N Edição especial política_Novembro 2020

N

especial

POLÍTICA

revista digital edição#quatro novembro_2020

SOMOS NÓS que escolhemos ASdo CORES NOSSO

FUTURO

Convidamos niteroienses pra nos contar o que querem para a cidade

coming soon ...

summer 2021

EDITORIAL NITERÓI É CANTADA EM PROSA E VERSO por ser uma cidade grande com características do interior, e isso realmente é uma de suas maiores vantagens e qualidade. Mas existem coisas na cidade, um lado ruim do provincianismo, que refletem na falta de avanço em questões importantes. A Câmara dos vereadores é um exemplo gritante. Ali, a velha política nada de costas, através do clientelismo, populismo e compra descarada de votos. 90% de homens, brancos, arraigados em seus mandatos e distribuindo carguinhos a torto e a direito, e vendendo sua posição de acordo com suas conveniências. Passou da hora de uma renovação VERDADEIRA em seus quadros, colocando gente nova e preparada, gente sem rabo preso com ninguém, mas principamente, gente do sexo feminino.

Chegou a hora de mulherar, como diz uma das candidatas a vereadora na matéria que fizemos. Já passou da hora de você, que tem cargo comissionado, deixar de ser egoísta e parar de bandeirar pro candidato só pq ele te deu um empreguinho mixuruca. Chegou a hora de tanta coisa, que precisaria de mil editoriais pra enumerar uma a uma.

Pense, quando for apertar o botão na urna, em candidatos que estão realmente compromissados com mudanças, que beneficiarão a população, não você.

Pense em quem nega a pandemia, em quem incentiva o não-uso de máscaras, em quem discrimina seres humanos por questão de ideologia identitária. Esses merecem a descarga da história.

Pense, principalmente, em considerar dar seu voto pra uma mulher.

Fabiano Reis

Diretor de Conteúdo

N revista digital

Diretor de Conteúdo

Fabiano Reis

Gerente Administrativa

Cintia Nunes

Projeto gráfico & Diagramação

Folia de Reis Para anunciar:

(21) 99161 1820

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POR UMA CIDADE ONDE NÃO SE COMPRE VOTO

COM BANDEIRAS

M I X

Números de casos da Covid-19

AUMENTAM CONSIDERAVELMENTE NA CIDADE APÓS REABERTURAS

OS CASOS DE COVID estão aumentando consideravelmente na cidade depois de reaberturas precipitadas e irresponsabilidade dos negacionistas no não uso de máscaras durante campanhas e aglomerações em bares e locais públicos da cidade.

O não uso de máscaras constitui uma violação da Lei Municipal 3499/2020 e do Decreto Municipal 13.604/2020.

Campanhas de candidatos podem ser responsabilizadas pelo aumento de casos nas últimas semanas, por fazerem aglomerações num período onde o vírus ainda não tem uma vacina. Infelizmente os interesses políticos estão fazendo com que os órgãos afrouxem no cuidado à pandemia, quando deveria ser o contrário.

Assim, Niterói, que começou como uma das poucas cidades na vanguarda do combate ao vírus, hoje se mostra tão irresponsável e atrasada quanto às que desprezaram o início dos contágios. O resultado é o aumento do número de infectados, de mortes, e leitos novamentos lotados. Gostaríamos de ver esse resultado nas urnas, expurgando de vez da cidade quem nega a doença e todos que estão se mostrando preocupados mais com si próprio do que com seus eleitores.

Empresário carioca abre indústria em Niterói

CELLO CAMOLESE, um dos fundadores da cervejaria Devassa, da Vezpa Pizzas, do Zazá Bistrô (junto com sua esposa Zazá Piereck); e sócio da Casa Camolese no Jockey Club do Rio, está voltando ao ramo industrial.

Lançará em breve a Amazonika Mundi, de alimentos veganos. A cartela de produtos terá hambúrgueres, almôndegas e nuggets, num total de oito produtos, utilizando a fibra de cajú como ingrediente principal.

Sua primeira fábrica será em Niterói, com capacidade de produção de cinco toneladas, num investimento de sete milhões. A “carne” utiliza as fibras do caju, em técnica desenvolvida pela EMBRAPA. Entre os produtos futuros, Cello destaca o “siriju”, bolinho com consistência que lembra a carne de siri.

O empresário e visionário já planeja a ampliação em 2021.

Rua Milton da Rocha Soares, 2 Antiga Rua 12 - Piratininga - Niterói Reservas : (21) 99332-2445

M I X

CATAMARÃS DE CHARITAS

PERIGAM

NÃO VOLTAR

DE ACORDO COM O SUPLEMENTO O GLOBO NITERÓI, a concessionária CCR Barcas alega estar esperando o fim do contrato de concessão para cobrar do Estado a dívida de mais de R$ 500 milhões. Com isso, a linha Charitas -Praça XV corre o risco de continuar paralisada enquanto o imbróglio durar. Com isso, milhares de moradores que usam o trajeto ficarão prejudicados, a garagem subterrânea sem serventia, e a tarifa social que beneficiaria a todos, ainda não autorizada pelos interesses financeiros.

PRA QUEM NÃO ME CONHECE, meu nome é Rodrigo Bernardo de Lara, mais conhecido como Rodrigo Mosquito. Sou casado com a Roberta há 13 anos e tenho uma filha linda de 10 anos, a Luiza e agora me apresento oficialmente como candidato a vereador pela nossa cidade.

Nascido e criado em Niterói e formado em contabilidade trilhei o caminho da produção cultural. Há mais de 25 anos venho atuando profissionalmente na área da educação e cultura como produtor de eventos teatrais, esportivos e musicais, mais voltado para as crianças, com a realização de eventos em teatros (inclusive de outros Estados), clubes recreativos e shopping centers.

Meu compromisso é dar continuidade a esse trabalho, apoiando a cultura, o esporte e o lazer em Niterói, fazendo com que cheguem a mais e mais pessoas.

Conheça e compartilhe um pouco mais da minha vida e do meu trabalho aqui em minhas redes sociais. Sou Rodrigo Mosquito, apaixonado por Niterói. Vamos viver esse amor pela nossa cidade juntos?

Porque escolhi

N I T E RÓ I

Simone Bezerra

Vitória de Santo Antão - PE NASCI EM VITÓRIA DE Santo Antão, interior pernambuco. Saí de lá com apenas 5 anos de idade, e me mudei para Belém-PA, onde morei, juntamente com meus pais e irmãs, por três décadas.

Já casada, mais uma mudança: dessa vez para a cosmopolita São Paulo. Dois anos se passaram, meu marido, na época, recebeu uma proposta de emprego para trabalhar na capital fluminense.

Uma das minhas exigências: não morar no Rio de Janeiro. Foi fácil escolher: além da proximidade entre as cidades, me apaixonei por Niterói.

Recém operada, dois filhos pequenos, nenhum familiar: vi que ao mesmo tempo que a cidade tem boa infra-estrutura, conserva seu lado provinciano onde é fácil fazer amizades. Me divorciei, mas encantada com as belezas naturais da cidade, e a forma acolhedora que fui recebida, aqui estou, morando há doze anos. Ir embora?

Só se for pra uma casinha na serra, no meio do mato... pertinho das terras de Arariboia.

Pollyana Machado

Guidoval - MG

SOU DE UMA CIDADE BEM pequena no interior de Minas, Guidoval, e apesar de amá-la, desde criança sonhava em morar em uma cidade grande. Pensava sempre no Rio de Janeiro porque era o que eu via na televisão. Até que uns amigos passaram na UFF e eu vim a Niterói a passeio. Eu fiquei completamente apaixonada, meio perdida no início, mas desde o momento que conheci passei a visitar sempre que podia.

Logo comecei correr atrás de oportunidades de trabalho que me trouxesse pra cá. E então como presente de Deus, aqui me encontrei.

Há quem diga que o que Niterói tem de bonito é a vista pro Rio, o que discordo totalmente. Aqui, além de lindo, me fez conseguir sentir o sonho da cidade grande associado ao gostinho da minha cidade pequena. Lugar único de se viver.

(21) 2611 2542 - 3492 7888

M I X

PARQUE RURAL É INAUGURADO

O PARQUE RURAL foi inaugurado em uma área de aproximadamente dez mil metros quadrados no Engenho do Mato, na Região Oceânica. O local possui uma estrutura com quadra poliesportiva, academia para terceira idade, cantina, auditório, brinquedos e escritórios. O investimento do município foi de R$ 5,7 milhões.

O grande destaque será a equoterapia, que será disponibilizada de forma gratuita. Haverá ainda projetos ligados ao meio ambiente, eventos, shows, feiras com incentivo ao comércio local e castração animal.

“Um outro mundo é possível” Eu trago em minha história a determinação de quem está decidido a fazer a vida melhorar, na favela e na cidade. e contrariando as estatísticas consegui me formar em Administração. Fiz mestrado em Desenvolvimento Social e hoje curso doutorado na COPPE/UFRJ. Sou fundador do Banco Comunitário do Preventório e da Associação Fluminense de Famílias Agroecológicas (AFFA), além de militante da Cultura e Economia Solidária.

Cresci na comunidade do Preventório, em Charitas, Sempre trabalhei em favor da geração de trabalho e renda, segurança alimentar, Direitos humanos e combate à pobreza. Acredito que está na hora de nossa cidade diminuir a desigualdade social, oferecendo qualidade de vida para todo

www.crturismo.com.br

C O N H E Ç A

N I T E R Ó I

D E

U M

J E I T O

E S P E C I A L

O TOUR EM BICICLETAS é uma realidade em todo o mundo e não para de crescer, principalmente na Europa. A bicicleta usada como transporte para passeios turísticos tem inúmeras vantagens, como sustentabilidade, saúde, interação total com o ambiente, visão 360° e nos traz enorme facilidade para parar e contemplar, ou fazer fotos. Também nos permite alcançar distâncias que levariam muito tempo caminhando.

Nossa cidade tem um incrível cenário para essa prática e hoje conta com boas ciclovias e ciclofaixas. Nossos tours são conduzidos por profissionais qualificados e possuem um trajeto de beleza ímpar com a cidade do Rio de Janeiro ao fundo, passando por diversos pontos de interesse turístico, construções de importância histórica desde a época da colônia, império e início da república, até obras modernas e contemporâneas.

O retorno do turismo pós-pandemia será em locais próximos a residência, e nesse sentido, somos privilegiados. Temos uma grande área de mata atlântica preservada em nossa cidade, com diversas trilhas e belos mirantes naturais. Dentre essas trilhas, destacamos uma travessia que foi reaberta numa antiga rota usada por índios. Somos também a cidade do Brasil com maior número de praticantes de canoa havaiana - temos as águas calmas da Baia de Guanabara e um visual de tirar o fôlego!

Tel: 991237392 | 3620 5343

- Insta: @cr.turismo

O QUE EU

PARA

QUERO Quais as expectativas do morador da cidade, que cresceu aqui, ou que escolheu o município para morar, em relação ao futuro? Perguntamos para algumas pessoas.

NITEROI

NELSON

UM CONTO DE DUAS CIDADES Sempre pode parecer utopia, aquele caminho distante que nos ensina a caminhar, mas, que seja, deixo aos insensíveis o caminho sem volta da solidão.

Primeiro, eu quero uma cidade feliz (eu disse que ia parecer utopia). E mais, única. Não no sentido de ter algo especial: toda cidade é especial. Única no sentido da igualdade.

De que adianta se “aprimeirar” em prêmios e índices se a pobreza nos bate na estátua, nas praias bacaninhas e no apartheid social?

Eu quero uma cidade que elimine a pobreza e faça da redução das desigualdades a sua vitrine, cartaz, megafone e orgulho.

Niterói, a cidade que mais reduziu a desigualdade no país.

Niterói, a cidade que eliminou a pobreza.

Depois a gente vê as outras coisas.

Imagina se conseguirmos que todo cidadão tenha sua bicicleta para aproveitar ciclovias e belezas.

Imagina se o transporte público puder trazer para todos os cantos da cidade aquele menino que um dia eu ouvi uma professora contar que jamais tinha ido a Niterói (querendo falar centro da cidade).

Imagina que eu nunca mais tenha que ouvir relatos como a de uma criança de escola pública que chorando, estava emocionada por estar comendo.... uma uva.

A cidade que eu quero, precisa, portanto, superar de fato a cidade partida onde do alto de sua vista única, os pobres observam nosso orgulho de classe média das belezas e vitórias conquistadas, sem terem tempo e oportunidade de viver isso.

A cidade que eu quero não se ilude com o chavão de que só a Educação salva alguém.

Ela sabe bem que é preciso gerar empregos e condições de uma vida digna, sem humilhações, sem empreguinhos e cursinhos que apenas confirmam uma pobreza lustrada e ainda dão orgulho a benfeitores que enfeitam suas almas de caridade, inútil, diga-se.

A cidade que eu quero não será um cartão postal que esconde em seu verso a tristeza.

Será a cidade sorriso de verdade, porque nela TODOS sorrirão. Iguais.

Nelson Ricardo da Costa e Silva é professor.

ANDRÉ HÁ QUASE 25 ANOS eu estava sentado diante de uma Ialorixá. Entre nós uma mesa de Ifá, o Oráculo Africano. Mãe Nádia chocalhou os búzios nas mãos e deixou que escorregassem até a tábua sagrada, suspirou longamente, me olhou nos olhos e setenciou: “Sua vida vai se transformar quando você atravessar o mar.” À época eu estava com uma viagem de trabalho bem encaminhada para a França e claro, pensei que as transformações prometidas por Ifá adviriam desta viagem.

Anos depois Niterói me acolheu como um dos seus. Nesta cidade me tornei o sambista André Jamaica, na cidade do mar da minha mãe Iemanjá e das pedras do meu pai Xangô.

E finalmente entendi que a transformação estava do outro lado da Baía de Guanabara. E pra está cidade que me recebeu tão generosamente desejo a luz da ciência e o lúdico das estrelas. A liberdade da Fé, a alegria das rodas de samba, a ocupação popular dos aparelhos de cultura.

Desejo que a cidade sorriso seja de todos os sorrisos.

André Jamaica é cantor e compositor.

SIMONE

EU SEMPRE DESCREVO Niterói como o meu pequeno paraíso. Praias, parques, ciclovia, qualidade de vida e aquela sensação doce de acolhimento que a gente só consegue experimentar na cidade onde cresceu.

Mas Niterói não foi sempre assim. Apesar das belezas naturais, a cidade era puro abandono, o que era fácil comprovar num típico rolê a bordo do 49 de Icaraí ao Fonseca. As minhas melhores lembranças da infância e adolescência em Niterói remetem a poucos lugares. Um deles, a pracinha Vital Brazil, com sua TV a cores, mesas de jogos de damas e peixinhos dourados que nadavam entre as pedras do calçamento, o Drive-in de Itaipu, o Cine Arte-UFF, onde descobríamos o mundo, o Campo de São Bento (o nosso Hyde Park), as praias da região oceânica, os campeonatos de surf na Pedra da Itapuca. Lembro que a cidade era tão deserta de vida cultural que, na adolescência, quando algum estabelecimento era inaugurado, as pessoas lotavam a rua mesmo sem consumir nada, só para estar ali.

Os anos 1990, tudo começou a mudar e, aos poucos, Niterói se transformou em uma cidade encantadora, onde as escolas municipais ganharam vida e cor, oferecendo um ambiente digno das nossas crianças. O Campo de São Bento, que eu carinhosamente chamo de “meu quintal”, oferece um espaço de lazer importantíssimo para todas as idades, que ali convivem em meio às flores e árvores bem cuidadas. A expansão da Universidade Federal Fluminense trouxe consigo novos espaços culturais e hoje temos uma das mais belas salas de cinema do país (eu acho que é o cinema mais bonito do mundo, mas sou suspeita porque nasci aqui). A Reserva Cultural e os teatros inundaram a nossa vida de arte. Por outro lado, temos agora uma ciclovia que corta quase toda a cidade, favorecendo muito a mobilidade, inclusive para os que trabalham no centro do Rio. Assim, mesmo pensando nessa cidade linda, cujo pior defeito, certamente, é o uso excessivo e desnecessário de carros, não é muito difícil apontar que melhorias eu gostaria de ver implementadas aqui. Na verdade, são anseios que não dizem respeito apenas à Niterói, mas àquilo que desejo para todo o Brasil. Sonho com uma cidade sem fronteiras e desigualdades sociais, um lugar onde não há espaço para os maus afetos, para o egoísmo e o privilégio. Acho que o meu maior sonho para Niterói é que houvesse um programa efetivo de habitação, capaz de conceder moradia gratuitamente aos habitantes desfavorecidos ou alojados em áreas precárias. Moradia digna para todos é a base de uma estrutura social e econômica justa.

Simone do Vale é jornalista e professora.

PEDRO

Gostaria que Niterói fosse uma cidade mais justa e menos desigual, mais amigável para pedestres e ciclistas, com mais e melhores oportunidades profissionais – de forma que tanta gente não precisasse cruzar a ponte todos os dias ou se mudasse daqui – e garantia de direitos sociais como saúde e educação de qualidade para todos, sem distinção.

No campo da cultura, onde eu sempre militei, espero pelo dia em que os talentos locais serão realmente valorizados, com um programa contínuo de fomento muito além de projetos e editais pontuais. Vivi épocas muito boas na cidade, com inúmeras opções de shows (inclusive gratuitos), cinemas de rua, diversos veículos de comunicação (isentos ou não), boas exposições de arte e algum estímulo aos músicos e aos escritores - ainda que com processos obscuros de seleção e clientelismo. Eu tenho esperança de que o sol há de brilhar mais uma vez.

Pedro de Luna é jornalista e escritor.

SOU CARIOCA DA GEMA e apaixonada pelo sol e pelo mar.

Tudo isso Niterói me dá. A riqueza exuberante da cidade é um convite à contemplação da obra do Criador. Quanta generosidade, vida exuberante e prova de amor pelos seres humanos. Para mim Niterói é sinônimo de estar de bem com a vida, mesmo diante dos desafios cotidianos. É permanente estado de contemplação. É impossível olhar para tudo isso e não sentir gratidão. De braços abertos Niterói nos acolheu e tem sido motivo de celebração da vida, pela vida e com a vida. Não me sinto uma outside. Já sou de dentro!

A cidade abriga a Universidade Federal Fluminense, Centro de excelência e motivo de orgulho.

Ali formo educadores sociais há duas décadas, coordeno o projeto PIPAS-UFF, e realizo pesquisa vinculada ao eixo educação-pobreza.

A opção pelos excluídos está no DNA do nosso trabalho. Desenvolvemos a engenharia humana reversa, capaz de tornar viável o sonho de educar a todos e a cada um. Somos da Pedagogia Social a serviço da vida, em prol da humanidade. Trata-se de uma pedagogia que acolhe vidas, resgada pessoas, estabelece pactos e instaura poder. Aqui trabalho na construção de uma sociedade mais ética, humana, sensível ecolaborativa. Niterói é fonte de vida e gostaria muito que fosse para todos.Existem três coisas que me tiram do sério nesta cidade: Guardas de trânsito apitando sem para. Totalmente desnecessário. Quem está dentro dos carros, com os vidros fechados não escuta. Só gera poluição sonora para os moradores dos bairros, obrigados que são, a conviver com a barulheira por mais de quinze horas por dia: ENLOUQUECEDOR. A cidade também precisa de mais mergulhões. Aponto o cruzamento da Presidente Roosevelt com Quintino Bocaiuva, como um deles. A população de rua, em estado crescente, carece de políticas públicas de acolhimento. Sinalizo ainda, a necessidade um plano habitacional para a cidade, as favelas crescem de forma desordenada e o tráfico ali encontra terreno livre para se instalar.

Quanticamente falando desejo uma Nikiti, com cor e sabor com cor e sabor. Acessível, silenciosa no trânsito e barulhenta nas lutas sociais. Que Arariboia nos ilumine com todas as sabedorias indígenas na hora do voto. Bom exercício de democracia para todos.

MARGARETH

Margareth Martins é pesquisadora e professora

MARIO

Me sinto privilegiado por ter nascido e crescido em Niterói, cidade que apresenta recursos nas mais variadas áreas: saúde, educação, cultura, saneamento, segurança e, que apesar de ainda termos muito a melhorar, recentemente constatamos o combate exemplar ao Covid-19 por parte da atual gestão do nosso município.

Ainda há muito a ser feito, é verdade. Principalmente nas periferias, onde a população necessita de sólidos investimentos na área da habitação, mas ainda assim nosso índice de desenvolvimento humano está entre os mais expressivos do país.

Se compararmos a gestão da cidade de Niterói com as de outras cidades, observamos que a cidade está muito bem posicionada, de fato, e que, o próprio governo federal é muito despreparado em vários aspectos e nossa tão jovem e frágil democracia sofre constantes ameaças por aqueles que representam os interesses das velhas e poderosas oligarquias do velho sistema escravocrata.

Sendo assim, eu creio que é necessário dar continuidade ao trabalho sério que vem sendo realizado na cidade. Aplicar melhorias que já vem sendo experimentadas à vida de trabalhadores(as) e buscar saídas para os(as) que estão sem emprego.

Dar sequência no apoio ao trabalho informal, movimentando a economia local e o poder de compra do pequeno e médio produtor e comerciante.

E no mais, sigamos confiantes no Amor, base das relações humanas, independente de TODAS as nossas diferenças, que sejamos capazes de nos Respeitar e nos tolerar.

Mario Seixas Jr. é cantor e compositor.

NITERÓI PARA MIM É BEM MAIS do que a cidade onde escolhi morar, a cidade onde estudei, onde me tornei adulta, onde me descobri profissional e encontrei amores e paixões. O maior dos amores foi a própria cidade, bela, convidativa, um misto da praticidade da cidade grande com a tranquilidade do interior, um lugar onde a gente se sente em casa mesmo. Não a toa acabei voltando, depois de anos fora, para me assentar por aqui, trabalhar, morar, viver.

Através de toda a história que eu tenho com a cidade, de todas as belas lembranças que guardo comigo desde sempre, começo a pensar no que desejar para Niterói, no que desejar de Niterói, e chego à conclusão que desejo o que ela já me deu tanto: aconchego, segurança, festa, ter seus belos lugares cuidados, preservados, valorizados. Niterói merece ser cada vez mais vista como uma cidade de vanguarda, que valoriza sua cultura, que investe em seus equipamentos culturais e nas manifestações populares, uma cidade onde a natureza, a cultura e o turismo andam juntos, demonstrando que podem e devem ser pensados em conjunto, como potência uns dos outros, como possibilidades de desenvolvimento econômico, desenvolvimento sustentável e de troca de saberes, de vivências compartilhadas.

Mais do que desejar que seja o que todas as cidades deveriam ser, seguras, acessíveis, democráticas, com cada um dos seus cantinhos, e pessoas, cuidados e visibilizados, desejo para Niterói que viva plenamente suas vocações, que amplifique sua voz, suas experiências de sucesso, suas ações e políticas públicas bem sucedidas, que retome seus festivais, sua vocação para a música, para o teatro, enfim... desejo para Niterói que continue sendo Niterói, e que seja cada vez mais uma versão melhorada de si mesma.

Mariana Pietrobom é produtora cultural.

MARIANA

MARTHA Eu gostaria muito de ter uma Niteroi mais unida, com mais irmandade entre-as pessoas. Gostaria também de uma cidade verdadeiramente cultural. Educação com arte para nossas crianças que são o nosso futuro. Gostaria de mais qualidade de vida e segurança pro nosso povo. E que a saúde, o amor, a paz e a arte prevaleçam.

Marthinha Sambariah é cantora e tatuadora.

Eu desejo para Niterói o que ela sempre teve em sua essência, o aconchego de uma cidade do interior, mas que tem diminuído um pouco com a chegada do progresso ( com os seu prós e contras). Mesmo sendo inevitável este “ percurso evolutivo infraestrutural”, desejo somente que minha querida Niterói preserve essa essência...

Marcus Adami é músico.

MARCUS

MARIANA APESAR DE, A PRIMEIRA VISTA, Niterói parecer uma cidade de alto padrão social e sem grandes problemas urbanísticos, se você olhar mais de perto e com mais empatia, logo notará aquelas pessoas que muitas vezes passam despercebidas tanto por destoarem das grifes da Moreira César ou por simplesmente “tornarem-se invisíveis” aos olhos públicos. E são justamente essas que mais precisam da nossa atenção e da atenção da prefeitura- tanto no sentido econômico quanto no viés social e inclusivo.

Meu desejo é que, na contramão do que a esfera federal tem feito, nosso município possa acolher cada vez mais seus cidadãos mais carentes, com saúde e alimentação de qualidade, renda básica familiar, creches e escolas integrais e inclusivas para que as mães possam trabalhar e estudar, moradia digna, cursos técnicos, empregos e, claro, muito investimento na nossa arte e cultura.

Desejo que nosso povo que está passando por dificuldades possa voltar a trabalhar, botar sua vida nos eixos, erguer a cabeça e voltar a sorrir. Temos que fazer valer nosso título de “cidade sorriso” para todos e todas.

Mariana Erthal é designer e ilustradora.

TAMMY

Niterói é minha cidade de nascença e de coração. Moro na mesma casa desde que tenho três meses de vida e hoje aguardo a chegada de um novo serzinho, Maria Flor. Quando se pensa na chegada de uma nova vida, se pensa mais profundamente no ambiente ao nosso redor e como podemos e/ou gostaríamos que fosse. Niterói tem muitas belezas naturais, é ninho cultural reconhecido e a cidade tida como uma das mais solidárias. Mas espero que minha Maria cresça num ambiente em que essa força que já existe seja desenvolvida e expandida. Uma Niterói que cuida da sua natureza, dos seus talentos e seu povo. Onde possamos caminhar com segurança e tranquilidade para curtir tudo que a cidade tem a nos oferecer. Que seja amplo o acesso à cultura para cada morador, que tenhamos conhecimento real do que nossa cidade pode nos oferecer e que todos tenhamos, sim, noção de todos os nossos deveres de preservar, cuidar da cidade e um do outro. Almejo que o que minha Flor aprenda dentro de casa, consiga ver e exercer fora dela e tenha em seu desabrochar uma Niterói integra e completa.

Tammy Barros é agente cultural.

V C S E O RG

DE NIT

ULHA

E RÓ I?

R ESTAU R AÇ ÃO D O

T EAT RO M U N I C I PA L

MÉDICO D

E FA M Í L I A

CAMINHO

NIEMEYER

Tudo comeรงou com

JORGE

RO B E RTO S I LV E I R A Esse ORGULHO que o niteroiense tem por sua cidade se deve muito a Jorge. Primeiro prefeito que pensou a cidade como um todo, que olhou para todos os moradores sem privilegiar nenhum, que

revolucionou

Niterรณi

culturalmente,

socialmente e urbanisticamente. Pensar no futuro sim. Mas sem esquecer do passado.

+

N I T E RÓ I L I V RO S N I T E RÓ I D I S C O S R E U R BA N I Z AÇ ÃO D E TO DA S A S C O M U N I DA D ES R EA S FA LTA M E N TO D E TO DA S A S V I A S U R BA N A S O B R A S Q U E PA R A R A M TO DA S A S E N C H E N T ES NA ÉPOCA E N T R E M U I TA S O U T R A S R EA L I Z A Ç Õ ES

M E L H O R C I DA D E E M Q UA L I DA D E D E V I DA D O ES TA D O D O R I O E A 4ª D O Legado de J O R G E B R A S I L. FILHO DO EX-GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO, Roberto Silveira e sobrinho do também ex-governador Badger da Silveira. Foi deputado estadual (1979-1983) pelo MDB, e (1983-1987) eleito pelo PTB, depois aderindo ao PDT. Foi Secretário Estadual de Esporte e Lazer, durante o primeiro governo de Leonel Brizola, e prefeito de Niterói por quatro mandatos (1989-1992, 1997-2000, 2001-2002 e 2009-2012).

Em 1992 conseguiu eleger o sucessor João Sampaio.

Em sua gestão, aconteceram grandes marcos municipais, como a construção do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC), o Caminho Niemeyer, o Terminal Rodoviário João Goulart e as unidades do Médico de Família, modelo copiado em diversas cidades do mundo.

Outro grande marco foi que Niterói passou a ser a melhor cidade em qualidade de vida do Estado do Rio e a 4ª do Brasil.

Jorge Roberto foi acusado de improbidades administrativas e sua última gestão ficou marcada pela tragédia do Morro do Bumba. Mas deixou um belo legado no orgulho do niteroiense pela sua cidade, e os indicativos que conquistou em suas gestões são lembrados e falados até hoje, reconhecidos até por seus inimigos políticos.

EQUILIBRAR A CÂMARA SE FAZ URGENTE E NECESSÁRIO Lugar de fala pode ser onde elas quiserem.

Séculos sendo caladas e violentadas pelo macho branco heterossexual, já passou da hora da mulher ter maior representividade nas empresas, e principalmente na política.

Selecionamos seis candidatas à Câmara de vereadores da cidade, mas você pode procurar outras que agradem mais aos seus anseios.

O importante é diversificar.

EU SOU WALKIRIA NICTHEROY, moradora do Morro do Palácio, professora da rede municipal e privada em Niterói. Mulher, jovem, preta, LGBTQI+ e candomblecista, leciono há mais de 10 anos e acredito na educação como uma arma para a transformação da sociedade.

Sou uma das fundadoras e coordeno o pré-vestibular do Morro do Palácio, projeto que incentiva a inserção de jovens em situação de vulnerabilidade na universidade, e que hoje é um projeto de extensão da UFF. Minha militância começou aos 12 anos, quando me tornei líder mirim na pastoral da criança e decidi que lutaria contra as desigualdades, mas a caridade tinha um limite. E foi assim que a educação se tornou meu caminho. Ela me trouxe para Niterói e mudou minha perspectiva sobre o mundo. Ao longo dos anos, me inseri na militância antirracista, feminista, anti LGBTQI+fobia e contra o racismo religioso, e aprendi que mesmo que a gente não queira saber, a política continua governando nossas vidas e na maioria das vezes nos prejudicando. Compreendi que não era possível transformar a sociedade somente nas salas de aula.

Mas que é preciso, principalmente, construir políticas públicas que corrijam as desigualdades sociais e nos permitam pensar o poder a partir de nossa experiência de luta. Quando me tornei assessora parlamentar na câmara municipal de Niterói, em 2017, tive certeza de que é possível construir outra política e que há ainda muita resistência e esperança. É com essa esperança que alimentamos nossa luta para transformar a cidade.

Nosso programa de propostas foi construído em encontros diversos com vários setores da cidade, especialistas em áreas estratégicas, e segue sendo alimentado com a escuta das demandas que chegam até nós.

A educação, o combate ao racismo e todo tipo de intolerância, além da construção de uma cidade acolhedora são os eixos norteadores de nossas propostas. Dentre elas, estão ua garantia de um regime de 40h para os nossos professores; a formação antirracista e contra discriminação de gênero para os profissinais de educação; a indicação para a construção de pontos de cultura nas comunidades, com gestão participativa dos moradores e associações locais; editais para criação de oficinas voltadas para a formação nos serviços técnicos no mercado de cultura da cidade. Acreditamos também que é preciso e possível construir um novo modelo de segurança pública a partir da participação popular e do acesso à cidade. Uma cidade que sorria para todos, é uma cidade que acolhe os niteroienses do alto dos prédios até a favela.

Olá pessoal, tudo bem ?

Trabalho com projetos sociais há muitos anos, desenvolvo projetos, capto recursos e busco parcerias em um centro juvenil para ajudar crianças e adolescentes de famílias em vulnerabilidade social em Niterói.

Com tudo isso, resolvi candidatar-me a vereadora de niterói em 2020.

Com atividades sócio-educativas, culturais e esportivas, fora do horário de escola, visando tirar essas crianças da rua, do aliciamento do tráfico de drogas, e dar ocupação, dignidade e valores. Com essa experiência vejo de perto a falta de participação do poder público, a burocracia, a falta de vontade política, todas as dificuldades para a sociedade civil ajudar a essas famílias, ações que deveriam ser do próprio poder público.

Fui pesquisadora em questões de gênero em missões de paz da ONU no Centro Conjunto de Operações de Paz no Brasil, voluntária na ONU Mulheres, analista de inteligência de mercado na indústria química e Coordenadora de Relações Internacionais no Comitê Organizador da Rio 2016. Hoje atuo na área de projetos sociais em Niterói.

ROSA MIRANDA é cineasta e arte educadora.

Seu número é 43 4 e 20. São 4 eixos e 20 propostas para Niterói.Oseixosdacampanhaparavereadorasão:Cultura, Educação, Economia Sustentável e Inclusão Social.

Entre as propostas estão a Renda Básica com Moeda Social, Projeto Niterói Solar, Gabinete Itinerante e Lei Municipal do Curta. Tudo para termos uma cidade mais igualitária, sustentável e limpa.

Saiba mais em @rosamirandacinema nas redes sociais.

Vamos fazer juntos a Primavera Rosa!

SOU MILENA FREIRE, 47 anos, casada, quatro filhos, nascida e criada em Niterói, formada em educação física e cursando atualmente informática. Mais abaixo e nas minhas redes sociais (Facebook: @milenafreire.23621 e Instagram: @milenafreire.23631) explico os motivos que me fizeram ser candidata a vereadora por Niterói pela primeira vez.

Quero lutar contra a desigualdade social em todos os aspectos, não só racial e homofobia, como também a Inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais. E, lógico, como mulher, quero lutar pelos direitos dela. Apoiar cada vez mais, por exemplo, a Lei Maria da Penha, pois os números são gritantes. Também incentivar os homens que sofrem com isso. A estatística é baixa, porque eles ficam com vergonha. Enfim, direitos e deveres para todos.

Falei sobre mulher, né? Então, estou nesta luta para que a ela tenha mais voz na Câmara Municipal. Aqui em Niterói, em 2016, foram duas eleitas somente. E na atual legislatura, no universo de 21 vereadores, apenas uma é mulher. Quero mostrar que a mulher tem força, sabe política, sabe das necessidades dos mais desassistidos socialmente. Um outro exemplo: na nossa co-irmã São Gonçalo são 27 cadeiras de vereadores e nenhuma mulher tem a sua.

Mulher é mãe, dona de casa, cria os filhos e ainda trabalha. Muitos maridos e pais são excelentes, diga-se de passagem. Não posso ser injusta). É por conta disso que devemos ter mais vozes nesta Casa Legislativa de Niterói. E eu estou nesta luta para ser uma VOZ MUITO ATIVA lá dentro.

Temos que acabar com esse preconceito. Quantas mulheres são executivas em estatais e multinacionais?

Centenas, sei lá, milhares pelo Brasil e mundo afora. A mulher também pensa, sabe das coisas, estuda e se torna uma pessoa de bom caráter e boa índole. Isso posso garantir pela educação que tive e passo para os meus quatro filhos. Tenho amigos homens que estão colaborando com a minha campanha por estas causas.

Mas não é só isso. Como vereadora quero fiscalizar a Prefeitura, Autarquias e Secretarias, principalmente, as que afetam a população diretamente e são primordiais: Saúde, ainda mais depois que veio a Pandemia do Covid-19, Saneamento Básico, Obras, Educação, Trânsito, Direitos Sociais, Esportes, Limpeza, entre outras. Quero colaborar com a Prefeitura a levar tudo isso para as regiões mais carentes, fazer requerimentos para asfaltar ruas, como por exemplo na Região Oceânica, que cresce cada vez mais e é, sim, ponto turístico da cidade em razão das suas belas e maravilhosas praias. Ou vocês acham que só os niteroienses as frequentam? Vamos dar espaço para os turistas de outras cidades, pois a nossa arrecadação aumenta e os comércios ganham mais, geram mais empregos.

Você pode ter certeza que eu por ser mulher não vou me intimidar perante aos vereadores homens. Afinal, eu, como cidadã também, estou no mesmo barco que a população, o povo, o contribuinte e o eleitor. É por isso que venho falando sempre nas minhas redes sociais que devemos urgentemente mudar e renovar a Câmara Municipal de Niterói com pessoas dignas, de respeito e de boa índole. Só assim Niterói pode melhorar ainda mais. Conto com vocês! Um beijo no coração. Ah, sou Milena Freire e vote para vereadora 23631. Até o dia 15 deste mês. Obrigada!!!

OLÁ! SOU MARIÂNGELA FERNANDES, mãe, pedagoga especializada em Educação Infantil e Gestão Pública e professora concursada da rede pública municipal de Niterói. Atualmente licenciada da Direção do Naei Angela Fernandes, escola municipal onde atuo e fui eleita diretora no final de 2017.

Sou nascida e criada na cidade que eu amo. Venho pela primeira vez candidata a vereadora e luto por Educação pública inclusiva e de qualidade, por uma cidade mais segura e justa para as mulheres e população LGBTIQA+. Sigo o legado da minha mãe, Angela Fernandes, que também lutava por estas pautas, e foi vereadora em Niterói.

BENNY BRIOLLY É UMA MULHER TRANS, TRAVESTI, PRETA, FAVELADA, DE AXÉ E MILITANTE POLÍTICA. Cresceu nas favelas do Fonseca, na Zona Norte de Niterói e, hoje, mora no Morro da Penha, na Ponta D’areia. Construiu em 2016, junto a Talíria Petrone, uma campanha ousada por “Uma Niterói Negra, Feminista, LGBT e Popular”, que conquistou o mandato mais votado da cidade naquele ano. Foi então a primeira assessora trans da Câmara de Vereadores de Niterói e estava como assessora parlamentar da mandata da Deputada Federal Talíria Petrone (PSOL) desde 2018.

Benny tem experiência na luta em defesa dos direitos humanos e acompanhou a Comissão dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente no Município. Além de ser integrante ativa do movimento LGBTIA+ da sua cidade, é parte do coletivo Orgulho e Luta Trans (OLT), que ajudou a fundar para debater e propor mudanças na vida da população trans e travesti de Niterói e São Gonçalo. Pela OLT, Benny realizou dois encontros de travestis na favela para falar sobre emprego e saúde e, durante a pandemia, realizou ações solidárias com mais de 40 travestis entregando cestas básicas.

Seu programa político para Niterói tem como norte 4 eixos centrais: Assistência Social e Direitos Humanos, Negritude e Favela, população LGBTIA+ e Mulheres, trazendo propostas possíveis e concretas para a vida de todas, todos e todes trabalhadores como tais como defender a ampliação do número de CRAS, CREAS e centros de acolhimento do município, que hoje é totalmente insuficiente para atender quem deles precisam.

Valorização da arte e cultura produzida dentro das favelas. Criação de Conselhos populares consultivos de bairros e favelas que discutam a política de segurança pública do município e possam produzir relatórios para as Secretarias.

Políticas de incentivo à preservação da memória e história de territórios favelados.Universalização do saneamento básico e acesso à água. Políticas de direito de posse às mulheres na favela. Políticas de atenção básica à saúde para a população favelada. Lutar pela tarifa zero no transporte público.

Defesa da criação de programa, com lei municipal, de gratuidade para retirada de documentos para usuárias da política de Assistência Social e para pessoas trans, respeitando sua identidade de gênero.

Discutir programas de incentivos fiscais para empresas contratarem pessoas transexuais, assim como o combate à discriminação e preconceito contra pessoas LGBT no local de trabalho. Políticas de assistência a crianças transexuais e adolescentes gays, lésbicas e bissexuais edefesa de destinação orçamentária para a criação de um ambulatório especializado em hormonização para a população trans.

Este projeto traz uma proposta de radicalização democrática para a Câmara de Vereadores de Niterói, por isso, preza pela participação popularestabelecendo o compromisso de ser um mandato participativo, engajado nas lutas sociais, que seja um canal aberto de fácil acesso e de diálogo com a população, comprometendo-se a prestar contas em pontos públicos e abertos da cidade, a fazer encontros de prestação de contas, visitas a equipamentos públicos e territórios e propostas de ampliação de conselhos populares no legislativo, bem como de facilitação do acesso à Câmara.

A R T I G O

PARA NÃO SER

IDIOTA,

POLÍTICA

PRECISAMOS DA

Caro leitor, se você achou o título agressivo ou me conhecendo estranhou uma possível agressividade saiba que esta afirmação é oriunda de um livro do queridíssimo Mario Sergio Cortela, o filósofo moderno mais popular do Brasil. O livro chama Política para não ser idiota, li a 9ª edição, do ano de 2018.

Antes da minha coragem de escrever sobre política, as vésperas de uma eleição, sugiro a leitura desta pequena obra no tamanho, são apenas 112 páginas, que me ajudaram a conceituar o que sentia.

Sentia que temos muitas pessoas envolvidas profissionalmente e/ou dependentes da máquina pública que fala de votos em épocas de eleição, bem na véspera, quase nos convencendo que aquela prática é a política, tentam nos convencer que o voto é um ato de cidadania, que a melhor escolha é o próprio (ele ou amigo ou chefe), aparecido das cinzas. Fazem campanha mostrando fotos falando com grupos de pessoas e publicam que estão escutando a população.

Escrevem em material de campanha propostas, soluções mágicas, para a educação, por exemplo, sem ao menos escutar os profissionais da área, zero de pesquisas, nenhum exemplo em outros estados/cidades/países, e sem justificar o porquê no cargo público que exerceu não aplicou a solucionática daquela problemática¹.

Outro dia li crítica aos indicadores da educação pública de uma cidade, citando as boas condições financeiras deste município, vindas de uma candidata que defende a privatização nessa área. Neste artigo não emitirei julgamentos de valores das propostas de nenhum partido, mas sim a ausência deste debate (no caso os indicadores daquela cidade) antes da eleição municipal. Onde estava este partido com as suas “certezas” de mau uso do dinheiro público? Penso que esta omissão seletiva ajudará a manutenção dos problemas, além de considerarmos conivência.

Esta confusão entre campanha eleitoral e política afastaram a participação da população nas decisões públicas, afastamento que aumentou com a polarização orquestrada pelos dois movimentos extremistas nas campanhas. Se observarmos os encaminhamentos dos grupos que exercem o poder no Brasil veremos que os

Estou convicto que precisamos (re)descobrir os conceitos de política e de idiota. Por isso a indicação de uma leitura para complementar este artigo. Fazemos política com os vizinhos (“politica da boa vizinhança”, eu espero, rs), política no trabalho, faço política na franqueadora integrando o conselho de franqueados.

Aliás, grupo de conselheiros que majoritariamente votou em um candidato diferente do meu e eu pensando nas questões mais complexas que posso colaborar aceitei um almoço inteiro de “cobranças” por não estar alinhado naquele voto.

“O diálogo de ideias, a apresentação de projetos realizados, as pesquisas acadêmicas, as reuniões de grupos em torno da arte me geram esperança em um coletivo de seres humanos mais humanizados e naturalmente mais sensíveis nas escolhas.”

O ato de votar é o exercício da cidadania, a ausência na urna também. Votar ou não votar são escolhas políticas. Peço apenas que saiba que cada escolha uma sentença.

Ninguém tem o direito de cobrar, de exigir, além da vontade individual de construir uma sociedade melhor. Sempre tive meus escolhidos, muitas vezes era o menos pior, em outras era com esperança. Já fiz escolhas que se mostraram patéticas, para o governo do Rio, por exemplo, que o eleito com meu voto foi preso com muitos anos de condenação e crimes contra a humanidade.

Quem sou eu para cobrar o seu voto? O grande poeta, Sady Bianchin, me ensinou que cada indivíduo deve fazer seu inventário de vida e me lembra que toda decisão tem suas dores e delícias. Decida, decida por ti, por suas pesquisas, por seus parâmetros.

O diálogo de ideias, a apresentação de projetos realizados, as pesquisas acadêmicas, as reuniões de grupos em torno da arte me geram esperança em um coletivo de seres humanos mais humanizados e naturalmente mais sensíveis nas escolhas. Seria uma tentativa utópica de incluir quem pensa diferente. “Não nos afastemos muito”.

A utopia e a poesia nunca foram tão necessárias.

extremos são apenas e somente na campanha.

Exercem o poder cedendo, dialogando e com o “centro” (vulgo “centrão”). As velhas raposas estão em todos os governos deste pais.

A população percebeu que os “aparecidos”, saídos dos gabinetes com portas fechadas, protegidos por diversos assessores e impedidos do encontro com no mínimo um par de secretárias, querem público para falar (a audição fica para as fotos dos stories). Descobrimos também que após a eleição afirmam que não concorrerão, como uma estratégia para afastar-se da necessidade dos encontros que prometeu na campanha política.

A gíria da malandragem diz que o urubu se faz de morto para se alimentar, exatamente como o povo que finge ouvir o candidato, levando somente o corpo para encontros das campanhas políticas. A alma o povo deixa em casa, prova a sua calma em horas de discursos ultrapassados, vaidosos e egocêntricos.

“...perturba muito hoje imaginar que o desencanto, em vários momentos um desalento, sugira uma crise mais definitiva da própria dinâmica de fazer política. Naturalmente a convivência exige algum grau de constrangimento individual, ele é necessário para a vida em sociedade, mas há épocas em que isso se intensifica”³.

1. “não me venha com a problemática que eu tenho a solucionatica”, frase dita pelo jogador Dada Maravilha, jogador da copa de 70, que entrou para a história do folclore do esporte.

2. Política (do Grego: πολιτικός / politikos, significa “ algo relacionado com grupos sociais que integram a Pólis “), algo que tem a ver com a organização, direção e administração de nações ou Estados.

3. Livro: Política: Para Não Ser Idiota – Mario Sergio Cortella 4. Apesar do que você possivelmente ouviu nas aulas de história, Voltaire nunca disse as palavras acima. Mas a sua biógrafa o fez: é da escritora inglesa Evelyn Beatrice Hall a famosa frase que simboliza. https://super.abril.com.br/blog/superlistas/8-frases-iconicas-que-nunca-foram-ditas/

“Mãos Dadas” Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade

MAURICIO SALKINI

Adm inistra d or e Ped a gogo Social, m em b ro d o G r u p o d e Pes quis a em Ped a gog i a S oci a l – PIPAS/UFF, emp res á r i o d es d e 1990, com ex p er i ên ci a n o Bobs , Kope n h a gen e Rei d o Mate (nesta fra n q u i a ta m b ém cons elheiro). Ven ced or d o prêm io Ser Hu m a n o AB RH 2019. Cons el h ei ro e O u v i d or do Proj eto Gra el . I n i ci a nte n a arte dos vers os e d a s r i m a s .

Pa i d o Ar t u r.

A R T I G O

A HORA ESTÁ CHEGANDO

Sem dúvida 2020 está notabilizado na história da humanidade como atípico. É fato que jamais tivemos um ano tão intenso. Na medida em que a humanidade é mais imediatista, líquida e instantânea, sobrevivemos e sobreviveremos a esse ano, impactados sem dúvidas, mas vivos por essência.

Como se não bastasse problemas de pandemia, economia, costumes, desastres naturais, tragédias, mortes emblemáticas, instabilidade em instituições, e o mundo que deveria estar mais próximo para passar por tudo juntos- parece estar mais separada em certa medidaainda temos ELEIÇÕES. Senhoras e senhores, e não estou falando só das nossas, com escolha de prefeitos e vereadores no dia 15 de novembro em primeiro turno, mas também de uma eleição americana conturbada e cheia de plot twists (alguns carpados e duplos), dignos de séries e novelas mais interessantes ao público.

Algumas considerações do amigo aqui: Não se escolhe candidato no ano de eleição Num mundo ideal, cheio de nuvens de algodão doce e gente que não fura a fila e respeita as regras para o bem de todos, não escolhemos nosso representantes meses antes da

eleição, escolhemos a medida em que os mandatos evoluem. Acompanhamos os que nos representam.

Eles vão errar e acertar, e se eu me identificar com o trabalho de algum deles, como legisladores nas câmaras, ou como gestores executivos nas prefeituras, tendo eles recebidos meu voto antes ou não, eu escolho esse voto para continuidade ou troca para dar oportunidade para outro fazer um trabalho melhor. Mas devemos levar em consideração tudo que os levou a esta candidatos ali naquele momento.

Se está escolhendo um para benefício próprio, não vote. Isso tudo é sobre o coletivo, e não seu umbigo. A cada nova legislatura, é uma nova chance de estar presente, acompanhando e cobrando.

Nunca precisamos tanto ter conciência coletiva A metáfora do filme avatar nunca fez tanto sentido para mim como agora. A comunidade do filmeque vivia em consonância com a natureza retirando o que precisava para serem felizes- em vários momentos, se conectava com o planeta, em transe, com uma espécie de consciência coletiva. Era preciso viver em comunidade e em comunhão entre eles e o planeta para manter seu estilo de vida.

Nunca precisamos tanto de senso de comunidade, de pensar no equilíbrio, no bem estar de todos para que possamos ter o nosso bem estar. É sobre evoluirmos como cidade, como comunidade, como

povo para a qualidade de vida. A nossa consciência coletiva, benevolente com as diferenças, têm de ser pétrea na busca por uma vida melhor em conjunto. Pense que seu bairro, seu lugar, se feliz, deixa você mais feliz. Fomos obrigados a entender que não é sobre pegar a doença, mas sobre passar para o outro. Não sobre viver, mas ajudar todos a sobreviverem. Pensar no outro na hora de votar e escolher nossos representantes é também pensar em você mas não só em você. É preciso entender de política?

Talvez um pouco. Não precisa entender sobre o jogo complexo da política, nem sobre governabilidade. Não precisa entender sobre como é o dia a dia no detalhe do vereador, mas o que

“Vivemos em comunidade.

Organizados sob uma democracia representativa, que elegemos pessoas para decidir sobre nós, por nós. .” ele fez na vida para ser digno te bater no peito e dizer que te representa. É sim, sobre representatividade. Ele te representa? Você precisa entender que aquela pessoa, vai estar lá em seu nome. É boa parte do que é necessário saber.

O que afinal de contas, isso tem a ver com a minha vida.

Tudo. Vivemos em comunidade. Organizados sob uma democracia representativa, que elegemos pessoas para decidir sobre nós, por nós. Eles decidem sobre os seus direitos, o dinheiro que é arrecadado com os impostos- que é MUITO- e sobre o futuro de boa parte dos aspectos do mundo ao seu redor. Será que assim, você entende a importância que isso tem?

Em quem devo votar.

Eu não estou aqui para lhe dizer que é fácil, não é. É MUITO importante que se dedique, só um pouco, para decidir sobre isso. Mas não dedique às campanhas, não. Ouça pessoas que você considera importantes, que tenha valores parecidos com os seus. Entenda sobre cada candidato, mas não escute fofoca, não dê moral para disse me disse e entenda qual é o valor que cada voto tem. Você vai receber em troca dos representantes, o valor que você der ao seu voto. E não será nessa eleição. Será para o resto da sua vida.

Eu já escolhi meus representantes, e sei os números para ir votar no dia 15, e ajudar nossa cidade a ser melhor, para mim, e para você.

Você já pode dizer o mesmo?

PS: Não “venda” seu voto. Você está vendendo muito mais do que um número no dia, poderá estar comprometendo a vida de muitas outras pessoas. Exerça o seu poder cívico, e tenha convicção.

IGOR MAURÍCIO BARRETO é cozinheiro, hoteleiro, empresário, colunista e consultor de 40 anos, que aos 20 já se aventurou em sua primeira empreitada no ramo, abrindo a Tontería, um restaurante mexicano com boate que com sucesso, ficou aberto de 2000 a 2006.

Durante esse período, já trabalhando como consultor e gestor, participou na concepção, conceituação e construção de alguns bares e restaurantes. Em 2006, com a ida de seu sócio para o interior, tirou do papel seu projeto do BemDito, casual dining de 380 lugares na praia de São Francisco em Niterói. Deste, aberto com sucesso os dias atuais, saiu em 2014 para dedicarse a projetos de consultoria e empreendedorismo em gastronomia.

Charita

as

fotos Waleska Borges

AS TERRAS DE CHARITAS integraram a Sesmaria dos Jesuítas e nelas foi instalado o cemitério contíguo à Igreja de São Francisco Xavier. O nome do bairro, tem origem na palavra latina charitas, que significa caridade, grafada na igreja.

Em meados do séc. XVIII foi construída a sede da Fazenda Jurujuba. Esta propriedade foi doada por um dos seus donos para o Seminário São José, do Rio de Janeiro. O prédio é tombado pelo SPHAN e conhecido como Casarão.

Em 1853, após reforma e ampliação de um prédio já existente, foi inaugurado o Hospital Marítimo Santa Isabel. O sanitarista Francisco de Paula Cândido instalou e começou a dirigir a instituição. O Hospital foi criado para abrigar e manter isolados doentes recolhidos nos navios que aportavam na Baía de Guanabara, portadores de varíola, febre amarela e cólera. Recebia também doentes das redondezas e desempenhou importante papel devido as constantes epidemias até o início do século XX. Na década de 40, foi criado no bairro um campo de pouso para aviões monomotores, os Teco-Tecos. No Aeroclube de Niterói eram ministradas aulas de pilotagem e de lá se partia e chegava para pequenas viagens ou excursões aéreas.

Em Charitas foram construídos outros dois hospitais: um psiquiátrico, conhecido como Hospital de Jurujuba; e o Hospital da Associação dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (ASPERJ).

Hoje, com seus novos prédios, a estação das barcas e o túnel aberto para a região oceânica, Charitas ganhou uma significativa importância como bairro de Niterói.

Tudo começou em Santana do Deserto, MG. A família talentosa em doces caseiros, que fazia as pessoas flutuarem quando passavam em frente da grande janela de madeira azul, pelos aromas que dela saíam. Doces com história, carinho, amor e afeto. Sorrisos largos embalavam os tachos de cobre, gargalhadas gostosas, cumplicidade, alegria. No quintal, as frutas que davam forma a doces e geleias inesquecíveis na região.

Dali, um espalhamento para cidades maiores, novas pessoas e histórias nascendo, e tanto na fazenda como no asfalto, sempre mantendo o princípio da humildade e dignidade acima de tudo. A menina Conceição, junto com sua vó, produzia doces e as duas pegavam a estrada para entregá-los pelo caminho, em empórios simples e locais como o Suntuoso Hotel Quitandinha, em Petrópolis, e a tradicional Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro.

Seu irmão, Zé Viana, estabeleceu-se em Araras e comandou o melhor armazém/ empório/deli de Petrópolis, sua saudosa - e cuidada com todo amor e carinho loja Caldas Viana.

A menina Conceição cresceu, teve filhos, netos e bisnetos, virou a Grande Matriarca da família e famosa doceira em Juiz de Fora. Hoje, seu neto primogênito cria a Santa Roça, santificada pela memória afetiva dos dias que passou na roça, pescando lambari no grande rio, catando jabuticaba no pé e roubando pedaços de bolos ainda quentes no tabuleiro.

Essa é parte da nossa história, e você está convidado a provar nossas delícias, e viajar para um tempo onde a doçura era o mais importante. Doçura de afetos, de amizades, de gentilezas, de hospitalidades. Os sorrisos largos continuam por aqui, atravessando gerações. É só chegar. As porteiras estão sempre abertas!

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NITEROI

ENSES PROD UZEM CULTURA

E ARTE

Quais as coisas que podem ser consideradas arte e cultura? São nomes subjetivos demais para se encaixarem em algum lugar. Pode ser uma sandália, uma colagem, um livro. Uma almofada, uma performance, um grito. Nessas páginas, em todas as edições, vamos mostrar moradores da cidade que CRIAM.

Porque

onde

tiver

um

sentimento, um desejo de criação, do que quer que seja, vai ter arte, vai ter cultura, vai ter emoção, que é o que move os artistas.

Música, poesia e amor. Um casal que transborda arte.

por Leo Zulluh

Ela é música, ele também. Ela é poeta e ele também. O acaso fez questão de unir essas duas pessoas talentosas e brindar o público com trabalhos emocionais e de qualidade. Quem nunca foi num sarau de poesia em Niterói e presenciou o casal Lucilaine Reis(sax) e Ricardo Almeida(violão) apresentarem músicas e poesias de uma vez só encantando todos ao redor? Uma história que vem de tempos e que parece não parar tão cedo vivida por essas duas pessoas que se conheceram ao freqüentar um centro de meditação budista, o CEBB (Centro de Estudos Budistas Bodsativa), onde começaram a compor suas músicas. Por conta de algumas composições estarem muito ligadas às descobertas que faziam enquanto meditavam e também porque nesse percurso conheceram a banda de Rock Budista Os The Darma Lovers, resolveram nomear seu projeto musical de Prajna (sabedoria em sânscrito), mas suas músicas não têm a intenção de divulgar ou ensinar o Darma do Buda (para isso melhor encontrar um bom professor), dizem. Elas são em sua maioria resultado das crises que suas mentes inquietas passam antes, durante e depois das práticas de silêncio e transbordam em palavras e melodias. Quem já ouviu o álbum de estréia, que leva o mesmo nome da banda, sabem do que se trata. Uma viagem sonora de paz e harmonia rica em poesia com participações especialíssimas. A sintonia não para por aí: Ricardo Almeida é professor na Universidade Federal Fluminense, formado lá mesmo, e Lucilaine é mestre em educação pela mesma universidade e pedagoga na rede municipal de ensino. Casados há 12 anos e com um filho que os acompanha e participa de seus projetos o casal não pretende parar tão cedo, recentemente consolidaram a veia literária lançando o livro duplo Poemas Transbordados (Lucilaine Reis) e Poesia Residual (Ricardo de Almeida), impresso e editado por Armazém de Quinquilharias e Utopias, do agitador cultural Paulo de Carvalho e pelo caminhar da carruagem vem mais coisa por aí.

Roberta Dacosta ROBERTA INICIOU SUA PRÁTICA nas artes plásticas na California com o curso de desenho com modelo vivo no Community College em San Diego, no Rio, continuou seus estudos no Parque Lage com os professores Chico Cunha, Gianguido Bonfanti, Charles Watson e Suzana Queiroga cursando disciplinas teóricas e práticas. Ainda esse ano cursou no MAC (Museu de Arte ContemporâneaNiterói) historia da pintura moderna com Geraldo Marcolini.

A investigação do processo de criação da artista busca compreender e discutir através de suas obras a crença na existência de mundos paralelos, de múltiplos universos. Onde sua produção artística se caracteriza como obra, depois objeto e em seguida como objeto enquanto processo do fazer artístico.

A artista propõe o acompanhamento teórico-crítico de seu processo de criação na tentativa de suscitar reflexões sobre o fazer artístico, enquanto ação. Onde o espaço / tempo não são tangíveis mas ferramentas de nosso entendimento animal, no qual carregamos o espaço e o tempo dentro e em torno de nós. É nossa consciência que cria o universo material, não o contrário.

A diversidades de resultados estéticos pretende enfrentar o encapsulamento da obra enquanto produto pronto, acabado, isolado em si mesmo. Opta por enfatizar as escolhas da artista em seu processo de elaboração das obras, não somente como o intuito de localizar o objetivo da criação na especificidade de uma linguagem, mas para investigar as relações de transformação e, com isso, resignificar o conjunto da obra, que também, não se apresenta mais como produto acabado, mas como objeto em processo de transformação do universo material.

Sua estética não significa um fim em si mesmo, nem mesmo o fim, apenas um meio à disposição da liberdade de ação, que ao se apropriar das técnicas e dos suportes tradicionais questionam o próprio visível. Busca o diálogo formados pelas sobreposições de camadas de tintas, cujo impacto pictórico espelha mais que materiais e idéias, mas a forma como as duas coisas se relacionam. É muito mais uma questão de ética do que de estilo.

C O L U N A

Família Polvo o universo da família inclusiva Na busca por um filme para assistir no fim de semana com a família, topei com a série “Crimes em Deli”, uma série indiana, recomendada pela jornalista Cora Rónai.

A série retrata a condução da investigação de um crime hediondo ocorrido em Nova Deli, em 2016: o estupro e tortura sofrida por uma moça que foi brutalmente violentada e, consequentemente, veio a óbito, dias depois. Chocou-me tanto, que não consegui terminar de assistir aquela história de barbárie e, aos prantos, selecionei outro, pensando “hoje não, preciso de algo leve”. E, assim, tive a felicidade de assistir ao “Professor Polvo”, um documentário que retrata a amizade entre o mergulhador Craig Foster e um polvo. No mesmo instante, senti no meu coração uma espécie de band-aid para as feridas abertas em 20 min da série anterior.

O polvo é uma animal, eu diria, “diferentão” e carrega algumas curiosidades que o tornam fascinante, como, por exemplo, possuir a maior parte de seus diversos cérebros situados em seus tentáculos, além de ter uma inteligência peculiar que fizeram com que fosse descrito como o “gênio dos oceanos”. A narrativa envolvente, com cenário deslumbrante e cenas de emocionar até o mais durão dos indivíduos, fizeram um link com um texto altamente crítico à família vista de forma conservadora, escrito pela psicanalista brasileira Maria Rita Kehl, que foi apresentado na formação em terapia de família, alguns dias antes.

Kehl sugere uma nova visão da família tradicional nuclear, composta pelos lugares definidos e apoiados na estrutura tríade “pai, mãe, filho”, defendendo que hoje temos uma estrutura da família contemporânea que remetem aos polvos, sendo composta por tentáculos, incluindo os membros antes inexistentes, ou que ficavam na invisibilidade, como frutos de novos relacionamentos, adolescentes que engravidam e não têm onde morar, casais homoafetivos, entre outras inserções: a família tentacular.

Esta família tentacular acompanha a dissolução dessas funções, a diluição da família centrada na figura do pai, com uma mãe dentro de casa, cuidando dos afazeres domésticos, trazendo novos desafios aos filhos.

Como psicanalista, Kehl nos lembra de que Freud pensa a psicanálise justamente quando esta estrutura nuclear é o pano de fundo das neuroses e tenta, desta forma, remover o sentimento de culpa que recai nas mães contemporâneas, principalmente em jovens casais que se autoflagelam por não conseguirem “formar uma verdadeira família” e perseguem um ideal fantasmagórico de um modelo de “família burguesa oitocentista”.

“As condições da sociedade contemporânea não permitem mais que se sustente, a não ser à custa de grandes renúncias e, provavelmente, grande infelicidade para todos os seus membros”, comenta Kehl.

Todo o peso de uma sociedade, a violência e drogradição, por exemplo, recaem sobre as famílias, eliminando, desta forma, qualquer tipo de participação (no caso a falta dela) do Estado como suporte e estruturador social, eliminando o cancro histórico cultural da desigualdade.

É preciso acolher as famílias com seus novos tentáculos, oferecendo-lhes oportunidades de se autogerirem. Cuidados básicos, como as redes de apoio, compostas por boas creches, a escola integral e políticas públicas de saúde, são fundamentais para dar suporte às novas estruturas como, por exemplo, a família monoparental, composta de apenas uma figura parental, em sua maioria formada por mães e filhos.

Acolher as “famílias polvo” com seus tentáculos parte de uma escuta ativa e generosa para compreender suas reais necessidades.

Menos julgamento, mais compreensão. É preciso, talvez, compreender o que o psicólogo português, Eduardo Sá, intitula “línguas familiares”, para que não haja tantos “estrangeiros” dentro daquilo que denominamos família.

“O professor polvo” convida a uma gentil reflexão: somos programados para estabelecermos conexões. Ao conectarmos com as diferenças, acolhendo-as, percebendo-as em suas individualidades e necessidades, com muito respeito e escuta, será possível um cuidado verdadeiramente inclusivo da família-polvo, com seus tentáculos, com alta plasticidade e inteligências múltiplas.

ADRIANA AMARAL

é fonoaudióloga e psicomotricista, numa perspectiva relacional sistêmica, atuando junto à infância e à parentalidade.

Nos intervalos escreve, tirando da gaveta os projetos literários perdidos.

C O L U N A

E lรก vamos nรณs

DE NOVO?

Tem pra todo mundo. As ruas estão lotadas novamente independentes de isolamento social.

As bandeiras balançam ao vento com suas cores, legendas, fotos bregas e as inevitáveis hastes encontrando cabeças alheias em suas calçadas.

Tão certo quando dois e dois são cinco, de dois em dois anos encaramos, as eleições. Nesta atual ano seguem as eleições municipais com disputas acirradas para Prefeito e vereadores com uma variedade absurda de candidatos. Para se ter uma idéia, pelo menos em Niterói são 708 nomes de 30 partidos disputando apenas 21 cadeiras na Câmara Municipal. São candidatos com trajetórias consolidadas tentando a reeleição, novatos na corrida, mas nem tanto na política, tentando iniciar suas carreiras, candidatos inexpressivos apenas para preencher legenda e puxar votos para as cabeças de partido e por aí segue. A disputa eleitoral vem mudando período após período, o que deixa alguns eleitores bem confusos, mesmo que nem de longe se compare as eleições americanas e seus incontáveis dias de campanha e contagem de votos.

Nos últimos anos o povo passou a se interessar mais por política, para o bem ou para o mal, criando polarizações perigosas onde o que mais interessa nisso tudo têm ficado em último plano, as políticas sociais. Sim, afinal escolhemos alguém para representar o povo e o povo em sua grande maioria passa por necessidades muitas vezes causadas por quem ocupou aquelas mesmas cadeiras antes. Se nas últimas décadas a luta pelo “social” ganhou destaque por vários partidos, olhando pelos mais necessitados, reforçando políticas afirmativas e identitárias e assim trazendo um equilíbrio à economia brasileira, nos últimos anos todo esse trabalho foi por água abaixo com um crescimento descontrolado de “eleitores” que acham tudo isso desnecessário, contrários a tudo, infelizmente.

Costumo dizer que o ano de 2013 foi o estopim de uma mudança brusca e quase irreversível na política brasileira. Nesse ano, que ao menos pra mim deveria ser esquecido, uma manifestação até então pacífica que exigia a redução de valores de passagem de ônibus saiu do controle fazendo com que o foco principal caísse no esquecimento.

Foi lá na “primavera brasileira” de 2013 que muitos de nós vimos cair por terra os avanços sociais há tanto tempo exigidos pela população. Dali surgiu a criminalização da política profissional onde

qualquer político era bandido, os movimentos sociais, que tiveram suas bandeiras arrancadas e membros violentados, foram demonizados e logo qualquer ação ou política social era negada por seus detratores.

Foi nesse ano que vimos também o crescimento da “não política” como forma de, vejam bem, fazer política. Candidatos que não eram do meio se fizeram como João Dória, Tiririca, mais recentemente Wilson Witzel, entre outros, prometendo uma nova política. Aham.

Em junho de 2013, esse mês que ainda não acabou, o grito de guerra era contra a corrupção exigindo a prisão de qualquer um que fosse suspeito de crime e logo atrás uma hojeriza ao “comunismo” e “socialismo”.

Enfim, conseguiram mudar parte do sistema político do País com queda de presidente, prisões de deputados, senadores, governadores por um breve tempo. A luta contra a corrupção deu uma esfriada, apoiada por quem esbravejou em suas campanhas contra ela.

Continuamos o mais do mesmo e a herança está em candidatos por aqui que ainda gritam os mesmos jargões de 2013 e 2016 sem ao menos apresentar propostas para seus eleitores. De tudo o que caiu há sete anos, só o que ainda não se levantou foi a política social, mesmo que recentemente até os que são contra tenham corrido aos bancos atrás de seus auxílios emergenciais, o mundo dá volta. Dei essa volta toda porque é impossível não se lembrar de tudo isso vendo as campanhas atuais. Infelizmente se tornou quase proibido falar em políticas sociais. Os candidatos precisam “rebolar” para apresentar propostas que contemplem os negros, os favelados, os lgbt’s, as mulheres, que por incrível que pareça tem apenas 232 candidatas de 708, tornando difícil a busca destes por representatividade em seus votos. E nós como ficamos? O que o futuro nos reserva? Quem dera nossa política ser mais simples.

LEO ZULUH

é fotógrafo profissional, mestre de cerimônias, apresentador de eventos, ator teatral e escritor nas horas vagas, sempre atento a acontecimentos da atualidade.

Meio ambiente Não existe jogar fora. É com essa frase que começo esse artigo.

Essa semana eu andei lendo sobre algumas iniciativas e políticas de incentivo a reciclagem, compostagem, atividades que eu apoio pelo seu potencial emancipador, pela geração de renda para pessoas em condições mais vulneráveis. A indústria da reciclagem é um nicho de negócio crescente e urgente, mas é aqui nesse cenário, onde beiramos a utopia ao associar a reciclagem à sustentabilidade.

SE DE UM LADO EXISTE uma indústria crescendo e se organizando para tratar o lixo que produzimos, do outro lado existe uma sociedade de consumo acelerado, compra-se coisas hoje, que já não servem mais amanhã. Se cresce a reciclagem, cresce também a descartabilidade. A cada dia novas invenções, novos artigos, novos produtos, e para onde vai tudo isso? Será que a reciclagem realmente poderá lidar com toda essa geração de resíduos?

Vale também dizer que o consumo não está ligado somente a objetos. Nós consumimos filmes, novelas, músicas, consumimos tudo e tudo é feito para vender. E por mais minimalista que você se sinta, acredite, você também é consumista.

Ainda somos dependentes de energias não renováveis, vivemos sob um sistema onde os bens essenciais à vida, são vendidos e controlados. Trabalhamos para comprar, consumir e atingir metas inatingíveis. Por isso penso que o caminho para a SUSTENTABILIDADE passa antes de tudo, pelo CONSUMO CONSCIENTE. Isso significa que antes de pensarmos em reciclar e reutilizar, devemos fazer um exame de consciência a nível existencial, sobre o modo como consumimos e descartamos tão rapidamente as coisas.

Necessidades sociais são criadas e vendidas a todo instante e a gente já sofre as consequências desse sistema. Segundo Alencastro “é factível que as pessoas possam se fortalecer politicamente e atuar de forma mais efetiva sobre os padrões de produção e de consumo, mas a dúvida é se realmente desejam, ou podem fazer isso.” Para muitos, impossível, diante de um estilo de vida que deixou o mundo hipnotizado. Para outros, é possível superar os desafios com a soma de esforços e criatividade. É o que há em comum entre tantos movimentos,o mesmo caminho: a responsabilidade é individual. Mas a ação é coletiva.

Novamente digo, não existe jogar fora. Não existe fora. As nossas águas tem sido o principal depósito de tudo que produzimos, consumimos e descartamos. Estima-se que por ano sejam despejados 25 milhões de toneladas de resíduos sólidos no oceano. Essa dado é alarmante o suficiente para que essa mudança de comportamento aconteça logo, somados aos esforços diários, as lutas individuais e coletivas, aos processos de organização, como forma de desacelerar a crise, tendo como foco deixar um mundo digno para as próximas gerações. Nós não temos um Planeta B. Sempre que possível, compre em brechós, ande mais de bicicleta, consumamais alimentos orgânicos/agroecológicos.Descasque mais, desembale menos. Antes de consumir, se pergunte se é o que você precisa , ou o que você deseja. Nosso consumo pode ser o nosso manifesto. Pois quanto menos precisamos, mais livres somos!

CAROL ARAÚJO é artesã, criadora da marca de acessórios artesanais HippieNótica.

Atualmente, estuda Gestão Ambiental.

Entusiasta da agroecologia e permacultura, milita e se dedica às causas ambientais através da ONG SOS Lagoas, que defende o sistema lagunar e recursos hídricos de Niterói.

Habitantes da nossa

NATUREZA

Eles estão por aqui evolutivamente muito antes de nós. São o resultado de um processo muito lento que começou há 250 milhões de anos atrás. Os jacarés (gênero: Caiman) são répteis, ovíparos de 30 a 50 ovos por ninhada e com expectativa de vida de cerca de 50 anos!

Já quase foram extintos no passado recente devido ao seu couro e sua carne, mas tiveram absoluto sucesso no repovoamento de suas espécies, graças a ajuda humana e muito também por suas características.

JACARÉS TEM FOCINHOS MAIS CURTOS e largos do que os seus primos crocodilos. Aqui em nossa região a espécie predominante é o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

Desde criança, a nossa e muitas gerações foram alimentadas com histórias e filmes sobre lendas de jacarés e crocodilos que viviam e cresciam nos esgotos das grandes metrópoles, inclusive atacando ferozmente pessoas!... Pois bem, posso afirmar que isso nao passa de lendas. Biologicamente, jacarés e muitos outros animais não podem viver em galerias de esgotos propriamente ditos. Dentre outros fatores, a emissão de gás metano provindo do esgoto impossibilita.

Contudo e principalmente nos últimos anos, cada vez mais se nota a presença de jacarés em nossas grandes cidades. Nestes casos pode-se notar que, são sempre locais em contato com a superfície, Isto é abertos. E sempre em canais Originalmente naturais e urbanizados, com despejo de esgoto.

Na verdade, Esses animais já habitavam esses canais naturalmente desde sua existência, e passam diariamente por uma grande luta de sobrevivência, numa disputa por espaço com garrafas Pets, lixo eletrônico e esgoto. Cada vez mais próximos da população e das áreas urbanas, devido a possibilidade de alimentação fácil, o que não deve ser feito em prol deles mesmos. Por isso, sofrem com maus tratos (pessoas atiram objetos diversos), atropelamentos e a caça ilegal. De fato, esta situação escancara os grandes problemas de saneamento básico e educação ambiental dessas regiões.

Mas como esses animais conseguem resistir? Nestes locais algumas presas dos jacarés são diversos tipos de insetos, répteis menores como calangos, muitos e muitos ratos, pequenos peixes e até aves.

Em canais com áreas de despejo de esgoto, pequenos peixes se alimentam desse dejetos, alimentando os jacarés e também atraindo aves como garças brancas grandes e pequenas.

Mas como já disse, a alimentação desses animais está se dando em grande percentual por ação humana. Em nossa cidade vizinha, São Gonçalo, já tivemos relatos de jacarés que subiram do Rio Alcântara em enchentes. Aqui em Niterói, sempre soube e sempre soubemos da existência de jacaré-de-papo-amarelo nas lagunas de Piratininga e Itaipu, na Região Oceânica.

Como fotógrafo e amante da natureza, gastei muitas horas de caminhada nesses nossos ecossistemas, procurando registrá-los. Depois de uma longa jornada, finalmente achei! Exatamente num canal urbanizado da Laguna de Itaipu, bem na saída do esgoto. Um animal adulto de cerca de 2 m de comprimento, já conhecido da população local, e vivendo no valão, cruzado pela estrada de Itaipu.

GUSTAVO DE GREGORIO é

graduado em Biologia na UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor de Ciências e Biologia na Educação Pública no município de Niterói. Naturalista, ambientalista, fotógrafo e o mais importante: nascido e criado em nossa cidade!

MEMÓRIA

por Adriana Engelbart, jornalista e genealogista.

HÁ ALGUNS ANOS, acompanhamos as discussões sobre a criação da Linha 3 do Metrô, que ligaria o Centro do Rio de Janeiro a Niterói e São Gonçalo.

Entram e saem governos, mas o projeto - que certamente desafogaria o trânsito intenso na Ponte e agilizaria bastante o fluxo de passageiros entre as regiões - nem dá sinais de sair do papel.

Pouca gente sabe, porém, que a ideia da ligação entre Rio e Niterói através de um túnel é mais antiga do que se imagina. Durante o governo Washington Luís (1926-1930), o último presidente da República Velha, o arquiteto e engenheiro francês Alfred Agache, a pedido do então prefeito carioca Antônio Prado Júnior, propôs um plano de remodelação, extensão e embelezamento do Rio de Janeiro.

Entre outras iniciativas, Alfred sugeriu a construção de um ramal do futuro Metropolitano que ligasse o Centro do Rio a Niterói, passando sob as águas da Baía. Onerosa, a obra só poderia ser justificada quando a cidade vizinha e seus arredores se mostrassem suficientemente desenvolvidos. O tempo passou e a ideia caducou.

Pouco mais de vinte anos depois, Niterói já havia crescido muito, com comércio ativo, largas avenidas e bairros considerados modernos. O fluxo de passageiros entre a cidade e o Rio era de aproximadamente 200 mil pessoas por dia. Então, voltou à pauta o investimento na mobilidade urbana entre as duas regiões.

Projeto da praça de pedágio, em Niterói.

Traçado do percurso do túnel Rio-Niterói, sob a Baía de Guanabara.

Uma curiosidade: na época, a ideia da construção de uma ponte se mostrou inviável. Por razões econômicas, os engenheiros propuseram que a ligação fosse feita entre os pontos de menor distância - o que praticamente impediria o funcionamento do Aeroporto Santos Dumont. Havia também o receio de que qualquer acidente vedasse o canal de passagem para o Porto do Rio de Janeiro.

Após diversas discussões sobre a melhor forma de ligar as duas cidades, em 1952 foi criada a Lei n°1.783-A, que “autorizava o poder executivo a abrir concorrência pública para os estudos e projetos de concessão e exploração de um túnel submarino entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói”.

Aberta a concorrência, venceu a francesa “Études et Entreprises”. Pelo projeto, o túnel teria 5 quilômetros de extensão, 6,5m de superfície de rolamento, duas pistas (uma de ida; uma de volta) e 6 minutos de tempo de travessia. O movimento diário de carros seria de 170 a 180 mil.

Chamada à época de “a obra do século” e orçada em 80 milhões de Dólares, a construção do túnel Rio-Niterói seria paga através da cobrança de pedágio - num valor mais barato do que o cobrado pelas empresas que exploravam os transportes marítimos.

O fato é que, por alguma razão, provavelmente orçamentária, este foi mais um projeto que não vingou. Desde então, continuamos reféns de empresarios e políticos pouco interessados em fomentar ideias para o melhoramento da mobilidade urbana.

Colaborou: Roberto Menezes de Moraes.

Fontes: Revista “O Cruzeiro”, maio de 1956.

Hemeroteca Digital

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um poema

Uma alga viva: alguém mete as mãos e ela foge ou ela gruda e sentem nojo

Como alga viva, mãe? primeiro desista da palavra força logo depois da resistência.

Um corpo resistente é destruído fácil por quebradiço Logo depois exercite o drible: algo esbarra, se desvie ou abra buraco para que passe Seja peixe, porém não morda iscas.

Julia Vita

Rua Lopes Trovão, 134 | Loja 118 Icaraí | Niterói (21) 2610-1128

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