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E N T R E V I S TA Artigos de ESPECIALISTAS com a médica Dicas de niteroienses infectologista e para a PANDEMIA pesquisadora da Fiocruz BRENDA HOAGLAND Onde AJUDAR Como será a RETOMADA

EDITORIAL A EDIÇÃO NÚMERO UM da revista N estava praticamente pronta para ser lançada no início de março. Aí a pandemia tomou conta das nossas vidas, chegou como uma surpresa inesperada, não bem-vinda.

Muitas das matérias ali, da UM, não fariam sentido num momento onde pessoas no mundo todo começavam a morrer. Inclusive em Niterói.

Passei um período sem saber o que fazer, até decidir: por que não uma edição especial sobre o coronavírus, focada na nossa cidade? Comecei a contactar pessoas próximas, e todos me incentivaram a seguir em frente. Então, durante a segunda quinzena de março e todo o mês de abril, me dediquei a convidar niteroienses pra colaborar com essa edição.

E ei-la aqui, agora, pra todos vocês.

No momento em que o Brasil ultrapassa a China em números de mortos, no momento onde cidades que afrouxaram o isolamento vêem explodirem os casos de infectados, no momento em que cidades constroem valas comuns pra enterrar os seus mortos e, principalmente, no momento em que especialistas dizem que ainda não atingimos o pico, e que a tendência é de piora nas próximas semanas, o que podemos continuar pedindo é: fique em casa, cuide de você, e dos seus.

Fabiano Reis

Diretor de Conteúdo

N revista digital

DIRETOR DE CONTEÚDO

Fabiano Reis

GERENTE ADMINISTRATIVA

Cintia Nunes

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃO

Folia de Reis

L E I A A S E D I Ç Õ ES A N T E R I O R ES

www.issuu.com/revistan

E N T R E V I STA B R E N DA H OA G L A N D Médica Infectologista e Pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (IN/FIOCRUZ)

O surto pelo novo coronavírus, chamado de COVID-19, foi reportado pela primeira vez em dezembro/19. Sendo declarado Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em janeiro de 2020. Até 25 de abril de 2020, foram registrados mais de 3 milhões de casos e mais de 200 mil mortes em todo o mundo.

O que é o novo coronavírus?

Os coronavírus são vírus conhecidos por causar infecções respiratórias e, em geral, provocam resfriados leves. Eles estão associados a um terço dos casos registrados no mundo nas épocas mais frias. O Covid-19 é um vírus RNA com alta capacidade de mutação.

Existem quatro gêneros deles: alfa, beta, delta e gama, sendo alfa e beta os únicos capazes de infectar seres humanos. Além do ser humano, o coronavírus pode infectar também diversas espécies de animais.Desde 2002 tivemos três novos coronavírus com alta taxa de mortalidade e potencial para causar pandemia: o SARS-CoV em 2002, o MERS-CoV em 2012 e agora o Covid-19.

Qual a gravidade dos coronavírus?

O Covid-19 tem taxa atual de letalidade que varia de 3-5% (valor que pode mudar dependendo da evolução do vírus). Este vírus tem capacidade de disseminação suficiente para ser um patógeno causador de pandemias.

Quem está mais propenso a desenvolver casos graves com o Covid-19?

Segundo estudo sobre o início da epidemia na China publicado no Lancet, a maior parte dos casos, principalmente os graves, foram registrados em indivíduos entre 45 e 65 anos.

A comunidade científica percebeu também que a letalidade da doença vai aumentando quando associada a problemas cardiovasculares, diabetes e doenças renais crônicas. Além disso, a letalidade do Covid-19 aumenta muito quando o paciente ultrapassa os 70 ou 80 anos e tem uma maior vulnerabilidade a formas graves de infecção respiratória.

Como acontece a transmissão do Covid-19?

O Covid-19 é transmitido a partir de gotículas proveniente das vias aéreas que tem que chegar de uma pessoa para outra. A pessoa tosse, expectora, as vezes a mão dela fica infectada com essas gotículas e transmite o vírus através do contato. Por isso a lavagem das mãos é um dos aspectos mais importantes para combater o surto de coronavírus.

Embora o álcool em gel seja importante, o uso de água e sabão é eficiente para combater o vírus. Isso serve para qualquer coisa, em qualquer época e para qualquer epidemia. A lavagem das mãos é um aspecto extremamente importante.

O uso de máscaras em lugares públicos é necessário?

A máscara cirúrgica pode ser útil em relação a evitar o vírus, já que a transmissão é por gotícula.Para a população que necessita sair de suas residências, a máscara de pano pode ser recomendada como uma forma de barreira mecânica. No entanto deve ser destacada a importância da manutenção das outras medidas preventivas já recomendadas, como distanciamento social, evitar tocar os olhos, nariz e boca, além de higienizar as mãos com água e sabonete ou álcool gel 70%. A máscara de pano pode diminuir a disseminação do vírus por pessoas sem sintomas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo o vírus sem saberem, porém não protege o indivíduo que a está utilizando, já que não possui capacidade de filtragem. O uso da máscara de tecido deve ser individual, não devendo ser compartilhado.

Quais os quadros clínicos associados à infecção pelo Covid-19?

Existem os casos assintomáticos, aqueles em que as pessoas simplesmente possuem o vírus, mas não apresentam nenhum sintoma. Há outros com um mal-estar, dor de garganta, dores musculares (mialgia), que muitas vezes nem procura um médico pois parece um resfriado comum com febre e tosse seca. Existem casos que evoluem para uma pneumonia leve, que é quando o paciente eventualmente vai procurar um hospital.

Talvez fique com cateter de oxigênio, mas não vai precisar muito mais do que isso. Quando

o quadro evolui para uma pneumonia grave precisa de suporte ventilatório com uso de respiradores mecânicos. Essa é uma situação de gravidade em que o paciente apresenta o que chamamos de Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), que é um quadro de injúria pulmonar grave. Podendo evoluir para disfunção orgânica, com comprometimento renal, do sistema nervoso central e cardíaco, caracterizando o que chamamos de sepse. O paciente começa a não ter pressão no sangue e precisa de suporte medicamentoso para conseguir manter irrigação adequada dos tecidos. O paciente com coronavírus começa a ficar grave, em geral, a partir do quinto ou sexto dia da doença. Nos primeiros dias não fica tão mal e isso pode favorecer a transmissão do vírus na comunidade. O paciente só é admitido no hospital em torno do sétimo dia e este é um aspecto epidemiológico marcante neste tipo de infecção. O que chama a atenção em relação ao Covid-19 é que, embora a letalidade não seja tão elevada, a taxa de internação ainda tem sido alta, algo em torno de 10 a 20% dos casos.

A pessoa que acabou de ser contaminada pelo vírus passa a transmitir imediatamente?

Existe um tempo necessário para que o vírus se multiplique no organismo. A maior parte dos casos de transmissão que foram bem documentados ocorreram entre quatro e seis dias após a infecção. Estimamos que a pessoa possa continuar transmitindo a doença por até 14 dias.

Existem estudos para o desenvolvimento de uma vacina para o coronavírus?

Existem grupos trabalhando com o sequenciamento conhecido do vírus. A estimativa é de que ainda no primeiro semestre deste ano tenha se desenvolvido um produto adequado para testes. Nesta fase, conhecida como fase 1, é realizado o estudo de patogenicidade para analisar se o vírus estimula anticorpos, se faz algum mal ao organismo, entre outros pontos.

A transmissão via superfícies é relevante?

A forma que se apresenta mais relevante é o contato humano a humano através de gotículas das vias aéreas. O vírus não fica no ar, mas as estruturas em que as pessoas passam as mãos como maçanetas, fechaduras, podem representar risco de transmissão da doença. Por isso a ênfase na importância da lavagem frequente das mãos. Caso a pessoa entre em contato com alguma superfície que tenha o vírus e lave as mãos adequadamente não haverá risco de contágio.

Qual o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) em uma epidemia como esta?

O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, que determina que é dever do Estado garantir saúde a toda a população brasileira. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde, que detalha o funcionamento do sistema e instituiu os preceitos que seguem até hoje. A população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita. O SUS atende todos que procuram suas unidades de saúde ou tem necessidade de atendimento de emergência. Num contexto como este de pandemia, fica evidente a necessidade e o investimento na manutenção do SUS de forma a garantir a população, como um todo, atendimento médico, testagem, internação e tratamento.

Para além disso, é no contexto do SUS que se planeja e se atua no contingenciamento da pandemia no nosso país.

Através de uma ampla articulação entre Ministérios, Estados e Municípios foi feita uma definição de casos, principalmente aqueles que deveriam ser triados para o COVID-19, foram desenhados protocolos de isolamento, avaliação dos contactantes, avaliação e encaminhamento de casos suspeitos.

A Fundação Oswaldo Cruz, que é uma instituição vinculada ao SUS, iniciou a construção, no Rio de Janeiro, do Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 – Instituto Nacional de Infectologia, que auxiliará os governos estadual e municipal no combate à doença. A unidade hospitalar de montagem rápida terá 200 leitos exclusivos de tratamento intensivo e semi-intensivo de pacientes graves infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Feita em parceria com o Ministério da Saúde (MS), a iniciativa contará também com um sistema de apoio diagnóstico para todos os exames necessários, incluindo os de imagem, como tomografia computadorizada. Os leitos serão coordenados pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), unidade de referência da Fundação na área de pesquisas clínicas e atenção especializada em doenças infecciosas, e que já atua também como referência para o atendimento a pacientes graves de Covid-19.

No novo espaço, também serão realizadas ações do ensaio clínico Solidariedade (Solidarity), da Organização Mundial da Saúde (OMS), liderado no Brasil pela Fiocruz.

Lançada pela OMS na última sexta-feira (20/3), a iniciativa tem como objetivo investigar a eficácia de quatro tratamentos para a Covid-19 e será implementada em 18 hospitais de 12 estados, com o apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do MS e coordenação do INI/Fiocruz. O estudo Solidarity é uma conjugação de esforços em todo o mundo, para dar uma resposta rápida sobre que medicamentos são eficazes no tratamento da Covid-19 e quais são ineficazes e não devem ser utilizados.

Atualmente, não há evidências de ensaios clínicos randomizados (ECR) de que qualquer terapia potencial melhore os resultados em pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19. Não existem dados de ensaios clínicos que apoiem qualquer terapia profilática.

Mais de 300 ensaios de tratamento clínico estão em andamento. Os benefícios clínicos relatados da combinação de hidroxicloroquina e azitromicina para pacientes com COVID-19 vêm de relatos da mídia ou de ensaios não randomizados com pequeno número de participantes.

B R E N DA H OA G L A N D

Possui mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas pelo Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz(2006), doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas pelo Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz(2016), residencia-medicapelo Fundação Oswaldo Cruz(2004), aperfeicoamento em Estágio em Terapia Intensiva pela Casa de Saúde e Maternidade Santa Martha(1997), aperfeicoamento em Estágio em Unidade Coronariana pela Clínica de Cardiologia Centrocárdio(1997), aperfeicoamento em Estágio em Unidade Coronariana pela Hospital Universitário Antônio Pedro(1997) e aperfeicoamento em Estágio Ambulatório de HIV/ AIDS pela Universidade Federal Fluminense(1998). Atualmente é Médica Infectologista do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz, Colaborador da Agence Nationales de Recherches ur le SIDA et les Hepatites Virales, Co-investigadora da Canadian Institutes of Health Research, Coordenacao Medica do Fundação Bill & Melinda Gates e NIAID/NIH, Co-investigadora da National Inst.of Allergy and Infect.Diseases/National Institutes of Health,, Membro OHARA Subcommite da AIDS Clinical Trials Group, Tecnologista em Saúde Pública do Fundação Oswaldo Cruz, Revisor de periódico da AIDS AND BEHAVIOR, Revisor de periódico da Journal of the International AIDS Society e do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas / Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Atuando principalmente nos seguintes temas:profilaxia pré-exposição ao HIV, PrEP, Prevenção ao HIV/AIDS.

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odonto

logia

A L I N E RO D R I G U ES A infecção causada pelo vírus SARSCOV-2, a COVID-19, trouxe um divisor de águas, uma nova postura profissional e social, que na verdade sempre foi essencial, a necessidade de biossegurança. Os atendimentos mudarão, impreterivelmente, como na última grande infecção pelo vírus da AIDS, que trouxe a necessidade de proteção para contato em procedimentos cirúrgicos, e invasivos, assim também na sociedade, é condição sine qua non, a consciência em saúde, pela importância da responsabilidade individual em assegurar a vida coletiva, pelas atitudes de cada um.

Com o corona vírus, diferentemente da AIDS, onde o contágio é mais visceral, na imunossupressão por COVID, não há controle de contágio, a não ser pelo isolamento social e rastreamento dos portadores para redução do crescimento de infectados. Hoje 200 países, 3 milhões de pessoas portadoras, mais de 200 mil óbitos, subestimados, pela limitação de testes para atestar a virose, pela demanda na progressão da infecção em humanos, na pandemia. Em razão do contágio humanopara-humano, precisamos, independente de estarmos ou não no front, ser exemplo de conter a curva ascendente da morbidade, principalmente pelo formato assintomático nas estatísticas.

Como cirurgiã-dentista, especialista em cuidados intensivos nas UTIS,

atuamos e afirmo que estamos integrados à equipe de saúde, incansavelmente, para salvaguardar a vida dos pacientes doentes, que já nos procuraram, com insuficiência respiratória aguda, e que o atendimento diário do dentista, na atuação diretamente na ação bioquímica ostensiva local na cavidade oral, e aspiração de fluidos, onde a carga viral é alta nas membranas mucosas da cavidade oro-faringéa, e da contínua aspiração da secreção retrógrada oriunda dos pulmões, pela árvore tráqueobrônquica, onde a ação do vírus tem alta replicação, unido a toda terapêutica na medicina intensiva, associado ao esquema antimicrobiano proposto pela direção médica de controle de infecção hospitalar, aliado à hidroxicloroquina, traz grande esperança em sua regressão parasitária, pela recuperação dos pacientes, e estabilidade após internação hospitalar intensiva.

A doença não somente atinge os pacientes idosos, mas pacientes jovens, entre 30 e 40 anos no nosso perfil hospitalar, onde sua virulência é alta, e somamos uma equipe de esforços para manutenção da vida humana, e é essencial que respeitemos todos as normas da OMS, seguirmos protocolos de saúde, e é importante que ao se identificar os sintomas associados à dispnéia, ou falta de

ar que imediatamente seja feita a assistência a saúde prematuramente, porque a fisiopatogenia viral, em francas pesquisas, como suas vacina e controle, têm como grande aliado a prevenção, desde a higiene das mãos ao isolamento social e a busca de socorro, para evitar as injúrias nos órgãos com a alta replicação viral, a partir da presença hematogênica.

Os atendimentos nos consultórios mudaram, assim como os de caráter domiciliar em homecares. São necessários EPIs, equipamentos de proteção individual, insumos essenciais para somente atendimentos de emergência até o momento autorizados, pelo nosso órgão máximo regulamentador (CROs).

Deixo uma súplica à sociedade de respeitarem as orientações das autoridades

sanitárias, divulgadas nas mídias, resguardemse, e aos colegas dentistas, que tenhamos segurança para não nos tornarmos vetores, e às autoridades de saúde contem com profissionais habilitados em Odontologia Hospitalar, para integrar sua equipe de cuidados intensivos, comprovadamente na comunidade científica, podemos ajudar a reduzir as sepses pela modulação antigênica no biofilme oral, abreviar o tempo de internação, e contribuir na equipe multidisciplinar com diagnóstico de morbidades sistêmicas com repercussão na cavidade oral, trazendo atendimento conjunto à equipe médica, e nesse cenário COVID, contribuir com a saúde e amparo declinando a evolução de marcadores inflamatórios e dos parâmetros ventilatórios dos internados, pela abordagem odontológica especializada em terapia intensiva.

ALINE RODRIGUES é Membro do Colégio Brasileiro de Odontologia Hospitalar e Intensiva - COBROHI Coordenadora do Serviço de Odontologia Hospitalar e Intensiva do Hospital São Vicente de Paulo Habilitada em Odontologia Hospitalar - CEMOI RJ Casa de Saúde São José - Humaitá - 2019 Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG Responsável pelo Serviço de Odontologia Geriátrica da Instituição de Longa Permanência para Idosos - Casa São Luiz - desde 1998 Pós-graduação e Residência em implantodontia pela ABO-RJ 2012 - 2016 Especialista em Dentística pela Policlínica Geral - RJ - 1997 Responsável pela Implantodontia da Rede Granato - Tijuca Graduação em Odontologia pela Universidade Professor José de Souza Herdy - AFE Unigranrio - 1996 Capacitada em Odontologia Domiciliar H3 ODONTO - 2019 Professora das Homecares Click Care e Vivenciando Care da equipe multidisciplinar na formação de cuidadores de idosos CO N S U LTÓ R I O Warm Oral Medical Care Empresa especializada no atendimento odontológico a nível ambulatorial, domiciliar, hospitalar e intensivo a pacientes sistemicamente comprometidos Rua Mém de Sá, 19/805 Icaraí - Niterói - RJ Telefone 3712-2740

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A N D R EA F E R I O L I A pandemia de Covid-19 nos mostrou que não nos preparamos para a experiência de sermos parados. Fomos, de uma forma radical, confrontados com um medo real da doença e suas consequências, carregando ainda as angústias que já havia em nós, antes disso tudo acontecer, sobre o mundo, sobre conflitos, sobre o futuro.

Fora tudo isso que estamos tendo que lidar, há ainda uma associação cultural e social instituída entre confinamento e punição. Isso pode gerar uma percepção equivocada de que você está sendo punido, sendo tomado por um sentimento de injustiça. Mas veja, tivemos todos que suspender projetos de vida, profissionais, acadêmicos, etc. Precisamos desses parênteses.

Caso contrário, a tragédia poderá ser bem maior.

Contudo, ninguém espera que você surja das cinzas como uma Fênix, mais forte do que nunca. Não se trata disso, e sim como entender subjetivamente o que está acontecendo com você e como poder lidar com isso de uma forma menos penosa também é a proposta deste artigo.

Então é isso: esse microorganismo, que sabemos estar por perto, mas não enxergamos e não sabemos exatamente quando ele pode nos infectar, pode provocar um sentimento de verdadeiro terror.

Aterrorizados, as respostas a tal situação podem colocar em evidência os sintomas de base. As reações

histéricas, de dramatização excessiva ou de indiferença, com um desinteresse anormal dirigido a si e aos outros. As reações obsessivas que se dariam pela ideia de confirmação dos rituais obsessivos e compulsivos de higiene e precauções ou pela arrogância daqueles que querem se mostrar mais forte que o vírus, se colocando em risco e a todos aqueles que estão no seu convívio. As reações perversas de deleite com o sofrimento alheio, as paranoicas que justificariam a situação em conspirações racionalizadas, porém inconsistentes, e às reações psicóticas de angústias desagregadoras.

A negação em relação aos perigos trazidos pela pandemia, de muitas pessoas próximas, inclusive de políticos, acabou tomando conta dos noticiários e redes sociais, virando até memes. A negação é um mecanismo de defesa primário, sendo acionado pelo risco de adoecer, morrer, perder coisas, perder emprego, patrimônio e pessoas. E uma curiosidade: quanto mais veemente é a negação, mais denuncia o quanto se teme aquilo que é negado.

Totalmente ou parcialmente inconsciente, fazemos isso, ou sem pensar, ou nos enganando a nós mesmos. As justificativas são as mais criativas: me alimento bem, fui atleta, sou jovem, Deus me protege, o remédio de verme vai eliminar o vírus e por aí vai...

A verdade é que o ordenamento da vida, como se viu até aqui, está sendo posto em questão e, para muitos, isso é insuportavelmente angustiante. Assim, o sujeito se defende em narrativas nas

quais, por exemplo, o valor da economia fica superdimensionado e o grande perigo deslocado aí. Outro exemplo de uma narrativa defensiva é a de que há alguém onisciente e onividente, que opera fora do sistema. São as famosas teorias conspiratórias. A possibilidade de suportar um mundo que conspira contra o sujeito parece ser melhor do que suportar lidar com o acaso.

Tendo pensado nas respostas subjetivas que esse rompimento no fluxo da maneira de viver pode ocasionar, é o momento de pensar como conseguiremos viver, atravessando esse período de enclausuramento. Se por um lado a pandemia nos fez parar com uma dinâmica conhecida, trouxe novos desafios à composição dessa nossa vida confinada ao espaço restrito da casa.

Uma outra medida para lidar com as preocupações que estão tomando conta do seu humor é poder listá-las e pensar em processos para lidar neste momento, a curto e médio prazo, com estes problemas.

Em um primeiro momento, a experiência do enclausuramento tende a deixar as pessoas mais perdidas e, aos poucos, a necessidade de uma rotina mais organizada vai surgindo.

Além de fazer o necessário para a casa, seu trabalho, estudo, atividade física, etc, pode ser um bom momento para retomar atividades/projetos que foram deixados de lado pelo cotidiano acelerado e, também, uma oportunidade para valorizar seus laços, conversando com amigos e familiares, formando uma rede de apoio e solidariedade onde se ajuda e é ajudado.

No dia-a-dia, dessa nova “rotina” fatalmente surgirão algumas tensões que já estavam ali. A lente de aumento foi lançada pelo confinamento, surgindo a urgência na revisão da gestão da casa e das tarefas. O sentimento de injustiça

pode aparecer. Buscar a colaboração de todos que dividem o espaço, com uma divisão das tarefas, seria ótimo. Teoricamente simples, talvez o mais importante agora, a partir do entendimento do caráter de excepcionalidade da situação, reduzir ideais e expectativas pode funcionar ainda melhor.

Alguns recursos são interessantes para lidar com estados emocionais mais cronificados, que atrapalham à saúde mental. Poder distrair seu cérebro de preocupações improdutivas com atividades de entretenimento (livro, jogos, séries, filmes, música, etc) ou em tarefas físicas ou intelectuais que exijam um certo grau de atenção – quanto maior complexidade, maior a distração.

Uma outra medida para lidar com as preocupações que estão tomando conta do seu humor é poder listá-las e pensar em processos para lidar neste momento, a curto e médio prazo, com estes problemas.

Talvez, perceba que eles são mais simples do que parecem. Lembrando que quando o assunto for financeiro, existe a possibilidade de flexibilizar cobranças e renegociar dívidas, ou seja, o momento é propício à negociação e acordos.

Pode ser mesmo que nada disso funcione para você e que se veja paralisado diante de todas essas questões. Ainda há o recurso de tentar relaxar. Não faltam apps e vídeos com meditações guiadas, músicas e imagens relaxantes que podem ajudá-lo no instante de maior tensão e, quem sabe, numa prática continuada, trazer benefícios físicos e emocionais.

A casa, como sendo um espaço que ganhou maior importância nessa quarentena, precisará também de cuidados, assim como você. Manter um ambiente organizado pode te ajudar na sensação de bem estar.

As famílias que têm crianças pequenas podem ainda estar passando por uma situação ainda mais desafiadora. Por exigirem constante supervisão, serem muito ativas enão conseguirem manter-se concentradas nem tomar decisões, estar confinado com os pequenos pode ser uma árdua tarefa. Um adulto supervisionando

ativamente, diretivamente e imprimindo o seu ritmo à criança pode ser tenso para ambos nesse momento. A hora convoca a afrouxar um pouco essa constante vigília e a intervir no que for estritamente necessário.

Poder priorizar os momentos de perigo, quando a criança está se colocando em risco ou pode causar danos físicos a terceiros, uma bronca é fundamental. Evitar um ambiente de gritos e confusão é também evitar que todos da casa fiquem estressados, inclusive a criança. Por não se manterem entretidos por um longo período, intercalar atividades, estimulando a criança também a brincar um pouco sozinha, suportando o tédio (mesmo que por um pequeno período de tempo), motivá-la a cooperar em atividades domésticas simples e valorizar seus feitos, são atitudes que podem te ajudar.

Neste momento, os pais não devem se exigir muito em termos educativos, seria demasiado desgastante para todos. Com as crianças maiores e adolescentes, podemos seguir o mesmo raciocínio de categorização de importância sobre o que vale ou não ser cobrado de responsabilidades, cooperação, intercalando com atividades de entretenimento. Uma rotina pré-estabelecida pode organizar e trazer segurança.

Para as pessoas confinadas com outras cuja relação já é normalmente difícil, a tendência é tensionar ainda mais esses relacionamentos. Ter em mente que temos o maior desafio de todos, que é ultrapassar esse período de quarentena de forma saudável física e psiquicamente. Para isso, é importante abrir mão de conflitos, punições desnecessárias e discussões desgastantes que não promovem mudanças, evitando uma sobrecarga de estresse. Relevar o que não for fundamental, fazer e relembrar combinados (consigo mesmo e com outros) em momentos mais tranquilos, podem te ajudar nessas experiências mais conflituosas.

O isolamento social pode acionar em algumas pessoas sentimentos de abandono e rejeição. Nesse caso o fortalecimento dos laços é fundamental. Poder entrar em contato com aquela prima querida, a irmã distante ou um amigo de longa data pode trazer uma sensação de acolhimento e pertencimento que farão muita diferença agora. Use e abuse do Whatsapp, ligações telefônicas, chamadas de vídeo, peça ajuda a alguém (por telefone mesmo) se não souber bem como fazer. Busque a sua rede de apoio, na qual estejam aquelas pessoas importantes que possam aquecer o seu coração. Um profissional de psicologia pode ser uma boa alternativa para te ajudar nesse momento mais difícil.

No entanto, estamos falando de gente, e gente é diferente. Com gente às vezes pode dar certo, às vezes não, hoje sim, amanhã

não. Se não está funcionando, pare, respire, se acolha e respeite-se. Ache a sua melhor maneirade lidar com as suas dificuldades, invente seu próprio jeito, dê o ritmo que seja possível,priorize o que importa verdadeiramente nesse momento e, aos poucos, amplie sua dedicação se puder e quiser. Não deixe de pedir ajuda. A solidão é importante, essencial até, mas a experiência de fazer parte de um grupo também.

Promova encontros virtuais que sejam importantes para você. Busque auxílio psicológico, mantenha seu tratamento caso já esteja em um. Os atendimentos online são uma possibilidade para não se colocar em risco e nem aos outros.

Os valores nesse período tendem a ser mais flexíveis.

O fato é que não há uma solução única que dará conta de resolver o mal-estar existente em cada um de nós. Conselhos e dicas são apenas referenciais, pistas...

Fomos atravessados por esse tal de Covid-19 e, cada um de nós, convocado

à criatividade e inventividade para lidar com tudo que emerge dessa condição. Faremos um a um, mas por que não juntos?

Uma proposta social interessante é entender que a pandemia reivindica que tenhamos medo sim, mas não pavor.

Entendermos que podemos parcialmente nos apoiar nas descobertas científicas e com os dados que já temos até aqui, deixar o que tiver de inapreensível para ser tratado por uma força tarefa de solidariedade fundamental para todos nessa travessia, fortalecendo laços já fragilizados, antes mesmo disso tudo surgir.

Nesse momento de exceção, vale olhar para a regra que vigorava antes, a forma como estávamos vivendo, de aceleração e hipervalorização das coisas, nas relações de consumo, interpessoais, de trabalho, com a natureza e com o capital. Revisar, renegociar pactos, priorizar o que realmente importa, o essencial, redimensionar valores, exercer a solidariedade, que implica em ajudar um outro, para ajudar a todos, nesse coletivo no qual eu, você e todos estamos inseridos.

ANDREA FERIOLI

é Psicó loga Clínica e ps icanalista em for m a çã o per manente artic ulando e i nter roga n d o a te o r ia e prática da ps icanális e n a s oci ed a d e co nte mporânea, participando d e s em i n á r i os , g r upos de estudo e pes quis a . At u a çã o em co nsultório particular e clíni ca s oci a l , com expe r iência na c línica com crianças, a d ol es centes e adultos . Além de trabalhos rea l i za d os com g r upo s de reabilitação, idos os e s a ú d e m enta l .

E specialista em ps icologia Clínica com cr i a n ça s pela PUC-RJ. Atendim entos at u a l m ente exc lus iva m ente on l i n e.

Instagram @psi . a n d reafer i ol i Face book @an d reafer i ol i ps i Si te aferiolips i.wixs i te. com / ps i co

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C R I ST I A N A M I L L E R Quantos memes vocês receberam nos últimos dias sobre pessoas afirmando que não agüentam mais os seus companheiros, seus pais ou seus filhos durante essa quarentena?

E por que rimos tanto? Em algum momento, todos nos reconhecemos naquele lugar.

Antes, tínhamos os momentos de descanso, de refresco, cada um ia pro seu trabalho, os filhos iam para as creches ou escolas, e tínhamos tempo pra elaborar algumas de nossas frustrações diárias ou até mesmo tentar ignorá-las. Agora, não mais. Somos obrigados, independente de nossa vontade, a conviver com tudo aquilo que não sabíamos lidar ou simplesmente estávamos cansados em lidar, não podemos mais fingir que não está acontecendo e usar de subterfúgios para tolerar aquilo que há muito não tolerávamos.

Qual é a coisa mais importante da sua vida?

O que você diria que é imprescindível? Aquilo que você não seria capaz de viver sem... responda antes de continuar a leitura! Pensou?

Bem, posso afirmar que todos responderam algo do tipo: comida, água, família, amor, sexo, dinheiro, e por aí vai... as nossas necessidades são universais, independente da cultura, do lugar, sejam elas de subsistência, de segurança, de afeto, de realizações... Entretanto, a maneira de satisfazer tais necessidades é absurdamente variada, podendo então ser a fonte de muitos conflitos.

Bem, primeiro, antes de continuar, gostaria de ressaltar que acredito que já tenhamos passado da hora de desconstruirmos a idéia de que o conflito seja algo ruim, algo que precisamos evitar. O conflito é intrínseco às relações humanas. Visto que somos pessoas diferentes, com formações intelectuais, sociais, espirituais diferentes, o conflito é inevitável. Ele acontece justamente para nos sinalizar que algo mudou, algo precisa ser atualizado, a maneira como agíamos antes perante aquela determinada situação não funciona mais, precisa ser revista. E é a maneira que entendemos e agimos perante essa nova situação, denominada conflito, que fará com que ela seja positiva ou negativa. O conflito em si é neutro, é aquilo que fazemos diante dele que o torna construtivo ou destrutivo. Cabe a nós aproveitarmos então a oportunidade como um aprendizado. E como, nesse momento, tempo não nos falta para aprender... aproveitemos!

Estamos acostumados a tentar ignorar os conflitos, fingir que não estamos passando por aquilo, mas ele não desaparece, e pior, vai aumentando, fazendo uma escalada. É aquele momento em que estouramos por qualquer mínima coisa, qualquer bobagem toma proporções gigantescas, e nem lembramos mais porque estamos brigando, nem lembramos mais qual é o problema na

verdade, agora a pessoa É o problema! E a verdade é que quanto mais intimidade temos, maior o conflito. Caímos na armadilha das suposições, dos julgamentos, da negação da responsabilidade... presumimos que o outro já me conhece tão bem que sabe exatamente o porquê de tudo que eu faço, e se ele não faz exatamente o que eu esperava que ele fizesse é porque ele está sendo egoísta, desrespeitoso, e toda uma lista de adjetivos que nos desconectam cada vez mais, nos afastam da busca por qualquer tipo de esclarecimento, e nos induzem a apenas julgar, colocando a culpa no outro, e negando

psicólogo americano Marshall B. Rosenberg, ele aponta os quatro pilares, do que eu prefiro chamar, de uma comunicação consciente.

São eles: 1. Observação: precisamos entender a diferença entre uma observação e uma avaliação ou julgamento, isto é, observar a situação sem juízo de valor. Nosso olhar é baseado, obviamente, nos nossos valores, e sempre serão. O cuidado que precisamos é de procurar identificar o nosso julgamento, e não nos apegarmos a ele, separar o fato da avaliação. O fato é um quarto com roupas e brinquedos espalhados pelo chão. Ao afirmarmos que ele está desarrumado, isso é a avaliação que

a nossa responsabilidade na história. Ou seja, perdemos a conexão com o outro e supervalorizamos o que nos desconecta.

E quando surge um vírus que determina da noite para o dia que seremos obrigados a conviver 24h com aquilo que fingíamos não

fazemos de acordo com o nosso juízo de valor sobre o que é organização, por exemplo.

2. Sentimentos: a partir da identificação do fato, identificar então o nosso sentimento, o que aquela situação despertou em nós. E aí vem uma das coisas mais difíceis pra gente, visto que fomos ensinados a não lidar com os nossos sentimentos, fomos ensinados a lidar com o externo, e não o interno. Nos preocupamos em agradar o outro e a não nos conectarmos com nós mesmos, com o que nos agrada. Quantas vezes já falamos ou ouvimos frases do tipo: “Engole o choro!”, “Não fica assim não...”, “Que bobagem ficar triste por isso!”, “sentir raiva é muito feio!”, e a clássica,

existir para não termos que enfrentar? Isso precisa, necessariamente, ser um sofrimento?

Ou podemos, mais uma vez, aproveitar a oportunidade e buscar uma comunicação consciente que nos conecte com o outro, que nos torne mais empáticos com o outro e com a gente mesmo, que nos permita compreender melhor o que estamos vivendo e, assim, tentar uma melhor maneira de tentar satisfazer os interesses de todos os envolvidos.

Em um método conhecido como Comunicação Não-Violenta, criado pelo

nós mesmos pedindo desculpas por estarmos chorando ou por termos nos emocionado.

Desculpa pelo o que exatamente? Estamos preocupados com o que estamos sentindo ou com o que o outro está pensando da gente?

Precisamos aprender então a nos conectarmos com os nossos sentimentos, e conseguir assim identificá-los. O que aquele fato despertou em mim? Qual é o meu sentimento? Podemos ficar muito irritados, frustrados, decepcionados com as roupas e brinquedos espalhados pelo chão, por exemplo.

E quando surge um vírus que determina da noite para o dia que seremos obrigados a conviver 24h com aquilo que fingíamos não existir para não termos que enfrentar?

Isso precisa, necessariamente, ser um sofrimento?

3. Necessidades: depois de identificar o sentimento, identificar então a necessidade.

Qual é a necessidade que desencadeou aquele sentimento? Todo sentimento advém de uma necessidade. Diferente do que sempre gostamos de acreditar, ninguém é responsável pelo nosso sentimento, o outro pode ser no máximo um gatilho, mas

fazer o nosso pedido. Importante que ele seja objetivo e positivo, que a gente comunique aquilo que estamos desejando, e não o que não estamos. É comum afirmarmos que não queremos mais bagunça, não queremos mais nada espalhado pelo chão, em vez de afirmarmos que gostaríamos que as roupas e os brinquedos fossem guardados. Podemos conseguir que tudo

nunca o responsável. Ao assumirmos a nossa responsabilidade pelos nossos interesses, necessidades, desejos, expectativas, deixamos de culpabilizar terceiros pelos nossos sentimentos. A culpa da nossa irritação, frustração, decepção ao ver o quarto daquela maneira não é das crianças!

O sentimento vem da nossa necessidade de organização, limpeza, controle, etc...

4. Pedido: agora que já conseguimos observar o fato, identificar os nossos sentimentos e necessidades, podemos desenvolver uma melhor estratégia para

seja espalhado agora sobre as camas, e não mais sobre o chão simplesmente. Quando afirmamos que gostaríamos que as coisas fossem guardadas no armário e nas caixas organizacionais, aí sim estamos sendo diretos e objetivos.

Para conseguirmos uma conexão, que comuniquemos tudo aquilo que construímos até agora, utilizando todos os pilares de uma comunicação consciente: “Estou vendo que as roupas e os brinquedos estão espalhados pelo chão (OBSERVAÇÃO). Quando eu vejo isso eu fico muito frustrada (SENTIMENTO) porque eu gostaria que as coisas estivessem

guardadas (NECESSIDADE). Você poderia, por favor, guardar as roupas e os brinquedos? (PEDIDO) E se ainda assim o seu pedido não for atendido? Bem, isso pode acontecer, afinal estamos falando em pedidos e não exigências. Quando fazemos um pedido, precisamos estar dispostos a receber um “não” como resposta. A grande diferença é que agora você tem algumas novas habilidades para entender melhor o outro também, afinal a criança também tem sentimentos (euforia), necessidades (brincar, gastar energia) e um pedido a fazer (arrumar depois de ver o seu programa preferido na TV, por exemplo). A verdade é que nos comunicamos para pedir, não falamos por falar. Pedimos muitas coisas: compreensão, escuta, atenção, ajuda, afeto... A todo momento estamos pedindo algo, e é a maneira como pedimos que faz toda a diferença para conseguiremos que o outro nos escute ou crie resistências.

A pandemia e o isolamento social ameaçam muitas de nossas necessidades: saúde, apoio, liberdade, autonomia, até a alimentação... e quando temos as nossas necessidades ameaçadas, quando elas não são atendidas, acontece o conflito. E lembra? O conflito sempre vai aparecer, ele só não precisa ser uma coisa ruim.

Façamos dessa quarentena, desse isolamento, uma oportunidade para nos conhecermos melhor, conhecer quem está tão próximo (e quem sempre julgamos até então conhecer), e rever a nossa maneira de nos comunicar, não só durante esse período, mas além. Afinal, a minha comunicação aproxima ou afasta as pessoas? Assumamos a nossa responsabilidade, e admitamos que está em nossas mãos fazer a escolha por fazer diferente, está em nossas mãos escolher continuar entrando em combates diários ou nos conectarmos melhor com o outro e, principalmente, com a gente mesmo.

Comecemos!

CRISTIANA MILLER

é Mediadora d e C onfl i tos e Fac ilitadora d a s Prát i ca s Restaurativas n o C E M EAR – Centro de Media çã o, M étod os Autocom pos iti vos e S i stem a Restaurativo – M i n i stér i o Público do Ri o d e Ja n ei ro.

Es pec ialista Infa nto- Ju ven i l nas Práticas Col a b orat i va s .

Ps icóloga Es p eci a l i za d a em ‘D es envolvim ento e S a ú d e Menta l n a I nfâ n ci a e A d ol es cên ci a ’.

o

saúde corporal

T I E N E D EC C A C H E

Olá, fui convidada para compartilhar com vocês uma dica que possa tornar sua quarentena uma experiência mais agradável e nutritiva. E o que eu vim te dizer hoje é...Não se exija tanto.

Tudo bem ficar quieto um pouquinho se o seu corpo e a sua alma se sentem cansados.

Nesse momento em que tudo parou e que muitas rotinas ficaram para trás, as demandas ganharam outra cara, novos cenários e novos desafios. Quem não aqui não teve que buscar recursos para se adaptar às novas regras de trabalho, de cuidado doméstico, de cuidados higiênicos como proteção ao COVID 19.

UFA! Como eu, você deve ter histórias muito legais e surpreendentes que estão vivendo a partir desses desafios e isso tem sido bastante nutridor.

Eu tenho a certeza de que sairei dessa quarentena com aprendizados que levarei para toda a minha vida. Mas eu queria agora te pedir que você pare uns segundos para sentir como está a sua vitalidade, sua motivação, sua disposição. Será que, no meio de tantos cuidados e decisões emergentes, você está encontrando o espaço, o tempo e uma boa maneira de cuidar de você mesmo?

A chegada de maneira abrupta a uma nova realidade nos demanda muita energia para lidarmos com o medo, com frustrações e preocupações diante do desconhecido. E isso não aconteceu só com você, estamos todos vivendo esses sentimentos, uns mais outros menos.

Pense comigo... todos os dias, o seu corpo está fazendo de tudo para te ajudar a se adaptar ao novo que não para de chegar.

E é esperado que depois de algumas semanas desse ciclo você esteja um pouco cansado. E isso também não está acontecendo só com vc. É nessa hora que seu corpo pede a sua parceria, algumas pessoas começam a sentir que cabeça já não pensa direito, que a noite de sono já não acalma mais o corpo, os músculos ficam tensos e doloridos e o humor fica ressecado.

Portanto, se isso está acontecendo com você, pare e crie seus momentos de descanso e de autorregulação. Acredite, você está indo muito bem até aqui. Mas encontre um pouco de silêncio dentro de você e da sua nova rotina. Eu quero te contar um segredo, vai ficar tudo bem se você escolher não fazer nada agora, cuidar de você com todo carinho e voltar com todo o gás amanhã.

Mas não se esqueça, daqui pra frente, entre uma ação e outra, guarde seu corpo num potinho de silêncio e de descanso.

Ele vai te agradecer muito Ô sorte

T I E N E DECCCA C HE

é f is ioterapeuta , p a l est ra nte e cons ultora d e s a ú d e corporal com a b ord a gem s om atoem oci on a l .

Coordenadora técni ca d a C l í n i ca Es cola do M ov i m ento.

Criadora da m etod ol og i a d e atendim ento I nter k i n es i Autora do livro Pa l a v ra d o r, a dor reescrita pelas mã os d a a rte Instagran @ti en ed ecca ch e Youtube Tien e D ecca ch e

saúde

e

corporal

D I O G O LO P ES Em um momento de pandemia mundial e isolamento social, qual seu sentimento mais aflorado? De que forma você está lhe dando com esses novos sentimentos?

Ou com emoções já imprintados em você que vem como um tsunami?

Para entender melhor os nossos sentimentos, precisamos compreender malhor a natureza humana.

Tudo o que acontece em nossas vidas e vivenciamos ficam presente conosco através de nossas memórias, e esse fenômeno é fundamental para nos manter vivos, onde todas nossas ações serão pré determinadas através do resgate desses registros, identificando, processando e gerando planejamento. É exatamente no nosso corpo que guardamos esses sentimentos, dando interpretação do nosso ser as nossas experiências.

Portanto temos uma grande oportunidade de ressignificar novos e antigos sentimentos através do corpo. Construímos com isso uma nova ótica sobre o exercício físico, uma ferramenta para trazer a melhor versão de você mesmo, com consciência e MOVIMENTO! Separamos dois exercícios para vocês fazerem em casa. O primeiro trata-se de um exercício de respiração, movimento do tórax e membros superiores. Seu objetivo é potencializar a função do diagrama (principal músculo da respiração), uma maior expansão da respiração e, principalmente trazê-lo para o PRESENTE! O segundo tem a função de gerar movimentos rotacionais, visando trazer serenidade, energia realizadora e presença!

Exercício 1: sentado com as pernas cruzadas (pode ser em uma superfície mais elevada), você vai expirar e ao mesmo tempo elevar os braços, promovendo uma abertura em sua região torácica. Repita esse movimento por 20 vezes. Faça de 2 a 3 sets desse movimento.

Exercício 2: abraçe uma almofada ou bola e dê um passo a frente. Ao apoiar a perna na frente, faça uma rotação do tronco em direção à perna da frente, ao mesmo tempo que expira, gerando uma pressão na região abdominal e firmeza na perna da frente. Continue caminhando e alternando os lados. Faça 20 vezes para cada lado com 2 a 3 sets desse movimento.

SE PODEMOS NOS TRANSFORMAR NO NOSSO MELHOR, O CORPO É UM CAMINHO!

EXERCÍCIO 1

EXERCÍCIO 2

DIOGO LOPES

é prof i ssi onal de Educação

F í si ca ; Pós graduado em Trei na m ento funcional ; Pós Gra dua do em Recuperação de l esões ; Terapeuta i nteg rati vo; Proprietário da Insi de C l í ni ca do Mov imento @inside.mov

mundo corporativo

A L F R E D O B R AVO O MUNDO C O R P O R AT I VO

E A CRISE

Como as empresas e seus colaboradores estĂŁo atravessando a pandemia, alĂŠm de dicas de como trabalhar de casa

d

Dia 21 de abril fiz 50 anos! Nunca pensei em chegar aos 50 anos de vida, quanto mais viver uma crise como essa, que não podemos andar na rua, ver nossa família, amigos e nem mesmo caminhar em locais públicos sem restrições. Porém, uma crise muito maior se forma, a crise econômica causada pelo isolamento social, necessário neste momento de pandemia para evitar o colapso do sistema de saúde, mas desastroso para a economia que, no Brasil, tentava se levantar nos últimos tempos.

Neste meio século já passamos por várias crises, até a crise do petróleo dos anos 70 eu ouvia meus pais falar e atingiu nossa família, mas uma pandemia como essa que estamos vivendo é inédita para o Brasil e o mundo. A “loucura” é tão grande que na crise do petróleo de 1970 o problema central foi a escassez da oferta de petróleo e a consequente alta no preço, já no início desta semana os contratos futuros do petróleo nos EUA ficaram negativos pela primeira vez na história.

O cenário futuro é uma grande dúvida para todos e é aí que mora o perigo! Sem um diagnóstico preciso da situação é muito difícil sabermos a solução correta, ou como devemos tratar esta pandemia e a crise causada por ela, tanto no aspecto médico, quanto econômico, porém algumas empresas e pessoas estão dando a volta por cima e lutando para superar a crise instalada.

Com mais de trinta anos de trabalho em empresas como White Matins, Bayer e IBM, além de professor dos cursos de pós-graduação da FGV, minha vida profissional nas últimas décadas se resumiu a rodar os quatro cantos do Brasil visitando clientes e ministrando aulas. Essa oportunidade de conhecer

novos locais me deu a chance de conversar com pessoas de vários perfis, de porteiro a presidente, para entender seus anseios e consequentemente sua visão de futuro para nosso país.

Há algum tempo vejo uma grande mudança nas formas de relacionamento entre as pessoas e, consequentemente, entre as organizações. Isso não é de hoje! Com a crise e a quarentena este processo de migração da forma de comunicação presencial para a distância só acelerou o processo que, em alguns setores, não terá volta.

Home-office, educação a distância, transações via plataforma não são novidades para ninguém, mas como qualquer inovação disruptiva, ou seja, uma mudança que provoca ruptura com os padrões, modelos ou tecnologias já existentes no mercado, essas alterações têm vantagens e desvantagens, vamos analisar algumas.

Em relação ao home-office, que já é uma realidade em várias empresas a algum tempo para certos cargos, existem várias vantagens, como todos conhecem, tais como, transporte, comodidade, segurança, corte de custos etc. Porém, existe um grande empecilho que é a necessidade de disciplina e gestão do tempo. No emprego estamos sendo “vigiados” de alguma forma, até mesmo pela rotina, já em casa, quem faz sua agenda é você mesmo e perder-se é muito fácil. O aconselhado é ter uma rotina em casa similar a do trabalho, ou que, pelo menos, garanta suas entregas e o cumprimento das tarefas. Algumas pessoas cumprem os horários com rigor e outras até se vestem como se fossem trabalhar fora de casa. Um local tranquilo e sem ser interrompido também ajuda, mas também é uma dificuldade na

Slide da minha aula de Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação no MBA FGV desde agosto de 2019.

maioria dos lares, principalmente para quem tem criança.

Outro ótimo exemplo de resiliência e aproveitamento da tecnologia para superar a crise é a área de educação. O segmento educacional já vinha passando por uma enorme mudança nos últimos anos com o uso de novas ferramentas, como o EAD (Ensino A Distância) e a Inteligência Artificial. O distanciamento social veio acelerar, e até mesmo forçar, o processo de utilização das aulas ao vivo on-line por pessoas, instituições de ensino e empresas que antes eram resistentes a esta inovação. Diante de um cenário de quarentena e incerteza da volta as aulas, alunos de todas as idades, da criança ao adulto, tiveram que se adaptar ao EAD. Meu filho de 13 anos está assistindo agora sua aula da escola de forma presencial on-line através do celular. Quando essas crianças chegarem

na graduação serão bem mais resilientes as aulas mediadas por tecnologia.

Conheço bem o segmento educacional, pois sou professor há anos e estou participando do processo de migração das aulas presenciais, já agendadas nos cursos de MBA da FGV, por aulas presenciais mediadas por teleconferência. No início houve um pouco de resistência de ambas as partes, aluno e professor, mas com o tempo todos viram que o ensino a distância é uma ferramenta que pode ajudar muito a todos! Acredito que um modelo híbrido que envolva aulas presenciais ao vivo, presenciais on-line e conteúdo gravado em EAD seja o futuro da educação.

As compras on-line através do e-commerce são uma realidade e cresceram 15% nos EUA em 2018/19 (relatório Bond). Esse assustador crescimento vem mudando a forma como as pessoas compram de tudo de comida

a geladeira, passando por carro elétrico e até imóvel. Serviços então, nem se fala! Quem vai a agência de viagem para comprar uma passagem aérea? Essas inovações disruptivas alteram processos de negócios inteiros, as pessoas e seus empregos sempre são as mais atingidas.

O uso de plataformas e aplicativos também está em evidência a algum tempo, todo mundo usa Uber, 99, Booking ou Trivago. Os bancos estão virando fintechs, ou seja, bancos digitais que ajudam muito no trabalho e execução de processos de negócio via internet. Olha o home-office ai! A pandemia também ajudou o crescimento e popularização da

utilização de plataformas com o Ifood e o Rappi, por exemplo, além de outros aplicativos que melhoram sua experiência de compra, mas isolam cada vez mais as pessoas e as tranca em casa.

Para finalizar, acredito que cabe a reflexão sobre nosso futuro: uma vez que o isolamento social atiçou algumas formas de relacionamento on-line como educação, compras e reuniões, será que seremos seres que se relacionam como a Mary Meeker em seu relatório Bond de junho/2019 (bondcap.com) previu?

Durante o dia vamos trabalhar pelo Zoom e a noite jogar pelo Fortnite? #TAMOZOOMTO!

A L F R E D O B R AV O

tem experiência profissional de mais de 20 anos em empresas como Bayer, White Martins e IBM. Atualmente é diretor comercial da Paragon TI, uma empresa que trabalha com projetos de sistema de informação envolvendo hardware, software e serviços.

Experiência em Gerência de Projetos e Gerência de Mudanças.

Doutor em Administração pela Universidade Nacional de Rosário – UNR, Mestre em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense – UFF, MBA em Administração de Empresas e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal Fluminense – UFF. Professor, Consultor e Palestrante da Fundação Getúlio Vargas – FGV, Fundação Dom Cabral – FDC e da Universidade Federal Fluminense – UFF. Durante oito anos foi Professor e Consultor da IBM no Curso de Negociação e Vendas HPS – High Performance Selling feito em Harvard (Willian Ury) e Huthwaite (Neil Rackham) para a IBM. Alfredo é autor do livro Gestão Estratégica de Vendas, publicado pela editora FGV. A proposta deste livro é abordar, de forma consistente, as premissas necessárias para se desenvolver e implementar uma gestão estratégica de vendas que logre êxito quanto aos resultados.

NITEROIENSES DÃO DICAS DO

DURANTE A

nossas

DICAS

Fred Martins

Foto Tiago Sousa Dias

E I S U M M Ú S I C O D E N I T E R Ó I que vale muito a pena conhecer. S uas belas ca n çõ e s j á fo ra m g rava da s por a r ti stas do calibre de Zélia Duncan, Ney M ato g ro s s o, Ma r i a R i ta , Adr i a na C alcanhoto, ent re out ros.

C anto r, i n st r um enti sta e com positor, teve seu talento reconhecido no ú l ti mo P rêmi o Vi sa de M úsi ca B ra si leira, recebendo o prêmio máximo do júri, p o r u n a n i m id a de, e ta m bém venc en do no voto popular. Part icipou de vários fest i va i s i nte rna c i ona i s na E spa nha , Marrocos, Port ugal, Canadá e A lemanha.

Fred Ma r t i n s é reconhec i do através de suas composições em parcerias com M a rc el o D in i z , L uc i na , M a noel Gomes e F rancisco Bosco.

C o nf i ra a b eleza de sua s m úsi ca s em seu canal do yout ube: http : / / w w w.f red mar t in s.o rg

QUE FAZER EM CASA

PANDEMIA

A PA N D E M I A n ã o d á sin a is d e q u e vai arrefecer, ai n d a n ão at in g i m o s o p ico e u rge ter mo s a ex t rem a resp o n sab i l i d ad e d e n o s m a nte r m o s em is ola mento so ci al , p ara n ão au m e ntar o co ntági o .

A s s im , a c u r va n ã o a u menta rá rad i cal m e nte e p o d erem o s m ai s c e d o s a ir da q u a renten a , voltan d o ao s n o sso s t rab al h o s e e st u d o s.

C o nv i d a m os n iteroien s es p a ra d are m d i cas e su ge stõ es em su as á re a s d e at u a çã o, contr ib u in do assi m p ara p assarm o s m e l h o r e ssa fa s e q u e , esp era mos , ter min e l o go .

C o m e ça m o s com n os sa s d ica s: u m gran d e m ú si co d a ci d ad e, u m l iv ro q u e tem c enten a s d e h arm o n i zaçõ es e nt re p rato s e vi n h o s, e a s n o s s a s sér ies favor ita s!

Feitos um para o outro U m g u i a i nédi to, com sugestões d e vin h os pa ra 1.304 pratos.

C e l i o Alzer, um dos m a i ores es p e c i a l i sta s nesse seg m ento n o Bra s i l , i ndi ca o ca sa m ento per fei to pa ra i g ua r i a s s o f ist ica da s com o foi e g ra s e l a gosta a o T her m i dor, e tam b ém p ara del í c i a s popul a res co m o c h ur ra sco, sa nduí c he de mo r tad el a e fei j oa da . Sã o 24 cap í t u l o s com o C a r nes, M a ssa s, P i z za s, C ozi nha O r i enta l , S an d u í c h e s , Sobrem esa s e m ui to ma i s . O li vro, todo em cores, tra z ai n d a ca rdá pi os ha r m oni za dos p a ra d i fe re ntes oca si ões, dá di ca s d e co r in ga s pa ra a com pa nha r p rato s c lá s s i cos e a presenta toda s a s va r i ed ades de vi nhos ti ntos, ro s és , b ra ncos e espum a ntes.

nossas

DICAS

SÉRIES

BET TER CALL SAUL

O s p in o ff d e Brea ki ng B a d está se tornando, a cada episódio, do mesmo nível q u e a s ér ie q u e deu or i gem . Um a das melhores coisas de Break ing Bad foi o a d vo gad o S a u l Goodm a n, e a qui vem os todo o início de sua t rajetória. Destaque ta m b ém p a ra M i ke, um ex-pol i c i a l com muitas nuances, todas fantást icas.

Al i á s , o melhor da s dua s sér i es é a const rução de personagens, todos ma ravil h o s o s e exc el entem ente i nterpretados.

Se Bre a k i n g Ba d é consi dera da por muitos a melhor série de todos os tempos, B etter C a l l S a u l va i conqui sta ndo um importante espaço no panteão das grandes sé ri es , p r i n c ip a l m ente pel o seu protagonista. Nesse quinto ano da série, as duas co m e çam a s e encontra r, com a presença do cunhado de Walter White, Hank Sch ra d e r - o u t ro persona gem que a pesar de ser secundário, brilhou como um i m p rováve l a nta goni sta do geni a l químico de Breaking Bad. I mp e rd í ve i s , em todos os contex tos. E dá pra maratonar as duas juntas, e associar vá ri a s s it u a çõ e s ocor r i da s nessa fa ntást ica saga do meio-oeste americano.

OZARK A s ér ie d e a l g um a for m a se pa rece com Break ing Bad, na temát ica da tra n sfo r m açã o de pessoa s de a cord o com suas necessidades, inversão de va l o res , li m ite s m ora i s... e na óti m a const rução dos personagens também.

U m co n s u l to r f i na nc ei ro envol ve sua família em um esquema de lavagem d e d i n h e iro, s e vendo à s vol ta s de uma grande dív ida com um t raficante m ex i can o . A d iferença fa m i l a i r entre Walter White (Breaking Bad) e Mart y By rd e, é q u e aqui sua fa m í l i a sa be desde o início da sit uação.

A MÁFIA DOS TIGRES

“A M áf i a d o s T i g res” fa l a sobre a br iga de dois personagens, ambos ligados a o m u n d o d o s col ec i ona dores de g randes felinos: J oe Exot ic, dono de um p a rq u e tem át ico de ti g res e l eões, e Carole Baskin, diretora de uma ent idade n a F l ó r i d a q u e com bate o f unc i onamento de zoológicos part iculares nos EUA . A p es ar de ser vendi do com o documentári o, a série faz uso de muita l i ce n ça p o ét ica pa ra conf undi r quem é v ilão e quem é mocinho nessa h i stó r i a , ma s va l e ca da c ena se você assist ir como ent retenimento, da ma i s al ta q u a l i da de.

SUITS A sé r ie q u e ter m i nou no a no pa ss ado após 9 temporadas foi um sucesso.

Pro d u z i d a e e st rel a da por Ga br i el M acht , a série narra a t rajetória de Mike Ross , u m b r il h a nte j ovem de m em ór i a fotográfica que, no entanto, nunca ent rou na fa c u l d a d e . E l e é testa do e a c ei to por Har vey S pecter no escritório de advocacia Pea rs o n H a rd ma n. Ha r vey a j uda a encobrir seu novo protegido, já que o escritório, u m do s m ai s i m por ta ntes de Nova York , só cont rata alunos de Har vard.

UNSOLVED É um a sé rie so bre crim e s verdadeiro s, co m ro teiro base ada nas investigaçõ es de assassinato de Tupac Shaku r e The No to rio us B .I.G. Ele narrará as duas principais investigaçõ es po liciais so bre o s assassinato s se parado s dos rappers. Tupac fo i m o rto em um tiro teio e m L as Ve gas em sete m bro de 1 9 9 6 , ao s 2 5 anos de idade, e B ig g ie tam bém fo i bale ado e m o rto po r um ag re sso r de sco nhe cido e m m arço de 1 9 9 7 , ao s 2 4 anos.

E c l a ro, p ra q u em a in d a n ão viu , é s e m pre bo m te r e nfim te m po pa ra a ssi st i r a s cl á s sica s, tod as exc el e nte s . Se le c io na m o s dez im pe rdíve i s !

L a C asa d e Pa p el - Bre aki n g Bad - T h e Wal k i n g D e ad - N a rcos - G a m e of T hro ne s F ri e n d s - Cu r b your ent husia sm - M a d Me n - T he B l a ck M i rror - Se i nf i e l d

dicas de

niteroi

enses

ONDE

M A R C O S RO D R I G O

Marcos Rodrigo é cria do morro do Preventório, fundador do Banco Comunitário de lá, administrador e doutorando em tecnologias e sociedade pela COPPE PESC UFRJ, é ativista da economia solidária, pesquisador do Laboratório de Tecnologias e Sociedade (LabIS) e luta contras as desigualdades. É natural de Niterói e filho dos nordestinos Antônio do Maloca e Domingas.

Acredita numa Niterói mais solidária por meio da adoção de políticas de agroecologia, bancos comunitários, cicloativismo, desenvolvimento econômico e desenvolvimento local, em especial, favelas.

U M G R U P O FO R M A D O por organizações locais, pesquisadores e líderes comunitários que atuam em Niterói, especialmente no Morro do Preventório, Jacaré e Jurujuba, se juntou com outros movimentos sociais e criou o CO M I T Ê D E S O L I DA R I E DA D E. O Comitê trabalha buscando recursos para comprar cestas básicas e doar às famílias que não estão sendo amparadas por políticas dos governos e passam fome e outras necessidades. O mesmo já conseguiu arrecadar 15 mil reais em uma vaquinha virtual (http://vaka.me/967635) e além de doações em itens de alimentação na sede do Comitê (Estrada Frei Orlando 263, sobreloja, Jacaré) e na sede do Banco do Preventório (Rua 14 de Abril, Charitas).

Marcos Rodrigo, um do coordenadores do Comitê, explica como ele tem funcionado. “Estamos trabalhando 24 horas para atender as famílias, temos um grupo de whatsapp das organizações onde debatemos as estratégias para atender apenas os mais vulneráveis. Conseguimos recentemente 100 cestas básicas da ONG Viva Rio do programa SOS Favela, mas já temos hoje 200 famílias cadastradas esperando”.

As cestas básicas do Comitê de Solidariedade são montadas com produtos da economia solidária, agricultura familiar, assim como são feitas compras dos mercados locais para fortalecer a comércio das favelas. Dessa forma as cestas servem para diminuir o impacto na economia dessas cadeias produtivas, na comunidade e no campo.

AJUDAR

Você pode entrar em contato com o comitê por meio dos seguintes telefones, além de se tornar um voluntário e fazer doações: (21) 991093-5252, (21) 99823-1785, (21) 98627-3485.

ONDE

dicas de

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VA N ES SA R A I B E RT

Va n es s a Ra i b er t , a d voga d a , é a i d ea l i za d ora d o p rojeto: “O ob jet i vo d o Rota d o B em s em p re foi l eva r a m or e a m i za d e à s p es s oa s em s i t u a çã o d e r u a e m ost ra r q u e el a s s ã o p es s oa s d e d i rei tos com o n ós , a p es a r d e s erem i nv i s í vei s n o contex to s oci a l , s ofren d o p or s erem d es p os s u í d os d e t u d o em u m s i stem a d e excl u s ã o.”

Especificamente sobre o coronavírus/ Covid19 o que tem sido possível a Rota do Bem fazer em favor dos que estão em situação de rua?

Distribuímos toda semana kits de higiene e máscaras de tecido, além de explicarmos a importância da higiene para não serem infectados. Eles têm acesso à água potável, o que facilita muito. Mas ainda estão vulneráveis, pois não há abrigo para todos.

Alguns não vão sem seus cachorrinhos, que são suas famílias. Mesmo em quarentena levamos alimentos porque com o comércio fechado, eles estão passando ainda mais dificuldade.

Quais as dificuldades que vêm encontrando?

Fazer com que eles entendam que não podem nos abraçar, é de partir o coração.

Além de vê-los em desespero sem um lugar para se protegerem com seus cachorrinhos.

Qual é a proposta da Rota do Bem? Levar amor, amizade e conforto para os nossos amigos, além de mostrar à sociedade

que as pessoas em situação de rua são um reflexo de um sistema socioeconômico, onde algumas pessoas são privadas dos direitos mais básicos.

Através das ações e participação dos voluntários, que chegam a casa comentando o que veem e conversam com os amigos sobre a experiência de participação, buscamos que a sociedade tenha um olhar mais humano para os nossos amigos em situação de rua, que estão nas ruas por uma complexidade de fatos e nenhum deles é a vontade de ser “pedinte”.

Fazemos outras ações eventuais como roda de conversa sobre violência de gênero e câncer de mama, que aconteceu em setembro na Câmara Municipal, com o intuito de levar conhecimento à população. Já fizemos consultório gratuito com psicólogos para crianças carentes que presenciaram ou viveram violência doméstica e/ou abuso na Comunidade da Chácara, mas infelizmente não houve muita procura e acabou em poucos meses.

Vamos tentando fazer a nossa parte pela transformação social.

AJUDAR

Q u a l é a h istória da Rota do be m? C omo n a s c e u a id eia ? De que mane i ra ve m se co nf i g u ra n d o a o longo dos anos?

E u, Va n e ssa , c re sci em uma família muito car i d osa . A mi nha avó mater na dedicou a v i da e m a juda r a s pessoas. Aos f inais de s e ma na e u i a com o meu avô fazer o bra na ca sa de quem precisava, constr ua cas a s , mo b i l i ava , doava alimentos, além de o ut ras co i sa s. A minha avó passou muita di f i c u l da de e se i dentif icava demais com e s s as a çõ e s p a ra a liviar a dor que um dia e l a s e nti u.

Os m e us pa i s ta mbém sempre ajudaram a co l ôni a d a s p e ssoas com hanseníase em Itaboraí e pa sse i a infância br incando no o r fa n ato que l á ti nha com o meu ir mão.

E l e s també m se m p re chamavam os gar is da rua pa ra a l mo ça re m conosco.

Cresci nesse ambiente, quando os meus pais se separaram tentei buscar um projeto para fazer parte, mas doar alimento era pouco, eu queria amor. Assim, em 2017, finalmente realizei o que já estava buscando; um projeto que levasse amor e amizade.

Contato para quem quiser ajudar (21) 97199-1017

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CRIANÇAS

M A R C E LO M O C A R Z E L Marcelo Maia V inagre Mocarzel é pós-doutor em Educação pela Universidade Federal F luminense. É diretor pedagógico do Inst it uto Maia V inagre e Creche Escola Icaraí e professor da Unilasalle-RJ e da Universidade Católica de Pet rópolis, no mest rado e doutorado em Educação. É conselheiro do Conselho Estadual de Educação do Rio de J aneiro.

Sabemos que o isolamento social é cruel, especialmente para as crianças, que precisam de muito espaço e constante interação social, para que possa, desenvolver todas as suas potencialidades. Mas podemos fazer de nossas casas espaços lúdicos, interessantes e que despertem a curiosidade dos pequenos. Confira algumas ideias: 1. M E R G U L H O N O PA S SA D O Que tal explorar álbuns fotográficos e filmes familiares antigos? Ponha seu DVD para funcionar, tire a poeira daquela caixa de fotos e gaste algumas tardes explorando o passado com seus filhos. Eles vão adorar saber como você era quando criança, como era a casa dos seus pais, quais viagens você realizou. Isso é um grande motivo para estreitar laços, relembrar momentos e contar boas histórias.

2. R EC E I TA D I F E R E N T E Pegue o livro de receitas e seja um mestre cuca. Quando a criança participa, dificilmente ela se recusa a provar o alimento. Então aproveite o momento para estimular a experimentação e, quem sabe, agregar novos hábitos alimentares.

3. C O L E TA S E L E T I VA Que tal mudar os hábitos na sua casa de separação do lixo. Muitas vezes não fazemos por falta de tempo, mas agora temos uma oportunidade ímpar. Pesquise sobre o tema com as crianças, construa as lixeiras coloridas com sucatas e faça com que as eles se responsabilizem por essa nova dinâmica.

Lola é uma garotinha de quatro anos bastante energética e imaginativa. Além de Charlie, seu irmão mais velho de sete anos que é bastante paciente e usa o amor e a imaginação para ensinar coisas novas para a sua irmãzinha. O desenho animado, que pode ser visto no Discovery Kids, foi criado pela escritora britânica Lauren Child. De forma muito lúdica, mostra todo esse universo que Marcelo Mocarzel nos sugere em suas dicas.

4. L E I A U M L I V RO TO D O D I A Vamos dar um tempo das telas e ler livros. Essa é uma oportunidade para sedimentarmos o hábito da leitura nos pequenos. De cada enredo, podem sair novas brincadeiras, como teatros, fantoches, desenhos releituras...

5. M U S I C A L I Z E S UA ROT I N A Que tal apresentar novos ritmos musicais às crianças? Criança não precisa ficar restrita a música infantil. A quarentena possibilita que compartilhemos nosso gostos com os menores. Coloque um ritmo musical agitado para acordar, outro mais calma na refeição e um instrumental na hora do banho. Amplie o seu repertório musical de quebra.

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ES P I R I T UA L

WILDE RICARDO Wilde Ricardo, mais conhecido como padre Ricardo, é casado e pai de um casal de filhos.

Formado em Teologia, filosofia, pós-graduado em Market ing e formando em Psicanálise; super v isor de market ing da empresa S abor Tradicional, proprietário da empresa WRCELEBRA RE, at ua como celebrante de casamento.

Morador e apaixonado por Niterói.

Queridos amigos, desde o dia 23 de março, com o decreto do prefeito de Niterói, iniciamos a quarentena em nosso município, como mais uma iniciativa para conter a pandemia do corona vírus.

Nesse período experimentamos diferentes sentimentos e emoções, conhecemos novas realidades, redescobrimos valores e reaprendemos antigos costumes. O isolamento social nos introduziu numa realidade nova, não desejada; nossos projetos, trabalhos, ideais, programas, agendas, planos foram parcialmente interrompidos.

Inevitavelmente nos questionamos quem a provocou, de quem é a culpa; a pandemia é causada pelo acaso, pela ação do homem ou “praga” de Deus?

De fato, muitos me perguntam se vejo a mão de Deus em tudo o que esta acontecendo, se Ele não esta enviando um sinal para a humanidade, se não está nos punindo diante

de tanta falta de fé, esperança e amor, se não é um castigo dos céus, como as dez pragas do Egito. A minha resposta é a mais óbvia e não poderia ser outra: Claro que sim! Vejo a mão de Deus, e Ele está agindo... Ele está agindo em todos nós, no nosso coração, inteligência, vontade, atitudes...

Não vejo a mão de Deus disseminando doenças, o corona vírus, a pandemias, dor, castigo, sofrimento e morte. Ele não é mau, não é cruel ou vingativo... Deus é amor!

Vejo sim a mão de Deus na fé daqueles que O buscam pela oração, naqueles que fazem de seu lar uma igreja doméstica, um templo, sinagoga, terreiro, mesquita, verdadeiros santuários de paz e meditação.

Vejo a mão de Deus nas famílias que passam mais tempo juntas, momento privilegiado para se conhecerem e amarem mais; no tempo disponível para descansar, meditar;

vejo a mão de Deus nos estudar, no home office, no entretenimento do lar, na reza do terço, no culto, sessão... na espiritualidade cultivada com sinceridade.

Vejo a mão de Deus na esperança de uma sociedade mais igualitária, unida, saldável, com direitos iguais, pois só nos livraremos do perigo da doença, quando todos estivermos imunes. Vejo a mão de Deus restaurando e equilibrando nossa natureza, esperança de uma vida mais saudável.

Sim, vejo a mão de Deus na caridade solicita de tantos profissionais que arriscam e podem morrem como mártires para que todos nós vivamos, eles são inúmeros: médicos e profissionais de saúde, os inúmeros trabalhadores em vários setores: os garis, agentes de segurança, empregadas domésticas, caminhoneiros, motoristas, lojistas, porteiros, supermercadistas, frentistas, padeiros, farmacêuticos, bancários, religiosos e tantos outros voluntários.

Sim amigos, Deus está agindo e continuará a agir, depende de nós.

Há poucos dias celebramos a páscoa que significa passagem, significado muito apropriado, pois a pandemia passará, o isolamento terminará a vida voltará ao seu curso natural e daremos mais um passo no fortalecimento de nossa espécie.

O que deve permanecer para nós são os inúmeros aprendizados que adquirimos com a experiência do confinamento, como família, cidadãos e filhos de Deus. Permitir que a experiência da pandemia nos faça mais amigos, solidários, atentos, unidos, pacientes, amáveis, resilientes, criativos, em fim, nos faça pessoas novas.

Portanto, não nos esqueçamos os sinais que Deus deixou para nós, tão fortemente marcados nestes dias: a fé na busca daquele que é o Médico dos médicos, nosso salvador; a esperança de que podemos ser melhores se nos unirmos e o amor até o martírio pelos que mais necessitam.

Tudo passará, com as bênçãos de Deus.

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SOM NA CAIXA

H am d an - St u d io H

DAV I D TA BA L I PA

Uma das minhas distrações na quarentena é fazer minhas playlists no Spotify.

Tem de vários estilos, mas o que elas têm em comum é que tento fugir das obviedades.

Na playlist de anos 80, não coloquei aquelas faixas que os DJs sempre tocam.

A que eu gosto muito é a Nu-Soul Jams, que tem artistas que tenho ouvido muito: Children of Zeus, Nao, Yazmin Lacey, Tom Misch, Syd, The Internet, Alfa Mist, Solange, Childish Gambino e por aí vai.

Ouvir meus discos também é um bom passatempo, como sempre.

Também tenho feito meus Lives DJ no Facebook. Toda terça, quinta e sábado, às 16 horas.

Estou de home office e publicidade é sempre corrido.

Meu Spotify: https://open.spotify.com/user/12160585978?si=90pwuUxmRa-dJ5utR1MS1w Meus DJ sets: www.mixcloud.com/djdavidtabalipa

A lém de DJ, Dav id é publicitário, Diretor de A rte há mais de 20 anos e passou pelas maiores agências do Brasil. At ualmente t rabalha na A mpf y, em S P. Também coleciona discos de v inil e é professor da Miami A d S chool, curso de publicidade que está em 17 cidades do mundo.

G U STAVO M A G O O

As 5+

para festejar o fim da PA N D E M I A

Começou na discotecagem com a influencia de R’n’B, passando pelo Electrofunk, ou seja, adquiriu experiência e muito groove em uma grande escola. Fez parte do cast da agência “SPIN DJ’s” colocando em prática todo groove e swing da House Music em prol das pistas de dança, sendo convidado para tocar em alguns dos maiores eventos da noite carioca tendo dividido as pick-ups com vários nomes renomados da cena nacional e internacional. Atualmente com seus sets cheios de groove e harmonia, que vai do Soulful House ao Nu Disco e a outras variações, contagiando e energizando as pistas em que se apresenta.

As 5+

para dançar na sala

Slow Emotion Replay The The

I’m Gonna Make You Dance Wagon Cookin’

Bizarre Love Triangle New Order

A Headnaddas Journey To The Planet Adidi-Skizm Brooklyn Funk Essentials

Tukka Yoot’s Riddim Us3 In The House Jurassic 5 The Creator Has A Master Plan Brooklyn Funk Essentials

Planet Rock Afrika Bambaataa Watching the Wind Blow Tall Tales & True Space Cowboy Jamiroquai

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CINEMA Y U R I FO RT U N Y

D E Z F I L M ES

O Inquilino Roman Polanski, 1976 Depois de Horas Martin Scorsese, 1985 O Iluminado Stanley Kubrick, 1989 A Primeira Noite de um Homem Mike Nichols, 1967 Dawn of the Dead George Romero, 1978 Ilha dos Cachorros Wes Anderson, 2018 Meu Ódio Será Sua Herança Sam Peckinpah, 1969 O Segredo da Múmia Ivan Cardoso, 1982 Um Convidado Bem Trapalhão Blake Edwards, 1968 Paris, Texas Wim Wenders, 1984

Fo r m a d o e m jo r n a l i sm o, o m ú si co e d j Yu r i Fo r tu ny o rga n i za d e sd e 2 0 1 2 o C i n eM o k em su a ca sa .

C o m a q u a renten a e a n ecessi d a d e d a s p e sso a s f i ca re m em ca sa , Yu r i re so l ve u to r n a r o p ro jeto d i á r i o, p a ra a ju d a r a entreter os vizinhos co nf i n a d o s.

To d o d i a , p o r vo l ta d e 2 0 h , l i ga o p ro jeto r e p a ssa o f i l m e d o d i a , n o p a re d ã o d e u m p ré d i o p róxi m o a o d e l e .

Aqui, ele se l eci o n a d ez f i l m e s d e su ge stã o p a ra a si st i r d u ra nte o i so l a m e nto so ci a l , p a ra q u em n ã o te m o p r i v i l é g i o d e e sta r e m u m a ja n e l a n o q u a r tei rã o d a O tav i o Kel l y, e nt re M a r i z e B a r ro s e C i n co d e J u l h o, o n d e m o ra .

CINEMOK

Ce n a d o film e Te m p os Mod e r n os, d e C h a r l i e C h a p l i n

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BELEZA

E M C A SA

Z E N I S A N TO S A hair st y list Zene S ilva dá dicas sobre cuidados com os cabelos na quarentena.

Zene é colorista, designer de cortes com formação e especialização em cortes pela academia Tony &gay e Pivot point ; colorista pela academia Wella e especialista em cabelos cacheados.

HIDRATAÇÃO

Mas se o cabelo está ressecado devido a coloração e muitos dias de quarentena, pois não pôde ter os cuidados de um profissional?

Não se desespere: aqui vai uma dica maravilhosa para manter suas madeixas hidratadas. Agora é a hora de usar e abusar dela! Se o cabelo for colorido, o ideal é usar um shampoo próprio para cabelos coloridos, mas se não tiver , não se preocupe. Depois do shampoo, aplique a máscara e envolve mecha por mecha, dando a pausa indicada pelo fabricante. Depois da máscara, é hora do condicionador. Sim, muitas pessoas pensam que é o contrário,mas o condicionador é o último passo da lavagem, servindo como um selador para as cutículas, mantendo mantendo a hidratação que a máscara proporciona. Enxague bem, retirando todo o excesso e para finalizar , você pode aplicar um óleo do meio para as pontas, nunca na raiz, para não dar um aspecto oleoso aos cabelos. Tente manter essa rotina pelo menos uma vez por semana. Fazendo isso, garanto que seu cabelo vai estar saudável e vai sair dessa quarentena, meu amor! Basta ter foco, disposição e máscara hidratante de boa qualidade, porque tempo tá sobrando aí que eu sei.

UMECTAÇÃO CAPILAR

A umectação capilar é uma dica simples e certeira para ser feita em Casa. A base de óleos vegetais, repõe a oleosidade natural dos fios.

Escolha um óleo vegetal de sua preferência.

Nesse caso o óleo de coco é uma ótima opção, super nutritivo. Aplique em toda extensão dos fios, evitando a raiz. Espere algumas horas antes de ir para o banho. Não economize na quantidade, eles podem e devem ficar encharcados com o óleo.

Agora a dica de ouro! Você sabia que pode tirar o óleo sem o uso do shampoo? A técnica se chama UCPE é a sigla pra UMECTAR- CONDICIONAR- PAUSAR - ENXAGUAR .

Antes de lavar , aplique condicionador nos fios, enluvando-os bem. Após condicionar, é hora da pausa que pode ser de 20 a 30 minutos .

Por fim, enxague bem os fios mecha a mecha.

Ao final do procedimento certifique-se de que todo o produto saiu, ok?

CABELOS BRANCOS

E aí meninas, como estão os cabelos?

Brancos, sabia!

Precisam retocar a raiz e tem medo? Normal esse medo. Vai aqui algum.as dicas de como dar um jeitinho nesses cabelos brancos para sua quarentena ficar mais leve! Existem uns sprays que podem ser encontrados em farmácia, que funcionam e são instântaneos.

Já também a opção de usar uma coloração, se tem mais de 30% de cabelo brancos .

Dica básica para colorir os brancos em casa: Você vai precisar de: Um pincel Um par de luvas Um pote Uma coloração e emulsão Faça a mistura e aplique com o pincel. Dê a pausa conforme indicado na embalagem do produto e, após isso, enxágue. A coloração sem Nuance s são as mais indicadas para colorir os cabelos brancos em casa. São as que têm um 0 (zero) depois do ponto. Já as que contém nuances não recomendo utilizar sozinha Na dúvida, espere o salão voltar a funcionar! Faz luzes e tem cabelo branco? Retoque só a parte branca da raiz que cresceu com uma base.

Desse modo, o cabelo se mistura, dando uma naturalidade num geral e o resultado fica bem legal.

Dúvidas? Quer mais dica?

Me chama no Instagram @zenecabelo

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G A S T RO N O M I A C A RO L K A L I L A ntes de ser chef, eu era jornalista.

Mas uma jornalista bem fujona: pra eu me meter no meio da not ícia, só se me interessasse muito. S e desse t iro, eu corria mais que a bala. A quela paciência de escrever sobre assuntos que não gosto, não possuo. Um belo dia, resolv i perguntar ao chef do restaurante em que eu estava almoçando como eu fazia pra ser chef e ele me disse que t i nha vaga na cozinha dele. Na quarta-feira seguinte, eu já estava t rabalhando. =]

COZ I N H A Q UA R E N T Ê N I C A EM DEZEMBRO PASSADO, se alguém me dissesse que em breve estaríamos todos reféns de nossas casas, fadados a mal colocar os pés pra fora sob o risco de contrair um vírus que em poucos dias poderia matar o infectado de pneumonia, roubando o ar e destruindo milhares de famílias no mundo inteiro, eu provavelmente responderia com um “Deus me livre!” e recomendaria que a pessoa visse menos filmes pós distópicos.

No entanto, é exatamente neste cenário que nos encontramos todos (os sensatos), neste momento, do mais rico ao mais pobre, tentando configurar nossos parâmetros para uma nova existência, confinados a espaços muitas vezes mínimos, lidando com paranóias só antes vistas em portadores de toc e germofóbicos. Sorte têm os que podem cumprir a quarentena resguardados do coronavírus que está solto lá fora.

Nesta nova realidade, a cozinha se tornou o coração da casa. Quando estamos vinte e quatro horas por dia enfurnados em nossa residência, todos, adultos, crianças, famílias inteiras que

antes tinham inúmeras atividades a desempenhar na rua, é que nos damos conta do trabalho incessante que existe em uma cozinha.

Qualquer dona de casa sabe, mas talvez o resto da família somente perceba agora o quão árduo é o dia-a-dia de quem é responsável pela comida e pelo bom funcionamento da cozinha.

Neste momento, mais do que nunca, além de árduo, é um trabalho demasiado importante- e muitas vezes não devidamente reconhecido -, alimentar a família.

Quando digo que a cozinha é o coração da casa, não quero dizer apenas que é o órgão que bombeia o sangue; mas sim que é, também, uma das únicas alternativas de lazer, afeto e conforto que nos resta.

Seja confinados sozinhos, seja com outras pessoas, todos estamos psicologicamente abalados de alguma maneira. Fazer um prato de que gostemos, comer uma comida boa e feita com carinho e dedicação vem sendo, nos últimos quinze dias, um refúgio para nossas aflições e incertezas. Não

importa se você fez pra você mesmo, se a mãe fez pra todo mundo, se foi um teste de talentos que os filhos arriscaram num domingo: a comida tem o poder de arrancar sorrisos e confortar as almas.

Quando recebi o convite pra escrever estas páginas, passei dias indecisa sobre como usar este espaço e que receitas escolher. Foi bem no início da quarentena e eu sabia que haveria dificuldade de acertar receitas porque o leitor nem sempre teria todos os ingredientes à mão.

Pensei durante dias em um conteúdo que eu pudesse desenvolver e que realmente fosse fazer sentido e agregar algo às vidas de quem lesse e, enfim, compreendi o que eu tinha que fazer.

Não irei falar de receitas, mas sim de pontos que considero importantes e que sei que ajudarão na missão cozinha do jeito que eu mais sei: otimizando e praticando a gastronomia inteligente.

Se a sua casa tem uma pessoa oficialmente encarregada de ser a “cozinheira oficial” (provavelmente a mãe da família), perceba que ela estará, neste momento, sobrecarregada - mesmo porque ela certamente terá as demais tarefas do cotidiano da casa para resolver.

As famílias não percebem, têm as refeições servidas, comem e se retiram do recinto pra fazer qualquer outra coisa. Agir com consciência é fundamental: lave sua louça.

Estabeleçam revezamentos para que quem cozinhou tenha ajuda, tanto na hora do preparo quanto na hora da limpeza.

Não sabemos até quando durará a quarentena, nem o dinheiro e nem os estoques, portanto não é o momento de gastar insumos sem critério. Aposte em receitas já testadas, calcule muito bem os experimentos e minimize as probabilidades de errar. Desperdiçar comida é rasgar dinheiro, lembre.

Observamos nos noticiários as pessoas desesperadas comprando toneladas de comidas (e papel higiênico) sem o menor critério. Não faça isso. Todo excesso é nocivo, não

só porque causa a alta dos preços e deixa os outros sem a possibilidade de adquirir produtos essenciais, mas também porque é estupidez. Você mora num galpão? Quando você compra seis carrinhos abarrotados de insumos, onde você vai guardar? Tem espaço na sua geladeira? Já parou pra pensar que se um mísero pacote de arroz estiver contaminado de traça indiana, você terá seu estoque inteiro arruinado em duas semanas, e sua casa cheia de bichos voando a cada vez que abrir o armário?

Menos. Menos.

Entrou primeiro, sai primeiro. Regra primordial nas cozinhas profissionais, é uma dica de ouro para esse momento: observe atentamente as datas de validade para consumir primeiro o que vence primeiro e não perder nada. Na hora de organizar, coloque os insumos mais antigos em cima dos mais novos, para que saiam na ordem.

Não estrague. Pão velho vira torrada, arroz de ontem vira bolinho, feijão vira sopa, carne vira patê… Falo sempre sobre este tipo de reciclagem em meus canais e existe muito material sobre o assunto disponível na internet.

Manter a ordem na cozinha é fundamental. Já basta estarmos presos em casa, ficar preso em casa em ambientes sujos e bagunçados não faz bem pra ninguém, além de facilitar a proliferação de insetos. Não deixe louça de um dia pro outro e guarde tudo tampado e/ou em geladeira.

Embora óbvias, é sempre bom frisar estas dicas.

Comida é conforto, sigamos fortes.

Espero estar escrevendo pra vocês de novo em breve!

www.carolkalil.com.br

@chefcarolkalil

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VINHOS

CLEVERSON CASTRO

Cleverson Nunes de Castro, é sommelier formado pela ABS (Associação Brasileira de Sommeliers).

Trabalha com vinhos há vinte anos, passou por La Sagrada Família, Ícaro e Cantina Buongiorno em Niterói, além de escritório de importação de vinhos no Rio e restaurante no Rio. Participou de algumas competições regionais e nacionais, sendo vencedor em duas delas.

Cleverson selecionou pra gente seis vinhos para se beber nesse outono

Vinhos pro outono Perez Cruz Limited Edition Carmenère Chile

Penedo Borges Reserva

Malbec Argentina

Viu Manent Reserva Chardonnay Chile

LĂ­dio Carraro

Merlot Brasil

Espumante Casa Valduga Arte Brut ou Moscatel Brasil

Carm Vinha do Bispado Reserva Portugal

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CERVEJAS

FABIANO COUTO Advogado, amante da boa cerveja, Sommelier de Cervejas pelo ICB.

Quando me passaram a missão de falar sobre cinco cervejas artesanais de Niterói, pensei: que moleza!!!!

Aí estava meu erro, com uma variedade enorme de estilos, de sabor que agrada a todos, ficou difícil escolher somente cinco.

Então, ao buscar na memória afetiva, aos poucos fui lembrando as que me marcaram.

AMELIE - APA Cervejaria Matisse Álcool: 5,4% ABV Amargor: 40 IBU Uma cerveja refrescante, de corpo leve e sabor marcante, no estilo American Pale Ale. Apresenta acentuado aroma de lúpulos americanos, amargor agradável e persistente espuma clara e densa.

Para mim a melhor APA que existe no mercado.

IPACOATIARA - IPA Brewlab Cervejas Experimentais Álcool: 6% ABV Amargor: 60 IBU Uma interpretação da cerveja artesanal americana moderna do estilo histórico inglês, produzida com ingredientes americanos e atitude. A cerveja IPAcoatiara da BrewLab é uma American IPA que ganhou medalha de ouro no primeiro Festival das Confrarias do Rio de Janeiro. Bastante presença de lúpulos florais, cítricos e frutais americanos, com elevado teor alcoólico.

LOCKDOWN - DOUBLE IPA Cervejaria Dead Dog - Lançamento Álcool: 10,5% ABV Amargor: 95 IBU Uma cerveja colab com Raoni do Boteco do Raoni.

Com intensa lupulagem, notas terrosas e picantes, sua base de malte é bem perceptível com corpo médio-baixo, o álcool surge no retrogosto.

RED ZEPELLIN - IRISH RED ALE Cervejaria Invocada Álcool: 5,1% ABV Amargor: 24 IBU Uma cerveja com sabor marcante de malte com final seco e tostado, aroma moderado de caramelo e cor avermelhada.

BLACK HORIZON - RUSSIAN IMPERIAL STOUT Cervejaria Mosaico Álcool: 11,6% ABV Amargor: 56 IBU A Russian Imperial Stout, ou RIS, teve como berço as Porter inglesas, cervejas produzidas pelos operários portuários e consumidas logo ao final do expediente como forma de recuperar as energias e se aquecer do longo inverno. A complexidade de aromas e seu alto teor alcoólico faz com que a RIS se destaque em meio a outras cervejas Stouts. A Black Horizon não foge ao estilo, uma clássica Russian Imperial Stout com lactose, baunilha, melado e nibs de cacau e teor alcoólico elevadíssimo.

As cervejas desta lista você encontra na VILA CERVEJEIRA Rua Prof. Heitor Carrilho, 250 Centro_Niterói_RJ

G A ST RO N O M I A EM

A

UA R E N T E N A por Igor Maurício Barreto

metáfora que venho usando é a mesma. É como se você andasse, sozinho, em um campo aberto, sem prédios ou árvores, só você e a grama, e daí, cai uma bigorna na sua cabeça. Você não sabe de onde veio, nem quem foi, mas caiu e machucou, muito.

O mercado de gastronomia sempre foi muito volátil, dinâmico e difícil. Muitos desafios, necessidade de muitos funcionários, muitos deles encarando aquele momento como uma passagem em suas vidas e não como carreiras, equipes grandes, muita velocidades nos acontecimentos, e pouco capacitação de equipes e gestores.

Como se não bastasse, era um dos setores mais alavancados, sempre vendendo o almoço para pagar o jantar, um setor em que dificilmente uma empresa tem capital de giro para um mês de funcionamento.

Aí vem a bigorna. E o setor que é composto por 80% de pequenas e médias empresas, e que emprega 6 milhões de pessoas, é o pri-

meiro e se desesperar. “Quem alimenta o Brasil, não pode morrer de fome.” Dizia a campanha.

As medidas foram rapidamente tomadas, sempre no sentido de garantir os empregos e a renda dos funcionários, para minimizar o impacto da bigorna. O governo federal se mexeu, a prefeitura se mexeu. Os restaurantes se mexeram.

Muita gente conseguiu se candidatar a ajuda, muita gente não.

Foram expostos problemas causados por contadores desorganizados, por equipes administrativas inaptas e mais uma vez, a capacidade do empresário do ramo de ser bombeiro, contador, cozinheiro e entregador apareceu.

“Tudo vai passar”. Vai. A que preço?

Nossa cidade de Niterói é um exemplo. Muito difícil de trabalhar. Cidade cosmopolita, com comportamento de consumo totalmente provinciano, bairrista no melhor do termo, e bairrista no pior do termo. Os negócios reforçaram seus deliverys, se tornaram menores, criaram novas possibilidades, e ainda, no final das contas faturam de 10% a 20% do seus faturamen-

tos anteriores. Faz-se campanhas com a ajuda de grandes marcas, regionais e tudo mais para o fomento do hábito de consumo no pequeno, na cidade, e ainda assim, dificuldades hercúleas se desenham.

Como será o amanhã?

A palavra do momento não é resiliência, é reinvenção.

A única certeza é a que a adaptabilidade vai separar o joio do trigo. Muitos que estavam em situações difíceis, vão se reerguer, e muitos, que estavam nadando de braçada, cairão.

A reinvenção é permanente, cardápios, conceitos e experiências.

Estimo que quase um terço do pool gastronômico anterior não voltará a trabalhar.

Tudo vai mudar.

De fato, não voltará ao que era antes.

O comportamento das pessoas mudará, e isso é indicador que os mercados mudarão.

E é um processo, não será do dia para a noite, ou seja, tudo que já mudou ainda mudará.

Vejo um futuro cheio de oportunidades e catástrofes, um novo horizonte, como costuma ser na vida humana.

Mas somos de Niterói, onde sempre foi mais difícil.

Mas somos de Niterói, onde o playboy quer ser bandido e o bandido quer ser playboy.

Sobreviveremos.

Mais fortes, mas diferentes.

Igor Mauricio Barreto é cozinheiro, hoteleiro, empresário, colunista e consultor de 40 anos, que aos 20 já se aventurou em sua primeira empreitada no ramo, abrindo a Tontería, um restaurante mexicano com boate que com sucesso, ficou aberto de 2000 a 2006. Em 2006, com a ida de seu sócio para o interior, tirou do papel seu projeto do BemDito, casual dining de 380 lugares na praia de São Francisco em Niterói.

Deste, aberto com sucesso os dias atuais, saiu em 2014 para dedicar-se a projetos de consultoria e empreendedorismo em gastronomia.

Adepto do cooperativismo, Igor ajudou a formação e construção dos polos gastronômicos de São Francisco e Jardim icaraí em Niterói, participou do polo de Botafogo, e projetos de cooperação entre negócios do mesmo ramo.

Apaixonado por gente e seu comportamento de consumo e alimentar, seu campo de reflexão sempre foi a relação das pessoas com a comida e com os negócios. Em todos seu projetos de consultoria ou próprios, sempre busca diferenciais competitivos procurando preencher demandas reprimidas nos mercados e nichos. Atento aos movimentos do varejo, participa como colaborador do site “ O negócio do varejo” e ajuda na produção de eventos no setor. Escreveu mensalmente para revista do Jornal O Fluminense por alguns anos, e ainda hoje, para a revista Farofa Magazine.

Hoje, dedica-se a projeto de consultoria, eventos sociais e acadêmicos, seu trabalho de consultoria e um cowork em consultoria, a Foodtopia, em parceria com Yasser Regis e Jimmy McManis, Além disso, toca o projeto chamado Mentoria ao ponto, para mentoria a empreendimentos gastronômicos, o podcast Manual do cozinheiro amador e é colunista da revista Farofa magazine, revista de gastronomia.

V I D A C U LT U R A L

CANCELADA

por Lala Vieira

O

impacto do Covid-19 na nossa vida cultural vai além do que apenas prejuízos financeiros. Se já não bastasse o impacto negativo que estávamos passando diante de políticas e decisões do atual governo nacional, a Covid-19 vai causar um colapso ainda maior na nossa área, já que esperar uma mudança estrutural neste momento é utopia.

Em Niterói desde o final de semana do dia 13 de março tivemos agendas canceladas por toda cidade. Fomos o primeiro setor que viu a necessidade de colaboração imediata e possivelmente seremos o ultimo setor a voltar funcionar. Não havia um plano emergencial pra essa situação. Vale a pena citar que Niterói é a cidades que

mais investe em cultura no Estado do Rio de Janeiro e está entre as 10 cidades que mais investe no país.

Ainda que na nossa cidade muito me orgulha o setor Político Cultural precisamos de mais medidas que aliviem a atual situação e alcancem ainda mais nosso setor cultural em todos seus segmentos e áreas. Artistas e cantores da cidade, roadies, Dj’s, técnicos de som, donos de estúdios, todos nós nos encontramos meio a um cenário de depressão econômica e emocional.

Eu acredito que o Coronavírus vai mudar nossas vidas de uma forma mais profunda, daquelas de moldar a realidade à nossa volta. Tenho tentado levar toda essa situação positivamente.

Por aqui tenho me mantido atualizada e conectada, aproveitando ainda mais o tempo para criar. Já tenho eventos culturais em processo de projeto entre eles, uma edição especial da “Festa Rockteria”, um evento todo destinado a bandas autorais da cidade e um evento de médio porte em parceria com outros produtores culturais daqui mesmo de Niterói. E esse é o lado positivo desse momento de pandemia, ao meu ver, a união. A atuação no coletivo com colegas da área aumentou ainda mais. Desde o decreto da quarenta já fui adicionada em no mínimo três grupos do ramo cultural no

músicos e artistas, de modo geral, passaram a exercer função importante para que a gente não enlouqueça nesse período.

Nós nunca vivemos numa situação como essa. Tenho por mim que o momento é uma oportunidade para nos dedicarmos ainda mais a projetos pessoais, interação total com coletivos, união. Ações coletivas. Artistas e produtores têm que ter mais criatividade do que já tem. Período de reflexão para crescimento e aprimorar nossas vidas profissionais e humanas. Viver um dia de cada vez. Precisamos unir forças, ajudar uns aos outros e se manter são. Evoluir essa é a palavra. Ter em

aplicativo WhatsApp, é nítido como a empatia e a solidariedade também se fazem ainda mais presentes neste momento tão crítico.

Tenho tentado acompanhar e contribuir com meus amigos em “lives” e de certa forma essas experiências culturais imersivas tem feito grande diferença no meu emocional,

mente que tudo isso vai passar. O verdadeiro esforço vai ser trabalhar a retomada depois.

Atrair o público para as atividades culturais e reaquecer rapidamente o mercado para tentar recompensar o sufoco que vamos viver nesses próximos meses.

Vamos seguir com fé.

Lala Vieira é Produtora Cultural Especializada na captação de recursos através da elaboração de Projetos Sociais, Desportivos, Culturais e de Lazer.

L A R G A DA C E RT E I R A por Vladilson Fernandes

E

nquanto o mundo vivia na normalidade, um inimigo oculto se instalava de forma sorrateira. O futebol, o carnaval, o trabalho, os amigos e tudo como de costume iam acontecendo.

Em Niterói, olhos competentes e atentos de autoridades técnicas verificavam um alerta aceso às suas frentes com um vírus desconhecido à humanidade, anunciado pela China. Já em janeiro, sob orientação da Secretaria Municipal de Saúde, o prefeito da cidade determina criação do grupo de resposta rápida, com objetivo de combater possíveis impactos de sua chegada ao Brasil e a cidade. Os objetivos do grupo

eram claros: compilar publicações acadêmicas sobre a infecção, desenvolver um plano de contingência a uma possível contaminação de seus cidadãos e treinar servidores da área de saúde.

No início da segunda semana de março, a má notícia parecia inevitável o primeiro suspeito da doença aparece e o alerta logo salta para o patamar “amarelo”. Reuniões, discussões e decisões acertadas.

No dia 15 do mesmo mês, dia em que aconteceriam manifestações pró presidente da república, o governador declara a suspenção das aulas em todo o estado e dias depois, o primeiro paciente suspeito, na cidade, vem a óbito.

O prefeito Rodrigo Neves assume à frente do combate àquilo que já se denominava pandemia e amplia o grupo que, agora, torna-se o Gabinete de crise e combate ao corona vírus.

Medidas importantes precisavam ser tomadas e decretos, um atrás do outro, com raro apoio unânime da câmara de vereadores foram sendo, gradativamente publicados.

Cancelamento de todas as atividades culturais e esportivas, suplementação orçamentária para a área de saúde, adiamento por 3 meses dos pagamentos do iss, criação da câmara temática econômica, Estado de emergência com fechamento de parques e áreas turísticas, afastamento imediato de servidores com mais de 60 anos, dentre outras De lá para cá muitas medidas foram tomadas, seguindo orientações científicas da OMS e demais órgão ligados à saúde.

Poderíamos ficar horas descrevendo estas medidas, mas certamente a mais polemica, tanto quanto eficaz, é o isolamento social, um remédio psicologicamente e economicamente, muito amargo.

A politização entrou em campo com sua já constante polarização. Empresários temendo pelas suas perdas e trabalhadores pelos seus empregos enquanto nosso mais precioso bem era o centro das discussões, a vida. Com o passar do tempo, fomos tomando a verdadeira consciência da gravidade da crise. Hospitais foram adaptados e um novo arrendado especialmente para o, agora chamado, covid-19. Recursos foram remanejados e autorizados para uso em socorro dos mais diversos setores produtivos da cidade.

Trinta e seis dias se passaram desde o início das mais enfáticas decisões, porém os números, ainda que subnotificados em todo o Brasil nos mostram uma política atenta e eficaz no intuito de salvar o máximo possível de vidas e empregos. Niterói não passará “batida” num dos mais terríveis acontecimentos da história mundial, mas certamente sairá desta batalha com menos mortos e “feridos”, pelo fato de termos nos preparado e termos largado na frente.

Um novo e melhor dia há de nos esperar.

Vladilson Fernandes é treinador de handebol de alto rendimento, tendo atuado em clubes e seleções.

Funcionário da Prefeitura desde 1990, onde atuou, principalmente, nas áreas do turismo e esporte, tendo sido secretário regional do Ingá e Centro.

Produtor cultural, esteve à frente de alguns dos eventos mais bem sucedidos da década de 90 e até 2014, tendo atuado em em eventos de militância LGBT entre 2002 e 2014.

Atualmente é o diretor geral dos jogos escolares de Niterói, sento o profissional que por mais anos não consecutivos, atuou nesta função, na longa história de 55 anos deste evento.

TURISMO

O que fazer na retomada por Igor Carvalho Rosa

S

e você já leu algo sobre o covid-19 e o turismo, ou tinha uma viagem marcada para esse período, já pode fazer uma idéia da brutalidade com que o distanciamento social afetou a indústria do turismo. A atividade foi a primeira a sentir os impactos e a última que vai se recuperar.

Segundo a WTTC (World Travel & Tourism Concil), cerca de 75 milhões de empregos estão em risco. Companhias aéreas estimam a perda de US$ 252 bilhões em todo o mundo.

Em 2019, as cias aéreas brasileiras transportaram 104,4 milhões de passageiros, que representou um crescimento de 1,35% em relação a 2018. Do total de passageiros, 95,3 milhões em

vôos domésticos e 9,1 milhões em vôos internacionais, mantendo a ocupação média em 82,7%.

Um estudo de 2017 do Sebrae diz que o mercado de agências de viagens no Brasil é formado por 36 mil empresas. Dados da Confederação Nacional do Comércio, apontam que o Brasil perdeu em março 14 bilhões de reais em receitas, uma queda de 84% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ministério do Turismo lançou a campanha “Não cancele, remarque” que busca orientar os turistas a não cancelarem, apenas adiarem as viagens e pacotes turísticos já comprados.

Apesar das videoconferências estarem populares, as pessoas estão ávidas para se reen-

contrarem e visitar lugares. Já se especula sobre essa retomada. Sim! As pessoas não irão parar de viajar, embora não tenhamos perspectiva de quando isso ocorrerá. Especialistas de todo o mundo concordam que esse processo se dará em algumas fases, sendo o primeiro contato com as atividades turísticas locais, ou seja, na sua própria cidade e municípios vizinhos, principalmente ao ar livre e ligados a saúde e contato social, depois viagens estaduais, onde a pessoa vai com o próprio carro ou em pequenas excursões, passando posteriormente para o turísmo doméstico, ou seja, dentro do próprio país, para por fim, retornar as viagens internacionais. Acredita-se também que os destinos mais procurados irão perder volume para lugares menos conhecidos e com pouca aglomeração.

Nós de Niterói e nossos vizinhos somos privilégiados nesse ponto. Temos muita cultura, história e natureza dentro da nossa cidade. Contamos com diversos esportes ao ar livre, ótimos restaurantes, belos mirantes, praias, museus e outras atrações turísticas.

Vamos disfrutar nosso quintal!

O crescimento da Europa pós gripe espanhola foi enorme nos 2 anos seguintes.

Vamos incentivar nosso comércio local e fazer a roda voltar a girar em breve, se Deus quiser.

Igor Carvalho Rosa é turismólogo, guia de turismo, agente de viagem e proprietário da CR Turismo, com foco em turismo receptivo na cidade de Niterói.

Igor rodou o mundo como modelo profissional, morando em várias cidades da Europa e se estabelecendo no México, onde colheu os frutos de sua carreira como modelo. Na volta para o Brasil, com a experiência de suas viagens, resgatou sua formação e se dedica ao turismo, trazendo gente do mundo todo para conhecer nossa cidade.

R E D E CO N EC TA T R A BA L H A D O R ES Q U E P R EC I SA M C O N T I N UA R T R A BA L H A N D O D U R A N T E A PA N D E M I A O g r u p o fo i c r i a d o p a ra s e r a s mãos que ajudam a quem não p o d e u s a r a s s u a s p ró p r i a s p a ra t ra b a l h a r e e stã o s e m e m p re g o e n e n h u m a re n d a p a ra v i v e r n e ste m o m e nto d e C O R O N AV I R U S .

Re u n e p e s s o a s q u e c o n h e c e m o s e q u e e stã o n e sta s i t u a ç ã o, p a ra q u e p o s s a m o s a j u d a r d e a l g u m a fo r m a q u e c o nt i n u e m a s e a l i m e nta r ! Vo c ê e stá c o nv i d a d o a e nv i a r a q u i h i stó r i a s d e p e s s o a s q u e v o c e c o n h e ç a , p a ra q u e o u t ra s p e s s o a s p o s s a m c o n h e c e r e a j u d a r ta m b é m .

Temos dividido histórias de pessoas que, com a pandemia do Covid-19, perderam o seu trabalho e sustento. Do outro lado, estão pessoas dispostas a ajudar, e estamos muito felizes porque já encontramos muitas.

Quem se sentiu tocado por alguma história específica e quer ajudar determinada pessoa, pode doar direto na conta de quem precisa. É só entrar em contato com a gente para receber os detalhes de como fazer em cada caso.

Pa ra os casos d e que m qu e r aj uda r m a i s de um a pes s o a e nã o nece ssariamente uma pe s s o a e s p ef í c i a esta m o s di s poni bi l i za ndo um a conta pa ra ce ntralizar e stas do açõ e s e p a ra que cons i ga m o s redi st r i bui r pa ra que m rece be u me n o s o u q ue m e stá m a i s prec i s a ndo . Pa ra s a ber os deta l he s é só e screve r pra ge nte p o r d ire c t ta m bém , que conta m os co m o fa zer.

Ah, uma ótima forma de contribuir também é compartilhando a iniciativa ou indicando mais gente que precisa de ajuda.

Por causa deste grupo e de pessoas maravilhosas dispostas a ajudar, recebemos todos os dias depoimentos agradecidos de pessoas como a Dona Laura.

Estamos impactando e realmente mudando vidas neste momento!

E lembrando, quem quiser comer empadões deliciosos, ela está aceitando encomendas em três tamanhos - um sabor mais gostoso que o outro!

Quem quiser, é só falar com a filha dela, neste número: 99808-0372

O Valdecir do Coco pediu pra postar aqui parte do que ele conseguiu comprar com a ajuda de todos do grupo!

Ele disse que esta guardando um pouco de dinheiro, no caso dessa pandemia demorar muito a passar!

A Dona Laura e o Valdeci do Coco estĂŁo sendo ajudados! Entre na pĂĄgina e veja outros exemplos, como esses abaixo, pra ajudar como puder!

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ESTAMOS ATENDENDO EM SUA RESIDÊNCIA!

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NECESSÁRIOS Dra.Aline Rodrigues C I R U R G I Ã D E N T I S TA C R O-R J 22127

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Tornar acessível e seguro o atendimento especializado em Odontologia Assistiva é ultrapassar limites externos ao consultório, e ir onde esteja a vida de nossos pacientes, para prevenção e manejo de dor, trauma, edema, preservando a saúde na sua integralidade, pela atuação da medicina oral, seja em hotéis geriátricos, residências, ou hospitais, humanizando o atendimento com acolhimento.

A atenção se estende desde a prevenção às emergências, podemos salvar vidas pela orientação e vigilância aos fatores de risco, nos pacientes acamados, idosos ou sistemicamente comprometidos, preservando todos os sistemas do organismo, imunossuprimido pela idade avançada, fragilidade, comorbidades, redução do nível de consciência, perda cognitiva ou acidentes vasculares, neuropatias ou demência, entre outros.

A Odontologia domiciliar reúne dedicação profissional, amor e doação, assistencialismo à beira leito, e oportunidade de cuidados preventivos, curativos ou paliativos, onde possamos trazer saúde, dignidade e bem-estar em todas as fases da vida.

Meu respeito a todos os profissionais que como eu destinam suas vidas aos cuidados em saúde, em todas vertentes, na acolhida e cuidado de vidas.

Dra. Aline Rodrigues é Membro do Colégio Brasileiro de Odontologia Hospitalar e Intensiva - COBROHI; Habilitada em Odontologia Hospitalar - CEMOI RJ - Casa de Saúde São José - Humaitá - 2019; Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG; Responsável pelo Serviço de Odontologia Geriátrica da Instituição de Longa Permanência para Idosos - Casa São Luiz - desde 1998; Coordenadora do Serviço de Odontologia Hospitalar e Intensiva do Hospital São Vicente de Paulo; Professora das Homecares Click Care e Vivenciando Care da equipe multidisciplinar na formação de cuidadores de idosos, Pósgraduação e Residência em implantodontia pela ABO-RJ 2012 - 2016

P EÇ A O Q U E P U D E R

S E M SA I R D E C A SA

Em tempo de pandemia do coronavírus, com a população isolada em casa e o comércio fechado para evitar o contágio da Covid-19, as empresas precisam recorrer às entregas para continuarem funcionando. Durante o período de quarentena, o setor de delivery se apresenta como uma das principais alternativas para consumidores e comerciantes conseguirem sobreviver.

BAKERY CROSTA

Rua Lopes Trovão 448, loja 104 Terça a sexta - 12h às 19h Sábados de 9h às 22h (com pizza a partir das 19h) Instagram @bakerycrosta Facebook.com/bakerycrosta

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FUTURO Amigos e clientes, todos os produtos que trazemos vêm de longe. Quando falamos em Roça,

é porque prezamos pela qualidade de tudo o que produzimos/vendemos. Produtos naturais, sem conservantes, orgânicos, compõem a nossa lista, que preparamos mensalmente com todo carinho.

Infelizmente hoje, com o isolamento social que a pandemia nos obriga a fazer, a logística desses produtos ficou comprometida, nos deixando impossibilitados de entregar nesse momento.

Pedimos a ajuda de vocês, que nos acompanham desde o início e sabem da luta, do esforço e da preocupação em sempre bem atender, em sempre ter produtos de primeira linha e de muita qualidade e sabor.

Assim como os restaurantes, que criaram o VOUCHER FUTURO, onde você paga agora um valor e o consome quando o restaurante reabrir, estamos criando - e pedindo - essse mesmo procedimento: você compra agora o que quiser, e assim que passar a pandemia, e consequentemente o isolamento, você recebe em casa, com todo o conforto e atenção que sempre teve, o seu pedido.

COMPRE O VOUCHER: FAÇA SEU PEDIDO E DEPOSITE NA CONTA

ITAÚ | AG. 9108 | CONTA 00656-1 | CPF 012.930.027 63 MANDE SEU PEDIDO COM O COMPROVANTE PARA O WHATSAPP

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E RECEBA EM JULHO, OU ANTES, ASSIM QUE O ISOLAMENTO ACABAR.

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Nossas geleias não têm NENHUM conservante, e as naturais são feitas com muito menos açúcar que as outras. E as de fruta... Hummm, com pedaços ENORMES da fruta, só experimentando pra ver a diferença!

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Tomamos todas as precauções para a sua segurança!

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um texto

Lembra? De 2020?

Foi difícil, né…Passamos meses sem poder ir pra rua, bater perna na rua, encontrar com as pessoas…

Lembro bem! Ia duas vezes por semana no barzinho ao lado da minha casa tomar uma e encontrar com a galera!

Foi a pior fase de grana da minha vida. Dinheiro acabando, sem trabalho. A empresa que eu trabalhava me colocou em casa.

Foi quando tivemos que aprender e trabalhar de casa! Lembra?

Foi uma época boa. Fiquei tão próximo do meu filho! Brincávamos todo dia. Foi quando ele começou a me dizer que eu era melhor amigo dele. E a minha mulher, lembra? Começamos brigando como doidos a quarentena e no final, reconheci aquela mulher guerreiro que casei.

Pra mim que foi difícil, Mano. Fiquei sozinho. Mas nunca tinha conseguido passar tanto tempo comigo mesmo. Trabalhei como um doido em home-office, mas descobri muito sobre mim. Comecei a meditar, a me exercitar em casa e ainda tinha tempo de cozinhar. Maior terapia!

Você está falando de boca cheia! Ainda foi promovido, e eu que quando voltei me demitiram… nem gostava daquele trabalho mesmo.

2020 foi muito diferente.

Pode crer, foi muito. Ainda mais quando voltamos, né. Descobriram uma porção de coisa errada que rolava pelo mundo. É mesmo! Foi quando o povo descobriu que é dono de tudo e que tem sócios, muitos. No tempo quando a humanidade se uniu. Ainda bem, foi assim que descobriram muitas coisas que facilitaram nossas vidas e salvaram nossa saúde!

Cara, imagina se não tivesse rolado o vírus? Eu não ia ser promovido, meu filho nem ia saber direito o que curto e eu provavelmente estaria solteiro. Mentira, não estaria, ahahahahah E Eu? Não teria comprado aquele bar com minha recisão! Lembro como se fosse hoje como foi barato, mesmo eu tendo o mérito de ter transformado ele no sucesso que é! Coitado do Alcineu, o antigo dono.

Mas deu a volta por cima! Ele está muito bem hoje! Fez um bar em Búzios, e com o povo procurando curtir mais os momentos, viajando mais, ele está voando!

Pena que tanta gente morreu.

Pena.

Ainda bem que o mundo mudou.

Oh!

Mas saímos mais fortes! Vou lá, jogar tênis com o Julinho. Hoje teve vídeo-aula, e ele já terminou o trabalho com os amigos pela internet. Se cuida você aí, hein!

Vou também, tenho que bater um papo com o pessoal da instituição que fizemos aquela ação de distribuição de cestas básicas. Estamos arrumando emprego para o pessoal que precisa lá, juntamos mais de 30 empresas para recolocar essa mão de obra!

Que maneiro! Se cuida aí!

Você também!

Desligaram a chamada de vídeo, e cada um foi andando para o seu compromisso, com aquela respirada profunda de quem se orgulha de ter passado por tudo aquilo com um mundo melhor hoje.

Niterói, Agosto de 2023.

Igor Maurício Barreto é cozinheiro, hoteleiro, empresário, colunista e consultor de 40 anos, que aos 20 já se aventurou em sua primeira empreitada no ramo, abrindo a Tontería, um restaurante mexicano com boate que com sucesso, ficou aberto de 2000 a 2006. Durante esse período, já trabalhando como consultor e gestor, participou na concepção, conceituação e construção de alguns bares e restaurantes. Em 2006, com a ida de seu sócio para o interior, tirou do papel seu projeto do BemDito, casual dining de 380 lugares na praia de São Francisco em Niterói. Deste, aberto com sucesso os dias atuais, saiu em 2014 para dedicar-se a projetos de consultoria e empreendedorismo em gastronomia.

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um texto

Quando criança, eu e minha irmã brigávamos muito e aprontávamos todas, como qualquer criança saudável.

Nesses momentos, minha mãe nos colocava de castigo, cada uma em seu quarto, para que pensássemos no que fizemos e aprendêssemos com nossos erros. Ela, impressionada com a diferença de temperamentos, sempre contava que, após um tempo, voltava para nos tirar do castigo e encontrava situações bem diferentes em cada quarto.

Minha irmã, estava no mesmo lugar onde havia sentado muitos minutos atrás, de braços cruzados, de cara emburrada, bufando de raiva. Minha mãe dizia que já podia sair do castigo e ela, apegada ao ódio que sentia e imaginando-se injustiçada, dizia: “Agora eu também não quero. Vou ficar exatamente onde estou”, remoendo suas mágoas infantis. Minha mãe, suspirando, seguia então para o meu quarto, para também me liberar do castigo. Ao abrir a porta, dava de cara comigo, brincando com o que estivesse ao meu alcance, com os travesseiros espalhados pelo chão, transformados em um labirinto florido, cheio de grandes perigos, dos quais eu sempre escapava, feliz! Ela me dizia que podia sair do castigo e eu, desatenta, dizia, tá bom, mãe, e continuava a brincar alegremente, até resolver fazer qualquer outra coisa fora dali. Hoje percebo que nenhuma de nós lidava de fato com nossos erros, ou tentávamos corrigi-los, apenas deixavamos aquele tempo passar e seguíamos adiante.

Hoje, nos tornamos todos, aquelas crianças, colocados de castigo pela vida, por todas as brigas, besteiras que aprontamos, regras que violamos. Duvidamos de nossa responsabilidade para com o nosso mundo, o utilizando como se fosse nosso brinquedo, mercadoria que quando quebrada poderia ser reposta, substituída. Não pode.

Chegamos a um momento da humanidade, em que se faz necessário que sejamos todos postos de castigo, em que nos seja mostrada a realidade, que sejamos colocados de cara para nossos espelhos, olhando para quem nos tornamos, para o que nos acostumamos a fazer com o nosso tempo, com os nossos corpos, com os nossos amores, com o nosso mundo, prestando atenção no quanto nos dedicamos apenas a ir, a vir, a correr, e ganhar dinheiro, e vencer na vida, a sorrir quando a câmera aponta para

nós e desfazer o sorriso quando não estamos mais sendo vistos, a ver televisão, e filmes e séries, e ouvir música, e nos medicarmos para podermos apagar as luzes e finalmente suportarmos o silêncio necessário para fechar os olhos e conseguir dormir.

O universo nos colocou de castigo, para que pudéssemos reaprender a respirar, a contemplar, a parar, olhar e escutar como bem nos aconselhavam os trilhos das velhas ferrovias.

O caos se aproxima, nessas horas, para que a gente descubra que estender as mãos não é apenas pelo outro, é também por nós mesmos, para que aprendamos que não precisamos correr e competir o tempo todo, que vencer nem sempre é chegar na frente, mas aprender a parar para esperar o amigo que se cansou antes da gente e caminhar junto com ele, até a linha de chegada.

O mundo respira aliviado, nesses tempos em que somos obrigados a parar. Ele se recupera em poucos dias, dos danos que levamos séculos causando, nos demonstrando que é ele o senhor dos nossos destinos, e que se não aprendermos a controlar nossos instintos de destruição, o que destruíremos será apenas a nós mesmos.

Terrível, esse momento, dirão alguns menos observadores, maravilhoso momento, dirão outros mais alienados, mas os atentos, focados, coerentes, dirão, que bela oportunidade temos, para aproveitar cada gota desse sofrimento, cada luta perdida, cada lágrima vertida e encontrarmos a partir delas um caminho, uma saída.

O cuidar do próximo como hábito, o dividir o pão como valor, o construir coletivo como padrão ético, estético, de vida, de amor.

Sairemos deste momento modificados, para melhor ou para pior, mas certamente muito modificados. Não poderemos apenas passar esse tempo remoendo ódios infantis, rancores desnecessários, mágoas eternas que nos farão não querer ou não conseguir sair do castigo quando pudermos, ou resolver apenas passá-lo brincando de casinha e fantasiando mundos invisíveis e desconsiderando a nossa responsabilidade nos acontecimentos que nos trouxeram até aqui e para com TODAS as outras pessoas que estão nessa mesma jornada conosco.

Não nos será permitido ignorar.

Caberá a nós, a todos e cada um de nós, decidirmos qual será a mudança, o aprendizado e o mundo que queremos construir a partir de agora, a partir desse amanhã que nos espera bem ali, depois da esquina.

E aí, qual deles vamos escolher?

Mariana Pietrobon

é Produtora Cultural formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Trabalhou com instituições como UFF, UFRJ, Ministério da Cultura, Funarte, SESC, realiza projetos culturais nas mais variadas áreas como: artes plásticas, artes cênicas, teatro, dança, audiovisual, cultura popular, entre outras; aprendiz de escritora, com dois livros em andamento, é também amante da fotografia, da culinária e da vida.

FIQUE E M C A SA

AT É N ÃO SER MAIS ARRISCADO N E M P R A VO C Ê N E M PA R A NENHUM FA M I L I A R S E U.