O Setor Elétrico (edição 142 - Novembro/2017)

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Ano 12 - Edição 142 Novembro de 2017

Materiais para aterramento A despeito da crise econômica, fabricantes e distribuidores preveem crescimento médio de 10% para suas empresas em 2017 INSPEÇÃO DE POSTES DE MADEIRA RENOVÁVEIS Estudos de curto-circuito e ajustes das proteções em plantas eólicas CINASE VITÓRIA Congresso recebe mais de 500 profissionais e movimenta negócios na região do Espírito Santo



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Suely Mascaretti - Suely@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565

Suplemento Renováveis

Energia eólica: Modelagem para estudos de curto-circuito e critérios de ajustes das proteções no setor de média tensão e também no ponto de conexão da concessionária.

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Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Marcelo Paulino, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Alan Rômulo Queiroz, Domingos Cerri, Eduardo César Senger, Felipe Silva, Francisco Antônio Reis Filho, Guilherme Gray, Hélio Sueta, José Rubens Macedo Jr., Luciene Queiroz, Marlene Macedo, Paulo Edmundo da Fonseca Freire, Rafael Favalli e Suzie Herrera. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Shutterstock.com | Sakdawut Tangtongsap Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio

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Filiada à

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Painel de notícias Ataques cibernéticos podem prejudicar distribuição de energia; Reforma do setor elétrico pode trazer economia de R$ 2 bilhões na conta de luz; Indústria eletroeletrônica abre 4 mil vagas; ABB comemora 105 anos, Sylvania agora é Ozli do Brasil; Unicoba recebe investimentos; Prysmian e AES Eletropaulo fecham contrato de R$ 30 milhões. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

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Evento – CINASE O último Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) do ano de 2017 foi realizado em Vitória (ES) e surpreendeu em número de participantes e patrocinadores. Cerca de 530 profissionais estiveram presentes no congresso, que discutiu as boas práticas da engenharia elétrica.

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Fascículos

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Aula prática – Manutenção Estudo analisa métodos de inspeção em postes de madeira, que ainda existem aos milhões pelo país.

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Pesquisa - Materiais para aterramento Empresas projetam crescimento médio de 10% em 2017, apesar da desaceleração da economia e da falta de confiança de investidores.

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Espaço 5419 Os cuidados para se obter as resistividades do solo e as espessuras de suas camadas.

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Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios João José Barrico – NR 10 Daniel Bento – Redes subterrâneas Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

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Ponto de vista Especialista em Led discorre sobre a utilização da tecnologia na iluminação pública como medida de eficiência energética.

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Dicas de instalação A terceira e última parte do tutorial sobre Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs).

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

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Ano 12 - Edição 142 Novembro de 2017

Materiais para aterramento A despeito da crise econômica, fabricantes e distribuidores preveem crescimento médio de 10% para suas empresas em 2017

O Setor Elétrico - Ano 12 - Edição 142 – Novembro de 2017

INSPEÇÃO DE POSTES DE MADEIRA RENOVÁVEIS Estudos de curto-circuito e ajustes das proteções em plantas eólicas CINASE VITÓRIA Congresso recebe mais de 500 profissionais e movimenta negócios na região do Espírito Santo

Despedida

Ainda resistimos a acreditar. Marcelo Eduardo de Carvalho

comum, aliás, receber e-mails do Marcelo tarde da noite ou até na

Paulino não era apenas um engenheiro especialista em proteção,

madrugada, com uma coluna ou um artigo com prazo estourado,

automação e controle de subestações, como muitos o conheciam.

estivesse ele em Sorocaba ou em qualquer outro lugar do mundo.

Marcelo era, fundamentalmente, um amigo, por quem todos

aqueles que conviveram minimamente com ele nutriam uma

A primeira edição já contava com suas piadas e um jeito que

admiração, seja pela sua inteligência, por seu bom humor, seja

revezava entre o sarcástico e o sério, sempre contribuindo para a

pelo seu bom coração. Que ironia do destino ter sucumbido

disseminação de conteúdo técnico atualizado.

justamente diante dele.

estandes em eventos tradicionais do setor. SNPTEE, Simpase,

Marcelo era um ótimo contador de histórias. Lembrava

Marcelo foi ainda palestrante do CINASE desde sempre.

Sentiremos falta das suas piadas, das críticas, das visitas aos

com detalhes de suas viagens pelo exterior e de momentos

STPC, e, fundamentalmente, o CINASE, não serão os mesmos

importantes de sua carreira, desde suas participações em

sem você, Marcelo. Indubitavelmente, você estava no seu melhor

conferências do Cigré pelo mundo afora a trabalhos em lugares de

momento, com sua vida recém-estabelecida em Sorocaba, com

difícil acesso e sem qualquer conforto que se transformavam em

seu casamento feliz e com sua vida profissional de vento em

verdadeiras aventuras. E ele amava isso. Marcelo amava também

poupa, mas a morte costuma chegar assim mesmo, sem grandes

Paris. Uma vez, cometi o erro de dizer a ele que Paris não era

avisos e sem segundas chances. Esteja bem onde estiver. Por aqui,

tudo isso que diziam, que eu esperava mais da cidade luz. Para

o seu trabalho foi muito bem feito!

me convencer do contrário, ficou mais de uma hora me contando

Com profundas saudades,

sobre como os bairros parisienses eram charmosos, assim como

Equipe O Setor Elétrico.

os jardins e os restaurantes. Com brilho nos olhos e aquele sorriso provocativo, me falava sobre como Paris era magnífica e que, provavelmente, eu tinha feito apenas os passeios típicos de turista. Estava certo.

Poderia mencionar diversas outras conversas. Sobre livros,

política ou as boas e velhas histórias da Unifei, faculdade em que se formou, e que também era, frequentemente, assunto das conversas. Sempre com muito bom humor. Todos os seus amigos, certamente, guardam em suas memórias boas recordações de momentos agradáveis vividos ao seu lado.

Assíduo colaborador da revista, Marcelo era uma espécie de

conselheiro extraoficial e já nos salvou em diversos momentos, intermediando contato com especialistas e empresas e escrevendo, escrevendo muito. De fonte, passou a nos enviar artigos técnicos, depois se responsabilizou por fascículos e, então, assumiu a função de colunista. E nunca nos deixou na mão. Era Redes sociais

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Revista O Setor Elétrico



Coluna do consultor

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

As consequências das lições aprendidas

Alguns amigos mais espiritualizados afirmam que aprendemos “no amor”

ou “na dor”. Definitivamente, 2017 foi mais um ano de aprendizado, com muita dor e com sentimentos bastante distantes do que seria o amor.

Das lições aprendidas, o que se espera são ações corretivas que

mudem o rumo das coisas. É de se esperar uma renovação dos homens que conduzem os nossos destinos e isso depende do amadurecimento do povo brasileiro. Que o fanatismo seja substituído por discussões de conteúdo sem revanchismos estúpidos e que ladrões não tenham a segunda chance.

As empresas estatais, orgulho nacional, preparam-se para mudar de mão.

Por conta de interferência política na Petrobras e abertura das válvulas dos cofres por operadores desqualificados e desclassificados, o tsunami posterior levará todas as estatais para o caminho da privatização. Fazendo eco ao que disse o especialista Adriano Pires em recente artigo, mesmo a gestão das empresas por turma competente não é garantia de que novos “acidentes” não voltem a ocorrer. Ao que tudo indica, a Eletrobras é a primeira da lista. Uma pena para os saudosistas, mas não há o que ser feito. Enquanto nossos legisladores tentam salvar suas peles e o judiciário lavar as mãos, a disputa para as eleições de 2018 se inicia. O que virá? Temos como tocar esta democracia para frente? Vamos achar o caminho.

No plano internacional, a situação também não é boa, não há acordo

adequado sobre o clima nas sucessivas reuniões e o aquecimento global é tratado como lenda pelas nações industrializadas. Enquanto países limitam a fabricação de veículos convencionais, outros incentivam o uso do carvão em um absurdo paradoxo. O galho é que estamos no mesmo barco e pelo jeito à deriva!

Voltando ao plano doméstico, a Sociedade Brasileira de Qualidade

de Energia (SBQEE), em parceria com o Laboratório de Redes Elétricas Avançadas (LGrid) da Poli/USP, realizará em São Paulo workshop voltado para empresas e profissionais do setor elétrico nacional sobre os impactos da conexão de fontes renováveis de energia, como eólicas e fotovoltaicas, para a qualidade de energia elétrica. O evento contará com palestras sobre os principais fenômenos elétricos observados nestas conexões, estudo para detecção e mitigação, aspectos sobre a medição no ponto de conexão, além de casos reais. Informações no site www.sbqee.org.br/sbqee/eventos/ workshop. Uma ótima oportunidade para aprender, e sem dor! Até lá!



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

São Paulo registra recorde de 61% no uso de fontes renováveis em 2016 O Estado de São Paulo consumiu, no ano passado, 27% de toda a energia utilizada no Brasil por design e eficiência

O Balanço Energético do Estado de São Paulo referente a 2016

passando para 58,6 milhões de toe em 2016.

foi publicado no mês de novembro pela Secretaria de Energia e

Mineração e mostra que, pela primeira vez desde 1980, quando foram

consumo de eletricidade apresentou um aumento de 11,7%, e a oferta

A produção de gás natural no período avançou 17 vezes, o

iniciados os levantamentos, a participação das energias renováveis na

de etanol cresceu 28,5%.

matriz energética paulista atingiu a marca de 60,8%.

Até então, a maior marca registrada havia sido em 2009, quando

São Paulo versus Brasil

as energias renováveis somaram 59,1% da matriz paulista. O menor índice ocorreu em 1981 com apenas 33,4% de fontes limpas.

Em 2015, as energias renováveis representaram 58% do

de habitantes, o Estado de São Paulo consumiu 27% de toda a energia

consumo. “Entre os principais fatores que garantiram o aumento do

utilizada no Brasil em 2016.

índice de renovabilidade da matriz em relação ao ano anterior estão

a retomada das chuvas, que causou o desligamento das térmicas a

petróleo ficou em 23%. Já o uso de insumos energéticos renováveis

gás, a diminuição da atividade econômica em decorrência da crise e a

teve a participação de 59% do bagaço de cana, 42% do etanol e 28%

estabilidade do setor sucroalcooleiro”, explica o secretário de Energia

da eletricidade.

Com o maior parque fabril da América Latina e mais de 45 milhões

A participação do Estado no consumo nacional de derivados de

e Mineração, João Carlos Meirelles.

São consideradas fontes renováveis de energia os biocombustíveis (etanol,

Série histórica

biodiesel), a geração hidráulica, a termoeletricidade a partir da biomassa (canade-açúcar e resíduos florestais) e a geração eólica e fotovoltaica.

Nos últimos 10 anos, o Estado de São Paulo fortaleceu em 17,2%

no uso de energias mais poluentes. O carvão teve a maior redução,

a produção dos diversos tipos de energéticos, o que colabora para

atingindo 99%, já o óleo combustível apresentou uma queda de 64%.

a segurança do setor de energia estadual. Em 2007 a suficiência

energética era de 50 milhões tonelada de óleo equivalente (toe)

Mineração: www.energia.sp.gov.br.

Nos últimos 10 anos, São Paulo registrou uma queda significativa

O balanço está disponível no site da Secretaria de Energia e



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Revista O Setor Elétrico premiada Artigos técnicos divulgados na publicação receberam menção honrosa no Prêmio Abracopel de Jornalismo

Tradicional celebração no mundo da

engenharia elétrica, o Prêmio Abracopel de Jornalismo agracia jornalistas, engenheiros e YouTubers que contribuem para a conscientização da população sobre os perigos da eletricidade por meio de reportagens, artigos técnicos e produções na Internet.

Em sua 11ª edição, a premiação foi

realizada no último dia 21 de novembro, em Barueri (SP), no auditório da AES Eletropaulo, e recebeu cerca de 100 pessoas para a cerimônia. No total, foram 11 categorias: Artigo Técnico; Revista; Rádio; Internet Áudio, Texto e Vídeo; Assessoria de Imprensa;

Engenheiros premiados na categoria Artigo Técnico recebem medalhas do diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho.

Empresarial; Fotografia; Jornal; e Televisão.

seu trabalho exercido durante sua vida

o jornalista mais reconhecido de cada

profissional, especialmente, por sua

setor, condecorando o Destaque de cada

engenheiros Edmilson José Dias e Mateus

dedicação na divulgação das normas técnicas

segmento. Flávia Lima recebeu o prêmio

Duarte Teixeira, autores de artigos publicados

brasileiras.

Destaque na categoria Energia.

na revista O Setor Elétrico, receberam

menções honrosas por seus respectivos

Gilberto Alvarenga e o diretor executivo da

Eugênio Bucci recebeu uma homenagem

trabalhos. Edmilson, engenheiro da Cemig,

Abracopel, Edson Martinho abordaram, em

que reconhece sua trajetória profissional e

discorreu, em seu artigo, sobre como a

suas falas, as ações já desenvolvidas pela

representatividade no cenário do jornalismo

implantação de um cabo coberto de dupla

entidade e as que estão por vir. Martinho frisou

nacional.

camada nas redes compactas de distribuição

a importância de entender a Abracopel não

pode trazer melhorias de desempenho

apenas como uma entidade que realiza eventos

busca valorizar os profissionais de

operacional. O trabalho foi fruto de um estudo

pelo Brasil, mas também como uma instituição

comunicação. Esses jornalistas entregam

de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), cujo

necessária para o fomento de um mercado de

ao público informação de qualidade,

intuito foi promover a eficiência operacional

qualidade para as empresas do setor.

bem apurada e relevante para o leitor em

Na categoria Artigo Técnico, os

Na ocasião, o presidente da Abracopel,

da distribuidora por meio da redução dos

Durante a cerimônia, o jornalista

"A Revista Negócios da Comunicação

seus respectivos setores, por isso, estes

custos operacionais, observando os requisitos

Jornalismo premiado

profissionais merecem ser reconhecidos”,

mínimos de qualidade e segurança.

afirmou Márcio Cardial, publisher da revista

publicação, Flávia Lima, também recebeu, no

Já o engenheiro Mateus, dos Institutos

A jornalista responsável por esta

Lactec, coordenou uma série de dez artigos

mês de novembro, o Prêmio Especialista em

sobre ensaios em instalações elétricas

Energia, promovido pelo Centro de Estudos

industriais publicada desde a edição de

da Comunicação (Cecom) e pela revista

janeiro. O fascículo apontou para um conjunto

Negócios da Comunicação. Os vencedores

de ensaios elétricos e boas práticas a

foram escolhidos por votação feita por

serem adotados por técnicos e engenheiros

jornalistas e profissionais de comunicação.

eletricistas envolvidos com projeto, instalação,

operação e manutenção de sistemas elétricos

agracia os três jornalistas mais votados de

industriais.

31 categorias - Construção, Educação,

Durante a cerimônia, o engenheiro

Economia, Esporte, Finanças, Gastronomia,

Gilberto Cunha foi reconhecido como

Mineração, Moda, Saúde, Turismo e outras.

“Personalidade do Ano” por conta de

Neste ano, o prêmio também indicou

Negócios da Comunicação.

Em sua terceira edição, o Prêmio

A jornalista Flávia Lima recebe prêmio Especialista em Energia Destaque das mãos do diretor de comunicação da CPFL, Fábio Cavalcanti Caldas.


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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Ataques cibernéticos poderão causar interrupção no fornecimento de energia, diz Accenture Concessionárias de distribuição precisam estar atentas à segurança cibernética nos próximos anos receio é a segurança de funcionários e/ou

Entretanto, o aumento dos dispositivos

executivos de concessionárias

clientes e, para 43%, a destruição de bens

inteligentes implantados pelas diferentes

entrevistados pela Accenture em todo

físicos.

concessionárias visando a migração para

o mundo acreditam que seus países

redes mais inteligentes traz a preocupação

enfrentarão ao menos um risco moderado

estão cada vez mais expostos a crimes

com o aumento da probabilidade de

de interrupção no fornecimento de energia

cibernéticos por conta do desenvolvimento

acontecimentos tais como observados

elétrica por ataque cibernético em suas

de malwares altamente sofisticados

recentemente em outros países.

redes de distribuição, ao longo dos

e letais, que podem ser usados por

próximos cinco anos. O número é um dos

criminosos virtuais", diz Stephanie Jamison,

a seguir, existem alguns movimentos que

achados do novo relatório da Accenture

diretora executiva de Transmissão e

qualquer negócio de distribuição deve

(NYSE:ACN), Outsmarting Grid Security

Distribuição da Accenture.

considerar para fortalecer a resiliência e

Threats, parte do programa de pesquisa

a resposta a ataques cibernéticos, tais

Digitally Enabled Grid, e chega a 76%

sistemas de controle habilitados nas

entre executivos de concessionárias norte-

redes inteligentes possa gerar benefícios

americanas.

significativos sob a forma de segurança,

• Integrar a resiliência no desenvolvimento

produtividade, qualidade de serviço

de ativos e processos, incluindo segurança

executivos de concessionárias de mais

aprimorada, e eficiência operacional, 88%

cibernética e física;

de 20 países mostra que interrupções

concordam que a segurança cibernética é

• Compartilhar inteligência e informações

no fornecimento de energia elétrica por

uma grande preocupação na implantação

como uma atividade crítica que poderia

conta de ataques cibernéticos são a

destas redes inteligentes.

ajudar a criar consciência situacional sobre

principal preocupação, citada por 57% dos

o cenário de ameaças mais recente e

entrevistados. Ameaças físicas à rede de

públicos precisos de invasões ou

como se preparar de acordo;

distribuição são igualmente um problema.

tentativas de invasões a sistemas

• Desenvolver modelos de governança para

Para 53% dos executivos, o principal

de controle das redes elétricas.

gerenciamento de segurança e emergência.

Quase dois terços (63%) dos

A pesquisa realizada com mais de 100

"Os negócios de distribuição

Embora a maior conectividade dos

No Brasil ainda não há registros

Embora não haja um caminho único

como:


Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Reforma do setor elétrico vai garantir economia anual de R$ 2 bilhões na conta de luz Para associação dos comercializadores de energia, as propostas do MME são fundamentais para a retomada do crescimento da indústria e do comércio no país

A Associação Brasileira dos Comercia­

elétrico, com a entrada de 24 mil novas

acelerada do setor elétrico. Afinal, hoje no

lizadores de Energia (Abraceel) estima

empresas no mercado livre de energia até

Brasil há 182.600 unidades consumidoras

que os setores da indústria e do comércio

2028, ou seja, uma carga adicional de 4.399

que constituem o conjunto de Alta Tensão

no Brasil vão obter uma economia de R$

MW médios. Tomando como base uma tarifa

(Grupo A), composto por indústrias e

2 bilhões na conta de luz por ano com a

futura de energia na média de R$ 246,61 o

estabelecimentos comerciais de porte,

aprovação das medidas de reforma do setor

MWh no ambiente regulado, e considerando

além de 80 milhões de consumidores

elétrico. Trata-se, no caso, da efetivação,

uma economia obtida no ambiente livre em

de Baixa Tensão (Grupo B), incluindo os

como projeto de lei, da Consulta Pública

torno de 15%, essas indústrias e comércios

residenciais.

033 (CP 033) proposta pelo Ministério de

podem ter uma economia de R$ 160 milhões

Conforme

Minas e Energia e que será encaminhada em

por mês, ou seja, aproximadamente R$ 2

Abraceel, se fosse permitido a todos esses

breve ao Congresso Nacional.

bilhões por ano.

consumidores adentrarem no mercado livre

de energia, a economia na conta de luz

As

medidas

do

Governo

Federal

preveem uma liberalização parcial do setor

Em contribuição à CP 033, a Abraceel

pediu uma liberalização maior e mais

estudo

elaborado

pela

atingiria quase R$ 9 bilhões ao ano.

Governo de SP e distribuidoras desenvolvem projeto-piloto de compensação de energia

Divulgacao Secretaria de Energia e Mineracao do Estado de São Paulo

Objetivo é aperfeiçoar a regulamentação da geração distribuída fora da área de concessão

O Governo de São Paulo juntamente

com as concessionárias e instituições do setor formaram um grupo de trabalho que irá propor à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o aperfeiçoamento da regulamentação da geração distribuída em área de concessão de diferentes distribuidoras, que está prevista para 2019. O projeto consiste em permitir que as distribuidoras de diferentes áreas de concessão dentro ou fora do mesmo estado possam

compensar

a

energia

gerada.

Atualmente, a compensação só é possível dentro da mesma área de atuação da empresa.

“Não podemos deixar essa discussão

para

forte

de Energias Renováveis da Secretaria de

que apresente caminhos e soluções para o

crescimento da geração solar fotovoltaica no

2019,

tendo

em

vista

o

Energia e Mineração, Antonio Celso de Abreu

futuro da energia no país.

Estado de São Paulo, bem como as demais

Junior.

Assim

fontes renováveis. Como agente de políticas

Para os diretores das distribuidoras que

estiver desenvolvido, o grupo de trabalho

públicas devemos atuar hoje para enfrentar os

atendem o Estado o momento é oportuno

apresentará à Aneel a proposta para que os

desafios do futuro”, afirmou o subsecretário

para a discussão e formatação de um modelo

primeiros testes sejam realizados.

que

o

escopo

do

projeto


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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Indústria eletroeletrônica abriu 4 mil vagas até outubro No acumulado dos primeiros dez meses do ano, subiu o número total de empregados diretos

O setor eletroeletrônico abriu 1.310 vagas

MESES

SALDO

TOTAL DE EMPREGADOS

out/16

-736

238.791

Eletrônica (Abinee), com base em informações

nov/16

-1.831

236.960

do

e

dez/16

-4.188

232.772

Desempregados do Ministério do Trabalho

jan/17

1.814

234.586

fev/17

902

235.488

mar/17

224

235.712

4.397 vagas. O número total de empregados

abr/17

144

235.856

diretos passou de 232,8 mil em dezembro de

mai/17

-373

235.483

2016 para 237,1mil em outubro.

jun/17

-888

234.595

jul/17

284

234.879

retomada da atividade do setor. “Os sinais de

ago/17

576

235.455

recuperação estão cada vez mais evidentes.

set/17

404

235.859

Nossa expectativa é de que esta tendência se

out/17

1.310

237.169

em outubro de 2017, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Cadastro

Geral

de

Empregados

(Caged). Com o resultado, o nível de emprego do subiu pelo quarto mês consecutivo.

No acumulado do ano, foram abertas

Para o presidente da Abinee, Humberto

Barbato, o resultado do emprego é reflexo da

mantenha”, diz.

Fonte: Abinee


Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Luminária Led www.lorenzetti.com.br

Ideal para ambientes comerciais e residenciais, a lâmpada tubular T8 com Led é

o lançamento da Lorenzetti. Com vida útil estimada em 25 mil horas, o novo produto faz parte da ampliação da linha Loren Led da empresa. A luminária está disponível nos tamanhos 60 cm (10 W) e 120 cm (20 W) e apresenta baixa emissão de calor. Segundo a fabricante, por não emitir raios ultravioletas e infravermelhos no facho de luz, o produto não desbota tecidos ou obras de arte.

Produto pode ser empregado em ambientes residenciais e comerciais, como escritórios, hotéis, escolas, estacionamentos e indústrias.

Ecoeficiente e sustentável, a lâmpada Tubular Loren LED T8, além de reduzir o consumo de energia elétrica, funciona de maneira que a maior

parte da energia consumida é revertida em iluminação e não em calor, evitando desperdícios. Por não conter mercúrio, não polui o meio ambiente no descarte. Com garantia de dois anos, a lâmpada é bivolt, resistente aos impactos e vibrações. Está disponível na versão branca fria (6.000 K).

Tomadas e interruptores com nanotecnologia www.weg.net

A Weg acaba de lançar a linha Composé de tomadas e interruptores, que combina design com

nanotecnologia de proteção antimicrobiana. Premiada pelo iF Design Award 2016, a linha Composé foi ampliada e conta agora com o selo NobaC. Os produtos apresentam, em sua estrutura, com materiais atóxicos especiais que combatem a proliferação de micróbios e bactérias.

Dessa maneira, o produto é ideal para ambientes hospitalares, escolares e todos aqueles locais que

necessitem reduzir sensivelmente custos e riscos gerados por infecções ou contaminações cruzadas, causadas por micróbios e bactérias.

Nos produtos NobaC, a nanotecnologia antimicrobiana é aliada à inovação e à versatilidade. Com espelho

e teclas de superfície polida e sem parafusos aparentes, os interruptores e as tomadas são de fácil limpeza, possuem cinco anos de garantia no mecanismo eletromecânico e se destacam pela segurança e simplicidade na fixação e retirada dos módulos.

A Composé possui ainda 24 opções de módulos, incluindo tomada, carregador USB, interruptor, dimmer e

sensor de presença.

Novos produtos combatem a proliferação de micróbios e bactérias.

Sensor de presença www.dni.com.br

O grupo DNI-Key West apresenta seu mais recente lançamento na área de automação, segurança e

iluminação. Trata-se do sensor de presença infravermelho e fotocélula DNI 6026, com soquete padrão E27.

De acordo com a empresa, o sensor de presença utiliza um sensor infravermelho que acende a lâmpada

automaticamente ao detectar movimento de pessoas e permanece aceso enquanto houver fonte de calor no ambiente. Após a saída do usuário, ocorre o desligamento automático, conforme o tempo programado. É possível também programar o aparelho para que ele acenda somente a noite, apenas durante o dia ou dia e noite.

O equipamento possui controles temporizados de dimerização, ajuste de tempo e de luminosidade. Ele

pode ser utilizado com lâmpadas compactas fluorescentes ou Leds, desde que com roscas E27. A potência máxima suportada é de 60 W.

A fotocélula possui alcance de até 360° em um raio de até 4 metros e altura máxima de 3 metros.

Sensor de presença aceita lâmpadas fluorescentes ou Leds e possui alcance de 360°.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

ABB comemora 105 anos de Brasil e lança ABB Ability Comemoração foi realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e oficializa a entrada das soluções digitais da companhia no país a interação entre máquinas inteligentes e humanos não é mais uma projeção para o futuro.

Família YuMi crescendo Durante a Exposição Internacional de Robótica (iREX), que aconteceu no fim de novembro em Tóquio, a ABB lançou seu novo robô colaborativo, de braço único, novo membro da família YuMi.

Assim como o YuMi, o robô de montagem

de peças pequenas e lançado em 2015, o novo robô tem uma carga útil de 500 gramas e, por ser compacto, pode ser facilmente integrado às linhas de montagem já existentes, aumentando a produtividade. O Robô YuMi e o artista plástico Caio Chacal criam, juntos, uma obra de arte.

A ABB reuniu empresas parceiras,

potenciais problemas antes de surgirem e

fornecedores, clientes e imprensa para

melhorar a produtividade dos equipamentos.

celebrar os 105 anos da companhia no

Brasil. A cerimônia foi realizada no Museu

de cem anos, contribuindo de forma inovadora

do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ) e contou

para alguns dos projetos de infraestrutura

com a presença de diversos executivos da

mais icônicos, tais como Itaipu e Belo Monte",

companhia, dentre ele, o CEO global, Ulrich

disse o CEO da ABB, Ulrich Spiesshofer.

Spiesshofer.

"Nós fornecemos os primeiros equipamentos

Além de celebrar os 105 anos de

elétricos para o Bondinho do Pão de Açúcar,

atividades no país, a ABB aproveitou a

o primeiro teleférico da América Latina,

oportunidade para lançar o ABB Ability,

inaugurado em 1912", acrescentou.

oferta digital de produtos e soluções que

promete auxiliar as empresas clientes a

do S11D, o maior projeto de mineração do

otimizar a análise de dados de operações e

mundo, localizado no sudeste do estado do

obter ganhos de eficiência ao mesmo tempo

Pará. A empresa desenvolveu uma solução

em que melhora a produtividade. A empresa

única para gerenciamento de ativos em tempo

estima que essas soluções digitais adicionem

real e forneceu tecnologia de automação para

US$ 20 bilhões em sua receita anual.

as esteiras transportadoras, permitindo o

Com o ABB Ability, a ABB continua a

sistema truckless.

fornecer produtos e serviços e, ao mesmo

tempo, oferece uma transição significativa da

empresa no Museu do Amanhã, o primeiro robô

conectividade para digitalização, automação

industrial de dois braços verdadeiramente

e robótica, um grande diferencial para a

colaborativo, desenvolvido pela ABB, criou

indústria. Segundo a companhia, a tecnologia

uma obra de arte em parceria com o artista

oferecida pelo ABB Ability pode antecipar

plástico Caio Chacal, demonstrando que

"A ABB está presente no Brasil há mais

A ABB é uma das principais fornecedoras

Durante a celebração dos 05 anos da

novo robô também tem programação direta, eliminando a necessidade de treinamento especializado para operadores. "O

sucesso

do

YuMi

excedeu

as

expectativas; originalmente projetado para montar peças pequenas, acabou se provando extremamente versátil — é capaz de resolver o Cubo de Rubik (cubo mágico), preparar um sushi, embrulhar presentes e até reger uma orquestra. Com base no enorme sucesso do YuMi, esperamos que nosso novo robô de um braço seja igualmente bem recebido, especialmente por ter sido desenvolvido a pedido de nossos clientes", disse Sami Atiya, presidente da divisão de Robotics and Motion da ABB.


O Setor Elétrico / Novembro de 2017

17

Sylvania agora é Ozli do Brasil A alteração do nome foi motivada pela mudança do controle acionário

A marca Sylvania passa a se chamar Ozli

do Brasil. A alteração ocorreu por conta da mudança do controle acionário da empresa, que ocorreu globalmente. No Brasil, a bandeira mantida foi Havells Sylvania. “Como a marca Sylvania foi embora com a venda mundial, nós fomos obrigados a mudarmos a marca aqui no Brasil, uma vez que a Sylvania ainda continua operando, mas fora do País. Então, oficialmente, a partir de agora, a Havells Sylvania do Brasil passa a se chamar Ozli”, esclarece o diretor administrativo financeiro da companhia, Luiz Carlos Belo.

Através da experiência ao longo dos 70

anos de Sylvania em território nacional, a Ozli enfrenta um novo desafio, que é lançar a marca para o Brasil e para o exterior, vestindo uma nova roupagem e trazendo um portfólio mais amplo e atualizado.

A operação da Ozli está localizada em

um novo escritório central, mais moderno e colaborativo, sediado em Alphaville (SP). Os próximos passos da Ozli seguem na direção do seu fortalecimento em novos mercados nacionais e internacionais, e uma das novidades é o incremento de seu portfólio, por meio de lançamentos exclusivos, com designs que valorizam o ambiente e o momento.

“A equipe, os processos, a qualidade, os

fornecedores, os produtos, são exatamente os mesmos. A única mudança que nós fizemos foi da marca, do nosso escritório e, obviamente, das embalagens. O consumidor final não sofrerá qualquer impacto, porque o que está por trás da Sylvania é uma experiência de 70 anos, e essa experiência migra, automaticamente, para a Ozli”, enfatiza o executivo.


Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Unicoba Energia recebe investimentos de R$ 30 milhões Aporte do fundo Performa Investimentos será aplicado na ampliação das operações e crescimento do segmento de iluminação Led

O fundo Performa Investimentos,

A empresa, que se tornou independente

cujo principal acionista é o BNDESPar,

de capital fechado em 2016, possui

acaba de aprovar um aporte de R$

balanços auditados e governança

30 milhões para a empresa brasileira

corporativa do nível de empresas listadas

Unicoba Energia, do Grupo Unicoba. O

em bolsa. Atualmente, é líder de mercado

investimento tem como objetivo ampliar

de iluminação pública Led com mais de

as operações da companhia e contribuir

50% de market share e, em iluminação

para o desenvolvimento do segmento de

industrial de média e alta potência, com

iluminação Led no Brasil, que cresce a

mais de 25% de market share, presente

taxas superiores a 20% ao ano.

em mais de 85% das maiores empresas do

Brasil.

O fundo, focado em soluções

Segundo a companhia, dos cerca de

Iluminação da Ponte Octávio Frias de Oliveira (Ponte Estaiada) tem participação da Unicoba.

inovadoras e disruptivas em diversos

segmentos de mercado como saúde, clean

82 mil pontos de iluminação pública em

Bandeirantes e Castelo Branco, a qual

tech, educação e fin techs, terá participação

Led existentes em São Paulo, mais de 75

foi a primeira instalação viária em Led

no conselho de administração da empresa,

mil pontos foram fornecidos pela Unicoba

da América do Sul. Realizou, também, a

que nasceu em 2009 como divisão do

Energia. Entre os grandes projetos do setor

iluminação do Pavilhão do Anhembi, da

Grupo Unicoba, com a implantação da

público e concessões, a empresa assina

Avenida 23 de Maio, da Marginal Pinheiros,

fábrica de luminárias Led do País, sob a

a iluminação dos túneis do Rodoanel,

da Avenida dos Bandeirantes e da Ponte

marca comercial Ledstar.

no trecho oeste entre as Rodovias dos

Estaiada (Ponte Octávio Frias de Oliveira).

Prysmian e AES Eletropaulo fecham contrato de R$ 30 milhões Acordo prevê construção de 2,9 quilômetros de linha de transmissão subterrânea na cidade de São Paulo eletromecânica, testes e comissionamento

Como o projeto tem um prazo curto de

da linha de transmissão subterrânea. A nova

execução, a Prysmian atua em múltiplas

linha conectará a rede de energia da AES

frentes de trabalho, com abertura de valas

Eletropaulo no bairro do Ipiranga à Estação

convencionais e uso de equipamentos MND

Transformadora de Distribuição (ETD) Vila

(método furo-direcional não destrutivo), de

Mariana, de 88/13,8kV, em construção no

forma a agilizar a instalação da infraestrutura

bairro da Vila Mariana, zona sul da capital

necessária para a passagem dos cabos,

paulista.

principalmente nas regiões de maior fluxo de

tráfego e/ou maior impacto nas comunidades

A linha subterrânea terá uma extensão

total de aproximadamente 2,9 quilômetros

por onde a obra avançará.

de cabos de alta tensão da Prysmian,

no valor de R$ 30 milhões com a AES

totalizando a quantidade de 18 mil metros

da Prysmian Brasil, João Carro Aderaldo,

Eletropaulo. O acordo prevê a implantação

de cabeamento. A conclusão da obra está

é possível perceber uma retomada gradual

de sistema subterrâneo de transmissão de

prevista para outubro de 2018.

dos investimentos em energia. “Apesar do

energia na cidade de São Paulo.

pequeno número de redes subterrâneas,

segurança do antigo Ramal Aéreo de Estação

acreditamos em um crescimento importante

de materiais, equipamentos e técnicos

Vila Mariana 3 e 4 de 88 kV e também sob

nos investimentos nesses projetos nos

para realizar obras civis, montagem

vias públicas do município de São Paulo.

próximos anos”, afirma o executivo.

A Prysmian Brasil fechou um contrato

O escopo do projeto inclui fornecimento

O traçado foi projetado sob a faixa de

Segundo o diretor da divisão de energia


19

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Cemig incentiva substituição de motores elétricos antigos Interessados podem ter descontos de até 40% na aquisição de motores mais eficientes

Com o objetivo de tirar de circulação

o gerente de Eficiência Energética da Cemig,

motores elétricos antigos, que têm alto

Ronaldo Lucas Queiroz, a iniciativa fomenta

consumo energético, e substituí-los por

a cultura da eficiência energética e a

equipamentos mais modernos e eficientes,

preservação do meio ambiente ao promover

a Cemig está lançando a segunda etapa do

a redução da demanda por energia.

Projeto Cemig Troca Seu Motor, cujas as

inscrições estão abertas até o dia 30 de abril

do projeto, e para aderir ao programa, os

de 2018.

clientes deverão substituir os motores

obsoletos e realizar o descarte correto

Os consumidores que utilizam em suas

Qualquer pessoa poderá participar

atividades motores elétricos antigos terão

dos equipamentos antigos, conforme

agora uma nova oportunidade para receber

regulamento da Cemig. Com o cumprimento

um bônus de até 40% na substituição dos

dessas etapas, a empresa analisará os

equipamentos por outros mais eficientes.

pedidos e poderá ressarcir os clientes.

As propostas poderão conter mais de um

motor, desde que a soma das potências de

Motor, integrante do Programa Eficiência

todos os motores não ultrapasse 2.000 CVs

Energética da companhia, se encerram

(cavalos-vapor) por cliente.

em 30 de abril ou até o esgotamento dos

recursos. Para consultar o regulamento e

Para esse projeto, a empresa já

As inscrições para o Cemig Troca Seu

investiu aproximadamente R$ 360 mil em

outras informações, acesse o site www.

bonificações desde o ano passado. Segundo

cemigtrocaseumotor.com.br.


Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

EDP investe em inteligência artificial no setor elétrico Iniciativa desenvolvida com EY e USP estudará a aplicação de automação e sistemas robóticos na área de distribuição de energia com o uso de inteligência artificial, capazes de aprender a identificar “padrões” e tomar decisões.

A EDP tornou-se este ano a primeira

empresa do setor elétrico a criar um Centro de Excelência em Robotização, com uma equipe certificada e dedicada a automatizar e gerenciar a força de trabalho digital. A Companhia já disponibilizou 15 robôs que entraram em operação ao longo do ano, sendo o primeiro em janeiro, e está atualmente trabalhando na implementação de mais 23 robôs, o equivalente a 36 mil horas robotizadas por ano. A meta é atingir mais de 100 robôs até ao final de 2018. “Destacamo-nos pela nossa liderança na agenda de transformação digital e somos a primeira empresa do setor elétrico a A EDP Brasil iniciou um projeto de

avançar com robotização de processos. Agora

Pesquisa & Desenvolvimento para estudar

também queremos ser líderes na aplicação da

sistemas de inteligência artificial aplicados

inteligência artificial no setor”, reforça Miguel

à área de distribuição de energia. Com

Setas, presidente da EDP Brasil.

investimento de R$ 8,3 milhões ao longo de

18 meses, o projeto irá estudar os impactos

inclusos no projeto de P&D, estão:

“Destacamo-nos pela nossa liderança na agenda de transformação digital e somos a primeira empresa do setor elétrico a avançar com robotização de processos. Agora também queremos ser líderes na aplicação da inteligência artificial no setor” Miguel Setas, presidente da EDP Brasil.

Dentre os possíveis processos robotizáveis

da automação de processos com robôs de última geração.

• Saneamento de inconsistências nos cadastros

técnicos e comerciais das distribuidoras;

Com o apoio da EY e de Doutores

da Universidade de São Paulo (USP),

• Apoio no processo de operação das redes de

a iniciativa visa a estruturação de um

distribuição;

observatório de tecnologias disruptivas que

• Direcionamento e refinamento de ações de

analisará, entre outros temas relevantes, os

recuperação de receitas nas distribuidoras;

impactos na formação e gestão da força de

• Gestão de ativos, incluindo atividades de

trabalho. A partir desse estudo, será possível

O&M;

identificar, medir e mitigar os aspectos

• Atendimento a consumidores e aspectos

socioeconômicos e culturais, ajudando a

regulatórios.

definir um novo perfil para os colaboradores e corpos diretivos das empresas diante das

mudanças trazidas pela aplicação de novas

de otimizar (robotizar) diversas atividades a fim

tecnologias avançadas.

de garantir eficiência, produtividade e qualidade

na execução, sempre pensando nos benefícios

O estudo inédito no setor de energia

Com o projeto, a EDP terá a oportunidade

permitirá o uso de robôs de primeira geração,

que serão gerados aos seus colaboradores,

que são capazes de automatizar processos

sociedade e partes interessadas, por meio da

manuais e repetitivos, liberando as pessoas

excelência no atendimento e foco no cliente.

para atividades mais analíticas e criativas. Na

sequência, será realizado o mesmo estudo

no âmbito dos programas de P&D da EDP, com

usando robôs de terceira geração e superior,

a garantia da originalidade e pioneirismo.

A iniciativa foi inserida em outubro de 2017


O Setor Elétrico / Novembro de 2017

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Enel conquista 380 MW de capacidade hidrelétrica em leilão Grupo assumiu contrato de 30 anos de concessão para operação da usina hidrelétrica e investirá cerca de R$ 1,4 bilhão

A Enel, por meio de sua subsidiária Enel

Brasil, conquistou um contrato de 30 anos de concessão para Volta Grande, usina hidrelétrica em operação, localizada no Sudeste do país, com uma capacidade total instalada de 380 MW, de acordo com o “Leilão de Concessões não prorrogadas” organizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A Enel investirá um total de cerca de R$

1,4 bilhão, cerca de 445 milhões de dólares americanos, na concessão da hidrelétrica, em linha com o investimento previsto no atual plano estratégico do Grupo. A usina hidrelétrica é apoiada por contrato de concessão de 30 anos com uma receita anual de geração garantida.

Com este contrato, a capacidade de energia

hídrica da Enel no Brasil passa de 890 MW para 1.270 MW. De acordo com as regras do leilão, a Enel deve assumir o controle da usina em janeiro de 2018, quando passará a ser operada pela subsidiária de energia renovável da Enel no país, Enel Green Power Brasil.

A usina hidrelétrica Volta Grande (380 MW) está localizada no Rio Grande, nos estados de Minas Gerais e São Paulo. A planta entrou em

operação em 1974 e tem uma produção anual de 2,02 TWh.


Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Eaton expande planta de Porto Feliz, que passa a ter cinco unidades de negócios Campus agora é responsável pela produção da linha de comando e sinalização Blindex e tornou-se o centro de distribuição de produtos fabricados globalmente pela empresa

A Eaton ampliou sua unidade industrial

Lançamentos

de Porto Feliz (SP) e passa a produzir a

linha de comando e sinalização Blindex

diz respeito à linha de nobreaks 93 PM. O

e se tornou o Centro de Distribuição

modelo de 208 / 220 V foi acrescentado

dos

à família e apresenta uma implantação

produtos

fabricados

globalmente

Outra expansão anunciada da empresa

pela empresa, como as linhas Moeller,

flexível,

Bussmann,

Eletromec,

Life

Safety

oferecendo

benefícios

que

e

aumentam a continuidade do negócio

Lighting. A planta já abrigava a linha de

e reduzem o custo total de propriedade

produção de religadores e a montagem

(TCO) em relação à infraestrutura crítica.

de bancos de capacitores provenientes

O novo nobreak utiliza tecnologia

da aquisição da Cooper Industries.

de bateria íon-lítio e possui tecnologia

intercambiável,

Com uma área de 92 mil m², a empresa

permitindo

que

os

recebeu ainda o Centro de Excelência de

técnicos substituam módulos de energia

Reparo e Manutenção de Disjuntores.

em minutos enquanto a unidade está

Para o gerente desta Unidade de

online para operação contínua.

Negócios

da

Eaton,

Marcio

Rigato

O nobreak 9 PX nos modelos de 1 kVA

Hernandes, a decisão pela expansão foi

a 3 kVA é outra novidade da companhia. A

impulsionada pela vantagem de integrar

nova linha oferece opções de automação

as operações e trouxe competitividade à

projetadas para ajudar profissionais de TI

companhia, evidenciada pelos resultados

a gerenciar e proteger remotamente sua

de desempenho em 2017 das linhas de

infraestrutura crítica.

religadores, que são fornecidos para

concessionárias

da

de

energia

elétrica.

Já o nobreak 9PHD é o lançamento Eaton

para

ambientes

industriais

Para o executivo, a demanda para 2018

hostis. Com grau de proteção IP 54, o

deverá aumentar, mas ainda depende das

equipamento suporta difíceis condições

privatizações do setor de distribuição,

de trabalho e garante confiabilidade de

que podem ocorrer no próximo ano.

sistemas críticos em ambientes exigentes

A

Eaton

é

uma

empresa

de

da indústria de processos, marítima ou

gerenciamento de energia que encerrou

ferroviária. O novo nobreak, segundo a

o ano de 2016 com US$ 19,7 bilhões

companhia, possui um núcleo sofisticado

em vendas, montante do qual US$ 12,6

e oferece mais de 96% de eficiência

bilhões corresponde ao segmento elétrico.

em modo de dupla conversão e 99% ao

O Brasil representa, aproximadamente,

operar no modo ESS. Está disponível na

35% do faturamento da América Latina

faixa de potência de 40 kVA a 200 kVA

na divisão de elétrica. No que diz respeito

e está disponível em dois tamanhos de

ao segmento automotivo da empresa, o

gabinetes, dependendo da configuração

Brasil é o maior mercado latino.

do transformador e da energia necessária.


23

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Osram Lighting Show discute tendências da iluminação Led em São Paulo Cerca de 150 profissionais ligados ao setor de iluminação estiveram presentes no evento para debater a tecnologia “Tecnologia em prol da iluminação” foi a

Américas, o búlgaro Yavor Kolarov, durante a

temática que norteou o Osram Lighting Show

sua palestra sobre internet das coisas. “Em um

Brasil, evento promovido, em novembro, pela

mundo cada vez mais conectado, a iluminação

Osram para discutir as soluções de Led. O

desempenha um papel fundamental nas

encontro debateu as principais novidades e

organizações”, completou.

tendências mundiais do setor, com a presença

de especialistas internacionais e cerca de 150

puderam conferir as soluções apresentadas

pessoas de diferentes segmentos do mercado.

pelas

Entre uma palestra e outra, os presentes marcas

Arrow,

Constanta,

GDE,

“A tecnologia de iluminação é a chave para a

LEDiL, Littelfuse e TD, que montaram

conectividade. Nos Estados Unidos, a presença

estandes no evento em busca de estreitar

dos chamados ‘smart buildings’ - prédios com

os seus relacionamentos no segmento. “Tão

Lighting Show Brasil, mas outras edições

processadores de dados conectados em

importante quanto expor os nossos produtos

já estão sendo planejadas. “O resultado

dispositivos de iluminação - já é uma realidade

é a oportunidade de falar sobre as principais

da edição deste ano foi muito positivo.

que traz eficiência, economia e segurança para

novidades do mercado com uma líder mundial

Acreditamos que para 2018 podemos, não

as empresas. Esse tipo de conceito não deve

como a Osram”, afirmou Mauro Cipolotti,

somente repetir, mas ampliar o evento”, avalia

demorar muito a chegar ao Brasil”, apontou o

gerente de vendas da Arrow, que também

Marlon Gaspar, gerente de vendas da Osram

Head de Gestão de Produtos da Osram nas

palestrou no encontro.

Opto Semiconductors para a América Latina.

Esta foi a primeira edição do Osram


Evento

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Por Flávia Lima

potencializa negócios em Vitória (ES) Evento discutiu boas práticas, novas tecnologias e cenário normativo da engenharia elétrica no Brasil. 530 profissionais participaram da última etapa do evento em 2017


25

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

O Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE)

nos próximos anos com a entrada maciça da geração

encerrou as atividades do ano com mais uma edição de

distribuída no sistema.

sucesso realizada na cidade de Vitória (ES), entre os dias 19

e 20 de outubro. O evento contou com a presença de cerca

momento e pode tomar agora uma série de decisões no

de 530 profissionais, que participaram do congresso técnico

sentido de ajustar a regulação para tornar o país mais

e conferiram de perto a exposição de produtos e tecnologias

competitivo. “Acreditamos que a nova legislação está

apresentada pelas empresas patrocinadoras.

voltada para a modernização do setor”, avalia. Martins

critica, no entanto, o modelo atual da ferramenta de P&D

No formato de congresso mais área de exposição

De acordo com o executivo, o Brasil está em um bom

simultânea, o CINASE tem como intuito promover a

da Aneel. “Hoje, o P&D é muito realizado em parceria

disseminação de conhecimento técnico a partir de palestras

com universidades e não chega à indústria. Seria ótimo

conferidas por especialistas renomados e com experiência

se houvesse incentivo para que as indústrias também

comprovada em suas áreas de estudo e atuação. O

utilizassem esse modelo para desenvolver produtos”, diz.

congresso é, então, organizado de modo a abordar toda a

Para o executivo, o setor deve passar por uma transformação

cadeia do setor elétrico – da geração até a instalação de

muito forte e as utilities precisarão ser provedoras de

baixa tensão.

soluções para os clientes e não mais meramente provedoras

de energia elétrica.

Nesta edição, a abertura do evento foi feita pelo

diretor geral da EDP Espírito Santo, João Brito Martins,

que abordou o tema “O futuro do setor elétrico”. Em sua

sobre geração distribuída a partir de energia solar

O primeiro dia do evento teve ainda uma apresentação

apresentação, o executivo discorreu sobre a transformação

fotovoltaica feita pelo CEO da Engie Solar, Rodolfo de

que o setor de distribuição de energia elétrica deve sofrer

Sousa Pinto, que discorreu sobre oportunidades de

O evento contou com a presença de cerca de 530 profissionais, que participaram do congresso técnico e conferiram de perto a exposição de produtos e tecnologias apresentadas pelas empresas patrocinadoras.


Evento

26

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

A edição de Vitória (ES) foi uma das que mais surpreendeu em número de participantes e de empresas patrocinadoras. Participaram do evento cerca de 45 empresas, entre patrocinadores e apoiadores.


27

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

negócios com micro e minigeração e forneceu dados

Proteção de Descargas Atmosféricas (PDA); e segurança

estatísticos sobre a evolução da capacidade instalada da

do trabalho.

energia solar no Brasil e no mundo.

cada palestra técnica apresentada por um especialista, os

Operação, manutenção e ensaios em subestações;

Assim como nas edições anteriores, nos intervalos de

transformador elétrico e o meio ambiente; painéis de

congressistas tiveram ainda a oportunidade de participar

média tensão e a revisão da ABNT NBR IEC 62271-

de diversas mini palestras proferidas por profissionais das

200; Certificação de produtos de iluminação com Leds;

empresas expositoras. É importante mencionar que todas as

e qualidade de energia, compensação reativa e eficiência

miniapresentações passam pelo crivo dos coordenadores

energética foram outros temas abordados por especialistas

do evento e são focadas em assuntos estritamente técnicos,

em cada uma das áreas no primeiro dia do congresso.

evitando abordagens comerciais. Dessa maneira, os

participantes são abastecidos de conteúdo técnico e de

Já o segundo dia do evento foi preenchido por temas,

como: a revisão da norma de instalação elétrica de baixa

qualidade durante todo o período do evento.

tensão, a ABNT NBR 5410; conscientização sobre o uso

da eletricidade – estatísticas da Abracopel; os impactos

surpreendeu em número de participantes e de empresas

da nova ABN NBR IEC 61439-1 (conjuntos de manobra

patrocinadoras. Participaram do evento cerca de 45

e controle de baixa tensão); novidades e tendências em

empresas, entre patrocinadores e apoiadores. As empresas

A edição de Vitória (ES) foi uma das que mais


Evento

28

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

patrocinadoras foram: ABB, AltoQi, Andaluz, Beghim,BRVal, Brametal, Clamper, DKC, Eletromil, Embrastec, Flir, Gazquez, Grupo A.Cabine, IFG, KitFrame, Maxtil, Nexans, Nortel, Omicron, Pextron, Phoenix Contact, Proauto, Rittal, SEL, Solução Equipamentos, Soprano, TAF, Tavrida Electric, TDK, Utili e Weg.

Na opinião de Maurílio Hidalgo, gerente

comercial da Brametal, uma das empresas patrocinadoras, participar do congresso foi um investimento que valeu a pena principalmente por ser uma empresa da região. “O evento foi importante à medida que trouxe oportunidades de negócios, especialmente, em geração distribuída de energia solar fotovoltaica no Espírito Santo”, avaliou.

O gerente de vendas da Pextron, Uriel

Horta, concorda e afirmou que o evento rendeu ótimas oportunidades de negócios. “Melhor investimento na relação custo/retorno para produtos do setor elétrico e a edição de Vitória garantiu grandes conquistas”, declarou.

Entre as empresas e instituições

apoiadoras do evento, estiveram: Andaluz, CDMEC, Coopttec, Crea-ES, EDP, Eletromil, Engelmig, Grunner, Ipog, Senai, Senge-ES, Sindifer, Sinduscon-ES, Sinergia-ES e Sintec.

Para 2018, as edições do CINASE

reservam grandes surpresas. Para começar, haverá uma edição extra em São Paulo (SP), realizada em parceria com o Grupo Canal Energia. Além disso, as edições regionais contarão com o Prêmio OSE de Instalações Elétricas, que reconhecerá os melhores projetos de elétrica de cada região que receberá o congresso. Confira, a seguir, os meses e cidades por onde passará o CINASE em 2018.

Fortaleza 30ª etapa, em maio de 2018;

2018

São Paulo 31ª etapa, em junho de 2018; Porto Alegre 32ª etapa, em agosto de 2018; Rio de Janeiro 33ª etapa, em outubro de 2018.

Mais informações podem ser encontradas em breve no site www.cinase.com.br Alguns dos representantes das empresas patrocinadoras e apoiadoras do CINASE Vitória.


ATERRAMENTO ELÉTRICO

30

Paulo Edmundo da Fonseca Freire Capítulo XI – Medidores de “loop de terra” • Princípio de funcionamento • Aplicação do medidor • Resistências de aterramento • Testes de continuidade

MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

34

Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz Capítulo XI – Definição da estratégia de manutenção • Definição da periodicidade da manutenção preventiva • Manutenção baseada na condição • Etapas da estratégia de manutenção • Equipamentos, funções, falhas, mecanismos de degradação, detecção, tarefas, etc.

Fascículos

Apoio


Apoio

Por Paulo Edmundo da Fonseca Freire*

Aterramento elétrico

30

Capítulo XI Medidores de “loop de terra”

No capítulo anterior, apresentamos

força eletromotriz (f.e.m) conhecida. O

A Figura 2 representa um sistema

detalhes sobre avaliação de malhas e

uso de uma outra bobina com M espiras

multiaterrado, estando o circuito elétrico

medições

energizadas

permite a medição da corrente que circula

correspondente ilustrado na Figura 3. Este

utilizando o método da injeção de alta

em

instalações

neste circuito secundário de uma única

sistema pode ser o cabo terra de uma linha

frequência. No presente artigo abordaremos

espira (Figura 1).

de baixa tensão, o cabo mensageiro de uma

medições utilizando alicates terrômetros,

A soma das resistências Rx + Rc pode

linha telefônica ou os cabos para-raios de

ou melhor dizendo, medidores de “loop de

ser obtida pela relação entre a tensão

uma linha de transmissão. Neste circuito,

terra”.

gerada e a corrente circulante. Quando

o conjunto de eletrodos R1, R2, ....Rn

É fundamental conhecer os detalhes

Fascículo

Rc representar um conjunto de eletrodos

substitui Rc da Figura 1. Quando se aplica

da utilização deste método de medição

em

característica

uma tensão E no eletrodo Rx através de um

para obter resultados confiáveis e corretos.

de sistemas multiaterrados), pode -se

transformador especial sobre o solenóide,

Cabe destacar que este tipo de equipamento

considerar que Rx >> Rc. Nesta condição

circula uma corrente I através do circuito

não mede resistências de aterramento, mas

tem-se que o instrumento indicará um

secundário. A Tabela 1 apresenta a equação

sim a impedância de um loop. Se este loop

valor conservativo (um pouco mais alto)

deste circuito, assim como a condição a ser

contiver uma resistência de aterramento,

para a resistência de aterramento Rx a ser

atendida de modo que se possa admitir Rx

então teremos uma leitura do seu valor. É

medida.

= E/I.

paralelo

(condição

importante, portanto, reconhecer o loop que está sendo medido.

Medidores de “loop de terra” Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento deste medidor consiste em um gerador CA que aplica uma tensão em uma bobina com N espiras, cujo núcleo ferromagnético envolve um circuito fechado, que vem a ser a única espira do secundário de um transformador com relação N:1. A tensão aplicada na bobina produzirá no circuito fechado uma

Figura 1 – Princípio de funcionamento do medidor de “loop de terra”.


31

Apoio

Figura 2 – Sistema formado por cabo terra multiaterrado.

Figura 3 – Circuito elétrico correspondente do sistema ilustrado na Figura 2.

Equações que estabelecem as relações de tensão e corrente na medição com o medidor de “loop de terra”:

Aplicação do medidor

A

As normas ABNT NBR 15749/2009 Medição de resistência de aterramento e de

aplicação

deste

equipamento

exige que sejam cumpridas as seguintes premissas:

potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento e a revisão de 2011 do USA

− Para a medição de resistência de

National Electrical Code, Section 250,

aterramento é necessária a disponibilidade

regulamentam o uso deste tipo de medidor.

de circuito fechado (laço ou loop) incluindo

A maioria dos medidores deste tipo se

a resistência do aterramento que se deseja

apresenta como um alicate cuja pinça tem

medir, sendo que a resistência do circuito

dois núcleos partidos dimensionados para

que fecha o laço deve ser muito menor que

envolver o rabicho de aterramento (Figura

a resistência do aterramento sob medição;

4). Um dos núcleos gera a f.e.m que, por

− A distância entre o aterramento sob

sua vez, produz a corrente que circula no

medição e o mais próximo dos aterramentos

circuito, e o outro é um transformador

que fecham o laço deve ser suficientemente

de medida de corrente. Para atenuar as

grande para que as respectivas zonas de

interferências provocadas pela presença

influência não apresentem sobreposição;

de tensões espúrias, os alicates geralmente

− A resistência do aterramento sob medição

trabalham com frequências de medição

deve ser percorrida pela totalidade da

diferentes

corrente injetada.

da

frequência

industrial

(tipicamente entre 1,5 kHz e 2,5 kHz) e tem filtros adequados.

Este tipo de equipamento, além de


Apoio

Aterramento elétrico

32

funcionar como alicate amperímetro (“true

distribuição

(CPDs e Datacenters), onde os condutores

RMS”), usualmente serve também para a

pode ser testada a continuidade dos

terra dos circuitos de alimentação dos

medição de correntes de fuga em rabichos

diversos condutores de interligação com

equipamentos nos racks são aterrados na

de aterramento, permitindo os seguintes

aterramentos que convergem para a barra

malha de referência de sinal em ambas as

tipos de medições:

de terra, tais como neutro do alimentador

extremidades (no quadro de distribuição e

geral, rabicho do aterramento local e

no rack).

Em

um

quadro

de

− Resistências de aterramento em sistemas

outros condutores de ligação equipotencial

multiaterrados, tais como redes telefônicas

(aterramentos de para-raios, estruturas

(blindagem dos cabos e mensageiro), redes

metálicas, tubulações, DG de telefonia etc.).

de distribuição (blindagem dos cabos e fio

Os fios terra de circuitos de alimentação

neutro), para-raios de linhas de transmissão

de equipamentos eletrônicos, ao contrário

etc.;

dos condutores multiaterrados devem

− Testes de continuidade em instalações

apresentar circuito aberto quando medidos

com elementos multiaterrados, tais como

com o “GroundTester”. Este resultado é

redes captoras de descargas atmosféricas

justificado pelo fato de que estes condutores

com muitas descidas e estruturas metálicas

devem ser radiais, com um único ponto de

longas

interligação com a malha, de modo a não

(“pipe/cable

transportadoras)

ou

racks”, em

esteiras de

formarem “loops de terra” que possam

distribuição e em circuitos elétricos em

quadros

dar origem à circulação de correntes por

geral.

indução ou em condições transitórias (tipicamente quando da queda de raios).

O equipamento mede a resistência

Esta observação não vale para ambientes

total do loop, que inclui a resistência

providos e “malhas de referência de sinal”

Figura 4 – Medidor de “loop de terra” tipo alicate (GroundTester).

do aterramento que desejamos medir (Rx) ligada em série com a resistência equivalente de todo os demais aterramentos interligados, conforme ilustrado na Figura 5. Considera-se que Rx >> Reqv e que este último pode ser estimado quase nulo. Aproxima-se, portanto, a resistência a ser medida por toda a resistência do “loop de terra”, valor este que é adequado para efeito de avaliação e como teste de continuidade do sistema. Caso o loop seja metálico, ou seja, não envolva a circulação de corrente pela terra,

Fascículo

e sim apenas por condutores ou estruturas metálicas, a medição presta-se para a avaliação de continuidade elétrica dos condutores e das conexões. Os

valores

medidos

em

“loops”

metálicos devem ser sempre baixos (R < 1 Ω), podendo chegar a poucos Ohms quando envolvem grandes espiras (da ordem de dezenas de metros). Resistências da ordem de dezenas ou centenas de Ohms denotam conexões deficientes. Resistências superiores a 1 kΩ indicam provável seccionamento do cabo ou conexão aberta/ isolada.

Figura 5 – Medição de resistência de aterramento em sistema multiaterrado.

*Paulo Edmundo da Fonseca Freire é engenheiro eletricista, mestre em Sistemas de Potência e doutorando em Geologia/Geofísica pela Unicamp. É membro do Cigré e do Comitê de Aterramento do Cobei/ABNT. Atualmente, é diretor da Paiol Engenharia | paulofreire@paiolengenharia.com.br. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

33


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

34

Por Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz*

Capítulo XI Definição da estratégia de manutenção

Definição da periodicidade da manutenção preventiva

desta classe de equipamentos, será adotada uma confiabilidade alta mínima ( R min ) igual a 0,9025 (0,95x0,95). Com esse valor resulta que, para equipamentos que possuam a mesma taxa de falhas, a

Este trabalho propõe que a periodicidade da manutenção

periodicidade da manutenção de um equipamento de alta criticidade

preventiva para cada equipamento seja definida em função da

será o dobro daquela verificada para um de altíssima criticidade.

taxa de falhas e do valor qualitativo da criticidade calculados para

Neste caso, a periodicidade pode ser calculada pela expressão:

o equipamento em análise (metodologia de criticidade conforme capítulo anterior), divididos em quatro grupos, a saber: a) Equipamentos de altíssima criticidade Para esta classe de equipamentos, dada sua importância para a segurança da planta, a manutenção preventiva deverá ser realizada sempre que a função Confiabilidade - R(t) – atingir o valor mínimo altíssima de 0,95 ( R min ). Dessa forma, para um equipamento classificado como de altíssima criticidade e que apresenta taxa de falhas λ (falhas/ ano), a periodicidade da manutenção é calculada pela expressão:

Já a periodicidade máxima para os equipamentos da classe de alta criticidade foi fixada em 60 meses (5 anos). c) Equipamentos de média criticidade Para esta classe de equipamentos adotou-se a confiabilidade média

mínima ( R min ) igual a 0,857375 (0,95x0,95x0,95), resultando que equipamentos desta classe terão uma periodicidade de manutenção

Fascículo

três vezes maior do que um equipamento classe altíssima criticidade com a mesma taxa de falhas. Neste caso, a periodicidade pode ser calculada pela expressão: Considera-se conveniente adotar uma periodicidade máxima para realização dos trabalhos de manutenção preventiva. Isso visa evitar que os equipamentos que apresentam uma taxa de falhas muito baixa fiquem um longo período sem manutenção. Para os equipamentos classificados como altíssima criticidade adotou-se

A periodicidade máxima para esta classe foi definida em 90 meses (7,5 anos).

essa periodicidade máxima igual a 30 meses (2,5 anos). d) Equipamentos de baixa criticidade b) Equipamentos de alta criticidade Equipamentos classificados como de baixa criticidade não serão De forma análoga ao procedimento estabelecido para os equipamentos de altíssima criticidade, para definir a periodicidade

submetidos a um programa de manutenção preventiva, recebendo somente manutenção corretiva, quando necessário.


Apoio

O gráfico da Figura 1 apresenta a periodicidade da manutenção

regulares, com o objetivo de avaliar as condições do equipamento

preventiva calculada em função da taxa de falha do equipamento

e identificar defeitos em desenvolvimento que podem, quando

para cada uma das três primeiras classes de criticidade.

não tratados adequadamente, incorrer em falhas funcionais. Essas inspeções podem ser objetivas (com instrumentos) ou subjetivas (com os sentidos). Dessa forma, a manutenção baseada na condição realiza as intervenções em função das condições reais do equipamento, ao invés de um determinado intervalo de tempo, como no caso da manutenção preventiva. Como qualquer outra técnica de manutenção, esta técnica não é suficiente para bloquear todos os modos de falha possíveis nos equipamentos. Contudo, a aplicação de técnicas de manutenção preditiva associadas às inspeções sensitivas permite o bloqueio de muitos modos de falha quando o defeito ainda está na fase de desenvolvimento. Dentre as principais técnicas de preditiva, destacam-se a termografia, a medição de vibração e a análise de óleo. Em relação às inspeções sensitivas, realizadas pelo operador, itens como a verificação de ruídos e vazamentos também agregam informações importantes sobre a condição dos equipamentos.

Figura 1 – Periodicidade da manutenção em função da criticidade e taxa de falhas.

Manutenção baseada na condição

Este trabalho prioriza a técnica de manutenção baseada na condição para aqueles modos de falha onde a mesma é eficaz. Essa análise é realizada conforme a metodologia proposta nos itens a seguir. Dessa forma, o programa de manutenção preventiva é otimizado,

A manutenção baseada na condição é uma técnica que consiste

contemplando apenas aquelas tarefas em que a manutenção baseada

em inspecionar os equipamentos continuamente ou em intervalos

na condição não é eficaz. Considera-se que, após a realização da

35


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

36

inspeção e a identificação de um defeito, o equipamento é restaurado

Em que:

para uma situação “tão bom quanto um novo”. 1) Item

Definição da estratégia de manutenção

Conforme definido nos capítulos anteriores, este trabalho

Sequência numérica para organização dos modos de falha

analisados na planilha.

considera as seguintes diretrizes para elaboração dos planos de 2) Equipamento

manutenção:

Descrição do equipamento a ser analisado.

a) Participação ativa dos operadores nas atividades de manutenção;

3) Função

b) Priorização pela manutenção baseada na condição;

Descrição da função do equipamento no sistema/processo.

c) Aplicação da filosofia de trabalho das operações integradas. 4) Função significante

Este trabalho apresenta uma metodologia para definição

Classificação da relevância do equipamento para a operação

da unidade, sendo classificada em “sim” ou “não”.

da estratégia de manutenção para novas unidades, dividida em três etapas. O objetivo é estabelecer o programa inicial de manutenção, que deverá ser revisto e adequado ao longo da vida

5) Falha funcional

útil da unidade.

Modos de falha que definem a incapacidade de um item em

desempenhar a sua função conforme padrões de desempenho • Etapa 1

requeridos. 6) Local da falha/defeito

A etapa 1 corresponde à análise dos modos de falha realizada através de uma FMEA por classe de equipamentos (tais como

O local da falha/defeito identifica em qual componente do

relés de proteção, disjuntores e motores elétricos), utilizando

equipamento pode ocorrer uma falha funcional.

como parâmetro a norma IEC 60300-3-11 (Dependability Management – Part 3-11: Application Guide – Reliability

7) Mecanismo de degradação

Centred Maintenance) e os conceitos de FMEA abordados pelos

autores Kume, Palady, Stamatis, Villacourt e na norma militar

a falhar ou apresentar algum defeito.

Identificação das principais causas que levam o equipamento

americana MIL-STD-1629A. 8) Defeito

O modelo do formulário de FMEA proposto e seus respectivos campos são apresentados na Figura 2. Ainda nesta etapa, é

Maneira como a alteração das condições de um item se

realizada a estruturação da árvore de falhas (FTA) sobre todos

manifesta em um equipamento/componente em função do seu

os itens críticos que serão colocados na condição de eventos

mecanismo de degradação.

iniciais da árvore e atribuídas as respectivas taxas de falha, a fim de determinar o comportamento do equipamento e dos seus

9) Taxa de falha

principais itens durante um período de tempo considerado.

Fascículo

Parâmetros/valores referentes ao número de falhas num

determinado período de tempo.

A planilha de FMEA é composta pelos seguintes campos:

Item

Equipamento

Função

Função significante

Falha funcional

Local da Falha/Defeito

Mecanismo de degradação

1

2

3

4

5

6

7

Tarefa Recomendada Defeito

Taxa de Falha (x 10-6)

Método de Detecção

Tarefa

Frequência

Tipo

8

9

10

11

12

13

Figura 2 – Modelo de FMEA proposto.


Apoio

37


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

38

10) Método de detecção

And Strategy For Condition Based Maintenance of Power Supply

Equipment. In: “IEEE/PES Transmission and Distribution

Para cada mecanismo de degradação identificado deve ser

avaliado se existe algum parâmetro que sinaliza que a degradação está ocorrendo antes da ocorrência da falha, e se há algum método para monitorar estes parâmetros. São exemplos destes métodos: inspeção auditiva, medição de vibração, medição de temperatura, entre outros.

Conference and Exhibition: Asia and Pacific”. Dalian, 2005. • IEC 60300-3-11. “Dependability Management – Parte 3-11: Application Guide – Reliability Centred Maintenance”, 1999. • IEEE 500. “IEEE Guide to the collection and presentation of electrical, electronic, sensing component and mechanical equipment reliability data for nuclear-power generating stations”,

11) Tarefa

1984.

Tarefas de manutenção efetivas para bloquear uma

• Kume, H. “Quality Management in New-Product

falha funcional em função do modo de falha/mecanismo de

Development”. Editora Productivity & Quality Publishing Pvt.

degradação identificado.

Ltd. 2004. 270p. • MIL-STD-1629A. “Procedures for Performing a Failure

12) Frequência

Mode, Effects and Criticality Analysis”. Military Standard, Naval

Ship Engineering Center, Washington D.C., 1980.

Periodicidade de execução das tarefas em função da taxa

de falha dos componentes de um equipamento. A frequência será definida em intervalos múltiplos de três meses, a fim de otimizar o processo de planejamento da manutenção.

• OREDA – Offshore Reliability Data Handbook. Sintef, 5ª Edição. Oslo, Noruega, 2009. • Palady, P. “FMEA. Análise dos Modos de Falha e Efeitos, Prevendo e prevenindo problemas antes que ocorram”. Editora

13) Tipo

Técnica de manutenção na qual a tarefa selecionada se

insere. Exemplo: manutenção preditiva.

Instituto IMAM, São Paulo, 2004. 270p. • Queiroz, A. R. S. Estratégia de manutenção de equipamentos elétricos em unidades offshore de produção de petróleo e gás

Os dados de falha são provenientes prioritariamente

baseada na filosofia de operações integradas. Tese (Doutorado

do banco de dados Oreda e da norma IEEE 500. Quando

em Ciências – Engenharia Elétrica). Universidade de São Paulo,

estas informações não estão disponíveis nas fontes citadas

2016.

anteriormente, são utilizadas taxas de falha de outras fontes, que devem estar devidamente registradas nas análises.

• Stamatis, D. H. “Failure Mode and Effects Analysis: FMEA from Theory to Execution”. Editora ASQ Quality Press. Milwaukee, Wisconsin, 2003. 455p.

• Etapa 2

• Villacourt, M. “Failure Mode and Effects Analysis (FMEA): A Guide for Continuous Improvement for the Semiconductor

Na etapa 2, a partir da taxa de falha de cada item, são obtidos

Equipment Industry”. International Sematech, 1992.

os resultados referentes à confiabilidade e a influência desses itens sobre o equipamento/sistema, entre outras informações utilizadas na análise.

Fascículo

• Etapa 3 A estratégia de manutenção adequada com base na filosofia de Operações Integradas é determinada na etapa 3, com base nos estudos realizados nas etapas anteriores. Para determinação dos intervalos de manutenção, será utilizado o gráfico disposto na Figura 1, que correlaciona os valores de confiabilidade definidos para cada classe de criticidade, a taxa de falhas e a periodicidade manutenção. No próximo capítulo, a metodologia proposta será aplicada

*Alan Rômulo Silva Queiroz é engenheiro eletricista graduado pela Universidade Santa Cecília (Santos – SP), mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Eduardo César Senger é engenheiro eletricista e doutor pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É professor livredocente na área de Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade de São Paulo e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Proteção de Sistemas Elétricos (Lprot). Luciene Coelho Lopez Queiroz é bacharel em Ciências da Computação graduada pela Universidade Católica de Santos e mestre em Engenharia da Computação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

para uma classe de equipamentos elétricos.

Referências bibliográficas • Bi, P.; Xue, J.; Ni, J.; Zhang, H.; Feng, T.; Li, M. Practice

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

39


40

Aula Prática

Por Suzie Herrera, Domingos Cerri, Guilherme Gray, Felipe Silva e Rafael Favalli*

Inspeção de postes de madeira

Desenvolvimento de equipamento de ultrassom para inspeção em redes aéreas de distribuição

O Setor Elétrico / Novembro de 2017


41

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

As distribuidoras do Grupo CPFL Energia

Dessa forma, para que não ocorra a troca de

Engenharia, estudou-se a utilização de

possuem, atualmente, cerca de 1,3 milhões

postes de madeira ainda em bom estado,

ondas ultrassônicas para a classificação e

de postes de madeira. Apesar da crescente

resultando

manutenção

inspeção de postes de madeira, propondo o

substituição dos postes de madeira por

desnecessários, bem como a permanência

desenvolvimento de um equipamento para a

concreto, a grande demanda das equipes

de postes em serviço que comprometam

utilização pelas equipes de campo.

de campo e a localização dos postes de

a segurança, é necessário um método de

madeira em regiões rurais e de difícil acesso,

inspeção mais adequado e eficiente para

em sua grande maioria, demonstram que a

maior precisão na tomada de decisão pela

substituição completa não ocorrerá no curto

retirada ou permanência de postes de

Estudo da velocidade de propagação

prazo.

madeira da rede.

de ondas de ultrassom em postes de

em

custos

de

Desenvolvimento

Considerando a estimativa de vida útil

Por meio de projetos oriundos do

eucalipto

do poste, é necessária a priorização das

Programa de Pesquisa e Desenvolvimento

Para

substituições dos casos críticos, de modo

da Agência Nacional de Energia Elétrica

equipamento, foi observado e estudado o

que a segurança da rede, dos operadores e

(Aneel),

distribuidoras

comportamento da propagação de ondas

da população seja prioritária.

CPFL Paulista e CPFL Piratininga e em

de ultrassom em postes de eucalipto, de

propostos

pelas

o

desenvolvimento

do

O método de inspeção convencional,

parceria com a Faculdade de Engenharia

maneira a se obter uma correlação entre

usado na maioria dos casos, é o “Método

Agrícola da Unicamp, Molise Engenharia

a qualidade do material e a velocidade de

do Martelo”, em que o técnico de inspeção

e a Agricef Soluções Tecnológicas para

propagação da onda de ultrassom.

se

utiliza

de

sua

percepção

auditiva

para a detecção de ocos, podridão ou rachaduras internas, as quais produzem uma característica sonora específica ao impacto da batida do martelo no poste. Aliada à percepção auditiva, uma inspeção visual de todo o poste complementa o diagnóstico.

Apesar de amplamente utilizado, esse

método traz subjetividade e imprecisão ao processo de inspeção, uma vez que é dependente da análise humana, que pode ser distinta entre diferentes técnicos, principalmente por conta do tempo de experiência na função.

Figura 1 – Medições utilizando o dispositivo EPOCH 4.


42

Aula Prática

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Para a realização das medições, foi

visto na Figura 3.

utilizado o equipamento EPOCH 4, um

detector ultrassônico de defeitos, conforme

flexão (tração mecânica), além de conceitos

visto na Figura 1.

teóricos já comprovados, determinaram-se

o Módulo de Elasticidade (MOE) e o Módulo

No estudo do comportamento das ondas

Através dos resultados dos ensaios de

de ultrassom para a inspeção de postes de

de Ruptura (MOR) do poste.

madeira em serviço, ou seja, instalados na

rede, foram realizadas medições no sentido

o modelo de correlação entre o Módulo

radial do poste, conforme visto na Figura 2.

de Ruptura do poste e a velocidade de

propagação das ondas obtidas com o

As medições radiais foram realizadas a

A próxima etapa do estudo foi construir

ultrassom. Através dos resultados obtidos nesse trabalho, em referências de outros autores e padrões técnicos da CPFL, foram especificadas as faixas de classificação do poste, determinando-se as Faixas de Resistência (MOR) em que um poste deve ser mantido ou retirado da rede.

O uso da medição radial com ondas de

ultrassom mostrou-se efetiva na inspeção Figura 2 – Posicionamento do transdutor para medição radial.

de poste de madeira em serviço, capaz de detectar situações nas quais ocorre a perda da resistência residual pela presença de

cada 0,2m, desde o ponto de engastamento

podridão e ocos relacionados ao ataque de

(região de afloramento do poste no solo) até

microrganismos na madeira, principalmente

1,4m de altura. Para o estudo, foi utilizada

na região próxima ao engastamento.

uma amostra de 29 postes de diferentes fabricantes.

Desenvolvimento de equipamento de

Após as medições com ultrassom,

inspeção por ultrassom para uso em

os

campo

postes

foram

encaminhados

para

laboratório para a realização dos ensaios de

Após o estudo e desenvolvimento

flexão estática, os quais simulam os esforços

das “faixas” de classificação obtidas pela

mecânicos sofridos pelo poste em campo

correlação da velocidade de propagação

(condição engastado-livre). Um exemplo da

das ondas de ultrassom e o módulo de

configuração do ensaio mecânico pode ser

ruptura do poste, iniciou-se o trabalho para o desenvolvimento de um equipamento protótipo que permitisse a utilização do ultrassom em campo, com as faixas de classificação obtidas embarcadas. Esse equipamento foi idealizado para ser construído através das seguintes partes: • Fonte de alimentação do equipamento especificamente projetada para suportar os circuitos de excitação dos transdutores de ultrassom; • Circuito de recepção do sinal composto por amplificadores e filtros; • Conversores de sinais Analógico (A) e Digital (D) - A/D e D/A;

Figura 3 – Ensaio de flexão estática (engastadolivre).

• Interface do usuário, através de teclado e display eletrônicos;


• Sistema microcontrolado, com software

em diferentes regiões foi importante para

embarcado, para tratamento do sinal e

que a análise pudesse abranger diferentes

controle da interface com o usuário.

fatores externos, por exemplo, alta umidade relativa do ar, salinidade, alto índice de

Para se chegar a um equipamento

poluição, incidência elevada de chuvas,

capaz de ser utilizado pelas equipes de

entre outros aspectos.

campo, algumas versões protótipas foram

Em todos os postes inspecionados,

desenvolvidas,

foram

conforme

ilustrado

na

utilizados

ambos

os

métodos:

martelo e ultrassom. A Tabela I mostra as

Figura 4.

cidades e respectiva quantidade de postes inspecionados.

Após a realização das inspeções em

campo, dos 111 postes analisados, uma amostra foi selecionada para a realização de ensaios de flexão em laboratório. A composição dessa amostra foi feita com base nos postes em que os métodos de

inspeção

apresentaram

resultados

divergentes: condenados pelo teste do martelo, porém, bons pela análise com ultrassom, e vice-versa.

Assim, 39 postes foram levados para o

teste de flexão estática (engastado-livre), em que foi possível a determinação do Módulo de Ruptura (MOR) do poste. A Tabela II apresenta os resultados para a amostra de 39 postes.

O valor crítico de MOR, considerado

para a retirada do poste da rede, foi de 25 MPa. Analisando-se

a

porcentagem

de

acertos dos métodos de inspeção, foi constatado

que

o

teste

do

martelo

diagnosticou a retirada de 32 postes da rede, quando na verdade, através da análise de laboratório, apenas 13 postes Figura 4 – Versões dos equipamentos eletrônicos desenvolvidos.

deveriam ser retirados. Já no caso do ultrassom, o número de retiradas foi de 15 postes, apenas dois a mais que o esperado.

Validação das faixas de inspeção de

Se observarmos o número total de acertos

postes de madeira em campo

de cada método (considerando apenas

Finalizada a etapa de desenvolvimento

a necessidade de substituição ou não), o

do protótipo, a próxima fase foi a validação

martelo teve uma assertividade de 41%,

das faixas de classificação de postes

enquanto o do ultrassom foi de 95%.

de madeira, obtidas anteriormente em

laboratório

que o MOR ficou abaixo de 25 MPa (limite

e,

agora,

embarcadas

no

Se observarmos na Tabela II os casos em

dispositivo eletrônico para uso em campo.

para retirada do poste da rede), nota-se que,

Dessa forma, para a realização dessa

em um dos casos (poste 36), o diagnóstico

etapa, foram inspecionados 111 postes de

do martelo acusou o poste como “Bom”,

madeira instalados em campo, em diferentes

porém, o mesmo apresentou MOR de 16

regiões e estados de conservação. A inspeção

MPa. Nos casos em que o poste deveria ser


44

Aula Prática

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Tabela I – Cidades e quantidade de postes inspecionados

retirado da rede, o método do ultrassom foi

Cidade

Postes inspecionados

Cubatão (SP)

9

Santos (SP)

8

São Carlos (SP)

9

Santa Bárbara D’Oeste (SP)

15

Valinhos (SP)

11

Charqueada (SP)

5

São Pedro (SP)

3

Amparo (SP)

12

Americana (SP)

2

Jaboticabal (SP)

23

durabilidade.

Sumaré (SP)

14

O princípio de funcionamento do

111

equipamento baseia-se na velocidade de

Total

sempre assertivo.

Melhorias do equipamento para uso em campo

Apesar

dos

bons

resultados

apresentados na validação feita com o equipamento, algumas melhorias foram necessárias para que se pudesse utilizá-lo em campo, no que se refere ao manuseio e

Tabela II – Resultados dos diagnósticos: teste do martelo, ultrassom e laboratório

Poste Diagnóstico do martelo Diagnóstico do ultrassom MOR (MPa) laboratório 63 Muito bom Retirar 1

propagação das ondas de ultrassom, que são mensuradas através de dois elementos transdutores: um de transmissão e outro

2

Retirar

Muito bom

52

de recepção do sinal. Para que as leituras

3

Retirar

Bom

48

tenham valores precisos, é necessário que

4

Retirar

Bom

49

esse par de transdutores esteja posicionado

5

Retirar

Muito bom

59

de maneira alinhada, conforme ilustra a

6

Retirar

Muito bom

45

Figura 5. No protótipo testado em campo,

7

Retirar

Retirar

17

8

Retirar

Bom

26

esse alinhamento é feito “a olho” pelo

9

Retirar

Retirar

5

10

Retirar

Retirar

20

11

Retirar

Retirar

20

12

Retirar

Retirar

5

13

Retirar

Retirar

6

14

Retirar

Retirar

30

15

Retirar

Retirar

12

do diâmetro do poste por meio da medição

16

Retirar

Retirar

12

da circunferência com uma fita métrica.

17

Duvidoso

Bom

26

Outras

técnico de inspeção. Outra grandeza necessária para o equipamento realizar a análise é o valor do diâmetro do poste, um input manual realizado pelo técnico de inspeção através do teclado do equipamento, após o cálculo

melhorias,

relacionadas

às

18

Bom

Retirar

39

características mecânicas e elétricas do

19

Retirar

Muito bom

97

equipamento, ainda eram necessárias. Por

20

Retirar

Bom

45

ser utilizado em campo, apoiado sobre

21

Retirar

Muito bom

58

solo e com grande risco de sofrer quedas,

22

Retirar

Retirar

23

23

Retirar

Bom

37

a proteção da parte eletrônica e dos

24

Retirar

Bom

27

25

Retirar

Retirar

24

26

Bom

Muito bom

50

27

Retirar

Retirar

20

28

Bom

Retirar

25

29

Duvidoso

Muito bom

55

30

Retirar

Muito bom

42

31

Retirar

Muito bom

120

32

Retirar

Bom

59

33

Retirar

Bom

48

34

Retirar

Bom

54

35

Bom

Muito bom

86

36

Bom

Retirar

16

37

Retirar

Muito bom

63

38

Retirar

Muito bom

108

39

Retirar

Atenção

26

transdutores de ultrassom, sendo esses dispositivos muito sensíveis, precisava ser melhorada. Ainda, a autonomia da bateria precisava ser desenvolvida para suportar, no mínimo, um dia inteiro de inspeção.

Figura 5 – Alinhamento dos transdutores para a avaliação do poste.



46

Aula Prática

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

poste (região próxima ao afloramento). As

percentual de assertividade é muito maior,

medições devem ser realizadas em três

evitando

alturas a partir da base do poste (o mais

de postes e, sobretudo, em nenhum

próximo possível do solo): 0m, 0,2m e 0,4m.

caso um poste com resistência mecânica

Para cada altura, devem ser realizadas duas

comprometida

medições, em direções perpendiculares. A

Contudo, ressalta-se que o método do

Figura 7 ilustra os pontos de medição.

ultrassom não dispensa a análise visual

O equipamento possui as seguintes

do poste como um todo, visto que,

classificações, apresentadas em seu display

em determinados casos, podem haver

Figura 6 – Protótipo de equipamento de inspeção por ultrassom, com aparato mecânico.

eletrônico: Ótimo, Bom, Atenção e Retirar.

rachaduras ou podridão evidentes no

A regra para a tomada de decisão pela

topo do poste, devido à ação mecânica ou

Para a solução das melhorias necessárias,

substituição do poste é a ocorrência de

intempéries.

foi pensado o desenvolvimento de uma

duas leituras com o resultado “Retirar” em

“estrutura” mecânica capaz de prover toda

uma mesma altura, ou da ocorrência de

do

a proteção mecânica necessária às partes

três leituras com o resultado “Retirar”, em

relacionados à melhor utilização de recursos

sensíveis. Essa mesma estrutura abrange

qualquer situação.

de manutenção, ou até mesmo levar à

Conclusões

substituição

foi

desnecessária

mantido

na

rede.

Tais dados mostram que a utilização ultrassom

postergação

um par de “garras” que promove a fixação dos transdutores à superfície do poste de

a

pode

de

trazer

benefícios

investimentos,

porém,

principalmente, poderá trazer melhorias à segurança da rede.

maneira alinhada e, ao mesmo tempo, conta com sensor elétrico para a determinação

do diâmetro. A Figura 6 mostra o novo

testes de campo, observou-se a eficácia do

protótipo em operação.

uso de ondas de ultrassom para inspeção

Além disso, os circuitos eletrônicos

de postes de madeira, através do estudo de

[1] ABNT Postes de Madeira – Resistência à

do equipamento foram reprojetados e a

correlação promovido em laboratório.

Flexão. NBR 6231/1980.

alimentação do equipamento passou a ser

Através da comparação dos métodos

[2] ABNT Forças de Vento. NBR 6123/1998.

fornecida por um conjunto de quatro pilhas

(martelo e ultrassom) com a análise real do

[3] ABNT Cálculo e Execução de Estruturas

alcalinas de 1,5 VDC.

poste (obtida em laboratório), notou-se que

de Madeira. NBR 7190/1997.

Essas pilhas foram capazes de suportar

há a tendência da tomada de decisão, pelo

[4] Benoit, Yann. “Vieillissement et fiabilité

o uso durante 12h ininterruptas, condição

teste do martelo, da retirada de grande

des parcs de poteaux bois des réseaux de

superior à utilização real em campo, o que

quantidade de postes ainda em bom

lignes aériennes: l’intérêt du contrôle non

permite ao equipamento o uso por mais de

estado e que poderiam permanecer por

destructif.”. Tese de Doutorado, École

um dia completo de inspeção.

mais tempo na rede. Porém, mesmo com

Polytechnique Fédérale de Lausanne, 2004.

a tendência da realização da substituição,

[5] Union des Centrales Suisses d’életricité

Método de inspeção

notou-se que, com o método convencional

(UCS). “Statistiques des poteaux bois”.

de inspeção, podem haver situações pela

Relatório Técnico, 1994.

Com a definição do protótipo, foi

De acordo com os dados obtidos pelos

estabelecido um método de inspeção, que

permanência de postes comprometidos.

tem por objetivo avaliar a região crítica do

Com a utilização do ultrassom, o

Referências bibliográficas

*Suzie Helena Herrera é engenheira eletricista e engenheira de planejamento elétrico de Distribuição da CPFL Paulista. Domingos Guilherme Pellegrino Cerri é engenheiro agrônomo e doutor em Máquinas Agrícolas. Atualmente, é diretor de pesquisa e automação da Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura Ltda. Guilherme Ribeiro Gray é engenheiro agrícola e mestre em Máquinas Agrícolas. É diretor administrativo da Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura Ltda. Felipe Martins Silva é engenheiro agrícola e gerente de pesquisa e automação da Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura Ltda. Rafael de Souza Favalli é engenheiro agrícola e analista de P&D da Agricef Soluções

Figura 7 – Método de inspeção utilizando ultrassom – pontos de medição.

Tecnológicas para Agricultura Ltda.


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 2 - Edição 17 / Novembro de 2017

Estudos elétricos de plantas eólicas Cálculos das correntes de curto-circuito e ajustes de proteção APOIO


48

Eólica Por Eduardo Cesar Senger e Francisco Antônio Reis Filho

Plantas eólicas Modelagem para estudos de curto-circuito e critérios de ajustes das proteções

Artigo


Artigo

O número e a capacidade instalada dos

Eólica

aerogeradores utilizados e amplamente

dos enrolamentos desses trafos é estrela

parques eólicos no Brasil têm aumentado

aceitos e conhecidos pelos profissionais do

aterrada (baixa tensão)/delta (média). Os

de forma significativa nos últimos anos.

setor. Outra dificuldade reside no fato de os

enrolamentos do estator e do rotor do gerador,

Apesar da crescente importância desse tipo

projetos mais modernos de aerogeradores

normalmente, são conectados na ligação

de instalação para o setor elétrico brasileiro,

utilizarem malhas de controle proprietárias

estrela não aterrada. As dezenas ou mesmo

elaborar estudos elétricos de plantas eólicas,

que afetam significativamente a contribuição

centenas de aerogeradores que integram um

particularmente aqueles relacionados com

do equipamento para as correntes de

parque de grande porte são interconectados

o projeto do sistema de proteção, continua

curto-circuito. Os fabricantes tratam as

através de vários circuitos coletores, radiais,

sendo um grande desafio para as empresas

informações referentes a esses controles

de média tensão, até o transformador da

envolvidas nesse importante tópico.

como segredo industrial e não divulgam dados

subestação responsável pela conexão da

ou detalhes sobre seu funcionamento. Nesse

planta com o sistema interligado. Como

de que não existem modelos, baseados

cenário, ainda não existem modelos bem

mostrado na Figura 1, uma conexão típica

nos diagramas sequenciais utilizados no

estabelecidos ou um procedimento padrão

para esse transformador é estrela aterrada

cálculo das correntes de curto-circuito,

para o cálculo das correntes de curto-circuito

(alta tensão) e delta (média tensão). Como

que sejam aplicáveis a todos os tipos de

e consequentemente para os ajustes das

fonte de terra para a rede de média tensão da

proteções da planta eólica. Esses fatos têm

planta, utiliza-se um trafo de aterramento em

impacto direto nos critérios de ajustes não só

conexão zigue-zague, ligado na barra de 34,5

das proteções no setor de média tensão, mas

kV. Essa solução fornece uma fonte de terra

também das proteções da concessionária

para a planta e para o SIN e também garante

no ponto de conexão. Esses pontos são

uma isolação de sequência zero entre esses

abordados e discutidos nos itens a seguir.

dois sistema.

A primeira dificuldade decorre do fato

Parques eólicos e tipos de aerogeradores utilizados

A Figura 1 ilustra um parque eólico

Os aerogeradores utilizados nesse tipo de

instalação, como ilustrado na Figura 2, podem ser agrupados em quatro tipos: • Tipo I: Consiste em um Gerador de indução

na forma típica em que é implantado

de Gaiola de Esquilo (GIGE) que opera

atualmente. Os aerogeradores comumente

em velocidade fixa, levemente acima da

utilizados nessas instalações possuem

frequência da rede. Para compatiblizar a

potência nominal entre 1 MVA e 3 MVA e

baixa frequência de rotação do eíxo das pás

tensão nominal em torno de 600 V, embora

(20 rpm a 150 rpm) com a rotação exigida

já existam equipamentos operando em

para o rotor do gerador (1200 rpm a 1800

média tensão e com potência bastante

rpm), utiliza-se uma caixa de engrenagens

superior. A cada aerogerador é associado um

(CE) multiplicadora. A partida da unidade é

transformador elevador que aumenta a tensão

realizada através de um soft-start, o qual é

para 13,8 kV ou 34,5 kV. A conexão típica

curto-circuitado por um contator de by-pass

Figura 1 – Estrutura de um parque eólico típico.

49


50

Eólica

Artigo

durante a operação normal. Para compensar

induzidas nos enrolamentos do rotor. Isso leva

no sistema, a dinâmica das correntes será

o fraco suporte reativo fornecido à rede por

à necessidade da utilização de um sistema de

diretamente dependente dos algoritmos de

este tipo de aerogerador, como mostrado na

proteção do conversor lado rotor, conhecido

controle utilizados nessas malhas.

Figura 2, na saída do enrolamento do estator,

como crowbar. Quando atuado, o crowbar

encontram-se instalados vários estágios de

desabilita o conversor e curto-circuita os

banco de capacitores para correção do fator

enrolamentos do rotor através de um resistor

de potência, os quais são chaveados on/off de

adequado, levando ao amortecimento das

acordo com a potência gerada.

correntes induzidas nesse enrolamento. As

diferentes formas de controle do conversor

os resultados de diversos trabalhos

• Tipo II: Difere do anterior por utilizar um

e do crowbar influenciam fortemente o

de pesquisa publicados na literatura

Gerador de Indução de Rotor Bobinado (GIRB),

comportamento dinâmico das correntes

internacional que estudaram a modelagem

sendo que neste enrolamento é conectado,

fornecidas pelo gerador durante a falta.

dos geradores utilizados em plantas

através de escovas e anéis, um grupo de

Diagramas sequenciais dos aerogeradores Neste item são apresentados e discutidos

eólicas visando a construção de diagramas

resistores variáveis. O valor efetivo desses

• Tipo IV: Nesta solução, os enrolamentos

sequenciais aplicáveis ao cálculo das

resistores é ajustado pelo controle de carga do

do estator são conectados à rede através de

correntes de curto-circuito.

aerogerador. Esse tipo de aerogerador opera

um conversor AC-AC, bidirecional, projetado,

com velocidade supersíncrona na faixa de 1.0

neste caso, para 100% da potência nominal

Diagramas sequenciais para aerogeradores

a 1.1 pu. Como ocorre com o tipo I, possui

do aerogerador. Diversos tipos de geradores

Tipos I e II

partida através de soft-start e capacitores

podem ser utilizados com esta solução:

chaveáveis para controle do fator de potência.

gerador síncrono (GS) de rotor bobinado,

gerador síncrono de ímã permanente e gerador

curto-circuito trifásico em aerogeradores

• Tipo III: Este tipo, também denominado

de indução (GI). O arranjo mecânico também

tipo I é representada com a necessária

Gerador de Indução Duplamente Alimentado

permite variações, como a eliminação da caixa

precisão através de um modelo de “tensão

(GIDA), faz uso dos conversores eletrônicos de

de engrenagens quando utilizado um gerador

atrás da reatância transitória”, ilustrado na

potência para viabilizar o controle completo

sincrono multipolos, de ímã permanente.

Figura 3 (diagrama de sequência positiva).

das potência ativa e reativa fornecidas à rede.

Devido ao conversor, a velocidade de rotação

A construção desse modelo baseia-se no

Semelhante ao tipo II, também utiliza um

é completamente desacoplada da frequência

fato de que os enrolamentos rotóricos dos

gerador de indução de rotor bobinado, sendo

da rede, permitindo a operação do aerogerador

geradores de indução de gaiola de esquilo

que os enrolamentos do rotor são conectados

em uma ampla faixa de velocidades e a

encontram-se curto-circuitados e, dessa

em paralelo com os enrolamentos do estator

minimização das oscilações mecânicas e

forma, não é possível ao fluxo magnético

através de um conversor biderecional de

elétricas no sistema. As mesmas técnicas

concatenado com esse enrolamento variar

potência, AC/AC, como mostrado na Figura

de controle vetorial utilizadas no Tipo III

instantaneamente. Este circuito permanece

2. Esse conversor é projetado para fornecer

podem ser implementadas, possibilitando o

válido por um breve período de tempo

uma potência de até 30% da potência total do

controle desacoplado das potências ativa e

após o início do curto-circuito, conhecido

aerogerador e permite uma faixa de velocidade

reativa injetadas na rede. Como as malhas de

como período transitório, antes que o fluxo

de operação muito mais ampla que os tipos

controle do conversor permanecem sempre

comece a variar devido à resistência não

anteriores, normalmente, entre 0,7 pu a 1,3

ativas, mesmo durante a ocorrência de faltas

nula existente nos enromentos. A tensão

A dinâmica das correntes durante um

pu. Isso torna o aerogerador mais eficiente na extração da potência do vento e na redução do estresse mecânico no conjunto turbinagerador. Do lado do rotor, por meio do ajuste da amplitude, fase e frequência da tensão aplicada nesses enrolamentos, o sistema de controle do conversor regula, de forma desacoplada, usando técnicas de controle vetorial, os fluxos de potência ativa e reativa. Devido à diferença de velocidade entre os eixos das pás e do gerador, a caixa de engrenagens multiplicadora ainda é necessária. Durante a ocorrência de curtos-circuitos próximos ao gerador, elevadas correntes podem ser

Figura 2 – Tipos de aerogeradores modelados.


Artigo

Eólica

interna indicada nesse modelo pode ser calculada a partir das tensões e correntes presentes nos terminais do gerador na pré-falta. Para faltas assimétricas deve-se considerar também o diagrama de sequência negativa, que, durante o regime transitório, é análogo ao de sequência positiva, porém curto-circuitando-se a tensão interna (V’). Dado que, para todos os tipos de aerogeradores considerados neste trabalho, os enrolamentos (estator e rotor) são admitidos ligados em estrela não aterrada, o diagrama de sequência zero do gerador será sempre aberto, podendo ser desprezado. A Figura 3 também mostra os diagramas sequenciais do gerador válidos para cálculo das correntes de falta em regime permanente, isto é, após o término do período transitório. A capacitância (Ccpf) do capacitor de correção do fator de potência

Figura 3 - Diagramas sequenciais para aerogeradores tipos I e II em regimes transitório e permanente.

Rr - resistência dos enrolamentos do rotor; Rs - resistência dos enrolamentos do estator; Xls - reatância de dispersão do rotor

indução encontram-se presentes nesses seis diagramas sequenciais:

L's Rs

(3)

Xls - reatância de dispersão do estator; Xm - reatância mútua (ou magnetizante) X'lr XM •

X's = Xls +

tambem foi incluído nos diagramas. Os seguintes parâmetros elétricos do gerador de

T's =

X'lr + XM X'ls XM

= W0 • L's

X'ls + XM

= W0 • L'r

L'r Rr

(4)

(1) S=

X'r = Xlr +

T'r =

(2)

Ws - Wr Ws

(5)

51


Eólica

52

Artigo

Figura 3 - Diagramas sequenciais para aerogeradores tipos I e II em regimes transitório e permanente.

com os resistores externos é utilizado um

e, dessa forma, a dinâmica das correntes

o período transitório, mostrados na Figura

retificador trifásico em cuja saída é ligado um

durante a falta.

3, convenientemente associados de acordo

IGBT. Quando o IGBT conduz, os resistores

com o tipo de falta estudada (simétrica ou

são curto-circuitados. A modulação do duty

assimétrica), é possível calcular o fasor

cycle do IBGT produz uma resistência externa

minuciosa do gerador tipo III e de seus

da corrente ( İtr ) válido para o instante

efetiva variável, cujo valor é controlado

controles e desenvolveu dois conjuntos de

imediatamente após o início da falta (instante

pelo circuito PWM que envia pulsos para o

circuitos sequenciais. O primeiro aplica-se

t0+). Esse fasor é gerado pela tensão atrás da

IGBT. Esse loop de controle é utilizado para

ao cálculo das correntes de falta para as

reatância transitória do estator proporcional

controlar a potência gerada pelo aerogerador

situações em que não há atuação da proteção

ao fluxo magnético interno da máquina, o qual

através da variação das correntes no rotor da

crowbar, e o conversor do lado rotor mantem

decai exponencialmente com a constante de

máquina. Em termos de cálculo das correntes

o controle das correntes injetadas no rotor.

tempo transitória do rotor (T’r). Já os diagramas

Utilizando os diagramas sequenciais para

A referência [4] fez uma análise

de curto-circuito, o comportamento do

O outro se aplica ao caso em que o crowbar

sequenciais de regime permanente fornecem o

gerador tipo II é semelhante ao do tipo I,

é ativado imediatamente após a falta e o

fasor da corrente de regime permanente ( İrp ),

exceto pelo valor da resistência do rotor, que

controle das correntes no rotor é perdido. Os

válido após o fim do período transitório. O fasor

agora assume o valor R'r = Rr + Rext_efet . Isso

diagramas de sequência positiva e negativa

correspondente às correntes em qualquer uma

irá influir principalmente em uma diminuição

para o primeiro caso (crowbar não atuado)

das fases do trifásico poderá ser estimado,

significativa da constante de tempo do rotor

são mostrados no topo da Figura 4. Os

ao longo do tempo, a partir dessas duas

(constante de decaimento da corrente de curto). Os mesmos diagramas sequenciais

parâmetros Xgf e Cf, mostrados nessa figura,

componentes ( İtr e İrp ) pela expressão [6] a seguir. (6) İAC (t) = ( İTr – İrp ) e + İrp

apresentados na Figura 3 aplicam-se ao

do filtro anti ripple do conversor lado grid.

aerogerador tipo II.

Sem atuação do crowbar, os conversores

-t / T'r

No gerador tipo I, dependendo do valor

correspondem à reatância e à capacitância

Diagramas sequenciais para geradores tipo III

do lado rotor e grid comportam-se como geradores de correntes de sequência positiva. As magnitudes dessas duas correntes são calculadas a partir da tensão

da reatância transitória do estator, uma falta

(Vs) e das potências ativa (PT) e reativa

trifásica nos terminais da máquina pode

produzir correntes com o primeiro pico bem

sequenciais para geradores tipo III dois pontos

(QT) nos terminais do gerador na pré-falta,

acima da nominal, da ordem de 6 a 8 vezes a

importantes devem ser observados:

seguindo-se os passos indicados a seguir:

No desenvolvimento de modelos

corrente nominal. a) O controle do conversor influencia

a) A partir da potência ativa total nos

reside na utilização de um gerador de indução

fortemente o comportamento do gerador

terminais determina-se as parcelas de

com rotor bobinado, nos terminais do qual é

durante a ocorrência de curtos-circuitos

potências fornecidas pelo enrolamento

conectado um conjunto de resistores (Rext).

e, portanto, deve ser cuidadosamente

estator (Ps) e pelo conversor lado grid (Pg).

O valor dessa resistência externa pode ser

considerado na construção dos modelos;

Para tanto, pode-se utilizar curvas fornecidas

da ordem de dez vezes a resistência interna

b) a atuação da proteção crowbar altera

pelo fabricante, ou na ausência destas, as

dos enrolamentos do rotor. Em paralelo

a topologia do circuito elétrico do gerador

equações aproximadas [7] e [8].

No caso do gerador tipo II, a diferença


Artigo

Eólica (7)

53

No caso de atuação do crowbar, o gerador

tipo III comporta-se de forma próxima ao gerador tipo II, dado que o conversor lado

(8) b) De forma análoga, a proporção de divisão da potência reativa também deve ser conhecida e utilizada para determinar Qs e Qg. c) A partir de Pg, Qg, Ps, Qs e Vs determinam-se Is e a corrente do gerador de corrente Ig. A partir de Is e Vs determina-se a corrente do segundo gerador Ir.

rotor é desabilitado e os enrolamentos do rotor são conectados a um resistor externo (Rcb). O conversor do lado grid, no entanto, continua mantendo controle da tensão do link DC e das correntes do lado grid. Neste caso, de forma análoga aos geradores tipo I e II, tem-se dois conjuntos de diagramas sequenciais: um para o período transitório e outro para o regime permanente. Esses circuitos são próximos aos dos tipos I e II,

Para o circuito de sequência negativa,

os ramos correspondentes aos conversores lado rotor e lado grid são representados como circuitos abertos, dado que se considera que os controles desses conversores somente permitem o fluxo de corrente de sequência positiva. Dessa forma, o único caminho para circulação das correntes de sequência negativa no gerador tipo III, sem atuação do crowbar, é através da reatância magnetizante e da capacitância do filtro.

com exceção do ramo com o gerador de corrente correspondente ao conversor lado grid cujo controle permaneceu ativo. A fonte de tensão V’ é calculada da mesma forma que o realizado para os tipos I e II.

Diagramas sequenciais para geradores tipo IV

Neste tipo de aerogerador, a conexão

do gerador com a rede é realizada somente

Figura 4 - Diagramas sequenciais para o aerogerador tipo III.

Figura 5 - Diagramas sequenciais para geradores tipo IV.


54

Eólica

Artigo

através do conversor AC/AC. Durante uma falta na rede, a dinâmica das correntes fornecidas pelo gerador será ditada quase que exclusivamente pelos algoritmos de controle do conversor lado grid. Durante a operação normal do sistema elétrico o controle desse conversor, normalmente, controla a tensão do link DC do conversor e a potência reativa fornecida à rede. Quando da ocorrência de uma falta, o controle detecta essa situação a partir do monitoramento da subtensão produzida pela falta nos terminais do aerogerador ( Vt < Vg,min) e passa a operar em um modo de limitação da corrente, no qual o conversor lado fonte injeta na rede uma corrente constituída somente por sequência positiva e com magnitude pré-definida. O valor de pico dessa corrente (Igmax) é definido pelo fabricante de forma a não danificar os IGBT do conversor e, normalmente, situa-se na faixa de 1,1 pu a 1,4 pu da corrente nominal. A referência [4] fez uma análise detalhada dos controles do conversor lado grid, de sua influência na dinâmica das correntes de curto-circuito e propôs os diagramas sequenciais mostrados na Figura 5. O diagrama de sequência positiva para este tipo de gerador é construído

Cálculo das correntes de falta no parque eólico

do transformador elevador do gerador, é

Utilizando-se os diagramas sequenciais

resistência externa inserida no circuito do

propostos para os geradores, o parque eólico exemplo mostrado na Figura 1 foi modelado para efeito de cálculo

conversor lado grid pode ser calculada pela expressão [9]:

(9)

Tabela 1 – Constante de tempo transitória do rotor (em ms)

aerogerador: a) Tipo I; b) Tipo II; c) Tipo III

Tipo I

sem atuação do crowbar; d) Tipo III com

negativa e zero da rede da Figura 1, associados de acordo com a teoria de componentes simétricas, no ponto de falta para representar um particular tipo de falta. Para efeito de simplificar o trabalho de construção desses circuitos sequenciais, considerou-se que a rede coletora de média tensão do parque é constituída por oito alimentadores coletores iguais, cada um conectado a seis aerogeradores de 2 MW e tensão

potência total de 96 MW.

55

Cada um desses circuitos é constituído

pelos diagramas de sequência positiva,

Foram calculadas faltas trifásicas,

dupla-fase e fase-terra (sólidas e com

da SE e ao longo do circuito coletor 1. Em todas essas faltas, foram considerados os geradores operando na pré-falta com 90% de sua potência nominal (1,8 MW)

conversor continua fornecendo a mesma

e fator de potência unitário. Os fasores

componente da corrente de eixo direto e altera

das correntes e tensões verificadas

a componente do eixo de quadratura de forma

nos diagramas sequenciais foram

que a corrente total atinja o valor de pico

calculados com a utilização do toolbox

Igmax. Essa situação pode ser descrita pela

SimPowerSystems disponível no MatLab.

equação [10]. O chaveamento do controle

para o modo de limitação de corrente demora

atuação do crowbar foram calculados

em torno de 1 ciclo [4] e, para efeito de

os fasores das correntes do período

simplificação, será considerado instantâneo.

transitório e do regime permanente. A

Para os geradores tipos I, II e III com

variação desses fasores ao longo do tempo foi estimada com a utilização da equação [6]. A constante de tempo transitória do rotor utilizada nessa equação, calculada incluindo a indutância de curto-circuito

Tipo II

Tipo III (crowbar atuado)

atuação do crowbar; e) Tipo IV.

b) Quando ocorre a falta, o controle do

İLg = I0g,d - j √ (Ig max / √ 2 )2 - (I0g,d )2 (10)

o que implica no rápido amortecimento da

cada um considerando uma alternativa de

de alta tensão, na barra de média tensão

.

esse constante de tempo é muito pequena,

construídos cinco circuitos distintos,

impedância de falta), ocorrendo na linha

İ0g = I0g,d + jI0g,q =[(Ps + jQs) /Vs ]*

rotor (tipos II e III com crowbar atuado),

componente transitória das correntes.

é constituído por 48 geradores, com

a) A corrente de pré-falta fornecida pelo

que, para os geradores em que existe uma

das correntes de curto-circuito. Foram

nominal de 600 V. Dessa forma, o parque

considerando-se:

mostrada na Tabela 1. Pode-se observar

5

3

A título de ilustração dos resultados

fornecidos pela metodologia apresentada, a Figura 6 exibe a contribuição, ao longo do tempo, calculada com a utilização da expressão [6], dos seis geradores do coletor 2 para duas faltas (trifásica e duplafase) ocorrendo na barra de 34,5 kV da subestação. Vale observar que a corrente de carga nominal desses seis geradores é de cerca de 200 A nessa tensão. Já a Tabela 2 mostra os fasores dos períodos transitório e de regime permanente da corrente da fase A na saída dos coletores 1 e 2 durante uma falta fase-terra (AN) no início do coletor 1 (a corrente no coletor 2 é a contribuição de um coletor para a falta ocorrendo no coletor vizinho; já a corrente no coletor 1 representa a contribuição total, do SIN e de todos os coletores vizinhos para o ponto de falta).

O modelamento apresentado acima

tem sido utilizado no projeto do sistema de proteção de diversos parques eólicos no Brasil. Com base nessa experiência, no item a seguir, são apresentados alguns comentários e observações sobre a filosofia e os critérios de ajuste das proteções utilizadas nesse tipo de instalação.

Sistemas de proteção do parque eólico Proteção de distância da linha de transmissão

Para esta função deve-se garantir sua

efetiva aplicabilidade na proteção da LT de


Artigo

Eólica alcance de segunda zona (150 % da Zona 1) e uso dos esquemas de teleproteção tipo POTT (Permissive Overreaching Transfer Trip) para dar uma flexibilidade maior aos esquemas de proteção. O alcance resistivo da característica quadrilateral foi fixado em 50 Ohms. As impedâncias medidas para as diversas condições foram obtidas e visualizadas com o software do fabricante como mostrado na Figura 7.

Figura 6 – Contribuição dos aerogerador do coletor 2 para faltas trifásica e dupla-fase na barra de 34,5 kV.

Tabela 2 - Correntes (A) na fase A dos coletores 1 e 2 para falta fase-terra na saída do coletor 1

Coletor 1

Tipo aerogerador

Coletor 2

Dado que o terminal local (parque

eólico) se comporta como uma fonte fraca (o controle dos geradores eólicos, particularmente dos tipos III e IV, limita a corrente de falta), analisou-se a possibilidade de a função 21N, no ajuste descrito acima, não apresentar o alcance

Transitório

Permanente

Transitório

Permanente

resistivo necessário para detectar faltas

I

10732 ∕-92o

6747 ∕-91o

445 ∕110o

276 ∕-128o

fase-terra, não sólidas, ocorrendo próximas

II

10732 ∕-92o

9101 ∕-94o

445 ∕110o

192 ∕125o

do terminal remoto. Os resultados da

III sem crowbar

-

8339 ∕-87o

-

177 ∕168o

simulação, no entanto, mostraram que

III comcrowbar

9799 ∕-92o

8420 ∕-92o

314 ∕121o

150 ∕161o

faltas AN com resistência de até 13 Ohms,

IV

-

9617 ∕-87o

-

241/0o

ocorrendo na barra remota, eram detectadas pela segunda zona da função 21N, para

230 kV, particularmente para o terminal

franco e com impedância. Na condição

todos os tipos de geradores. A Figura 7

junto ao parque (terminal local), verificando

operativa simulada e com carregamento

mostra faltas trifásicas e fase-terra com

se ocorre a correta partida das unidades

dos geradores em 90% da potência nominal

impedância de 13 Ohms, ocorrendo na barra

21P e 21N, em função da contribuição das

com fator de potência unitário, obtém-se

remota da rede exemplo com geradores Tipo

correntes dos aerogeradores, para todos

uma impedância de carga de 612 Ohms

III (figuras a e b) e Tipo IV (fig. c e d), sendo

os tipos de faltas ao longo da LT. Com esse

em valores primários. Considerou-se

corretamente detectadas pela segunda zona

enfoque, foram calculados os fasores das

então a utilização do relé D-60 da GE, com

das funções 21 e 21N.

tensões e correntes no terminal da SGE para

característica MHO para a função 21 e

defeitos trifásicos, dupla-fase e fase-terra

característica quadrilateral para a 21N, com

considerados satisfatórios, dado que a

Esses resultados podem ser

55


Eólica

56

Artigo

Figura 7 – Falta trifásica e fase-terra (R = 13 Ohms) na barra remota e parque com geradores III e IV.

função 67N pode ser facilmente ajustada

possível devido ao fato de essa barra ser

são protegidos de forma eficiente e

para detectar as faltas com impedância

normalmente de arranjo simples, sem outras

segura. Considerando que a corrente de

elevada (por ex. 100 Ohms). Isso pode ser

condições operativas que possam requerer

carga máxima do alimentador coletor é de

prontamente verificado considerando que

a implantação de lógicas mais sofisticadas.

200 A (primários) e a corrente de regime

a corrente de plena carga nessa linha é de

Neste caso, cuidados adicionais devem ser

permanente calculada para o curto dupla-

250 A (primários) e faltas fase-terra com

tomados para evitar-se a saturação dos

fase no final desse alimentador ficou entre

impedância de 100 Ohms, ocorrendo na

TC em questão e para se definir os ajustes

5400 A (para geradores tipo I e II) e 7150

barra remota, produzem correntes nominais

proteção, de forma a se garantir sua efetiva

A (tipo IV), um ajuste de 300 A (primários)

de 315 A (primários) no terminal local.

discriminação entre defeitos internos e

para a corrente de atuação da unidade 51

externos à barra. Outro ponto importante a

irá proporcionar proteção adequada para

ser observado seria a necessidade do uso de

todo o alimentador. Já a unidade 50 deve

TC de mesmas características de relação e

ser ajusta para não ser sensível às faltas no

classe de precisão e, se possível, de mesmo

lado de baixa tensão dos transformadores

fabricante.

elevadores dos geradores, de forma que

Proteção da barra de 34,5 kV

Normalmente, em parques eólicos, têm

se usado para a proteção da barra de média

não ocorra falha de coordenação com

tensão as unidades de sobrecorrente do secundário do transformador de entrada.

Proteção dos alimentadores de 34,5 kV

a proteção do gerador. Faltas trifásicas nesse ponto resultaram em correntes de

Nessa solução, as unidades 51/51N A maior dificuldade para o ajuste

no máximo 600 A (primários) na saída do

precisam receber uma temporização

adequada para poder coordenar com a

das funções utilizadas na proteção dos

alimentador de média tensão. Dessa forma,

proteção de sobrecorrente existente na

alimentadores decorre do fato de que

um ajuste para a corrente de atuação da

saída dos alimentadores coletores de média

as atuais ferramentas computacionais

unidade 50 em torno de 720 A (primários)

tensão. Devido a essa temporização, essa

utilizadas para o cálculo das correntes de

irá garantir a coordenação com a proteção

solução pode apresentar elevado risco

curto-circuito não representam os diversos

do gerador e permitir a cobertura para faltas

operativo, pois a concessionária costuma

tipos de aerogeradores com o necessário

entre fase ao longo de todo o alimentador

ser uma fonte forte na entrada da SGE,

detalhamento e precisão. Nessa situação,

de média tensão. O ajuste das unidades

ocasionando uma alta corrente de defeito

não é possível ao projetista conhecer

50/51N é feito de forma análoga e também

na barra de média tensão, além da possível

com certeza a contribuição efetiva dos

fornece proteção adequada para as faltas

contribuição dos aerogeradores para o

aerogeradores, em termos de magnitude e

envolvendo a terra na média tensão.

ponto de falta. Apresentam-se então como

conteúdo sequencial, durante a ocorrência

possíveis alternativas, a inclusão da barra

de faltas na rede de média tensão. Com a

das funções 50/51 durante faltas em um

na zona diferencial do transformador,

utilização da metodologia apresentada, no

alimentador vizinho, é conveniente que

podendo haver restrições sobre a

entanto, é possível determinar todos esses

estas unidades sejam monitoradas pela

aplicabilidade dessa solução dependendo

parâmetros como mostrado na Figura 6 e na

função direcional 67. Já para as funções

da quantidade de alimentadores existentes.

Tabela 2.

50/51N, esse monitoramento é dispensável

Outra alternativa poderia ser o uso de uma

Os resultados obtidos para a rede da

dado que, devido à conexão em delta dos

proteção diferencial de alta impedância,

Figura 1 mostram que, com a utilização das

transformadores elevadores, no lado da

normalmente, de baixo custo, o que é

funções 50/51 e 50/51N, os alimentadores

média tensão, não há contribuição dos

Para evitar a eventual atuação indevida


Artigo geradores para faltas fase-terra.

Conclusões

Eólica Systems Research vol 81, 2011 pag. 16101618. (3) Morren, J; Haan, S W H – Short-circuit of Wind Turbines with Doubly Fed Induction

Considerando a importância crescente

Generator - IEEE Transactions on Energy

da geração eólica no sistema elétrico

Conversion, vol 22, march 2007, pag. 174-

brasileiro, é necessário que as ferramentas

180.

computacionais utilizadas para o cálculo

(4) Howard, D. F; Short-Circuit Currents in

das correntes de curto-circuito incluam

Wind-Turbine Generator Networks – Tese de

uma modelagem precisa dos diversos tipos

Doutorado – Georgia Institute of Technology

de geradores utilizados nessas instalações.

– December 2013.

Somente dessa forma, o engenheiro de proteção poderá dispor dos dados necessários para realizar o projeto adequado do sistema de proteção da planta eólica.

Visando contribuir para esse objetivo, o

artigo apresentou e discutiu os diagramas sequenciais necessários para representar os diversos tipos de aerogeradores utilizados atualmente nos parques eólicos. Os diagramas apresentados baseiam-se somente em dados facilmente disponíveis na etapa de projeto da planta eólica e fornecem resultados satisfatórios para estimação das contribuições das correntes de curto-circuito, inclusive os tipos III e IV, para os quais o comportamento sobre falta é ditado pelos controles dos conversores AC-AC.

Na segunda parte do trabalho, a

metodologia apresentada foi aplicada ao estudo de um caso exemplo de parque eólico. Os resultados mostraram que, com a utilização das funções de proteção discutidas e com a correta aplicação dos conceitos de proteção e seletividade, obtem-se um sistema de proteção adequado e eficiênte para esse tipo de instalação.

Referências bibliográficas (1) Kalsi, S. S.; Stephen, D D; Adkins, B.; Calculation of System Fault Currents Due to Induction Motors - Proocedings of the Institution of Electrical Engineers, vol. 118, p. 201-215, 1971. (2) Sulla, F; Svensson, J; Samuelssson, O – Symmetrical and unsymmetrical shortcircuit current of squirrel-cage and doublyfed induction generators – Electric Power

Eduardo Cesar Senger é Mestre, Doutor e Livre Docente pela Escola Politécnica da USP. Docente da EPUSP desde 1978, atua na área de Proteção e Automação de Sistemas

Elétricos, ministrando disciplinas de graduação e pós-graduação. É o responsável pelas atividades do Laboratório de Pesquisa em Proteção de Sistemas Elétricos – LProt. Francisco Antonio Reis Filho é graduado em Engenharia Elétrica (Sistemas de Potência), mestre e doutor pela Universidade de São Paulo. Tem trabalhado nos últimos 33 anos com Proteção de Sistemas Elétricos nas empresas Furnas Centrais Elétricas, ABB, SEG,SEL e GE. Trabalhou também como pesquisador no LPROT (POLI-USP) e atualmente divide suas atividades como consultor/diretor pela sua empresa na execução e coordenação de estudos elétricos de forma geral e lecionando as cadeiras de Proteção de Sistemas Elétricos I e II e de Análise de Sistemas de Potência I e II no curso de Graduação em Engenharia Elétrica na UERJ.

57


58

Pesquisa - Materiais para aterramento

Materiais para aterramento Desaceleração da economia e falta de confiança dos investidores são os principais entraves para o crescimento do mercado de proteção e aterramento

O Setor Elétrico / Novembro de 2017


O Setor Elétrico / Novembro de 2017

A luta é constante. Profissionais da área de

até R$ 30 milhões em 2016. Apenas 7% das

proteção e aterramento reforçam o tempo inteiro

pesquisadas declararam faturamento anual

a importância da presença e da manutenção de

superior a R$ 200 milhões.

sistemas de aterramento em qualquer instalação,

O estudo sondou a percepção dos

já que é ele que protege não apenas os usuários,

fabricantes e distribuidores de materiais para

mas também os equipamentos da instalação

aterramento sobre o tamanho anual de alguns

elétrica. No entanto, ainda é comum a ausência

nichos de mercado. Segundo boa parte dos

de proteção em muitas instalações brasileiras.

pesquisados, os mercados de dispositivos

Para se ter uma ideia, segundo a Associação

protetores de surtos de sinal e de malhas de

Brasileira de Conscientização para os Perigos

aterramento pré-fabricadas faturam até R$ 20

da Eletricidade (Abracopel), somente em 2016,

milhões por ano.

foram 1319 acidentes, dos quais 662 foram

Mesmo

fatais. Entre as mortes, 599 ocorreram por

desfavorável, as empresas mostram-se otimistas

choque elétrico, 33 foram consequência de

e esperam crescer em torno de 10% neste ano

incêndios provocados por curtos-circuitos, e 30

de 2017 e projetam elevação média de 5%

em decorrência de descargas atmosféricas.

para o mercado como um todo. Os entraves

em

um

cenário

econômico

Pensando na importância do tema para a

para um crescimento mais positivo, segundo as

segurança das instalações elétricas, a revista

pesquisadas, são a desaceleração da economia

O Setor Elétrico vem publicando desde

do país e a falta de confiança dos investidores.

janeiro deste ano uma série de artigos sobre

Mais informações sobre este mercado

aterramentos elétricos na seção Fascículo.

podem ser obtidas nos gráficos publicados a

O objetivo é contribuir, com informações

seguir. Confira.

técnicas e atualizadas sobre tecnologias e

Análise do mercado brasileiro de materiais para aterramento

regulamentações, para a qualidade dos projetos e da execução destes.

Nas páginas a seguir, publicamos também

uma pesquisa exclusiva sobre o mercado de

materiais para aterramento. A partir de um

os principais segmentos de atuação das

estudo com fabricantes e distribuidores de

empresas que compõem o mercado brasileiro

equipamentos para este mercado, foi possível

de materiais para aterramento. Nessa mesma

fazer uma análise deste segmento, que incluiu

pesquisa realizada há um ano, 91% e 72%

perspectivas de crescimento, previsões de

dos

faturamento de nichos de mercado específicos

seus produtos com mais intensidade nas áreas

e principais segmentos de atuação.

industrial e comercial, respectivamente. Neste

ano, os índices foram atualizados para 94% e

Participaram do estudo empresas de todos

os portes, mas a maioria delas (67%) faturou

Indústrias e comércios continuam sendo

entrevistados

60%.

Principais segmentos de atuação

Público

26%

Residencial

37%

Comercial

60%

Industrial

94%

afirmaram

comercializar


Pesquisa - Materiais para aterramento

60

Entre os meios de comercialização mais utilizados estão as vendas

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Principais produtos comercializados pelas empresas

diretas aos clientes finais, canal apontado por 77% das empresas pesquisadas, e por meio de distribuidores e atacadistas, conforme indicaram 71% das companhias.

Resistores de aterramento

Principais canais de vendas

9% 31% 17%

Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Malhas de aterramento pré-fabricadas

Outros

40%

Internet

31%

43%

Telemarketing

31%

Dispositivo protetor de surtos de energia

Revendas/varejistas

Solda exotérmica

49%

Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização

49%

66%

SPDA (captores, cabos e acessórios)

Distribuidores/tacadistas

71%

57% Venda direta ao cliente final

77%

60% 60% 60%

A disposição dos produtos de aterramento nas prateleiras é bastante competitiva. Para 60% dos pesquisados, os cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento, assim como os dispositivos protetores de surtos e as hastes de aterramento são os principais equipamentos comercializados.

Hastes de aterramento Dispositivo protetor de surtos de sinal Cabos, cordoalhas e conectores


61

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

mercado de equipamentos para aterramento, perguntamos a elas

Percepção sobre o tamanho anual de alguns nichos de mercado

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

Acima de R$ 1 bilhão

29% 19% 33%

0%

5%

9%

5%

43% 17% 28%

6%

0%

6%

0%

47% 26% 20%

0%

7%

0%

0%

Hastes de aterramento

14% 31% 27% 18%

5%

5%

0%

Malhas de aterramento

50% 10% 20% 10%

5%

5%

0%

37% 26% 27%

5%

5%

0%

14% 18% 23% 13% 14% 13%

5%

Solda exotérmica

57% 14% 14%

5%

5%

5%

0%

Dispositivo protetor de

26% 27% 21%

5%

16%

5%

0%

44% 22% 17% 11%

6%

0%

0%

Até R$ 20 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

sobre o seu faturamento em 2016. A maioria delas, 67%, apresentou faturamento de até R$ 30 milhões no ano passado. Faturamento bruto anual em 2016

4%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

SPDA (captores, cabos

7%

e acessórios)

Acima de R$ 500 milhões

Medidores de resistência e/

30%

Até R$ 5 milhões

7%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Para se ter uma ideia do porte das empresas que compõem o

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões

ou impedância de aterramento Resistores de aterramento

4%

De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões

pré-fabricadas Barramentos de

7%

15%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 22%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

0%

aterramento e/ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização

A seguir, publicamos, no formato de uma tabela, as opiniões das

empresas pesquisadas a respeito do tamanho total de alguns nichos de mercado. Segundo boa parte dos pesquisados, os mercados de dispositivos protetores de surtos de sinal e de malhas de aterramento pré-fabricadas faturam até R$ 20 milhões por ano. Confira a percepção das empresas para outros segmentos de produtos.

surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)


62

Pesquisa - Materiais para aterramento

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Os prognósticos das empresas fabricantes e distribuidoras

Em um ano, pouco mudou no que diz respeito à influência dos

de materiais para aterramento, apesar do cenário econômico

fatores externos no desempenho deste mercado. A maior parte dos

desfavorável, não são dos piores. As entrevistadas acreditam que este

entrevistados, assim como registrou-se no ano passado, indicou a

mercado, como um todo, deve encerrar o ano com crescimento médio

desaceleração da economia e a falta de confiança dos investidores

de 5%. Vale lembrar que, nesta mesma pesquisa realizada há um ano,

como grandes obstáculos ao sucesso financeiro das companhias.

as pesquisadas imaginavam que haveria crescimento negativo do setor em 2016. Da mesma maneira, as empresas esperavam crescer 1%, na média em 2016, no entanto, a pesquisa deste ano revela que

Fatores que influenciam o mercado de materiais para aterramento

o crescimento médio das empresas registrado no ano passado foi em torno de 10%. Elas esperam ainda resultado semelhante para o

3%

fechamento deste ano de 2017. Confira.

Outros Programas de incentivo do governo

Falta de confiança de investidores

Contratação de colaboradores em 2017

2%

2%

20%

Previsões de crescimento

Crescimento médio para o mercado em 2017

6%

Bom momento econômico do país 23%

2%

Falta de normalização e/ou legislação

Desaceleração da economia brasileira

11%

5% Crescimento médio das empresas para 2017

10% 10%

Crescimento médio das empresas em 2016 comparado a 2015

Incentivos por força de legislação ou normalização

5%

Setor da construção civil aquecido

2%

Crise internacional

13% 13%

Projetos de infraestrutura

Setor da construção civil desaquecido



Pesquisa - Materiais para aterramento

SP

Alpha Equipamentos Elétricos

(11) 3933-7533

www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

ALSET ENGENHARIA E COMERCIO LTDA

(62) 3945-5047

www.alset.com.br

Goiânia

GO

X

X

CCPG Engenharia

(42) 3236-0100

www.ccpg.eng.br

Ponta Grossa

PR

X

X

Clamper

0800 703 0555

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

X

X

Condumax Fios e Cabos Elétricos

0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

Diskmatel

(31) 3742-2503

diskmat@uol.com.br

Ouro Branco

MG

X

Embramat

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

EMBRASTEC

(16) 3626-2324

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

Exatron

0800 5413310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

EXOSOLDA

(11) 3857-4525

www.exosolda.com.br

São Paulo

SP

X

FASTWELD

(11) 2425-7180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

Finder

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

Fluke

(11) 3741-1300

www.fluke.com.br

Ideal Engenharia

(11) 3287-0622

INTELLI

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

SP

X

X

X

Sao Paulo

SP

X

X

www.idealengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

(16) 3820-1500

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

MAXXWELD

(41) 3383-9120

www.maxxweld.com.br

Megabras

(11) 3254-8111

MERSEN

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X X

X

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SP

X

X

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São José dos Pinhais

PR

X

X

www.megabras.com.br

São Paulo

SP

X

X

(11) 2348-2393

http://ep-fr.mersen.com/

Cabreúva

SP

X

X

MILANO ELETROFERRAGENS

(48) 3462-4000

www.milanoenergia.com.br

Criciúma

SC

X

X

MONTAL PARA-RAIOS

(31) 3476-7675

www.montal.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

X

X

MTM

(11) 4125-3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

Olivo S/A

(48) 21028820

www.olivosa.com.br

Siderópolis

SC

X

X

X

Paraeng Para Raios

(31) 3394-7433

www.paraeng.com.br

Contagem

MG

X

X

PARATEC

(11) 3641-9063

www.paratec.com.br

São Paulo

SP

X

X

Pentair

(11) 3623-4338

www.erico.com

Boituva

SP

X

X

Phoenix Contact

(11) 2871-6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

X

RAYCON DO BRASIL

(11) 3994-1906

www.raycon.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

TERMOTÉCNICA PARA-RAIOS

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

X

X

X

X

Weidmüller

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

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X

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X X

X

X

X

X

X

Programas na área de responsabilidade social

Criciúma

Certificado ISO 14001

www.agpr5.com

X

Certificado ISO 9001

(48) 3462-3900

Outros

AGPR5

X

Internet

X

Telemarketing

SP

Venda direta ao cliente final

Estado

São Paulo

Revendas / varejistas

Cidade

www.abb.com.br

Distribuidores / atacadista

Site

(11) 3688-9111

Comercial

Telefone

ABB

Industrial

EMPRESA

Canal de Vendas

Público

Principal segmento

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Residencial

64

X

X

X


65

www.agpr5.com

Criciúma

SP

X

X

X X

Alpha Equipamentos Elétricos

(11) 3933-7533

www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

X

X

ALSET ENGENHARIA E COMERCIO LTDA

(62) 3945-5047

www.alset.com.br

Goiânia

GO

X

X X

CCPG Engenharia

(42) 3236-0100

www.ccpg.eng.br

Ponta Grossa

PR

X

X X

Clamper

0800 703 0555

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X X

X

X X

Condumax Fios e Cabos Elétricos

0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

X

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

X

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X X

Diskmatel

(31) 3742-2503

diskmat@uol.com.br

Ouro Branco

MG

Embramat

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

EMBRASTEC

(16) 3626-2324

www.embrastec.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

X X

X

Exatron

0800 5413310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X X

X

X

X

EXOSOLDA

(11) 3857-4525

www.exosolda.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

FASTWELD

(11) 2425-7180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X X

X

X X

Finder

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X X

X

X

Fluke

(11) 3741-1300

www.fluke.com.br

Sao Paulo

SP

X

X

X X

X

Ideal Engenharia

(11) 3287-0622

www.idealengenharia.com.br

São Paulo

SP

X X

X X

X

INTELLI

(16) 3820-1500

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

X

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X

X

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

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X

MAXXWELD

(41) 3383-9120

www.maxxweld.com.br

São José dos Pinhais

PR

X X

X

X

Megabras

(11) 3254-8111

www.megabras.com.br

São Paulo

SP

X X

X

X

X

X

MERSEN

(11) 2348-2393

http://ep-fr.mersen.com/

Cabreúva

SP

X X

X

X X

X

X

MILANO ELETROFERRAGENS

(48) 3462-4000

www.milanoenergia.com.br

Criciúma

SC

X

X

X X

MONTAL PARA-RAIOS

(31) 3476-7675

www.montal.com.br

Belo Horizonte

MG

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X

MTM

(11) 4125-3933

www.mtm.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

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X X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X X

X

X

Olivo S/A

(48) 21028820

www.olivosa.com.br

Siderópolis

SC

X X

X

X

Paraeng Para Raios

(31) 3394-7433

www.paraeng.com.br

Contagem

MG

PARATEC

(11) 3641-9063

www.paratec.com.br

São Paulo

SP

X

X

Pentair

(11) 3623-4338

www.erico.com

Boituva

SP

X X

X

Phoenix Contact

(11) 2871-6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

RAYCON DO BRASIL

(11) 3994-1906

www.raycon.com.br

São Paulo

SP

TERMOTÉCNICA PARA-RAIOS

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

Weidmüller

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

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Resistores de aterramento

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Manutenção dos produtos para os clientes

Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)

(48) 3462-3900

Dispositivo protetor de surtos de energia

AGPR5

Solda exotérmica

X

Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ ou equipotencialização

X

Barramentos de aterramento e/ ou equipotencialização

X X

Malhas de aterramento préfabricadas

SP

Hastes de aterramento

Estado

São Paulo

Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento

Cidade

www.abb.com.br

SPDA(captores,cabos e acessórios)

Site

(11) 3688-9111

Importa produtos acabados

Telefone

ABB

Exporta produtos acabados

EMPRESA

Treinamento técnico para os clientes

Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui

Oferece corpo técnico especializado para suporte aos clientes

Instalação dos produtos para os clientes

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

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Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Por Hélio Sueta*

É possível montar um mapa de condutividade do solo (resistividade do solo) para o Brasil?

Um parâmetro muito importante que

O objetivo deste artigo e de uma

aparece em várias normas brasileiras, em

possível montagem de um mapa de

especial na ABNT NBR 5419: 2015, é a

resistividade do solo não é o de acabar com

resistividade do solo. A obtenção deste

as medições e estudos de estratificação do

parâmetro, em muitos casos, é difícil, uma

solo, mas sim uma tentativa de fornecer aos

vez que são necessárias algumas medições

usuários um valor preliminar e inicial que

de resistividade do solo, analisar os valores

possa ser utilizado como um “chute inicial”

obtidos e fazer uma estratificação do solo em

para estes parâmetros de difícil obtenção.

camadas, o que pode ser uma árdua tarefa

Mesmo porque, neste tipo de utilização

(se for feita à mão) e, mesmo utilizando um

deste parâmetro, o valor deve ser restrito

software, requer muito cuidado no tratamento

ao local onde será instalado o sistema de

dos dados para se obter as resistividades do

aterramento.

solo e suas respectivas espessuras das suas

No último Simpósio Internacional de

camadas.

Proteção contra Descargas Atmosféricas

A medição é também uma tarefa

(Sipda), recentemente realizado na cidade de

bastante trabalhosa e, em muitos casos, de

Natal (RN), o professor William A. Chisholm da

difícil realização, principalmente quando não

University of Toronto e Kinectrics apresentou

temos um terreno de tamanho adequado e

a palestra “Can Grounding Affect Lightning?

com poucas interferências.

Observations

Na

ABNT

NBR

5419:

2015,

a

in

Areas

of

with

Lightning

Parameters

Contrasting

Resistivity”.

necessidade de se saber a resistividade

Nesta brilhante palestra, o prof. Chisholm

do solo aparece principalmente em dois

apresentou como a condutividade do solo

pontos: primeiramente, quando estamos

pode afetar diversos parâmetros em estudos

projetando o anel de aterramento para

de diferentes assuntos, tais como os sistemas

níveis de proteção I e II e procuramos o

de localização de descargas, a proteção de

parâmetro l1 para saber se será necessário

sistemas elétricos (linhas de transmissão,

complementar o anel de aterramento ou não;

distribuição de energia, sistemas de baixa

e também quando estamos especificando os

tensão), os sistemas de transmissão de

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)

rádio, entre outros. Nesta palestra mostrou

em um determinado ponto da instalação e

também alguns mapas de condutividade do

estamos calculando os valores das correntes

solo desenvolvidos pela ITU (International

de surto conforme o Anexo E da parte 1 da

Telecommunication Union).

norma.

A

ITU

possui

um

Setor

de


67

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Radiocomunicação (ITU-R) que publicou em fevereiro de 2012 o documento: “Recommendation atlas

of

ground

ITU-R

P.832-3: World

conductivities”.

Este

documento destina-se a estudos mais na área de radiocomunicação e apresenta diversos mapas de condutividade do solo para VLF (frequências até 30 kHz) e MF (frequência da ordem de 1 MHz) com a condutividade do solo apresentada em mS/m. Para VLF, o documento apresenta mapas da África,

Figura 1 – Mapa de condutividade do solo para VLF.

Ásia, América do Norte, América do Sul

do solo;

(Figura 1), Austrália e Europa. Estes mapas

• Condições

são mais simples com áreas bem maiores

compactado, terraplanado, etc.);

para uma mesma condutividade. Para MF,

• Quantidade de linhas de medição

os mapas são um pouco mais detalhados,

realizadas e área do terreno estudado;

porém, a resolução também não é muito boa

• Valores da resistividade do solo para

na maioria dos 37 mapas que inclui um da

cada camada;

América do Sul (Figura 2).

• Espessura de cada camada.

do

solo

(úmido,

seco,

Como podemos observar nestes mapas,

a resolução ainda é muito pequena, o que

fornece valores muito aproximados.

mas somente as medições de resistividade

Quem não tem a estratificação do solo

Para as principais normas na área de

do solo poderá enviar os dados acima,

eletricidade, por exemplo a ABNT NBR 5419,

porém, com os resultados das linhas de

a ABNT NBR 5410 e outras de aterramento,

medição em forma de tabelas contendo as

o valor da resistividade do solo deve ser o

distâncias dos eletrodos (1, 2, 4, 8, 16, 32,

do local da instalação. Este valor depende

64,... m), profundidade do eletrodo (p = 20,

de várias condições do terreno, do tipo do

30 ou mais cm), valores da resistência medida

solo, se eventualmente tem uma rocha ou

ou da resistividade calculada. Estes dados

um lençol freático a alguns metros abaixo

serão utilizados em uma segunda etapa

da superfície deste solo por exemplo, da

após a estratificação do solo realizado por

salinidade do solo, da temperatura, da

membros da comissão.

umidade, se é um solo compactado, se é um

aterro, da estação do ano, enfim, inúmeros

dados poderão ser inseridos diretamente

parâmetros que devem ser analisados

no mesmo. Para incentivar o envio de

cuidadosamente na obtenção deste valor.

dados poderemos promover sorteios para

O

em

os profissionais que enviarem os dados de

determinados locais, a medição deste

forma correta. Serão sorteadas planilhas

parâmetro é muito difícil e, em outros, quase

Tupan, inscrições em treinamentos, entre

impossível devido à falta de espaço e/ou

outros prêmios.

interferências.

grande

problema

é

que,

Em breve iremos criar um site onde os

Os nomes dos profissionais que enviarem

O objetivo principal deste artigo é

os dados também poderão ser citados em

convidar

que

trabalhos técnicos e/ou no documento final

realizam estudos de estratificação do solo

onde será montado um banco de dados,

em diversos locais no Brasil que enviem os

eventualmente um mapa de condutividade

resultados destes estudos para a Comissão

do solo do Brasil com uma precisão um pouco

de Estudos do Cobei, a CE 064.10,

maior, de onde se possa obter, para uma

inicialmente para o e-mail do secretário, o

avaliação preliminar, um valor de resistividade

engenheiro Hélio Eiji Sueta, sueta@iee.usp.

do solo aproximado. Para fins da ABNT NBR

br, com as seguintes informações:

5419: 2015, este valor aproximado para cima,

os

diversos

profissionais

pode oferecer subsídios para definição de • Nome, empresa e e-mail do profissional

outros parâmetros, de preferência, a favor da

que fez o estudo;

segurança (configuração do subsistema de

• Local da medição (endereço, com CEP,

aterramento e especificação de DPS).

cidade e estado); Figura 2 – Mapa de condutividade do solo para MF.

• Aparelho utilizado na medição;

*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e

• Programa utilizado para a estratificação

secretário da CE-003.064-10.


68

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Considerações sobre o SPDA externo Este texto tem o objetivo de ajudar o

2. Através dos procedimentos ali existentes

uma associação entre eles. Parte 3 da ABNT

leitor a melhorar a qualidade do projeto, da

são calculados e analisados os riscos e

NBR 5419.

instalação ou da inspeção de um sistema

a necessidade da existência, ou não, da

externo

descargas

proteção. Não devemos esquecer a escolha

atmosféricas, aquele segmento da proteção

do nível (classe) de proteção para cada

contra

(PDA)

estrutura, pois o mesmo é fundamental para

constituído pelos subsistemas de captação,

o andamento de todo o processo. Este item

A distribuição dos condutores de descida deve ser executada prioritariamente nos cantos das estruturas.

descida e aterramento, que trata a parte 3 da

deve ser condicionado às leis estaduais ou

ABNT NBR 5419.

municipais.

ocorrência de raios a concentração das cargas

Não

de

proteção

descargas

será

contra

atmosféricas

tratada

a

utilização

elétricas é maior nos cantos das estruturas, o

de

componentes naturais do SPDA, assunto a ser desenvolvido oportunamente.

Todo SPDA deve ser precedido de um estudo para determinar a necessidade de sua existência.

Quando há condições favoráveis para a

É sempre mais eficiente o método de cálculo para escolha do subsistema de captação quando são previamente consideradas a topologia da estrutura e a geometria dos telhados e coberturas.

que aumenta consideravelmente a chance de

A escolha pode ser feita entre o método

tempo. Depois de instaladas as descidas nos

o impacto desse raio ocorrer nesses pontos. Posicionar aí uma descida implica aumentar a capacidade de escoamento da corrente elétrica impulsiva em um menor intervalo de

Na ABNT NBR 5419, esta consideração

do ângulo de proteção (Franklin), o método

cantos da estrutura, as descidas excedentes,

pode ser executada com base na análise e no

das malhas (Faraday), o método da esfera

se houverem, devem ser distribuídas de forma

gerenciamento de risco, presentes na parte

rolante (modelo eletrogeométrico), ou ainda

equidistante ao longo do perímetro dessa


69

fica condicionada ao tipo de recobrimento,

estrutura. Parte 3 da ABNT NBR 5419.

que deve ser com camadas de zinco por

O anel intermediário que une as descidas é importante no desempenho do SPDA.

imersão (galvanização a quente). Todos os

É importante mencionar que a união de

Sua principal função é a de redistribuir as

metais mencionados devem suportar os esforços mecânicos inerentes à instalação.

correntes elétricas que estejam trafegando

materiais

diferentes

pelos condutores de descida do SPDA.

alumínio,

etc.)

Quando

esse

favorável ao aparecimento da corrosão

condutor horizontal deve interligar todas as

eletrolítica através do par galvânico formado.

descidas. O anel deve estar posicionado

Nesses casos, a dica é que sejam utilizados

a partir do piso em intervalos mostrados na

conectores bimetálicos ou que um dos

Tabela 4 da parte 3 da ABNT NBR 5419.

materiais seja recoberto por uma camada de

instalado

corretamente,

(cobre/aço,

proporciona

cobre/

condição

estanho. Há diversas referências na Tabela 5

O eletrodo de aterramento deve constituir, no mínimo, um anel formando um laço eletricamente fechado no entorno da estrutura e deve ter utilização única para cada estrutura.

O dimensionamento do comprimento do

da parte 3 da ABNT NBR 5419.

Conexões devem ser executadas e mantidas de forma segura e duradoura. Todas as conexões mecânicas só podem ser abertas através da utilização de ferramenta adequada.

eletrodo de aterramento está diretamente

São

ligado à resistividade do solo e ao nível

(através de conectores ou fixadores) e

de proteção adotado para o SPDA. Se

soldadas. Dependendo do material utilizado

analisarmos a Figura 3 da parte 3 da ABNT

e do local, a execução de solda elétrica

NBR 5419, veremos que, em qualquer

é possível, embora o procedimento mais

caso, o menor comprimento de um eletrodo

comum seja a utilização de solda exotérmica.

de aterramento permitido é de 5 m, o que

Lembrar que conexões enterradas devem ser

descarta qualquer possibilidade de se ter uma

soldadas.

admitidas

conexões

mecânicas

única haste enterrada por descida para cumprir

elementos que necessitem ser aterrados, por

Ligações equipotenciais para redução de tensão devem ser executadas da forma mais curta e reta possível.

exemplo: instalações elétricas de energia e

de sinal, SPDA, tubulações metálicas, etc. Ver

regra específica para este procedimento.

5.1.3 da ABNT NBR 5419.

Há apenas a possibilidade das interligações

essa função. Uma vez construído o eletrodo de aterramento, este deve atender a todos os

A ABNT NBR 5419 não possui uma

diretas, realizadas com condutor metálico

As peças que compõem um SPDA devem ser compostas de materiais normalizados. Medidas para minimizar a corrosão de qualquer origem devem ser consideradas.

e das indiretas quando é utilizado um

as indutâncias que surgirão devidas à

Cobre, aço e alumínio são exemplos de

dispositivo de proteção contra surto (DPS) ou um de seus componentes (comumente um centelhador) para fazer a conexão entre dois pontos. A dica é sempre tentar minimizar

materiais que constam da Tabela 5 da parte

interligação.

3 da ABNT NBR 5419 e que são usualmente

Ao considerar os itens apresentados, o leitor

utilizados na instalação do SPDA. O

contribuirá para a melhoria do SPDA externo

alumínio tem uso restrito aos subsistemas de

e, consequentemente, minimizando os riscos

captação e de descida, a utilização do aço

a ele relacionados.


NR 10

70

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Resumo da ópera...

Era com essa expressão que nosso

colega e amigo Marcelo Paulino anunciava a conclusão de suas brilhantes palestras

treinamentos obrigatórios mencionados

forma genérica, editou em 25/01/16

em normas regulamentadoras.

a Nota Técnica Nº 79, restringindo a

Como acontece em todos os ramos atividades

de

era convidado. Sempre alegre, sempre

modalidades, surgiram práticas ilegais de

contente, sempre sorrisos, Paulino, em sua

fornecer certificado de treinamentos que

simplicidade e modéstia, escondia uma

não aconteceram. Esses desvios levaram

Conclusão

rara competência. O amigo nos deixou

ao questionamento sobre a validade de

Apesar

de

apenas fisicamente. Seu brilhantismo,

certificados de cursos na modalidade

importância

da

alegria e camaradagem estará sempre

EAD

tecnologias

para

entre nós.

auditores fiscais passaram a não aceitar

trabalhadores,

por

nas

mais

consequência,

variadas

modalidade presencial, que conclui nos

no CINASE e nos vários eventos que

e,

e

aceitação de treinamentos apenas na

alguns

seguintes termos:

reconhecermos aplicação a

todos

de

capacitação os

a

novas de

treinamentos

Ao estabelecer a necessidade de um

tais certificados, o que motivou consultas

nas NRs foram concebidos para ocorrer

treinamento para profissionais da área

formais ao Ministério do Trabalho e

na modalidade presencial. Não podemos,

elétrica, visando aspectos de segurança

Emprego que, tratando o assunto de

dessa forma e nesse momento, manifestar

para os trabalhadores, a NR 10 deixou claro que esses treinamentos eram destinados a profissionais previamente qualificados ou capacitados, o que significa serem profissionais da área elétrica. O glossário da NR 10 define o que é habilitado, qualificado

e

capacitado.

Pois

bem,

embora seja obrigação das empresas fornecer esses treinamentos, moldados de acordo com suas realidades, surgiu um nicho de mercado com empresas especializadas fornecendo treinamentos de conteúdo genérico atendendo ao rol de assuntos indicado na norma. Ocorre que algumas empresas de treinamento avançaram e passaram a utilizar os recursos

ou

metodologia

de

ensino

a distância (EAD) para esse e outros

Informações disponíveis em www.mte.gov.br


71

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

autorização para que qualquer tipo de capacitação em segurança e saúde no trabalho ocorra na modalidade a distância, pelo menos até o esgotamento do debate e definição de critérios que diferenciem os

conteúdos

que

necessariamente

precisem ser ministrados na modalidade presencial. Não

podemos

treinamento

esquecer

mencionado

que

na

NR

o 10

não é de capacitação e menos ainda de qualificação. Também não se deve olvidar

que

empresas

que

possuem

colaboradores distribuídos por todo o território nacional, ou parte dele, e que produzem e ministram seus próprios treinamentos e avaliação com a seriedade que o assunto merece, foram colocadas na mesma bacia que as fraudadoras e ficaram impedidas de manter treinamentos e atualizações com a metodologia EAD, ainda que parcialmente.

Essa prática é comparável a proibir

a

circulação

de

pessoas

em

uma

determinada rua porque nessa rua há muitos assaltos!

Mas o que não se entende é que,

em 6 de julho de 2017, o MTE publicou a Portaria 872, aprovando as diretrizes para utilização de EAD para capacitação (SIC), prevista na NR 20, mas não se manifestou sobre Nota Técnica 79 e nem sobre os outros treinamentos (que nem são de capacitação) e, agora, menos de dois anos depois, em 21 de novembro de 2017, o Ministério do Trabalho e Emprego anuncia

e

alardeia

um

amplo

de

trabalhadores

que

estabeleceu

de

qualificação

programa em

vários

ramos

de atividade (50 cursos) e, pasmem, através da internet, com fornecimento de certificados e tudo mais.

Será que, ao menos por coerência, a

Nota Técnica 79/2016 vai ser cancelada e substituída por uma decisão mais aceitável? Parodiando o saudoso amigo Paulino: “Resumo da ópera: não dá para entender essa quizomba”.


Redes subterrâneas em foco

72

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa RDS Brasil | daniel.bento@rdsbrasil.com

Energia dos ventos apresentar baixo custo de manutenção.

seguindo as boas práticas de segurança

a ser a 7ª maravilha no ranking da geração

Considerando que cerca de 80%

deve ser realizada com a rede desligada,

eólica mundial.

dos

estão

o que causaria a interrupção da geração

Nos últimos dez anos, partimos de

localizados próximos ao mar, a utilização

por alguns dias. Isto somado ao custo da

um parque instalado quase insignificante

da rede coletora aérea vai na contramão

lavagem culminaria em uma conta bem

para uma capacidade de mais de 12 GW.

desse propósito.

salgada (perdoem o trocadilho). Fazendo

Excelente trabalho!

um cálculo simples, este custo pode

Para quem não está familiarizado com

fazem com que os isoladores da rede tenham

chegar facilmente a R$ 1 milhão por ano.

a geração eólica, vale um breve resumo:

sua condição dielétrica prejudicada devido

cada aerogerador possui potência próxima

à salinidade oriunda do mar. Tal situação

eólico de 30 anos, esse prejuízo financeiro

a 2 MW, tensão de geração de 0,6 kV

resulta em redução da isolação, provocando

ano após ano consumiria todo o “Save”

(pequenas variações entre fabricantes) e

desligamentos

disso,

que foi obtido na construção do parque,

possui um transformador que eleva para

provoca

elétricas

quando foi decidido pela construção da

34,5 kV. A energia gerada é escoada

que, com o passar do tempo, danifica os

rede coletora na forma aérea.

através de uma rede elétrica (rede coletora)

isoladores, fazendo com que eles precisem

Vale destacar que, para se auferir

que chega até a subestação que eleva a

ser substituídos de forma precoce.

dos benefícios da rede subterrânea, é

tensão para conexão ao sistema elétrico.

Estudos

falhas

importante que o projeto e a construção

Portanto, a energia gerada por todos os

apontam que a rede aérea falha nove

sejam muito bem feitos, seguindo padrões

aerogeradores que compõem o parque

vezes mais que as redes subterrâneas,

de excelência e qualidade, caso contrário,

eólico tem que passar pela rede coletora.

considerando

esse tipo de rede também apresentará

Os ventos sopraram e levaram o Brasil

parques

eólicos

nacionais

As condições ambientais nessa região

indesejados.

pequenas

sobre

que

Além

descargas

índice

estes

de

índices

são

Considerando a vida útil do parque

Se consideramos os custos de um

validos para cidades, quando projetamos

problemas.

parque eólico por Pareto (80/20), a rede

para os parques eólicos perto do mar, a

O

coletora será um item que não deve ser

percepção é que esta relação seja maior.

implantar redes subterrâneas não deve

investido muitos recursos, tendo em vista

Vamos estimar, por exemplo, que um

ser um problema, basta imaginar os

seu baixo valor, pois seu custo é de 2%

parque eólico de 100 MW gera por dia

parques eólicos que existem pelo mundo

a 3% de todo o custo de construção do

960 MWh, considerando um fator de

localizados no mar (offshore) que se

parque. Considerando a criticidade, ou

geração de 0,4. Um dia deste parque

utilizam totalmente de rede coletora feita

seja, alto impacto na geração em caso de

parado ao preço médio de R$ 180/MWh

por cabos isolados ou ainda o segmento

falha, aí a coisa muda, sem dúvida, a rede

corresponde a uma receita perdida de

de distribuição no Brasil que utiliza redes

coletora será um dos itens listados.

quase R$173 mil.

subterrâneas há mais de 100 anos.

Nos

conhecimento

técnico

para

brasileiros

Para minimizar os problemas com

existem redes coletoras construídas de

alta salinidade, alguns parques eólicos

média tensão custando menos de 5% do

forma subterrânea e também aérea. A

se veem na situação de ter que lavar a

total do parque, instalar redes aéreas onde

infraestrutura de qualquer usina de geração

rede elétrica periodicamente para evitar

é possível instalar redes subterrâneas é

de energia elétrica deve ser confiável e

esse problema. A lavagem da rede aérea

economizar no cafezinho.

parques

eólicos

Tendo em vista que a rede coletora de


Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

73

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br

Barramentos blindados – alumínio ou cobre? Eis a questão!

Nas andanças pelo Brasil, notadamente

trifásico com neutro (seção do neutro

restrições ao uso do alumínio presentes

nas etapas do CINASE neste ano, uma

100% da seção de fase), temos as

na ABNT NBR 5410:

questão que tem sido recorrente entre

seguintes grandezas envolvidas: alumínio

os participantes desse evento, em função

deverá ser construído com barras de

- Em 6.2.3.8.3, temos a proibição do uso de

da popularização da aplicação de linhas

seção

condutores em alumínio para instalações

elétricas

consequentemente,

pré-fabricadas,

barramentos

transversal

de

150x6,45mm,

temos

por

fase

BD4, que versa sobre as condições

10,45kg/m

e,

de fuga das pessoas em emergências,

156,72/m

de

restringindo o uso do alumínio em áreas

O alumínio tem uma resistividade

barramento blindado. De forma análoga,

comuns e de circulação em edificações

ρ (2.82×10 -8 Ω.m a 20 °C), enquanto o

para a construção de um condutor de

de atendimento ao público de grande

cobre tem resistividade ρ (1.72×10

-8

1600 A trifásico com neutro (seção do

altura ou em hotéis, hospitais, etc. Locais

Ω.m a 20 °C) , ou seja, o alumínio tem

neutro 100% da seção de fase), temos

de grande afluência de público de maior

resistividade 63% maior que a do cobre,

as

envolvidas:

porte (shoppings centers, grandes hotéis,

o que significa que a seção do condutor

cobre deverá ser construído com barras

hospitais, estabelecimentos de ensino

de alumínio será 60% maior do que a do

de seção transversal de 111x6,45mm,

ocupando diversos pavimentos de uma

cobre.

consequentemente,

edificação, etc.) e ou edificações não

6,372kg/m,

blindados ou busways. A questão é: devo

2,612kg/m,

usar barramento de alumínio ou de cobre?

consequentemente,

Entretanto, o cobre é mais pesado,

totalizando

seguintes

R$

grandezas

temos

totalizando

por

fase

25,49kg/m

e,

739,15/m

de

R$

residenciais

com

alta

densidade

de

ocupação e altura superior a 28 m (Tabela

visto que o alumínio tem densidade menor

consequentemente,

do que o cobre. Como exemplo, uma barra

barramento blindado.

de alumínio de 100x6,45mm de seção

transversal pesa 1,742kg/m, enquanto a

de linhas pré-fabricadas, utiliza-se o fator

mesma seção transversal em cobre pesa

de queda de tensão ou fator “k”, que será

as normas de referência para o produto,

5,741kg/m.

de 0,0061V/100 m.A para o condutor em

que são a ABNT NBR IEC 60439-2 para

Adicionalmente, temos um preço de

cobre, enquanto será de 0,0079V/100m.A,

construção do produto, a ABNT NBR

mercado bastante diverso entre os metais

ou seja, a queda de tensão será 29,51%

16019 para condições de instalação de

em epígrafe. Enquanto o cobre eletrolítico

superior nos condutores em alumínio.

barramentos blindados e a ABNT NBR

está

21 da NBR-5410:2004).

Em última análise, para dimensionamento Assim sendo, vale a pena consultar

R$

Assim sendo, a escolha deve ser

5410 para o conjunto da instalação

29/kg, a liga de alumínio AL-6101 é

feita a partir do projeto de utilização do

elétrica de baixa tensão, de modo a

encontrada

barramento, analisando cada instalação

definir todas as diretrizes cabíveis ao uso

individualmente e suas particularidades

que o leitor pretende dar ao barramento

de uso e características físico-químicas

blindado e, então, fazer suas contas para

do ambiente da instalação.

estabelecer a relação custo x benefício

custando

aproximadamente

por

aproximadamente

R$

15,00/kg. Assim,

como

exemplo

prático,

podemos traçar um paralelo. Para a construção de um condutor de 1600 A

Cabe

ressaltar

aqui

algumas

para o uso do cobre ou do alumínio.


74

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Medições elétricas e as tomadas de decisões

A exemplo das medições nas outras

O campo das suposições deixa de existir e as

instalados por período adequado de tempo;

áreas de engenharia e, mesmo em outras

causas são normalmente descobertas com

especialidades da ciência, as medições das

equipes de engenharia de campo treinadas

e verificação em projetos de eficiência

variáveis elétricas com outras complexidades

(e isso é fundamental). Relatórios de medição

energética conforme protocolos internacionais

servem para os mesmos objetivos das

sem clara exposição das ocorrências não

e bem estruturados como o PIMVP, por

primeiras: tomar decisão na avalição de

tem fundamento. Os principais campos

exemplo, podem utilizar também instrumentos

riscos e redução de custos. Assim como na

de aplicação de sistemas de medição em

portáteis instalados por períodos definidos;

mecânica de precisão e na microeletrônica,

instalações são relacionados a:

são utilizados instrumentos de precisão

Medição de consumo de energia e tarifas:

avaliação acurada da qualidade da energia

em função da necessidade de aplicação

os mais conhecidos medidores são aplicados

em períodos definidos com instrumentos

(os

Avaliação de programas de medição

Outras

situações

consideram

uma

digitais

possuem

na medição do consumo de energia, e outras

portáteis ou em regime “full time” com

entre

terminais

variáveis

como

instrumentos que se incorporam em definitivo

de componentes de 14 nanômetros); na

demanda e energia reativa. Novos modelos

às instalações e se integram as rotinas de

medicina também se utilizam poderosos

de contratação e regras de mercado exigem

operação das instalações e este é o ponto a

microscópios para identificação de partes

avanços tecnológicos destes medidores

ser aqui tratado.

e organismos que devem ser analisados e

como os bidirecionais e aqueles com

sofrerem intervenções.

algumas informações sobre qualidade de

Não se trata de matar mosca com tiro

energia. Por envolvimento direto em tarifas

elétricas nas instalações elétricas industriais,

de canhão, mas utilizar tecnologia com boa

e cobranças, estes requerem aprovação de

grandes prédios comerciais, shoppings,

relação de custo-benefício em situações que

órgão fiscalizador, no Brasil o Inmetro;

hospitais, data centers e outros possuem

requerem ações de melhoria e adequação.

variáveis

características diferentes de barramento

Tomada de decisão sem claras evidências

elétricas são fornecidas por instrumentos

para barramento. De acordo com uma das

podem incorrer, no mínimo, em investimentos

que apresentam leituras simples em telas de

mais conhecidas definições de qualidade da

mal aplicados. Não são toleradas ocorrências

painéis com simples aplicação e verificação

energia, os fenômenos são característicos

sem causas, sem explicações e principalmente

instantânea sem características de analise de

de cada local (barras), cada instante (ciclo

que se possa evitar a recorrência. Nesta linha

variações na base do tempo;

a ciclo) e em cada sistema de potência

de raciocínio, os instrumentos de medição de

Avaliação periódica de comportamento

(cada instalação tem um comportamento

variáveis elétricas têm se viabilizado e trazem

de carga e tensões em regimes permanentes

específico). Em outras palavras, uma análise

a possibilidade de o usuário em campo

sem compromisso com a qualidade da

adequada em uma instalação determinada

conhecer em pouco tempo as causas de má

energia em período longo de integração

não se limita à instalação de medidor na

operação de parte da instalação, por exemplo.

são fornecidas por instrumentos portáteis

entrada de energia, a menos que se deseje,

processadores

internamente

distância

associadas

Leituras

a

cobrança

instantâneas

de

Há de se considerar que as variáveis


75

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

por exemplo, aferir unicamente o faturamento ou a qualidade da energia entregue pela distribuidora. Pelo contrário, refere-se a uma rede de informações apropriada de onde se possa consultar o comportamento das variáveis elétricas nos principais barramentos e, a cada instante, associando as diversas informações

de

forma

conveniente

de

forma a concluir o que estaria ocorrendo e solucionando os problemas. Em análise de longo prazo, normalmente, com instrumentos fixos e de alta precisão, são passíveis de identificação as ocorrências de variações de tensão de curta duração (VTCD), e qual a sua origem, ilustrada na Figura 1, que podem ser: ressonâncias harmônicas, má operação

Figura 1 – Ocorrência de VTCD de origem externa com impacto na operação de cargas.

de fontes redundantes, atuação intempestiva de dispositivos de proteção, identificação

Estas redes de informação são realidade

instalações com grau adequado de certeza e

de cargas com comportamentos atípicos,

em instalações de alta responsabilidade

aplicação dependerão de uma avaliação dos

ocorrências de má operação em filtros

em

confiabilidade

benefícios no aumento da confiabilidade na

e

capacitores,

identificação

de

que

desempenho

e

fontes

de operação de cargas atendidas são

operação e redução de custos de buscas de

de alimentação inadequadas, e outras

primordiais. As tomadas de decisão das

soluções corretivas, um grande desafio, mas

anomalias.

ações

com excelentes resultados.

corretivas

e

investimentos

nas


76

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS: PANORAMA E RETROSPECTIVA “EX” 2017 Ao longo de 2017 foram realizados no Brasil

atualização das respectivas normas técnicas

edição da ABNT NBR IEC 61892-7

e em diversos outros países do mundo muitas

brasileiras da série ABNT NBR IEC 60079, de

- Unidades marítimas fixas e móveis -

ações envolvendo o setor de equipamentos

forma a manter a devida equivalência com as

Instalações elétricas - Parte 7: Áreas

e instalações elétricas e mecânicas em

atuais edições das normas internacionais.

classificadas, elaborada pela Comissão de

áreas classificadas, sob o ponto de vista de

Foram realizadas por estas comissões

Estudo CE 003.018.001 do Cobei. Esta

segurança durante o ciclo total de vida deste

mais de 50 reuniões ao longo de 2017, tanto

norma tem como base a ABNT NBR IEC

tipo de instalações industriais “Ex” contendo

no Cobei como nos escritórios das empresas

60079-14.

atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou

e entidades representadas. Foi publicada

de poeiras combustíveis. São relacionadas a

pela ABNT ao longo de 2017 a nova edição

séries ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR

seguir algumas destas ações mais significativas.

da seguinte Norma Técnica Brasileira sobre

ISO/IEC 80079 (Equipamentos mecânicos

atmosferas explosivas:

Estas normas adotadas no Brasil das

ABNT NBR IEC

“Ex”) são idênticas em conteúdo técnico,

1. ATUALIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS SOBRE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

60079-6: Tipo de proteção Ex “o” - Imersão

estrutura e redação e sem desvios técnicos

em óleo.

nacionais em relação às respectivas normas

Foram também publicadas em 2017 as

internacionais da IEC, elaboradas pelo TC-31

No âmbito internacional, foram revisadas e

“erratas” das normas ABNT NBR IEC 60079-

da IEC. O Brasil é um membro participante,

atualizadas em 2017 pelo TC-31 (Equipment

11 (Segurança intrínseca – Ex “i”) e ABNT NBR

com direitos e deveres de apresentar

for explosive atmospheres), com a participação

IEC 60079-17 (Inspeção e manutenção de

comentários para a melhorias das normas e

dos 49 países representados, incluindo o

instalações elétricas em atmosferas explosivas).

participar do processo de revisão, atualização,

Brasil, as novas edições das seguintes normas

votação e aprovação. Mais informações sobre

técnicas sobre atmosferas explosivas: • IEC 60079-13: Proteção de equipamentos por ambiente pressurizado “p” e ambiente artificialmente ventilado “v”; • IEC 60079-7 (Emenda 1): Proteção de equipamentos por segurança aumentada “e”; • IEC 60079-46: Conjunto de equipamentos pré-montados.

2. ATUALIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS SOBRE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

No âmbito nacional do Cobei e da ABNT,

as seis Comissões de Estudo do Subcomitê SC-31 trabalharam para a elaboração e

Foi ainda publicada em 2017 a nova


77

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

as NBRs “Ex” estão disponíveis em: http://

desenvolvidas desde a década de 1950.

de revisão e atualização de normas técnicas

cobei-sc-31-atmosferas-explosivas.blogspot. com.br

3. PUBLICAÇÃO DE NOVA NORMA PETROBRAS SOBRE CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS

nestas reuniões do TC 31 da IEC os trabalhos

4. PRIMEIRO CERTIFICADO IECEX PARA EQUIPAMENTO “EX” NACIONAL EMITIDO POR ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO BRASILEIRO

internacionais relacionadas com equipamentos

Foi emitido em 14/03/2017 o primeiro

em atmosferas explosivas provenientes de

e instalações em atmosferas explosivas.

Estas reuniões do TC 31 da IEC contaram

com a presença de centenas de especialistas

Foi publicada em 03/02/2017 a norma

certificado de conformidade IECEx para

dezenas de países. Foram discutidos nestas

Petrobras N-2918 – Atmosferas explosivas

equipamentos “Ex” nacionais por parte de um

reuniões assuntos referentes à atualização de

– Classificação de áreas. Esta norma fixa

organismo de certificação brasileiro. Trata-se

diversas normas técnicas internacionais das

os requisitos mínimos necessários para a

do certificado IECEx NCC 17.0001, emitido

séries IEC 60079 & ISO/IEC 80079, nas quais

elaboração de estudos de classificação de

pela NCC Certificações do Brasil para uma

são baseadas as respectivas normas técnicas

áreas em instalações marítimas e terrestres.

das linhas de caixas de terminais com o tipo

brasileiras adotadas das Séries NBR IEC

Estes requisitos são aplicáveis, para

de proteção Ex “e” (segurança aumentada)

60079 & NBR ISO/IEC 80079, publicadas

utilização em todas as instalações do Sistema

fabricadas pela Tramontina Eletrik.

pela ABNT.

Petrobras, onde gases e líquidos inflamáveis

A NCC Certificações do Brasil foi o

ou poeiras combustíveis são produzidos,

primeiro Organismo de Certificação “Ex”

processados, manuseados, armazenados,

brasileiro (ExCB) acreditado pelo IECEx, em

transportados e submetidos a operações de

2011, no sistema internacional de certificação

carregamento e descarregamento.

de equipamentos elétricos “Ex”.

Esta norma refere-se a estudos de

6. REUNIÕES OPERACIONAIS DOS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DO IECEX NO REINO UNIDO Foram realizadas entre os dias 08 e

5. REUNIÕES DO TC-31 DA IEC EM SIDNEY E EM VLADIVOSTOK

10/05/2017, nas instalações do SIRA, na

das principais finalidades as atividades de seleção, especificação e aplicação dos

Foram realizadas em 03/2017, na cidade de

reuniões operacionais do IECEx - Sistemas

equipamentos,

materiais

Sydney, na Austrália e em 10/2017, na cidade de

de Certificação da IEC para o ciclo total de

elétricos, de instrumentação, eletrônicos, de

Vladivostok, na Rússia, as reuniões de Grupos

vida das instalações elétricas e mecânicas

telecomunicações e mecânicos “Ex”.

de Trabalho e Plenárias do Comitê Técnico

atmosferas explosivas.

Esta nova norma Petrobras N 2918

TC 31 (Equipment for explosive atmospheres)

representa

da

Electrotechnical

outros assuntos, as ações para a atualização e

experiências existentes na companhia nesta

Commission). O TC-31 da IEC foi criado em

o aperfeiçoamento dos sistemas internacionais

área de especialidade relacionada com

1948 e conta atualmente com a participação de

sobre certificação de empresas de prestação

atmosferas explosivas, as quais vêm sendo

49 países, inclusive o Brasil. Foram realizados

de serviços “Ex”, de competências pessoais em

classificação de áreas, que têm como uma

dispositivos

uma

e

consolidação

das

IEC

(International

cidade de Chester, no Reino Unido, as

Foram discutidas nestas reuniões, dentre


78

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

atmosferas explosivas e de equipamento “Ex”.

(Brasil):

pe.xsp?v=p

Estas reuniões contaram com a presença

http://iecex.iec.ch/iecex/exs.nsf/ex_

de mais de 50 especialistas em atmosferas explosivas, representantes de 13 países, incluindo

a

Delegação

Brasileira

com

membros representantes do Subcomitê SC IECEx BR do Cobei.

MINISTRADOS PELO SENAI/SANTOS E SENAI/MAUÁ

Foram ministrados por escolas técnicas do

9. NOVOS CERTIFICADOS INTERNACIONAIS IECEX OBTIDOS POR FABRICANTES BRASILEIROS DE EQUIPAMENTOS “EX”

Senai novos treinamentos teóricos e práticos

Foram

sobre

IECEx

Foi realizado no dia 03/05/2017, no

diversos

internacionais

de

novos

certificados

conformidade

explosivas

diretamente

de competências pessoais “Ex” do IECEx.

Foram emitidos em 2017 pelo Sistema

7. PRIMEIRO ENCONTRO ANUAL SOBRE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS DO SUBCOMITÊ SC IECEX BR DO COBEI

atmosferas

relacionados com as unidades de certificação realizados

pelo

Senai/Santos

em 2017 diversos treinamentos teórico e

para

prático com carga horaria de 12, 32, 40 e

equipamentos “Ex” produzidos por fabricantes

60 horas abordando especificamente as

brasileiros:

atividades relacionadas com as Unidades

Auditório do Senai de Mauá (SP), o 1º

Ex 001 (Aplicação dos princípios básicos

Encontro Anual sobre Atmosferas Explosivas

• A Sermatex obteve certificação IECEx para a

de proteção em atmosferas explosivas) e Ex

do Subcomitê SC IECEx BR do Cobei.

sua linha de fotocélulas “Ex”, com marcação Ex

005 (Reparo e revisão de equipamentos com

Além

db IIC T6 Gb;

tipos de proteção “Ex”), Ex 003 (Instalação

da

apresentação

de

diversas tema

• A Gevisa recebeu certificações IECEx para

de equipamentos com tipos de proteção

“Atmosferas explosivas”, este 1º Encontro

linhas de motores e geradores verticais e

“Ex” e respectivos sistemas de fiação) e

Anual “Ex” contou também com uma mesa

horizontais com tipo de proteção segurança

Ex 004 (Manutenção de equipamentos em

redonda intitulada “O ciclo total de vida das

aumentada, com marcação Ex ec IIC T3 Gc;

atmosferas explosivas), Ex 007 (Execução de

instalações em atmosferas explosivas”, onde

• A Weg obteve certificação IECEx para linha

inspeções visuais e apuradas de instalações

foram respondidas as perguntas feitas pelos

de motores de indução com marcação Ex db eb

em atmosferas explosivas) e Ex 008 (Execução

participantes da plateia, bem como foram

IIB ou IIC T4 Gb e Ex tb IIIC T125 ºC Db, para

de inspeções detalhadas de instalações em

feitos esclarecimento gerais de informações

linha de caixas de terminais do tipo segurança

atmosferas explosivas).

envolvendo o tema “Ex”.

aumentada (Ex “eb”) e para linha de motores e

Foi

geradores pressurizados Ex “pzc” ou Ex “pyb”;

07/2017, um treinamento teórico e prático

tiveram a oportunidade de conhecer as

• A Sense obteve certificação IECEx para

com carga horária de 20 h, abordando as

instalações dos Laboratórios de Instalações

uma linha de linha de equipamentos para

atividades relacionadas com as Unidades de

Elétricas e de Instrumentação “Ex” do Senai

monitoração e gerenciamento de válvulas de

Competências Pessoais Ex 000 e Ex 001.

de Mauá, o qual conta com oito “baias” de

processo com marcação Ex nA IIC T6 Gc e Ex

treinamentos teóricos e práticos sobre as

tc IIIB T85 ºC Dc;

atividades de seleção de equipamentos,

• A ACE Schmersal do Brasil obteve

montagem, inspeção, manutenção e reparo de

certificação IECEx para uma linha de blocos

equipamentos “Ex”.

de contatos com marcação Ex db eb IIC Gb e

11. SEGUNDA TURMA DO CURSO SOBRE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS PELA USP/POLI EM SANTOS

palestras

relacionadas

com

o

Após a mesa redonda, os participantes

realizado

pelo

Senai/Mauá

em

Ex db eb I Mb;

Foram realizadas entre os meses de

8. NOVOS CERTIFICADOS INTERNACIONAIS IECEX SOBRE COMPETÊNCIAS PESSOAIS “EX” EMITIDOS PARA PROFISSIONAIS BRASILEIROS

• A Tramontina obteve certificação IECEx para

junho e setembro de 2017 treze aulas

linhas de bujões de vedação com marcação Ex

semanais, entre as 18h00 e 21h00, sobre o

eb IIC Gb IP66.

tema “Instalações Elétricas em Atmosferas

Foram emitidos ao longo de 2017, dentro

Até o 11/2017 haviam sido obtidos

em Engenharia de Minas e Petróleo da USP/

do sistema IECEx, seis novos certificados

por fabricantes brasileiros um total de 80

POLI, em Santos.

internacionais de competências pessoais

Certificados de Conformidade (ExCoC), 83

A ementa do treinamento encontra-se

em atmosferas explosivas, emitidos para

Relatórios de Ensaios (ExTR) e 69 Relatórios

disponível no catálogo de disciplinas da USP

profissionais brasileiros.

de Avaliação da Conformidade (ExQAR). Estes

(Sigla PMI5923):

Explosivas”, no programa de pós-graduação

Oito certificados, para um total de 15

totais não incluem documentos IECEx obtidos

https://uspdigital.usp.br/janus/

Unidades de Competências Pessoais “Ex”

por fabricantes brasileiros especificamente

componente/catalogoDisciplinasInicial.

emitidos pela UL do Brasil para profissionais

para fábricas em outros países.

jsf?action=3&sgldis=PMI5923

brasileiros, estão disponíveis para acesso público no sistema online de certificação do IECEx. A pesquisa pode ser feita pelo campo ExCB (ULBR) ou pela localização

As demais ações envolvendo o setor

10. NOVOS TREINAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS EX 000, EX 001, EX 003, EX 004, EX 005, EX 007 E EX 008

de equipamentos e instalações elétricas e mecânicas em áreas classificadas serão publicadas na próxima edição.


79

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Led para economizar energia pública

A conta de luz preocupa a população.

A cada aumento, as famílias buscam alternativas para diminuir o preço da conta, como diminuir o tempo do banho, trocar lâmpadas incandescentes por Led, substituir equipamentos com maior gasto de energia, entre outras. Mas, não é só a população que pensa nisso, as gestões públicas

têm

buscado

maneiras

de

também diminuir a fatura. Belo Horizonte, por exemplo, optou por substituir as

É importante ressaltar que, quando

produtos alternativos para diminuir gastos

lâmpadas a vapor de sódio por aquelas

colocamos em discussão os benefícios

e ajudar na preservação do meio ambiente

com tecnologias Led. Essa troca vai

do Led, devemos levar em consideração

é o fundamento para que cidadãos e

poupar em torno de R$ 25 milhões para

sua utilidade para todos os fins. Afinal, a

administrações públicas possam traçar

os cofres da capital mineira.

iluminação, seja ela pública ou privada,

novos rumos para o futuro da iluminação

Economizar é a palavra do século.

é essencial para garantir uma maior

pública e da privada. O próximo passo,

Talvez por isso o Led seja o mais cotado

qualidade de vida nos grandes centros

com certeza, poderia ser pensar na

no momento. Entre seus benefícios estão

urbanos. Em residências, é essencial para

trajetória

o baixo consumo de energia e vida útil

manter a organização do lar, pois sem luz

fabricação até seu descarte, para assim

longa, entre 20 mil e 50 mil horas, não

seria impossível fazer atividades como

contemplar não só a energia, mas também

emitir as radiações IV/UV, o que evita

estudar e cozinhar. Em vias públicas, atua

o que a provê.

danos à pele e o fator de não oferecer

como instrumento que permite a seus

risco de fogo, explosão ou eletrocussão.

habitantes desfrutarem do espaço público

Apesar das muitas vantagens, essa

a qualquer hora da noite. Além de estar

tecnologia possui um preço mais elevado

diretamente ligada à segurança pública,

que os outros tipos de lâmpadas. Porém,

diminuindo e prevenindo a criminalidade,

elas compensam quando a conta chega,

a iluminação facilita o tráfego ao servir de

já que a economia pode atingir 30%

orientadora para trajetos e pistas.

em relação às fluorescentes e 90%

em relação às incandescentes. Outro

desde a aprovação da legislação que

importante ponto é o fato de não possuir,

proíbe a fabricação e distribuição das

em sua composição, metais pesados,

lâmpadas

como o mercúrio e o chumbo, então

houve uma campanha na busca por

não há a necessidade de um descarte

alternativas. Com isso, um grande passo

específico,

foi dado para a economia de eletricidade.

Por Marlene Macedo, especialista em Led da

Procurar e pesquisar por energias e

Loja Elétrica.

como

acontece

lâmpadas fluorescentes.

com

as

das

lâmpadas

desde

sua

Por fim, é importante lembrar que,

incandescentes,

em

2010,


80

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Por José Rubens Macedo Jr.*

Tutorial Variações de tensão de curta duração – Parte 3 Exemplo de aplicação – Agregação de eventos

A Tabela 1 apresenta o registro de vários eventos individuais obtidos para um determinado ponto de monitoração, em um período de 30 dias

consecutivos, culminando em um total de 33 eventos. Tabela 1 – Registro de eventos individuais de VTCD em um determinado ponto de monitoração


81

O Setor Elétrico / Novembro de 2017

Como pode ser observado na Tabela 1, os 33 eventos individuais,

Tabela 4 – Estratificação dos eventos por região de sensibilidade

após as devidas agregações, resultaram em um total de apenas 11 eventos agregados a serem efetivamente contabilizados. De forma complementar, tem-se ainda que: (1) As agregações de fases foram realizadas com base no critério da união de fases; (2) Os eventos individuais 16 e 17 são consecutivos (e não simultâneos), de forma que foram considerados os critérios de agregação temporal para caracterização do evento agregado representativo dos mesmos; (3) A agregação dos eventos 18 a 26 foi realizada considerando-se inicialmente a agregação de fases para os conjuntos de eventos 18-20, 21-23 e 24-26. Com base nos resultados dessas agregações de fase, procedeu-se à agregação temporal dos três eventos resultantes, conforme mostrado no exemplo da Figura 5 (Parte 2 deste tutorial publicado na edição anterior);

Na sequência, o cálculo do Fator de Impacto é realizado utilizando-se

a equação (1), considerando-se os fatores de ponderação, assim como o FIBASE, indicados na Tabela 5.

(4) A agregação dos eventos 27-29 foi realizada conforme mostrado no exemplo da Figura 6 (Parte 2 do tutorial); (5) A agregação dos eventos 30-33 foi realizada conforme mostrado no exemplo da Figura 7 (Parte 2 do tutorial). Tabela 5 – Fatores de ponderação e Fator de Impacto Base de acordo com a tensão nominal

Exemplo de aplicação – Cálculo do fator de impacto

A Tabela 2 apresenta um resumo dos eventos registrados após as

agregações efetuadas no tópico anterior. Tabela 2 – Resumo dos eventos agregados

Considerando-se que o ponto de monitoração se refere ao ponto

de entrega de uma unidade consumidora atendida em média tensão, tem-se que FIBASE = 2,13. Assim, tem-se:

Na sequência, considerando-se os eventos agregados indicados

na Tabela 2, aloca-se a quantidade de eventos registrados em cada região de sensibilidade definida no módulo 8 do Prodist, conforme mostrado nas Tabelas 3 e 4.

Resultando, finalmente:

Tabela 3 – Estratificação dos eventos em função da duração e amplitude

Referências bibliográficas [1] ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição. Módulo 8, Qualidade da Energia Elétrica. Revisão 8. 2016. [2] IEEE PES. IEEE Guide for Voltage Sag Indices. IEEE Std 1564 -2014. [3] IEC – International Electrotechnical Commission. Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 4.30: Testing and measurement techniques – Power quality measurement methods. IEC 61000-4-30. Edition 2.0, 2008-10. *José Rubens Macedo Jr. é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Desenvolveu seu pós-doutorado nos Estados Unidos e é senior member no IEEE desde 2007. Atualmente, é professor da Faculdade de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


82

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O Setor Elétrico / Novembro de 2017

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Brametal 51 (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br

Fastweld (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

Cablena 71 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Flir 57 (15) 3238-8070 flir@flir.com.br www.flir.com.br

Chardon Group 59 (11) 4033-2210 wvalentim@chardongroup.com.br www.chardongroup.com.br

Fluke (11) 3530-8901 marketing@fluke.com.br www.fluke.com.br

Cinase 33 (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br

Gimi Pogliano 21 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

Clamper Fascículos e 23 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br 15

Cobrecom (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 4ª capa

Conexled (11) 2334-9393 www.conexled.com.br Crossfox 37 (11) 2902-1070 www.crossfox.com.br 3ª capa

42

Melfex (11) 4072-1933 contato@melfex.com.br www.melfex.com.br

31

Novemp 9 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

7

Paratec 69 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br

11

Hellermann Tyton (11) 2136-9090/ 4815-9090 vendas@hellermantyton.com.br www.hellermantyton.com.br 60

IFG (51) 3431-3855 www.ifg.com.br

Patola 35 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Rittal 61 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br Te Connectivity 43 (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy

63

Intelli (16) 3820-1614 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br 2ª capa

Itaim Iluminação (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br 17

D’Light (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br

Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br

Detector de raios 55 (51) 9.9988-0265 silveira@detectorderaios.com.br www.detectorderaios.com.br

Lukma Electric (17) 2138-5050 lukma@lukma.com www.lukma.com

45

Monter Elétrica 19 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

77

THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Trael 62 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Unitron 75 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br




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