, pois os enrolamentos de primários e secundários são comuns e as fontes por definição devem ter seus enrolamentos isolados. Sob os aspectos de especificação e uso dos projetos elétricos, os

Figura 1 – Comportamento das perdas em Trafo seco 2000kVA. Fonte: Siemens


O Setor Elétrico / Novembro de 2019

63

O que se observa é que no carregamento de 50%, as perdas em vazio se igualam

às perdas em carga, sendo este o ponto de operação de maior eficiência, conforme demonstrado na figura 2. Trafo com carregamento médio de 80% tem perda da ordem de 1,1% da carga, enquanto com carregamento de 50%, tem perdas da ordem de 1% da carga. Na aplicação em sistemas redundantes, como em data centers, com carregamento da ordem de 30%, os valores de perdas são da ordem de 1,2%.

Figura 2 – Perdas e carregamento em transformador seco industrial 2000kVA.

Uma comparação interessante é o comportamento de dois transformadores, de 2000kVA

e 2500kVA e a simulação do comportamento de perdas em função da carga, conforme a figura 3. Uma carga superior a 50% de 2000kVA, portanto, 1000kVA, causará menor perda de transformação com o uso de Trafo de 2500kVA.

Figura 3 – Perdas em função da carga em transformador seco industrial 2000kVA e 2500kVA.

Outros pontos importantes são o comportamento da tensão de alimentação das cargas em

regimes transitórios (qualidade da energia) e no regime permanente (importante para o consumo de energia). Nas próximas edições, serão abordadas as características de outras fontes como geradores e UPS’s, além de informações sobre a adequação da tensão e eficiência energética.


64

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br

Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 05/08

6 - Aterramento e equipotencialização

processo de reabastecimento evita o acúmulo

representa um critério básico de projeto.

de cargas eletrostáticas que são geradas

Além de evitar o acúmulo de eletricidade

A equipotencialização é a técnica utilizada

pela movimentação do querosene ou da

estática, o sistema de aterramento contribui

para minimizar a diferença de potencial entre

gasolina de aviação, as quais poderiam, em

também para a devida atuação de dispositivos

dois objetos condutivos, de forma que fiquem

caso contrário, causar a ignição dos vapores

de proteção contra faltas à terra, no caso da

no mesmo valor. Os objetos, nestes casos,

combustíveis.

ocorrência de falhas do isolamento para a

não são aterrados. O aterramento, por outro

Em áreas classificadas, a eliminação

terra em equipamentos e circuitos elétricos,

lado, é a técnica de equalizar a diferença

das fontes de ignição pode ser considerada

os quais rapidamente desligam o circuito.

de potencial entre dois objetos condutivos

como um requisito fundamental, sendo

Caso contrário, poderia ocorrer a existência

e o terra. A combinação das técnicas de

que a implantação de um sistema efetivo

de pontos quentes com temperatura excessiva

equipotencialização e de aterramento é

de aterramento e de equipotencialização

(acima da classe de temperatura do local

utilizada de forma a manter o potencial do sistema sob consideração no potencial zero do sistema de terra.

Podem ser citados como os principais

objetivos dos circuitos de aterramento e equipotencialização: • Eliminar a possibilidade de choques elétricos para as pessoas; •

Proporcionar

a

devida

operação

de

dispositivos de proteção de forma que o tempo de duração das correntes de falta seja minimizado; • Equalizar o potencial de tensão de partes metálicas não destinadas à condução de corrente; • Evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas geradas pela movimentação de fluidos nos equipamentos de processo. As atividades de equipotencialização e de aterramento de aeronaves durante o

Aterramento e equipotencialização para controle de eletricidade estática em atmosferas explosivas (IEC TS 60079 32 1)


65

O Setor Elétrico / Novembro de 2019

da instalação) ou que poderiam ser gerados arcos elétricos devido à falha do isolamento.

7 - Aterramento de caminhões para controle de eletricidade estática

Os caminhões de transporte de produtos

inflamáveis reconhecidamente apresentam características de geração de acúmulo de cargas eletrostáticas, durante as operações de enchimento e descarregamento (pela parte de cima ou de baixo), bem como durante a movimentação destes fluidos durante o deslocamento (transporte) e por ações do vento sobre a sua superfície externa. Estas características de risco eletrostático são agravadas em função das características isolantes

dos

pneus,

fabricados

com

borracha, que não apresentam adequadas

contendo produtos inflamáveis capazes de

descarregamento;

características condutivas.

gerar atmosferas explosivas, podem ser

• Sempre que possível, deve ser verificado

citadas as seguintes:

se uma interrupção manual na conexão de

De forma a não permitir o acúmulo de

aterramento de fato provoque a operação de

cargas eletrostáticas em caminhões de transporte de produtos inflamáveis, além de

uma série de procedimentos de segurança

continuamente conectado a um objeto ou

operação de transferência de produtos;

a serem atendidos pelos equipamentos e

estrutura aterrada;

pelo pessoal de operação, uma das medidas

• Não deve ser “presumido” que uma estrutura

assegura que as mangueiras não acumulam

efetivas é o aterramento do veículo em

esteja “aparentemente” aterrada, o que deve

eletricidade estática somente nos casos que

uma estrutura aterrada e a monitoração da

de fato confirmado;

estas tenham sido fabricadas de material

continuidade deste aterramento durante as

• Assegurar que o caminhão possua uma

condutivo e que estejam em adequadas

operações de enchimento e descarregamento.

conexão com o sistema de aterramento que

condições de manutenção, submetidas a

seja

procedimentos de inspeções periódicas ou

Dentre as principais ações que devem

ser executadas na operação de caminhões

as

Assegurar

que

continuamente operações

Continua na próxima edição.

de

o

caminhão

monitorada carregamento

esteja

durante e

de

um intertravamento automático que pare a Um

caminhão

testes regulares.

devidamente

aterrado


66

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