Revista N_Especial Retomada_Out 2020

N

revista digital out_2020

ESPECIAL

RETOMADA

Niterรณi fez o DEVER DE CASA e se encontra cada vez mais prรณxima da normalidade

coming soon ...

EDITORIAL No fim de setembro, o número de pessoas mortas pelo Covid-19 ultrapassou UM MILHÃO DE PESSOAS no mundo todo. Muito se discute sobre a retomada, mas enquanto esse número de mortos só aumenta, e as vacinas não chegam, somos obrigados a focar na melhor maneira de retomar a vida, o trabalho, a educação.

Propomos, nessa edição, um olhar para a frente, continuando a tomar TODOS os cuidados para não nos infectarmos e consequentemente não infectar terceiros. Isso inclui não lotar praias nem bares, não deixar de usar máscaras, não se preocupar como vão ser os enfeites de natal na cidade, o reveillon e o carnaval.

Voltar ao trabalho SIM, mas com RESPEITO à vida.

A pandemia também atrasou a produção das edições, e nessa reta final do ano, a nossa revista terá três edições: Essa que você lê; a de novembro, que terá um especial sobre política; e a de dezembro, com um especial sobre o verão, como serão as praias ainda no isolamento, o que tem sido feito pra evitar novos deslizamentos de terra em encostas, e enchentes nas nossas ruas. Em janeiro ela volta a ser bimestral.

Nesta edição, os bons ventos da retomada trazem um Mercado Municipal tinindo de novo (onde esperamos que seja realmente um mercado voltado para o PRODUTOR, e não as mesmas cartas marcadas da cidade, com seus restaurantes todos iguais), uma nova Concha Acústica, uma livraria decente em Icaraí e, se não houver nenhuma surpresa, um novo Cinema Icaraí.

Não podemos parar por aí. A cidade urge se modernizar, e deixar de ser conservadora no mau sentido, como ainda é.

Fabiano Reis

Diretor de Conteúdo

N revista digital

Diretor de Conteúdo

Fabiano Reis

Gerente Administrativa

Cintia Nunes

Projeto gráfico & Diagramação

Folia de Reis Para anunciar:

(21) 99161 1820

L E I A A S E D I Ç Õ ES A N T E R I O R ES

www.issuu.com/revistan

POR UMA CIDADE ONDE NÃO EXISTA

ESGOTO

CORRENDO A CÉU ABERTO

M I X

NITERÓI GANHA UM SITE COMPLETO SOBRE A CIDADE

A seguir Niterói www.aseguirniteroi.com.br

O A SEGUIR NITERÓI chega numa época super bemvinda, onde a velha mídia da cidade fica cada vez mais para trás, com suas “notícias” comprometidas política e empresarialmente, comprometidas por interesses de A ou B, com aquela velha e ultrapassada forma de colocar em evidência alguém ou algo, e receber sempre em troca.

Construído pelos jornalistas moradores da cidade, Luiz Claudio Latgé e Silvia Fonseca, e pelo publicitário Wilson Pessoa, o site entra no ar sem suporte comercial, graças ao apoio de jornalistas e profissionais de diversas áreas que estimularam e colaboraram para viabilizar a proposta, confiantes na contribuição que uma plataforma de notícias e boas ideias pode oferecer.

www.crturismo.com.br

C O N H E Ç A

N I T E R Ó I

D E

U M

J E I T O

E S P E C I A L

O TOUR EM BICICLETAS é uma realidade em todo o mundo e não para de crescer, principalmente na Europa. A bicicleta usada como transporte para passeios turísticos tem inúmeras vantagens, como sustentabilidade, saúde, interação total com o ambiente, visão 360° e nos traz enorme facilidade para parar e contemplar, ou fazer fotos. Também nos permite alcançar distâncias que levariam muito tempo caminhando.

Nossa cidade tem um incrível cenário para essa prática e hoje conta com boas ciclovias e ciclofaixas. Nossos tours são conduzidos por profissionais qualificados e possuem um trajeto de beleza ímpar com a cidade do Rio de Janeiro ao fundo, passando por diversos pontos de interesse turístico, construções de importância histórica desde a época da colônia, império e início da república, até obras modernas e contemporâneas.

O retorno do turismo pós-pandemia será em locais próximos a residência, e nesse sentido, somos privilegiados. Temos uma grande área de mata atlântica preservada em nossa cidade, com diversas trilhas e belos mirantes naturais. Dentre essas trilhas, destacamos uma travessia que foi reaberta numa antiga rota usada por índios. Somos também a cidade do Brasil com maior número de praticantes de canoa havaiana - temos as águas calmas da Baia de Guanabara e um visual de tirar o fôlego!

Tel: 991237392 | 3620 5343

- Insta: @cr.turismo

M I X

PROJETO DO NOVO CINEMA ICARAÍ: PARA QUANDO? APROVADO EM ABRIL, e desde então sem mais notícias, o projeto de restauração do Cinema Icaraí terá uma sala de espetáculos com 300 lugares, que servirá para apresentações musicais, teatrais e da Orquestra Sinfônica da UFF, que será sediada no local. Esse espaço também poderá ser usado como cinema, aumentando a capacidade para 400 pessoas.

O Cine Icaraí terá mais duas salas de projeção, uma com 160 lugares e outra, menor, com 58. Terá um espaço para restaurantes e um terraço com vista panorâmica para a Praia de Icaraí.

A reforma do prédio terá a revitalização das fachadas originais, mas toda a estrutura interna será modernizada.

O Cinema Icaraí faz parte da memória afetiva de várias gerações de niteroienses, e torcemos para que esse projeto enfim saia do papel e das promessas.

Porque escolhi

Fernanda Piacentini Campo Mourão - PA

SOU DE CAMPO MOURÃO, no interior do Paraná.

Vivo aqui há cinco anos, vim porque trabalhava com comunicação de imagem e moda em Londrina e era professora em faculdades de moda (graduação e pós). Na pós era coordenadora e criadora do curso, mas os salários eram baixíssimos! Foi aí que em uma ocasião aleátoria vim a Niterói (já pensava em me mudar para São Paulo mas pensei, lá a moda já é bem fomentada, seria mais difícil) Sinceramente nunca tinha me imaginado morando no Rio, Niteroi então? Jamais me passou pela cabeça. Mas como eu vim, conheci e me familiarizei eu entendi que podia morar em NiTeroi e então quando conseguisse uma trabalho com comunicação de moda no Rio eu poderia me transferir pra lá. O Rio pra mim era ainda pouco desenvolvido no quesito de eventos de moda e ainda é... A Aí achei um lugar aqui com um preço ótimo e bem localizado para morar, e decidi que a vida por aqui poderia ser possível!

N I T E RÓ I

Patricia Hoida

São Paulo - SP

SOU DESCENDENTE DE JAPONESES e uma paulistana que adotou e foi adotada por Niterói há 23 anos. Empresária que traz em sua essência a sustentabilidade social Escolho Niteroi pelo amor que tenho pela natureza, principalmente pela relação que tenho com o mar, pela qualidade de vida que Niterói nos proporciona.

Criei raízes na cidade por todos meus trabalhos sociais sustentáveis e por ter um filho niteroiense que tem o mesmo amor pela natureza e pelo mar, onde ele surfa e pode desfrutar de um estilo de vida saudável.

(21) 2611 2542 - 3492 7888

M I X

LIVRARIA DA TRAVESSA nos preparativos finais A Livraria da Travessa enfim vai abrir suas portas em novembro, na Rua Tavares de Macedo, em Icaraí. A Travessa terá um café, no primeiro andar, aberto para a rua. No segundo, terá um mezanino com poltronas para os clientes se acomodarem de forma confortável e o terceiro andar vai funcionar como um loft. Será instalado um parklet na calçada, e criada uma praça junto à vila vizinha, como um grande espaço de convivência.

Desejamos vida longa a essa bela livraria do Rio, com filiais em São Paulo e Portugal, e que agora chega na cidade com a promessa de ser um amplo espaço de literatura e eventos culturais em geral.

Lagoas de Niterói PEDEM SOCORRO 1. O despejo irregular de esgoto diretamente nas nossas lagoas, que vem resistindo às obras mal executadas, descaso, abandono.

2. Alvo de especulações que não são de interesse comum.

3. A obra do túnel do Tibau, que custou mais de 11 milhoes, se arrastou por quatro anos e não cumpriu seu objetivo, o de conter a degradação acelerada da lagoa. O túnel desabou, e o que estava ruim ficou pior.

4. O assoreamento do Canal de Itaipu Esses são apenas alguns exemplos, dentre vários que poderíamos elencar. A lagoa não pode depender unicamente da entrada da água do mar e não pode ser depósito de esgoto in natura. Somos um corpo hídrico, não somos Estação de Tratamento de Esgotos.

Não é sobre o que já foi. Agora é sobre o que ainda pode ser. Lagoa viva é lagoa limpa!

Nota escrita por Carol Araújo, do SOS Lagoas e colaboradora da Revista N

Rua Milton da Rocha Soares, 2 Antiga Rua 12 - Piratininga - Niterói Reservas : (21) 99332-2445

E S P E C I A L

R E TO M A DA

Foto: Igor Carvalho Rosa_CR Turismo

Foto: Igor Carvalho Rosa_CR Turismo

Niterói se prepara, aos poucos, para o novo normal. Ainda sem vacina, mas sem poder parar a economia, a cidade pensa nas fórmulas para avançar, durante a pandemia. Geração de empregos em novos empreendimentos, discussão sobre quando será o melhor para a volta às aulas, reabertura gradual do comércio, o que pode ser feito. A cidade foi das poucas no Brasil a levar a sério o Covid-19, e agora colhe os frutos por ter se antecipado e cuidado de seus moradores.

M E RCAD O

MUNICIPAL

DE

N I T E RÓI

O novo Mercado Municipal de Niterói está com inauguração prevista para novembro. Muito se especula de como ele será, se valorizará realmente o produtor ou será uma versão gourmetizada, com espaços reservados para as mesmas cartas marcadas de sempre. Esperamos que ele se aproxime dos mercados bacanas que existem pelo Brasil e pelo mundo, e fomente o turismo na cidade.

Ouvimos a opinião de três chefs da cidade.

“Pensar em mercado municipal é voltar às minhas raízes, voltar a velha infância!”

Paulo José

é chef executivo da Misturaria FIna Mezcla e da Mercearia Girassol.

Misturaria Fina Mezcla Rua dr. Sardinha, 72 - Santa Rosa (21) 3620-2793 misturariafinamezcla.com.br Mercearia Girassol R. Prof. Otacílio, 118 - Santa Rosa (21) 3741-5127

A IMPORTÂNCIA DE UM MERCADO EM MINHA VIDA foi fundamental, digo até para a formação da minha personalidade e para a minha vida. Tive experiências fascinantes desde que pisei a primeira vez dentro de um, em vários aspectos. Iniciando a estória, fui nascido e criado dentro de um comércio.

Na infância sempre ia junto de meu pai para a loja que ele trabalhou por trinta anos na Galeria Pajé (do lado do mercadão em SP), então era comum a visita ao mercado.

Era do mercado que ele levava para casa algumas coisas especiais, como queijos diversos, frutas especiais... e nossa compra de final de ano sempre era feita lá, nos dias da semana quando estava junto dele era comum meu playground ser os corredores do conceituado mercado na década de 80, entorpecido pelos cheiros dos mais variados temperos e frutos e frutas, sempre tinha aquela expectativa de provar algo novo daquelas cestas e prateleiras.

Muita influência de vários países tive lá! Volto a dizer que era muito prazeroso estar ali sempre descobrindo novos produtos e vivenciando aquele astral maravilhoso dos comerciantes! Era ganho de conhecimento por todos os lados, desde a famosa pechincha, e cortesia dos comerciantes, sempre dando um agrado ou uma provinha dos produtos, para efetivar a compra de seus clientes.

Esse descobrimento de produtos para mim foi algo inefável. Pensar em mercado municipal é voltar às minhas raízes, voltar a velha infância! Flores, frutos, nozes, tâmaras, uvas, pães, carnes, queijos e manjares... isso que me remete ao mercado! Um verdadeiro paraíso na Terra!

Um d arquip refú apesa das ati

“É lá que os pequenos produtores unem suas forças e conseguem vencer os gigantes do varejo” Carol Kalil

é chef de cozinha e professora de gastronomia em Niterói há mais de dez anos, atualmente chefia a cozinha do Sweet & Green.

NA HISTÓRIA DE TODA E QUALQUER CIDADE do mundo há, necessariamente, um mercado ou feira que existe desde sua fundação. Antes de que o dinheiro fosse dinheiro, até. Lugar de extrema importância para a subsistência dos cidadãos locais, onde as trocas, barganhas e negociações são feitas diretamente de produtor pra produtor, ou do produtor ao consumidor final. Em tempos de globalização, quando grandes empresas multinacionais varejistas pipocam por todos os lados, detentores de privilégios empresariais que nenhum produtor pequeno consegue, os Mercados Municipais talvez sejam mais importantes que nunca. É lá que os pequenos produtores unem suas forças e conseguem vencer os gigantes do varejo, ao oferecer produtos conscientes, locais, de qualidade superior, fomentando a economia interna e perpetuando a cultura local como nenhum hipermercado pode fazer. É dever do governo local providenciar fomentos e condições para que esses centros continuem ativos e cumprindo o papel; é dever dos cidadãos compreender a importância de consumir nos Mercados Municipais; é direito de todos desfrutar desses espaços.

Fiquemos atentos para que jogos politicos não façam de uma instituição tão importante para a cultura e economia locais um simples caça níquel.

dia Arraial do Cabo já foi pélago, em outra época úgio dos corsários e hoje ar da pressão crescente tividades humanas ainda

“Nós, tão cosmopolitas em tamanho, e tão provincianos em comportamento, estaremos representados lá?

Espero que sim!”

Igor Maurício

é cozinheiro, empresário, colunista e consultor.

VIRAMOS SOCIEDADE PORQUE DESCOBRIMOS que assim comeríamos melhor e sobreviveríamos mais. Será que isso mudou muito hoje em dia?

Não é novidade para ninguém que a comida tem uma relação íntima com a cultura, uma interfere na outra diretamente, se influenciando, e modificando suas estruturas. O reflexo de um povo, seus costumes, hábitos alimentares, crenças e relações, está explicitado em seus pratos, jeitos de se alimentar e as combinações típicas dos alimentos.

Certamente por isso, os mercados de comida, aglutinados de pessoas trocando, vendendo e comprando insumos e produtos, são uma atração, talvez, o lugar mais legítimo para entender uma sociedade. Não é a toa que quando turistamos, em viagens ou mesmo dentro da própria cidade, procuramos os restaurantes, mercados e até mesmo as barraquinhas de rua que expressem o local.

O mercado é conhecido como um lugar de encontros e identidade. Esse é o motivo pelo qual, os mercados de comida protagonizaram uma movimento por todo o mundo. Portugal em vários lugares, na Europa como um todo, na Ásia, e até mesmo nas Américas. Até a Netflix procurou eles para seus programas de comida. Não se deve somente a busca pelo produto regional, mais fresco, e sim, a busca por reafirmar a identidade, e essência.

Em Niterói não é diferente. Espera-se do mercado essa busca pela essência. Pequenos produtores da cidade, pequenas operações de comida da cidade, pessoas DE Niterói.

O lugar já ajuda, o local, lindo, fora outrora o mercado. Agora, espera-se pelo anúncio de quem estará lá. Nós, tão cosmopolitas em tamanho, e tão provincianos em comportamento, estaremos representados lá? Espero que sim! Niterói tem seu charme particular, e assim, espero que se reproduza no nosso novíssimo bom e velho Mercado Municipal!

TRÊS MERCADOS NO BRASIL

Mercado Municipal São Paulo - SP

O Mercado Municipal Paulistano, também conhecido como Mercadão, é um importante mercado público localizado no Centro Histórico da cidade de São Paulo. Localiza-se em uma área próxima ao rio Tamanduateí, no bairro Mercado, antiga Várzea do Carmo, entre as ruas Cantareira, Comendador Assad Abdalla e as avenidas Mercúrio e do Estado.

Foi projetado pelo engenheiro Felisberto Ranzini, que também é responsável pelo Teatro Municipal e pela Pinacoteca, e inaugurado em 25 de janeiro de 1933, tendo mais de oito décadas de história, (também aniversário da cidade de São Paulo) para ser um entreposto comercial de atacado e varejo, especializado na comercialização de frutas, verduras, cereais, carnes, temperos e outros produtos alimentícios. Porém, sua primeira função foi a de armazém de pólvora e munições.

O espaço tem 12.600 metros quadrados e abriga mais de 1.500 funcionários que, juntos, movimentam cerca de 350 toneladas de alimentos diariamente em seus mais de 290 boxes.

Além disso, recebe semanalmente, cerca de 50 mil pessoas. Os permissionários – lojistas ou comerciantes que tem a permissão de uso do espaço para comercialização dos produtos nos boxes do Mercadão – têm seus interesses representados pela Renome, uma associação de direito privado, constituída por tempo indeterminado e sem fins lucrativos.

Um importante prédio histórico e arquitetônico da cidade, o Mercado Municipal também se destaca hoje como polo cultural e turístico. O edifício passou por restauro em 2004, que incluiu a construção de um mezanino para abrigar restaurantes.

Mercado Municipal de S찾o Paulo Rua da Cantareira, 306 Centro Hist처rico de S찾o Paulo S찾o Paulo - SP Telefone: (11) 3326-6664

Ver-o-Peso Belém - PA

O Mercado Ver-o-Peso é um mercado público inaugurada em 1625, pertencente ao Complexo do Ver-o-Peso, situado na cidade brasileira de Belém, no estado do Pará, localizado na Avenida Boulevard Castilhos França, no bairro da Campina, às margens da baía do Guajará. É um dos mercados públicos mais antigos do País, considerado como uma das maravilhas do estado. Ponto turístico, cultural e econômico da cidade de Belém, formado pelo Mercado de Ferro, Praça do Pescador, Doca das Embarcações, Pedra do Peixe e, Feira Livre - considerado a maior feira ao ar livre da América Latina - que abastece a cidade com variados tipos de gêneros alimentícios e ervas medicinais, vindos das ilhas circunvizinhas à capital e dos municípios do interior, fornecidos por via fluvial.

Mercado Ver-O-Peso Boulevard Castilhos Franca, 1040 Cidade Velha, Belém, Pará Tel.: 32303926

Mercado Central

Belo Horizonte - MG O Mercado Municipal foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1929, como um dos maiores centros de comércio do Estado.

Alojava cerca de 100 comerciantes e seu foco principal era a venda de produtos hortifrutigranjeiros. Nos 14.000 m² do terreno descoberto, circundado pelas carroças que transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda de alimentos. Em 1973 passou a ser denominado Mercado Central,e ampliou suas atividades, expandiu seus negócios e se transformou em um centro comercial não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato e produtos típicos, se transformando num dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte.

Mercado Central de BH Avenida Augusto de Lima, 744 Belo Horizonte, MG (31) 3274 9434

e seis pelo mundo

Marché Des Enfants Rouges Paris O MAIS ANTIGO MERCADO COBERTO DE PARIS, se não da França, o Marché des Enfants Rouges é o lugar preferido dos locais. Em um ambiente confortável e amigável, você descobrirá algo para comer, fazer compras e desfrutar do mais histórico dos mercados parisienses.

O Marché des Enfants Rouges foi criado em 1615 no centro de Paris. Localizado no Haut Marais, no coração do 3º arrondissement, é o mercado coberto mais antigo da capital.

Hoje é o mercado preferido de residentes e turistas, graças ao seu ambiente aconchegante e às suas barracas que nos levam ao redor do mundo.

Em 1524, Marguerite de Navarre, irmã do rei Francisco I, decidiu construir um hospício para crianças doentes e órfãs em Paris. Na época, todos os ocupantes do orfanato usavam uniforme vermelho. Foi o seu traje que inspirou os nomes de vários locais emblemáticos do Haut Marais, entre os quais o célebre Marché des Enfants Rouges - há muito apelidado de “pequeno mercado no pântano” - e o do bairro onde se situava.

La Boquería Barcelona O Mercado de San José, mais conhecido como “La Boquería”, é um mercado municipal que está nas Ramblas de Barcelona. Trata-se do lugar ideal para comprar produtos frescos.

No lugar onde está o Mercado de la Boquería, antes funcionava o Convento de San José, fundado em 1586. No espaço se espalham mais de trezentos postos que oferecem todo tipo de produtos típicos da gastronomia de Barcelona.

Damnoen Saduak (Mercado Flutuante) Bangkok Comuns desde os tempos mais remotos da Tailândia, os mercados flutuantes já foram parte central dos comércios de cidades cortadas por muitos rios, como Bangkok. Os visitantes podem ir tanto por barco quanto pelas plataformas que ficam às margens do rio. Nas canoas, é possível encontrar todo o tipo de bugigangas, roupas, lembrancinhas, peixes, hortaliças. As comidas são feitas na hora, com as cores e gostos locais.

Chelsea Market NY

Amplo e com um estilo industrial moderno, esse imenso mercado gastronômico reúne principalmente restaurantes, cafeterias, bares e lojas nas quais é possível comprar uma surpreendente variedade de alimentos. Mas além disso, nele também se encontram livrarias, floriculturas e outros tipos de lojas, sendo assim um ambiente bastante eclético, ideal para os turistas que querem conhecer mais sobre a cultura e o dia a dia da população novaiorquina.

Em relação aos restaurantes, os turistas que visitam o local podem escolher qual culinária experimentar entre diversos tipos, incluindo comida chinesa, marroquina, japonesa, alemã, mexicana, italiana, coreana e indiana, entre outras.

Um restaurante que está sempre cheio é o Berlin Currywurst, especialista na culinária alemã. Com um cardápio repleto de pratos com salsicha, sendo possível escolher entre salsicha de carne, frango ou porco, o restaurante é ótimo para quem gosta de comidas apimentadas e bem servidas.

Ao todo, o mercado é formado por três grandes pavilhões, com cerca de cinquenta restaurantes. Desse modo, a escolha sobre qual estabelecimento visitar pode acabar sendo um pouco difícil, sendo recomendável olhar bem o cardápio e o tipo de comida oferecido por cada lugar. Além do Berlin Currywurst, outra opção bastante popular é o The Lobster Place, conhecido pelos seus pratos com frutos do mar, especialmente lagostas, que são bem frescos e saborosos.

Para os visitantes que gostam de vinhos, o mercado gastronômico também é uma parada imperdível, pois nele existem algumas das melhores lojas de Nova York para adquirir garrafas de excelente qualidade. Outro aspecto positivo do local é que, durante a visita, todos que frequentam o mercado tem acesso a uma conexão de Wi-Fi gratuita, permitindo que os turistas aproveitem ainda mais o passeio e as refeições realizadas durante o tempo que permanecem nele.

MERCADO DE CHICHICASTENANGO Guatemala Um dos grandes fascínios da Guatemala é encontrar as tradições maias muito vivas no cotidiano do país, caminhando lado a lado com a vida contemporânea e sem provocar qualquer espanto. Um bom lugar para testemunhar isso é o Mercado de Chichicastenango, realizado todas as quintas e domingos, uma festa multicolor que anima e lota a cidade de 45 mil habitantes.

Mercado de Queijos de Alkmaar Holanda Senhores de avental branco e apressados carregadores dão o tom do mercado de queijos de Alkmaar, na Holanda. Ele funciona em algumas sextasfeiras de abril a setembro, das 9h50 às 12h30, com explicações em holandês, alemão, francês e inglês. Uma tradição iniciada em 1593, a incessante movimentação para transporte, checagem e pesagem atrai milhares de turistas ao local.

Cidades holandesas cujos queijos tornaram-se conhecidos mundo afora – caso de Edam e Gouda – também possuem atrações semelhantes

A nova Conch

ha AcĂşstica

A revitalização do espaço da Concha Acústica, no bairro de São Domingos, em Niterói, que se transformará em um Parque Olímpico Municipal.

por Alessandra Nóbrega

NA ÚLTIMA SEMANA o projeto deve ser liberado pela última vez pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), que analisou a proposta inicial e fez alguns questionamentos.

Agora, sanadas as dúvidas, o documento deve ser entregue para a Prefeitura de Niterói e as obras estão planejadas para começarem no mês de setembro. O espaço está fechado desde de março, por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid 19), e deverá ser aberto a qualquer momento como aconteceu com outros locais públicos da cidade, como o Campo de São Bento, Parque da Cidade e o pátio do Museu de Arte Contemporânea (MAC).

O secretário municipal de Esporte e Lazer, Robert Voss, contou que há um mês durante reunião do secretariado foi discutida a construção do novo espaço.

“Por causa da pandemia do coronavírus perdemos orçamento na nossa secretaria, mas agora estamos conseguindo refazer nossos projetos. Uma das metas foi tirar esse projeto do papel e estamos em cima dessa questão pois nossa ideia é fazer o mais rápido possível. As obras devem ser iniciadas logo no mês de setembro e estamos aguardando ansiosos esse documento ser liberado pela esfera estadual”, contou.

A Concha Acústica está fechada para evitar aglomerações no período da pandemia, já que além de alguns esportes, como tênis, por exemplo, as pessoas utilizam para caminhadas e futebol. O idealizador do projeto, vereador Luiz Carlos Gallo, também está otimista com a obra.

“O projeto foi pela terceira vez para o Tribunal de Contas e isso é algo comum. Quando eles viram a magnitude da obra contestaram algumas coisas e

tudo foi explicado. Questionaram o motivo de ser grama sintética nos padrões internacionais em uma das quadras.

Também perguntaram o motivo de uma arquibancada com 800 lugares. Isso faz parte do andamento natural do processo e agora vamos aguardar finalmente a liberação para a preparação do edital”, explicou o parlamentar.

O projeto foi desenvolvido com o objetivo de sediar grandes eventos esportivos, na cidade, além de abrir espaço para iniciação no esporte de cerca de quatro mil crianças.

O local terá quadra de tênis, quadra poliesportiva, campo de futebol com dois vestiários, quadra de areia e ginásio poliesportivo com capacidade para receber cerca de 2.300 torcedores. A tradicional Concha Acústica será preservada e modernizada.

O Parque será construído de forma sustentável, com a captação de água de chuva para a irrigação paisagismo e reuso nos vasos sanitários e no bosque. Uma pista de corrida de 500 metros será feita de borracha reciclada. As quadras e o campo vão obedecer aos padrões internacionais oficiais A Prefeitura lembra, no entanto, que o projeto original ainda pode passar por alterações para atender às determinações do TCE. O novo espaço terá uma rotatividade de 10 mil pessoas por final de semana e fará parte do Caminho Niemeyer. Também será construído um ginásio com capacidade para duas mil pessoas que vai atender os times que disputam ligas nacionais de diversos esportes, vestiário e placar eletrônico. Além disso terá uma pista de caminhada e uma quadra poliesportiva descoberta. Também faz parte do projeto uma feirinha fixa como a que acontece no Campo de São Bento, em Icaraí.

O TCE foi questionado sobre esse assunto, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

A L E S S A N D R A N Ó B R EG A

é Jornalista e Radialista, trabalha com assessoria de imprensa e midias sociais. Diretora de comunicação da Secretaria de Esporte e Lazer de Niteroi, Assessora de Imprensa do Vereador Luiz Carlos Gallo, Sócia da empresa de eventos e mkt Green Team

DESAFIOS e

OPORTUNIDADES

da

RETOMADA

numa era de incertezas

por Ricardo Guinâncio Queridos amigos, vivemos uma era sem precedentes e referências. A chegada da pandemia nos trouxe o imponderável, alterou totalmente nossas vidas e colocou nossas crenças e valores a prova. Nada será como antes. O estado de incertezas tornou-se permanente. O futuro não é mais como era antes. Fica uma grande questão: o que nos espera e como seremos daqui para frente?

OS DILEMAS E DESAFIOS dessa nova era atingem pessoas, famílias, sociedade, cidades, governos e negócios. Nossos planos e prognósticos ficaram sob cheque e precisarão ser refeitos. As questões vão desde “Como conciliar a vida que tínhamos com uma nova realidade onde não temos segurança, previsão de vacina e cura?”, até: “Como retomar se não temos o ambiente e as premissas que possuíamos antes?”.

Confesso que fiz e faço de forma permanente essas reflexões, mas não sem ao mesmo tempo agir de forma urgente e determinada para um plano de retomada, que em minha convicção incluem dois pontos cruciais: sobrevivência e reinvenção. Tanto para a vida pessoal, quanto para a vida

Nossos antepassados superaram grandes desafios de uma forma que ainda não se sabia em suas épocas. Eles criaram as condições para a retomada. profissional. E entendo que cada vez mais essas duas vidas andam juntas e porque não dizer, misturadas. Estamos vivendo tudo ao mesmo tempo no mesmo espaço.

Partindo para a questão de fundo, o plano de retomada denota a necessidade primária e urgente em desenvolver alguns valores em sua essência: resiliência, adaptabilidade, empatia, criatividade, determinação, gestão emocional e propósito. Esses valores desenvolvidos ao máximo da sua plenitude possível, possibilitariam uma melhor transição do que somos para o que nos tornaremos. De onde estamos para onde iremos. E ainda nem sabemos o que tudo isso significa. O que implica que o nosso maior desafio é,

ou sempre foi e será, nosso crescimento como seres humanos baseados em valores.

A retomada conduzida por valores permitiria que nossos ambientes familiar, social e profissional estivessem permeados de maior segurança e equilíbrio, resultando nas premissas necessárias a elaboração do nosso plano de retomada (sobrevivência e reinvenção), envolvendo todos que fazem parte dos nossos ecossistemas pessoal e profissional. Esse plano implementado abriria o horizonte para a construção de nossos futuros possíveis e desejáveis.

Indo um pouco mais a fundo no plano de retomada, sobre o módulo de sobrevivência, listei itens prioritários a nossa transição e equilíbrio pessoal e profissional: stress financeiro; manutenção do abastecimento; segurança e saúde; modelo de trabalho e propósito.

A combinação, gestão e desenvolvimento destes itens permitiriam uma jornada com menos sobressaltos e desassossego.

Reforce-se, como dito, priorizando sempre todos os cuidados com a saúde na era da pandemia.

No que diz respeito ao módulo de reinvenção, vivemos um ambiente aberto a inovação e oportunidades.

Sim, por mais difícil que seja o cenário, por mais que enfrentemos grandes desafios e perdas imensas, abrem-se oportunidades para o desenvolvimento de novas competências, novos nichos de mercado e releitura dos modelos de negócios atuais. Oportunidades porque o digital e as novas tecnologias surgem com ferramentas inovadoras e impulsionadoras para tirar do papel projetos e solucionar novas questões, dando vazão as nossas qualidades, competências e verdadeiro propósito.

Eu acredito numa retomada que nos tornará melhores e quero neste primeiro

texto fazer um convite a reflexão: por mais difícil e incerto o momento em que vivemos e viveremos, será que boa parte da solução não está em nós mesmos? Eu acredito muito em nossas forças e valores como seres humanos.

A humanidade já deu provas das suas capacidades, superando tragédias, guerras, pandemias e crashs. Seguindo em frente com as dores das perdas, mas sempre com crescimento e uma nova ordem de mudanças positivas.

Nossos antepassados superaram grandes desafios de uma forma que ainda não se sabia em suas épocas. Eles criaram as condições para a retomada.

Abriram as portas para novos futuros.

Um deles é o nosso presente hoje. Cabe a nós agora fazermos a nossa parte criando as condições sustentáveis para a retomada e para um futuro melhor.

Vamos conseguir. Vai passar.

RICARDO GUINÂNCIO

é empreendedor, conselheiro, consultor, curador, professor, palestrante e entusiasta do futuro. Graduado em Marketing com MBA em Gestão de Negócios & Inteligência Competitiva – ESPM-RJ, com extensões em Entretenimento pela Florida University - EUA, Futurismo, Inovação e Mundo Digital.

- Fundador da plataforma N3XT FUTURE, que trata de temas como futurismo, inovação, transformação digital e impacto social. Fundador da ON Retail, aceleradora digital de conhecimento aplicado ao varejo e CEO do portal - O Negócio do Varejo, voltado ao desenvolvimento do ecossistema do varejo e consumo.

- VP de Parcerias Estratégicas do Popai Brasil, Diretor de Inovação da ABIESV e Diretor de Varejo da ABCOMM. Conselheiro no CONIN, Conselho de Inovação da ACSP – Associação Comercial de São Paulo.

- Realiza programas internacionais de conhecimento e negócios em Nova York, Chicago, Lisboa, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

- Idealizador e realizador dos eventos: New York RetailSummit, LisbonInnovationSummit, FutureofRetailConference, N3XT Conference e O Feminino no Varejo.

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RESILIÊNCIA

NO MUNDO

PÓS COVID-19

Nas dimensões pessoal, profissional e corporativa. por Alexandre Reis

Conceitualmente, a resiliência tem sua origem na física e trata da capacidade de um material de voltar ao seu estado normal após ser submetido a uma pressão que o force sem, no entanto, rompê-lo. Para ilustrar esse processo basta pensarmos no funcionamento de uma mola.

NÓS, PESSOAS FÍSICAS, também podemos ser vistos como uma máquina, uma peça ou um pedaço de algo que possa sofrer pressão e tenha que voltar ao estado normal para seguir em frente.

Até 2008 resiliência não era uma palavra que transitava pelo mundo corporativo. Quando comecei a montarminha primeira palestra sobre esse tema, as pessoas ainda tinham muitas dúvidas em relação ao que significava, inclusive conceitualmente. Sempre ficam algumas perguntas, mas vou tentar provocar uma reflexão sobre a diferença entre comportamentos de resiliência pessoal, profissional e empresarial ou corporativa.

O conceito de resiliência, na dimensão pessoal, em geral sempre é avaliado após uma tragédia. É o momento em que as pessoas te

A administração da emoção é para dentro, é interna, e o controle dos impulsos é para fora, é externo. É necessária uma combinação entre esses dois fatores analisam, avaliam e perguntam, você é resiliente ou não? Como irá reagir ao que aconteceu com você?

Até julho deste ano se discutia resiliência, um tema atualmente tão notório nas empresas, por quatro dimensões: mundo contemporâneo, com uma velocidade de resposta muito grande; competitividade globalizada; doença de caráter ocupacional, que vem tomandoas estatísticas de saúde organizacional mundial, que é o stress; e, por último, remuneração por resultados. Existem outras, mas essas quatro variáveis foram as principais questões colocadas em cima da mesa para se discutir resiliência.

Surge então um questionamento: resiliência é uma virtude ou uma competência adquirida?

Essa questão deve ficar para cada um pensar a respeito, mas, posso responder objetivamente à uma segunda pergunta: Resiliência se desenvolve? Sim, se desenvolve.

A resiliência pessoal tem um ponto de partida para iniciarmos seu desenvolvimento. Esse ponto de partida é a busca do equilíbrio, onde os principais fatores são: a administração da emoção, o controle dos impulsos, o otimismo e a análise do ambiente. Esses fatores combinados te transformam em um indivíduo equilibrado. Vale lembrar que existe uma sensível diferença entre administração de emoção e controle de impulsos. A administração da emoção é para dentro, é interna, e o controle dos impulsos é para fora, é externo. É necessária uma combinação entre esses dois fatores, porque de nada adianta controlar suas emoções, se não conseguir controlar também os seus impulsos em determinados fóruns.

Não existe mais espaço nesse mundo contemporâneo para quem não norteia seu equilíbrio pessoal por esses quatro fatores.

E agora? Aconteceu uma tragédia, o COVID-19, e essa tragédia vai repercutir em várias dimensões, na dimensão pessoal, na dimensão profissional e na dimensão da empresa em que você trabalha. Isso gera mudança, e mudança não prevista, normalmente, gera desconforto.

Tragédias, em geral, provocam no ser humano a experimentação de fases. A pessoa vivencia a fase da surpresa, depois vive a fase da negação para só, posteriormente, passar para a fase do reconhecimento e aceitação da situação problema. E é nessemomento que a resiliência pessoal faz a diferença como facilitadora para essa mudança, onde você abandona a fase defensiva e passa para a fase de protagonista na busca de soluções.

Froma Walsh, uma psicóloga PHD americanaautora da obra“Fortalecendo a Resiliência Familiar” tem uma visão interessante ao abordaralgumas características da resiliência pessoal envolvidas na dimensão dos espaços organizados que estão ao redor das pessoas, sejam estes o núcleo familiar, o núcleo de trabalho, de entretenimento, as relações sociais ou os relacionamentos

dentro da empresa.Ela chama a atenção para o que são cada um desses grupos, quais as semelhanças e diferenças entre eles e a que se deve ficar atento. É importante observar as crenças, o processo de comunicação e o padrão de organização desses grupos e, quanto mais sinérgicos forem estes pontos,mais fortes e mais resilientes serão seus membros.De um modo geral, no momento da tragédia, o amparo e as soluções se originam justamente nesses laços.

Tão importantes quanto os relacionamentos é a existência de um projeto de vida. Nada é mais motivador na superação de uma tragédia do que saber onde se pretende chegar. Quando se tem definido o que se quer alcançar, fica mais fácil pensar em como atingir este objetivo.

Às vezes a mudança não vem somente com a tragédia, ela faz parte do dia a dia, mas de qualquer forma, toda mudança gera impacto. O importante é que seja vista sempre com um olhar de oportunidade e não de problema.

A tragédia do COVID-19 aumentou a amplitude do olhar das pessoas, são tantas rupturas, tantas quebras de paradigma que a ordem do dia é chamar isso de “o novo normal”. Entendo que poderia ser chamado também de “o novo anormal”, mas no fim não faz diferença. O que temos a pensar é: como enfrentar esse novo normal com resiliência na pessoa física?E a resposta passa pela necessidade de se fazer uma boa análise do seu projeto de vida. O que você quer para você nesse novo ambiente?

A resiliência na dimensão profissional no mundo do COVID-19, de rupturas e incertezas se traduz em ameaças, ameaças de mudança no status-quo, mudança no comportamento do consumidor, mudança no fornecedor, mudança em tudo, e isso gera medo, diria até pânico. Nesse contexto, resiliência profissional significa “ser um verbo”. Mais do que nunca você vai precisar fazer acontecer. Assim, o mindset de um profissional para passar por isso e sair dessa crise melhor do que entrou,é conseguir ter em mente o

verbo e o comportamento de fazer, interagir, antecipar, ler o ambiente interno e externo, reagir, adaptar-se, mas, essencialmente, ser o protagonista da mudança, ser o agente, para que possa ser reconhecido como um profissional resiliente.

Algumas características específicas podem ser facilmente observadas em um profissional resiliente, pude detectá-las claramente depois de uma extensa pesquisa feita por mim com vários executivos de RH. De um modo geral são positivos, assertivos, tem baixo nível de ansiedade, agem como protagonistas, fazem gestão da mudança e focam em resultado. Com essas características é possível, após sofrer o impacto, absorver, e posteriormente voltar ao estado original. Isto acontece porque esse profissional consegue inicialmente se ressignificar, fazendo um link com a dimensão pessoal. A partir do seu projeto de vida,ele cria um novo significado, se transforma e se supera. A volta ao estado original passa então por três fases: ressignificação, transformação e superação. Às vezes a mudança não vem somente com a tragédia, ela faz parte do dia a dia, mas de qualquer forma, toda mudança gera impacto.

O importante é que seja vista sempre com um olhar de oportunidade e não de problema. É possível constatar que matricialmente todos precisam de um projeto, um significado. Na empresa chamamos de propósito.

A dimensão de uma empresa resiliente se traduz pelo conceito de flexibilidade.

Esse conceito promove o encontro das três dimensões: pessoal, profissional e do mundo corporativo. Você em sua vida pessoal precisa ser flexível, o profissional precisa ser flexível e a empresa precisa ser flexível. No mundo pós COVID-19 isso é fundamental. A empresa precisa ser flexível para enfrentar o mercado, cada vez mais terá que se transformar para construir valor. Não adianta só fazer o produto, precisa demonstrar para fora, para seus consumidores, seus stakeholders, que existe valor agregado nesse produto.

Os princípios de uma organização resiliente passam por um checklist de método, processo, governança clara de liderança, valores, alçadas bem definidas, colaboradores resilientes, sistemas, TI com transformação digital e gestão de risco. Descuidando desses itens a empresa terá sérios problemas para enfrentar uma crise e provavelmente também vai sair pior do que entrou.

O olhar de uma empresa resiliente estásempre atento ao ambiente externo.

Uma empresa que não tem um excelente monitoramento do ambiente externo

não consegue traduzir uma situaçãoproblema. Se a empresa não entende a situaçãoproblema, não consegue construir seu mapa de risco e muito menos perceber o quão perto ou longe está a sua ameaça.

Esse é meu entendimento acerca de uma empresa resiliente.

E termino com uma frase de Martin Luther King que dizia que “a verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.

ALEXANDRE REIS

é E xecu t i vo d o M erca d o F i n a n cei ro – 1 9 8 5 / 2 0 0 0 ; Pres i d ente d o C on s el h o D el i b erat i vo d a PRE VI ND US As s oci a çã o d e Prev i d ên ci a C om p l em enta r ; Superintend ente d o S ES I / RJ, D i retor Reg i on a l d o S E NAI / RJ e D i retor E xecu t i vo S ES I / S E NA I RJ - 2 0 0 0 /At u a l ; Mestre em S i stem a d e G estã o p el a UF F/ L ATEC - 2 0 1 5 ; E s p eci a l i za çã o em G over n a n ça C or p orat i va p el a Un i vers i t y of C a m b r i d ge/ I E L - 2 0 1 4 ; E s p eci a l i za çã o em Pl a n eja m ento E st ratég i co pel a Wh a r ton Un i vers i t y of Pen n sy l va n i a – 2 0 0 7 ; E s p eci a l i za çã o em G estã o E st ratég i ca p el o I NS EA D / Fonta i n eb l ea u , F ra n ça em 2 0 0 5 ; Pós -Gradu a d o em C en á r i o Econ ôm i co p el a UF RJ – 1 9 9 9 ; Pós -Graduado em C â m b i o e C om érci o E x ter i or – FGV – 1 9 9 6 ; Fundador e Pres idente d a O NG E s p a ço Peq u en o C i d a d ã o d es d e 1 9 9 5 ; Gra d u a d o em Ad m i n i st ra çã o d e E m p res a s – 1 9 9 0 ;

NO NOVO NORMAL

É TEMPO DE SONHAR PARA

O S S O N H A D O R ES por Maurício Salkini

“Que a gente entenda que a riqueza não é o dinheiro E que os guerreiros de todos os serviços são essenciais E que lembremos disso nos dias normais!”¹

CHAMADO A ESCREVER esse artigo penso no que me trouxe até aqui enquanto alguém que topa se posicionar para indicar quem sabe um horizonte otimista aos leitores.

Linhas sobre um tal de “novo normal” onde sairemos melhores, mais solidários, ecologicamente corretos e economicamente ativos para geração e manutenção de empregos.

Vejam que acredito na capacidade do ser humano de ativar suas melhores virtudes, qualidades esquecidas na primeira infância e que adormecia antes do covid.

Estou desprezando a complexidade apresentada na tentação do consumo. Remuneração pelos desgastes físicos do mundo do trabalho, a posse enquanto provas que o investimento de tempo e, por vezes, a ausência na família estão valendo a pena. “Eu mereço, logo eu compro”. Faz sentido ter pouca convivência qualificada quando viajo para lugares paradisíacos mesmo que resida

Venho fazendo inúmeras lives, todas feitas pós covid, quando o publicitário Nizan Guanaes declarou que investe tempo preparando lives e que sentia estar contribuindo para o próximo. de frente à cidade maravilhosa, em Niterói, com esconderijos únicos, preservados e deslumbrantes.

Proponho novos consumos que incluam a arte como algo que nos conecte com as subjetividades, com a estética e com nossos sentidos mais primitivos. Ganhos sem destruições da floresta e poluição dos mares. Que a união dos adultos, caretas ou não, permita que esse hábito cultural inicie nos bancos das escolas públicas. Antes e depois desta experiência cultural, te convido a um café expresso qualificado no Rei do Mate, afinal este empresário questionador precisa pagar a folha de colaboradores, salários justos para homens e mulheres dedicados e fechar o seu orçamento familiar.

Preciso declarar que a equipe que te atenderá no melhor café da cidade par-

ticipou do Treinamento Cult² – Qualificação profissional, responsabilidade social e experiência cultural. Projeto vencedor do prêmio“Ser Humano” da Associação Brasileira de Recursos Humanos do estado do Rio de Janeiro, no ano de 2019. Digo para mostrar que existem,via cultura, meios e mecanismos de soluções empresariais que resultem em economia de recursos e ganhos na formação ética do grupo.

“Janelas sem grade, sem ansiedade, viver de verdade, não dá pra fingir Churrasco na esquina, Capela Sistina, Muralha da China, lugares pra ir A vista é tão bela, parece uma tela mais psicodélica que as do Dali Derreto os relógios que o tempo é fumaça E a tempestade passa pro Sol ressurgir”¹ Durante a pandemia, no isolamento social, refletia sobre o “novo consumidor” que entendo que se apresentará mais exigente quanto a qualidade dos serviços prestados e da segurança alimentar (higiene). Quando circula menos dinheiro ficamos mais seletivos nas escolhas de compras, porque cada real valerá mais pela escassez da moeda circulante. A segurança alimentar se apresentará como prioridade na escala das preferências, por entendermos agora o quanto éramos expostos nos lanches e refeições ofertadas nas ruas sem a mínima qualidade e higiene.

“Montem uma árvore de natal, vai ter natal” foi uma declaração que me prendeu a atenção e me gerou desejos de encontros diários, com a possibilidade de avisar que, logo, logo, estaremos com o mais simpático dos velhinhos. Companheiros deste artigo, em meados de 2014, o empresário Nizan colocou uma árvore de Natal no seu local de trabalho. Na época, em meio a uma crise econômica, ele quis lembrar que ainda havia esperança. Emocionado, ele traz a mesma mensagem para o cenário atual. “Vai ter Natal, vai ter uma saída. A vocês, jornalistas, peço que nos levem a realidade, mas também esperança”³.

Na mesma entrevista me encontrei. Venho fazendo inúmeras lives, todas feitas pós covid, quando o publicitário declarou que investe tempo preparando lives e que sentia estar contribuindo para o próximo e nessa colaboração ele se sente melhor após cada minuto de bate papo ao vivo.

As dificuldades financeiras se aproximam quando retornarmos ao cotidiano e o empresariado vai encarar os custos dos meses parados mais os custos de meses que o volume de vendas não tiver retornado ao patamar de 2019, que já não era suficiente para termos pequenos negócios pujantes. Dureza! Serão dias difíceis que se apresentarão a todos, mas, principalmente, ao pequeno empresariado que está longe dos financiamentos de incentivos do BNDES. O banco nacional de desenvolvimento é acessível a empreendedores no site e nas propagandas (a custos altíssimos) veiculadas nas redes de televisão, mas inalcançável aos empreendedores.

Não somos animais binários (ou tristeza ou alegria), seria mais fácil sermos dialógicos, mas nos foram ofertados a complexidade de saídas e oencontro com os intelectuais para enfrentamento qualificado deste considerado “novo normal”. A doutora Margareth Martins4 declarou em sala de aula da UFF, nossa querida universidade pública federal, que “era tempo de sonhar para os sonhadores”.

Frase simples naconstrução semântica, mas tão apropriada para os tempos de véspera do covid, que foi espalhada anonimamente pelos corredores do prédio de educação. Educadores, “é tempo de sonhar para os sonhadores”, foi o clamor inicialmente dirigido aos futuros professores. Se buscamos a simplicidade como modelo de vida devemos aproveitar a produção da Dra. Margareth para acordados, realistas, mas sonhadores, seguirmos em frente otimistas.

Agradeço a companhia do leitor que aceitou minhas propostas, por vezes complexas, de entendimento desta crise mundial, forjadas nas experiências de um empresário pedagogo social. Conjecturas da pandemia que se apresentam em todos os lares com dores variadas, mas certamente machucando o ser humano e cada ser humano é valioso.

Gratidão pela paciência com minhas dúvidas.

1. A cura tá no coração, Gabriel Pensador 2. http://abrhrj.org.br/categoria-micro-pequena-empresa-psh-2019/ 3. Entrevista Nizan Guanaes na CNN Brasil - https://www.cnnbrasil. com.br/nacional/2020/06/06/nizan-guanaes-na-pandemia-comunicacao-tem-que-ir-direto-ao-assunto 4. Profa. Dra. Margareth Martins coordenadora do Grupo de Pesquisa em Pedagogia Social – PIPAS/UFF

Poesia, viva as rimas. “É tempo de sonhar para os sonhadores!”

Quarentena.

Dia difícil com noite mal dormida café da manhã a mesa, farta comida.

Conectados, literalmente conectados, relato de uma amizade pedido de uma poesia renovou meu dia. “É preciso amor Pra poder pulsar_ É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir”_ A literatura ofertou parceria Almir, suas obras iluminam Sater, declaro gratidãopor acordar ouvindo sua produção.

“Penso que cumprir a vida Seja simplesmente_ Compreender a marcha E ir tocando em frente”_ Compreensão? tem faltado ao peito do poeta, do planeta, que segue a marcha.

Segue tocando em frente com os conectados, em frente, sempre!

Autor: Salk. com trechos da Música de Almir Sater.

MAURICIO SALKINI

Adm inistrador e Ped a gogo Social, m em bro d o G r u p o d e Pes quis a em Pedagog i a S oci a l – PIPAS/UFF, em pre s á r i o d es d e 1990, com exper i ên ci a n o Bobs , Kopenhagen e Rei d o Mate (nesta f ranqu i a ta m b ém cons elheiro). Ven ced or d o prêm io Ser Hu m a n o A B RH 2019. Cons elheiro e O u v i d or do Proj eto Grael. I n i ci a nte n a arte dos vers os e d a s r i m a s .

Pa i d o A r t u r.

ROCK

Uma outra medida para lidar com as preocupações que estão tomando conta do seu humor é poder listá-las e pensar em processos para lidar neste momento, a curto e médio prazo, com estes problemas.

AND ROLL

& GESTÃO EMPRESARIAL

VAMOS NESSA?

por José Mauro Nunes & Alfredo Bravo Há muitas relações entre o universo da música e da gestão empresarial. A inspiração do gênio criativo que compõe uma partitura como Wolfgang Mozart é uma metáfora que evoca a importância da inovação para as empresas.

A CONCENTRAÇÃO AO OUVIRMOS uma canção de Miles Davis nos ensina muito sobre o foco como a base da entrega perfeita. A habilidade de improvisar exibida pelos músicos de jazz nos ajuda a entender como a comunicação destes no palco permite a composição atingir novos (e inusitados) patamares de excelência. O treino diário e incansável do virtuose em seu instrumento nos dá lições de como o preparo e o treino são essenciais para a exímia execução, atingindo uma performance de excelência que encanta o público, proporcionando prazer, emoção e felicidade. A música emociona, envolve, engaja e motiva as pessoas para a ação. Ela é a trilha sonora das nossas vidas. E uma metáfora muito útil para o nosso dia-a-dia, tanto na vida pessoal quanto nos negócios.

A música faz parte das nossas vidas desde a adolescência. Crescemos em um país onde os primeiros passos dados em direção à democracia coincidiam com a busca dos jovens de uma linguagem própria, que pudesse transmitir os seus anseios, desejos, ansiedades e frustrações.

Na década de 1980, essa música era o rock and roll. Originado a partir da raiz afro-americana do blues, do gospel e do spirituals, uma convergência entre o sagrado e o profano, foi com Elvis Presley que ela atingiu em cheio os corações e mentes da juventude, iniciando uma revolução cultural. Essa música atravessou o oceano, inspirou 4 jovens britânicos de Liverpool, que entregaram ao mundo um cancioneiro que perdura até hoje como a playlist de uma juventude romântica, sonhadora e afirmativa. Essa música ousou cruzar as barreiras geográficas, de raça,

língua e cultura, apresentando ao mundo essa nova geração que o convidava a “desligar a mente, relaxar e flutuar corrente abaixo, para poder ver os seus pensamentos”. Foi esse sonho de romper com o que até então eram os limites pré-estabelecidos da sociedade, a ousadia de empurrar as barreiras para além dos limites e a coragem de experimentar, criar e inovar, que levou o rock ao seu lugar na contemporaneidade. Mais do que um estilo musical, o rock é uma manifestação cultural que dá voz aos criativos, desbravadores e inconformados, embalando os sonhos daqueles que querem fazer diferença e deixar a sua marca no Universo.

O rock deu voz a muitos jovens que, com o passar dos anos, resolveram fazer a diferença: escreveram canções, empreenderam negócios e assumiram posturas que afirmavam os valores de criatividade, inovação, inconformismo e mudança. E se sentiram profundamente realizados ao tentar se satisfazer, apesar de nunca o terem conseguido inteiramente – afinal, mais importante que o resultado final, era o processo até lá. Como afirma o Prêmio Nobel em Literatura de 2016, o músico norte-americano Bob Dylan, “a felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada”. É muito claro que

nós estamos nessa estrada. Ela é a nossa vida, a nossa essência, está em tudo que tocamos, vemos, provamos e sentimos. E nós amamos percorrê-la, não importa a quantidade de vezes que forem necessárias.

Somos professores de educação executiva há 20 anos. Antes da Grande Parada em função da pandemia da Covid 19, viajávamos a semana toda pelo Brasil levando às empresas nossos conhecimentos de gestão empresarial, negociação e marketing. Nossa rotina inclui voos em horários matutinos, muitas conexões, traslados de carro, hospedagem em hotéis dos mais variados tipos. Uma rotina cansativa, mas que fazemos com muito carinho e dedicação, pois nosso objetivo é entregar o máximo para os nossos alunos e clientes. Logo, percebemos as semelhanças entre a vida de professor e a rotina de um rockstar: a paixão, a doação total e a capacidade de emocionar e modificar a vida das pessoas. De não sermos meros tijolos na parede, mas sim agentes de transformação e de mudança. No entanto, assim como no palco quanto em sala de aula, sem a preparação adequada, disciplina, treino e dedicação total, não é possível atingir a excelência. A criatividade não vive sem o planejamento, são duas faces da mesma moeda. É essa relação que nos permite não apenas inventar, mas inovar.

Foram esses caminhos, ora claros ora tortuosos, que nos levaram a compreender que as relações entre o

rock e a gestão empresarial não eram um mero capricho ou gosto pessoal. Eram profundas, densas, e mereciam ser exploradas com maior profundidade.

Daí teve origem o nosso projeto.

Em 2016, quando criamos o Alma Rock and Roll, nosso intuito não era apenas montar uma banda de rock para celebrarmos a nostalgia da nossa juventude. Afinal, somos uma metamorfose ambulante, e nada menos inspirador do que ter aquela velha opinião formada sobre o que vivemos. Não somos mais jovens, mas nos tornamos experientes com uma vivência de anos de estrada que nos permitiu conhecer as mais variadas facetas da atividade empresarial brasileira. Recusamos a sentença de que somos muito velhos para o rock and roll! Nós queríamos criar uma plataforma que pudesse levar para as pessoas o conhecimento e a vivência que temos em ambas as esferas, musical e empresarial, para a consultoria, o treinamento e a docência. Mais do que uma banda, o Alma Rock and Roll é um projeto multiplataforma ancorado no tripé música, prazer e gestão.

A criatividade não vive sem o planejamento, são duas faces da mesma moeda. É essa relação que nos permite não apenas inventar, mas inovar.

Acreditamos que, assim como na música, o universo de trabalho pode gerar felicidade para as pessoas com o uso da motivação, do treino, do olhar atento ao público, e do propósito como motores do engajamento para que as pessoas trabalhem melhor, vivam melhor, se dediquem com esmero e afinco em suas atividades, das mais simples até as mais complexas.

Uma banda, assim como no universo do trabalho, é uma junção de pessoas capazes e geniais, porém muito diferentes entre si. Recrutar as pessoas certas, motivá-las, dar-lhes senso de propósito e direcioná-las para os objetivos em comum é fundamental, tanto para uma banda, quanto para uma equipe de trabalho serem bem-sucedidas. O cuidado com a manutenção dos laços entre esses membros é de fundamental importância para que as entregas sejam feitas com excelência e esmero. Os conflitos são inerentes a esse processo, eles não podem ser escamoteados ou ignorados, e gerenciá-los a partir do uso das ferramentas de negociação visa equalizá-los sem evitar o

toque pessoal de criatividade e afinco que cada um oferece em sua entrega.

Nesse momento em que estamos atingindo a nossa maturidade musical, a nossa banda está com dois desafios. O primeiro é a gravação de composições autorais que darão origem ao nosso primeiro álbum de músicas inéditas. Nessa esfera, todas as noções de planejamento, preparação, alocação de recursos financeiros e logísticos, criatividade e exímia execução estão sendo intensamente utilizados.

Acreditamos (e praticamos) constantemente o que apresentamos nos palcos e em nossas palestras-shows. O segundo é o desenvolvimento de novos formatos da nossa palestra-show Alma Experience Rock and Roll, onde levamos para empresas e nossos parceiros uma experiência que une conteúdos de gestão empresarial e rock and roll, finalizando com um pocket show motivador e energizante.

Criamos um formato de entrega remota, utilizando plataformas digitais que transmitem via tecnologia de streaming em tempo real, levando esses conteúdos de forma segura para os nossos clientes na comodidade dos seus lares em notebooks, tablets e telefones celulares.

Nós amamos o que fazemos. Nos sentimos realizados no estúdio, no palco, na sala de aula e dentro das empresas. É por meio deles que podemos tocar a vida das pessoas, nos tornando instrumentos de melhoria da sociedade, das pessoas e da atividade empresarial. A oportunidade de poder levar a nossa mensagem para públicos diferentes é algo indescritível, tornando-se a razão de ser do Alma Rock and Roll. Banda e palestra-show são dois aspectos de uma única coisa só: o rock como protagonista e agente de transformação.

O genial compositor e guitarrista norte-americano Frank Zappa, em uma de suas frases mais famosas, afirmou que “a mente é um paraquedas, só funciona se abri-lo”. Nesse momento em que estamos mais próximos dos nossos familiares e das coisas que realmente importam, é preciso dar vazão a nossa capacidade criativa, ao expandirmos as possibilidades de inovar e fazer a diferença no mundo. A humanidade precisa de pontes que nos aproximem, que conectem a todos nós, em direção a felicidade e realização pessoal. Só assim conseguiremos nos tornarmos pessoas melhores, mais humanas e plenas.

Com Alma vamos sair dessa!

Have a soul!

Convidamos a todos os leitores que acessem o nosso site e nossas redes sociais e saibam um pouco mais sobre a nossa histĂłria e valores, alĂŠm de depoimentos, fotos e vĂ­deos dos nossos shows e palestras.

Site: www.palestrashowalma.com.br e-mail: palestrashowalma@gmail.com Facebook: @bandaalma Instagram: @almarockandroll YouTube: @almarockandroll

A L F R E D O B R AV O

é Professor do MBA FGV, Professor da Fundação Dom Cabral, Doutor em Administração pela UNR, Mestre em Sistemas pela UFF, Diretor Comercial da Paragon TI, Consultor empresarial e Baixista da banda Alma Rock and Roll.

JOSÉ MAURO NUNES

é Professor do Mestrado Executivo em Gestão Empresarial da EBAPE/FGV, Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Doutor em Psicologia pela PUC-Rio, Consultor empresarial e Vocalista da banda Alma Rock and Roll and Roll

Um possível retorno ou um novo começo? por Marcelo Maia Vinagre Mocarzel DEPOIS DE MESES DE ISOLAMENTO, o setor educacional começa a se movimentar para pensar em um retorno às aulas presenciais.

Tanto os secretários de educação como os mantenedores de instituições privadas começam a ceder e a confirmar, ainda que de maneira evasiva, que o retorno está próximo.

A Prefeitura de Niterói chegou a autorizar o retorno do Ensino Médio, mas a decisão foi derrubada pela justiça.

Há uma grande divergência de opiniões: os sindicatos dos trabalhadores já se pronunciaram contra o retorno, alegando – com razão – que nem todas as instituições poderão oferecer condições mínimas de segurança à comunidade escolar. Por outro lado, há instituições e redes realizando massivos investimentos

em higiene e saúde e algumas experiências mundo afora mostram que é possível um retorno gradual. A verdade é que não há resposta certa, estamos em uma situação nova, que exige análise caso a caso. Porém, se confirmada a reabertura das instituições, algumas coisas precisam estar claras.

1 – Não existe retorno. Estamos falando de um novo começo, de uma outra escola, com uma nova dinâmica. Os novos modelos de oferta congregam diferentes estratégias.

O modelo intermitente trabalha com o presencial só em alguns dias, já o alternado reveza os grupos dentro da escola e o híbrido congrega dois ou mais formatos.

O primeiro passo é entender as reais possibilidades da escola.

2 – Nada é definitivo. O recomeço das aulas poderá ser definido e dias depois suspenso – como ocorreu em Niterói – na medida em que o caso específico daquela comunidade escolar precisará ser acompanhado. Por isso, os pais e responsáveis não devem criar muitas expectativas de um retorno total, pois dependendo do que ocorrer, a escola pode se ver obrigada a recuar. Isso ocorreu no mundo todo e trabalhar essas expectativas com as crianças e jovens é essencial para evitar frustrações. Tudo agora é tentativa e erro.

3 – Tudo se baseia na confiança.

Confiar na escola e em seus gestores é o primeiro passo para decidir se o aluno deve ou não retornar. Se você acredita na escola, na sua responsabilidade em estar orientada por profissionais de saúde, em seguir protocolos e realizar formações, estando o aluno fora de grupos de risco, voltar pode ser uma possibilidade.

Caso contrário, repense inclusive se você está no lugar certo. O mesmo

vale para as famílias que precisam ser transparentes quanto à saúde dos alunos e seus familiares, para prevenir a escola e evitar contágio. Não dará mais para mandar criança com febre para a escola a base de medicamentos.

4 – O digital veio para ficar. As escolas, em sua maioria, desenvolveram novas competências de ensino e o meio virtual tornou-se um imperativo. Agora ele chegoude vez. É preciso entender que mesmo quando houver uma vacina, essa nova forma não se perderá e deverá ser acompanhada pelas famílias, pois a realidade do mundo nos exige.

Diante desse quadro, só resta aos educadores e gestores se prepararem para uma nova escola e transmitirem às famílias a segurança necessária para esse novo amanhã. Como diz a letra de Ivan Lins: Começar de novo E contar comigo Vai valer a pena Ter amanhecido.

MARCELO MOCARZEL

é pós- doutor em Educação pel a Uni versi dade Federal Fl um i nense. É diretor peda góg i co do Inst it uto Maia Vi na g re e C rec he Escola Icaraí e professor da U nilasalle-RJ e da Uni versi dade Católica de Petrópol i s, n o mest rado e doutora do em Educação. É consel hei ro d o Conselho E sta dua l de Educação do Rio de Ja nei ro, Membro do Conselho

Fiscal da ANPEd, Editor-chefe da RBPAE/Anpa e Coordenador Estadual da Anfope-RJ

EVENTOS AO VIVO

A PALAVRA É

ADAPTAÇÃO

por Lala Vieira

CATALISADOR DE INOVAÇÕES e quebras de paradigmas, assim podemos definir o que vem sendo pelo olhar cultural este momento de pandemia que vivemos. Aos poucos, apesar da ansiedade geral pelo fim das medidas de isolamento social, a vida lentamente começa a voltar à ativa, mas nós que somos do meio do cultural vivemos mesmo é deaglomeração, então ainda seguimos sem muitas expectativas de retorno. Estamos nos adaptando ao famoso “novo normal”, seguindo tendências mundiais que nos influenciam o modo de consumo da cultura no futuro, a curto, médio e longo prazo.

Os eventos online estão nos ajudando a interagir com nosso público e mantê-lo próximo, mesmo que à distância, a famosa chama acesa. Aqui em Niterói,nós produtores, teatros e artistas continuamos utilizando as ferramentas online para nos aproximar do público neste momento que vivemos.

Durante esse período vimos surgir muitas campanhas de doações para nos ajudar, além dos profissionais que estão por trás das cortinas, palcos e bastidores, já que muitos deles foram diretamente afetados pela pandemia do novo Coronavírus esão essas doações e medidas de políticas públicas que vem nos mantendo ‘vivos’.

Como expressado anteriormente na edição especial da Revista N, o Coronavírus chegou e mudou drasticamente nossa vida e a forma de enxergar e reagir ao mundo. Acredito que para todos nós, isso de ficar em casa, não poder abraçar as pessoas, usar máscara em todos os lugares, não frequentar bares, boates e até mesmo não fazer um churrasco com família e vizinhos têm sido difíceis de superar. Fora o assustador o avanço do contágio da doença, pois começou a atingir todas as pessoas, não só um grupo de risco tão específico, foi possível ver amigos e familiares sendo acometidos pela doença.

Precisamos continuar discutindo protocolos, chamar atenção do setor público para as dificuldades enfrentadas por nós e todos os profissionais da cultura, além de promover um diálogo amplona sociedade que consiga integralizar políticas de enfrentamento à crise e de retomada segura e gradual para o nosso setor. A ideia é seguirmos unidos em nossas diversas forças, reunindo nossas variadas vertentes para conquistar ainda maior destaque e alcançar alternativas que nos auxiliem nos próximos dias que temos pela frente.

Se tem uma palavra que possa descrever o momento pra mim é adaptação. Esse é um dos conceitos essenciais para passar por qualquer crise, inclusive essa a nós acometida. É preciso literalmente pegar uma folha em branco e redesenhar o nosso futuro, nossas novas ideias. Seguimos com uma instabilidade do cenário atual e sem uma perspectiva concreta do que virá à frente.

Estamos longe da retomada do setor ao meu ver, o momento é de seguirmos com nossas interações cada vez com mais qualidade, nos adaptarmos a este novo normal que requer uma capacitação mais profunda no mundo digital, trabalhando em equipe e buscando soluções para sobreviver a este momento, visando já à preparação para a retomada dos eventos culturais, a médio

e longo prazo. Sinto que quando a situação normalizar, o público valorizará ainda mais as conexões e interações. O fator humano nunca foi tão importante como agora, já que o ingrediente base da nossa atividade é o encontro e esta é uma necessidade humana que é absolutamente insaciável. É amigos, infelizmente não lhe trouxe boas novas,seguimos com a sensação de incerteza, mas também de reinvenção, porque reinventar nos fortalece.

Continuo aqui na torcida para que tudo isso passe e logo mais possamos nos encontrar em eventos, abraçar e curtir juntos.

Mas lembre-se, se puder fique em casa e cuide-se!

Lala Vieira é Produtora Cultural Especializada na captação de recursos através da elaboração de Projetos Sociais, Desportivos, Culturais e de Lazer.

NITEROIENSES PELO

MUNDO Estamos vendo a pandemia retornar em alguns países, e em outros ela vem minguando... não sabemos ainda com garantia sobre vacinas, e nos resta esperar e observar.

Convidamos alguns niteroienses que moram em outros países, para nos dar uma impressão de como passaram e estão passando por isso onde moram.

Nova Zelândia LUIS OTAVIO PORTO Coordenador comercial na empresa Pareto Group; Volunteering na empresa TETO Brasil; estudou na instituição de ensino UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro Engenharia Ambiental UFRJ e na instituição de ensino University of Birmingham

MEU NOME É LUIS OTAVIO PORTO e moro em Auckland desde outubro de 2017. Antes de mais nada, vale ressaltar que muitos dos pontos que serão compartilhados a seguir foram cruciais no meu processo pessoal de escolha e, por fim, mudança para Nova Zelândia. Eu havia morado no país há 12 anos atrás, quando tive uma experiência igualmente proveitosa e marcante, de forma que tais sentimentos e impressões permaneceram fortes em minha cabeça e nortearam a mudança mais recente.

Para entender o sucesso da NZ no lockdown e contenção do Coronavírus, é preciso dar um passo atrás e buscar compreender questões geográficas e os valores sociais que guiam os Kiwis, nome dado aos cidadãos neozelandeses em referência ao pássaro nativo símbolo do país. No meu ver, a Nova Zelândia foi bem sucedida devido ao tamanho da sua população, modelo de moradia, serem ilhas, e sua localização no globo, mas principalmente devido ao senso de comunidade, comunicação adotada, vigilância e seriedade quanto ao risco imposto pelo Covid19.

A NZ tem aproximadamente 5 milhões de habitantes, aonde 1.5 milhões moram em Auckland, e o resto se distribui em cidades menores. Para dar uma ideia, mesmo a capital Wellington que é a segunda maior cidade da NZ tem apenas 500 mil habitantes. Em sua maioria, as cidades kiwis giram em torno de 20 a 80 mil habitantes. Soma-se ao fato que a vasta maioria das pessoas residem em casas. São pouquíssimos os casos de famílias morando em apartamentos. Com isso, as cidades em geral se espalham por uma área considerável, de maneira que a densidade populacional eh baixa na maioria dos bairros.

Por fim, um pais com duas ilhas localizadas na parte sul do Oceano Pacífico facilita o processo de contenção da entrada do vírus na fronteira.

De toda forma, de nada bastaria deter fatores geográficos tãoo positivos se os valores sociais não colaborassem. Como dito, a NZ detém

um senso de comunidade muito forte. Não é raro encontrar “trust boxes” ao redor do pais, aonde o cliente retira o produto e deixa na caixa o valor sugerido pelo mesmo. Aqui as crianças andam ou pegam ônibus para escola sem necessariamente acompanhada de um adulto. Há um entendimento que todos cuidam de todos.

Essa união em momentos de adversidade são cruciais e fortalecem a vigilância em termos de todos estarem seguindo as normas estabelecidas Outro ponto que me chamou bastante atenção foi quanto ao “valor da vida”. Em março de 2019 a NZ sofreu, possivelmente, seu primeiro ataque terrorista na história. Cerca de 50 pessoas foram mortas em um massacre a sangue frio em uma mesquita na cidade de Christchurch na ilha sul. A comoção foi nacional. A primeira ministra imediatamente viajou ao local do atentado para oferecer apoio as vítimas e pessoas próximas.

Vigílias em diversas cidades foram marcadas e muitos locais de trabalho prestaram homenagens as vítimas. O país não só ficou de luto mas sofreu profundamente com ele. Inicialmente eu não pude compreender a gravidade da situação na visão de um kiwi, somente quando me deparei com o numero de homicídios por ano, 60. Em um pais onde cerca de 60 pessoas morrem por assassinato anualmente, um atentado com 50 mortes é muito representativo. 22 mortes por covid é o limite do aceitável para padrões tão elevados de valorização da vida. Aqui, cada vida importa.

Uma vez que podemos esclarecer esses aspectos, vamos ao cronograma do lockdown.

Entre os dias 3 e 7 de fevereiro a NZ bloqueou quaisquer voos direto da China, chineses que representam o maior numero de turistas anualmente para o país e com isso uma considerável contribuição financeira para economia, e criou uma linha telefônica 0800 para comunicação entre a população e o Ministério da Saúde de forma a identificar possíveis casos e testá-los. No dia 28 de Fevereiro a NZ confirmou seu primeiro caso de covid de um residente retornando de viagem ao Irã. A partir daí diversos

casos foram aparecendo, em sua maioria relacionados a viagens ao exterior, mas já com alguns casos de transmissão comunitária No dia 23 de março, com um total de 102 casos confirmados, a NZ entrou em Lockdown level 3 com a mudança para o Level 4 (máximo) 48 horas após. No dia 25 de março, a NZ entrou efetivamente no Alerta 4 aonde permaneceu por quatro semanas, o que na época foi tido como uma decisão bem enfática por parte do governo quando na maioria dos países os períodos de lockdown eram de duas semanas apenas. Outro ponto bastante curioso desse período foi que no Alerta 4 apenas trabalhadores de serviços essenciais, em sua maioria supermercados e farmácias, poderiam ir presencialmente ao seu trabalho isso representava apenas 10% da força de trabalho da NZ. Não havia sequer a possibilidade de delivery por parte de restaurantes ou lojas de varejo. Durante o Alerta 4 as pessoas eram permitidas sair de casa para caminhadas e exercício físico ao ar livre, sempre respeitando a distância mínima de dois metros, o que se provou essencial para saúde mental de todos. Mas sabemos que só foi possível devido a baixa densidade populacional previamente mencionada.

No mesmo período o governo também deu início ao seu pacote de resgate econômico com 12.1 Bilhões de dólares destinados a economia, de onde 6 bilhões eram exclusivamente destinadas ao suporte empresarial para o pagamento de salários dos trabalhadores. Com isso, foi evitado um salto imenso no número de desempregados o que se provou também como uma atitude acertada uma vez que com a subsequente redução dos alertas essa força de trabalho se mostrou imediatamente necessária.

Porém, tudo isso só foi possível devido ao extraordinário nível de comunicação constante do Governo e Ministério da Saúde para com a população geral. As perguntas que surgiam nesse período eram constantes.

Com isso, a primeira ministra juntamente com

diretor geral do ministério da saúde realizaram, diariamente as 13h, pronunciamentos oficiais para atualização do numero de casos e recomendações gerais para população.

Incansavelmente, todos os dias, durante quatro semanas o governo se posicionava acerca da evolução dos casos aqui na NZ. Juntamente a isso foi realizada uma ampla campanha de comunicação por parte do governo enfatizando as recomendações de distanciamento social, lavagem das mãos e quarentena na sua casa sem contato com pessoas externas. Isso foi feito através de cartas, mídias sociais, televisão, jornais e todos os meios possíveis para alcançar o máximo da população. O nível de ajuda entre vizinhos principalmente os mais idosos, vigilância social em cada bairro acerca das recomendações e comprometimento com as mesmas foi impressionante.

Por fim, após quatro semanas iniciais os alertas reduziram subsequentemente para os níveis 3, 2 e 1, permanecendo pelo mínimo de duas semanas em cada um dos alertas. A flexibilização gradual permitiu as pessoas se acostumarem ao retorno das atividades normais sem um comprometimento do “ganho” conseguido com a mudança mais brusca inicial. Desde meados de março a NZ fechou completamente suas fronteiras para visitantes, permitindo somente a entrada de kiwis e residentes que se encontravam no exterior, porém sobre a premissa de quarentena obrigatória durante 14 dias em hotéis que foram alugados pelo governo para tal função.

Hoje, após cem dias sem casos de contaminação comunitária, Auckland amanheceu no dia 12 de agosto de volta ao alerta 3, inicialmente por três dias. Isso por que ontem foram confirmados quatro casos positivos de contaminação comunitária sem correlação direta com a fronteira ou os hotéis de quarentena obrigatória. A luta não está ganha, e por parte do governo essa nunca foi a mentalidade, afinal o mundo inteiro ainda vem sofrendo com o covid. Aqui a resposta segue sendo “agir rápido e forte”, pois é entendido que essa a melhor opção para economia e principalmente para as vidas que aqui estão.

ESPANHA

O COVID-19. QUEM PAGA ESSA CONTA? Falando de uma pandemia nunca vista até agora o custo vai ser alto mas espero que aprendamos muito a relativizar. Na minha opinião uma conta alta, emocional, económica y social. Nos tirou o direito a ir e vir, a muitos tiraram o trabalho e o pior, nos privaram dos abraços.

O confinamento nos mostrou o quanto as nossas casas estavam precisando de algumas reformas, nao eramos conscientes nem das nossas necessidades reais. Talvez porque muitos só iamos a casa a dormir. Muitos divorcios mas também reencontros com o companheiro/ companheira de viagem ou simplesmente a companhia das paredes. Sao tantas opçoes… e todas válidas.

Na Espanha estamos tendo um segundo rebrote depois do confinamento mais duro da Europa. Aquí, como no Brasil, o ocio se faz muito nos bares, restaurantes e isso implica dificuldade para respeitar a distancia de segurança. Baixamos a guarda e já temos mais de 2.000 positivos. Estamos preocupados.

O medo dos empresários ao fechamento dos negócios é proporcional ao medo das pessoas em sair, viajar e recuperar a vida. Desde o ponto de vista sanitário, estamos mais preparados mas com problemas de stock e a Agencia espanhola do medicamento restringe os pedidos de tratamento para evitar um mal uso e quebra de stock total. A aposta é pelo redensivir* I.V. Nao há estudos decisivos mas artigos publicados com alta fiabilidade que demonstram melhoria dos pacientes.

Desde a comunidade cientifíca se distribuem menssagens contraditórios como máscara sim ou nao?. Mas a verdade é que de momento as máscaras nos protegem e está demonstrado na práctica que seu uso e manter a distancia social reduz os contagios. Por último, estamos convencidos que vamos vencer essa guerra. Ainda que nao podemos perder de vista a escalofriante cifras de falhecidos e pacientes superviventes que siguem apresentando sequelas pós-Covid.

RENATA PESSANHA

Trabalha no Hospital Universitario Lucus Augusti Lugo (Galiza), estudou Nutrición na instituição de ensino Universidad de Santiago de Compostela e Master en Nutrición Humana na instituição de ensino Universidad de Navarra

Itália

POR TER SIDO O PRIMEIRO PAÍS depois da China a ser afetado mais gravemente, sim, houve muito medo.

Principalmente depois do primeiro caso de morte, que foi na região onde moro, no Vêneto, norte da Itália.

De repente o governo resolveu fazer o lockdown total, e tivemos que ficar confinados em casa. Não percebi nenhuma mudança no comportamento dos italianos pelo fato de eu ser estrangeira. Claro que a vida mudou... estamos mais cautelosos, usando mascaras e evitando aglomerações. As escolas reabriram agora em setembro, mas se a criança fica doente, um simples resfriado ou dor de barriga, os pediatras recomendam fazer o esame de Covid para poder retornar as aulas.

Não esta sendo um início fácil para quem tem filhos pequenos. O inverno esta chegando, então sabemos que vão aumentar as doenças típicas da estação, como a influenza. Não tive ninguém do meu convívio que testou positivo, ou faleceu. Não li nenhuma notícia de arrependimento do governo em relação a gestão da pandemia. Aumentaram um pouco o numero de positivos en relação ao meses anteriores, porém a pandemia esta sob controle, sem emergência nos hospitais.

CAROLINE MONTEZANO

é jornalista, mineira de nascimento, mas criada em Niterói. Mora na Itália, na cidade de Padova, há mais de 15 anos. Tem o instagram caroline_montezano_rodrigues e um blog, insòlita Italia, que fala de eventos culturais.

UM NITEROIENSE

percorrendo os países da Europa

NETO VENTURA

é mestre de jiu jitsu, com anos dando aula no Oriente Médio, hoje em dia residindo em Portugal e trabalhando como caminhonista pelas estradas da Europa

EM 2019 EU COMECEI UMA NOVA PROFISSÃO aqui no exterior, a de caminhonista internacional. Durante todo o ano fui estudando pra conseguir a carta, e quando consegui, fui contratado por uma empresa européia, e passei a percorrer todos os países da Europa como caminhonista.

Mas sabia eu que no inicio do ano seguinte, íamos nos deparar com essa pandemia violenta! Foi um susto enorme, e pensei em desistir, com medo de ser infectado. Mas pensei, se eu me acovardar, como ficam as famílias que dependem desses alimentos que levo? E a minha família?

Imagina se todos os caminhonistas pensassem igual?

Aí eu tive a responsabilidade de continuar, levar tudo que transporto, para as famílias de todos os países.

Tomei isso como uma MISSÃO de vida.

A pandemia estava num estágio muito alto, as estradas vazias, ninguém nas ruas.

Hoje estamos em toda a Europa num estágio bem abaixo, e sigo fazendo meu trabalho, minha missão.

DA

JANELA Durante a pandemia, o sol e a lua proporcionaram momentos de respiro, momentos em que paramos para ver a grandeza do universo, e sentir que esse universo vai conspirar ao nosso favor, como semore fez, independente da forรงa que uma parte da humanidade faz para destruir onde vivemos.

Marcelo Ramos, Mariana Bittencourt e Juliana Gillio nos mostram belas imagens captadas de suas janelas.

Na pรกgina anterior, Juliana Gillio, nesta pรกgina, Mariana Bittencourt, na pรกgina seguinte, Marcelo Ramos

empório Tudo começou em Santana do Deserto, MG. A família talentosa em doces caseiros, que fazia as pessoas flutuarem quando passavam em frente da grande janela de madeira azul, pelos aromas que dela saíam. Doces com história, carinho, amor e afeto. Sorrisos largos embalavam os tachos de cobre, gargalhadas gostosas, cumplicidade, alegria. No quintal, as frutas que davam forma a doces e geleias inesquecíveis na região.

Dali, um espalhamento para cidades maiores, novas pessoas e histórias nascendo, e tanto na fazenda como no asfalto, sempre mantendo o princípio da humildade e dignidade acima de tudo. A menina Conceição, junto com sua vó, produzia doces e as duas pegavam a estrada para entregá-los pelo caminho, em empórios simples e locais como o Suntuoso Hotel Quitandinha, em Petrópolis, e a tradicional Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro.

Seu irmão, Zé Viana, estabeleceu-se em Araras e comandou o melhor armazém/ empório/deli de Petrópolis, sua saudosa - e cuidada com todo amor e carinho loja Caldas Viana.

A menina Conceição cresceu, teve filhos, netos e bisnetos, virou a Grande Matriarca da família e famosa doceira em Juiz de Fora. Hoje, seu neto primogênito cria a Santa Roça, santificada pela memória afetiva dos dias que passou na roça, pescando lambari no grande rio, catando jabuticaba no pé e roubando pedaços de bolos ainda quentes no tabuleiro.

Essa é parte da nossa história, e você está convidado a provar nossas delícias, e viajar para um tempo onde a doçura era o mais importante. Doçura de afetos, de amizades, de gentilezas, de hospitalidades. Os sorrisos largos continuam por aqui, atravessando gerações. É só chegar. As porteiras estão sempre abertas!

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o PĂŁo nosso

de cada dia pode ser

INCRÍVEL

De alguns anos para cá, comprar ou aprender a fazer pães artesanais se tornou um interesse cada vez maior para as pessoas. Aqui mostramos algumas opções para compra de produtos deliciosos em Niterói, e contamos um pouco da história de cada um deles. E para os que querem se aventurar nos fornos para produzir seus próprios pães, uma receita simples e deliciosa!

Bakery crosta

a

por Jim Shattuck

A CULTURA DE PÃES ARTESANAIS com fermentação natural tem crescido bastante em Niterói. Pães fresquinhos, crocantes e saborosos que nos remetem ao interior da França estão mais populares do que nunca. E uma nova padaria em Icaraí tem conseguido atender essa demanda em cheio.

A Bakery Crosta, a nova padaria da R. Lopes Trovão, traz uma variedade de pães artesanais para o bairro de Icaraí. É possível notar a satisfação dos moradores do bairro ao observar a popularidade do espaço.

Apesar de ter sido aberta há menos de um ano, a padaria já era ambicionada pelos donos muito antes.

Dois anos atrás, Mendel Kaczala, até então cozinheiro em tempo integral em restaurantes no Rio de Janeiro, foi inspirado pela sofisticada história e ciência por trás da panificação apresentada no episódio “Ar”, o terceiro da série documental “Cooked”, do Chef Michael Pollen na Netflix.

Ele iniciou seus experimentos com pães de fermentação natural na cozinha de sua casa. Ele estava fazendo pães excepcionais que levavam seus familiares e amigos ao delírio usando o fogão doméstico e assadeiras de metal. “Era muito quente e caro, mas aos poucos eu chegava mais perto do objetivo

que eu queria”, observou Mendel. “As pessoas me encorajavam bastante a expandir minhas habilidades de panificação para um negócio de tempo integral”.

Com o apoio de sua família, Mendel decidiu levar sua paixão pela panificação a frente. Ávido por aprender as inspiradoras técnicas francesas de panificação, Mendel se inscreveu no curso do renomado padeiro Jean Jacob, em São Paulo. Após essa vivência, ele retornou para Niterói mais determinado e com mais paixão e habilidades do que antes. Juntamente com sua esposa, Mariana, eles desenvolveram um plano de negócios e iniciaram sua busca pelo local perfeito.

Pães de tradição francesa, crocantes e artesanais logo chegariam em Icaraí.

Mas não se engane pelo tamanho da loja ao passar em frente à Crosta Bakery. A pequena loja oferece uma enorme variedade de pães fermentados naturalmente. Os pães produzidos diariamente são: baguetes, pain au levain, pão integral, brioche, fougasse, ciabatta, focaccia, pain perdu e, o pão de cúrcuma. E para os amantes de pães doces, você pode matar seu desejo com os incríveis sonhos e deliciosos rolinhos de canela. Café expresso e alguns tipos de bebidas geladas também estão disponíveis.

Essa padaria artesanal familiar está repleta de opções fantásticas que não são fáceis de serem encontradas no mercado. E a melhor parte: os preços!

Não é novidade que negócios especializados em produtos internacionais exclusivos com métodos de produção específicos promovem sua imagem como algo gourmet.

Infelizmente, preços exorbitantes são comumente considerados indicativos de qualidade. Porém, a Crosta possui uma abordagem completamente diferente. “No final das contas, pão é nada mais que farinha, sal e água.

E um starter de fermentação cultivado cuidadosamente”, explicou Mendel. “É claro que há pães com sementes, nozes ou outros ingredientes mais elaborados na massa. Mas nossa intenção é popularizar esse tipo de pão, e não o incluir em um tipo de mercado ainda mais “gourmetizado”.

Mariana e eu queremos encorajar nossos vizinhos a desacelerar e aproveitar o que temos para oferecer. Então nós cobramos aquilo que consideramos um preço justo pelo produto”.

Os planos para o futuro da Crosta incluem o oferecimento de um bom café-da-manhã, deliciosos sanduíches e um serviço de brunch, além de ambicionar fornecer pães artesanais para pousadas e restaurantes locais.

“Abandonar minha carreira como cozinheiro de restaurantes foi um passo enorme, mas também foi um ato de coragem”, Mendel pontuou. “Mariana e eu estamos empolgados em sermos nossos próprios chefes e também em ajudarmos a moldar um tipo de negócio local em nosso bairro que reflita nossas paixões e valores. Nós queremos muito criar uma relação duradoura com nossos vizinhos e fazer muito mais”.

BAKERY CROSTA

Rua Lopes Trovão, 448, loja 104 de terça a sexta, das 13h às 20:30, sábados das 09:00 às 19:00 e domingos de 18:30h às 23:30h Instagram @bakerycrosta Facebook.com/bakerycrosta. Tel.: (21) 2828–0714.

Barletta Pães veganos e glúten free

LOURIVAL DE SOUZA JÚNIOR, JÁ FAZIA PÃES E MASSAS em casa para os filhos, posteriormente operando um pequeno restaurante de bairro em 1991. Foi professor de desenvolvimento de sistemas e funcionário de empresas multinacionais por quase 28 anos. Por volta de 2015, o mercado de TI já não era o mesmo, e Lourival resolveu novamente se reinventar. Uma de suas filhas teve a oportunidade de abrir um pequeno bistrô dentro de uma academia em Niterói, e pediu para que ele fizesse dois pães de forma.

Lourival fez os dois integrais, com biomassa de banana verde, e o sucesso foi tamanho que os pedidos foram aumentando, encomendas surgindo, e ele largou quase 30 anos de TI para virar padeiro artesanal.

No ano seguinte, percebeu que não havia conceito de panificadora “saudável” e que atendesse ao público vegetariano/vegano, celíaco, alérgico e intolerante a glúten, lactose e outros. Então resolveu se especializar nessa vertente, estudando tudo sobre os temas, mudando o foco para panificação saudável e sem glúten, vendendo quase de porta em porta ou por indicação. Iniciou com sua esposa Cristiane Villela a participação em eventos veganos/vegetarianos nos fins de semana para promover a marca. Mas as parcerias que fizeram com lojas e restaurantes para venda dos pães em Niterói e Rio foram desastrosas.

Perceberam que apesar de muitos quererem ajudar o pequeno produtor local, 99% não tinham a menor ideia de como vender um produto mais elaborado, ou tinham interesse em se capacitar nesse tipo de venda e atender um público mais exigente, ávido por novidades e que precisava de produto especifico para seu consumo diário, como no caso dos alérgicos e celíacos.

Em 2017 pararam de fazer massas (macarrão), porque os pães tomaram uma proporção enorme e praticamente todo o tempo disponível. Abriram um braço para produção de pães artesanais de hambúrguer e logo foi sucesso novamente, mas sempre atendendo por indicação e promoção da marca via redes sociais. Com o aumento do negócio a

Cristiane deixou seu emprego e se juntou como sócia e 100% dedicada a Barletta.

Inicialmente ajudando na produção e administração, Cristiane passou a desenvolver produtos bacanas como mel de pectina de maçã; manteiga vegana de óleo de coco palmiste (a queridinha da Barletta) e descobriu seu talento para confeitaria vegana.

No ano de 2018, além da cozinha sem glúten, iniciaram um novo espaço, com cozinha industrial onde produzem os pães para as hamburguerias, restaurantes e encomendas.

E abriram a primeira loja própria, no Vertical Shopping (centro do Rio), onde puderam fazer dela um laboratório de vendas e assim decidir melhor, com a aceitação ou não do público sobre quais produtos seguir. Hoje são a primeira padaria 100% vegana do Rio de Janeiro.

Produtos e ingredientes A Barletta não usa nada de origem animal, procura utilizar sempre orgânicos e preferencialmente ter melhor contato com os fornecedores.

Seus produtos são feitos com corantes naturais, extraídos do próprio vegetal em questão. Salvo os pães de hambúrguer que exigem corantes para manter o padrão dos sanduiches de cada estabelecimento, conforme fotos e seus cardápios.

Não utilizam conservantes ou qualquer química para fazer miolo assim ou assado, casca, cor, etc..

Têm um público fiel que tem toda a confiança em seus produtos, pois conhecem a qualidade, respeito e seriedade na produção. Apesar dos bons ingredientes, procuram praticar preços justos.

Hoje fazem pães em mais de 40 sabores, Brioches para o café e lanches, pães de hambúrguer e hot dogs, roscas recheadas, biscoitos, salgados como italiano/joelho (depende da cidade, rs), pizzas, quiches, pastéis. Doces como brownies recheados, bolos e tortas, brigadeiros, palha italiana, bolo de pote, tarteletes, sorvete, pavê, pudins e sonhos.

Sonhos, que quando realizados, são tão doces quanto essa iguaria.

BARLETTA

Padaria e Confeitaria 100% Vegana (21) 96926-6358 / 96706-6559 Rua Sete de Setembro 48, 2°andar Vertical Shopping - Centro -RJ www.barlettamassas.com.br

Aline Cordeiro

ALINE CORDEIRO É ARQUITETA E HÁ SEIS ANOS se interessou por fazer pães de fermentação natural, quando ganhou um livro chamado “Pão Nosso”, de Luiz Américo Camargo, que ensinava, dentre outras coisas, a fazer o fermento natural, ou Levain.

As primeiras tentativas foram muito frustradas, os pães saíam muito feiosos, diz, bem humorada. Chegou a pensar em desistir. Achava que “esse negócio de pão é muito difícil pra mim, deixa isso pra lá”. Mas não deixei, bem na minha eu seguia algumas pessoas e acompanhava canais do YouTube sobre o assunto. E fui absorvendo conteúdo , ainda sem praticar. E quando me tornei mãe, durante a introdução alimentar do meu filho, percebemos que ele amava muito comer pão. E eu sabia que esses pães que compramos por aí, a maioria tem muitos ingredientes desnecessários para fabricacao de pão. Pão mesmo só precisa de 3 ingredientes: Farinha, sal e água.

E aí, mergulhei de cabeça no mundo da panificação e fermentação natural. Absorvendo muito material em grupos específicos sobre Levain, fui aprimorando minha tecnica. E praticando. E a coisa foi fluindo... no começo desse ano, eu já fazia pães de fermentação natural bem bonitos e gostosos. Mas sentia que ainda faltava um toque que alguém especialistas. Alguém ao vivo mesmo, não apenas dicas do pessoal dos grupos e do Instagram. E abriu um workshop de fermentação natural ministrado pelo Mendel, da Bakery Crosta. E lá fui eu. Era realmente o toque que faltava. Dali em diante meus pães só evoluíram.”

E os amigos vendo as fotos começaram a pedir, e Aline começou a fazer pequenas fornadas toda sexta com 6 pães, para os amigos que pediam. E os pedidos foram aumentando, e assim vem nascendo a Leve Pães Naturais (@levepaesnaturais) com micro fornadas as quartas e sextas, sempre sob encomenda. Tudo é produzido de forma completamente artesanal, em casa, com forno convencional e cada pão é assado dentro da panela de ferro, para ter a qualidade mais próxima o possível de um forno de lastro de padaria. Todos os Instagram: pães são feitos 100% usando fermentação natural. @levepaesnaturais

Day

Me chamo Dayse Mais todos me chamam de Day Sou de recife e moro aqui a 7 anos Comecei a fazer pães muito cedo Com minha avó e mãe Para o shabat Daí o tempo foi passando , me tornei budista e já não fazia pão para o shabat Porém os pães sempre foram uma paixão Dava de presente aos amigos E depois as pessoas começaram a pedir pra que eu pudesse vender Então veio a pandemia Eu estava muito solitária e triste E comecei a fazer pães e oferecer a vizinhos Criei uma página no Instagram E lá comecei a vender Achei super interessante Pois fazendo pães consigo praticar atenção plena E vejo quanto terapêutico é o ato de sovar uma massa e ver ela crescer Não sou profissional Sou apenas uma mulher que seguiu as receitas dos ancestrais E mantenho a tradição dos meus pais Porém sou muito grata a cada cliente e amigos padeiros que tenho conhecido Apesar de todas dificuldades (pois minha minha filha tem autismo severo e meu marido é cadeirante ) eu encontrei um tempo pra levar amor as pessoas em forma de pães caseiros Sou muito grata por cada pãozinho que faço

Insta: @paodaday

Alexandre Haidar

ALEXANDRE HAIDAR TEM FORMAÇÃO de Padeiro pelo Senac desde 2019 e começou sua trajetória na panificação por um acaso.

Desde 2018 começou a se profissionalizar na área de gastronomia, fez também um curso pelo Senac de cozinheiro, e foi onde se deparou com a panificação. Fez muitas pesquisas e leu bastante sobre o assunto e acabou virando algo que queria cada vez mais se dedicar. Resolveu fazer o curso de Panificação e foi aí que teve certeza que essa era a sua maior vontade, onde iria construir sua carreira.

Montou sua nano padaria em casa com a ajuda de seus pais e irmã e começou a trabalhar com pães de fermentação longa e fazendo entregas de bike por Icaraí. Estudando mais sobre o assunto acabou optando por trabalhar também com o fermento natural, pois é realmente um pão mais saboroso e muito mais nutritivo que os demais. Hoje continua com as entregas, mas também fica na bike Food no coração de Icaraí, bem na esquina da Rua Moreira César com a Belisário Augusto. Seu instagram: @wowpadaria

E SE VOCÊ QUISER

FAZER EM CASA? A chef Carol Kalil ensina uma receita super fácil de Focaccia para você se aventurar na cozinha!

Focaccia é pão de toda mama italiana. É tipo nosso bolo de fubá, qualquer vó faz a qualquer momento. Tem mil versões, gosto de mediterrâneo, várias receitas clássicas e é muito muito simples, inclusive no modo de fazer.

Vamos lá:

Para a massa 600g de farinha de trigo 5 colheres de sopa de azeite 1 envelope de fermento biológico seco App 1 litro de água 1/2 colher de chá de sal Numa bacia grande, misture o fermento e o sal na farinha seca e faça uma coroa, abrindo um buraco no meio da farinha. Ali, coloque o azeite e a água de meio em meio copo, sempre misturando com uma das mãos, mantendo a outra limpa. Agregue água até a massa se tornar maleável e grudar nas mãos, a partir daí pare e sove por uns 15 a 20 minutos e ela vai começar a descolar sozinha das mãos. Pode usar farinha pra ajudar, mas cuidado com excessos, porque com paciência a massa solta naturalmente.

Não precisa de grandes pontos de véu pra essa receita dar certo, sove até as “celulites” amenizarem, mas não precisa ficar neurótico, se o braço cansar, cubra, deixe crescer uns 40 minutos e fé.

Transfira a massa para um tabuleiro fartamente untado com azeite, abra-a com os dedos, regue com azeite, sal, pimenta do reino e alecrim. Deixe crescer de novo por uns 20 minutos e asse-a em forno médio pré aquecido a 200-250c até o fundo dela começar a dourar, mas cuidado que se o forno estiver muito quente, cria crosta embaixo!

Deixe esfriar que ela absorve todo azeite do tabuleiro e fica absurda e espetacularmente temperada. Um bom azeite faz a diferença. Bon apetit!

NITEROI

ENSES PROD UZEM CULTURA

I

S D MA

Quais as coisas que podem ser consideradas arte e cultura? São nomes subjetivos demais para se encaixarem em algum lugar. Pode ser uma sandália, uma colagem, um livro. Uma almofada, uma performance, um grito. Nessas páginas, em todas as edições, vamos mostrar moradores da cidade que CRIAM.

Porque

onde

tiver

um

sentimento, um desejo de criação, do que quer que seja, vai ter arte, vai ter cultura, vai ter emoção, que é o que move os artistas.

Beatriz Meneses

Sou colagista digital surrealista, tenho 32 anos, sou natural de Porto Seguro - BA mas vivo no Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói, desde meus 3 anos de idade.

Sou apaixonada por todo tipo de arte surrealista e bebo diretamente nessa fonte. Bosch, Dali, Frida Kahlo e Remedios Varo são minha maior fonte de inspiração.

Minhas colagens falam do desejo de uma existência poética e surrealista, mas principalmente sobre ressignificação de afetos e formas de existência.

Em minhas figuras, o diálogo com a natureza, com o tempo, o universo e toda humanidade se torna um mundo de possibilidade para criar, fascinar e hipnotizar. Através da mescla de recortes digitais de fotos antigas e elementos contemporâneos, as imagens criam vida e refletem meu olhar e forma de pensar a vida.

Desde minhas primeiras lembranças a arte se faz presente, experimentei muitas modalidades artísticas e a colagem surgiu enquanto eu ainda cursava a faculdade de psicologia. Atuei como psicóloga por algum tempo e a colagem que inicialmente havia sido distração, começou a tomar um espaço bem maior na minha vida. Logo surgiu a oportunidade de transformar minhas artes em camisetas e foi aí que comecei a perceber que outras pessoas se interessavam pelo que eu criava. Fui me aperfeiçoando na técnica e outros trabalhos foram surgindo, a Psicologia foi deixando de ser o meu foco principal até que em 2018 resolvi parar de clinicar e me dedicar exclusivamente a arte. De lá pra cá, desenvolvi trabalhos cada vez mais gratificantes, como capas de livros, discos e cartazes para bandas.

Em 2019 tive a oportunidade de ilustrar o Caderno Globo: Entre Dados e esse foi um dos meus trabalhos favoritos e que impulsionou ainda mais o alcance da minha arte.

Hoje possuo uma loja virtual onde é possível adquirir prints e alguns outros produtos com minhas colagens. www.beatrizmeneses.com.br Instagram: @beatrizmeneses

ANDRÉ

Nascimento ANDRÉ TRABALHAVA embarcado em plataformas de petróleo, e com a crise no setor, foi mandado embora.

Se viu desempregado e lembrou que já tinha trabalhado de estofador quando tinha 19 anos.

Começou a fazer uns serviços de estofador, mas sua veia criativa o levou a criar diferentes formas de estofados, misturando cores e tecidos. Seu trabalho começou a ter uma grande repercussão, e ele começou a customizar sandálias também. Até que a filha de um jornalista da Rede Globo comprou uma de suas sandálias e o pai adorou o trabalho, e o convidou para participar do É de Casa.

Com a participação no programa, seu trabalho foi mais visto, e uma empresária brasileira que mora na na Europa o convidou para participar do Festival de Zurique, para mostrar seu trabalho.

André embarca no final do mês, com planos junto a essa empresária de abrir lojas em Paris e Lisboa, pra onde ela se mudará. Essa empresária vem recolhendo inúmeras poltronas pela rua, tendo que alugar até um galpão, a espera de André e seu talento em customizar objetos com sua arte colorida e original.

Gritos Submersos,

Lili Balonecker

Livro: Gritos submersos Autora: Lili Balonecker Gênero: Poesia Editora: Pedro & João Editores

UMA POESIA QUE MERECE ser lida na intimidade e solidão de nossos quartos, mas também ambiciona a fricção dos afetos, dos abraços, dos laços e dos inevitáveis efeitos dos encontros e leituras compartilhadas. Uma poesia que nos encanta, porque também é doce, mas não dociliza. Ela nos arrebata, nos convoca, nos mobiliza, mas também acalma e traz algum alívio e esperança nestes tempos tão difíceis.

Nos seus textos sentimos uma poeta inconformada, uma alma flamejante que se dispõe a desvelar seu (e também nosso) mar de ardiduras, uma poeta que já desistiu de desarder e não tem medo de queimar na fogueira onde tantas mulheres foram (são) lançadas pela história afora. Uma poesia da metamorfose. São muitas vozes trazidas pela poeta, uma diversidade de gritos submersos que ela traz à cena, vozes com seus apelos, expressividades e persistências. Uma mulher poeta que, na experiência sensível de escuta das histórias e memórias de outras mulheres, toma a palavra como possibilidade de desvelamento da condição feminina hoje, afirmando o protagonismo das mulheres, sua força e seu lugar de importância na história. Apresentanos uma poesia que toma como força a percepção de um tempo que cresce no subterrâneo, “nas esquinas chamadas esperanças onde os sonhos dormem,” nas margens, nas periferias, uma poesia aliada àquelas e àqueles que se veem agora ainda mais ameaçados. É lá, nas ruas, nas esquinas, no meio desta gente, que se encontra Liliane; é lá que esta poeta apaixonada pisa, dança, caminha e canta seu canto de poeta, sem repousar suas asas passarinhas, mas provocando em nós, seus privilegiados leitores, o desejo de voar...

Fernanda Bortone

Lili Balonecker é professora, poeta, atriz, feminista, artivista, contadora de histórias, escritora de livros de literatura infantil e poesia. Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); mestre em Educação pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); especialista em Literatura Infantojuvenil pela Universidade Federal Fluminense (UFF); graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Bacharelado e Licenciatura. Atua na Secretaria Municipal de Educação de Niterói onde coordena a equipe de Promoção da Leitura (Coordenação de Promoção da Leitura).

kkkrônicas,

Milla Benício

Livro: kkkrônicas Autora: Milla Benício Gênero: Crônica Editora: Máquina de Livros

A AFLIÇÃO DIANTE DE UM palhaço suado que caminha na rua em sua direção, com uma placa escrito “me abrace”. O dia em que tudo dá errado num banco lotado e, ainda por cima, o filho de 3 anos faz cocô na calça bem na hora da reunião com o gerente.

Com filas enormes em todos os caixas do supermercado, o truque usado para passar na frente e conseguir pagar uma única caixa de ovos. E como reagir quando não se sabe se o camelô de óculos escuros que está te enganando é cego ou não?

Situações inusitadas do cotidiano são munição para as histórias impagáveis vividas por Milla Benicio. Com um olhar extremamente humano e humor ácido, ela resolveu contá-las em suas redes sociais.

O que Milla não esperava era conquistar uma legião de fãs – parentes, amigos e até desconhecidos – que comenta, discorda e, principalmente, ajuda a construir novas histórias.

Foi assim que nasceu Kkkrônicas – A comédia da vida compartilhada, curtida e comentada, um livro escrito a muitas mãos, de formato inédito e inovador. As crônicas, todas incrivelmente reais, foram editadas com os comentários dos seguidores de Milla.

Muitos deles, aliás, se tornam personagens e são tão divertidos quanto as situações narradas pela autora.

Doutora em comunicação e cultura, professora de marketing e coordenadora de pesquisas relacionadas à cultura digital, Milla se surpreendeu com o alcance de seus posts, compartilhados e comentários às centenas.

– Aos poucos se formou uma dinâmica de publicações no meu perfil. Os “comentadores” frequentes passaram a interagir entre si e a serem reconhecidos pelos demais. E os leitores começaram a me cobrar mais postagens – explica.

Meio Ambiente

SE TODOS OS SERES vivos morressem e só sobrassem as plantas, elas viveriam por muito tempo e se multiplicariam.

No entanto, se todas elas morressem, nenhum ser vivo perduraria na Terra por mais que alguns meses.”

A gente não tem noção dos serviços que as árvores e florestas prestam pra esse planeta. Se todas elas desaparecessem da noite pro dia, o mesmo poderia acontecer com toda a biodiversidade. “Haveria extinções em massa em todos os grupos, e organismos, local e globalmente” (Jaime Prevedello). É preocupante a gente continuar dependendo de um sistema de produção em larga escala , modelo destruidores, que exploram o trabalho no campo, e que enchem nossos alimentos com agrotóxicos que estão diretamente ligados ao câncer e a problemas de desenvolvimento.

Ano passado batemos o recorde em liberação de agrotóxicos. Esse ano estamos no mesmo caminho, em pleno início de pandemia, mais de 100. Isso mesmo. Em quarentena, empresas produtoras de pesticidas solicitaram ao MMA a liberação de mais 216, que estão sendo analisados. Soberania alimentar passa longe. E a gente segue, dependendo desse sistema que desmata, polui e destrói. Que precisa avançar e avançar e avançar.

Poderíamos é pegar o caminho de volta.

Eu não vou cansar de me dizer, plante uma sementinha que seja,

comece a fazer adubo com seus restos de legumes e frutas. Troca mudas com os vizinhos. Bota um cacto que seja se não tiver tempo de regar. Mas plante sempre uma semente que puder. É uma forma maravilhosa de começaarmos a desenvolver uma relação de “carinho com a Terra”, e entender que podemos sim, adotar modelos produção de comida sem veneno, que repensam todo o processo.

O agronegócio precisa de muitas outras frentes para se manter. A agroecologia não.

Nas palavras do jardineiro Gangster, cultivar a sua própria comida é como imprimir seu próprio dinheiro. Vamos pensar nisso?

Plante, plante, plante.

A revolução é agroecológica.

CAROL ARAÚJO é artesã, criadora da marca de acessórios artesanais HippieNótica.

Atualmente, estuda Gestão Ambiental.

Entusiasta da agroecologia e permacultura, milita e se dedica às causas ambientais através da ONG SOS Lagoas, que defende o sistema lagunar e recursos hídricos de Niterói.

Habitantes

da nossa

NATUREZA

Nossos

Pรกssaros por Gustavo de Gregรณrio

NOSSA QUERIDA CIDADE É

banana prata e mamão. Sim, NÓS FIZEMOS

PRIVILEGIADA no que diz respeito

UM COMEDOURO aqui em casa!

a conservação de remanescentes

Alguns pequenos cuidados precisam ser

florestais. Sim, além de vivermos no

tomados, como por exemplo com gatos, com

bioma mais rico em diversidade de todo

a assepsia do local e principalmente, nunca

o planeta - a Floresta Atlantica - Niteroi,

falhar com as frutas de manha.

possui boa parte de seus quilometros

O resultado?? Voce pode ver alguns nas

ainda cobertos pela natureza.

fotografias: mais de dez especies diferentes

Duas grandes áreas protegidas,

catalogadas, de aves urbanas às de matas

e hoje interligadas, se destacam:

limítrofes, como o sanhaço-cinzento (Tangara

o Parque Estadual Serra da Tiririca

sayaca), o sanhaco-de-coqueiro (Thraupis

abrange toda a mata da divisa com

palmarum), o sabiå-da-praia (Mimus gilvus)

o município de Maricá. Ja a Reserva

e o fin-fin (Euphonia chlorotica).

Natural Darcy Ribeiro, segue por

Quanto mais tempo voce colocar sem

Piratininga, Pendotiba e todos os

falhar, mais especies diferentes aparecerão.

bairros próximos, ate o Parque da

Que nao lhe falte a certeza de que

Cidade, em Sao Francisco.

nossos graciosos amigos aprendem onde

Entretanto, este artigo nao aponta

encontram comida e já tem o hábito por

para o foco primordial, principal e

natureza de, por exemplo, usar sempre os

inegável dos benefícios dessa benção,

mesmos puleiros. Voce verá muitos ainda

principalmente para nós cidadãos,

chegarem em casais. Notará também que

tao digna de gratidão, investimento

determinadas espécies tem épocas no ano

e conservação. Nao. Escrevo aqui

para aparições. Ha tambem uma opção

para @s querid@s amig@s que nos

mais ousada e selvagem para o turno da

dão a honra de nos dar sua preciosa

noite. Mas aí teremos outros visitantes..

atençao, e que curtem a natureza e os

aqui em casa, morcegos, gambás, micos -

animais silvestres!

esses, dia e noite - e ouriços-cacheiros.

Para voces, amig@s, vai entao

Mas se entao você gosta da natureza,

a nossa real sugestão, com um

mora próximo a uma área de cobertura

depoimento de minha experiência:

vegetal e tem uma arvore acessível, faca o

moro nos limites do PESET, no Campo

seu comedouro!..para os passarinhos, de

Belo, próximo a entrada de Itacoatiara.

dia!..daqui a pouco também estará, assim

Aqui em nosso quintal colocamos uma

como eu, tirando suas fotos. E então,

pequena tábua de madeira bem presa

todos os caminhos poderão te levar a

nos galhos de uma árvore e, toda

PASSARINHADA (Birdwatch). Um caminho

manhã, colocamos principalmente

maravilhoso e sem volta!

GUSTAVO DE GREGORIO é

graduado em Biologia na UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor de Ciências e Biologia na Educação Pública no município de Niterói. Naturalista, ambientalista, fotógrafo e o mais importante: nascido e criado em nossa cidade!

e

um texto Era inicio de março. Por aqui, pouco se falava do inimigo invisível.

Entro na redação da emissora e ouço: “Ninguém aqui tem noção do que é essa epidemia. Todos vão pegar. Alguns vão morrer, não tem jeito”. A declaração foi de uma repórter que havia acabado de entrevistar ao vivo um conceituado infectologista. Na hora fui atingida por turbilhão de sentimentos. Medo, insegurança, tristeza, e dúvidas, muitas dúvidas. Mas a principal delas era como eu iria proteger minha família. Sem pensar muito, levei meu filho para a casa da minha mãe, e disse: “Já já mamãe te busca, 15 dias passa rapidinho!” Sabia que ficar longe dele seria difícil, mas mais difícil ainda seria expor meu guri ao vírus.

Nas ruas, a exposição é inevitável. O risco de contrair a doença está em qualquer lugar. Pode vir de qualquer pessoa. Nas reportagens temos contatos com todo tipo de gente. Do médico, ao paciente. De pessoas que estão nas ruas saudáveis, a outras que mal sabem que estão contaminadas. São ossos do ofício, e assim como os médicos que não podem recuar do dever de salvar vidas, nós também não podemos recuar do dever de informar, e seguimos nessa linha de frente um tanto quanto perigosa. Na primeira semana foi fácil. Mas de fato, não tínhamos idéia do que viria pela frente. Era uma pressão maluca, os números de infectados subiam, e de mortos também. O isolamento social já passava de 30 dias. E depois, mais de 60 de dias e por aí foi...

Quando a vida vai voltar ao normal? Quando vou poder ver meu filho, minha mãe? Vieram as notícias dos primeiros colegas de profissão infectados. Quatro não resistiram, e morreram em menos de duas semanas. Eram números virando nomes e a angústia virando dor. Eu quebrei. O peito apertou de tristeza pela perda dos amigos, pela saudade do meu filho, pelas interrogações sobre o amanhã.

Crises de pânico e ansiedade me deixaram em casa por dezesseis dias.

Mas quis voltar a trabalhar, precisava estar ali, na batalha, com meus amigos, quase heróis. Voltei na semana mais crítica, quando os números de contaminados mais que triplicavam por dia. Dias se passaram, mais amigos se foram, sozinhos, sem despedidas.

Os hospitais entraram em colapso. A lista de espera por uma vaga

num CTI passava de mil nomes, não havia mais respiradores, médicos estavam infectados, outros morreram tentando salvar vidas. Hospitais de campanha prometidos não foram entregues. E a todo instante ouviamos a frase que doia os ouvidos: “olha que ainda vai piorar muito”.

Hoje, mais de seis meses após o inicio da pandemia, e com quase 150 mil mortos no país a vida aos poucos tenta voltar ao normal, ou ao novo normal, como estão chamando. Mas não está sendo fácil!

Vamos precisar ser fortes, atletas, e muito mais que heróis! Crianças continuam sem escolas, profissionais estão sem emprego, empresas estão fechando. O auxilio emergencial do Governo, para muitos, ficou para a historia. E o amanhã? Como será o amanhã? Não sabemos. Se der, fiquem em casa. Se precisar sair, use máscara. E lembre se, uma hora tudo isso vai passar!

CAMILA GRECCO

foi bailarina, professora e modelo. Administrou por doze anos a Companhia de Modelos em Niterói, lançando grandes nomes da moda. Cursou jornalismo e já atua na área há mais de 20 anos. Iniciou sua carreira na rádio Jovem Pan, passou por veículos impressos como o Jornal O Fluminense e o Jornal do Brasil. Mas foi a TV a sua grande paixão. Foi repórter e apresentadora da TV Bandeirantes por 14 anos.

Deixou a emissora em junho deste ano em meio à pandemia.

Hoje é repórter do SBT Rio.

o

um texto O que mais mudou na quarentena? É o que mais me perguntam neste meio de 2020.

Me dedicando a produzir conteúdo para empreendedores e entusiastas do ramo da gastronomia desde o início da quarentena em sí, estudei, procurei e destrinchei facilmente mais de 500 textos e alguns cursos e livros.

Não tive dúvidas de afirmar que tudo já mudou desde o início.

De resto, apontei como tendências, coisas que já se apresentavam antes da quarentena como candidatas a acontecer, sem pressa, no seu tempo. Todas relacionadas ao comportamento humano e de consumo, que impactam nos mercados, que afinal, trabalham para esses comportamentos.

O teletrabalho por home office é uma delas. Vinha se arrastando a anos para se estabelecer, com a rapidez de uma tartaruga, enfrentando a sensação das empresas de que isso poderia não dar certo. Essas, normalmente, comprometidas em cumprir regras para ter um resultado mensurável e controlável do que expandir comportamentos e ousar ter resultados mais expressivos, ainda que correndo riscos. Agora, é real.

Resultado; esvazia os centros, distribui mais o consumo em outros locais, e fortalecer o comércio, especialmente bares e restaurantes durante a semana em bairros residenciais. Ganham: entregas, restaurante de bairro, delis, mercados, supermercados, cozinhar em casa e a tudo relacionado a qualidade de vida.

Outra mudança expressiva tem a ver justamente com a relação de nós com nós mesmo. Fomos forçados a nos adaptar a uma outra realidade, onde temos que tentar manter nossa disciplina sem o chicote estalando no nosso ouvido. Foi quando descobrimos que conseguimos render mais, produzir mais, dar mais asas a nós mesmos, sobrando um espaço para termos mais conosco mesmo.

Diálogos internos, entendimento da vida, busca para equilibrar nossa cabeça e até mesmo o corpo diante de uma realidade diferente.

Ganhamos nós, e muitas oportunidades para preparadores físicos, preparadores mentais, médicos e psicólogos atenderem pela internet, aulas de yoga, meditação, bem estar e quem vende estes produtos na internet.

Um dos mercados mais interessantes foi o de EAD. O Ensino A Distância, ganhou ainda mais fôlego, e virou o queridinho para ganhar conhecimento sem sair de casa por um preço baixo. Ead por vídeo, ao vivo, gravado, por áudio. Tudo cresce e tende a crescer.

Mas no final das contas, respondo a pergunta inicial; “ O que mais mudou durante a quarentena?”

O tempo.

Nosso tempo mudou. De alguma forma a maioria desacelerou.

Quem pôde, parou de perder tanto tempo em deslocamentos e outras atividades. Descobrimos que podemos fazer mais, de um jeito mais calmo. Até quem precisa ainda se deslocar, descobriu que com menos gente na rua, tem menos trânsito, menos estresse, menos fadiga. Estamos fazendo as pazes com o tempo. E cozinhando mais, estando mais com a família, nos conectando mais com as pessoas- e conectando no sentido de conexão emocional.

Quem ganha com isso. A humanidade, em humanidade, você em qualidade de vida, e o corpo com menos doenças somáticas e mais oportunidades de uma vida mais cheio de amor e aventuras com borboletas na barriga e sorriso aberto e sincero no final.

IGOR MAURÍCIO BARRETO é cozinheiro, hoteleiro, empresário, colunista e consultor de 40 anos, que aos 20 já se aventurou em sua primeira empreitada no ramo, abrindo a Tontería, um restaurante mexicano com boate que com sucesso, ficou aberto de 2000 a 2006.

Durante esse período, já trabalhando como consultor e gestor, participou na concepção, conceituação e construção de alguns bares e restaurantes. Em 2006, com a ida de seu sócio para o interior, tirou do papel seu projeto do BemDito, casual dining de 380 lugares na praia de São Francisco em Niterói. Deste, aberto com sucesso os dias atuais, saiu em 2014 para dedicarse a projetos de consultoria e empreendedorismo em gastronomia.

o

um texto O sufocamento pela normalidade “Eu não consigo respirar!” Foram essas as últimas palavras de George Floyd, um homem negro de 46 anos, morto em Minnesota no último dia vinte e cinco de maio. O aterrador episódio lembra muito algo que aconteceu com Eric Garner, também negro que morreu ao ser preso em 2014 em Nova York. Garner repetiu “Não consigo respirar” 11 vezes. O nome de Breonna Taylor, de 26 anos, morta enquanto dormia com pelo menos cinco tiros, disparados por policiais à paisana que haviam arrombado a porta do seu apartamento no meio da madrugada continua sendo repetido por manifestantes, políticos e celebridades nos Estados Unidos.

Eu poderia começar esse texto relatando sobre algo mais próximo, aqui no Brasil mesmo, como o menino João Pedro de 14 anos morto com um tiro na barriga pela polícia, mas é sobre a sensação de sufocamento diário que milhões de pessoas como eu que quero falar. Todos os casos citados têm algo em comum, a condenação antes de um julgamento. Não digo daquela condenação perante a um tribunal, mas sim a condenação diária que pessoas negras sofrem constantemente, aquele dedo que aponta e rostos que se viram ou fitam um indivíduo de cor com medo, sempre sob suspeita. Todos esses eram apenas suspeitos. Por mais que pareça exagero da minha parte, ou mimimi como costumam dizer, isso faz parte de uma realidade dura, cotidiana e histórica em nossas vidas, o racismo. Infelizmente o assunto só ganha destaque de tempos em tempos com tragédias que comovem o mundo ou em casos de ataques a celebridades negras de nosso País. Todos já conhecem o racismo em sua forma mais bruta, a do ódio dos ataques, agressões e abusos policiais, mas ao que parece só estão começando a entender o racismo estrutural agora, que é a forma mais branda e passou muito tempo quase imperceptível. Pode não parecer, mas essa forma de racismo é ainda mais. Como bem disse o advogado, filósofo e professor universitário, o racismo estrutural mantém as relações em seu padrão de normalidade, aceitemos ou não, o racismo acaba se tornando um modo de estrutura social normal da vida cotidiana. Falando de forma simples, trata-se de um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutido em nossos costumes promovendo, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial. Por ser quase imperceptível ele perdura e também danifica de forma ainda mais cruel. Cito come exemplo alguns casos que acontecem comigo, durante anos trabalhei como consultor de vendas e também gerente, precisava andar a todo tempo de terno e gravata pra cima e pra baixo, durante esse tempo nunca me perguntaram se eu era advogado, empresário ou até mesmo um executivo. Ao andar num shopping sempre me pediam informações achando que eu era segurança, não desmerecendo a função, porque essa era a visão que tinham

sobre mim. Um executivo negro é difícil, é muito mais fácil eu estar de terno sendo segurança ou motorista de alguém. Porém ao entrar num shopping, não importa a forma como me visto os seguranças se movimentam, se comunicam, assim como num supermercado ou qualquer outro comércio onde tem sempre um seguindo meus passos. Imagina numa pandemia usando máscara? Quando uma vez chamei a polícia para uma amiga que foi assaltada quem foi revistado de cara pra parede dos pés à cabeça fui eu, mesmo com minha amiga dizendo que os assaltantes saíram correndo pelo lado de onde os próprios policiais vieram. A normalidade desse racismo estrutural infelizmente e historicamente é o negro em seu lugar, sempre inferior ao outro quase apagando sua existência ou vontades, se é negra deve ser empregada, ambulante, prostituta, mas raramente algo maior. Se é negro de camiseta na rua é vagabundo, pedreiro, funcionário, nunca um chefe. Esse conjunto de práticas sufoca, extenua um indivíduo fazendo com se sinta ninguém, nada. Um exemplo recente disso é o drama que o Professor de história José Nilton da Silva Júnior, 39, do Colégio La Salle Abel, em Niterói, vem sofrendo de alunos e ex-alunos. O racismo já estava lá, mas se manifestou ainda mais sob o “véu” de proteção da internet com ataques diretos e explícitos a sua cor: “Tão aí babando ovo de Júnior, vai se f***, macaco. Vai tomar no c*, Junior (...) Macaco não tem lugar de fato. Volta para a selva...” era o conteúdo de um vídeo direcionado a ele, professor de uma das escolas mais tradicionais e caras da cidade. Poderia citar mais diversos casos como esse, mas daria um livro imenso. É só lembrar-se do Advogado agredido e algemado após ser impedido de usar elevador no Tribunal Regional do Trabalho, a advogada presa durante uma audiência... Estou falando só dos que tem diplomas, imaginem o povo comum como o jovem músico negro da Orquestra da Grota Luiz Justino, preso após reconhecimento fotográfico feito em 2017, por uma vítima de assalto. Luiz estava trabalhando no dia do crime. E também do jovem negro Danilo Félix, preso após ser reconhecido como suspeito de cometer um roubo a mão armada no centro de Niterói em julho de 2020 com fotos extraídas do seu perfil do Facebook e que datam de 2017. Danilo na época não possuía tranças nos cabelos. Faço questão de citar esses dois casos mais recentes por ter algo em comum, o reconhecimento digital como prova de um crime. Pode não parecer, mas infelizmente o perigo para a comunidade negra por tecnologias de reconhecimento facial é uma crescente. Digo, pois os exemplos são alarmantes.

No início de janeiro de 2020, Robert Williams foi preso em Detroit e passou 30 horas em detenção porque um programa concluiu de modo equivocado que a foto em sua carteira de motorista e a imagem de um ladrão de relógio capturado por câmeras de vigilância eram idênticas. Uma pesquisa divulgada na revista Science em 2019 mostra que o software usado para o atendimento de dezenas de milhões de pessoas americanas privilegia pacientes brancos em vez dos negros. Um outro estudo recente publicado pelos pesquisadores Hany Farid e

Julia Dressel, do Dartmouth College concluíram que o programa COMPAS, amplamente usado pela justiça dos EUA para prever a reincidência criminal, teve sucesso em 65% das previsões, enquanto os humanos acertaram 67% dos chutes, porquê? Simples: o tal software tende a prever de maneira equivocada a reincidência criminal de pessoas negras, apontando o dobro da probabilidade em comparação com brancas. A Universidade da Califórnia (UCLA) desistiu, de usar reconhecimento facial em seu campus. A tecnologia que vinha sendo avaliada como ferramenta de segurança, para identificar os freqüentadores da universidade retornou nada menos que 58 falsos positivos. A maior parte dessas respostas erradas ocorreu na avaliação de rostos de pessoas não brancas. Todos esses exemplos tem a ver com o racismo estrutural já que mesmo sendo inteligências artificiais são programas criados por seres humanos e sua compreensão e vivência do mundo ao redor.

Saindo da análise mais científica, devido a vivência nessa estrutura o orgulho negro pra mim foi difícil, bem difícil, e acredito que pra muitos também seja. Até uns anos atrás me identificava muito pouco como negro, apesar de ser. É difícil crescer numa sociedade que entende negro como uma coisa ruim e cada um se identifica com isso de uma forma. Apesar de ter passado parte de minha infância numa “favela”, Vila Cruzeiro, Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, haviam poucas referências para mim do que era orgulho de ser negro, não tinha orgulho algum.

Todo meu pensamento era guiado por uma branquitude que eu não tinha, que apenas cobiçava para diminuir a rejeição que nas escolas onde estudei só fez piorar. Crescer rodeado de amigos em sua maioria brancos e estudar em colégios particulares caros também não ajudaram muito. O preconceito, que eu não reconhecia estava lá, o bullying estava lá e as meninas que eu me apaixonava preferiam os outros, loirinhos, brancos com longos cabelos lisos também estavam lá. Nisso eu só desejava em nascer de novo, não ter essa cor, esse nariz, ou esse “cabelo ruim”, que tanto faziam questão de apontar e zombar. “Seu preto”, “macaco”, “mico preto” e “tição” eram “elogios” comuns e era preciso ficar quieto senão era pior, até o professor zoava. O apelido Zulu veio de um colega que nem branco era, mas era a referência de negro que ele tinha e foi só para me zoar ainda mais, porém me apropriei. Eram poucas as referências de luta e afirmação que eu tinha acesso. O negócio era entrar na onda e se “embranquecer” ali como ainda acontece com tantos outros para amenizar a dor.

Já fui um daqueles que contavam piadas de preto em rodinhas de bar e quando me chamavam de negro eu dizia que era marrom, mulato, moreno, “marrom piscina”(seja lá o que isso quer dizer), mas nunca negro, preto então nem se fala, era essa normalidade do racismo estrutural falando mais alto. Os anos passaram e absorvi o que pude, estudando guerreiros antigos, pensadores atuais como o já citado Silvio Almeida, Djamilla Ribeiro, Conceição Evaristo, músicos, até porque ouço rock pesado, heavy metal e quando descobri bandas formadas só por negros mudei muito minha forma de pensar, mas até isso é algo inimaginável por-

que o gosto musical do negro também é moldado por esse racismo. Fui me redescobrindo para só então me orgulhar de ser negro e lutar. Até alguns anos atrás raspava minha cabeça toda semana, careca, por quê? Oras, porque meu cabelo era ruim. Fui condicionado desde cedo a acreditar que meu cabelo crespo era a pior coisa do mundo e assim eu era feio, claro, é a regra. Hoje meus cabelos lindos e grandes estão aqui em cima da minha cabeça com minhas mechas brancas caindo sobre minha testa.

Se reconhecer negro é lindo, principalmente quando você encontra seus iguais, ouve suas vivências e aprende mais com elas. Se reconhecer preto e se orgulhar disso sem medo é um processo de evolução dentro dessa normalidade estrutural do racismo. Sim, hoje até prefiro que me chamem de preto. Não tenho problema com isso. Sigo na luta com consciência. O apelido pejorativo de outros tempos “Zulu” ganhou mais um “L” e um “ H” no final, virou nome, virou marca, símbolo. Quando um negro ou preto quebra essa estrutura ele se entende como algo importante, como uma essência. Vê-se muito mais como parte de um todo, como parte de uma força cada vez mais inserido nas causas e discussões do tema, coisas que anos atrás jamais pensei em fazer. Quando temos consciência de que o racismo estrutural existe nos libertamos das correntes da cor, nos orgulhamos da pele.

Digo sempre que os negros precisam conhecer sua história, porque quanto mais sabemos mais fortes nos tornamos, participar de reuniões, se reconhecerem, darem as mãos e acima de tudo se respeitarem. Queira ou não queira vivemos num país racista com aval superior e não ser racista não basta, é preciso ser antirracista. Só assim seremos mais fortes e construiremos enfim uma sociedade igualitária para que não sejamos os próximos Floyds, Justinos, Garners, Danilos, Pedros, Niltons e tantos outros. Precisamos respirar, e pra isso precisamos tirar o pé do racismo de nossos pescoços.

LEO ZULUH

é fotógrafo profissional, mestre de cerimônias, apresentador de eventos, ator teatral e escritor nas horas vagas, sempre atento a acontecimentos da atualidade.

e

um texto Era uma vez jovens de uma pequena cidade que zuavam pra caramba, bebiam todas, usavam drogas, abusavam das meninas. Muitos eram péssimos alunos, não gostavam de estudar. Faltavamlhes pais para oferecer limites. Mas esses pais estavam tão ocupados em oferecer aquilo que não tiveram, que faziam vista grossa. Alguns compraram carro sem poder, viagens a perder de vista, motocicletas envenenadas, para seus pequenos rebeldes. Até vaga na universidade. Sim, isso acontecia.

Esses jovens cantavam Bob Marley, frequentavam a praia mais bonita da cidade, dirigiam drogados. Muitos morreram cedo. Uma tristeza.

Acontece que esses jovens, os sobreviventes, ficaram de mal com o passado e resolveram formar um grupo de pessoas intolerantes.

Alguns deles, hoje, defendem a ideia de que “bandido bom, é bandido morto”.

A maioria, com vergonha do passado, querem censura, tortura, porque estão com medo do futuro, porque o presente não é doce, não é livre, não é amigo... é cheio de mágoa daquilo que não receberam: afeto.

Era uma vez uma cidade, muitas pequenas cidades...e um medo gigante.

ADRIANA AMARAL

é fonoaudióloga e psicomotricista, numa perspectiva relacional sistêmica, atuando junto à infância e à parentalidade.

Nos intervalos escreve, tirando da gaveta os projetos literários perdidos.

Rua Lopes Trovão, 134 | Loja 118 Icaraí | Niterói (21) 2610-1128

p róx i m a e d i ç ã o especial política.