Revista Empreende | Maureen Chiquet

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Novembro/Dezembro 2019 Ano 02 | Edição 07

EX-CEO DA CHANEL DESENVOLVEU SEU PRÓPRIO ESTILO DE LIDERANÇA

Maureen Chiquet Executiva e Escritora

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HISTÓRIA QUE INSPIRA

REVOLUÇÃO BLOCKCHAIN

O FUTURO DO TRABALHO

Tonico Novaes, das festas de música eletrônica à Campus Party Brasil

Protocolos Blockchain podem gerar novas oportunidades econômicas e sociais para todos

Smart Cities ou Cidades Inteligentes podem melhorar a vida nos centros urbanos


ELIMINAMOS AS FRONTEIRAS E CRIAMOS UM CENÁRIO ÚNICO E N T R E PA RQ U E E R E S I D Ê N C I A.

Perplan CP 01 Empreendimentos Imobiliários SPE Ltda. Incorporação Imobiliária registrada em 18 de outubro de 2019 sob o nº R. 9 na matrícula 150.710 do 2º Registro de Imóveis de Ribeirão Preto. Todas as imagens e perspectivas contidas neste material são meramente ilustrativas, podendo sofrer alterações, inclusive quanto à forma, cor, textura e tamanho. As unidades e áreas comuns serão entregues conforme o Memorial Descritivo constante do Memorial de Incorporação, que prevalecerá em caso de conflito com qualquer outro material ou informação relativa ao empreendimento. A decoração, equipamentos e mobiliário das unidades são apenas sugestões, não fazendo parte das obrigações de entrega da incorporadora. A decoração e o mobiliário das áreas comuns previstos nas imagens do book poderão ser modificados pela incorporadora, não sendo entregues os utensílios, adornos e acessórios eventualmente previstos nas imagens. O paisagismo apresentado nas perspectivas é uma sugestão e apresenta plantas em porte adulto, a ser atingido após a entrega do empreendimento. Perplan Intermediação de Vendas de Imóveis Ltda. - CRECI 27878-J.


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Especial Blockchain

Uma revolução feita em blocos Carl Amorim explica como os protocolos Blockchain vão impactar nas relações de produção e consumo, gerando novas oportunidade econômicas e sociais para todos. E atenção, a revolução só está começando. #oMelhorProfissional – Tecnologia

Das raves ao maior evento de experiências tecnológicas do mundos Tonico Novaes começou organizando festas de música eletrônica e hoje é um dos responsáveis pela Campus Party Brasil, que neste ano atraiu um público total de 130 mil pessoas.

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O Futuro do Trabalho

Inteligência a serviço das cidades Uso da tecnologia transforma a maneira como os cidadãos se relacionam com o local onde vivem. Veja como os conceitos de Cidades Inteligentes podem melhorar a vida nos centros urbanos.

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#oMelhorProfissional – Agronegócio

Tecnologia aplicada ao agronegócio

Drones, nano satélites, inteligência artificial. Tudo isso já é realidade no campo brasileiro e, com barateamento de equipamentos e melhor conectividade, pode beneficiar também os pequenos e médios produtores rurais, diz o engenheiro eletrônico Lúcio André de Castro Jorge.


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#oMelhorProfissional – Educação

Um olhar sobre a Educação

Com mais de 20 anos de atuação na formação de professores e na gestão do ensino, Maria Alice Carraturi fala sobre EAD, tecnologia, desafios do setor e valorização da carreira docente.

Entrevista de Capa

Precisamos de mais mulheres ocupando o topo da cadeia!

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Em entrevista, ex-CEO da Chanel conta suas experiências profissionais e os motivos que a levaram a escrever o livro que traz conselhos profissionais e pessoais para mulheres empreendedoras ávidas por mudanças.

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##oMelhorProfissional – Fotografia

Querida encolhi as Pessoas

Empreendedora Roberta Vasconcellos já vendeu trufas, cachorro-quente e roupas. Hoje, com a BeerOrCoffee, oferece soluções de coworking para freelancers, empresas e até grandes organizações.

#Startup

Vai uma cerveja ou um café?

64 #MindSet

Vai empreender? Pense bem! Executivo da área de marketing, Fábio Rodrigues conta em livro suas experiências com o empreendedorismo e aconselha: “Na dúvida, não empreenda”.

Conheça o trabalho do fotógrafo Renan Viana, que em 2014 criou o projeto Encolhi as Pessoas onde coloca miniaturas de bonecos humanos em cenas inusitadas e divertidas.

62 #Etiqueta&Negócios

Os 7 pecados capitais nas festas da empresa O Natal está aí e, com ele, chegam as confraternizações entre as equipes que passaram o ano correndo atrás do sucesso. Calma! Embora o clima seja festivo, o evento exige cautela!

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Expediente

Déborah Dorascienzi Diretora de Conteúdo

abeeon.com.br/deborah.dorascienzi

Thiago Luzzi

Diretor Executivo

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Angelo Davanço Jornalista e Revisor

abeeon.com.br/angelo.davanço

Mariana Pacheco

Jornalista

abeeon.com.br/mariana-pacheco

Henrique Moretto

Projeto Gráfico e Diagramação

abeeon.com.br/henrique.moretto

Camila Rodrigues

Jornalista

abeeon.com.br/camila-rodrigues

Thais Megumi Sato Analista de Tecnologia

abeeon.com.br/thais.megumi

Guilherme Bordini

Fotógrafo

abeeon.com.br/Guilherme.Bordini

Rafael Cautella Fotógrafo

abeeon.com.br/rafael.cautella

Colunistas Revista Abeeon Empreende

Influencers

Av. Wladimir M. Ferreira 1660 sl 607 Jd. Botânico – Ribeirão Preto CEP 14021-630

@encolhiaspessoas @drrodolfofavaretto @MesaEtiqueta

Amanda Salomão Leopoldo Andretto Pedro Custódio Thiago Franco Zezé Barros

Site: revistaempreende.com.br Sugestões e Críticas: contato@revistaempreende.com.br Perfil na Rede Social de Negócios: abeeon.com.br/revistaempreende

Publicidade e Anúncios: comercial@abeeon.com Thiago (16) 99766-5152 Impressão: Grafilar Gráfica e Editora Circulação: Ribeirão Preto (SP)

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Conteúdos elaborados por empresas que anunciam na revista estão referenciados por expressões como “apresenta”, “apresentado por”, “oferecimento”, “especial publicitário”, “conteúdo publicitário”, publieditorial”, “publi” e “promo”. A Revista Abeeon EMPREENDE é uma publicação bimestral. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial. As colunas e matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos autores, bem como conteúdos dos anúncios e mensagens publicitárias.



Nosso Propósito

Você vai descobrir como chegar lá por Déborah Dorascienzi e Thiago Luzzi

Errar faz parte da trajetória de todo empreendedor de sucesso, a diferença é que eles erram menos pois, buscam constantemente o conhecimento e aprendem com o erro, não se permitindo cometê-lo novamente

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o assistir tantos empreendedores bem-sucedidos palestrando, muita gente se questiona qual a fórmula para o sucesso profissional. A resposta é que não há fórmula, mas tudo depende das suas escolhas. O que acontece é que você precisa se nutrir de informação e dar o tempo necessário para que seu cérebro a processe e a transforme em conhecimento. No momento certo você se sentirá seguro e confiante para fazer uma escolha e seguir em frente. Enquanto você se sentir indeciso sobre qualquer questão em sua vida é porque lhe falta informação suficiente para tomar uma decisão assertiva. Busque informação em fontes confiáveis, se relacione com pessoas que tenham mais experiência que você e não hesite em adiar uma decisão até que seu cérebro lhe dê a resposta que precisa.

serviços mais rentáveis, sustentáveis e assertivos. É assim, combinando sua mente com a de seus colegas de trabalho, que nossa entrevistada de capa Maureen Chiquet, comandou por uma década uma das maiores grifes internacionais. Leia a entrevista e inspire-se com a história de sucesso da ex-CEO da Chanel. Em meio a tanta informação desnecessária e Fake News, oferecemos a curadoria na medida certa para nutrir sua mente com conteúdo que realmente importa e dessa maneira ajudá-lo a realizar melhores escolhas. Tá na hora de um cafezinho com uma boa leitura!

E para lhe ajudar nessa jornada em busca de conhecimento e sucesso profissional, nós trazemos nesta edição uma reportagem sobre Smart City – cidades inteligentes – onde você verá quais são as principais cidades inovadoras no Brasil e no mundo e como tirar proveito dessas novas tecnologias. Além disso, preparamos uma matéria especial sobre Blockchain, onde você entenderá como esses protocolos podem impactar nas relações de produção e consumo, gerando novas oportunidades econômicas e sociais para todos.

Muito além da igualdade de gêneros, a necessidade de haver mais mulheres com poder de decisão nos negócios é porque os cérebros masculinos e femininos funcionam de maneiras biologicamente distintas. A combinação dessas duas mentes potencializa qualquer negócio, os colocando em um patamar de desenvolvimento de produtos e

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Foto Rafael Cautella

Mulher no Comando


O Futuro do Trabalho

Inteligência a Serviço das Cidades

por Angelo Davanço

Uso da tecnologia transforma a maneira como os cidadãos se relacionam com o local onde vivem. Veja como os conceitos de Cidades Inteligentes podem melhorar a vida nos centros urbanos

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imagem: Shutterstock

ense em uma cidade economicamente sustentável, que se preocupa com seus recursos naturais e que tem no cidadão seu principal protagonista. Assim são as Cidades Inteligentes, lugares onde tudo é ordenado de modo a tornar a vida de seus moradores a melhor experiência possível. No mundo já são vários os exemplos de cidades que se preocupam com isso. Nova York transformou telefones públicos antigos em plataformas que emitem alertas de segurança, transmitem notícias de interesse público e divulgam eventos. A cidade também conta com um sistema de trânsito monitorado em tempo real por meio de sensores e

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O Futuro do Trabalho

Cinco áreas mais beneficiadas pelos conceitos de Cidades Inteligentes Mobilidade Com tecnologia implantada nos transportes, a fim de facilitar a vida dos cidadãos e permitir mais acessibilidade. Por exemplo, com mais conectividade e sensoriamento, o gestor consegue monitorar e controlar o tráfego, avaliar os deslocamentos dos veículos e das pessoas em tempo real e suas tendências, podendo assim melhorar o planejamento e a gestão da mobilidade urbana. População Com acesso à saúde, segurança e educação de qualidade para os habitantes. A participação cidadã engloba diferentes formas de atuação – social, política, cultural, econômica. O principal objetivo é ter uma governança mais participativa, em que o gestor municipal e o cidadão caminhem juntos e se unam em prol de uma cidade melhor. Outro ponto fundamental é a consciência coletiva das pessoas, é preciso pensar na coletividade e não apenas em si próprio. Governança Boa comunicação e transparência são os principais pontos deste tema. Em cidades inteligentes é imprescindível que os gestores estabeleçam uma relação

direta com a população para que as demandas e expectativas dos cidadãos sejam de conhecimento do gestor público e as ações da administração sejam mais efetivas e transparentes. Sustentabilidade Implementar medidas para um melhor aproveitamento dos recursos naturais, diminuir a poluição e contaminação fazem parte do processo de transformação da cidade. O papel mais importante aqui é a conscientização das pessoas, como a separação do lixo reciclável, a ligação de esgotos clandestinos em rios, o descarte indevido de objetos domésticos. Além disso, incentivar a população a utilizar meios de transportes alternativos ou mais sustentáveis, como as bicicletas e carros elétricos, também faz a diferença. Qualidade de Vida Mais humanas e sustentáveis, com soluções implantadas, as cidades inteligentes permitem que haja uma convivência mais harmoniosa e de satisfação para as pessoas que vivem nelas. Nem sempre precisamos de algo revolucionário para mudar a vida das pessoas. Tecnologias já existentes e simples são capazes de transformar todo o cenário.

imagem: Freepik

Fonte: Fabrício Ormeneze Zanini, diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI)

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câmeras que mudam o padrão de temporização dos semáforos de acordo com o fluxo de veículos. Em Tóquio, um bairro ecológico foca no uso racional de energia e utiliza uma plataforma de automação que indica o melhor momento para utilizar a lavadora de roupas com base em dados meteorológicos. A Holanda possui um sistema inteligente de coleta de lixo que indica os contêineres que estão cheios para que os caminhões de lixo façam a retirada no momento certo, diminuindo o tempo de coleta e a poluição. Paris se preocupa muito com o impacto da poluição causada pelos meios de transporte e por isso investe nos veículos elétricos e bicicletas além de possuir um sistema de metrô 100% automatizado.

“As novas tecnologias irão proporcionar às cidades um avanço incrível e serão as pessoas que estarão fazendo uso de tudo isso, o que exigirá evolução da forma como nós interagimos e as utilizamos”

O Futuro do Trabalho tecnologia e o meio ambiente”, define Fernando Marco Perez Campos, mestre em Engenharia de Produção e professor da Universidade Paulista, Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) Universidade de Ribeirão Preto e Centro Universitário Claretiano.

Stella Hiroki, consultora e doutora sobre Cidades Inteligentes pela PUC-SP e fundadora da plataforma Smart City Talks, complementa: “Uma Cidade Inteligente é uma cidade primeiro resiliente e sustentável, depois a tecnologia participa como um meio para que as soluções sejam aplicadas no espaço urbano. E Fabrício Ormeneze Zanini dessa maneira, a cidade se torna receptora, mas ao mesmo tempo produtora de projetos de tecnologia que transformam o seu espaço de maneira mais economicamente sustentável, preocu“Uma cidade inteligente é aquela que usa com efetividade pada com os seus recursos naturais e tendo o cidadão os recursos tecnológicos disponíveis, como meio para como protagonista”. propiciar uma vida em sociedade que seja inclusiva, sustentável, segura e confortável. Os principais elementos Antes das Cidades Inteligentes, já experimentamos o de uma cidade inteligente são as pessoas, a mobilidade, desenvolvimento das Cidades Digitais, mais focadas na a inclusão social, o planejamento urbano, o uso da utilização da tecnologia no espaço urbano, por meio do

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O Futuro do Trabalho

Como usar a Tecnologia nas Cidades? Os benefícios do uso da tecnologia nas cidades aparecem em todas as áreas, porém, de acordo com o professor Fernando Marco Perez Campos, em função da alta demanda em soluções nas áreas de trânsito, segurança e meio ambiente, o maior destaque fica por conta destes três setores. “No trânsito temos os semáforos inteligentes, o monitoramento de fluxo e de áreas com risco de alagamentos, acidentes e infrações, implantação de uma rede de transporte público autônomo, uso de diversos tipos de veículos compartilhados por meio de aplicativos como, por exemplo, carros elétricos, patinetes e bicicletas. Estas tecnologias, quando integradas, proporcionam um trânsito mais rápido, seguro e com menor emissão de poluentes”. “Com relação à segurança, hoje contamos com drones que podem monitorar e em alguns casos até atuar em operações contra o crime, câmeras de segurança espalhadas pelas cidades podem estar conectadas a computadores que rodam programas capazes de identificar foragidos por meio do reconhecimento de face ou até mesmo pelo padrão de caminhada, radares fotográficos reportam veículos roubados ou irregulares aos órgãos competentes”. “No contexto da sustentabilidade, as cidades inteligentes utilizam a tecnologia para o reaproveitamento de água, rápida identificação de vazamentos na rede de distribuição, geração de energia limpa e compartilhada, monitoramento e controle do descarte de lixos recicláveis”.

fornecimento de infraestrutura que permite ao cidadão estar conectado onde ele estiver. Porém, para que uma cidade possa ser considerada inteligente a partir daí, torna-se necessário utilizar esta infraestrutura tecnológica para gerar valor ao cidadão. “Como exemplo, não basta uma pessoa estar no ponto de ônibus com o seu celular conectado à internet se ela não dispõe de um sistema para saber quanto tempo o próximo ônibus irá demorar para chegar”, diz Fernando. E sob este prisma, o papel do cidadão, que é o usuário de todos os serviços de uma localidade, sejam eles públicos ou privados, é primordial. “A cidade deve ser

atrativa com relação a aspectos sociais, econômicos e ambientais e os cidadãos devem estar no centro dos programas de inovação e modernização das cidades. Devem participar efetivamente das ações propostas para ajudar a melhorar o município em que residem. É fundamental a conscientização dos cidadãos quanto ao seu papel e responsabilidade na construção de cidades mais inteligentes, num processo em que eles são o agente de transformação e os principais usuários da cidade”, observa Fabrício Ormeneze Zanini, diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), sediado em Curitiba.

“A Cidade Inteligente posiciona o cidadão como protagonista da localidade, pensa em ações de sustentabilidade, produção e tradução de dados e a tecnologia é mais uma ferramenta dentro das propostas de melhorias no planejamento urbano” 12

Stella Hiroki


O Futuro do Trabalho

“Mesmo nas cidades inteligentes, a educação e a consciência das pessoas com relação ao uso dos recursos naturais, o descarte de lixos e a prevenção de acidentes continua sendo fundamental para a manutenção de uma cidade sustentável, confortável e segura”

Fernando Marco Perez Campos

Cidades Inteligentes Brasileiras O Brasil ainda engatinha no quesito Cidades Inteligentes, mas possui iniciativas promissoras. Campinas se destaca no investimento em inovação, empreendedorismo, governança e mobilidade. A cidade possui sistemas de alerta da Defesa Civil, zoneamento on-line de imóveis cadastrados, semáforos inteligentes e sistema de consulta de tempo estimado de chegadas dos ônibus em pontos de paradas, entre outros. Neste ano, o município foi eleito pelo Connected Smart Cities o mais inteligente e conectado do país, seguido por São Paulo, Curitiba, Brasília e São Caetano. Curitiba possui um transporte público muito eficiente e é considerada uma cidade altamente conectada, além de possuir políticas públicas de apoio ao uso de tecnologias como, por exemplo, a lei municipal de inovação. Santos se destaca por investir nos cuidados com o meio ambiente, possui rotas de ciclovias e uma alternativa ao transporte convencional denominado VLT - Veículo Leve sobre Trilhos. Ainda tem coleta de lixos recicláveis feita por bicicleta e uma fábrica que produz móveis e itens de decoração com materiais reciclados. Porto Alegre monitora as vias públicas por meio de câmeras de segurança conectadas a um centro integrado de comando. A cidade também utiliza ferramentas tecnológicas para zeladoria, como podas de árvores, coleta de resíduos sólidos, recuperação de asfalto e iluminação pública. “Cidades inteligentes podem existir em qualquer localidade, seja ela pequena, média ou grande. Podemos até pensar que os municípios menores terão mais facilidade de implantação de sistemas modernos de gestão e controle das informações públicas do que as grandes metrópoles, devido a sua maior complexidade”, avalia Gabriel Vendruscolo de Freitas, arquiteto e urbanista, especialista em Geoprocessamento, mestre em Engenharia Urbana e docente da Instituição Universitária Moura Lacerda.

“O Brasil deve incentivar o meio acadêmico à produção de tecnologias aplicadas às cidades inteligentes. Dispomos de muitos recursos para o desenvolvimento de protótipos com um custo muito reduzido que podem resultar em excelentes produtos aplicados às cidades neste contexto”, diz Fernando Campos. “A chance de um projeto testado no Brasil funcionar em outras cidades ao redor do mundo é muito maior do que importar uma solução de fora. O Brasil tem mais potencial no planejamento de pequenos e médios municípios como Cidade Inteligente do que no movimento das capitais para as cidades de pequeno porte. Municípios como Viçosa/MG, Joinville/SC e Belo Horizonte são algumas que se destacam no alinhamento entre inovação, tecnologia e planejamento urbano”, observa Stella Hiroki.

Conhecimento Interno E por onde uma cidade deve iniciar seu projeto para se tornar inteligente? “O passo inicial seria o desenho e o cadastro. Uma cidade que não conhece a localização das suas redes de água, esgoto, drenagem, energia elétrica, os proprietários dos lotes, a quantidade de área construída e de área verde, o uso do solo urbano e rural, não pode ser considerada ‘inteligente’. A criação de um Mapa Urbano Básico seria um bom início. Com esta base cartográfica, a sociedade civil organizada, a prefeitura e os técnicos presentes no município podem avaliar os problemas e as vocações de diferentes áreas da cidade e, de forma comunitária e participativa, produzir um Plano Diretor para um horizonte mínimo de dez anos”, aconselha Gabriel. “Uma cidade inteligente não nasce de um dia para o outro. É preciso construir um legado de infraestrutura e entender a vocação do município, levando em conta que o maior motivo das cidades existirem é o cidadão” finaliza Fabrício Zanini.

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Especial Blockchain

Uma Revolução Feita em Blocos por Angelo Davanço

Carl Amorim explica como os protocolos Blockchain vão impactar nas relações de produção e consumo, gerando novas oportunidade econômicas e sociais para todos. E atenção, a revolução só está começando

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magine uma relação de consumo em que você tenha acesso a informações sobre cada etapa de produção de determinado item, ou a concretização de um negócio, a compra de um imóvel, por exemplo, sem a necessidade de um intermediário para validar o contrato? Pense em um ecossistema produtivo em que blocos de informações se cruzam para legitimar processos? Pois muitos destes conceitos já existem ou estão em vias de acontecer graças ao Blockchain. “Deixando de lado o tecniquês e os detalhes que só interessam aos desenvolvedores e concentrando no que é importante, podemos dizer que o Blockchain é uma tecnologia que permite a transação de ativos – dinheiro, títulos mobiliários e imobiliários, dados pessoais, votos, obras de arte, direitos autorais, ativos físicos e até energia”, define Carl Amorim, Country Executive do Blockchain Research Institute no Brasil, engenheiro civil, mestre e doutorando em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em termos práticos, o Blockchain será o protocolo de valor onde as novas tecnologias como inteligência artificial, drones, internet das coisas, vão rodar. “Ele dará a segurança, a resiliência, a transparência e a confiabilidade que as transações de ativos exigem, garantindo o processamento dos contratos, efetuando pagamentos a partir de gatilhos programados”, completa Amorim. Em termos estruturais, o Blo-

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ckchain se configura como uma rede que funciona com blocos encadeados e seguros, que carregam um conteúdo junto a uma impressão digital. Esta cadeia de blocos permite que o bloco posterior contenha a impressão digital do anterior mais o seu próprio conteúdo. A partir destas duas informações, o bloco cria sua própria impressão digital e assim por diante. “Em resumo, o que isso quer dizer é que eu posso trabalhar com moeda, com dinheiro, sem precisar de um banco, posso trabalhar com certificação e registros de documentos sem precisar de um cartório, posso trabalhar com títulos de valores mobiliários sem precisar de uma bolsa de valores, posso fazer operações financeiras absolutamente sofisticadas sem qualquer intermediário no caminho, posso certificar origem de bens sustentáveis, orgânicos, obras de arte, sem precisar de uma certificadora, eu posso votar sem um tribunal, ou um intermediário dizendo que aquele voto é valido ou certificar meu título de eleitor, então quer dizer que eu tiro o intermediário, mas passo estas informações para uma rede distribuída, que é remunerada pela execução daquelas transações. Vale dizer que eu saio de uma única unidade certificadora, que atrapalha e encarece os processos, e passo isso para um protocolo que vai validar, por meio de uma rede de trabalho, prova de participação e alguns mecanismos e processos, tais procedimentos”, explica Amorim.

“Eu diria que em cinco ou seis anos, ninguém vai se preocupar em saber o que é o Blockchain, mas ele vai ser a base de tudo o que a gente está fazendo”


Especial Blockchain

‘Blockchain não é só tecnologia e criptomoeda’

foto Shutterstock

Quando perguntado sobre os conselhos que poderia dar para quem quer se aprofundar no conceito de Blockchain, Carl Amorim tem a resposta na ponta da língua: “Meu principal conselho é a pessoa entender que o Blockchain não é uma revolução tecnológica, mas sim uma revolução política, social e de modelos de negócios. Então, preocupar-se apenas com as criptomoedas é péssimo, porque você só vai ver parte do negócio, não vai ver como um todo e não vai conseguir entender o impacto que ele vai causar. Eu recomendaria olhar o Blockchain efetivamente como uma

tecnologia nova que vai gerar inovações em diversas áreas. Quem quer entender como o Blockchain atua na sua área, tem que começar investindo em livros ou em cursos que olhem a cadeia de blocos pelo lado dos negócios, e a partir desse entendimento e da interação com quem vem fazendo as coisas, começar a investigar como isso vai impactar naquilo que a pessoa gostaria de fazer. Você não atua no mercado do Blockchain, você vai atuar no seu mercado em baixo do impacto que o Blockchain vai causar nele”.

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Especial Blockchain

“O que vai acontecer é que o Blockchain vai permitir formas de trabalho que hoje não são possíveis com os mecanismos que a gente tem, e serão formas de trabalho mais eficientes e mais eficazes” .LA ps://VIU Acesse httfoto do rosto a Tire um desta página e da pessoamais conteúdo. descubra

Glossário básico do Blockchain Confira o significado dos principais termos quando o assunto é uma cadeia de blocos: Blocos e Blockchain Uma rede ponto a ponto (P2P) de Blockchain usa um livro razão distribuído onde as transações de negócios são registradas permanentemente. O livro razão age como uma única fonte de verdade, permitindo que participantes visualizem somente as transações relevantes para eles. Todos os blocos de transação confirmados e validados são vinculados e encadeados a partir do início da cadeia até o bloco mais atual, por isso o nome Blockchain. Transações, ativos e consenso Uma transação é uma transferência de ativo para dentro ou fora do livro razão. Qualquer coisa que possa pertencer ou ser controlada para produzir valor é um ativo. Ativos podem ser tangíveis (uma casa ou um carro) ou intangíveis (uma hipoteca ou um financiamento). O livro razão torna-se o sistema de registro para um negócio. As entradas no

livro razão são sincronizadas com todos os livros razão na rede. O consenso assegura que esses livros razão compartilhados sejam cópias exatas e reduz o risco de transações fraudulentas, porque a violação precisaria ocorrer em vários locais exatamente ao mesmo tempo. Assinaturas digitais Assinaturas digitais asseguram que o destinatário receba as transações sem partes intermediárias modificando ou falsificando o conteúdo das transações, enquanto também asseguram que as transações sejam originadas de emissores (assinadas com chaves privadas) e não de impostores. Criptomoedas Criptomoedas são um tipo de token criptográfico baseado na tecnologia Blockchain que atua como um ativo monetário, pois permite a transferência e a reserva de valor. Fontes: IBM e Bit2Me Academy

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Especial Blockchain

Casos de uso de Blockchain As tecnologias Blockchain são um divisor de águas em potencial para muitos mercados porque organizam atividades com menos dificuldade e mais eficiência. Confira alguns usos e áreas beneficiadas em potencial: Internet das Coisas • Gerenciamento de dispositivos Assistência Médica • Registros médicos eletrônicos • Bancos de vírus

Como exemplo prático de aplicação do conceito Blockchain, Carl Amorim costuma usar o caso da rede de hipermercados norte-americana Wall Mart. “A rede fez um projeto piloto para entender como o Blockchain poderia rastrear a cadeia de alimentos deles. Testaram com dois tipos de alimentos, um foi a manga e outro foi a carne de porco, e a partir destes testes chegaram à conclusão que o Blockchain irá efetivamente trazer ganhos não só na segurança alimentar, mas também nos processos. A partir daí estabeleceu-se que o Wall Mart só vai receber fornecedores, a partir de 2020, que estejam na cadeia de blocos que eles possuem, ou seja, a companhia está forçando o estabelecimento de um ecossistema de fornecimento de alimentos para a sua cadeia”, diz.

Impacto no Futuro

• Backup da área segura • Contratos de seguro entre médico e fornecedor Serviços Financeiros • Cartas de crédito • Dívidas e obrigações corporativas • Plataformas de comércio • Remessa de pagamento • Acordos de recompra • Mercado de câmbio Seguros • Processamento de reclamações • Seguros P2P • Títulos de propriedade • Vendas e subscrição Governo • Processos de concorrência do governo • Voto • Impostos Indústria • Processos de manufatura Varejo • Pontos de fidelidade Vários segmentos de mercados • Gerenciamento de identidade • Mercado de confiança • Gerenciamento de ativo de capital Outros mercados • Jogos • Música Fonte: IBM

O futuro que se abre para os negócios a partir do Blockchain é imenso, uma vez que, se adotados protocolos em sua totalidade, surgem ganhos exponenciais. Eliminado trabalhos mecânicos intelectuais – a necessidade de uma pessoa para emitir uma transferência financeira, para fazer uma conferência de dados, uma negociação de frete, por exemplo –, torna-se possível fazer a substituição por contratos inteligentes, baseados em inteligência artificial, internet das coisas, em cima de um protocolo de Blockchain, possibilitando que as empresas foquem no que realmente é importante para os negócios. “Permite que as empresas distribuam seu processo de produção, de fabricação, ou seja, eu vou poder fabricar de forma distribuída meu produto com garantia de que não estou sendo roubado ou que aquilo não está sendo falsificado. Estima-se que até 2030, todo bem de consumo vai ser produzido a menos de 20 quilômetros de onde ele está sendo consumido. A ideia da grande fábrica, que abastece um país inteiro, ou o mundo todo, corre o risco de acabar em breve, então as empresas vão, em um extremo, poder chegar a um modelo de negócios onde, para montar a minha corporação eu vou ter um leque de serviços e de profissionais que vou contratando para desempenhar certas tarefas e, de acordo com a sua prova de trabalho e com a produção, eles são remunerados, tudo isso controlado pelo Blockchain e por inteligência artificial”, avalia Amorim. Há, ainda, a expectativa dos entusiastas do conceito de que ocorra a inclusão de todo um grupo de pessoas que está excluído dos processos econômicos. “Se eu posso fazer captações de dinheiro baseadas em Blockchain, se eu posso ter moedas comunitárias, se eu posso ter produção local das coisas, eu vou fazer o dinheiro circular nas comunidades mais vezes, ao contrário de ele ser concentrado para enviar para grandes centros ou para grandes áreas produtoras, para a China, para países da Ásia, que produzem mais barato, ou para grandes redes prestadoras de serviço internacionais. Você vai ter um giro maior do dinheiro na economia local, o que vai possibilitar o surgimento de uma estrutura de pequenos negócios via Blockchain, promovendo desenvolvimento econômico e social para as pessoas”, prevê Amorim.

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#oMelhorProfissional – Tecnologia

Das raves ao maior evento de experiências tecnológicas do mundo por Angelo Davanço

Tonico Novaes começou organizando festas de música eletrônica e hoje é um dos responsáveis pela Campus Party Brasil, que neste ano atraiu um público total de 130 mil pessoas

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epois de pouco mais de quatro anos à frente da direção geral da Campus Party Brasil, Tonico Novaes vai virar o ano com um novo desafio, ao assumir o cargo de diretor de patrocínios do evento que, anualmente, reúne mais de 100 mil pessoas para cinco dias de imersão em casos de inovações tecnológicas e desenvolvimento de novos negócios. “Trabalhar na direção geral da Campus Party é muito gratificante pois a relação de troca com a comunidade campuseira é muito intensa. Acredito que agora poderei contribuir para trazer maiores ativações e experiências diferenciadas de marcas para ajudá-las a ter uma maior participação e engajamento com a comunidade”, avalia Tonico, antes de fazer planos: “Acho que agora vou ter tempo de ir na Campus Party e curtir mais o evento! (risos)”. Não que ele não tenha curtido cada edição que participou como diretor geral, “acumulando” o cargo de mestre de cerimônias no melhor estilo cosplay, encarnando personagens como Harry Potter, Darth Vader, Capitão América e Spock, entre tantos outros. Tanta desenvoltura sobre o palco vem da trajetória de Tonico. Formado em Administração de Empresas com ênfase em eventos e inúmeros cursos na área, incluindo ESPM e Harvard Business School, ele foi um dos pioneiros das raves no Brasil, levando as festas para um público de alto poder aquisitivo no final da década de 1990. “As raves eram marginalizadas, mas com o seu crescimento e legalização dos próprios eventos, se transformaram em grandes festivais de música eletrônica, onde conseguimos transbordar as experiências do público e damos ‘tempo’ para as pessoas. Acho que as ferramentas para que as pessoas esqueçam o dia a dia e se concentrem no próprio festival mudaram um pouco, mas continuam com o grande objetivo de entregar mais ‘tempo’ a quem participa”, explica. Tempo que, na Campus Party, é ocupado com uma infinidade de atividades voltadas à tecnologia, diversão, inovação, novos negócios e educação em tempos digitais. Para Tonico, já é um consenso que a educação brasileira é algo ultrapassado. Ele gosta de citar Ney Neto, um dos seus pares na MCI, a empresa produtora do evento no Brasil, que diz que temos que ensinar para nossas crianças coisas que a máquina não pode aprender. “O Ney tem razão,

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Espanha recebeu a primeira Campus Party há 22 anos A Campus Party surgiu na Espanha, onde foi realizado o primeiro dos eventos em 1997, posteriormente estendendo-se a outros países como Brasil, Colômbia e México. Hoje é considerado um dos maiores eventos de inovação, ciência, criatividade e entretenimento digital de todo o mundo, tendo reunido milhares de cidadãos de todos os cantos em um único espaço. A versão brasileira do evento foi realizada pela primeira vez em 2008 e, ao longo de 12 edições, já se consolidou como uma das maiores do planeta.

Números

130 mil

Foi o ano da chegada da Campus Party ao Brasil Foi o público total (entre campuseiros e visitantes) da última edição, realizada entre 12 e 17 de fevereiro, no Expo Center Norte, em São Paulo

900

Palestrantes participaram do evento em 2019, oferecendo mais de 1.000 horas de conteúdo, 24 horas por dia.

3 mil

Pessoas estiveram envolvidas na organização da Campus Party 2019 foto: Divulgação

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foto: Divulgação

#oMelhorProfissional – Tecnologia

“É difícil dar conselhos, mas hoje aconselharia as pessoas a serem colaborativas, inclusivas, humanas e sempre estar de olho nas ferramentas tecnológicas para entender como podemos viver numa sociedade melhor”

temos que passar às crianças o contrário do conhecimento acumulado e trazer a parte do sentimento, da sustentabilidade, da afeição, do respeito ao próximo. Que são coisas que dificilmente a máquina vai aprender”, reflete Tonico. “Acho que a educação está passando por uma transformação muito grande, principalmente quando falamos em educação nos negócios, com diversas ferramentas tecnológicas, e as pessoas tendo acesso cada vez mais a possibilidades da economia circular e compartilhada. Esse é um caminho sem volta”, completa.

Tecnologia e Trabalho Para Tonico, chegamos em um momento em que devemos parar de falar em geração de emprego e começar a falar em geração de renda através da economia compartilhada, das tecnologias, para criarmos soluções tecnológicas que ajudem a sociedade a trabalhar de forma mais colabora-

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tiva. “Temos que entender que estamos entrando numa época de colaboração, de se importar com o próximo, de inclusão. Os jovens hoje já estão vivenciando isso. Há muito mais harmonia e confraternização com essa nova geração do que com as gerações que já estão no mercado de trabalho”, acredita. E como o mercado de trabalho em si pode ser afetado pela escalada da tecnologia? “É preciso entender como o mundo moderno vai se equilibrar com a digitalização e a chegada da inteligência artificial, o machine learning, a ciborguização, o blockchain. Antes, pesquisas diziam que na próxima década, 30% dos trabalhos desapareceriam. Hoje já acredito que 10% irão desaparecer, mas 100% se transformarão, ou seja, todas as profissões vão mudar. O profissional que souber se adaptar não vai ser substituído pelo robô, ele saberá como trabalhar em sinergia, usando a ferramenta como um meio”, finaliza.



#oMelhorProfissional – Gastronomia

Receitas, carnes, vídeos e muito bom humor por Angelo Davanço

Chef Cadu Evangelisti trocou a publicidade pela culinária e hoje ensina, no YouTube, todos os segredos para preparar uma boa carne

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abe aquelas propagandas de carnes suculentas, que acabaram de sair do fogo, que dão água na boca em qualquer um que aprecia o alimento? Pois o chef Cadu Evangelisti, 28 anos, sabe muito bem como prepará-las. Tanto a carne quanto a propaganda! Nascido em São Paulo e morando em Ribeirão Preto há muitos anos, Cadu fez faculdade de Publicidade e Propaganda. “Eu sempre tive a cozinha como opção, mas, na época em que precisei decidir qual vestibular prestar, não havia nenhum tipo de incentivo à carreira de cozinheiro. Não existiam chefs famosos, programas de TV, reconhecimento e respaldo. Então cursei Publicidade e fiz pós-graduação em Gestão de Marketing”, conta. Depois de formado, lá foi ele encarar a rotina das agências. Mas não por muito tempo. “Após três anos de carreira e com certo reconhecimento no mercado publicitário, percebi que, definitivamente, não era aquilo que eu queria. Eu não me via fazendo outra coisa, senão dentro de uma cozinha. Então, passei de ‘publicitário conhecido’ a ‘cozinheiro iniciante’. Comecei do zero, sem vergonha, sem medo, sem pudores e sem barreiras. Fui estudar, trabalhar, buscar minha identidade e recuperar o tempo ‘perdido’”, ele diz. Decisão tomada, já são quatro anos atuando como cozinheiro profissional, seja em restaurantes, hotéis ou bufês. Hoje, ele está à frente da cozinha do Vila Beef, uma casa de carnes com bufê, empório e restaurante sob reserva na Zona Sul de Ribeirão. E é lá que Cadu Evangelisti apresenta, ao lado do zootecnista especialista em carnes, Marcelo Whately, os programas produzidos especialmente para o canal Vila Beef no YouTube. Se você nunca viu, não espere encontrar apenas o passo a passo sobre como fazer o melhor corte de carne ou as boas práticas para o churrasco perfeito. A dupla Cadu e Marcelo investe na diversão para prender a atenção do internauta. “O bom humor faz parte da nossa personalidade. Então, não foi muito difícil definir esta linha. A gente é o que transparece nos vídeos, sem tirar nem pôr, é isso que faz com que o conteúdo seja leve e agradável. Ao mesmo tempo em que queremos passar um conteúdo rico, técnico e relevante, também queremos proporcionar um momento de descontração para quem assiste”, revela o chef. E assim, nessa linha bem-humorada, já foram produzidos episódios temáticos ligados ao Natal, às festas juninas e ao Halloween, tudo com figurinos e acessórios bem cuidados. Um dos mais divertidos é um vídeo sobre como fazer o churrasco coreano, em que Cadu encarna o cantor Psy, em uma pequena performance do hit “Gangnam Style”. Além de dominar o preparo da carne como ninguém, o chef ainda relembra seus conhecimentos em Publicidade e Propaganda nos detalhes da produção dos programas, que são cuidadosamente trabalhados. Segundo ele, episódios mais simples, com receitas

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foto: Guilherme Bordini

#oMelhorProfissional

curtas, sem convidados, levam, aproximadamente, três horas para gravar. Se tem convidado ou receita longa, são quatro horas. Já os episódios especiais, como o de Natal, Halloween e Réveillon, chegam a consumir oito horas de gravação. “É cansativo, mas é muito leve o clima de gravação no set. O Marcelo e eu somos muito amigos, então vamos tomando nossa cervejinha durante as gravações, sempre brincando e topando tudo que nos é proposto por nossa equipe de produção”, garante Cadu.

Culinária na TV Outra experiência que o chef leva para seu trabalho no YouTube é a participação na segunda temporada do programa The Taste Brasil, em 2016, no canal GNT. “Minha participação foi breve, mas muito significativa para mim. Tive a oportunidade de cozinhar para três chefs incríveis, sendo que um deles é meu ídolo desde os 14 anos, o Claude Troisgros. Eu quis ser cozinheiro por ele, eu imitava os gestos dele na cozinha, eu queria ser ele, fazer o que ele fazia. Então, quando eu o vi lá, comendo meu prato, elogiando, chorando comigo, me abraçando, enfim, foi incrível”, relembra. “Ouvir Felipe Bronze, Claude Troisgros e André Mifano dizendo ‘você é bom, segue o seu caminho’ foi o empurrão que faltava para a minha carreira. As portas começaram a se abrir e fui aproveitando as oportunidades”, completa.

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Sobre a grande quantidade de programas de culinária hoje na TV, Cadu acha válido. “É realmente uma epidemia de programas de culinária. E isso fortalece o nosso trabalho. Obviamente que, hoje, a demanda por cursos de gastronomia é muito maior e boa parcela se deve aos programas. É normal! Futebol passa todos os dias na TV, e todo mundo quer ser jogador. Todo mundo quer ser cantor. Todo mundo quer protagonizar a novela das 21h. Agora, todo mundo também quer ser chef, mas nem todo mundo topa passar o que um cozinheiro passa até se tornar chef, e é aí que mora o problema”, avalia. Para ele, quem assiste a programas de culinária no conforto do sofá, com o ar-condicionado ligado, não sabe o que se passa dentro de uma cozinha profissional. “O calor, as dores nas pernas, nas costas, nos ombros. Os dedos cortados, braços queimados, cabelo engordurado. O cheiro constante de cebola, alho, peixe. A alimentação descompensada, os feriados perdidos”, enumera. Mas você pensa que, com tanta coisa que pode ser considerada uma adversidade para a maioria dos mortais, o chef Cadu pensa em desistir? De maneira alguma. “Não existe glamour nenhum na cozinha profissional, mas existe uma paixão que me faz acordar todo santo dia feliz da vida por poder servir comida. Por poder transformar o dia de alguém através de um prato”, finaliza.

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#oMelhorProfissional – Agronegócio

Tecnologia aplicada ao Agronegócio por Angelo Davanço

Drones, nano satélites, inteligência artificial. Tudo isso já é realidade no campo brasileiro e, com barateamento de equipamentos e melhor conectividade, pode beneficiar também os pequenos e médios produtores rurais, diz o engenheiro eletrônico Lúcio André de Castro Jorge

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ilho e neto de pequenos e médios produtores rurais, trabalhar com as coisas ligadas ao campo foi o caminho natural para o engenheiro eletrônico Lúcio André de Castro Jorge. Nascido em Barretos (SP), foi por lá que fez a graduação, aliando a um estágio na Embrapa Instrumentação, em São Carlos, onde também concluiu seu mestrado pela Universidade de São Paulo, na área de computação gráfica aplicada a imagens. Depois veio o doutorado explorando a captura de imagens aéreas com drones para uso na agricultura. “A Embrapa foi o grande berço para desenvolver equipamentos e desenvolver a linha de softwares, principalmente softwares embarcados para processamento de imagens em drones. Ultimamente os drones viraram o grande boom, mas quando ocorreu o avanço desta tecnologia, a gente já estava aí como precursor na área”, avalia Lúcio. Depois de viajar por mais de 20 países para especialização profissional, o engenheiro hoje é professor em cursos de mestrado na Universidad Mayor e na Universidad de Chile, onde orienta temas nas áreas de teledetecção com uso de aeronaves não tripuladas. Na Embrapa Instrumentação, onde atua há 28 anos, seu foco é no desenvolvimento de softwares de imagem e comunicação e, principalmente, no uso de drones no agronegócio.

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“O agro está em ebulição, as tecnologias estão avançando bastante, principalmente tecnologias da inteligência artificial, do blockchain, da agricultura de precisão, drones, processamento de imagens e visão computacional. O que a gente tem dificuldade ainda é a conectividade. O agricultor precisa das máquinas conectadas, de dispositivos conectados, e em nosso campo hoje, no Brasil, grande parte das unidades produtoras não tem internet, e quando tem, é de forma limitada”, alerta. E mesmo com as limitações, já são várias iniciativas ligadas à tecnologia acontecendo no campo. “Nós temos drones com sensores no visível, sensores em outras bandas espectrais, que permitem analisar falhas de plantio, analisar plantas invasoras, avaliar estresse hídrico e nutricional da planta. Existem sensores de ponta, que ainda não estão disponíveis pelo preço, mas que devem chegar em breve, que permitem fazer a detecção precoce de pragas e doenças”, enumera Lúcio. No caso dos drones, além dos vários sensores que são desenvolvidos para o campo, já é uma realidade o plantio por meio do equipamento, aplicação de pulverização e até para controle biológico pela liberação controlada de insetos. “Não só os drones, temos chegando aí os nano satélites. A Embraer deve lançar no próximo ano um satélite que tem uma operação abaixo


Custo da Tecnologia Impede Uso Amplo

do satélite convencional, com uma alta definição e uma frequência maior de visitação no campo. Com isso vamos ter uma qualidade de dados muito maior”, prevê o engenheiro.

Conhecimento Agronômico

Todo avanço da tecnologia no campo vem com uma premissa básica, segundo Lúcio: ajudar o produtor rural em suas tomadas de decisão. “O grande desafio daqui para frente, a partir destes avanços nos sistemas de monitoramento e coleta de dados, é criar um sistema de inteligência artificial para aumentar o potencial de produtividade de forma ordenada”, avalia. Mas, para obter o sucesso nestas decisões, não basta apenas usar e abusar dos recursos tecnológicos. “Apesar da inteligência artificial ter avançado significativamente, falta efetivamente juntar estas técnicas de inteligência, que vai minerar os dados, com o conhecimento agronômico. O processo no campo é complexo, depende do clima, depende da variação do preço dos insumos, depende do solo, da máquina pesada que passou na terra, são várias tomadas de decisão, então não adianta ter um sensor mapeando produtividade ou um drone tirando imagens de índice de vegetação e dizer que só com aquilo você vai determinar uma ação. Muitos aplicativos que estão chegando, a exemplo de empresas inglesas, espanholas, australianas e norte-americanas, têm trazido soluções em cima dos dados, porém, elas não embutem o conhecimento agronômico e este é o fator que deve avançar nos próximos anos”, projeta Lúcio.

foto: Malu Tinoco

Mesmo com os preços caindo, utilizar recursos da tecnologia na agricultura ainda é um fator que limita o amplo acesso dos produtores rurais. O engenheiro eletrônico Lúcio André de Castro Jorge cita o exemplo dos drones. Se até pouco tempo era preciso importar um equipamento da Suíça, por até R$ 300 mil, hoje é possível adquirir um drone montado no Brasil na faixa de R$ 30 mil para uso no campo. “O preço está ficando cada vez mais acessível, mas a maioria de pequenos e médios produtores, que são em quantidade muito grande, ainda não tem acesso a essa tecnologia. Hoje, quem se utiliza em larga escala, basicamente, são as grandes usinas, grandes produtoras de soja e milho, de algodão, estes sim estão com equipes, têm técnicos e conseguem aplicar a tecnologia de imediato. Para os demais, de uma forma em geral, há acesso à tecnologia via universidades, startups que estão no campo, feiras agropecuárias de demonstração a todo momento, e existem linhas de fomento até para comprar drones”, explica, antes de aconselhar quem pensa em dar os primeiros passos no uso da tecnologia no campo: “Primeiro é preciso se informar. Participe de eventos, visite quem já usa. A partir daí, a melhor forma de começar é fazer um teste na sua área, você separa um pedaço e começa a fazer parcerias com universidades, com institutos de pesquisa. Aprenda com os vários estágios. O drone, por exemplo, tem vários tipos, dos mais simples aos mais caros, mais sofisticados, comece com o menorzinho, com câmera no visível e vai enxergando, vai ganhando o mínimo de noção de como usar aquela tecnologia para depois, então, passar para outros estágios”.

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#oMelhorProfissional – Saúde

Nascido para Cuidar por Angelo Davanço

Desde criança, Rodolfo José Favaretto Filho gostava de ajudar quem se feria. Hoje atua como médico urologista e alerta sobre a necessidade de prevenção do câncer de próstata e outros tumores

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e existem pessoas que nascem para exercer algum tipo de atividade, esta afirmativa pode ser aplicada perfeitamente a Rodolfo José Favaretto Filho, 38 anos. Nascido em Pontal, no interior paulista, foi para a vizinha Ribeirão Preto ainda pequeno e lembra que, desde criança, quando via algum animal ferido ou alguém machucado, queria logo ir lá dar uma olhada e, de quebra, ajudar. “Meus pais contam que sempre que eu via uma pombinha morta, dava um jeito de pegar uma faca, queria abrir, ver como era por dentro”, recorda. O resultado desta curiosidade? O menino se transformou no Dr. Rodolfo, médico formado pela Universidade de Ribeirão Preto, com residência em urologia pelo Hospital Santa Marcelina, de São Paulo, e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia. “Ainda durante a faculdade eu já sabia que seguiria carreira na urologia, por ser uma especialidade bem ampla, que aborda parte clínica, parte estética e parte cirúrgica. Esta foi minha melhor escolha de vida e realmente não me vejo fazendo outra coisa”, reconhece o médico, que atende em seu consultório particular e no Grupo São Lucas, em Ribeirão Preto, e em São Paulo, onde trabalha semanalmente realizando cirurgias urológicas. Rodolfo explica que a urologia, embora pelo senso comum seja fortemente ligada à população masculina adulta, é uma especialidade mais

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abrangente. “Creio que a urologia, por estar sempre relacionada, primeiramente, a câncer de próstata, disfunção erétil, impotência sexual, acaba ligada ao homem, mas é uma especialidade muito mais ampla do que a maioria pensa. Não é incomum, no meu consultório, quando estou atendendo uma paciente mulher, e o próximo é um homem, ele me perguntar: ‘Mas doutor, urologista atende mulher?’ Sim, atende mulheres, crianças, adultos, jovens, adolescentes, é uma especialidade ampla, que acaba abordando ambos os gêneros, independentemente da idade”, explica. E não é apenas quando se chega aos 40, 50 anos, que o homem deve se preocupar em procurar um urologista para avaliar a próstata. O especialista deve ser consultado desde a infância. “Assim como a mulher conta com o ginecologista, é importante que o homem tenha um médico de referência, que no caso somos nós, os urologistas”, recomenda Rodolfo, que lembra da campanha #VemProUro, desenvolvida anualmente pela Sociedade Brasileira de Urologia para estimular a ida precoce ao consultório. “Desde os primeiros meses de vida dos meninos, é importante avaliar o testículo, o saco escrotal, a bolsa testicular, a questão da fimose”, enumera. “E as consultas devem se prolongar ao longo da vida, tornando-se recomendável anualmente, a partir dos 40 ou 50 anos”, completa.


Fique Atento

#oMelhorProfissional

foto: Guilherme Bordini

As atuais recomendações para a prevenção do câncer de próstata com o PSA (análise de sangue) e exame de toque são: Pacientes a partir dos 50 anos de idade ou pacientes acima de 45 anos que tenham história familiar de câncer de próstata e/ou da raça negra.

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Novembro Azul A campanha Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, que são realizadas no dia 17 de novembro. No Brasil, o movimento teve início em 2008, pela Sociedade Brasileira de Urologia. O objetivo da campanha é promover uma mudança no conceito de ir ao médico, estimulando os homens em geral a fazerem seu exame de rotina, exames preventivos, fazerem uma avaliação global de sua saúde, incluindo a prevenção do câncer de próstata. “Após a introdução desta campanha, devido a mais informações disponíveis, adesão por atores, jogadores de futebol, celebridades, houve um aumento significativo na procura pelo urologista com intuito preventivo”, avalia Rodolfo. E como em todas as áreas da saúde, prevenção é a palavra de ordem quando o assunto é o câncer de próstata. “O diagnóstico precoce vai evitar doenças no futuro, que poderiam ser tratadas de uma forma menos invasiva. Um diagnóstico tardio talvez possa trazer até a possibilidade de não haver mais um tratamento possível”, alerta. “Lembrando que o câncer de próstata é assintomático,

assim, somente os exames preventivos podem indicar sua presença ou não”, alerta. Mas não é apenas sobre a próstata que o urologista lança seu olhar quando o assunto é a prevenção. Um exemplo é o câncer de testículo. “Assim como a mulher tem o hábito de fazer o autoexame da mama, o homem também tem que criar o hábito de avaliação do testículo. Uma vez por mês, durante o banho, palpar o testículo com cuidado, avaliar se tem algum nódulo, algum caroço indolor. Se teve alguma alteração, procurar o quanto antes o urologista”, aconselha. Cânceres de rim e de bexiga geralmente podem ocasionar sangramento indolor na urina, um sinal de que é preciso procurar o médico, principalmente quando associado ao tabagismo, considerado o principal fator de risco para os tumores renais e na bexiga. “Estes são alguns sinais importantes para se ficar atento, mas o ideal mesmo é a prevenção, não esperar nenhum destes sintomas aparecer para procurar o médico, nosso objetivo é antecipar este quadro e fazer um diagnóstico precoce, onde a chance de cura pode chegar, em alguns casos, próximo aos 98%”, esclarece Rodolfo.

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#oMelhorProfissional – Nutrição

Tatiana Zanin trocou o consultório para produzir conteúdo sobre saúde e bem-estar por Camila Rodrigues

Descubra como a nutricionista transformou um período de descanso em um site referência na área de cuidados com a saúde

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aulista natural de Santos (SP), Tatiana Rodriguez Zanin é uma daquelas pessoas de espírito inquieto e curioso, sempre procurando meios para tornar a vida dos outros menos complicada e, principalmente, mais saudável. Foi combinando a expertise no ramo da nutrição com a facilidade de se comunicar, de forma clara e espontânea, que a empresária encontrou um propósito para sua profissão, e, de quebra, um motivo para colocar em prática toda a sua desenvoltura frente às câmeras. O interesse pela nutrição desabrochou ainda na infância, quando Tatiana decifrava os rótulos de produtos no supermercado. “Basicamente, aperfeiçoei a minha capacidade de leitura, por volta dos 7, 8 anos, com as embalagens de alimentos”, diverte-se ao lembrar. Contudo, segundo ela, o interesse não perdurou apenas nessa fase. “Sempre tive muita curiosidade com os alimentos. Gostava de fazer testes, inventar receitas de bolos e preparar refeições para minha família. Adorava imaginar como determinado ingrediente estaria agindo no meu organismo depois de comê-lo”, conta. Nem precisa dizer que a vocação tornou-se realidade, quando se formou em Ciência da Nutrição, em 2001. Porém, Tatiana afirma que o curso de Engenharia de Alimentos também estava nos seus planos. “Eu adoro falar com as pessoas e me interesso muito em poder ajudar, por isso, a clínica ganhou quando tive que escolher entre as duas graduações”, explica.

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#oMelhorProfissional

Mudança de Ares Ao terminar os estudos, Tatiana foi fazer um intercâmbio que, a princípio, duraria três meses em Portugal, mas que já perdura 20 anos. “O começo, como em qualquer lugar, foi duro. Trabalhei em bares, cafés, shoppings, com promoções de marca e, até mesmo, em recepção de academia. Sou grata por cada dia duro que vivi, pois me tornou quem sou hoje e me orgulho disso”, destaca. Nessa fase, a empresária conta que os trabalhos eram para bancar a continuidade de seus estudos. “Estava determinada a pagar o mestrado, que fazia enquanto procurava oportunidade de trabalho na minha área profissional. Foram anos bem difíceis, mas olhando para trás, foi um tempo de amadurecimento importante na minha trajetória”, diz. Já estabelecida profissionalmente, atuando como nutricionista, Tatiana engravidou de seu primeiro filho, em 2007, e teve que ficar de repouso em casa, o que a impossibilitou de atender seus pacientes na clínica. “Comecei a escrever artigos sobre alimentação na gestação e desenvolvimento do bebê, já que todas essas ques-

tões faziam parte do meu cotidiano. Desse modo, surgiu o TuaSaúde, como meio de sanar as principais dúvidas relatadas pelos pacientes”, explica. Entretanto, o site só foi ganhar corpo e atenção integral de Tatiana durante a gravidez de seu segundo filho, no final de 2011. “Decidi que o portal deveria alcançar um número maior de pessoas e tinha, sim, potencial para isso. Por esses motivos, parei de atender no consultório para me dedicar apenas ao site e aos meus filhos”, conta.

Canal Destinado à Saúde

Com o site bem colocado, ela e sua equipe notaram a necessidade de atingir outro nicho de pessoas e levar conteúdo de uma maneira diferente, mas sem perder o caráter informativo. Desse modo, surgiu “o irmão mais novo”, como gosta de chamar, que é o canal no YouTube. “Pensamos em começar o canal pelo menos um ano antes de lançarmos o primeiro vídeo para entender se eu teria coragem, carisma e se as pessoas iriam gostar dessa forma de comunicação com mais leveza”, conta. “Não tenho receio de afirmar que essa plataforma é um reflexo real da nossa equipe: pessoas que se importam com os outros e que dão o máximo para ajudá-los”, afirma.

“Foram anos bem difíceis, mas olhando para trás, foi um tempo de amadurecimento importante na minha trajetória”

foto: Divulgação

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#oMelhorProfissional – Nutrição A nova fórmula deu tão certo que rendeu participações especiais e chamou a atenção de profissionais conceituados na área médica. “A parceria com o doutor Dráuzio Varella surgiu de forma orgânica. Sempre admirei aquele homem. Ele é como um ídolo para mim, fora que me identifico muito com a sua missão de vida”, conta. “Nós contatamos a agência de Dráuzio para propor uma participação. Contudo, na mesma semana que fizemos a solicitação, eles também entraram em contato conosco. Foi uma das coincidências mais felizes da minha vida”, lembra.

foto: Divulgação

Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de assistir, Tatiana conta, com carinho, qual foi a participação mais engraçada que teve com o médico. “O vídeo que mais me orgulho de ter feito foi quando o levamos a um banheiro para ensinar o jeito certo de fazer cocô. Foi um vídeo que viralizou na internet”, diz. A empresária garante que a parceria continua consolidada. “Todos os anos nos encontramos para produzirmos conteúdo novo”, completa.

Na parede do escritório, está a missão do TuaSaúde para que ninguém se esqueça do propósito que os movem e, desse modo, possam produzir conteúdo sério e de qualidade.

Equipe Comprometida Por trás do site TuaSaúde - que conta, segundo o balanço feito em agosto deste ano, com mais de 1.050.000 de visitas diárias, sendo 90% de acessos de brasileiros, e com 77.775.944 de visualizações só no canal do YouTube -, há uma equipe de profissionais comprometidos. “Todas as pessoas que escrevem no site são profissionais de saúde e escolhidos a dedo, não apenas pelas suas competências acadêmicas, mas pelo que acrescentam como pessoas”, salienta. Tatiana enfatiza que todos participam do processo de decisão de contratação de um novo membro da equipe. Mesmo morando em Portugal, o site é escrito em português falado no Brasil, já que, desse modo, torna-se mais fácil o entendimento de um número maior de pessoas. “No YouTube, temos um português muito charmoso e carismático, que é o Manuel Augusto Rocha Reis, nosso enfermeiro, que se esforça muito para falar um pouco do português do Brasil, para ser melhor compreendido”, conta. Ela alegra-se ao dizer que, por mês, o site conta com mais de um milhão de acessos vindos de Portugal. “O que importa realmente é que a informação alcance o maior número de pessoas possível. Todas as nossas decisões têm isso em consideração: alcançar mais pessoas com uma informação que pode aliviar algum sofrimento, esclarecer alguma condição ou trazer esperança”, finaliza.

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#oMelhorProfissional – Educação

Um olhar sobre a Educação por Angelo Davanço

Com mais de 20 anos de atuação na formação de professores e na gestão do ensino, Maria Alice Carraturi fala sobre EAD, tecnologia, desafios do setor e valorização da carreira docente

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professora Maria Alice Carraturi tem um currículo invejável. Ela é doutora em Educação na Faculdade de Educação da USP (FE-USP), mestra em Educação pela FE-USP, psicopedagoga pela Unicamp e pedagoga pela PUC-SP. Pesquisadora de novas tecnologias para educação e especialista em formação de professores, hoje é diretora de conteúdo da Bett Educar, o maior evento de educação e tecnologia da América Latina. Antes disso, foi reitora/presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e diretora de Formação de Profissionais da Educação Básica do Ministério da Educação. E pensar que tudo isso veio do exemplo que ela tinha em casa. “Minha mãe era professora e incentivou que eu também seguisse a carreira. Por fim, os cinco filhos trabalham na educação. Grande influência dessa professora de anos iniciais de escola pública”, reconhece Maria Alice, que começou a dar aulas quando ainda cursava o Magistério, aos 16 anos. “Era uma pré-escola e comecei como alfabetizadora. A cada vez que estava num nível de escolaridade, atuava também em níveis mais avançados de ensino. Na Pedagogia dava aulas no Magistério, no Mestrado dava aulas na Pedagogia e outros cursos, assumi cargos de gestão universitária, atuei na pós-graduação. Após o doutorado fui reitora, portanto, posso dizer que já atuei em todos os níveis de ensino. Hoje, gosto de trabalhar com estratégias para a educação e com gestão pública”, explica.

Educação a Distância

Maria Alice atua há mais 20 anos em formação de professores e assessorou a implantação de educação a distância em várias universidades no país. “Comecei com a EAD nos anos 2000. Havia muitas barreiras, desde as

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#oMelhorProfissional

País ainda precisa fazer a ‘lição de casa’ A professora Maria Alice Carraturi avalia que, como país, o Brasil ainda não fez a lição de casa da alfabetização e da escolaridade satisfatória em cada etapa da educação básica. “Ainda devemos isso para essa geração. Este é nosso principal desafio: Que as crianças e jovens tenham aprendizagem satisfatória na idade certa. As saídas, do meu ponto de vista, devem partir da gestão pública, por exemplo, melhorando a formação de professores, suas condições de trabalho na escola e tornando a carreira atraente e valorizada na sociedade. Sabemos, por estudos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que o elemento de maior impacto na aprendizagem de um aluno é o professor, portanto, a educação só pode melhorar se colocarmos o professor neste lugar de importância que tem numa sociedade que se pretende justa e educada”, diz. E para melhorar a formação de professores, a educadora defende a criação de uma política nacional de valoriza-

tecnológicas até as internas - preconceito, falta de conhecimento, poucas pesquisas, pouca prática. Erramos muito ao tentar transpor para a EAD o modelo presencial. Acho que depois de 20 anos algumas coisas mudaram em relação a metodologia e estudos sobre o EAD, a tecnologia é mais acessível e bem mais amigável”, avalia. Para a professora, a grande contribuição do ensino a distância foi democratizar o acesso à educação superior no país. “Aqui no Brasil, o EAD, quando iniciou no ensino superior, entendeu que era um modelo barato e por isso cobrava mensalidades que custavam 1/3 de uma mensalidade de cursos presenciais. Dessa forma, é um curso mais barato que o convencional, o que propicia que muitas pessoas consigam acessá-lo. Além disso, ele é flexível e alcança localidades onde a educação convencional não chega. Por essas razões podemos dizer que o EAD democratiza o acesso ao ensino superior, o que era impensável para muitos jovens e adultos antes de sua implantação”, diz.

ção da carreira que começa na formação inicial, percorre as necessidades de atualização profissional na formação continuada, na progressão na carreira e até o professor se aposentar. “Se continuarmos fragmentando cada segmento, continuaremos a ter os mesmos resultados. É importante abrir o diálogo entre a educação básica, que recebe os licenciados, e a educação superior, que forma os licenciados, para que se discuta o que é ser um bom professor na contemporaneidade e desenhar um plano de curto, médio e longo prazo para que o objetivo seja alcançado”, afirma. Outro ponto que Maria Alice deixa para reflexão é a necessidade de se encarar a formação dos docentes com a mesma seriedade com que se encara a formação de um médico, por exemplo. “Hoje temos 1,6 milhão de matrículas em licenciaturas, a maioria em Pedagogia. Temos que nos perguntar se os mais de 7 mil cursos são de boa qualidade e estão formando os bons professores que efetivarão a aprendizagem dos alunos. Estão? ”, questiona.

novas tecnologias é trabalhar com o pensamento crítico dos alunos. Não é preciso dominar todas as tecnologias vigentes, mas saber para que, como e porquê elas servem”, finaliza. Maria Alice Carraturi

Com a tecnologia cada vez mais acessível, basta ver o número de jovens e adultos que possuem um smartphone hoje, que permite uma infinidade de ações, como se comunicar, pesquisar, ler, jogar, estudar e acessar informações, produtos e serviços, como seus recursos podem ser utilizados em favor da educação? Para a professora Maria Alice, nós vivemos plenamente em um mundo conectado e a escola também faz parte deste mundo. “Acompanhar o avanço tecnológico é que não é fácil, pois as escolas se preparam para um tipo de tecnologia que é superada rapidamente. Por isso, muito mais importante que adotar

foto: Divulgação

Tecnologia em sala de aula

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Entrevista de Capa

Maureen Chiquet, a mulher por trás do sucesso de grandes marcas mundiais “Precisamos de mais mulheres ocupando o topo da cadeia” por Camila Rodrigues

Em entrevista, ex-CEO da Chanel conta suas experiências profissionais e os motivos que a levaram a escrever o livro que traz conselhos profissionais e pessoais para mulheres empreendedoras ávidas por mudanças.

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m uma década de trabalho, Maureen Chiquet mudou por completo as estratégias de uma das marcas de moda mais conceituadas do mundo, a Chanel, idealizada por Gabrielle Chanel, eternizada como Coco. Não à toa, a ex-CEO é umas das figuras mais admiradas no mundo corporativo internacional, seja por seu trabalho de qualidade ou pelo estilo de liderança feminino, em meio a uma predominância masculina no setor. Para tal feito ser conquistado, a executiva teve que abdicar de momentos com a família e apostar em uma postura mais assertiva e humana, que combinasse com a cultura que estava lidando – no caso, o jeito francês de gerir. Quando criança, Maureen sonhava em ser cineasta. “Eu adorava todas as formas de se contar histórias, desde livros, televisão e cinema. Eu tinha vontade de me conectar com esses diferentes mundos”, conta. Fora a predileção pela narrativa, a americana, natural de St. Louis, no Missouri, Estados Unidos, tinha um desejo bem peculiar. “Eu queria ser francesa. Amava a França”, lembra. Mesmo sem saber, o desejo de Maureen seria atendido. Antes de galgar seus passos até a Chanel, ela se formou bacharel em Artes, com especialização em Literatura, em 1985, na Universidade de Yale, mas não seguiu a profissão. Contudo, foi uma empresa mundialmente conhecida no ramo de beleza que lhe deu oportunidade para entrar neste universo. Em 1985, deu início à sua carreira em Marketing na L´Oréal Paris, passando por outras grandes marcas, como GAP e Banana Republic.

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Entrevista de Capa

Foto: Divulgação foto: Nathalie Bohm

“As mulheres que têm coragem de se expressar plenamente e sem censura são minhas heroínas”

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Entrevista de Capa

Liderança Feminina

decisão, segundo a marca, foi em “razão de divergências de opinião e estratégia”. Porém, segundo a agência Bloomberg, em 2014, sob direção da americana, o grupo Chanel teria atingido US$ 7,51 bilhões, com alta estimada de 9,4% ao ano e lucro operacional de US$ 2 bilhões na mesma época.

Mesmo sendo uma marca francesa comandada, então, por uma norte-americana, Maureen garante que a língua nunca foi um empecilho em seu trabalho. Para ela, a dificuldade encontrada foi em relação a questões culturais. “Culturalmente, os americanos tendem a ser mais reativos, enquanto os franceses possuem características mais analíticas e metódicas. Contudo, o equilíbrio dessas duas faces foi realmente um aprendizado e, por que não dizer, uma vantagem para mim e para a empresa em geral”, afirma. A executiva compartilha outro ponto positivo e prazeroso que seu cargo de diretora lhe proporcionou. “Tive a sorte de trabalhar com muitos gênios criativos ao longo da minha carreira. Foi a parte do meu trabalho que mais amei. Acho que a coisa mais importante que pude realizar foi criar circunstâncias e recursos para que eles tivessem sucesso”, diz, fazendo menção à sua convivência profissional com Karl Lagerfeld, estilista da marca, falecido em fevereiro de 2019.

Fim de uma Era Mesmo trazendo inovação e lucros à empresa, em janeiro de 2016, durante a apresentação da coleção de verão de alta costura, em Paris, Maureen foi cortada do time de forma abrupta, sem muita explicação por parte de seus superiores. O motivo para tal

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A ex-diretora executiva global relata o sentimento ao deixar seu cargo. “Não é que eu não amasse quem eu fora. Afinal de contas, ser CEO da Chanel, pináculo do luxo, trabalhar com equipes extremamente talentosas, morar na minha amada cidade, Paris, e conhecer artistas maravilhosos, foi de grande valia para mim. Mas estava na hora de me libertar desse rótulo e me redefinir”, diz. Foto: Divulgação

Maureen começou a traçar seu caminho profissional na Chanel em 2003, como diretora de operações, sendo responsável pelas divisões de fragrância e beleza (perfumes e maquiagens), moda, relógios e joias finas, e presidente das operações nos Estados Unidos. Entretanto, devido ao seu perfil dinâmico e inovador, a americana conquistou mais espaço, e, em 2007, tornou-se a primeira CEO internacional da Chanel, administrando-a durante o período de retração econômica de 2008, além de estabelecer um lugar de destaque entre líderes.

Conhecimento Compartilhado

A executiva conta que passou por um tipo de ritual de libertação para se desvincular, de uma vez por todas, de seu antigo posto e seguir em frente. O processo, segundo ela, ocorreu de forma quase metafórica, quando se desfez de algumas peças icônicas da grife presentes em seu closet. “Foi uma espécie de purgação psicológica e metafórica, destinada a abrir espaço para uma nova identidade”, conta. “Quero dizer, sejamos realistas: não é de fato uma questão de vestimenta. Ao deixar a Chanel, tive que começar a me reimaginar por completo. De repente, eu me vi como ‘líder’ apenas da minha vida”, enfatiza.

“Sinto que é necessário um maior número de mulheres no topo da cadeia. Além do fato de que muitas sociedades esperam que nós desempenhemos papéis de cuidadora e donas de casa, por isso, muitas empresas não oferecem salários iguais”

Para saber mais sobre os macetes aprendidos durante os 10 anos como CEO mundial da marca Chanel e outras experiências profissionais valiosas, nós, da revista Empreende, conversamos com Maureen Chiquet. Ela também falou sobre o seu livro Do Nosso Jeito – Mulher, Liderança e Sucesso, lançado no último mês de agosto, no Brasil, pela editora Seoman, e como ele pode ajudar outras mulheres que pretendem ascender na carreira profissional e tomar as rédeas da sua própria vida. Confira:


Foto: Divulgação

Entrevista de Capa

Revista Empreende – O que te inspirou a escrever o livro sobre sua trajetória, tanto pessoal como profissional, e o que espera compartilhar com outras mulheres? Maureen Chiquet – A ideia de escrever o livro veio de um método de liderança que criei durante a minha trajetória na Chanel, chamado de Liderança Ativa e Consciente, que consiste em incentivar os líderes a se mostrarem como pessoas inteiras, não apenas como executivos. Pedíamos que eles escutassem, fossem mais vulneráveis, mais curiosos, fizessem mais perguntas e, finalmente, colaborassem mais uns com os outros. Após um ano nessa metodologia, os resultados começaram a influenciar radicalmente a cultura da empresa, tornando-os mais inovadores e abertos a mudanças. Eu queria compartilhar essa ideia com outros líderes. Quando comecei a escrever, percebi que tinha outros cases de sucesso para contar e perspectivas para compartilhar, e é por isso que o livro entrou na minha vida. Revista Empreende - No passado, você atribuiu grande parte do seu sucesso profissional a uma mistura, como você cita no livro, de “pesquisa e instinto”. Você poderia falar mais sobre essa filosofia de liderança? Maureen Chiquet - Todos nós conhecemos a pesquisa no seu sentido tradicional. Fazemos estudos de mercado, conversamos com consumidores, analisamos a concorrência, entre outros fatores. Mas, para mim, existem dados essenciais que podemos obter perante uma simples observação e captura do mundo coti-

“Precisamos desesperadamente de uma forte liderança feminina durante esse período de incerteza global. O mundo precisa que o som da voz feminina ganhe força e seja ouvida” diano. Quando me refiro à intuição ou instinto, quero dizer realmente abrir seus olhos, ouvidos e coração para o que está acontecendo ao seu redor. Colete esses “dados”, sintetize-os e faça conexões com o que você está aprendendo. É isso que quero dizer com pesquisa e instinto. Revista Empreende - Como você equilibra sua carreira com a vida pessoal? Maureen Chiquet – Em uma passagem do meu livro, conto um episódio que aconteceu com Pauline, minha filha mais velha. Ela reclamava da minha ausência durante sua infância e adolescência. Foi um momento incrivelmente difícil e doloroso, mas percebi que não existe um equilíbrio perfeito entre trabalho e vida pessoal ou mãe perfeita. Tentar alcançar esses ideais realmente nos machuca, pois não estamos preparados para o fracasso – caso não aconteça como desejamos. Precisamos aceitar que a vida não é perfeita. Haverá coisas que sentiremos falta ou que nos provocam dor. O que podemos fazer é sermos sinceros sobre os nossos objetivos para aqueles que amamos.

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Entrevista de Capa

Revista Empreende – Quem são seus mentores e o que mais te fascina neles? Maureen Chiquet – Sinto que é um processo fluido, na verdade, mentores e “mentorados” se encontrarem. Algumas das pessoas que admiro profissionalmente, felizmente, já foram meus chefes. No livro, conto uma história sobre Fluer, uma mulher que conheci na França, durante meus anos de faculdade. Considero-a como um tipo de mentora, mesmo nunca tendo trabalhado ao seu lado, pois foi ela quem me ensinou a me sentir confortável com o meu corpo. Também cito, no final da publicação, algumas artistas e escritoras que considero mentoras, mesmo não as tendo conhecido. O trabalho dessas pessoas me inspira a pensar de maneira diferente e buscar o que mais amo. Revista Empreende – Então, quem são essas mulheres que te inspiraram tanto e por quê? Maureen Chiquet – Florence Welsh, Alice Need, Virgina Woolf, Agnes Martin, Nina Simone, Toni Morrison, Maya Angelou e, claro, Coco Chanel, além de muitas outras. Acho que as mulheres que têm coragem de se expressar plenamente e sem censura são minhas heroínas.

Revista Empreende – Você vê melhoras no cenário corporativo, no sentido de ter mais mulheres assumindo papéis de liderança nas empresas? Maureen Chiquet – Penso que conquistamos, sim, algumas melhorias. Porém, ainda sinto que é necessário um maior número de mulheres no topo da cadeia. Fora que muitas sociedades esperam que nós desempenhemos papéis de cuidadora e donas de casa, por isso, muitas empresas não oferecem salários iguais. Uma das barreiras que devemos transpor é a da cultura corporativa, que, nem sempre, atribui qualidades únicas femininas como sendo essenciais para desempenhar cargos de liderança, por exemplo, empatia, escuta profunda, curiosidade e colaboração. Diferente dos homens, que têm suas habilidades “naturais” - ou atribuídas ao sexo masculino - como capacidade estratégica, competitividade e extroversão, tidas como diferenciais para desempenhar papéis de liderança. Dessa forma, algumas mulheres não se sentem confortáveis em ambientes corporativos. Revista Empreende – Quais são as perguntas que permeiam as suas decisões profissionais? Maureen Chiquet – Sempre faço três questionamentos cruciais: O que é importante para mim? Em que eu sou realmente boa? Em que circunstância estou no momento? Ao me fazer essas perguntas, o caminho a seguir já está decidido.

Foto: Divulgação

Revista Empreende – Qual foi a lição mais significativa que você tirou durante todos esses anos de profissão? Maureen Chiquet – No início de minha carreira na GAP, eu era assistente de merchandising e tinha muita certeza das minhas habilidades para captar tendências e criar bons produtos. Quando apresentei minha variedade de jeans ao CEO da empresa, ele me desafiou. Eu insisti que estava certa, e ele continuou me pressionando com uma perspectiva muito válida que, na época, não queria ouvir. No final da reunião, ele ficou incrivelmente irritado e saiu furioso. Mais tarde, me ligou para pedir desculpas, mas disse que eu precisava aprender a ouvir, não apenas ele, mas meus colegas, subordinados, o mundo ao meu redor. Essa lição foi inestimável.

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Revista Empreende – Qual será o maior desafio para a geração de mulheres depois de você? Maureen Chiquet – Precisamos desesperadamente de uma forte liderança feminina durante esse período de incerteza global, maior complexidade e instabilidade ambiental. O mundo precisa que o som da voz feminina ganhe força e seja ouvida.



#oMelhorProfissional – Cultura e Arte

A Arte como um Negócio por Angelo Davanço

Artista visual André Costa se apropria de resíduos da indústria da comunicação para criar obras que já ganharam galerias nos Estados Unidos e na Europa

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rtista visual brasileiro e autor do projeto ‘Arte com lista, que este artista vai, aos poucos, conquistando novos Interface Ambiental’, iniciou suas atividades artístimercados mundiais com as suas obras. Um fazer artístico cas em 1989, com moldes e métodos convencionais para encarado, por que não, como empreendedorismo. “O mais fabricação de materiais. Em 1999, ele rompe com esse interessante em empreender na arte é considerar profuntradicionalismo para desenvolver e aperfeiçoar o que hoje damente o processo de transformação do material, já que é chamado de projeto ‘Poética dos Resíduos’, que conos recursos materiais que utilizo, de certa forma, não têm siste em redesenhar e ressignificar os símbolos e sinais mais utilidade para a sociedade e, neste ponto, a arte se de comunicação de massa dispostos em centros urbanos apropria desses resíduos e os transforma em conceito e mundiais. Assim, o autor propõe um diálogo entre arte produto”, afirma Costa. e comunicação, entre ética e estética, entre o local e o Dos materiais que o artista recolhe nas indústrias gráfiglobal, criando uma viagem pela imaginação”. Assim a cas e de comunicação visual, surgem obras urbanas, de Artevistas Gallery, de Barceum colorido intenso, signos que lona, define o trabalho de André rompem as fronteiras de seu ateCosta. “Cores, letras, símbolos e liê, repleto de rolos de adesivos, números. Seu trabalho estimula réguas, estiletes, computador “Empreender é a a necessidade de refletir sobre e uma plotadora – impressora desperdícios e exageros em somatória de vários especial para grandes imagens. todo o mundo usando resíduos Principal matéria prima do trabapilares que, de fato, de comunicação visual. Tudo o lho do artista, o vinil adesivo tem que anteriormente nos agrediu, não representa em sua composição solventes e incisão agressiva e poluidora, se silicone. Material que na maiosomente a ideia de torna arte. Com forte influência ria das vezes vai para o lixo por da Pop Art, suas pinturas mosser artista. Se for não ser reciclável. Não nas mãos tram a inspiração de Roy Lichdo artista. “Minha solução para somente esse fator, tenstein e Andy Warhol”, comeste problema ambiental é o uso pleta a Lucille Khornak Gallery, a arte, o conceito artístico deste material”, explica de Nova York. Costa, nascido em Ituverava e possivelmente o E é assim, trabalhando em seu (SP), com formação em artes produto que ela se estúdio em um antigo prédio visuais pela Unifran e especialicomercial na região central de torna para o mercado zação na UFMG (Universidade Ribeirão Preto, no interior pauFederal de Minas Gerais).

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de arte, não existirão”


#oMelhorProfissional

Como em tudo, empreender na arte exige estudo Para aqueles que querem empreender no campo artístico, André Costa tem um conselho que, de quebra, serve para tudo na vida. “Em primeiro lugar, estude, estude e estude sempre. Não se empreende nada sem conhecimento. Como dizia Matisse, “um artista sem conhecimento, está fadado ao fracasso’”, cita o artista visual. Nesta caminhada, vale estudar formas de produção e de escoamento da arte, e como o mercado do setor funciona. “Esse mercado está aqui na cidade de Ribeirão Preto, está ali em Nova York, está em Franca, está em Barcelona, está em São Paulo, está ali nos Emirados Árabes. Tudo são possibilidades, sempre acreditei na minha autonomia, no meu gerenciamento, na minha administração. Isso tudo gera desconforto para o mer-

cado, pois artistas independentes, de certo modo, são massacrados pela dificuldade de escoamento, por isso criei o meu próprio mercado, onde sigo minhas regras e normas de condutas, pautadas em parcerias reais, verdadeiras e equilibradas”, afirma o artista visual. Outra sugestão para quem quer transformar a arte no seu modo de sobrevivência, é visitar feiras de design, segundo Costa, um ótimo lugar para se conhecer tendências. “Aprenda a apresentar seu trabalho, fale de forma consistente e verdadeira, visite galerias e exposições, conheça pessoas boas, do bem e verdadeiras, faça das suas habilidades manuais, intelectuais, sensitivas e sensórias o seu maior talento. E estude, estude e estude muito, faz bem inclusive para a humanidade”, insiste no conselho.

Veja mais obras de André Costa em @studioandrecosta

Arte e Negócio Trabalhando há 30 anos com artes visuais e produção cultural, André Costa costuma participar de rodadas de negócios de diversos setores e feiras artísticas no Brasil e em outros países. “Sempre me preocupei com o processo de escoamento do trabalho artístico e desta inquietação veio a busca por novos mercados”, diz. “A economia criativa é a terceira maior economia do mundo. Olhar para a arte com um olhar local, mas com uma visão global, para mim, faz o maior sentido, já que poeticamente a arte é uma linguagem universal, então os negócios que ela representa, se tornam universais”, completa.

Neste movimento profissional, além de cores, formas e texturas, o artista tem de lidar também com questões jurídicas, tributárias e todo o universo comum a quem possui um CNPJ. “Empreender na arte é aprender que as dificuldades são as mesmas dos outros setores, que não somos diferentes de outros empreendedores, pois vivemos as mesmas sistemáticas de mercados, cada um com sua identidade, razões e exigências próprias, peculiares e particulares. Sou um trabalhador da arte, que transforma resíduos da indústria gráfica brasileira em negócios”, finaliza Costa.

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#oMelhorProfissional – Construção Civil

Moradias como Reinvenção das Cidades por Angelo Davanço

Engenheiro e empreendedor Alexandre Lafer Frankel aposta em unidades compactas, próximas ao trabalho e repletas de serviços compartilhados. Tudo para oferecer mais qualidade de vida aos moradores das grandes cidades

“Queremos reinventar as cidades através das moradias”

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frase do engenheiro civil e empreendedor Alexandre Lafer Frankel pode parecer um tanto utópica, mas na verdade já vem se tornando realidade em algumas regiões da cidade de São Paulo onde, há 10 anos, ele atua à frente de uma construtora que primeiro pensa nas pessoas e depois nas soluções. “De início, comprei um terreno na Vila Olímpia e resolvi lançar nesse espaço dois empreendimentos - um residencial e outro comercial, lá estava a gênese da Vitacon - queria propor a facilidade de locomoção até o trabalho, a busca pela mobilidade, ali começava uma jornada contra ficar parado no trânsito, ter mais tempo e qualidade de vida”, explica o engenheiro que, antes de se dedicar integralmente à sua profissão, empreendeu em startups de tecnologia, produzindo games. Quando se voltou para a vocação que vem de família, apostou em ideias disruptivas. “Queria fugir dos prédios beges, dos grandes condomínios, queria propor empreendimentos com a cara de São Paulo”, diz. Acompanhando o movimento das novas gerações, Alexandre aposta em novos conceitos para a área da construção civil. “Estamos passando por uma revolução de comportamento. As pessoas querem viver experiências, isso é mais importante. Posso ter um morador que hoje está residente na Vila Olímpia, mas amanhã, se surgir uma oportunidade de trabalho em Higienópolis e ao invés

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dele ficar escravo do transporte, dos longos deslocamentos, poderá trocar sua residência. Minha proposta é que a moradia seja um serviço. Que as pessoas possam morar perto do trabalho, compartilhar tudo que elas puderem e ter a cidade como opção de diversão e lazer”, defende. Para ele, tudo é mais prático hoje em dia. As pessoas pedem comida pelos aplicativos de celular, assistem e ouvem o que querem e quando querem pelo streaming, pegam uma bike ou patinete elétrico e acessam diferentes pontos da cidade rapidamente. “Com a moradia não é diferente, tudo está mudando e o jeito das pessoas viverem e morarem também. Estamos em um momento de transformação e precisamos antecipar as necessidades das pessoas, as coisas precisam ser simplificadas e isso é o que mais me motiva. Acreditamos em tempo ao quadrado, promover formas de as pessoas terem mais tempo para o que realmente importa, de ficar com a família, morar perto do trabalho, promover encontros em comunidade, fazer uma faculdade, ter mais tempo para o que quiser. Estamos falando em promover a qualidade de vida”, avalia.

Espaços Compartilhados

E não é apenas na redução ou eliminação do deslocamento de casa para o trabalho, e consequente economia de tempo, que o empreendedor aposta. Alexandre


foto: Divulgação

#oMelhorProfissional

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Alexandre Frankel

“Temos que entender como a sociedade se movimenta, nos adaptar e antecipar as tendências do mercado”

também está de olho nas novas maneiras de trabalhar e consumir das gerações contemporâneas. “Os nossos espaços de coworking nos prédios são uma verdadeira febre, vemos negócios surgindo entre moradores. Temos prédios com guarda-entrega refrigerado, ou seja, as pessoas não precisam sair correndo porque a encomenda que ela fez vai chegar e precisa ser guardada na geladeira. O prédio tem um refrigerador, a entrega pode chegar e o item será armazenado corretamente, até o horário que o morador voltar para casa. Isso traz qualidade de vida e conforto”, explica. Entre os modelos oferecidos pela construtora, há prédios compactos, com bicicletas, carros, patinetes, motos, tudo disponibilizado para compartilhamento entre os moradores. “Criamos esse ano o App Space que consiste em projetar prédios como plataformas para serem plugáveis a aplicativos de celular que queiram operar seus produtos e serviços dentro do condomínio. Na prática, o prédio funcionará como um dispositivo (celular) com uma série de serviços (aplicativos) que estarão integrados à estrutura física do complexo residencial, disponíveis 24 horas por

dia e que ajudam o morador na hora de pedir comida, passear com o pet, fazer exercício, cuidar da aparência, ir ao médico, entre outros serviços”, enumera. A construtora ainda conta com uma ferramenta para locação totalmente on-line que permite que a pessoa, a partir de pagamento via cartão de crédito, alugue uma unidade de moradia por um tempo pré-definido ou mesmo indeterminado. Algo como um “Netflix imobiliário”. “A geração Z está aí, e estamos nos preparando para atendê-la. É a geração que não quer ter carros, porque prefere a mobilidade das bikes, patinetes e metrô e não se preocupa em comprar apartamentos, porque vê no aluguel a chance de morar onde quiser, quando quiser. É a geração da experiência, da ‘mochila nas costas’. Eles não compactuam com esse modelo de negócio fixo; a proposta são startups e querem, através do celular, fazer reuniões, tudo na palma da mão. É o mundo conectado que não tem mais paredes. Tudo ajuda no sucesso desse conceito, e esse conceito não é nosso. Podemos muitas vezes ter antecipado uma tendência, mas apenas fomos mais atentos às mudanças que estão acontecendo”, finaliza.

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Fotografia #oMelhorProfissional – Fotografia

Renan Viana é fotógrafo formado em Comunicação Social com ênfase em Multimídia e mais de oito anos de experiência no mercado de fotografia publicitária, editorial e institucional. Trabalha como freelancer, criando conteúdos para jornais, revistas, editoras, agências de publicidade e comunicação. Em 2014, criou o projeto Encolhi as Pessoas, em que coloca pequenas figuras humanas em cenas inusitadas, levando a imaginar como seria ser tão pequeno naquela situação.

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imagem: Renan Viana

Instagram do projeto Encolhi as Pessoas www.instagram.com/encolhiaspessoas

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#oMelhorProfissional

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#oMelhorProfissional – Fotografia

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#oMelhorProfissional – Fotografia


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#LookdoDia

Cuidado, você pode estar sabotando a sua imagem profissional Amanda Salomão Consultora de Moda, Imagem e Estilo. @amandasalomao Mais informações de contato: abeeon.com.br/ amanda-salomao

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embra quando sua avó dizia que menos é mais? E da sua mãe não querendo deixar você sair de casa porque a sua blusa estava um pouco amassada? Bom, o que você não sabia é que elas estavam tentando evitar que você cometesse alguma deselegância com a sua imagem, ou melhor, que você não fizesse o que eu chamo de sabotar a própria imagem. Os vilões da sua mensagem visual estão por todos os cantos e causam desconforto para as pessoas que te observam. Eles são pequenos descuidos que você comete sem perceber, como, por exemplo, uma gota de perfume a mais que pode deixar o seu cliente com dor de cabeça em uma pequena reunião de negócios. Nossa aparência é alvo de julgamento o tempo todo, então, que tal dar mais atenção para os detalhes e não deixá-los estragar a sua imagem de empreendedor(a) de sucesso? Bom, começando com as mulheres, vamos falar sobre algo que observo muito quando circulo por aí e que, a partir de hoje, você deve ficar atenta antes de ir para o escritório: lingerie. Ou seja, as alças do sutiã, a renda dos detalhes marcando na roupa e até mesmo a calcinha dando um jeito de aparecer. Tome cuidado, o correto é que a alça do sutiã acompanhe a parte de cima do seu top e a calcinha seja totalmente discreta e praticamente invisível. Antes de sair de casa também tente prestar atenção nos detalhes da sua roupa. Olhe se existem fios puxando, manchas, se as peças estão bem passadas ou se existem bolinhas indicando que a validade da peça chegou. Uma vez, li em um livro que, assim como os

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#LookdoDia produtos de beleza, as roupas também deveriam vir com etiqueta indicando a data de expiração do uso. Vale a pena checar os tamanhos das suas roupas. As peças maiores ou menores que você, as mangas pegando, sobrando, a cintura caindo. São detalhes que, muitas vezes, passam a impressão de desleixo e de alguém não muito qualificado. Por último, vale checar se todos os seus itens de cuidados pessoais estão OK e fazer um double-check do estado dos esmaltes das suas unhas, se os fios estão oleosos e da sua maquiagem.

Já para os homens, a barba e o cabelo são sempre componentes muito importantes. O cabelo não precisa ser todo para trás com gel, no entanto, o ideal é que os fios estejam no lugar. Quando conseguimos evitar que esses sabotadores apareçam, fazemos com que a nossa imagem pessoal funcione ao nosso favor. Assim, as chances de aproveitarmos boas oportunidades aumentam. Fique sempre de olho, os vilões estão por aí!

foto: Rafael Cautella

Um beijo, bons cuidados com a sua imagem e bons negócios!

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#Startup

Vai uma cerveja ou um café? por Angelo Davanço

Empreendedora Roberta Vasconcellos já vendeu trufas, cachorro-quente e roupas. Hoje, com a BeerOrCoffee, oferece soluções de coworking para freelancers, empresas e até grandes organizações

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mineira Roberta Vasconcellos, hoje aos 31 anos, sempre foi comunicativa, inquieta e nunca teve dificuldades para se relacionar com as pessoas. Com apenas 12 anos começou a vender trufas para os colegas do colégio. Quando foi fazer o high school no Canadá, se virou vendendo cachorro-quente. De volta ao Brasil, foi vendedora em loja de roupas ao mesmo tempo em que cursava a faculdade de Publicidade e Propaganda. Fazendo estágio na empresa da família e em agências, não sossegou e começou a fazer o curso de Direito. Depois de dois anos, o universo das startups cruzou o caminho de Roberta, que largou o curso para integrar o time comercial da Samba Tech, empresa líder em soluções em vídeo na América Latina. “A venda dos doces, do cachorro-quente e das roupas deram uma excelente base para eu atuar no time comercial da Samba e, em seguida, no universo do empreendedorismo. Como sempre falo, negócios são feitos de pessoas e elas são a base de tudo. Então, eu amo me relacionar com as pessoas e entregar soluções que possam trazer mais liberdade e alegria para a vida delas”, diz Roberta. Após esta primeira experiência, se uniu ao irmão, Pedro, na criação de vários negócios, principalmente o Tysdo e, agora, o BeerOrCoffee. Surgido em 2013, o Tysdo era um aplicativo que tinha o objetivo de conectar pessoas, a fim de que elas realizassem seus sonhos. “Todos temos uma lista de coisas que queremos realizar na vida - correr uma maratona, terminar um MBA, viajar, dedicar-se a uma causa social -, e muitas vezes deixamos para depois por algumas desculpas,

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mas uma vez que nos organizamos e estamos motivados, somos capazes de realizá-los. E, para atingir esses objetivos, nós conectávamos pessoas para que se ajudassem e fizessem coisas juntos”, relembra Roberta. No entanto, como pode acontece na vida de qualquer empreendedor, o negócio acabou não indo para a frente, mesmo tendo chegado a ter 200 mil usuários e ser eleito entre os melhores apps de 2014 pela AppStore. “O desafio de um aplicativo com características de rede social e voltado para o usuário final é muito grande, devido à necessidade de aquisição e engajamento diário de milhares de usuários. Além disso, o modelo de negócio era o principal desafio. No fim, para ganhar dinheiro, viramos mais uma agência de marketing de experiência do que uma startup, com um modelo escalável de geração de receita. Nossa monetização tinha base em projetos, algo que não era o nosso interesse”, reconhece a empreendedora.

Foco no networking

E se todo tropeço traz uma lição, a descontinuidade do primeiro projeto abriu caminho para outras ideias e, depois de dois anos, surgia um novo empreendimento. “Como o que fizemos de melhor no Tysdo foi conectar pessoas, nós decidimos criar um novo negócio com foco no networking. A ideia era conectar pessoas do universo profissional, com ideias e objetivos afins que poderiam estar próximas através de um ‘café ou cerveja’. Uma vez que já usamos esse meio quando queremos encontrar alguém, decidimos chamar o negócio de BeerOrCoffee, que foi fundado em 2015, junto ao Eric Santos e ao Pedro Vasconcellos”, explica.


#Statup

‘Modelo tradicional já não é tão atraente’ Embora o coworking não seja algo exatamente novo, o modelo de espaços compartilhados é uma indústria ainda considerada jovem. Os números do censo Coworking Brasil 2018 indicam que esse mercado cresceu 48% no Brasil no último ano, saltando de 810 para 1.194 unidades em operação. “Este é um reflexo do fato de que o modelo tradicional já não é tão atraente para as pessoas, que querem consumir tudo sob demanda, sem se preocupar com obra, móveis, aluguel, IPTU, condomínio, limpeza, manutenção e todos os investimentos de tempo e recurso para se ter um escritório, se podem optar pelo modelo de trabalho compartilhado, em que você consome seu escritório como serviço - que obviamente está muito alinhado com a economia compartilhada -, e crescerá cada vez mais”, projeta Roberta Vasconcellos.

E com o avanço da tecnologia, que permite que o trabalho remoto aconteça, aliado ao desejo das pessoas por mais qualidade de vida no trabalho e liberdade para escolher onde querem trabalhar, as empresas estão cada vez mais adotando políticas de flexibilidade no ambiente de trabalho, para aumento da produtividade, felicidade e consequente retenção dos colaboradores. “Definitivamente, o coworking é um espaço para todos, incluindo grandes, médias e pequenas empresas, além dos autônomos e freelancers. As empresas enxergam o coworking, acima de tudo, como um movimento estratégico, que reduz custos, aumenta a produtividade e a retenção de talentos, cada vez mais essencial para elas se manterem competitivas no mercado”, analisa a empreendedora.

foto: Divulgação

Roberta Vasconcellos

No início, a plataforma era uma espécie de “Tinder de negócios”. As pessoas só entravam no app por meio de um convite e o lucro do trio de empreendedores era o valor do primeiro café ou da primeira cerveja entre dois usuários do serviço. No entanto, o modelo de negócios foi mudando aos poucos, segundo Roberta, porque o próprio mercado e as pessoas indicavam o caminho a seguir. “Hoje, oferecemos soluções de coworking para empresas – inclusive grandes organizações, como Movile, Algar, Renault e GymPass -, e profissionais que desejam

ter mais flexibilidade e mobilidade no ambiente de trabalho. Atualmente, são mais de 800 espaços de coworking na rede, em cerca de 150 cidades brasileiras. Oferecemos soluções de escritórios privativos, compartilhados e salas de reuniões, principalmente para empresas e equipes de todos os tamanhos, mas também atendemos profissionais como os freelancers e os empreendedores individuais. Temos espaços para todos os gostos, tamanhos, bolsos e localizações, de acordo com a necessidade do cliente”, finaliza Roberta.

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#Etiqueta&Negócios

Os 7 Pecados Capitais nas Festas da Empresa por Andréa Staciarini – @mesaetiqueta

O Natal está aí e, com ele, chegam as confraternizações entre as equipes que passaram o ano correndo atrás do sucesso. Calma! Embora o clima seja festivo, o evento exige cautela!

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uem conhece Las Vegas (EUA), a Disneylândia de adultos ávidos por relaxamento e diversão, sabe que o cérebro de um adulto pode, às vezes, ser traiçoeiro, principalmente com algumas doses a mais de bebida, música, descontração... E assim voltar a funcionar no mood adolescente, festejando como se não houvesse amanhã. O duro é quando isso acontece e você não está em Las Vegas, mas, sim, na festa da empresa, com todas as equipes na plateia do seu show.

Pensando nisso, preparamos uma dura e imprescindível lista de “pecados” a serem evitados nas festas corporativas para o bem da sua empresa ou do seu emprego. Está preparado para se penitenciar?

foto: Rafael Cautella | maquiagem: Luana Ribeiro

Diferente do ditado “o que acontece em Vegas, fica em

Vegas”, o que acontece na festa da empresa, perpetua-se ano após ano na galeria da fama corporativa, causando, muitas vezes, constrangimentos e até máculas curriculares em casos mais extremos, com o álcool levando a agressões verbais e outros indesejáveis incidentes de percurso.

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#Etiqueta&Negócios

Pecado nº 1: Abuso do álcool Se estamos procurando um culpado para a maioria dos micos, vexames e incidentes mais constrangedores das festas empresariais, aí está ele. O abuso do álcool é o principal responsável pelas discussões, xingamentos, tombos, vômitos e também por macular relacionamentos e carreiras profissionais. Convém moderar o consumo de bebida neste tipo de evento, pois, embora a pessoa alcoolizada não tenha consciência plena do que está fazendo, outras pessoas que a observam têm e se lembrarão do caso sempre que falarem sobre o evento.

Pecado nº 2: Crítica à festa

Quando se é convidado para uma festa corporativa, um dos comportamentos mais desagradáveis é sair falando mal de tudo. Críticas pesadas à comida, à música, ao local e aos convidados, além de parecer arrogância, só denotam que a pessoa não merece estar ali, não sendo um real parceiro de equipe. Por mais simples que seja a comemoração, lembre-se: alguém teve o trabalho de organizá-la em prol dos demais e teve, também, a intenção de agradar, mesmo havendo limitações no menu, na decoração etc. A dica é: relaxe e agradeça.

Pecado nº 3: Isolamento social

O principal objetivo da festa de final de ano em uma empresa é oportunizar a confraternização entre as pessoas e comemorar os resultados, portanto, isolar-se é inadmissível. Mesmo aqueles de personalidade mais tímida convêm circular pelo evento, cumprimentar os colegas com gentileza e tecer ao menos comentários amenos sobre o tempo, sobre o ano ou sobre o trabalho mesmo. Não precisa ser habilidoso com os comentários, basta ser cordial e esforçar-se para participar de maneira educada.

Pecado nº 4: Roupas inapropriadas

Cada empresa tem seu dress code, que reflete suas características, missão e valores. Uma empresa do ramo da moda, da arte ou de publicidade, muitas vezes, é mais flexível no quesito vestimentas. Entretanto, outras ligadas a atividades mais conservadoras, como o mercado financeiro e a advocacia, têm uma visão mais formal da imagem do profissional que a

representa. Tal singularidade requer sensibilidade das equipes na hora de escolherem seus trajes de festas. Com certeza, faz parte da etiqueta profissional respeitar o estilo da festa, da empresa e dos demais convidados na hora de escolher o look. Aparecer de chinelos onde se pede traje passeio, ou de terno quando deveria usar traje informal, são maneiras deselegantes de chamar a atenção.

Pecado nº 5: Presentes constrangedores

Quando há amigo secreto, homenagens ou qualquer outro tipo de troca de presentes, muito cuidado com as piadas desconcertantes. Fazer referências às fragilidades alheias, só para fazer as pessoas rirem, é uma péssima ideia. Não convém fazer piadas com certas condições das pessoas, principalmente se aquilo a torna diferente no momento. Por exemplo: criticar o estado civil, as características físicas, os insucessos profissionais e pessoais. Lembre-se: apesar da pessoa estar sendo ridicularizada, o ridículo acaba sendo o autor da piada.

Pecado nº 6: Faltar à festa

A não ser que o motivo seja grave, como problemas familiares, e a situação fique bem justificada para os organizadores, faltar à festa da empresa é uma péssima ideia. É obvio que você não é obrigado a ir e ninguém te punirá por isso, mas reflita: essa falta de consideração com seus colegas e com o evento pode passar a impressão de que você não faz questão de estar ali e, o que é pior ainda, não faz questão de trabalhar ali. Por isso, se você tem apreço pela sua carreira, vale o esforço de fazer um social.

Pecado nº 7: Ausência ou excesso de animação

Todo mundo sabe: gente desanimada é muito chato, mas gente animada demais é insuportável. Sair beijando e abraçando todo mundo, dançando efusivamente, falando alto, pode ser muito simpático entre amigos, mas, na empresa, convém moderar e não forçar a barra no excesso de intimidade com colegas, chefes e clientes. Divertir-se, dançar e ser alegre são atributos maravilhosos, desde que não perturbem o direito dos outros se divertirem ao seu próprio modo.

Por fim, aproveite os momentos de confraternização e o clima natalino para fortalecer a sua imagem profissional, buscando, sinceramente, estar em harmonia com os demais, divertindo-se respeitosamente e mantendo a sua chance de crescimento respaldada na confiança que depositam em você. Nas palavras de Thomas Edson: “Os três grandes fundamentos para se conseguir qualquer coisa são, primeiro, trabalho árduo; segundo; perseverança; terceiro, bom senso.” Boas festas para você!

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#Mindset

Vai empreender? Pense bem! entrevista a Angelo Davanço

Executivo da área de marketing, Fábio Rodrigues conta em livro suas experiências com o empreendedorismo e aconselha: “Na dúvida, não empreenda”

Q

uem nunca sonhou ser dono de sua própria agenda, afastar a possibilidade de ser demitido e não ter de suportar as demandas de um chefe chato. De quebra, enriquecer, cuidando de algo que é realmente seu. Essas são algumas das razões que têm levado cada vez mais brasileiros a empreender. Tais motivações, entretanto, são encaradas com ressalvas por Fabio Rodrigues, empresário e autor do livro “Na dúvida, não empreenda” (Editora Migalhas). Narrado em primeira pessoa, a publicação é um relato pessoal de Rodrigues, executivo que trilhou uma carreira bem-sucedida nas áreas de marketing e vendas em multinacionais como Microsoft e Nokia e, no ápice de sua trajetória corporativa, resolveu empreender. Desde 2011, quando deu início a essa empreitada, fundou quatro empresas. As dificuldades durante essa jornada foram inúmeras e a experiência lhe alçou ao papel de consultor entre seus conhecidos. “Meu livro chega como aquele amigo que nos diz a verdade direta, mesmo que ela seja dura de ouvir”, comenta o autor, que fala mais sobre os desafios de se empreender na entrevista a seguir. Como foram até aqui as suas experiências como empreendedor?

Eu sou empreendedor por vocação. Eu vendia balas na escola aos 10 anos. Aos 14 ou 15 anos fazia festas profissionais no quintal da minha casa para centenas de colegas do colégio. Desde cedo me senti bem correndo estes riscos e fazendo contas de oferta e demanda, margem e lucro,

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mesmo que de forma intuitiva. E este é o grande ponto que me levou a escrever o livro e a conversar muito com diversas pessoas que desejavam abrir seus negócios, mostrar a todos que empreender não é fácil. Não passa nem perto da vida glamorosa que se propagandeia em cima dos palcos. Empreender significa acordar todo dia desempregado, buscando seu salário. Significa não ter férias, não ter garantias, ter compromissos que podem te quebrar, ter insônias frequentes, preocupações com outras pessoas da maneira que você nunca teve antes e assim por diante.

É possível abrir um negócio sem ter a vocação?

Claro que é! Mas vai precisar de ainda mais atenção e preparo prévio. Exemplo, se você não é um lutador de classe mundial, por que enfrentaria o Mike Tyson ou o Anderson Silva? No entanto, se você quer lutar mesmo assim, continue, mas enfrente alguém do seu próprio nível. No mundo do empreendedorismo, significa abrir algum negócio que você tenha condições de gerenciar, que você tenha condições de estabelecer. Assim como os lutadores se preparam, treinam, você também tem que fazer isso. E no mundo do empreendedorismo o preparo se chama estudo. As técnicas se chamam ferramentas. Busque por elas. Até hoje eu abri cinco empresas e fechei quatro. A primeira abri durante a faculdade com minha família e este foi o negócio bem-sucedido da minha irmã por 12 anos. Após sair da Nokia abri mais quatro empresas. A U5 Eventos - primeira da lista -, se transformou na U5 Marketing - a quarta -, minha atual empresa, que tem unidades no Brasil e na Europa. As outras duas empresas foram experiências incríveis que abri com


#Mindset

Fábio Rodrigues

foto: Divulgação

“[Empreender] não passa nem perto da vida glamorosa que se propagandeia em cima dos palcos. Empreender significa acordar todo dia desempregado, buscando seu salário”

Mitos e Verdades sobre o Empreendedorismo A pedido da revista Empreende, Fábio Rodrigues listou cinco mitos e cinco verdades ligadas ao mundo do empreendedorismo. Confira:

MITOS 1. Empreender é fácil Não é! É arriscado, caro e complexo. Deve ser feito devagar e com muitos testes. Você pode quebrar quantas vezes quiser, mas não pode quebrar de maneira definitiva. 2. Empreender é para qualquer um Existem muitas formas de empreender, umas mais simples (vender o seu serviço) e outras mais complexas (abrir uma empresa), mas todas são difíceis e requerem estudo, preparo e atenção. 3. Plano de negócios resolve tudo É apenas uma pequena parte, importantíssima, mas pequena, no processo de se empreender. 4. Preciso de uma grande ideia Não, não precisa. Apenas de uma melhoria em algum processo, produto ou serviço que você já conheça bem. 5. Não preciso de dinheiro Precisa de dois tipos de dinheiro: um para abrir a empresa e outro para viver enquanto abre a empresa.

VERDADES 1. Fluxo de caixa Esta é a coisa mais importante da sua empresa. Lembre-se sempre disso. 2. Sociedades e parcerias Provavelmente você não precisará de sócios no seu negócio, mas precisará, e muito, de parceiros. 3. Pense simples Não precisa criar nada excepcionalmente fantástico, basta observar uma melhoria em algum processo, serviço ou produto que você já conheça muito bem. 4. Teste sua ideia Se é complexo demais para criar/lançar, não faça em sua primeira tentativa. Teste suas ideias à exaustão. 5. Vá com calma Comece pequeno e venda primeiro para seus amigos, depois para sua rede de contatos, depois para o mundo.

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#Mindset sócios e deram bastante resultado, mas não o suficiente para se transformarem na minha principal fonte de atenção. Desta maneira, foram encerradas tranquilamente, sem deixar traumas.

O que os desafios de empreender ensinaram?

O principal ensinamento é o profissionalismo. Empreender requer muito estudo e preparo, além do trabalho. É como aquele ator de teatro. São infinitas horas de estudo, aprendizado, ensaio, para depois subir no palco, fazer uma boa peça e as pessoas dizerem que “você tem o dom”.

É possível aprender a empreender?

Tenho uma ideia e quero empreender. Quais devem ser os meus primeiros passos?

Sem dúvida nenhuma que o primeiro passo deve ser buscar conhecimento. Ir ao Sebrae, fazer um curso de fluxo de caixa, entender o mercado desta ideia. Existem muitas ferramentas gratuitas disponíveis na internet e nos cursos do Sebrae para você testar esta ideia antes de investir e lançar. Não gaste dinheiro pagando por cursos caríssimos de pessoas que vão te ensinar motivação. Procure cursos sérios, de organizações reconhecidas.

Quais os seus conselhos para quem pensa em empreender?

Estude muito antes. Não vá assistir palestras de grandes empreendedores. Vá conversar com aquele seu tio que tem uma padaria há 20 anos. Ou aquele amigo que abriu aquele site há 15 anos. Procure referências reais, não de palco. Estes podem lhe explicar como funcionam de verdade, impostos, fluxo de caixa, contratação, leis, regras, demissões, processos.

E para quem já está na carreira empreendedora?

Tenha uma planilha de fluxo de caixa com a previsão/realidade de todos os seus gastos e faturamentos pelos próximos 12 meses. Só ela salva!!!

foto: Divulgação

A resposta para esta pergunta é sim e não. Primeiro, faz-se necessário definir o que é empreender. Neste caso, estamos falando de abrir uma empresa, definir um produto ou serviço, criar um modelo de venda, investir, ter funcionários, correr riscos. Nesta definição, empreender não é igual a prestar um serviço individual, vendendo sua própria capacidade de entrega. Levando em conta essa definição de empreender, eu certamente não poderia recomendar a qualquer pessoa que pegasse seu capital, ou pior, criasse dívidas, para abrir um negócio. Porém, há formas de abrir uma empresa, reduzindo muito o risco de quebrar. Empreender tem elementos básicos a qualquer atividade profissional. Requer muito estudo, preparo, investimento, adequação. Por exemplo, você pode se formar dentista, mas pode não se adaptar às demandas que esta profissão requer. Oito horas por dia sentado cuidando das bocas dos seus clientes como um artesão. Mesma coisa para ser um chef de cozinha. Pode parecer muito glamoroso, mas a realidade se faz com muito trabalho, cortar cebola, limpar panela, ir à feira, para em 20% do seu tempo, combinar sabores. E além disso, estas duas profissões requerem mais uma alta

dose de trabalho além das horas de sua vocação, que são as demandas burocráticas do dia, como falar com contador, alugar sala, pagar boletos, contratar funcionários, comprar café, definir vestimentas, fazer propaganda. Se a pessoa se propuser a empreender, é imperativo que se prepare antes. Aprenda a gerenciar um fluxo de caixa, entradas e saídas. Aprenda a testar seu produto/serviço. Tem demanda? Tem concorrentes?

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Faça Acontecer

Thiago Franco Especialista em liderança e CEO da Turnus, startup de gestão de escalas de trabalho. Atua como coach, professor e consultor, desenvolvendo pessoas para pensar de maneira mais estratégica e se conectar melhor com outras pessoas.

@thiagofranco.coach Mais informações de contato: abeeon.com.br/ Thiago-Franco

Você nunca desiste? Talvez devesse! A

inda não fez o que queria este ano? E no ano passado? Uau, frustrado de novo, que coincidência! Revisar nossa vida e nossas decisões é necessário. Mas o tradicional prazo anual pode não ser o melhor. Muitas coisas precisam de bem mais tempo para acontecer e amadurecer. Eu fiz 40 anos neste ano. Mudanças de década são interessantes porque nos tiram da perspectiva anual e nos colocam numa perspectiva de 10 anos (pelo menos!). E esse olhar muda tudo. Peguei algumas fotos de 10 anos atrás, coisa que eu não fazia há muito tempo (afinal, só olhamos um ano para trás). Foi uma sensação bem estranha, mas em resumo: estou diferente. Minha saúde está bem melhor (apesar dos pés de galinha) e meus sonhos daquele momento não se concretizaram, nenhum deles, aliás. Tristeza? Não, nenhuma. Por quê? Porque quase toda a verdade daquele momento não tem mais valor agora. Depois de muito estudar sobre planejamento de tempo e objetivos, ainda acredito que o melhor conselho é uma célebre frase do lutador Mike Tyson: “Todo mundo tem um plano até tomar o primeiro soco”. Todo mundo imagina seu próprio caminho em linha reta, com adversidades contornáveis, afinal “eu nunca desisto!”. Até que os infortúnios e tortuosidades da vida real testam nossa vontade e nossos limites, moldando nossa percepção do que é a verdade. “Eu nunca desisto!”. Essa frase tem sido cada vez mais usada e, infelizmente, com o viés bastante infantil de que desistir é sempre sinônimo de fraqueza, quando, muitas vezes, pode ser a melhor decisão que uma pessoa lúcida toma. Não é raro nos colocarmos em caminhos onde abdicar pode ser mais sensato. Uma carreira que não dá retorno, um relacionamento que não tem futuro, tudo que não tem mais perspectiva ou simplesmente se apresenta caro demais. Sem uma boa dose de persistência, nada significativo acontece, fato. Não é por conta de um dia ruim que vou chutar tudo para o alto. A idade traz a maturidade da perspectiva do tempo. Dia ruim? Ok, é um no meio de 14.600 que já vivi. Semana ruim? Uma em mais de 2.000. Um mês inteiro ruim? Já, já chego em 500! Renunciar a um sonho pode deixar uma enorme sensação de mágoa e angústia. Contudo, quando resultado de um processo de reflexão e bom senso, desistir se torna justamente o elemento crucial que abre espaço para novos sonhos, novas pessoas e novas ideias entrarem em sua vida.

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Escritório na Mochila

Idealize, fale menos e comece a fazer V

ocê se lembra daquela época em que tinha poucas contas para pagar, um bocado a menos de responsabilidades e o privilégio de escolher o que quisesse para ser ou fazer?

uma galera de 30, 40, 50 ou 60 anos lançando ideias, produtos, tentando encontrar soluções e percebendo algo muito comum em todos os seus projetos: o quão difícil é causar uma mudança verdadeira no mundo.

Eu e meus amigos costumávamos nos encontrar toda sexta-feira à noite, depois da faculdade. Eu tinha 20 anos na época. Nenhum de nós trabalhava no sábado ou tinha cursos para fazer, semana para organizar, coisas do escritório para planejar ou sei lá mais o quê – responsabilidades que temos hoje.

Você só descobre quando começar a construir, a fazer. Você dá dois passos e bate em uma parede. Dá mais um passo e tropeça num buraco.

A gente se arrumava, marcava o ponto de encontro e não tínhamos hora para voltar. Claro, nesses encontros a gente conversava muito. Demasiada conversa. Falávamos sobre nossas turnês em diversas cidades. Centenas delas. Sobre quanto tempo levaria para fazermos sucesso. Nós imaginávamos as pessoas curtindo, pedindo para tirar fotos e como elas se sentiam bem ouvindo a nossa música. Exceto que não fizemos nada para realmente viver isso. Alguém pegando um violão e tocando numa esquina teria se sentido muito mais realizado do que nós durante todas aquelas noites em que imaginávamos cenas, músicas e pessoas. O que quase nenhum jovem de 20 anos sabe é o quão difícil é realmente fazer as coisas importantes que contribuirão para o mundo. Eu não sabia naquela época. Achava que seria mais fácil. O pior é que essa realidade não é apenas dos jovens de 20 anos, mas de quase todas as pessoas, independentemente da idade. Tem

Pedro Custódio Advogado que carrega o escritório na mochila, escreve e ajuda outros advogados a terem mais tempo e mobilidade.

Mais informações de contato: abeeon.com.br/pedro custodio-advogado

“Oh, uau, é difícil fazer com que as pessoas se importem com a minha ideia.” “É difícil escrever algo bom.” “Por que é tão difícil vender esse produto incrível?” “Eu sou um ótimo advogado, mas é tão difícil fechar um contrato de honorários!” Você nunca percebe nada disso antes de começar a fazer as coisas, a testar. É muito fácil sentar em um bar, com um copo gelado de cerveja e soprar os devaneios no ar, cheios de palavras de fantasia e ideias sonhadoras. O difícil é aparecer para qualquer um desses sonhos dia após dia, mesmo quando bate aquela vontade de desistir ou quando você se conforma com a vida e pensa: “É assim que a vida é e eu preciso pagar as contas”. O ano de 2019 foi insano e, se você fez ou tentou fazer alguma coisa nesse mar de oportunidades que a vida do século XXI te apresentou, parabéns! Seja o que for que você queira realizar, talvez a melhor mensagem que eu poderia deixar nesse final de ano, para que você guarde em 2020, é a seguinte: Idealize claramente o que você quer, fale menos e comece a fazer, sem medo da dificuldade.

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Inovar para Continuar

Colapso do Mundo Corporativo Prof. Leopoldo

Andretto

Graduado e pósgraduado pela FGV, com cursos de especialização na Universidade da Califórnia, San Diego, que possui 16 Prêmios Nobel (dois em Economia), onde é palestrante convidado e coordenador dos cursos de Gestão Estratégica e Inovação para executivos do Brasil. Foi coordenador dos MBAs da FGV Management, sendo atualmente consultor empresarial nas áreas de Estratégia e Gestão de Inovação.

Mais informações de contato: abeeon.com.br/ andretto

É

evidente que grande parte das atuais estruturas corporativas está em colapso, especialmente pela falta de processos de trabalho adequados às novas demandas dos consumidores, que possuem novos hábitos de consumo e de mídia – e, consequentemente, novas relações com as marcas, seus produtos e serviços. Os modelos hierárquicos rígidos e com pouca agilidade para respostas tornam-se inapropriados nesse cenário de interação em tempo real. Assim como a loja física deixou de ser o agente que define o horário de consumo no varejo, as estruturas corporativas deixaram de ser o agente exclusivo que define as relações com os consumidores. Hoje, os consumidores definem quando, quanto e o que querem. E se sua empresa não está disposta a oferecer tudo isso, certamente seu concorrente estará. As relações voláteis e flexíveis dos consumidores afetaram as relações de trabalho e os processos que até então definiam o ideal corporativo. 0s modelos hierárquicos, sendo substituídos por modelos orgânicos de trabalho, estabelecem funções multitarefas, com mais autonomia, capacidade de tomada de decisões rápidas e com profunda inter-relação com vários departamentos. Esta passa a ser a realidade de muitas empresas e o desafio de gestores que foram moldados em padrões clássicos de administração.

Coaching reverso Assumir que profissionais muito jovens possam ocupar cargos de alta gerência ou diretoria é uma grande quebra de paradigma. Um exemplo de empresa que tomou a dianteira nesse processo é o da IBM, que criou um “mentoring reverse”

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(ou coaching reverso), no qual os mais jovens foram eleitos mentores dos mais velhos. Resultado: quatro diretores “old school” não suportaram a ideia radical e deixaram de fazer parte da companhia. Tudo tem seu preço, porém, muitas corporações, independente do tamanho, estão seguindo o mesmo caminho, criando sessões digitais gratuitas para toda a companhia, com a finalidade de disseminar as mudanças trazidas pelo novo comportamento de mercado. Além disso, adotam representações gráficas de organogramas fora do convencional, apresentadas em formato de teia e com o consumidor como centro e objetivo de todas as atividades. E todos trabalham exatamente com os mesmos objetivos e projetos, garantindo otimização de tempo, recursos, infraestrutura e investimentos. Os dados são alarmantes: 70% dos líderes atuais não são capazes de liderar na era de transformação digital, apenas 40% das empresas estão preparadas para a mudança e somente 10% dos seus conselheiros entendem o universo digital. Algumas empresas nascem digitais, moldando o negócio de forma sustentável desde o início. Outras que já estão no mercado têm um tempo de vida útil decretado, quase uma sobrevida. Para se adequarem a esse novo mercado, grupos corporativos precisam voltar às salas de aula, promover oficinas de inovação, envolver equipes e criar células disruptivas. Lembrando a frase do prestigioso executivo Jack Welch, ex-CEO da General Eletric: “Quando o ritmo de mudança do mercado é superior ao da empresa, o fim está próximo”.


Invista em Você

Ainda dá tempo de aprender um pouco mais

M

ais um ano chegando ao fim e começa aquela corrida para zerar a lista de metas traçadas lá em janeiro. E como todo mundo que pensa em empreender, em inovar, você deve ter incluído na sua lista o item “cursos e treinamentos”. Mesmo que tenha conseguido cumprir esta parte

de suas metas, ainda dá tempo de adquirir mais conhecimento por meio de atividades presenciais e virtuais. E se você está longe de cumprir as promessas que fez no início do ano, não perca tempo e se inscreva agora mesmo em uma, ou várias, das sugestões que apresentamos a seguir.

Eventos Presenciais Redação para Marketing Digital Data: de 19 a 28 de novembro Local: Acirp (rua Visconde de Inhaúma, 489, Centro, Ribeirão Preto/SP) Destinado a empresários, publicitários, jornalistas, relações públicas, blogueiros e profissionais que atuam na área de marketing, o curso consiste em aulas práticas para escrever textos que vendem, elaboração de conteúdos que ranqueiam melhor no Google, como produzir na prática conteúdo de alta performance para redes sociais e blogs, criação de e-mail marketing, vantagens e canais do marketing digital, preparação prática para a criação de textos persuasivos e estímulo ao espírito criativo. A atividade será oferecida pelo redator publicitário e professor Raul Otuzi, especialista em Didática do Ensino Superior, com MBA de Liderança, Inovação e Gestão 3.0.

Atendimento: Foco na Retenção de Clientes para Alavancar Resultados Data: 21 de novembro Local: Iguatemi Empresarial (av. Luiz Eduardo de Toledo Prado, 900, Vila do Golfe, Ribeirão Preto/SP) Marca, reputação e resultados são reflexos do bom relacionamento e da experiência que se oferece para o cliente. Empresas, independentemente de seu porte, segmento e modelo de negócios, que buscam proporcionar um atendimento incrivelmente diferente do usual, apresentam um grande diferencial competitivo no

mercado e contribuem para o sucesso do cliente. Nesse processo, o atendimento deve ser planejado, aprendido e praticado por todos que fazem parte da empresa. O treinamento, oferecido pela Amcham Ribeirão Preto, será conduzido por Mônica Pontalti, consultora e palestrante especialista em criar movimentos para construir cultura de atendimento personalizada para cada empresa.

Análise Estratégica das Demonstrações Financeiras Data: de 23 de novembro a 14 de dezembro Local: FAAP (rua Adolfo Mantovani, 395, Residencial Flórida, Ribeirão Preto/SP) O curso é indicado para profissionais e empresários que atuam nas áreas contábil e administrativa e que gostariam de conhecer mais informações sobre as ferramentas de análise estratégica de demonstrações financeiras. Todas as aulas têm início com estudo e discussão de um estudo de caso real que serve de suporte para o conteúdo apresentado pelos docentes Andreia Marques Maciel de Carvalho (Mestre em Administração de Organizações pela FEA/RP/USP) e José Leandro Ciofi (autor de pesquisas científicas e de livros didáticos publicados em áreas de Contabilidade das Instituições Financeiras, Contabilidade do Agronegócio e Contabilidade Socioambiental).

Atualização é a palavra de ordem

Controladoria e Finanças para Pequenas e Médias Empresas Data: de 26 a 28 de nov. Local: Acirp (rua Visc. de Inhaúma, 489, Centro, Ribeirão Preto/SP) Destinado a representantes de pequenas e médias empresas do comércio, indústria e serviços, o curso tem por objetivo demonstrar a importância de se analisar os números da empresa, a fim de criar estratégias por meio de relatórios e de indicadores financeiros para assertividade e poder na tomada de decisão. O conteúdo das aulas traz introdução sobre finanças, controladoria, vendas, custos, despesas, indicadores financeiros, fluxo de caixa e planejamento orçamentário, entre outros tópicos. Com Samuel Freitas, bacharel em Ciências Contábeis e especialização em Controladoria, Finanças e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas.

Cálculos Trabalhistas Data: 30 de novembro Local: FAAP (rua Adolfo Mantovani, 395, Res. Flórida, Ribeirão Preto/SP) Por meio de aula expositiva, apresentação de casos, discussão de leis pontuais e exercícios de aplicação de conceitos, será possível realizar de forma acurada cálculos inerentes à dinâmica da gestão de Recursos Humanos e diminuir riscos de reclamações trabalhistas decorrentes de procedimentos inadequados. O curso é indicado para gestores, contadores, advogados e profissionais técnicos que atuam na área de RH. A atividade será coordenada por Liris Silvia Zoega Tognoli, advogada que atua há mais de 30 anos em Consultoria Jurídica Preventiva nos assuntos Trabalhista, Previdenciário e FGTS.

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Invista em Você

Cursos On-line Internacionalização de Startups Data: O ano todo No decorrer do curso, o participante compreenderá o que é internacionalização, quais são os principais mitos desse processo e quais são as estratégias mais adequadas para a expansão global. Além de aprender ferramentas de conexão internacional que poderão ajudar no desenvolvimento de produtos e na captação de clientes para os negócios.

Saiba mais: http://www.sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/cursosonline

Wordpress na Prática Data: O ano todo O WordPress pode ser usado de várias maneiras, desde sites simples a modelos para e-commerce. A plataforma é feita com um código de alta qualidade, facilitando para que o Google e outros mecanismos de pesquisa identifiquem o conteúdo feito pela ferramenta. A melhor parte do WordPress é que ele é fácil de usar e flexível o suficiente para criar diferentes tipos de sites. Essa é a principal razão pela qual o WordPress cresceu tanto em popularidade na internet.

Saiba mais: https://university. rockcontent.com/cursos

Como Elaborar um Plano de Negócio

Reinvente sua Carreira Data: O ano todo Enquanto os profissionais 1.0 e 2.0 vivem um Brasil com 13 milhões de desempregados, rotinas de trabalho monótonas e pouco desafiadoras, e uma carreira sem muito desenvolvimento pessoal, o profissional 3.0 navega em um mar de possibilidades, onde ele escolhe as direções que deseja seguir. E a melhor parte é que qualquer pessoa tem o que é preciso para se tornar um profissional 3.0 e viver o melhor do mercado. Você só precisa lapidar suas habilidades e traçar uma estratégia.

Saiba mais: startse.com/cursos

Como Anunciar em Sites de Vendas Data: O ano todo Você utiliza a internet para atrair clientes e vender? O comércio eletrônico é uma ótima maneira de divulgar seus produtos ou serviços na internet, com possibilidade de alcançar um público diferenciado, sem limites geográficos, a qualquer hora do dia ou da noite. Aprenda neste curso sobre e-commerce, site de vendas e outras dicas e temas sobre vendas pela internet.

Saiba mais: http://www.sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/cursosonline

Marketing Digital para o Empreendedor

Data: O ano todo

Data: O ano todo

Se você pretende se tornar um empreendedor ou deseja ampliar a sua atuação no mercado, precisa saber como elaborar um plano de negócio. Quando bem elaborado, ele é um retrato fiel da sua atual ou futura empresa. O curso ensinará este passo a passo para que você conheça o seu empreendimento e possa trabalhar para torná-lo inovador e mais competitivo. Afinal de contas, é este planejamento que torna a sua ideia sustentável.

Com o surgimento da internet e dos ambientes virtuais, novos recursos ficaram disponíveis, tornando o marketing digital algo muito poderoso em relação ao marketing tradicional. Com o marketing digital para o empreendedor, há a possibilidade do alcance global, a interatividade com o consumidor e um foco maior nos investimentos, segmentando públicos e nichos de mercado e reduzindo custos de campanha.

Saiba mais: http://www.sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/cursosonline

Saiba mais: www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/cursosonline

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Desbloqueio criativo: Ferramentas para despertar sua criatividade e ter mais ideias

Data: O ano todo O conceito de criatividade está bastante presente no nosso dia a dia. Criativo é aquele que consegue resolver um problema com facilidade, aquele que cria algo novo, que consegue improvisar, inovar ou mesmo sair com uma solução inusitada de forma que ninguém havia pensado. E como, afinal de contas, a pessoa desenvolveu essa habilidade? Ser criativo é um dom? Será uma habilidade divina de olhar para coisas e pensar em algo totalmente diferente do que o resto dos “meros normais” pensam?

Saiba mais: www.descola.org

Roteiro para vídeo Data: O ano todo Se os vídeos têm se tornado tão populares entre as pessoas e o resultado parece tão certo, por que poucas empresas ainda investem nessa produção no Brasil? O motivo é a falta de profissionais realmente qualificados e a complexidade das etapas de produção, inclusive em relação ao roteiro, que é o que trata esta certificação.

Saiba mais: www.universidade. rockcontent.com

Startup de A a Z Data: O ano todo Não existe uma “receita de bolo” para as startups, mas alguns pontos são essenciais para que o negócio prospere e chegue ao sucesso. O curso ensina a identificar esses pontos e a se preparar para derrubar as barreiras que surgem pelo caminho.

Saiba mais: www.eventos. starse.com.br


foto: Shutterstock

Invista em Você

A Jornada do Empreendedor

Gestão de Mídias Sociais

Como Planejar o Seu Negócio

Data: o ano todo

Data: o ano todo

Data: o ano todo

Os desafios que todas as empresas enfrentam já são bem conhecidos. Mesmo assim, 67% delas fecham em 5 anos ou menos. Neste curso, você aprenderá o passo a passo para superá-los. Curso on-line e gratuito, com Junior Borneli, o fundador da StarSe, é destinado a profissionais insatisfeitos, empreendedores e executivos. Você vai aprender a sobreviver ao ciclo de 5 anos de forma fácil e crescente, tirar seu projeto do papel, identificar seus parceiros e muito mais.

Saiba mais: cursos.startse.com/ jornada-empreendedor

Atualização é a palavra de ordem

Atualmente, há um enorme número de pessoas presentes de alguma forma em redes sociais. Canais como Facebook, Twitter, Instagram e YouTube fazem parte da vida dos consumidores e influenciam não só no comportamento deles, mas na decisão de compra. Através de uma gestão bem feita de mídias sociais existe uma grande oportunidade de consolidar o nome da sua marca no mercado, fechar negócios e aproximar o relacionamento com seus clientes e potenciais consumidores. A maioria das marcas tem perfis e contas nas mais variadas mídias sociais, mas ainda sofrem para conseguir resultados reais. O bom gerenciamento de uma estratégia de Social Media Marketing é a chave para ter sucesso nesses canais.

Saiba mais: www.universidade. rockcontent.com

No curso você vai aprender que o planejamento é uma função inicial no processo de abertura de uma empresa, porque, para obter sucesso em qualquer atividade, é necessário que o empresário saiba onde está e aonde quer chegar. O planejamento consiste no estabelecimento de objetivos, etapas, prazos e meios para sua concretização e é um processo de organização de informações e dados importantes, fundamental tanto para manter a empresa funcionando quanto para atingir metas.

Saiba mais: www.sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/ead

Faça um Curso Novo! 75




#HeadLine

Vencedor do Arena Acham Ribeirão á pensou em controlar todos os gastos de viagem dos seus colaboradores através de um aplicativo? Sem sofrimento e burocracia? Foi com essa ideia e produto que a VExpenses conquistou o título de campeã do Amcham Arena, etapa de Ribeirão Preto (SP). O “Amcham Arena”, é um projeto criado há dois anos na sucursal de Porto Alegre (RS) para contribuir com o desenvolvimento do ecossistema de inovação de startups em todo país.

Com a proposta de inovar a partir de fontes renováveis, a Biosolvit foi a campeã da final nacional do Amcham Arena. A última fase do concurso que conectou mais de 750 startups a um cardume de mais de 5 mil empresas associadas à Amcham aconteceu em 17 de outubro em São Paulo. Segundo a CEO da GE e jurada na final nacional, Viveka Kaitila, além do estado de maturação da Biosolvit e a clareza do produto que está desenvolvendo, o impacto de sustentabilidade foi algo marcante. “Existe um viés ainda de efeito de como isso pode ser aplicado no desastre que está acontecendo do derramamento de óleo no Nordeste do País”, comentou.

foto: Divulgação

Em Ribeirão a VExpenses foi eleita pelos jurados: Alexandre Gobbi, CEO da Netafim; Dirceu Guaglianoni, diretor industrial da Faber Castell; Kleber Gomes, CFO e diretor de relações com investidores da Ourofino Saúde Animal; José Renato Colaferro, sócio e fundador da BlueSol; Janaína Cruz, diretora da Santa Emília Caminhões e Ônibus; Philip Stéfani, diretor de projetos do Grupo Stéfani Ribeirão Diesel; Henrique Dias, diretor de novos negócios na Construtora Stéfani; Claudio Fernandes, CEO da Midas Solutions; Felipe Barbosa, gerente geral do Shopping Iguatemi; Eduardo Cicconi, gerente do SUPERA Parque de Inovação e Tecnologia.

Vencedor Nacional

foto: Divulgação

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Startup Vexpenses – Káliman Borges, Thiago Campaz, e Bruno Pain

Arena Amcham Ribeirão – Thiago Campaz e Anderson Criativo

Nasa Space Apps Challenge romovido pela incubadora da Nasa, o Space Apps Challenge é uma competição internacional que acontece ao mesmo tempo em todo o planeta, com o objetivo de co-criar junto aos participantes, soluções para alguns dos maiores desafios na Terra e no Espaço. O evento acontece anualmente e no Brasil, este ano, ocorreu em 43 cidades, incluindo Ribeirão Preto (SP). Foi a primeira vez que o município participou da competição. Nos dias 18 à 20 de outubro, na praça de eventos do RibeirãoShopping, os participantes no Hackthon, puderam desenvolver soluções para problemas reais durante 48 horas, ininterruptas de evento.

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A equipe vencedora do desafio, em Ribeirão Preto, desenvolveu uma solução para a limpeza do lixo nos oceanos. Formada por estudantes universitários, o grupo desenvolveu o projeto “Horizon”, onde um barco autônomo monitora e identifica regiões de lixo no oceano, por meio de um sistema inteligente conectado a satélites. foto: Divulgação

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Os vencedores regionais poderão competir na categoria global. As informações sobre as equipes vencedoras, serão divulgadas no site da Space Apps. Os vencedores do prêmio global, receberão a oportunidade de visitar, no ano que vem, o Kennedy Space Center da NASA, na Flórida, nos Estados Unidos.


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SoftBank lidera aporte de R$190 mi em brasileira Olist

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SoftBank Group Corp lidera a terceira rodada de financiamento de 190 milhões de reais no integrador de marketplaces Olist, informaram as empresas em comunicado conjunto no mês passado.

foto: Divulgação

Fundada em 2015, a Olist atende pequenos varejistas físicos, disponibilizando seus produtos em lojas virtuais em marketplaces maiores. Tiago Dalvi, presidente-executivo e

fundador da Olist, disse que a empresa planeja usar parte dos recursos para expandir o número de vendedores que atende a 100 mil em dois anos, dos atuais 7 mil. A Olist “oferece muito espaço para crescer, já que poucos pequenos varejistas ainda estão em marketplaces”, disse Paulo Passoni, sócio-gerente de investimentos do SoftBank Group International. Fonte: Thomson Reuters. Tiago Dalvi, presidente-executivo e fundador da Olist

Google proclama ter atingido “supremacia quântica”

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O presidente-executivo da Alphabet, controladora do Google, Sundar Pichai, comparou a conquista à construção do primeiro foguete que conseguiu deixar a atmosfera da Terra e tocou a borda do espaço, um avanço que colocou as viagens interplanetárias no domínio do possível.

Fonte: Thomson Reuters.

foto: Pxhere.com

m outubro deste ano, o Google anunciou que fez um grande avanço na pesquisa de computadores ao usar um computador quântico para resolver em minutos um problema complexo que levaria milhares de anos para ser resolvido pelo mais poderoso supercomputador da atualidade.

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O Futuro do Agronegócio

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Para o presidente do Conselho Consultivo do ESALQSHOW, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o evento reafirma o papel de ser um agente de ligação entre as esferas do setor, além de se tornar um fórum permanente para debater sobre os profissionais do futuro. “Estamos muito contentes com os resultados desse terceiro ESALQSHOW, que é o show do agro. Tivemos a presença de todos os atores, das cadeias produtivas, das universidades, do mundo produtor e institutos de pesquisa”, afirma.

foto: Divulgação

urante três dias, membros da academia, profissionais do mercado e lideranças do agronegócio estiveram reunidos no ESALQSHOW – Fórum de Inovação para o Agronegócio Sustentável, com o objetivo de estreitar e fortalecer cada vez mais a relação entre universidades e demais elos do segmento. O evento, realizado entre 9 e 11 de outubro, na Esalq/USP, em Piracicaba (SP), proporcionou mais de 24 horas de conteúdo, contou com a presença de 112 painelistas, além de 65 expositores na Feira de Inovação e Tecnologia.

Presidente do Conselho Consultivo do ESALQSHOW, Luiz Carlos Corrêa Carvalho

Clínica de Consultoria para Startups e Empreendedores

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ara a edição deste ano, o ESALQSHOW contou com uma programação exclusiva para os empreendedores e startups que desenvolvem inovações para o agronegócio. A “Clínica de Consultoria para Startups e Empreendedores” ofereceu sessões de consultoria individual, com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento das atividades a fim de materializar ideias em soluções e formatar os modelos de negócios. O ESALQSHOW contou ainda com painel “Startups no Agronegócio – AcademyDay”, que tratou sobre a transformação de conhecimento em inovação e o papel das universidades e dos institutos de pesquisa. Já o painel “Startups no Agronegócio – StartupDay” contou com pitchs de startups e investidores, além do “Startups no Agronegócio – Integração e Inovação no Vale do Piracicaba”, com a participação de representantes de hubs de inovação e incubadoras. ESALQ-ACOM – Abertura Semana Luiz de Queiroz

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O papel e a missão dos profissionais do futuro O ESALQSHOW foi encerrado com um painel temático sobre o profissional do futuro, que abordou as visões da academia e do mercado. Segundo o diretor da Esalq/USP, o momento é de fazer um diagnóstico e um prognóstico para o futuro. “Qual é a nossa grande preocupação? Definir o que temos que fazer agora para não perdermos o bonde da história em termo de formação do profissional do futuro. Nós diagnosticamos que qualquer profissional terá que ter noções de inteligência artificial, big data e internet das coisas. Ao mesmo tempo, somos usuários de tecnologia e os dois grandes players são EUA e China, daí a importância de se ter também, na sua formação, o inglês, que acredito ser suficiente para atender as duas demandas. Mas, para uma pequena parcela, o mandarim seria um diferencial do profissional do futuro”.


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ecossistema empreendedor da região de Ribeirão Preto estará representado no eMerge Americas, uma das principais plataformas de promoção de inovação e captação de investimentos do mundo. Três das cinco startups selecionadas para participar do encontro são do município. O evento ocorre nos dias 30 e 31 de março de 2020 em Miami, nos Estados Unidos. A seleção nacional aconteceu em São Paulo no dia 17 de outubro.

À esquerda, Carolina Calari, fundadora da Insitu, e a pesquisadora Adriana Manfioli

Além das startups de Ribeirão Preto, as startups Agromakers e Flexmedical também foram escolhidas pelo júri conjunto da eMerge Americas e Universidade de São Paulo (USP) para irem a Miami. As cinco vão participar de treinamentos gratuitos e, ao final, será realizada uma última competição de lançamento dos produtos para possíveis financiadores, executivos e demais participantes.

Polo de tecnologia

foto: Divulgação

Segundo Felice Gorordo, CEO do eMerge Americas, o momento de financiamento mundial é positivo e as startups que participarem do evento poderão ter acesso a investimentos particulares. Até hoje, as mais de 70 startups que participaram do eMerge Americas desde o início do programa, em 2014, arrecadaram um total de US$ 500 milhões em financiamento.

Com a seleção, as startups Carefy (plataforma de gestão de internação), Insitu (criação de biocurativos para o tratamento de feridas e queimaduras) e Glucogear (controle do diabetes através do uso de inteligência artificial) vão apresentar os seus trabalhos durante o eMerge Americas 2020 Startup Showcase, microevento inserido dentro do eMerge Americas.

A indicação das startups de Ribeirão é uma prova do crescimento da importância da cidade no cenário do empreendedorismo brasileiro. No total, a cidade conta com mais de 50 programas de pós-graduação e está entre as campeãs de bolsas de pesquisas concedidas pela Fapesp para empreendedorismo de alto impacto, de acordo com o levantamento realizado pelo Supera Parque. Além do parque tecnológico, fazem parte do ecossistema de inovação de Ribeirão Preto as aceleradoras Sevna Startups, Founder Institute (que possui um capítulo local) e, mais recentemente, a Pluris, que acelera negócios na área da educação e impacto social.

Startups selecionadas para o eMerge das Americas 2020

O Futuro do Trabalho

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foto: Rafael Cautella

transformação dos espaços de trabalho, visando o bemestar do profissional, e a cultura na qual trabalhar pode ser muito divertido e prazeroso já são realidade nas grandes cidades. A WeWork, empresa que oferece soluções de espaço de trabalho que conecta as pessoas em um ambiente projetado para favorecer a criatividade e o networking, é uma grande colaboradora para esta transformação no Brasil e no mundo.

LIDE Ribeirão promove paletra sobre o Futuro do Trabalho

Sintonizada com esse cenário, a LIDE Ribeirão Preto promoveu uma palestra com Lucas Mendes, general manager da WeWork Brasil, no dia 30 de outubro, no hotel Wyndham Garden. O evento contou com a presença dos principais empresários da cidade e levantou especulações sobre a possibilidade da abertura da WeWork em Ribeirão Preto.

foto: Rafael Cautella

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foto: Divulgação

Startups de Ribeirão vão participar do eMerge Americas

Lucas Mendes, General Manager WeWork BR

O trabalho não precisa ser uma tortura, segundo Lucas Mendes. As pessoas podem gostar de trabalhar e se divertir no ambiente corporativo, onde não é mais preciso separar o seu “eu profissional” do seu “eu pessoal”. Isso pode garantir maior qualidade de vida ao indivíduo e, consequentemente, melhorar a sua produtividade.

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Novas tendências na Gestão em Saúde

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9ª edição do Workshop GESTI sobre gestão hospitalar aconteceu no dia 18 de outubro, no auditório do Centro Médico RibeirãoShopping, em Ribeirão Preto (SP), em um único dia de evento com quatros mesas de ideias abordando como principais temas: as novas tendências da economia para os próximos anos, conduzido pelo palestrante Nicolas Saad; gestão de pessoas com José Luiz Bichuetti; empreendedorismo com o palestrante e destaque do evento, Carlos Alberto Júnior; e novas tendências na gestão de saúde com o palestrante Luiz Sérgio Santana. Participaram do evento profissionais da área de saúde, incluindo administradores de hospitais e médicos, além de empresários e profissionais liberais de Ribeirão Preto e região.

9ª Edição do WorkSho GESTI

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Dr Rodrigo Nobrega e Carlos Alberto Julio


R$ 5128,00



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