Revista Cobertura edição de julho (222)

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andemia p a d n a lo s o t ng e v c a p ida im s de O

Distanciamento social estimula hábitos mais saudáveis e a busca por produtos de proteção

Helio Kinoshita, VP da Mitsui Sumitomo Linhas financeiras em alta Seguradoras estão mais criteriosas na análise do risco e apoiam empresas

Estratégia é crescer com a diversificação de produtos e disciplina na subscrição de riscos


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destaques

Linhas financeiras em alta

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Reaquecimento da economia deve impulsionar as linhas de Garantia e Responsabilidades: D&O, E&O e RCG

Horizonte prateado Distanciamento social estimula hábitos saudáveis que vão contribuir para uma população ainda mais longeva

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Drones Entrevista Helio Kinoshita

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Mitsui Sumitomo se reinventa para estar ainda mais próxima dos corretores

Líderes em ação

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Luiz Philipe Baeta Neves, presidente da AconsegRJ, antecipa: cursos da Universidade Aconseg terão transmissões ao vivo

Utilização em vistorias e no gerenciamento de risco traz eficiência e segurança para o setor

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Papo com Broker Novo diretor geral da GC do Brasil, José Luís S. Ferreira da Silva prevê mudanças expressivas no mercado de seguros

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Resenha Cobertura Em tempos em que muito se discute a MP 905, Christóvão de Moura, o corretor de seguros da Susep número 1, relembra a luta por trás da regulamentação profissional

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Relatório Cobertura Agronegócio garante o crescimento do setor durante a pandemia

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editorial Edição 222 | julho l 2020 | Ano XXIX Fase 1 - 86 edições formato jornal Fase 2 - 222 edições formato revista

Futuro prateado

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Equipe Cobertura Paulo Akio Kato Editor Executivo e Diretor Comercial paulokato@skweb.com.br Carol Rodrigues Karin Fuchs Repórteres Thaís Tagliatella Projeto Gráfico | Diagramação diagramacao@skweb.com.br Luciano Brandão Atendimento ao leitor adm@skweb.com.br Fotografia | Graziela Alcova | Antranik Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam, portanto, a opinião desta publicação.

ocê sabe quem é o corretor com a Susep número 1 do Brasil? A Resenha Cobertura desta edição faz uma viagem no tempo ao contar a história do corretor Christóvão de Moura, que exerceu um papel importante na constituição da regulamentação profissional de corretor de seguros. Inclusive, a matéria foi uma sugestão de Nilo Lara, amigo do corretor. Ele acredita que o mercado precisa reconhecer o que aconteceu no passado. Lara está certo. Conseguimos falar com o centenário corretor com a ajuda da filha Angela e sua entrevista é uma aula de história. Quando pedimos a Christóvão uma mensagem aos corretores que estão há pouco tempo no mercado, ele diz: “trabalhem muito e sigam o seu sonho”. A fala do corretor está alinhada ao conteúdo da matéria sobre longevidade. Aos 84 anos, Nilton Molina, ao realizar uma live com Maurício de Sousa, disse realizar o sonho de chamar a atenção do desenhista para o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Temos muito a aprender com eles sobre ser longevo, produtivo e feliz. Molina e Christóvão são referências de que amar o que se faz é o combustível da vida. Como diz Molina: “pensem e amem a vida. Trabalhem e estudem muito. E, principalmente, sejam felizes”. Ainda nesta edição, o vice-presidente da Mitsui Sumitomo, Helio Kinoshita, relata algumas transformações da companhia no período de quarentena, que se tornou mais digital, com processos menos burocráticos e mais humanos. O mercado segurador acompanha a nova configuração da sociedade e não voltará a ser o mesmo de antes da pandemia. Isso representa um ganho, pois é evidente a evolução em tempo recorde pelo qual passaram corretores, executivos de seguradoras, profissionais de empresas prestadoras de serviços e nós profissionais da imprensa especializada. Especialistas abordam o reaquecimento da economia ao longo do segundo semestre que deve impulsionar as linhas de Garantia e Responsabilidades. Uma novidade é a invasão dos drones no mapeamento dos riscos, que tem trazido eficiência e segurança para o mercado. Está preparado para viver até os 100 anos? Viver mais não precisa simbolizar um peso. Mas, sim, uma perspectiva de que há mais tempo para sonhar e trabalhar. Os sonhos nos movem e nos mantêm vivos. Em momentos difíceis, eles nos direcionam e nos ajudam a chegar no futuro.

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acervo cobertura Revista Cobertura | Edição 79 – Ano XVII – Junho 2008

Um projeto de vida saudável Importância dos planos de saúde e odonto, seguros de vida e previdência são retratados na edição

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m 2008, a longevidade já estava em pauta na Revista Cobertura, inclusive traçando um paralelo ao afirmar que o corretor é tão indispensável no processo de intermediação quanto o sistema de saúde suplementar e previdência complementar são para a sociedade. Com o título “Para cada perfil de usuário, uma solução diferente”, a matéria destacou as soluções disponibilizadas para planos corporativos, individuais, alto padrão e terceira idade, sempre de acordo com as oportunidades existentes para os corretores. Outro destaque foi o desenvolvimento do microsseguro, não só como

proteção para a base da pirâmide social, mas também como disseminador da cultura do seguro e, claro, com o importante papel dos corretores. “Tudo o que os corretores precisam é expandir o trabalho que já fazem como forma de proteção, assistência e responsabilidade social para toda a comunidade”, destacou o consultor José Luiz Valente, um dos profissionais dedicados a estudar o tema. A edição também registrou o lançamento da Revista da Aconseg-SP, produzida pela Cobertura Editora, com o objetivo de facilitar o acesso às informações geradas pelo mercado aos corretores.

Reprodução da capa da 79ª edição da Revista Cobertura (2008) e 165ª publicação Cobertura

30 ANOS DE EXPERTISE NA

INVESTIGAÇÃO DE FRAUDES, APLICADA NA DEFESA JURÍDICA

DAS SEGURADORAS julho2020

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mercado novas demandas

Por Karin Fuchs | karinfuchs@skweb.com.br

Reaquecimento da economia ao longo do segundo semestre deve impulsionar as linhas de Garantia e Responsabilidades: D&O, E&O e RCG

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m linhas financeiras, cresceu a demanda pelo seguro garantia e de responsabilidades, D&O e E&O. Por outro lado,

as seguradoras estão mais criteriosas na aceitação do risco, o que não necessariamente significa aumento de recusa. Especificamente do seguro garantia, Caroline Ayub, superintendente de Garantia e Linhas Financeiras da Tokio Marine, explica que o crescimento

“ No garantia, nós

Caroline Ayub Tokio Marine

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fizemos algumas atualizações nos portais do parceiro, do tomador e na plataforma de multicálculo para corretoras”

se deu pela possibilidade de substituí-lo pelo depósito recursal realizado em dinheiro. “Isso beneficia a liberação de recursos para as empresas em dificuldades econômicas por conta da pandemia de covid-19”. Inclusive, a Tokio Marine apresentou novidades. “No garantia, nós fizemos algumas atualizações nos portais do parceiro, do tomador e na plataforma de multicálculo para corretoras, de modo a dar ainda mais agilidade aos processos e reduzir o trabalho operacional do corretor, proporcionando mais autonomia aos segurados da modalidade de depósito recursal”. A principal novidade, diz Caroline, “é a liberação de limite automático de R$ 20 milhões sem a necessidade do envio de documentos do cliente. Esse valor é o dobro da média oferecida pelo mercado neste formato de aprovação. O processo é feito a partir de uma análise interna e com a assinatura do contrato de contragarantia, realizado de forma eletrônica”. Além do garantia, a executiva conta que até março deste ano houve uma julho2020


mercado novas demandas evolução considerável em três categorias neste segmento. “Garantia, com crescimento de 217%; D&O, cuja evolução foi de 58,9%, e E&O com aumento de 23,2%. Na mesma direção, as modalidades de D&O e E&O estão em constante crescimento no País e com um amplo campo de oportunidades, de grandes corporações a PMEs”. Nas outras companhias também é notório o aumento de demanda pelo seguro garantia. “Nós temos recebido muitas consultas, motivadas por algumas flexibilizações no processo de aceitação por parte do segurado. A substituição dos depósitos em dinheiro pela apólice é um benefício significativo para as empresas, ainda mais em um momento de crise, elas precisam de caixa”, afirma Pedro Mattosinho, diretor da Fator Seguradora “Temos notado um aumento pela procura pelo seguro garantia em sua modalidade judicial especialmente em razão das recentes decisões judiciais que facilitaram a aceitação deste instrumento. Este fato consolidou o seguro como uma das alternativas ao depósito judicial, favorecendo as empresas que podem se utilizar da apólice para liberar um caixa que estava inacessível por estar atrelado a um processo judicial”, comenta Fernando Gonçalves Pinto, head de Financial Lines, Garantia e P&C da Argo Seguros. Ele acrescenta, informando que “os seguros de responsabilidades também têm tido uma maior demanda, com destaque para o RC Administrador – D&O e para os ramos com soluções voltadas para a área da saúde como o E&O e o RCG”. Superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil, Fernando Saccon também destaca o seguro garantia, o D&O e o cyber. “D&O porque o atual cenário torna as decisões tomadas por administradores cada vez mais críticas e fundamentais para o futuro e continuidade das empresas, portanto, sujeitas a questionamentos. Há também as dificuldades financeiras que muitas empresas têm passado no momento atual”. Sobre o Cyber, ele diz que o cenário atual de trabalho remoto traz um risco julho2020

adicional para a segurança da informação por parte das empresas. “Com relação ao seguro garantia ainda observamos uma procura maior para garantias judiciais, dado as últimas manifestações de órgãos do judiciário sobre a possibilidade de substituir cauções feitas em dinheiro ou fiança bancária. As empresas veem isso como forma de ter um retorno de capital em seus caixas, hoje muito impactado pelo cenário econômico abalado com a pandemia”. Linhas que também tiveram aumento de demanda na Alper Consultoria em Seguros. “Percebemos uma maior procura pelo cyber, seguro de crédito, seguro garantia e pelo D&O. Não era previsto o aumento dessas linhas, a transferência do risco pela proteção de crédito e linhas como o garantia é uma forma de liberar eventuais recursos depositados judicialmente revertendo para o caixa da empresa. E o cyber, muito em função do home office que expõe as empresas a um risco maior de ataque cibernético. O nível de segurança da informação no ambiente doméstico é inferior ao do ambiente corporativo”, expõe o diretor de Riscos Corporativos e Sinistros, Ilan Kajan Golia. Na MDS Brasil, em abril deste ano, quando comparado ao mês anterior, o índice de consulta para o seguro garantia judicial cresceu 80%, na modalidade depósito recursal. “Nesse momento, esse seguro tem sido o carro-chefe do meu departamento, pois ele permite a substituição do depósito em dinheiro pela apólice. Isso gerou uma busca desenfreada pelas empresas por esse tipo de seguro para elas terem dinheiro em caixa”, diz o diretor de Linhas Financeiras, Leandro Freitas.

covid-19. Elas estão mais reativas aos riscos, reduziram a automaticidade dos subscritores locais no processo de aceitação do risco e está havendo aumento de recusas”.

“ Os bureaus de

crédito eram um termômetro de curto prazo para a qualidade de crédito de uma empresa. A empresa pode estar morta e a gente está dando crédito para ela”

Análise de risco

Pelo aumento da demanda, a Alper Consultoria em Seguros reforçou o time da área de riscos financeiros, por outro lado, Golia comenta que as seguradoras estão mais restritivas. “Notamos nas seguradoras uma preocupação maior em assumir esses riscos. Algumas companhias colocaram um questionário adicional para saberem quais medidas de contingência as empresas estão adotando nesse momento de

Pedro Mattosinho Fator Seguradora

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mercado novas demandas

Na Argo Seguros, diz Gonçalves, “não diria que há um aumento de recusas, mas sim uma adequação de termos e condições de algumas apólices à realidade que a pandemia impôs, mas com o devido apoio que sempre demos aos nossos parceiros. O importante é destacar que quanto maior o número de informações que os clientes proporcionem, melhor fica o processo de subscrição e, portanto, a própria cotação do cliente, mais adequada às suas necessidades”. Mattosinho comenta que o próprio momento pede uma subscrição mais cautelosa. “Nós estamos pedindo aos nossos clientes a sua situação financeira mais atualizada. Temos enfrentado uma grande dificuldade pela determinação do Governo em não negativar as empresas.

Os bureaus de crédito eram um termômetro de curto prazo para a qualidade de crédito de uma empresa. A empresa pode estar morta e a gente está dando crédito para ela. Por enquanto está tudo bem, mas não sabemos de fato quando a conta irá chegar, mas ela vai chegar”. Na visão de Caroline Ayub, um bom trabalho de gerenciamento de riscos passa principalmente por investimento em tecnologia. “Destaco novamente as novidades que implementamos no seguro garantia. As novas plataformas, além de agilizar a contratação do seguro, também garantem maior segurança no cruzamento de dados e análise das informações. Desta forma, conseguimos ser mais precisos na subscrição dos riscos e na formatação de apólices que vão ao encontro das necessidades de cada cliente”. Ela complementa dizendo que não está havendo um aumento das recusas em virtude da pandemia. “Entendemos que é o momento de apoiarmos as empresas, oferecendo soluções para que elas consigam manter suas operações”. Na MDS Brasil, Freitas informa que as recusas também não estão aumentando, mas sim o critério das seguradoras na aceitação do risco. “As seguradoras estão tomando uma postura mais rígida, mais criteriosa para a aceitação do risco, mais do que há quatro meses. O cálculo atuarial continua sendo o mesmo, mas

“ Não diria que há

Fernando Gonçalves Pinto Argo Seguros

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um aumento de recusas, mas sim uma adequação de termos e condições de algumas apólices à realidade que a pandemia impôs”

Fernando Saccon Zurich do Brasil

com uma ou duas regras adicionais”. Na Zurich do Brasil, Saccon valida essa informação. “A análise do risco tem sido cada vez mais criteriosa, com revisão dos apetites de risco, monitoramento dos setores mais impactados, mas por outro lado, também observando as oportunidades geradas por outros setores que sejam mais resilientes nesse momento desafiador. Não há em si um aumento nas recusas, mas sim uma tomada de decisão mais criteriosa”. Segundo ele, com uma avaliação ainda cautelosa dos setores econômicos, gestão da empresa, resiliência financeira, ações concretas que estão sendo adotadas durante a pandemia e perspectivas futuras de negócio. “Permitindo, assim, um maior gerenciamento das capacidade disponibilizadas e dos termos e condições oferecidos”.

Futuro

Em um futuro breve, pós-pandemia, os executivos destacam as linhas financeiras que devem se manter em alta. “Não atuamos com o seguro de crédito, mas é um ramo que crescerá e ele tem uma particularidade: quando está tudo bem, ninguém quer comprájulho2020


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mercado novas demandas -lo, quando está tudo mal, ninguém quer vendê-lo. Já vimos isso acontecer diversas vezes, sempre que tem uma crise. Também aumentará a demanda pelo seguro cibernético e pelos seguros de responsabilidades, D&O e E&O”, prevê Mattosinho. Freitas também destaca o seguro cibernético. “Ele terá uma procura ainda

“ Percebemos

uma maior procura pelo cyber, seguro de crédito, seguro garantia e pelo D&O. Não era previsto o aumento dessas linhas”

Ilan Kajan Golia Alper Consultoria em Seguros

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maior, quando entrar em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Não só pelo aumento do home office, mas para a proteção contra invasões nas empresas e o controle da própria empresa fora do ambiente de trabalho. Existe uma preocupação grande para ter uma melhor proteção para isso”. Movimento visto por Golia, “o Cyber é uma tendência forte por conta da LGPD e após a pandemia, também as linhas financeiras. O maior recesso ainda não aconteceu. Primeiro vem o tsunami, depois vem o estrago, e entra a questão do seguro. Por agora, não estamos tendo reflexos na sinistralidade, ela virá depois. Infelizmente, a cultura é contratar o seguro depois que acontece o incêndio, haverá o reflexo efetivo de eventuais sinistros e empresas querendo contratar algo que já deveriam ter contratado”. “Entendemos que os produtos D&O, cyber e garantia continuarão experimentando uma procura maior para fornecer uma tranquilidade para as empresas e seus administradores superarem esse momento pós-crise e, restabelecerem suas atividades de maneira plena e produtiva”, pontua Saccon. Segundo ele, há também a expectativa de retomada principalmente de projetos governamentais que fomentam investimento em obras de infraestrutura. “Podemos ver um aumento nas garantias de performance e manutenção pela procura também das garantias judiciais que, inclusive, seguem para inovações tecnológicas tornando sua contração simples e rápida”. Gonçalves diz que a expectativa de um reaquecimento da economia ao longo do segundo semestre deve impulsionar as linhas de garantia e responsabilidades contemplando o D&O, o E&O e o RCG. “Somando-se a isso, com a vontade demonstrada pelo Governo em promover novas rodadas de concessões e privatizações, podemos ter um espaço ainda maior para o crescimento do seguro garantia em modalidades mais tradicionais, não se limitando apenas aos processos judiciais”. Ele ressalta que tão importante quanto a visão do cliente de que o seguro é fundamental, o mesmo tem que se con-

siderar para a questão de condições da apólice. “Digo isso porque em inúmeras vezes os clientes focam muito na questão preço e isso pode levar a um problema de cobertura, que posteriormente pode gerar uma situação muito desagradável em caso de falta da mesma. Acreditamos que a demanda e consciência irá aumentar, mas também se faz muito importante que a visão das condições apropriadas a cada risco seja levada mais em consideração no momento”. Caroline Ayub diz que no mundo pós-pandemia, é importante analisar quais reflexos essa crise trará para o futuro. “O mercado de seguros é sinônimo de proteção e precisamos analisar como cada área do segmento será afetada. É inegável que o comportamento dos consumidores e das empresas mudou durante esse momento”. Para finalizar, ela expõe que o segmento de linhas financeiras tende a crescer. “Em um primeiro momento, acredito que o seguro garantia continue em crescimento acelerado, justamente pela questão econômica que afeta uma grande parcela da sociedade. Talvez a substituição do seguro garantia ao depósito recursal realizado em dinheiro seja um respiro para aqueles afetados, direta ou indiretamente, pela pandemia”.

Leandro Freitas MDS Brasil

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longevidade pandemia

Por Carol Rodrigues

Pandemia ainda não impacta a expectativa de vida no Brasil e acelera conscientização sobre o autocuidado e produtos de proteções

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e pudéssemos sintetizar em uma frase o segredo da longevidade, com certeza seria: amar o que se faz e não perder a capacidade de sonhar. Um representante deste segredo é o cartunista e escritor Maurício de Sousa que, aos 84 anos, está em plena atividade. “Adoro desenhar desde criança. Posso desenhar ainda hoje e orientar o pessoal que chega no meu estúdio sobre técnicas, desenhos e filosofia das histórias em quadrinhos. Sentir que posso falar do que sempre gostei de fazer, e amo, é uma centelha de vida”, diz. Criador da Mônica e sua turma, ele diz ter arrancado a página do dicionário onde está escrita a palavra aposentadoria. “Felizmente, não me acho próximo da aposentadoria e me devo coisas que pensei, sonhei e quero realizar”. 12 revistacobertura.com.br

Em 2014, a Mônica Toy, desenho animado que atrai um número crescente de crianças de 2 a 4 anos, ganhou um canal no YouTube com títulos e descrições de vídeos traduzidos para o japonês. “Quero

criar mais sucessos mundiais. Criança é igual em todo o lugar. Estamos entrando na quarta geração de leitores da Turma da Mônica. Pra mim, tudo isso é um jardim florido”. Segundo ele, não há nada melhor do que em um dia você pensar em algo novo e realizá-lo no dia seguinte. “Com isso, a gente se alimenta e es-

“ Felizmente, não me acho próximo da

aposentadoria e me devo coisas que pensei, sonhei e quero realizar. Posso desenhar ainda hoje e orientar o pessoal que chega no meu estúdio sobre técnicas, desenhos e filosofia das histórias em quadrinhos. Sentir que posso falar do que sempre gostei de fazer, e amo, é uma centelha de vida” Maurício de Sousa, 84 anos

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longevidade pandemia parge energias positivas”. No mercado de seguros, temos alguns personagens com o mesmo perfil de Maurício de Sousa. Um deles é Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. “No ano em que nascemos, a expectativa de vida do brasileiro era 44 anos. Se tivéssemos sido estatisticamente corretos, teríamos morrido em 1980. Estamos em 2020 e a expectativa na idade em que estamos, estatisticamente, é de mais sete anos. Isso é longevidade e esse é um grande desafio. Somos amostra grátis do novo mundo de longevos”, destaca Molina, que possui a mesma idade que o cartunista. É para pessoas com esse perfil - autônomas intelectual e fisicamente -, que o mercado precisa voltar a sua atenção e desenvolver produtos que atendam a nova realidade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. A longevidade é um tema que está cada vez mais em voga. De acordo com dados do IBGE divulgados em 2019, a expectativa de vida dos brasileiros alcança atualmente 76,3 anos. “Esse resultado é fruto de muitas transformações conjuntas, como maior desenvolvimento da ciência, permitindo o controle e a cura de diversas doenças, além de mudanças significativas na rotina das pessoas, que criaram hábitos saudáveis, como prática de exercícios físicos e alimentação balanceada”, lembra Sandro Cespes, gerente técnico de Produtos da Prudential do Brasil. No Brasil, o envelhecimento ocorre em ritmo acelerado. “Para se ter uma ideia, temos atualmente mais de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos e quase 60 milhões de brasileiros com mais de 50 anos. Mas, mesmo com a existência alongada, há um momento em que a finitude chegará. E qual é a nossa percepção sobre esse momento?”, reflete Layla Vallias, cofundadora do Hype50+, consultoria de marketing especializada no consumidor sênior e da Janno, que tem como objetivo apoiar os brasileiros acima de 50 anos em seu planejamento de fim de vida. julho2020

Aí veio a pandemia

Um levantamento conduzido pela Janno apontou que sete em cada dez entrevistados 60+ estão refletindo mais sobre a finitude durante a pandemia causada pela covid-19 e dois em cada dez começaram o planejamento de fim de vida durante o distanciamento social. “Costumava dizer que ninguém acorda querendo comprar um seguro de vida. Creio que não possa dizer o mesmo em futuro próximo. A pandemia trouxe o risco mais perto das pessoas, e isso fez com que homens e mulheres, particularmente os provedores dos recursos da família, acordassem para o risco da morte e ou invalidez prematuras”, diz o presidente do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Quando perguntado sobre a possibilidade de o fenômeno longevidade mudar em decorrência da pandemia, Molina é enfático ao dizer que não. ”A longevidade é um fenômeno demográfico resultado do avanço da saúde e qualidade de vida da população. A pandemia poderá trazer um pequeno aumento, quase nada, na taxa de mortalidade no Brasil e no mundo no ano de 2020. Nada mais do que isso”, prevê Molina. Ele entende que o aumento da expectativa de vida seguirá seu curso, independentemente da pandemia, se considerarmos que, em breve, teremos uma vacina para o coronavírus. Também destaca que o comportamento do chamado ‘novo normal’ contribuirá para hábitos mais saudáveis, que vão contribuir para que sejamos ainda mais longevos. Fernanda Pasquarelli, diretora de Vida e Previdência da Porto Seguro, também considera prematuro afirmar que vivenciaremos uma redução relevante de longevidade não só no Brasil como também em outros países, cuja concentração da população idosa é maior. “Acompanhamos pesquisas recentes

de renomados institutos de pesquisa e da própria Organização Mundial de Saúde (OMS). Como exemplo, é esperado que a expectativa de vida na Bélgica regresse para os níveis de 2014, com uma perda de 12 meses dos atuais 80,7 anos. A Espanha passaria de 83,6 para 82,9 anos”. Segundo ela, estruturalmente a pandemia não trouxe mudanças nos produtos em termos de coberturas oferecidas, preços e capitais. Mas

Nilton Molina Instituto Mongeral Aegon

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longevidade pandemia elas observa uma aceleração na conscientização da importância dos produtos de proteção como seguro de vida, previdência e assistência funeral. “Esse movimento já vinha em uma crescente, indicando sinais de amadurecimento do mercado. O cenário da pandemia exacerbou este movimento, e hoje ve-

alterou o propósito de proteger vidas e a companhia garantiu as indenizações para os casos de covid-19, dentro das coberturas de Morte Natural, Invalidez por Doença, Renda Hospitalar, Assistência Funeral e Viagem. “Até mesmo para as novas vendas a proteção contra o novo coronavírus está ativada, respeitando apenas o prazo natural de 90 dias da contratação. “Esta não é a primeira vez que a Prudential enfrenta o desafio de uma pandemia. Em 1918, quando a gripe espanhola atingiu o mundo, as equipes da Prudential trabalharam dia e noite para garantir que a empresa cumprisse suas promessas para os clientes e, com isso, foram pagas cerca de 85 mil indenizações, totalizando mais de US$ 20 milhões apenas nessa crise”.

Ressignificação da morte e o custo seguro

mos nossos corretores sendo mais acionados para prestar esclarecimentos e assessoria para seus clientes”. Na previdência privada, caso o cliente tenha adquirido uma cobertura de proteção para morte, a família também será indenizada. “Nossa missão é estar sempre ao lado dos nossos clientes, zelando e atuando para cuidar de cada um deles, e trabalhando para continuar merecendo a sua confiança”. “Podemos dizer que esse momento tão desafiador da pandemia estimulou ainda mais a reflexão e conscientização das pessoas a respeito da vulnerabilidade e finitude da vida, trazendo inclusive o olhar mais atento para a proteção da população idosa e pessoas com saúde mais frágil. Nesse sentido, acreditamos que o fenômeno da longevidade ganhará ainda mais força no país, ampliando a necessidade de proteção e cuidados com a saúde física e mental, com o objetivo de viver mais e melhor”, descreve Cespes. No caso da Prudential, a pandemia não 14 revistacobertura.com.br

“O brasileiro não gosta de falar sobre a morte. Viemos de uma cultura que enfatiza a vida e a juventude. Pensamos que o futuro está muito longe e não nos planejamos para a finitude. Em países orientais, essa relação com a finitude é mais fluida – para eles, morrer é uma etapa importante do viver”, diz Layla Vallias. Na visão dela, na medida em que as pessoas ficarem mais velhas, haverá mais naturalidade para falar do assunto. “Esse comportamento dos ‘novos’ prateados mostra que eles estão quebrando um tabu e essa naturalidade para lidar com o fim da vida traz a perspectiva da importância do planejamento e do legado”. Segundo Renato Gonçalves, sócio-fundador da Movida Seguros para Pessoas, embora a morte seja uma questão delicada para se tratar porque as pessoas não querem pensar no assunto, hoje já se tem o entendimento de que o cliente já trata com mais naturalidade. “Defendo a ideia de que essa cultura comece com o corretor de seguros. O tabu está com o próprio corretor”.

Layla Vallias Janno e Hype 50+

A longevidade é, inclusive, um argumento para o corretor oferecer o seguro de vida e o plano de previdência a um potencial segurado. Há ainda o barateamento das proteções, como o seguro de vida, na medida em que o brasileiro está vivendo mais. “Vendo o seguro de vida da Omint e a tabela que criamos há três anos continua ativa com os mesmos valores. Não teve inflação”, exemplifica. Enquanto no vida, com a longevidade a seguradora tem mais tempo para receber o dinheiro do prêmio do seguro, na previdência pode gerar a necessidade de um período de contribuição maior. “Quando temos tábuas atuariais mais atualizadas, o mercado julho2020


longevidade pandemia

“ Acreditamos

que o fenômeno da longevidade ganhará ainda mais força no país, ampliando a necessidade de proteção e cuidados com a saúde física e mental, com o objetivo de viver mais e melhor” Fernanda Pasquarelli Porto Seguro

pode oferecer seguro de vida cada vez mais competitivo, uma vez que o tempo de vida do indivíduo passa a ser maior, tendo impacto direto no preço. Ou seja, se tem a expectativa de viver mais, o cliente pagará mais tempo e, consequentemente, pagará um valor menor referente à proteção”, explica Molina.

Produtos para 65+

Contudo, a realidade é que as seguradoras, segurados e corretores têm que se adaptar à nova realidade. Conforme Gonçalves, hoje há poucas ofertas de produtos para pessoas até 80 anos e a maioria está limitada a cobertura morte e assistência funeral. “Os seguros tradicionais são aceitos até os 65 anos. Algumas seguradoras disponibilizam coberturas de 65 a 80 anos com restrição de cobertura e limitação de capital. É possível ter mais. julho2020

Sandro Cespes Prudential do Brasil

No mercado europeu, em países como França e Portugal, em que a longevidade já é uma realidade há alguns anos, temos muitos produtos para esse tipo de público. No Brasil ainda estamos engatinhando”, comenta. Agora, imagine chegar em uma idade em que você tem um seguro que pagará um profissional para cuidar do segurado. Trata-se do Seguro Dependência, um misto de seguro com assistência, voltado para pessoas que quando chegam a uma certa idade ficam dependentes e precisam fazer adaptações na residência. “Esse é o futuro”, diz o diretor da Movida, que possui um projeto bem adiantado e procura uma seguradora que aposte no produto. Na Porto Seguro, atualmente qualquer pessoa de até 70 anos pode contratar um seguro de vida e permanecer por tempo indeterminado. Segundo Fernanda, além de aumentar para 70 anos o limite de idade para contratação do seguro de vida, a Porto Seguro passou a oferecer aos clientes o Vida24H. Com ele, os segurados podem solicitar orientação emergencial em saúde por

telefone, realizada por equipe médica especializada. Quem acessa o aplicativo Vida24H tem a possibilidade de incluir alarmes para organizar os horários de seus medicamentos e de armazenar todas as suas receitas médicas, buscar o melhor local para comprar seus remédios, entre outras funcionalidades. “Temos o desafio de não só ajudar as pessoas a se protegerem financeirevistacobertura.com.br 15


longevidade pandemia

ramente em situações inesperadas, como acidente, doença ou falecimento, mas também de criar serviços para esse público. E, principalmente, temos a preocupação de estar à frente oferecendo coberturas para as ‘novas’ doenças, entre elas doenças mentais, ampliando cada vez mais o leque de opções que os clientes podem optar na contratação de um seguro”, explica Fernanda. O seguro de vida da Porto conta com

mais de 20 tipos de doenças que afetam principalmente os longevos, entre elas o Alzheimer. “No seguro para mulheres, a cliente pode solicitar uma segunda opinião médica por telefone, sem sair de casa, basta enviar seus exames por e-mail. Até as apólices podem ser assinadas de forma digital. São serviços como estes que as pessoas vão buscar sem precisar sair de casa para tudo daqui pra frente. Além desses, outros virão”, acrescenta a diretora. Já a Prudential do Brasil possui diversos tipos de coberturas que se encaixam no perfil de cada cliente, mas o carro-chefe é o seguro de Vida Inteira, que vai proteger financeiramente a vida do cliente, aos 20, 60 ou até mais de 80 anos. “Ele responde por 90% da base de segurados e possui as coberturas de Morte, Invalidez Total por Acidente, dispensa de prêmio em caso de invalidez parcial e Antecipação Total ou Parcial em caso de doença em estágio terminal com menos de seis meses de sobrevida”, explica Cespes. Na visão dele, o seguro de vida ideal, seja para longevos ou pessoas mais jovens não depende de um estudo específico. “É aquele que vai atender ao momento de vida, perfis, histórico familiar e demandas de cada pessoa. É uma proteção financeira muito especial, que deve fazer parte do planejamento financeiro de longo prazo de todas as pessoas, sejam elas mais velhas ou ainda jovens. Isso porque os imprevistos da vida não escolhem idade ou período para acontecer e, para isso, precisamos estar protegidos financeiramente”. A MAG Seguros tem se dedicado a estudar coberturas para os longevos, inclusive por

meio do Instituto de Longevidade. Na companhia, os segurados com mais de 60 anos representam 18% da carteira de clientes. “Somos uma seguradora com 185 anos de existência, a mais longeva do país, e entendemos que é nosso papel oferecer soluções de seguros para todas as fases da vida. Por isso, nos orgulhamos de ter produtos para pessoas com até 85 anos, o que está muito acima da expectativa de vida ao nascer do brasileiro segundo o IBGE, que hoje é de +- 73 anos”, comenta Molina. A linha Master da companhia dedicada especificamente aos longevos, ganhou um novo produto em junho deste ano, chamado Master Acidentes Domiciliares. “Este seguro é uma solução para acidente pessoal no ambiente de casa e que combina, também, assistências para deixar o lar um local mais seguro, com serviços como instalação de barras no banheiro e fita derrapante em tapetes, etc.”. Segundo ele, vem recebendo destaque também o crescimento do novo conjunto de benefícios denominado, Bem-Estar. “A maior parte das nossas vendas hoje para este público está relacionada com coberturas de morte. Ou seja, são pessoas que contratam o seguro pois têm uma relevante contribuição financeira em suas famílias e querem garantir o padrão de vida e a realização dos sonhos no caso da sua partida”, encerra Molina.

Renato Gonçalves Movida Seguros

16 revistacobertura.com.br

julho2020


ações do setor em tempos de coronavírus Segundo Solange Beatriz Palheiro Mendes, diretora de Relação de Consumo e Comunicação da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), até junho foram aplicados cerca de R$ 35 milhões em ações de responsabilidade social de enfrentamento da pandemia. Somos uma atividade que cumpre funções sociais habitualmente, e não foi de todo estranho ao setor abraçar a causa de mitigar os danos causados pela pandemia de forma espontânea e proativa”. No início de julho, a seguradora Zurich anunciou, em parceria com Z Zurich Foundation e Zurich Santander, a aprovação de mais R$ 4,4 milhões em investimentos em ações sociais. Os recursos são direcionados para ajudar o Hospital e Pronto Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz, de Manaus, a adquirir 1 milhão de EPIs para os 1,5 mil profissionais de saúde da unidade que estão envolvidos com o atendimento a pacientes de covid-19. Também serão direcionados recursos para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para ampliação da capacidade de testagem de covid-19 no País.

Orientações O SindsegSC é um dos apoiadores da cartilha digital que trata do tema “Vamos nos proteger do coronavírus com vovô Chopão”, produzida por Luiz Cé com o objetivo de levar informações de forma on-line. A Cartilha está disponível no portal de informações do SindsegSC no campo Publicações.

As empresas que pretenderem retomar gradualmente as atividades presenciais têm que seguir um rígido protocolo sanitário. “Os gestores terão de fazer uma revisão aprofundada dos processos, e isto inclui a forma como os funcionários se relacionam e se comportam internamente. Atitudes que até pouco tempo eram consideradas inofensivas, como um abraço ou compartilhamento de materiais, não fazem parte dessa nova realidade”, diz Naiane Ribeiro Lomes, médica infectologista contratada como consultora para prestar apoio à It’sSeg e seus clientes corporativos.

Especial coronavírus

Papel social

Seguro mantém fluxo de caixa Apoio aos colaboradores A Zurich no Brasil criou também um benefício adicional para colaboradores, de até R$ 20 mil, para custear despesas médicas e hospitalares dos funcionários e suas famílias na necessidade de hospitalização para tratamento da covid-19.

De acordo com a Baroli Corretora de Seguros, de março a junho a contratação do Seguro Garantia Judicial, que funciona como um instrumento de caução em diversos tipos de processos, aumentou em 70%, dos quais uma parcela significativa se converterá em execução. Segundo dados do Termômetro covid-19, da Justiça do Trabalho, já são mais de 50 mil ações trabalhistas nos últimos quatro meses, cujo valor estimado já passou de R$ 2 bilhões.

Queda de receita Em abril, o setor segurador registrou queda de receita, influenciada pela covid-19. A redução foi de 21,4% em relação ao mês anterior e de 26,1% sobre abril de 2019. A arrecadação de prêmios no mês foi de R$ 15,7 bilhões, a menor observada desde fevereiro de 2016, sem Saúde e DPVAT. “Já era esperado o impacto trazido pelo primeiro mês completo afetado pelo distanciamento social e pela perda de mobilidade da população e dos fatores de produção”, destaca o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, no editorial da Conjuntura CNseg nº 23. julho2020

Estudo Em um esforço de auxiliar o sistema de saúde na construção de conhecimento durante a pandemia, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) publicou o Estudo Especial “O novo coronavírus no Brasil e fatores de risco em beneficiários de planos de saúde”. No período analisado, mais da metade, 54,4%, dos óbitos foram de homens, 69% de pessoas acima dos 60 anos e 64% apresentaram pelo menos um dos fatores de risco da doença (cardiopatias, obesidade, imunodepressão, doença neurológica, doença renal, pneumopatia, diabetes e asma). revistacobertura.com.br 17


entrevista Mitsui Sumitomo

Por Karin Fuchs | karinfuchs@skweb.com.br

“Estamos atuando da forma como o corretor precisa”, diz Helio Kinoshita, vice-presidente da seguradora que lançará um novo produto em breve

E

ntre janeiro e maio deste ano, a Mitsui Sumitomo Seguros totalizou R$ 234 milhões em prêmios emitidos, valor que supera as metas que a companhia tinha estabelecido, apresentando um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado ou 38% quando exclui-se o DPVAT de 2019. “Tivemos também um salto na emissão de apólices, chegando a quase 50% de aumento em relação a 2019”, acrescenta o vice-presidente, Helio Kinoshita. Com a redução da taxa de juros, atingindo o nível de 2,25% em junho, o executivo diz que o desafio é reduzir o índice combinado da companhia. “Para abaixo de 100% nos próximos dois anos. E uma das estratégias é promover um crescimento significativo com diversificação de produtos e disciplina na subscrição de riscos”. A Mitsui opera com auto, vida, RE corporate, RE massificados e transporte. “Apesar do auto ser o nosso carro-chefe representando 51% da carteira, os negócios de Ramos Elementares, transporte e vida têm apresentado um crescimento significativo e consistente nos últimos anos três anos, o peso destes produtos subiu de 28% para 49% da carteira”. Kinoshita comenta que o foco é o investimento na adequação dos produtos existentes ao modelo de negócios do distribuidor, envolvendo desde coberturas, trâmites operacionais, modalidade de pagamento, e ferramentas de comercialização. “Desta forma, a companhia fomenta produtos como residência, empresarial, risco de engenharia digital e RC digital”. Para pequenas e médias empresas foram desenvolvidas soluções para seguros empresariais com limite de R$ 500 mil a R$ 20 milhões, e médias empresas com limite de R$ 20 milhões a R$ 75 milhões com contratações através de sistemas web, oferecendo aos corretores facilidade e agilidade. Kinoshita aproveita para contar uma novidade: “no início deste segundo semestre, iremos lançar o seguro garantia numa plataforma operacional avançada que, dentre outras vantagens, nos permitirá no futuro a ofertar o seguro garantia digital também”. 18 revistacobertura.com.br

Helio Kinoshita Mitsui Sumitomo

julho2020


entrevista Mitsui Sumitomo Demandas

Em relação às demandas, Kinoshita conta que tem sido observado um aumento de demanda por seguros de vida em grupo e residência. “Observamos também um pequeno aumento no nível de renovação dos seguros de automóvel, demonstrando a preocupação por parte dos segurados na proteção do seu patrimônio. E, ainda, “durante o período da quarentena, observamos uma redução significativa do número de aviso de sinistros de todas as linhas de negócios, conforme os governos estaduais flexibilizam a quarentena, percebe-se um aumento gradual do número de avisos de sinistros”.

culos e robôs para os produtos de varejo. Além de disponibilizarmos Vistoria e Inspeção Digital”. Segundo Kinoshita, neste momento tão sensível de saúde e da própria economia de mercado de seguros e do país, a Mitsui está ainda mais perto e focada para entender as necessidades atuais dos nossos corretores. Internamente, ele diz que as oportunidades de se tornarem mais ágeis foram impulsionadas pelos corretores, que demandavam uma gestão mais participativa e eficaz para manterem o seu índice de renovações e ir em busca de novos seguros. “Buscamos ainda mais manter nossas vendas, por isso, foram criadas diversas campanhas com mais

“ ‘Tomoni’ é estar junto, em todas as horas

que o segurado precisar. O ‘novo normal’ começa a cada dia e todas as demandas atuais e novas do mercado de seguros poderão sempre contar com a solidez de um grande grupo japonês, com a parceria do nosso time que leva nossos valores em tudo que faz” Proximidade

Com cerca de 300 funcionários distribuídos em 16 filiais e na sede, na capital paulista, desde o início da pandemia, a Mitsui tem buscado oferecer facilidade aos seus corretores e segurados, desenvolvendo funcionalidades de retenção do cliente chamada “Renovação Fácil” e também modalidade de pagamento “1 + 7”, além de uma carência de até 90 dias entre a 1ª e 2ª parcela, dando um fôlego financeiro aos seus clientes. “Hoje atendemos cerca de 10,5 mil corretores, possibilitando que eles nos acessem através do Portal do Corretor, obtendo informações analíticas da apólice, sinistro, comissão, cobrança. Para a atividade comercial, possibilitamos a utilização das ferramentas de multicáljulho2020

facilidade de pagamento e aumento do prazo de vigência do seguro. Tudo isso, pensado e criado junto ao corretor para mantermos nossos negócios, mesmo em uma crise”. A primeira demanda atendida foi flexibilizar pagamentos e evitar ao máximos o cancelamento de seguros por inadimplência. “Sabemos da instabilidade de empregos e não queremos deixar desprotegidos nossos segurados. Por isso, criamos campanhas onde os prazos de carências foram estendidos, sendo tratado caso a caso. Estamos atuando da forma como o corretor precisa. Estamos conectados, seja pelo WhatsApp ou telefone, até as redes sociais. Sentimos a demanda do cliente e estamos por perto, sempre”.

Inovação

A Mitsui tem investido em inovação em duas frentes: Eficiência Operacional e Vendas. “Para eficiência operacional, implantamos uma solução baseada em Inteligência Artificial para detecção de fraude nos sinistros de automóvel. Esta solução tem a capacidade de incorporar fontes de dados exclusivas aos seus modelos para detectar, da melhor forma, uma ampla gama de comportamentos fraudulentos. Este projeto foi eleito como um dos cinco melhores projetos de inovação do Grupo no mundo todo”. Ele acrescenta que nos projetos internos, a companhia tem aplicado a metodologia “ÁGIL”, que traz conceitos de decisões compartilhadas, “tiros curtos”, com monitoramento através de métricas simples e de rápida implementação, e criado várias “Squads” com diferentes projetos em andamento. “Em vendas, nós temos inovado propondo soluções simples e rápida, adequando-se ao modelo de negócios do parceiro de negócios”.

Pós-pandemia

Na avaliação de Kinoshita, a indústria de seguros é um segmento privilegiado, pela sua missão de proteger as pessoas e os patrimônios. “A pandemia ensinou a nós, seguradoras e corretores, que temos capacidade de conduzir 100% da nossa operação de forma remota. Aprendemos que estar perto e ser parceiro dos corretores não requer presença física. Ficou mais evidente que as relações são baseadas em confiança e na qualidade do atendimento, seja onde estivermos”. Para finalizar, ele diz que a companhia se aproximou mais ainda dos corretores. “Eles têm certeza de que podem contar com a Mitsui Sumitomo Seguros. Esta é a filosofia que empregamos em nossas campanhas. ‘Tomoni’ é estar junto, em todas as horas que o segurado precisar. O ‘novo normal’ começa a cada dia e todas as demandas atuais e novas do mercado de seguros poderão sempre contar com a solidez de um grande grupo japonês, com a parceria do nosso time que leva nossos valores em tudo que faz”. revistacobertura.com.br 19


mercado vistorias

D

Por Karin Fuchs | karinfuchs@skweb.com.br

esde unidades fabris até lavouras, os drones – veículos aéreos não tripulados, controlados remotamente - são utilizados no gerenciamento de risco e nas vistorias, oferecendo benefícios para as seguradoras e os segurados. A apólice de seguro da aeronave contra terceiros/colisões é obrigatória, e Dary Avanzi, CEO da Avanzi Tecnologia, lembra que os primeiros modelos eram utilizados nas gravações de imagens e vídeos para o cinema. “De alguns anos pra cá, começou a ser usado em muitos segmentos. Hoje, a maior utilização dele é na agricultura de precisão, nas inspeções prediais e industriais, monitoramento de vigilância, desastres naturais, telemetria, resgates, dentre outros cenários. Porém, isso muda de acordo com cada região do Brasil e com cada país ao redor do mundo”.

Utilização em vistorias e no gerenciamento de risco traz eficiência e segurança para o setor de seguros; seguro da aeronave é obrigatório, assim como as regras de segurança Existe a regra de operação do drone e homologação junto aos órgãos governamentais de cada país. “Aqui no Brasil, temos uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) 419/17, Anatel e Decea. Entre as regras, a apólice de seguro da aeronave contra terceiros/colisões é obrigatória, assim que o drone é adquirido. Esse item é indispensável e exigido pela Anac, que significa “Responsabilidades do Explorador ou Transportador Aéreo”, explica Avanzi. Segundo ele, “com o seguro, o usuário/ operador recebe a garantia contra colisões com outras aeronaves e terceiros,

que é a mais importante ao meu ver. Ressalto, também, que qualquer dano material ou corporal a terceiros no solo deve ser coberto pelo seguro. Entretanto, o usuário não ganha ressarcimento em casos de mau uso. Além disso, qualquer desrespeito à legislação vigente pode isentar a seguradora de indenizar o cliente”. Por essa razão, acrescenta o executivo, “o seguro para casco pode ser interessante para quem tem um drone de alto valor. Porém, a responsabilidade durante a utilização sempre será a melhor forma de evitar grandes prejuízos. Logo, sempre sugerimos um curso de pilotagem também”.

Seguro

Dary Avanzi Avanzi Tecnologia

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Felipe Smith Tokio Marine

Jonson Marques de Sousa Mapfre

Desde 2018, a Tokio Marine trabalha com o seguro aeronáutico obrigatório (RETA) para drones. “Esse seguro é exclusivamente para Drones registrados na Anac e efetivamente utilizados para fins não recreativos. O seguro garante a cobertura para danos corporais e materiais causados às pessoas e bens no solo, bem como danos causados por julho2020


mercado vistorias abalroamento e colisão”, especifica Felipe Smith, diretor executivo de Produtos Pessoa Jurídica da Tokio Marine. Na Mapfre, Jonson Marques de Sousa, diretor técnico de Empresas, conta que em agosto de 2019, a companhia decidiu ampliar o portfólio para oferecer proteção para cascos de drones, ou Veículos Aéreos Não-Tripulados (Vants). “O produto é destinado exclusivamente a drones e equipamentos utilizados para fins profissionais”. As apólices são personalizadas e levam em consideração informações como categoria, idade do equipamento (aceito até 5 anos), experiência do operador, tipo de uso, treinamentos realizados e os equipamentos acoplados ao drone. “Além disso, focamos em Vants de uso profissional, avaliamos se os pilotos estão devidamente habilitados pelas autoridades e com a experiência e treinamentos realizados para o equipamento em análise”. Na Mapfre, os limites segurados podem chegar a R$ 80 mil para modelos de asas rotativas e a R$ 500 mil para asas fixas. “O seguro cobre acidentes durante a decolagem, voo e pouso, sejam os prejuízos parciais ou perda total do aparelho. Além de resguardar a integridade física dos drones, as empresas prestadoras de serviços que utilizam essas aeronaves têm a obrigação legal de contratar apólices de Responsabilidade Civil (RC), com proteção contra danos causados a terceiros, conforme uma resolução da Anac de 2017”.

Aplicações

A Crawford Brasil utiliza há cerca de três anos drones especialmente em vistorias de danos físicos de difícil acesso em que precisam de imagens minuciosas que os auxiliem na identificação do fato gerador de alguma ocorrência e na apuração dos prejuízos. “Nos Estados Unidos, onde a Crawford já utiliza drones há mais tempo, foi comprovado que seu uso diminui o tempo das vistorias e pode reduzir os custos em até 30%, além de aumentar a qualidade do trabalho e, consequentemente, a satisfação dos clientes” informa o CEO Leonardo Semenovitch. No ano passado, a Porto Seguro começou a utilizar drones para vistorias pós-sinistros. “Foi uma iniciativa que visava julho2020

“ Esse tipo de

operacionalização nos permite maior agilidade na avaliação do sinistro e, ao mesmo tempo, fazer isso de uma forma totalmente segura para os nossos prestadores” Cláudio Cruz, Porto Seguro

otimizar o tempo de todos os envolvidos, aliando agilidade, segurança aos clientes e prestadores, qualidade no atendimento e tecnologia. Iniciamos a operacionalização com drones em Goiás e Brasília em abril do ano passado e, no decorrer do ano, expandimos para São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina”, conta o superintendente de Sinistros de Ramos Elementares, Cláudio Cruz. Ele explica que nesses lugares, o que antes necessitava uma grande estrutura, com andaimes, equipamentos de proteção e escadas em ambientes mais restritos, por exemplo, passou a ser feito com drones. “A tecnologia permite que façamos a averiguação dos sinistros em menor tempo e com maior segurança”, complementa. Na Tokio Marine, o uso de drones no gerenciamento de riscos começou em 2017. “Na época, fomos pioneiros em utilizar esta tecnologia no mercado de seguros no Brasil. Esta ação foi ancorada na estratégia de investimento em tecnologia da Tokio Marine e na preocupação que temos, enquanto seguradora, de assegurar que nossos corretores, assessorias e clientes tenham sempre acesso a soluções inovadoras que otimizam os processos”, informa Smith. Ele acrescenta que, hoje, a utilização de drones está plenamente estabelecida, servindo como um importante com-

plemento para o trabalho do vistoriador. “A utilização de drones como ferramenta de inspeção no mercado securitário é bastante ampla, desde unidades fabris até lavouras, e a Tokio Marine investe continuamente em tecnologia como um complemento ao trabalho humano e jamais como substituição”. Marques comenta que a Mapfre tem estudado as possibilidades do uso de drones em seus negócios. “Avaliamos diversas ferramentas de sensoriamento remoto para a regulação de sinistros e inspeção de riscos. Tivemos duas situações interessantes. A primeira relacionada à regulação de um sinistro de florestas e a segunda a uma inspeção de risco para aceitação de aviários”. Segundo ele, a redução de tempo para realizar a regulação do sinistro em ambas as situações foi significativa: de oito dias para um dia e meio. “Neste momento que vivemos, essa tem sido uma alternativa de atendimento que podemos fazer uso, tanto em inspeções prévias como em regulação de sinistros”.

Ganhos

Na opinião de Smith, o principal benefício do uso de drones está na coleta de dados que manualmente seriam mais difíceis de obtenção. “Estas informações podem ser utilizadas tanto para o desenvolvimento da operação e mitigarevistacobertura.com.br 21


mercado vistorias

“ Nos Estados

Unidos, onde a Crawford já utiliza drones há mais tempo, foi comprovado que seu uso diminui o tempo das vistorias e pode reduzir os custos em até 30%” Leonardo Semenovitch, Crawford Brasil

ção dos riscos do segurado quanto para a formatação de apólices ainda mais adequadas à realidade do cliente”. Para Marques, o drone é um meio muito interessante para o mapeamento de risco de forma rápida. “Os principais ganhos são a segurança, agilidade e a assertividade, redução de tempo e exposição de risco do colaborador que executa essa função. Sempre lembrando que o drone serve como uma ferramenta complementar para os profissionais do segmento”. Além das vantagens em permitir analisar a extensão dos danos com maior 22 revistacobertura.com.br

precisão e esclarecer dúvidas acerca das causas, com a captação de imagens muito nítidas, Semenovitch avalia que “o uso de drone aumenta também a produtividade dos nossos profissionais e possibilita a emissão de um parecer mais ágil com relação aos serviços necessários para reparo. Através de uma documentação mais bem qualificada, fica mais fácil agilizar a liberação de recursos financeiros aos segurados atingidos”. Nas palavras de Cláudio Cruz, da Porto Seguro, uma série de fatores podem ser considerados como ganhos na utilização dos drones. “Esse tipo de operacionalização nos permite maior agilidade na avaliação do sinistro e, ao mesmo tempo, fazer isso de uma forma totalmente segura para os nossos prestadores”. Ele cita que em uma avaliação de desmoronamento ou quebra de telhados, por exemplo, normalmente é necessária a montagem de uma estrutura com andaimes e os prestadores, com a utilização de equipamentos de proteção, fazem a avaliação do local. “Com os drones, além de mais proteção aos nossos colaboradores, otimiza-se o tempo que normalmente é preciso para a montagem da estrutura de andaimes. Isso é importante, pois agiliza o processo de apuração e, consequentemente, o pagamento de indenizações”.

Riscos

Dary Avanzi, comenta que os riscos mais citados são de que os drones podem atrapalhar o espaço aéreo ou outras atividades locais, assim como

podem acabar caindo e machucando pessoas. “No entanto, existe ainda uma outra possibilidade mais grave: o choque no ar. É importante destacar isso, pois os acidentes causados pela colisão no ar podem ser fatais. Por isso, sempre indicamos seguir as regras e ter de imediato uma apólice de seguro”. Na avaliação de Semenovitch, a maior parte dos riscos decorre principalmente da eventual inobservância das normas de utilização. “Lembrando que os operadores devem possuir as devidas certificações obtidas junto às autoridades de segurança e controle do trafego aéreo. Além disso, em certas regiões com maior adensamento urbano, com presença de muitas antenas de radiofrequência, por exemplo, podem ocorrem dificuldades de comunicação entre o drone e seu operador, tornando inviável a navegação”.

Outras finalidades

Inicialmente, os drones eram utilizados na vistoria de seguros de Property na Tokio Marine, que passou a utilizá-los também na vistoria do Seguro Agro Safras, Engenharia, Garantia e na análise do inventário de Salvados, por exemplo. “A utilização de drones se expande a cada dia em diversos segmentos para diferentes finalidades. No mercado securitário, este uso na inspeção de Grandes Riscos é mais consolidado na Europa e nos Estados Unidos”. “Estamos sempre atentos às novas possibilidades e ao que a tecnologia nos permite. Temos avaliado novas possibilidades, bem como a expansão para outros Estados do país desse tipo de atividade de avaliação nos seguros residencial e empresarial. Esse é um momento de bastante reflexão sobre novos caminhos e possibilidades e, sem dúvidas, fazer uso da tecnologia para otimizar processos e serviços, está no nosso radar”, diz Cláudio Cruz. Para finalizar, Semenovitch ressalta que as aplicações dos drones são diversas, com ganhos em eficiência e segurança. “Mas devem sempre ser feitas mediante um adequado planejamento. Entre elas, inspeções de estruturas, monitoramento de obras, acompanhamento da operação e manutenção de plantas industriais, são alguns exemplos”. julho2020


líderes em ação

Por Carol Rodrigues

Universidade da Aconseg-RJ tem acesso intensificado; presidente antecipa que disponibilizará cursos com transmissão de aulas ao vivo

Luiz Philipe Baeta Neves Aconseg-RJ

C

om 37 anos de mercado securitário, Luiz Philipe Baeta Neves, presidente da Aconseg-RJ, é otimista sobre o futuro. Em sua visão, embora o mercado registre uma queda na produção, o cenário pós-pandemia trará uma menor sinistralidade para várias carteiras. “Outras carteiras, como Saúde e Vida, vão ganhar uma importância extraordinária para a sociedade e, certamente, num ambiente estabilizado, farão parte do novo planejamento financeiro das famílias”, comenta o presidente da associação que atualmente trabalha com 25 companhias parceiras. Baeta está embasado no fato de a atividade seguradora ser fundamental para a sociedade, mesmo diante de mudanças de hábitos e comporta-

mentos surgidos na nova configuração social. “Pouco sabemos sobre o ‘novo normal’, mas acredito que ele irá recuperar valores aparentemente esquecidos, tais como empatia, solidariedade e humanidade. Todos serão revigorados e essenciais para a vida em sociedade na nova ordem que irá surgir. Precisaremos nos aperfeiçoar para construirmos um mundo melhor”. Durante o período de isolamento, a única mudança estrutural foi que os escritórios disponibilizados pelas assessorias se tornaram virtuais. “Sem o espaço físico, a tecnologia nos permitiu continuar prestando serviços mesmo com toda a equipe em home office, graças ao WhatsApp, facebook, e-mail e sites, que devem ser sempre atualizados com informações exclusivas para facilitar a vida do corretor assistido pelas assessorias”. Diante do atual cenário, a maior preocupação da Aconseg-RJ é manter as assessorias associadas informadas sobre todos os acontecimentos e buscar maneiras de garantir a continuidade dos negócios. “Todo momento de crise traz oportunidades e se diferenciar é o que minimiza as consequências econômicas negativas. Em muitos casos, a troca de informações entre funcio-

“ Todo momento de crise traz oportunidades e

se diferenciar é o que minimiza as consequências econômicas negativas. Em muitos casos, a troca de informações entre funcionários das assessorias e corretores se tornou até mais intensa e ganhou uma agilidade que não existia antes” julho2020

nários das assessorias e corretores se tornou até mais intensa e ganhou uma agilidade que não existia antes”.

Universidade na vanguarda

À frente de investimentos para qualificação profissional das assessorias e dos corretores, a Aconseg-RJ viu o período de isolamento intensificar a procura pelos cursos disponíveis na Universidade Aconseg realizada em parceria com o IndoRH. Segundo o presidente, os alunos demonstram interesse por conteúdos no formato de vídeos com transmissão das aulas ao vivo, que serão disponibilizados em breve. Outro ponto importante tem sido a atuação nas redes sociais, foco desde o início da primeira gestão de Baeta, inclusive utilizadas para compartilhar as novidades lançadas para os corretores. “Essa importância se tornou ainda maior, quando a única forma de contato é a virtual”.

Nome | Associação das Empresas de Assessoria e Consultoria de Seguros do Estado do Rio de Janeiro (Aconseg-RJ) Presidente | Luiz Philipe Baeta Neves Data de fundação | 26/05/1998 Associados | 18 Facebook | /aconsegrj Instagram | @aconsegrj Site | www.aconseg-rj.com.br Universidade Aconseg | Cursos: Introdução ao Seguro, Básico de Seguros, Saúde Suplementar I e II Pílulas: Operadores, Franquia e Coparticipação. Investimento | Cursos - R$ 79,90/ Pílulas - R$ 10,00 Inscrições | www.universidadeaconseg. com/cursos-online

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papo com broker GC do Brasil

Por Karin Fuchs | karinfuchs@skweb.com.br

Diretor geral da GC do Brasil, José Luís S. Ferreira da Silva prevê mudanças expressivas no mercado

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ovo diretor geral da GC do Brasil, José Luís Schneedorf Ferreira da Silva, é formado em Direito pela PUC, com pós-graduação em Administração pela Getulio Vargas e MBA Executivo de Seguros pelo IBMEC/Funenseg. “A pandemia foi uma lição darwiniana de que a evolução prestigia os mais adaptados”. Revista Cobertura | Quando você começou no mercado de seguros? José Luís S. F da Silva | Comecei na Minas Brasil Seguros (atual Zurich Seguros), sucursal São Paulo, como auxiliar de escritório no departamento de Inspeção de Riscos de RE aos 19 anos. Foi uma excelente escola, muito pelo clima familiar que trazia uma incrível disponibilidade dos profissionais em ensinar e dar espaço a alguém jovem, em começo de carreira. RC | Depois da Minas Brasil, em quais empresas você atuou? JS | Comecei a carreira comercial na Porto Seguro. Depois de alguns anos, tive a possibilidade de conviver e até dividir a mesma sala com Jayme Gar24 revistacobertura.com.br

José Luís S. Ferreira da Silva GC do Brasil

finkel, o que foi um aprendizado de que o sucesso é saber servir aos corretores. Um conceito irradiado pelos profissionais desta seguradora, razão de seu inegável sucesso. Nos 24 anos de Porto Seguro fui diretor de áreas comerciais, técnicas e operacionais, uma experiência bastante completa. RC | E a Europ Assistance? JS | Fui para a diretoria comercial da Europ Assistance, onde aprendi um novo modelo de serviços de assistência e um pouco do que é se relacionar com executivos em outros países e entender outros mercados. RC | Como foi a sua atuação na Tokio Marine? JS | Na Tokio Marine foi possível exercer um papel na diretoria comercial e testar um modelo de assistência híbrido ao da Porto Seguro e da Europ As-

sistance. Isso permitiu apoiar um projeto do CEO José Adalberto Ferrara de internalização da assistência veicular e que deu certo graças à combinação equilibrada de pessoas qualificadas e apaixonadas com os sistemas simples e eficientes desta seguradora, razão do destacado crescimento rentável nos últimos anos. RC | O que mais o estimulou para assumir o novo cargo? JS | Tive a oportunidade de trabalhar em áreas operacionais, técnicas, comerciais, assistência e até mesmo em empresa de alarmes residenciais, monitoramento de veículos, telefonia móvel (projeto Conecta), segurança corporativa, facilities condominiais, tudo sempre ligado a seguradoras e atendendo a corretores. A GC do Brasil é a experiência que faltava no mercado de seguros para eu julho2020


papo com broker GC do Brasil entender a fundo o elo entre o consumidor e a seguradora: o corretor. Uma experiência assim poderia acontecer de outra forma, mas o que mais me estimulou a aceitar o convite foram os anos de proximidade com os profissionais que a criaram e a desenvolveram. Há um lado familiar norteando relações de confiança e de fé que tornam a GC do Brasil muito cativante. Fiquei muito feliz por esta oportunidade a qual agradeço a diretoria da GC, seus associados e colaboradores por me receberem tão bem. RC | Quais são os seus desafios? JS | O maior desafio será o de enfrentar a crise econômica com soluções de curto prazo. Como citou Marco Aurélio Ribeiro, presidente da GC do Brasil, em matéria recente, enquanto as empresas reveem investimentos e despesas, a GC do Brasil acredita que o caminho é investir e inovar para crescer. Este é o maior desafio hoje: crescer com resultados num momento difícil da sociedade e da economia. RC | Como está estruturada a GC do Brasil? JS | O grupo GC do Brasil reúne o trabalho de 86 corretoras, aproximadamente 1,2 mil colaboradores, tendo 355 mil segurados e movimenta por volta de R$ 1 bilhão em prêmio líquido anual, operando em 12 estados. Os principais ramos de atuação são Automóvel, Empresarial, Vida, Saúde, Residencial, Consórcio e uma nota especial ao Seguro Agrícola, no qual a GC caminha para ter uma fatia de 10% do mercado nacional. RC | Qual é o modelo de parceria com os corretores? JS | O objetivo da GC do Brasil é estruturar o crescimento dos associados por meio de um modelo organizacional criado e testado por corretores. Oferecemos a eles um completo suporte para reestruturação e adequação a novos fluxos, processos e políticas que passam pela disposição interna da corretora, apoio no recrutamento e seleção de pessoal, subsídios para implantação dos mais completos e modernos sistemas de informação, marketing pajulho2020

dronizado para campanhas de relacionamento com clientes e colaboradores, e acordos comerciais com as melhores seguradoras garantindo um mix de produtos e acesso a novos mercados. Também oferecemos consultoria com especialistas que apoiarão na venda de seguros de maior complexidade, mesa de colocação de riscos especiais, centro de serviços compartilhado com equipes capacitadas para assumir as atividades de acompanhamento de emissão, sinistros, financeiro e marketing, reduzindo a atividade operacional do corretor, permitindo maior foco nas vendas e no atendimento aos clientes, sem que ele perca a sua identidade e o relacionamento direto com as seguradoras. RC | Quais são os planos de expansão da GC do Brasil? JS | A GC não tem planos quantitativos, mas qualitativos. O modelo de gestão não permite aumentar as parcerias com corretores com foco exclusivo em rentabilidade comercial ou volumes de prêmios. O foco é encontrar corretores que estejam interessados num completo suporte operacional e comercial, possibilitando que ele venda mais produtos e entre em novos mercados. Nosso plano sempre será o de apoiar para que o corretor associado inove sua gestão e cresça com resultado e, ao mesmo tempo, conquistar a confiança das seguradoras provando que a GC é uma empresa que tem o compromisso de fazer valer a pena seus acordos comerciais. RC | Em sua opinião, quais mudanças devemos ter no mercado de seguros após a pandemia? JS | Não vamos nos iludir achando que tudo voltará à normalidade porque não voltará. Algumas consequências que me parecem evidentes: a adaptação das empresas no sistema de home office e sua inegável economia de despesas e mudança de hábito do consumidor que reviu custos do seguro de auto e percebeu a insegurança da falta de um seguro de vida, desemprego e até mesmo funeral, assuntos constantes dos noticiários. Aumento de roubos e furtos em razão

da crise econômica demandando maior interesse por seguros residenciais e comerciais, inclusive porque o home office trouxe para muitos a noção da vantagem de uma assistência a residência e a aceleração da transição dos consumidores para as compras digitais que tinham um foco grande em entrega de comida e passaram a usar para todo tipo de entrega. Isso, claro, despertará a curiosidade de muitos: por que não seguros?

“ Nosso plano

sempre será o de apoiar para que o corretor associado inove sua gestão e cresça com resultado e, ao mesmo tempo, conquistar a confiança das seguradoras provando que a GC do Brasil é uma empresa que tem o compromisso de fazer valer a pena seus acordos comerciais” revistacobertura.com.br 25


resenha Christóvão de Moura

Por Carol Rodrigues

Christóvão de Moura, personagem que esteve à frente da luta que deu origem à lei n º 4.594/64, completa 102 anos e relembra os bastidores da regulamentação profissional dos corretores Christóvão de Moura

O

ano é 1964. A movimentação em Brasília (DF) é intensa. A expectativa é em torno da Lei número 4.594, que regulamenta a atividade profissional de corretores de seguros, sancionada pelo presidente Humberto de Alencar Castello Branco. “A lei deu o tão sonhado ‘status social’ ao corretor de seguros. Manipulando com equilíbrio a técnica ‘peso e contra-peso’, o legislador, sem criar privilégios, soube conceder ‘direitos’ dosando-os com ‘obrigações’”, lembra o corretor de seguros, Christóvão de Moura, cuja trajetória se funde com a da regulamentação profissional da classe. A luta foi vencida em 1964, mas a batalha começou oito anos antes. Em 19 de junho de 1956, surgia o Movimento 26 revistacobertura.com.br

Nacional Pró-Regulamentação da Profissão de Corretor de Seguros capitaneado por Christóvão. Segundo ele, o movimento contou com o apoio maciço dos corretores de seguros de todo o País. “Nós sempre tivemos a ideia de que o corretor de seguros tinha de ser independente, deveria representar o segurado e não a companhia, ter liberdade de recomendar o melhor seguro para o segurado, com as melhores condições, e representar o segurado perante a companhia em caso de sinistro, para que houvesse o pagamento do beneficiário o mais rapidamente possível. Fui o catalisador dessa ideia e tive a sorte de ter ao meu lado o grande amigo Raymundo de Britto, deputado federal pela Bahia, que encampou a luta e apresentou o projeto de lei e negociou sua aprovação no Congresso”, conta. Christóvão é um personagem histórico para o mercado de seguros, sobretudo aos corretores, pois, além da atuação sindical, é um dos autores do projeto de lei que deu origem à regulamentação, e foi dele o primeiro registro da Susep. “Sempre tive muito orgulho de ser o ‘Corretor Número 1 do Brasil’, tanto que quando houve o recadastramento da Susep, briguei para continu-

ar com a minha carteira com o número 001. Foi o reconhecimento da luta que tivemos pela legalização e valorização da profissão de corretor de seguros e me faz lembrar sempre dessa luta”.

Do Sul para SP: a Protetora

Christóvão nasceu em São Jerônimo, no interior do Rio Grande do Sul, filho de um pequeno comerciante de secos e molhados e de uma dona de casa. “Quando tinha 14 anos, meu pai faleceu e como minha mãe tinha nove filhos, pedi a ela a minha parte na pequena herança do meu pai e fui para São Paulo tentar a vida. Por recomendação de um tio, irmão da minha mãe, fui procurar o senhor Julio Wanner, presidente da seguradora Protetora”. Como vendedor de seguros para as cargas dos navios no Porto de Santos, naquela época, principalmente café, ele começava a trajetória no mercado. “Alguma coisa devo ter feito certo, pois quando a Protetora abriu sua sucursal no Rio de Janeiro, fui convidado a ser o gerente local. Aos 22 anos, me mudei para o Rio de Janeiro, então capital da República e aluguei um apartamento na Av. Atlântica. Era o início da segunda guerra e lembro que tínhamos de colocar panos pretos nas janelas que julho2020


resenha Christóvão de Moura

“ Sempre tive muito orgulho

davam para a praia, por medo de um ataque dos submarinos alemães”. Nesse mesmo período, ele conheceu, em uma festa no Fluminense, uma baiana que estava em férias com a irmã no Rio, dona Bernadette, com quem se casou em 1946 na Igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador (BA). “Não sem antes usar todas as minhas habilidades de corretor para convencer o rigoroso pai da noiva, de família tradicional baiana, a deixar sua filha casar-se com um aventureiro gaúcho”, brinca.

Corretor, filósofo e advogado

Como corretor, ele atuou em todos os ramos de seguros. No início era carga de navio. “Vendi muito seguro de vida, fiz seguros de riscos industriais e de negócios, inclusive hospitalar. Houve uma época em que eu fazia o seguro do Baile de Carnaval do Theatro Municipal e dizia a Bernadette que precisava ir ao baile para ver se tudo estava em ordem, mas isso é outra história”. Formado em Direito e Filosofia, a corretagem de seguros foi a principal profissão de Christóvão por muitos anos e, segundo ele, permitiu criar os seus filhos com conforto, ter projeção e acumular um patrimônio que o sustenta julho2020

1 crédito: acervo familiar

de ser o ‘Corretor Número 1 do Brasil’, tanto que quando houve o recadastramento da Susep, briguei para continuar com a minha carteira com o número 001. Foi o reconhecimento da luta que tivemos pela legalização e valorização da profissão de corretor de seguros e me faz lembrar sempre dessa luta”

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4 1 | Luta vencida em 1964 começou em 19 de junho de 1956 com o Movimento Nacional Pró-Regulamentação da Profissão de Corretor de Seguros 2 | Christóvão e a esposa Bernadete, com quem se casou em 1946 na Igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador (BA) 3 | Christóvão e Bernadete com os filhos 4 | Com a família no aniversário de 100 anos

até hoje. “O Direito sempre foi uma paixão, assim como a Filosofia, mas só fui mesmo exercer a profissão muito mais tarde, já nos anos 70, quando já tinha uma carreira estabelecida como corretor e era mais fácil conciliar as duas carreiras”, diz ele sobre o fato de a advocacia ser a sua paixão, mas a corretagem ter sido o seu principal meio de vida. A atividade sindical exercida por ele foi uma consequência da atuação em prol da regulamentação da profissão. “Nós fundamos o Sindicato dos corretores de seguros (Sincor-RJ) e assumir sua presidência por tantos mandatos foi uma grande honra para mim. Por essa época também fui escolhido para presidir o IAPB – Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários, como representante dos empregadores”.

MP 905 ameaça conquista

Se passaram 56 anos até que a regulamentação de corretores se tornou foco de ameaça, junto a outras profissões, com a Medida Provisória (MP) 905/19. Quando perguntado sobre o revés trazido pela MP, o veterano corretor diz lamentar muito. “A venda de seguros pela internet, por cartões de crédito e bancos foi o início desse movimento que culminou na MP

905/19. No fim, perde o segurado que vai negociar o sinistro com a própria companhia de seguros, que não tem interesse em pagá-lo e perde o corretor, que deixa de ser independente para ser funcionário de seguradora e de bancos”. Christóvão tem quatro filhos - Angela, Regina, Cristóvão e Marcelo. Deles, Angela, Regina e Marcelo são formados em Direito. “A Angela e a Regina ficaram com a minha prática contenciosa quando parei de atuar, enquanto o Marcelo é advogado empresarial, sócio de um grande escritório. O Cristóvão seguiu a carreira de engenheiro e empresário. Quando parei de atuar como corretor, o meu neto George assumiu a corretora”, diz ele que, há cerca de dez anos parou de atuar, devido à dificuldade de locomoção por conta de um AVC. Em 25 de julho, Christóvão comemora o seu aniversário - em 2020 ele completa 102 anos -, e tem como sonho “sair dessas quatro paredes que me prendem, mas por conta dessa pandemia, está todo mundo emparedado”. Ele diz comemorar todas as vitórias e derrotas, por conta do aprendizado adquirido. “Vamos em frente! Como dizia o velho Assis Chateaubriand quando teve o seu derrame: ‘a casa caiu, mas a biblioteca continua de pé’!”. revistacobertura.com.br 27


mercado on-line Processo de mudança traz ganhos Na segunda quinzena de junho, o convidado da live da Fator Seguradora, “Escolhas Inteligentes em Tempos de Incertezas”, foi Gustavo Cerbasi, autor do best-seller, “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”. “O seguro do carro faz parte da compra do bem, o que não é diferente para a moradia e nem para os equipamentos profissionais, como o computador e o notebook. Normalmente, o seguro não custa muito na vida da pessoa, se a contratação começar cedo. Mas, geralmente, elas pensam em proteção quando chega o primeiro filho. Nesse momento, contratam o seguro de vida”. Em paralelo, conforme as suas palavras, as pessoas pensam em uma reserva de emergência para, posteriormente, focarem em uma reserva futura, a exemplo de um plano de previdência. (Karin Fuchs)

Veja o que rolou nas lives e confira a Cobertura Especial no #PortalCobertura

5ª edição do Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros 2020

Parceria Porto Seguro e Volkswagen na pré-venda do Nivus

A Fenacor e a Escola de Negócios e Seguros (ENS), com o apoio institucional da CNseg, decidiram manter a 5ª edição do Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros 2020, mesmo no contexto da pandemia causada pelo coronavírus. “Nesse momento, uma das melhores formas de enfrentar a pandemia e as consequências econômicas advindas dela é ter informação com qualidade”, destacou Armando Vergilio dos Santos Jr., presidente da Fenacor. Nesta edição, o prêmio tem uma novidade: a categoria Formação e Qualificação Profissional, na qual podem participar matérias de todas as mídias. (Carol Rodrigues)

A Volkswagen fez o lançamento virtual do novo veículo da marca, o Nivus, que conta com a parceria da Porto Seguro. Durante o período de pré-venda, que começou em 25 de junho, os clientes ganharão gratuitamente por um ano o seguro Porto Seguro Auto. (Karin Fuchs)

#MeuPortoSeguro O #MeuPortoSeguro é um programa de emprego e capacitação com 10 mil vagas de trabalho e uma remuneração mensal por pessoa de R$ 1,5 mil. “Temos como premissa que toda ajuda que a Porto Seguro realiza é para fazer o esforço chegar a quem precisa”, diz Bruno Garfinkel, presidente do Conselho da companhia. Conforme Roberto Santos, presidente da Porto Seguro, o projeto tem como premissa prover uma renda temporária, de alguma forma fomentar a indústria de seguros no país e contribuir para alavancar a economia. “As pessoas vão se envolver no mundo dos seguros e gerar leads, que são indicações do nosso negócio. Esses leads serão trabalhados pelos corretores de seguros. É uma força de trabalho que irá se somar aos corretores para gerar negócios para a companhia”, explica. Os profissionais de todo o território brasileiro podem se inscrever por meio do site meuportoseguro.org.br. Afinal, tanto o processo seletivo como a capacitação serão realizados de forma remota. (Carol Rodrigues)

Cliente quer cancelar o seguro? Tendo em vista o cenário de pandemia e a retração das receitas dos segurados, o corretor pode se ver diante de um pedido de cancelamento. Uma sugestão para evitar o cancelamento é o método love card ou carta de amor, em que o corretor pede para o segurado escrever um resumo do motivo pelo qual ele contratou o seguro.

“Provavelmente, o cliente vai escrever para quem fez o seguro. O corretor anexa a carta à apólice. Caso haja uma solicitação de cancelamento, ele lembra o segurado do motivo pelo qual fez a apólice”, recomendou Thiago del Guerso durante a MAG Live realizada em junho. Três corretores de regiões diferentes - Manaus, Rio de Janeiro e Bauru (SP) -, formados pela Mongeral Aegon relataram a experiência durante a pandemia e deram dicas de como os profissionais podem abordar o cliente. (Carol Rodrigues)

Liminar suspende a Resolução 382/20 Um dos temas discutidos no Fórum com a Imprensa Especializada realizado pelo Sincor-SP no início de julho foi a Resolução 382/20 do CNSP, que, entre as exigências, determinava informar ao segurado o valor da comissão do corretor antes da assinatura da proposta. A juíza Andrea de Araújo Peixoto, da 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro, concedeu a liminar que suspende os efeitos de dispositivos da Resolução 382/20 do CNSP. “Fomos agraciados com a manifestação da juíza, deferindo nosso processo de uma maneira juridicamente que nos dá uma estrutura de resposta muito boa. O jogo ainda não acabou, mas nós promovemos uma rachadura bem grande na armadura do outro lado (Susep), que será de difícil reversão”, disse Alexandre Camillo, presidente do Sincor-SP. (Karin Fuchs) 28 revistacobertura.com.br

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mercado on-line Setor prevê mais procedimentos eletivos entre agosto e outubro A telemedicina está sendo uma ferramenta importante para atender os pacientes com doenças crônicas que desde o início da pandemia evitam ir a hospitais para procedimentos eletivos. Segundo João Alceu Amoroso de Lima, presidente da FenaSaúde, espera-se um pico de procedimentos eletivos entre agosto e outubro. “As pessoas estão voltando aos poucos. Os hospitais estão dando garantias, anunciando protocolos e regras de higiene. Até o tempo entre as consultas foi mudado. A nossa preocupação é só com um eventual gargalo por ‘engarrafamento’”. Agora, como ressalta João Alceu, a prioridade é passar pela pandemia. “Estamos no meio dela. Tudo está sendo estudado. O segundo desafio é avaliar os danos: perda de caixa e segurados, por conta do desemprego, e retomar a agenda junto ao Congresso, de reforma ou revisão do marco legal para desenhar mais produtos que caibam no bolso do consumidor”. (Carol Rodrigues)

Luís Eduardo Assis conduz webinar com Delfim Netto O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto acredita que a recuperação econômica do Brasil será lenta. “A retomada vai depender da nossa capacidade de investir, tanto estado como setor privado”, disse durante webinar realizado em junho, pela Fator Seguradora, conduzido pelo CEO da companhia e também economista, Luís Eduardo Assis. Netto destacou que, no cenário de pandemia, os setores que dependem do movimento de pessoas são os que mais sofrerão. (Carol Rodrigues)

Allianz dobrará de tamanho no Brasil

A Allianz concluiu a aquisição das operações de Automóvel e Ramos Elementares da SulAmérica em julho. Com isso, ela ampliará a sua distribuição, são 27 mil corretores, 62 assessorias e outras parcerias, como as instituições financeiras. Com a aquisição, os prêmios somarão mais de R$ 7 bilhões, a companhia passa a ser responsável por cerca de 70% dos negócios do Grupo Allianz na América Latina, ocupando a 2ª posição no mercado de seguros de Automóvel e a 1ª em Condomínio. “Por causa das assessorias, a Allianz comprou uma empresa e não uma carteira. Vamos entender como funciona esse modelo de negócio e trabalhar também o cross selling”, disse Eduard Folch, presidente da Allianz Brasil. Para os corretores que ainda não operam com eles, ele deixou uma mensagem. “Nós temos um atendimento pessoal muito próximo e processos eficientes para que eles possam fazer o seu principal trabalho, que é atender os clientes”. (Karin Fuchs)

Capacitação e proximidade As reflexões que todos estão fazendo no período de quarentena vão persistir no período pós-pandemia. Por isso, segundo Valmir Rodrigues, diretor executivo comercial da Tokio Marine Seguradora, cabe aos seguradores capacitarem o corretor para oferecer mais produtos para os clientes. “O corretor de seguros, através da capacitação, tem como fidelizar o seu cliente. O corretor tem que se contextualizar com tudo o que for de mais moderno e não pode perder a sua essência”, disse durante o CQCS Talks sobre “O dia a dia da distribuição” realizado em junho. “No pós-pandemia, temos – assessorias e seguradoras - que ajudar o corretor que está com dificuldade a ter um equipamento e uma infraestrutura melhor”, ressaltou o presidente da Aconseg-SP e CEO da Opípari Assessoria, Helio Opipari Junior, sobre a experiência das assessorias no atendimento aos corretores. No futuro, haverá a necessidade de o setor proteger de forma mais ampla. “Precisamos nos adaptar rapidamente e o corretor precisa continuar sendo protagonista na distribuição de seguros”, opinou Marco Antonio Gonçalves, vice-presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros. (Carol Rodrigues)

Atuação das seguradoras em tempos de pandemia Na segunda rodada do webinar “Os Mercados Regionais na covid-19: A Visão dos Presidentes dos Sindicatos das Seguradoras do RJ/ES, PR/MS SC e RS”, promovida pela CNseg, os executivos destacaram a atuação das companhias. “Elas estão focadas em manter os seus negócios. Praticamente todas elas mantiveram seus índices de renovação, o que é bom também para os corretores”, disse Antonio Carlos Costa, do Sindseg RJ/ES. (Karin Fuchs) julho2020

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negócios & empresas Amparo Oncológico PASI O PASI lançou o Amparo Oncológico, uma proteção ainda mais completa que disponibiliza dois kits de produtos dermatológicos específicos e desenvolvidos especialmente para pessoas em tratamento oncológico, com o objetivo de promover o bem-estar e minimizar efeitos colaterais do tratamento. “O intuito é contribuir com a longevidade e melhoria da condição do paciente em relação aos cuidados com a pele e mucosa durante o tratamento. Os nossos kits exclusivos são entregues diretamente na casa do segurado sem nenhum custo. Os produtos são produzidos por uma empresa especializada e pioneira neste segmento, possuem em sua composição componentes naturais e biotecnológicos, testados e aprovados dermatologicamente”, diz Bárbara Capurucho (foto), coordenadora de Marketing do PASI.

SulAmérica Direto Recife A SulAmérica segue expandindo sua família Direto pelo Brasil e gerando mais oportunidades de negócios para corretores de seguros em todo o país: desta vez em Recife e região metropolitana. O SulAmérica Direto Recife é uma parceria da seguradora com a Rede D’Or São Luiz e pode ser contratado nos planos Empresariais e PME a partir de três vidas, entre titulares e dependentes, e carteira de adesão. Além da capital pernambucana, os municípios de Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e São Lourenço da Mata serão impactados pelo produto.

Tokio Marine tem nova cobertura de Indenização Integral

Liberty Vida Global A Liberty Seguros anunciou em junho uma série de melhorias em um de seus principais produtos do segmento vida: o Liberty Vida Global, voltado para empresas com até 600 colaboradores. As novidades vêm para atender a uma crescente demanda de corretores de todo o Brasil, ampliar as possibilidades de negócios para esses parceiros e oferecer seguros empresariais mais completos. Segundo Alexandre Vicente (foto), diretor de Seguros de Pessoas, a companhia está sempre atenta às necessidades dos consumidores e tem o compromisso de oferecer produtos completos e acessíveis aos clientes.

A Tokio Marine lançou a cobertura de Indenização Integral exclusiva para a perda total de veículos. A novidade vai ao encontro da estratégia de tornar o mix de produtos da carteira de Automóvel cada vez mais abrangente, com opções de seguros que cabem no bolso de todos os perfis de motoristas. A cobertura está disponível no sistema de Cotação da Tokio Marine como opção para o segurado nos produtos Auto e Auto Clássico. “A nova cobertura de Indenização Integral é mais uma iniciativa da Tokio que complementa o portfólio de ofertas mais enxutas, cumprindo com o nosso compromisso de trazer cada vez mais pessoas para o mercado segurador”, explica Luiz Padial, diretor de Automóvel.

Pandemia e a cobertura técnica do seguro de RC Em tempos de pandemia, os seguros em geral, com mais forte razão os de Responsabilidade Civil, devem ser rigorosamente apreciados sob o ponto de vista da cobertura técnica prevista no contrato. Em geral e por tradição, as condições das apólices excluem os riscos de epidemia, pandemia e doenças infectocontagiosas. É cláusula padrão. Porém, precisamos ter em mente ser tema bastante sensível, sob todos os aspectos. A exclusão se justifica, sobretudo, por haver fortes obstáculos técnicos e atuariais na apuração do prêmio correto para a cobertura de pandemias. Neste ponto, dois fatores atuam como verdadeiros postulados dos quais os seguradores não podem se afastar: a severidade elevada e o grupo segurado atingido em amplitude e proporções avassaladoras (verdadeira anormalida30 revistacobertura.com.br

de estatística). Há quem sustente, com base em clausulados específicos: (i) excludentes para vírus; e (ii) exigência de “gatilhos” para acionar a garantia, tais como a ocorrência de dano físico direto e tangível à propriedade reclamada (embora com mais forte razão nos seguros de propriedade em geral). Já ao examinar os pedidos indenizatórios, alguns aspectos precisam ser considerados sob o prisma do dano material a ser indenizado no RC, por exemplo não excludentes, o fato de que o dano para muitos restaurantes foi minimizado por operarem em regime de entregas e que mesmo nos locais onde a existência do vírus é notória, como hospitais, as atividades não foram suspensas (inexistem indícios de danos materiais). A verdade é que a existência

do vírus requer apropriadas precauções, porém, não causa dano material e não torna a propriedade inabitável. Em resumo, no Brasil as seguradoras não apresentam clausulados uniformes. Não há conceitos definidos para epidemias, pandemias e doenças infectocontagiosas. Quando as cláusulas excluem, a sua redação, com poucas variações, é a seguinte forma: “Riscos excluídos: epidemias e pandemias, desde que declaradas pelos órgãos competentes”.

Sergio Ruy Barroso de Mello vice-presidente da AIDA Internacional sergiom@pellon. com.br

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negócios & empresas Grupo Hospitalar Vida’s: mais de 500 vidas salvas da covid-19 O relatório do CCIH Vida’s - Centro de Controle de Infecção Hospitalar emitido no início de julho apontou a conquista de 500 altas de pacientes que foram internados por covid-19, receberam tratamento e foram curados. A Comissão de Crise covid-19 do Grupo Hospitalar Vida’s analisa os dados de sistema e divulgará mais informações relevantes sobre o assunto, tais como relatório de faixas etárias, tipos de comorbidades, entre outros.

Dentalpar Assistência Odontológica apresenta a campanha “Tô de Malas Prontas 7” Na Ameplan Saúde, o incentivo ao corretor não para. Mesmo em tempos de pandemia, a operadora não deixará de honrar o compromisso assumido no início do ano, quando inovou na estruturação da Campanha de Vendas, deixando o protagonismo para as principais parceiras comerciais. Dessa forma, a Ameplan atua como participante de cinco campanhas diferentes, ampliando as possibilidades de sucesso dos corretores que abraçam a marca. Os desafios do momento atingem a todos e exige a revisão de planos para o ano, muitas vezes pensados com meses de antecedência. Entretanto, para a Ameplan Saúde, Affix, Corpore, Hebrom, SafeLife e Dentalpar, é justamente agora que os corretores precisam ser valorizados e motivados a seguir com os seus planos pessoais. Por isso, as marcas estão fazendo a

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sua parte para manter a motivação intacta e mantêm as promessas de premiações extra, assumidas no início de 2020. Já abordamos as campanhas das Administradoras de Benefícios Affix, Corpore, Hebrom e SafeLife. A quinta parceira da Ameplan Saúde em campanha de vendas para 2020 é a Dentalpar Assistência Odontológica. A empresa apresenta a sua campanha intitulada “Tô de Malas Prontas 7”, que funciona como uma previsão e incentivo para continuarem com os motores pulsando porque bons tempos chegarão novamente. Todas as campanhas foram apresentadas em um evento muito especial do QUEEN Tribute Brazil, em fevereiro deste ano, quando todos puderam ouvir Don`t Stop Me Now, que deve continuar ecoando na memória de todos, principalmente neste momento.

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negócios & empresas Seguro no campo Em tempos de pandemia, a economia brasileira tem se apoiado no agronegócio. A fortaleza do agro vem da constância de crescimento, da manutenção dos empregos, de investimentos no mercado interno e da atração de investimentos externos. Essa é a tônica abordada no número 23 do #Relatório Cobertura, intitulado “Agronegócio garante crescimento do setor durante pandemia”. O campo representa uma oportunidade ao mercado de seguros e aos corretores. De forma geral, não é necessário ter conhecimentos técnicos específicos. Um corretor que comercializa apólice de residência pode vender um seguro de propriedade rural e aquele que comercializa seguro de automóvel, pode vender uma apólice de equipamento rural, como o trator. Em outros casos, a especialização é o diferencial, pois o corretor que conhece o meio rural se destaca. Confira a reportagem do Relatório em www.revistacobertura.com.br/2020/07/16/ julho-2020-no-23

50 edições da Revista da Aconseg-SP A Revista da Aconseg-SP, lançada em 2008 com o propósito de ser uma importante ferramenta de comunicação entre assessorias, seguradoras e corretores parceiros, chegou à edição 50 em julho deste ano. Surgida na gestão de Luiz Gustavo Miranda de Sousa, a publicação seguiu adiante com os presidentes Jorge Teixeira Barbosa e Marcos Colantonio e, agora, passa pelo momento histórico sob a liderança de Helio Opipari Junior. “O suporte oferecido pelas assessorias aos corretores de seguros se torna mais importante no desafiador momento que vivemos em decorrência da pandemia causada pelo coronavírus. Sabemos que o trabalho no período de isolamento foi desafiador, mas agora já temos nuances de como será o período pós-quarentena”, assinala o presidente Helio Opipari Junior no editorial da publicação. Na edição comemorativa, o vice-presidente Comercial e de Marketing da SulAmérica, André Lauzana, conta as inovações em saúde da companhia e a Tokio Marine reforça a importância do seguro de riscos digitais para PMES. Confira a edição comemorativa em www.revistacobertura.com.br/2020/07/03/revista-da-aconseg-sp-edicao-50-julho-2020/

foto | divulgação/TEx

Seguro auto volta se ser procurado De acordo com dados da TEx Tecnologia, insurtech especializada em soluções online para o mercado segurador, após a reabertura em São Paulo o volume de cotação de seguros novos de automóvel retomou o patamar pré-pandemia. “A procura pelo seguro novo é um termômetro para a retomada do mercado. Após a reabertura das concessionárias (no início de junho), em São Paulo, atingimos o volume de 77% das cotações de seguros que tínhamos antes do início da pandemia”, revela Genildo Dantas (foto), gerente de Inteligência de Mercado da TEx Tecnologia.

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Atenção aos leilões fake Segundo a Copart, principal organizadora de leilões extrajudiciais presenciais e on-line de veículos no Brasil, aumentou a quantidade de golpes desde o início da pandemia. “Acreditamos que, diante da consolidação dos leilões on-line como um canal de vendas eficiente e com capacidade de ampliar exponencialmente a base de consumidores interessados pelos lotes postos à venda numa plataforma virtual, os fraudadores podem ter identificado esse movimento como uma oportunidade para ludibriar a maior quantidade consumidores e aplicar golpes”, conclui Adiel Avelar, presidente da Copart no Brasil.

Foco nos momentos de transição da vida Pensar no hoje é tão importante quanto pensar no amanhã, e contar com algumas ferramentas é essencial para atravessar cada fase da vida com mais segurança e chegar bem ao futuro. Este é o novo posicionamento do Porto Seguro Vida e Previdência, intitulado “Porto Seguro para toda vida”. “As pessoas necessitam de apoio não só quando os riscos se tornam reais, mas principalmente quando elas passam por transições”, explica Fernanda Pasquarelli (foto), diretora de Vida e Previdência.

Pessimismo segue, mas em escala menor Em junho, o ICSS atingiu 63,5%, ante os 54% registrados em maio. Segundo Francisco Galiza, diretor da Rating de Seguros e autor do estudo da Fenacor, é importante observar com atenção os números de julho para confirmar se tal reversão irá continuar. Entre os executivos do mercado, nos próximos seis meses o faturamento será pior para 73% das seguradoras; 66% dos corretores e 43% das resseguradoras. Já o impacto na rentabilidade será pior para 70% da seguradoras, 61% das corretoras e 57% das resseguradoras. O crescimento da economia brasileira será ruim para 86% das resseguradoras, 76% das seguradoras e 65% dos corretores. julho2020


executivos & cia. CarSystem

Ô Insurance

Soneli Angelini é a nova Head de Recursos Humanos da Ô Insurance, única corretora brasileira a atuar em Open Insurance em todos os segmentos de seguros. Com mais de 25 anos de experiência, a executiva terá como objetivo implementar as melhores práticas de Gestão de Pessoas e compartilhar do processo de transformação digital da companhia, priorizando a experiência e a satisfação dos seus diversos públicos. THB Brasil

A empresa especializada em Gestão de Riscos, Consultoria de Benefícios e Corretagem de Seguros e Resseguros apresentou Simone Ramos como superintendente de Portos & Logística dentro da divisão de Specialty. Simone chega com a missão de desenvolver a área com uma equipe altamente especializada e entregar soluções diferenciadas a todos os clientes do segmento. Pier

Carlos Colucci passou a compor o board e atuar como Head de Insurance da Pier. Ex-vice-presidente da HDI Seguros, Colucci atuou na seguradora por 20 anos e após dois anos em um período sabático, aceitou o convite da Pier. Argo Seguros

A companhia anunciou a contratação de Mariana Bruno como gerente da área de Consumer Lines, tendo como principal foco o contínuo desenvolvimento dos produtos oferecidos e a expansão da área. A profissional conta com 13 anos de atuação no mercado e passagens por outras grandes empresas do segmento, acumulando experiências nas áreas de Property, E&O e subscrição de Financial Lines. julho2020

A CarSystem criou a diretoria Canal Corretores sob a gestão da executiva do mercado de seguros, Simone Delbianco. A diretoria tem como objetivo comercializar a venda do produto Carsystem + Seguro Fácil, desenvolvido especialmente para venda através dos corretores de seguros de todo Brasil. Ituran

Seguradora Líder

Leandro Martins Alves foi nomeado presidente no Conselho de Administração da Seguradora Líder. Ele é graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília e tem MBA em Formação de Altos Executivos pela Universidade de São Paulo.

Sinamge

Cibele Marques de Souza é a nova gerente de marketing da Ituran. Formada em Engenharia pela FEI, possui MBA Executivo em Marketing com ênfase em Comunicação pela ESPM, Pós-MBA em Inteligência Empresarial pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e concluiu o Programa de Desenvolvimento e Formação de Negócios no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC).

O Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge) empossou em junho a sua mais diretoria para o próximo triênio (2020-2023). O Dr. Cadri Massuda continua à frente, como presidente, com a missão de continuar a modernização da entidade.

Dê um match com o consórcio Match é uma palavra em inglês que significa combinação. Portanto, a expressão “dar match” seria o mesmo que combinar. O termo se popularizou por causa do aplicativo de encontros Tinder. Dar match no Tinder significa que duas pessoas gostaram uma da outra. Em vendas, poderia dizer que é casar os benefícios do produto com as necessidades do seu potencial cliente. Quando falamos em consórcios, como podemos dar um match? Posso afirmar que o consórcio é um bom negócio para todos os perfis de clientes. Para pessoas de baixa renda, mostre que elas devem se concentrar no futuro e, portanto, na autoproteção financeira e na construção de ativos, como a casa própria e a compra de um carro. Para as pessoas de média renda, o foco deve estar também no presente, mas fazendo-o olhar para conquistas do futuro, como a recompra de um automóvel ou de um imóvel maior; viajar e realizar sonhos, ter uma renda passiva e por aí vai. Já para as pessoas de alta renda, é importante apresentar as vantagens para planejar e fazer bons negócios, não pagando nenhum centavo de juros, como a expansão da frota de veículos ou mesmo fazer com que as prestações para a compra da carta de crédito de um imóvel sejam pagas pelo próprio aluguel desse imóvel. Para todos esses perfis, o consórcio é uma ótima alternativa. Com ele a compra é planejada; se constrói o futuro desde já, além de proporcionar uma disciplina financeira. Entenda o perfil do seu potencial cliente e dê um Match! Boas vendas! André Santos é Publicitário, Corretor de Seguros e palestrante. Autor de seis livros com mais de 45.000 exemplares vendidos, especialista em comunicação de venda e também diretor da Treinaseg Consultoria e Treinamentos em Seguros. Tel.: (11) 97531-1050 - www.treinaseg.com.br - andre@treinaseg.com.br

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executivos & cia. Generali Brasil

Claudia Papa assumiu a vice-presidência comercial e é a nova Head de Marketing. Formada em Marketing, a executiva está na Generali desde 2012 e atua no mercado de seguros há mais de 20 anos. Com larga experiência em diversos países da América Latina, ela contribuiu para a estruturação e desenvolvimento da área de Massificados para região das Américas e Sul da Europa. Generali Brasil I

Conrado Gordon é o responsável pela Diretoria Técnica. Formado em Administração de Empresas, atua no segmento de seguros há mais de 20 anos. Com passagem pelos maiores grupos seguradores Internacionais, ocupou posições regionais de liderança na América Latina e Caribe. Na Generali desde 2016, contribuiu para a estruturação e desenvolvimento da área de Massificados para a região das Américas e Sul da Europa. Nesta nova etapa, Conrado tem como responsabilidade a estratégia de subscrição e precificação, desenvolvimento de produtos, governança técnica e gestão do portfólio. Generali Brasil II

Alexandre Muniz, diretor de TI e Operações, assumiu também a Diretoria de Sinistros. Na companhia desde 2018, ele vem contribuindo decisivamente para a inovação tecnológica e transformação digital da Generali Brasil, em parceria com a Generali Itália. IRB Brasil RE

O IRB Brasil RE anunciou o nome de Hugo Daniel Castillo como o nono membro do Conselho de Administração da companhia. Após a eleição de Castillo, o Conselho de Administração do IRB passa a ser composto por nove integrantes, sendo oito independentes.

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AGCS SE

A Allianz Global Corporate & Specialty SE, braço de seguros corporativos do Grupo Allianz, anunciou um realinhamento em seu Conselho de Administração concentrando as responsabilidades por regiões e mercados, bem como nas funções de subscrição e sinistro. Desde o início de julho, o número de Chief Regions & Markets Offices (CRMO) será reduzido de três para dois: Henning Haagen (foto), atual Chief Underwriting Officer Specialty, assume a responsabilidade por todas as regiões da AGCS fora da América do Norte como Chief Regions & Markets Officer Regional Group 1, incluindo África, Ásia Pacífico, Central e Europa Oriental, Região Mediterrânea, Regional Londres e América do Sul. Como Chief Regions & Markets Officer Regional Group 2, Bill Scaldaferri seguirá a frente da América do Norte. ePharma

Wilson de Oliveira Júnior passou a ocupar a Diretoria Comercial e de Novos Negócios da ePharma. Grupo Mongeral Aegon

O Grupo criou a Diretoria de Estratégias Públicas. A área terá como objetivo o planejamento, estruturação, negociação e eficiência dos contratos relacionados a este setor. A posição será ocupada por Arnaldo Lima. O executivo é economista e administrador formado pela University of Central Oklahoma, nos Estados Unidos.

Allianz anuncia novo Comitê Executivo

O novo Comitê Executivo das operações brasileiras da Allianz, que é resultado da integração entre Allianz Seguros e SulAmérica Auto e Massificados, empresa adquirida por R$ 3 bilhões. Com a compra, a Allianz passa a ocupar a segunda posição em Automóvel e a terceira no ranking geral de Ramos Elementares, detendo 9% de market share nesse segmento. O novo comitê executivo é formado por Eduard Folch, presidente da Allianz Brasil; Andreas Kerl, diretor executivo financeiro; David Beatham, diretor executivo de massificados e vida; Eduardo Dal Ri, diretor executivo comercial; Karine Barros, diretora executiva de negócios corporativos e saúde; Luis Cartolano, diretor executivo de marketing; Marco Campos, diretor executivo de RH e comunicação; Renato Roperto, diretor executivo de Sinistros, e Rosely Boer, diretora executiva de Operações.

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Saúde

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ANS - nº 006246

ANS - nº 416428

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