Nzero

N

revista digital edição#zero

A melhor coisa de NITERÓI

é a vista do RIO,

OU a melhor vista do Rio

é a de Niterói?

Essa e outras BOBAGENS que polemizam nas cidades vizinhas

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SAMBA de Fé - Quilombo do Grotão Nossos habitantes da NATUREZA Os 40 da Associação de Surf de Niterói

Perfil André Hippertt

o gênio da caricatura

é NITEROIENSE

be transparent, not invisible.

casanaked.com.br

EDITORIAL

E

ssa é uma edição especial. Número Zero da Revista N, maiúscula, como deve ser a nossa cidade, Niterói. Um aperitivo do que vai ser gerado de conteúdo a partir do número 1 está nas próximas páginas. Vamos exaltar as pessoas nascidas, ou que

moram aqui. Dar espaço para as centenas de niteroienses multi-talentosos, muitos que a cidade não conhece ou valoriza. Acredito que quem já tem muito espaço na cidade não precisa de mais um, minha crítica velada às pouquíssimas publicações da cidade é que passam os anos, e são sempre as mesmas pessoas tendo destaque. Niterói não é formada só por essas pessoas, Niterói tem uma variedade enorme de talentos, em várias áreas, e aqui vamos mostrá-los.

Nossa população tem uma característica muito forte, é ufanista ao extremo, o que em várias situações mais atrapalha do que ajuda. Um exemplo é a bobagem de disputar com o Rio, cidade vizinha, mas totalmente diferente. Aqui, raiz, tradição, do outro lado da ponte, o cosmopolismo de uma das principais cidades do mundo. Deveríamos aproveitar melhor isso. Outro exemplo é o preconceito com São Gonçalo, cidade irmã, com mil problemas, mas com centenas de pessoas fantásticas.

Aqui, não vai rolar.

Aqui, são todos bem-vindos, não existe zona sul e zona norte, Icaraí e Fonseca vão ser a mesma coisa. Parte de uma grande cidade, linda, com a melhor vista que se possa ter, e isso é um privilégio sem igual.

Ah, com o melhor italiano também ;)

Fabiano Reis

Diretor de Conteúdo

N revista digital

DIRETOR DE CONTEÚDO FABIANO REIS GERENT E ADMIN ISTRATI VA CINTIA

NUNES DE REIS

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAM AÇÃO FOLIA

@revista_ene

POR UMA CIDADE

ONDE ÁRVORES

SEJAM MAIS IMPORTANTES

QUE FIOS E POSTES.

Capa

A melhor coisa de NITERÓI

é a vista do RIO,

OU a melhor vista do Rio

é a de Niterói?

Na página anterior, vista do MAC. Nesta página, vista do Rio com a nossa linda paisagem em primeiro plano.

Fotos do livro “O Rio de Niterói”

No livro “O Rio de Niterói” Benício Biz, designer, fotógrafo, empresário editorial e um grande artista plástico que escolheu Niterói para viver, traduz em belíssimas imagens uma questão que sempre incomodou gerações. A implicância carioca falando que a única coisa boa de Niterói é a vista do Rio. Nós, daqui, rebatemos: não, não é isso. A melhor vista do Rio de Janeiro é nossa. Ver as montanhas lindas, com o mar aberto e a baía de guanabara, que é nossa e deles, é um bálsamo para os olhos.

O Rio continua lindo, nós também, e contemplar essa vista, que é melhor quando composta com o lado de cá também, é um privilégio.

Paisagem composta pelas montanhas das duas cidades, mostrando que ambas se complementam.

Na página seguinte, mais dois belos exemplos.

Fotos do livro “O Rio de Niterói”

outras bobagens

ITALIANO X JOELHO Essa é fácil.

Em NITERÓI é ITALIANO. No RIO, é JOELHO. Pronto, resolvido.

Agora, é ÓBVIO que o nosso Italiano é COMPLETAMENTE diferente do Joelho do Rio. O nosso é sensacional, tem vários recheios, e tem a MAIONESE TEMPERADA, uma invenção NITEROIENSE que faz toda diferença.

O Joelho do Rio é massudo e sem graça, um salgado não-valorizado. A única coisa boa é a invenção do nome, com o humor tipicamente carioca: é joelho porque o salgado ficava sempre embaixo da coxinha, nos balcões.

Italiano niteroiense

Joelho carioca

ITACOATIARA X IPANEMA

Não dá pra comparar a HISTÓRIA da praia carioca com a nossa Itacoá. Aliás, não dá pra comparar nada. TAMBÉM são completamente diferentes. Uma é cosmopolita, cultural, cheia de histórias e personagens. Outra é raiz, natureza, defendida com unhas e dentes por seus locais. No Arpoador, nasceu o surf no Rio. Em Itacoatiara ele cresceu.

Dá pra aproveitar as duas, em momentos diferentes.

Hoje em dia, Itacoatiara está com o mesmo problema que sempre afligiu Ipanema: o caos nos fins de semana.

Os dois pores do sol são lindos, cada qual com sua beleza.

Uma, urbana.

Outra, selvagem.

As duas são especiais, aproveitem.

Fotos: AndrĂŠ Cyriaco

S A N TA

ROÇA

MEMÓRIA

NASCEU

A F E T I VA.

DA DA

I N FÂ N C I A N A R O Ç A , D A PA Z DA VIDA DO INTERIOR. DE COMIDA DE VERDADE, NÃOINDUSTRIALIZADA. DO AMOR À MESA, DA MESA SEMPRE P O S TA ,

SÓ

MUDANDO

OS

I N G R E D I E N T E S . D A F R U TA N O P É, D O L E I T E D I R E TO DA VA C A , DO CISCO DA GALINHA. DO SORRISO SEMPRE NO ROSTO, DOS

BRAÇOS

SINCERA

ABERTOS, DA

H O S P I TA L I D A D E .

AFETO, CARINHO, GENTILEZA. SEJA AQUI,

MUITO A

BEM-VINDO!

PORTEIRA

S E M P R E A B E R TA .

E S TÁ

@sta_roca

ASN 40

ANOS

por Gilberto Pereira

fotos AndrĂŠ Cyriaco

O

espírito do surfe é aventura, estilo, viajar e multiplicar sensações, mas o tempo se encarrega de guardar apenas aquelas que marcam mais fundo, pois são momentos singelos que, por alguma razão especial, nunca se apagam da memória e acabam relatando o roteiro de nossas lembranças.

Os primeiros dias da Primavera não são especiais só pelo início desta estação, pois no dia 23 de setembro de 2020, a Associação de Surf de Niterói - ASN, completará 40 anos! Ao longo desses anos a entidade trabalhou pelo desenvolvimento e promoção do esporte, e hoje se consolida de vez como uma das mais tradicionais e atuantes associações regionais do Brasil.

No final da década de 70 os primeiros campeonatos a nível nacional estavam surgindo, e os surfistas niteroienses se viram na necessidade de se organizarem, tanto para os atletas entenderem melhor os critérios para competir bem, quanto para formar profissionais da área técnica para trabalharem nos campeonatos. Então em 1980, em uma assembléia formada por 35 surfistas liderados por Élvio Pereira “Strick”, e Antonio Araújo “Merrê”, foi fundada a ASN e formada sua primeira diretoria. Ao longo desses anos diversos influentes surfistas da cidade presidiram a associação. O trabalho de todos em todas as épocas foi de suma importância para que a ASN tenha atingido o atual patamar.

Não apenas dos presidentes, mas de todos os envolvidos na organização e execução dos eventos.

O principal foco do trabalho sempre foi à formação e o desenvolvimento de atletas voltado para as competições. E com esse trabalho feito em casa, muitos surfistas da cidade se destacaram nos cenários estadual, nacional e internacional. Giló, Mimo, Japão, Luiz Lovasz, Dodô de Melo, Marcelo Maia, Ricardo Tatuí, os irmãos Alexandre e Guilherme Herdy, Gilmar Catelani, Carlos Zagueiro, Leonardo Juruna, Rafael e Juliana Guimarães, Guilherme Sodré, Bruno Santos, Rayza Silveira, o longboarder Augusto Saldanha, entre tantos outros nomes.

Poucas cidades do Brasil tinham atletas que já venceram etapas do World Tour da extinta ASP, e Niterói tem dois! Ricardo Tatuí na França em 1994, e Bruno Santos com a inesquecível vitória em 2008 na temida bancada de Teahupoo, no Tahiti. Guilherme Herdy permaneceu na elite mundial por doze anos, sendo o único niteroiense que finalizou o ranking entre os Top16 da ASP. Outros feitos importantes do Branquelo foram o terceiro no Pipeline Masters, evento mais cobiçado do planeta, e vice na clássica onda de Cloudbreak em Fidji, provando que Itacoatiara é celeiro de grandes bigriders e tuberiders.

Desde a sua fundação a Associação de Surfe de Niterói realizou seu circuito amador em todos os anos com ou sem patrocínio, e a partir de 2007, através do ex-presidente, Renato Bastos, passou a organizar também o Circuito Nova Geração. O principal objetivo deste novo circuito é garantir o desenvolvimento das futuras gerações de atletas, e alguns surfistas passaram a se destacar em âmbito estadual, como Matheus Rodrigues, Paulo Renato, Luca Nolasco, Danilo de Souza, Valentino Belga, Pedro Henrique entre outros. Renato Bastos, com o reconhecido trabalho à frente da ASN, chegou a ser eleito para a presidência da FESERJ para o triênio 2017/2019, mas veio a falecer em 2017.

Além de atletas, Niterói também exportou alguns nomes da parte técnica. Na década de 80,

Acima: Guilherme Herdy voando alto Ao lado: Renato Bastos, Rayza Silveira, Zezão, Luca Nolasco, Bruno Santos e Gilberto Pereira

Hélios Pinto foi o primeiro brasileiro a se tornar juiz da ASP. Seguindo seus passos, Rubens Goulart também é juiz da ASP em eventos no Brasil, além de diretor técnico da FESERJ, OSP e juiz da ABRASP. No ISA Games de 2000, na Baía de Maracaípe, Rubinho recebeu a medalha de ouro por ter sido o melhor juiz nesta competição internacional, um título que poucos juizes do mundo têm. Outro que chegou a ser juiz da FESERJ, OSP e ABRASP foi Gilberto Pereira e conseguiu o mesmo sucesso nas três importantes esferas do staff técnico como locutor, além de ser o diretor de Relações Públicas da FESERJ. Mas talvez o trabalho oriundo da cidade que mais se destacou no globo foi o da Beach & Byte, de Mano Ziul e Antônio Celso. Mano, que é programador de informática, desenvolveu seu primeiro programa nos campeonatos da ASN para somar as notas após o término das baterias. Seu sistema foi evoluindo e com o tempo eles começaram a trabalhar em eventos estaduais e nacionais, até receberem um convite da ASP. Depois disso nunca mais saíram do circuito mundial e hoje trabalham no sistema de informática da maior entidade do surf mundial, a World Surf League - WSL, incluindo as transmissões ao vivo dos campeonatos, onde alcançam uma enorme audiência. Antonio Celso não é mais do ramo, apenas o Mano Ziul com familiares, equipe de brasileiros e extrangeiros.

Nos últimos anos a Praia de Itacoatiara tem sido o palco de todos os campeonatos organizados pela associação. Mas Itapuca, na Praia de Icaraí e dentro da Baía de Guanadara, e Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, já foram palco de diversas etapas. O pointbreak niteroiense da Itapuca tem boas ondas, mas é raro quebrar, o que muitas vezes inviabiliza a realização de um campeonato em um final de semana, agendado com alguns meses de antecedência. Mas existe a idéia de fazer eventos com janela de espera, mesmo que não somem pontos para o

Bruno Santos (Foto de Henrique Pingüim)

ranking. No caso de Piratininga, a ASN tem dado total apoio ao projeto da ONG PREAMMAR para a implantação de um recife artificial multifuncional nesta praia, para que volte a sediar campeonatos.

A ASN também já deu suporte para diversos eventos estaduais e nacionais na cidade, e muitos ficaram marcados para a história, como: o Master de Itacoatiara, na década de 80, vencido por Carlos Alexandre Baldaque, o Japão, em um mar no Pampo com ondas em torno dos três metros. Na década de 90 o Circuito Limão Brahma Surf Pro trouxe a Niterói novamente os melhores surfistas do país e a sua grande estrutura passou pela Praia de Itacoatiara com apoio da ASN. Depois vieram os dois Big Waves. O primeiro Big Wave vencido por Carlos Burle, é considerado o segundo maior mar já registrado em uma competição realizada no Brasil. O segundo vencido pelo local Alexandre Herdy, começou grande e terminou nem tão grande assim, e foi o único evento em Itacoatiara que somou pontos para o WQS. Outro marcante

Beto Guarino com a Diretoria, Comissão Técnica e Staff ASN

foi à última competição profissional de nível estadual que aconteceu em águas niteroienses, que contou com a presença de surfistas de todo o país, o Pena Rio Pro 2007. Depois de quase uma década sem sediar um evento da OSP, o campeonato aconteceu em condições épicas, com o carioca Marcelo Trekinho estragando a festa da torcida local, deixando Bruno Santos, que pegou tubos incríveis no último dia de competição, com o vice. Itacoatiara tem potencial para receber campeonatos de nível nacional e internacional.

Torcemos que os dirigentes e empresas se conscientizem desse potencial e tragam de volta para o nosso município eventos de grande porte como os que aconteceram em 2019.

Beto Guarino é o atual presidente da ASN e concluiu com sua diretoria e comissão técnica, o ano de 2019 com

sucesso, realizando o Circuito Principal, o Nova Geração, o Surf Campeão, além de levar o Time ASN para três etapas do circuito estadual.

Uma nova geração vem se destacando como os surfistas Caio Knapp entre outros.

A principal revelação de 2019 foi Lui da Matta de apenas seis anos. Na open o grande campeão foi Ben Borges. Destaque também para os big riders Gabriel Sampaio e Raquel Heckert.

Parabéns a todas as pessoas, que ao longo dessas quarenta anos, que serão comemorados em setembro, colaboraram e trabalharam na realização de tantos eventos e conquistas. O sucesso atual da ASN e o que ela representa para o Estado do Rio é fruto de muito trabalho. Também às empresas que acreditaram e continuam acreditando na associação e no surf como um estilo de vida saudável, e como um esporte que pode transformar vidas.

Perfil

ANDRÉ HIPPERTT o gênio da caricatura

é NITEROIENSE

Diretor de arte, ilustrador, caricaturista, infografista, graphic designer, Hippertt estudou na Escola de Belas Artes da UFRJ e no Poynter Institute for Media Studies, em St. Petersburgh, Flórida.

Cursou cinema na Universidade Estácio de Sá.

Conquistou cinco prêmios Esso (o mais importante prêmio do jornalismo brasileiro, quarenta prêmios da SND (Society For News Design), seis primeiros lugares em importantes salões de humor no Brasil e no exterior e duas participações na Bienal de Design Gráfico da ADG. Já participou de diversas exposições individuais e coletivas.

ANDRÉ HIPPERT T iniciou sua carreira profissional em 1984 nas páginas de Esporte do Jornal do Brasil. Em 1985 foi contratado como ilustrador no Jornal O Globo. Em 1992 foi um dos responsáveis pela informatização na Editoria de Arte, após curso de especialização no Poynter Institute. Foi promovido ao cargo de Coordenador da Editoria de Arte.

Em 1995 , André foi convidado para assumir a Editoria de Arte do jornal O DIA, onde participou de importantes reformas gráficas. Promovido a EditorExecutivo e a Diretor de Arte de todo o Grupo. Foi autor dos projetos gráficos do jornal Meia Hora e Marca Brasil.

Atualmente, Hippertt mora em São Francisco, Niterói. Cresceu nas ruas da cidade, nascido e criado em Icaraí. Foi pioneiro do Centrinho (CEN), ainda no prédio da Igreja Batista. Adorava comer panzeroto na Lemos Cunha, beber Hidrovita no Centro e pastel com caldo de cana na volta da praia. Frequentar os vários cinemas que existiam na Moreira César e jogar handebol pelo Niterói Rugby são memórias marcantes, diz. Morou quase trinta anos no Rio de Janeiro, mas tenta chamar ‘joelho’ de ‘italiano’ e voltou a dizer que vai na casa ‘de’ fulano.

Quando está na cidade, gosta mesmo é de ficar em casa, mas adora Itacoatiara, o Reserva Cultural, o cine Arte UFF, o Campo de São Bento, o MAC, encontrar a família e os amigos e receber os dois filhos, quando eles aparecem.

Hoje divide o controle remoto da TV e um escritório de design com Mariana Erthal. Tem como clientes AdUFRJ, Miraflores, Curso Palavra Mágica, Máquina de Livros Editora, entre outros.

SAMBA

FÉ

de

por André Jamaica

fotos Juliana Gillio

J

oão da Baiana, um dos pilares que edificaram o samba no Rio de Janeiro no início do século XX, dizia que o samba era “macumba com letra profana.” João atestava nesta frase

o caráter religioso do samba, oriundo dos sons dos tambores que chamam á terra as divindades africanas, os Orixás.

O Samba de Fé teve sua primeira edição em março de 2014 acreditando que fosse possível incluir as letras sagradas da macumba numa roda de samba.

Homenageando um Orixá ou Entidade da Umbanda todo primeiro domingo do mês, o projeto Samba de Fé se consolidou no Quilombo do Grotão se notabilizando como um “samba pra macumbeiro”, pra iniciados no Candomblé, Umbandistas e simpatizantes das religiões de matriz africana. É motivo de muita alegria constatar a aceitação do projeto. O público entendeu que

nossa intenção não é promover uma “gira”, uma sessão espírita, a intenção é promover a diversidade, a diáspora africana em tempos de intolerância religiosa e obscurantismo, nestes tempos o projeto Samba de Fé se torna um ato político, um projeto com causa pra lutar, com bandeira pra erguer, um projeto que canta para resistir e resiste para abrir frentes de batalha, “ canto pra denunciar o açoite, canto também contra a tirania” e também cantamos a alegria da nossa espiritualidade, da nossa ancestralidade.

Sobretudo, o projeto Samba de Fé canta o Brasil e suas Encantarias.

O QUILOMBO

A história do Grotão começou nos anos de 1920, quando Manoel Bonfim e sua esposa Maria Vicência, descendentes de negros escravizados no estado do Sergipe, chegaram ao município para trabalhar na Fazenda Engenho do Mato. “Minha avó veio para cá para fazer a farinha da fazenda e trabalhou 28 anos, até que a fazenda faliu. Como indenização, os donos da fazenda deram seis alqueires de terra para a gente e 2 mil mudas de bananas. Vovô plantou as bananas e começou outro ciclo”, conta Renatão do Quilombo.

Hoje, na sexta geração da família Bonfim, o Quilombo do Grotão consolidouse como celeiro da resistência da cultura negra na cidade. Com cerca de 60 pessoas, o quilombo

foi reconhecido em 2016 pela Fundação

Cultural Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura voltado para a preservação da cultura afrodescendente. A Fundação certificou a autenticidade da comunidade tradicional que se autodefine como quilombola.

Habitantes

da nossa

NATUREZA

Ouriรงo-cacheiro

QUERID@S NITEROIENSES, como honraria máxima, fui convidado a participar de nossa maravilhosa revista, trazendo aqui para vocês sempre um pouco da biodiversidade silvestre de nossa cidade. E nesse primeiro momento eu trago um simpático e pacífico carinha, que eu e todos os moradores de Itaipu e da Região Oceânica estamos de certa forma e felizmente acostumados a nos deparar - as vezes em família, e geralmente andando pelos cabos de alta tensão, principalmente no começo da noite.

Mais do que na grande maioria dos outros locais, os Ouriços-cacheiros fazem parte da área urbana em torno do nosso PESET (Parque Estadual Serra da Tiririca), sempre a procura de frutas, principalmente bananas.

Existem algumas espécies e subespécies desse bichinho inofensivo que vive em nosso Parque Estadual, sendo necessário um especialista a fim de identificar exatamente de quem se trata.

Mas algumas coisas são certas: são animais calmos e incapazes de atacar humanos e animais - apenas se defendendo muito bem quando precisam, com seus espinhos (pêlos endurecidos adaptados) como mostram os cães que ousam conferir!

E esses carismáticos animais, além de lindos de se ver, indicam um ótimo grau de conservação de nossas florestas!

Gustavo de Gregorio é graduado em Biologia na UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor de Ciências e Biologia na Educação Pública no município de Niterói. Naturalista, ambientalista, fotógrafo e o mais importante: nascido e criado em nossa cidade!

BI KE TO UR

WA LK IN G TO UR

AD VE NT U RE

CI TY TO UR

www.crturismo.com.br