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BUZZ

Edição 35Ano IVDezembro de 2013 Diretores Mauro San Martín Silvia Regina Evaristo Teixeira Diretora Comercial: Silvia Regina Evaristo Teixeira Editor-chefe: Mauro San Martín DRT 24.180/SP Repórteres: Mauro San Martín e Sandro Possidonio Revisão: B. Veloso Colaboradores: Elaine Ribeiro e Kiko Sanches Tratamento de Foto: Kiko Sanches Críticas, Sugestões e Elogios E-mail - revistabuzz@gmail.com Sua opinião é essencial Tiragem: 5 mil exemplares Impressão: Resolução Gráfica

carta ao leitor

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Presépio e Papai Noel

os últimos tempos, ouço muito uma informação que me faz pensar: as crianças acreditam que Natal é o nascimento do Papai Noel. A única explicação que consigo vislumbrar para isso é a falta de religiosidade. Não faz muito tempo e o presépio era usado pelos pais para explicarem o nascimento de Jesus Cristo aos filhos. Muita discussão envolvendo a fé surgia com a montagem do presépio. Por outro lado, também observo muita decoração originária dos países do hemisfério norte pela cidade. Papai Noel está tomando o lugar do Menino Jesus. É difícil compreender roupas para inverno gelado em pleno verão tropical brasileiro. Botas enormes espalhadas pelas casas e parques. Uma bengala vermelha que, confesso, nem sei para que serve. Enfim, o Natal brasileiro vem perdendo espaço para o Natal estrangeiro, como lembrou o mestre de cultura popular brasileira, Magela Borbagatto. Uma pena, porque nosso Natal, com suas cantorias e comidas mais saudáveis, é muito mais rico e alegre. No entanto, o que chama atenção mesmo é a lamentável falta de religiosidade resultante desse afastamento do verdadeiro sentido do nascimento de Jesus Cristo. Para fechar mais um ano, a revista Buzz ouviu vários figureiros que tentam manter viva a tradição do presépio artesanal natalino. Sei que um presépio não precisa ser renovado todos os anos, mas, a produção dele tornou-se pequena e o interesse das pessoas pela montagem nas próprias casas diminui significativamente. É preciso perguntar: aonde caminha a fé num mundo dominado pelos prazeres ilusórios do consumo? Esta edição traz ainda uma reportagem sobre a confraternização dos deficientes visuais promovida pelos Lions Club de Jacareí. Seguindo sua filosofia de SightFirst (primeira visão, em português), os “leões” acolherão 50 cegos numa festa com direito a cesta de Natal. Outro assunto interessante é a entrevista com Marina Martins Merks. Ela relembra personalidades jacareienses como: Doutor Pompílio Mercadante (avô do ministro da educação Aloizio Mercadante), Ernesto Lehmann, e a primeira travessia de Jacareí a nado vencida pelo ator John Herbert. Boa Leitura e Feliz 2014!!!

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Revista Buzz

Jacarei Revista Buzz

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UM NOVO OLHAR

RADAR O mês em revista Festa literária em Jacareí Divulgação/Kiko Sanches

VALORES MORAIS FAMILIARES – AINDA EXISTEM? Por Elaine Ribeiro*

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A estudante Mikaéla Cardoso (5º ano, Emef Prof. Tito Máximo) foi a vencedora do Troféu Jacarezinho, categoria poesia, com o poema “Estrelas”. Na prosa, o vencedor foi Nycolas (4º ano, Emef Prof. Ricardina Santos Moraes) com o texto “Meu animal de estimação”. A entrega dos prêmios aos estudantes ocorreu na câmara de vereadores de Jacareí, na noite de 30 de novembro. A AJL (Academia Jacarehyense de Letras) também premiou os vencedores do Troféu Jacaré, destinado a adultos nas categorias contos, crônicas e poemas. Waldir Capucci venceu a primeira das categorias com o conto “Concurso na Floresta Amazônica”. A crônica “A chave do segredo”, de Édila Maria Vespasiano de Oliveira, fez com que ela levasse para casa o Troféu Jacaré dessa categoria. E, por último, na categoria poemas foi vitorioso Leandro Reis de Carvalho com “A liberdade literária”. A AJL recebeu 18 inscritos na categoria crônicas, 18 em contos e 31 em poemas. Além disso, 48 concorrentes participaram em mais de uma modalidade. Peloggia é “Cidadão Jacareiense”

Guarda Civil realiza manifestação

O industrial José Nestor Peloggia recebeu o título de “Cidadão Jacareiense” no último 23 de novembro. Peloggia nasceu em São José dos Campos e veio para Jacareí ainda criança. Ele trabalhou com sua família no cultivo de arroz e destacou-se na indústria, com mais de 50 anos dedicados à Adatex.

Os servidores municipais da Guarda Civil de Jacareí reivindicam seguro de vida, aumento salarial, adicional de periculosidade e plano de aposentadoria. No dia 30 de novembro, 240 dos 297 trabalhadores da Guarda iniciaram uma manifestação em prol da pauta de reivindicação proposta. A Prefeitura de Jacareí informou que o Plano de Classificação de Cargos e Salários, incluindo os guardas municipais, está em estudo.

Mais de 2 mil fizeram teste HIV A Secretária de Saúde de Jacareí informou que 2.300 pessoas fizeram o teste para identificação do vírus HIV/AIDS durante a campanha “Fique Sabendo”, encerrada no sábado, 30 de novembro. A campanha tem como objetivo identificar os portadores da doença para tratá-la logo no início, pois, desta forma, aumenta a expectativa de vida dos infectados. A Aids ainda não tem cura nem vacina. Apesar do fim da campanha, os interessados em fazer o exame gratuitamente devem procurar Centro de Testagem, que fica na rua Purus, 79, no Jardim Paraíba. Atualmente, 600 pessoas fazem tratamento contra Aids em Jacareí com medicação antirretroviral (coquetel). O maior número de pessoas contaminadas é de adultos jovens entre 20 e 34 anos. Quase 80% reprovam Hamilton Mota O prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro Mota (PT), foi reprovado por 79,07% dos participantes de uma enquete do jornal O Vale. A pesquisa ouviu 43 pessoas em Jacareí, sendo que 34 (79,07%) reprovaram o governo de Hamilton, 7 (16,28%) aprovam e 2 (4,65%) não souberam opinar. A enquete digital que, explica o jornal, não tem valor estatístico, perguntou aos internautas o que eles achavam dos prefeitos da região. O prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), foi reprovado por 80,77% (231 de 286 votos).

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Inauguração da Armco A Armco, indústria que atua no ramo de relaminação de aço, inaugurou sua unidade em Jacareí na quinta-feira, 5 de dezembro. Com isto, abriu 200 empregos diretos e poderá gerar outros 100 postos de trabalho após a expansão da fábrica prevista para os próximos dois anos. De acordo com a empresa, a capacidade de produção é de 60 a 80 mil toneladas de laminas por ano. Aumenta a violência em Jacareí Jacareí registrou um aumento de 12,5% nos crimes de homicídio doloso e latrocínio, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. A cidade saltou de 48 vítimas em 2012 para 54 entre janeiro e outubro de 2013. A Polícia Militar reforçou as operações de saturação e bloqueio nos bairros com maior número de mortes. Delegacia foi incendiada Bandidos atearam fogo no 4º Distrito Policial, no bairro São Silvestre, em Jacareí, destruindo o prédio. O crime ocorreu no dia 1º de dezembro, por volta das 17h30. O local estava fechado e ninguém ficou ferido. A polícia investiga o caso a partir das imagens das câmeras de segurança.

s valores humanos são fundamentos morais, sociais e/ou espirituais que surgem da consciência humana, e a vivência deles alicerça o caráter nas formas de honestidade, verdade, justiça, ética, disciplina, integridade, autocontrole e amor. Todos nós temos valores morais, e não há ninguém sem ética. O que acontece, com frequência, é que esses valores variam sendo diferentes de acordo com grupos e pessoas, bem como, muitas vezes, questionam e agridem nossas convicções sobre o que é justo. Vemos que os valores morais estão sendo banalizados a partir da instituição familiar. O que o avô ensinava é questionado pelo filho e, por consequência, ignorado pelo neto. Assim vão as gerações invertendo os valores, colocando o jovem na liderança sobre o mais experiente, a moral torna-se antiquada demais. Desse modo, qualquer pessoa hoje, ao responder a pergunta-título deste artigo, me diria que são inexistentes. Mas, vamos estabelecer aqui, dentro da concepção de família, quais os comportamentos e vivências que, mesmo nos dias atuais, sempre serão saudáveis e não colocarão a sociedade em risco: 1 - Compartilhar pequenos momentos com a família como refeições e lazer. Nestes momentos prevalecem a aproximação, troca de ideias, colocação de conhecimentos e cumplicidade familiar; 2 - Colocarmo-nos no lugar de nossos filhos ajuda no diálogo não impositivo; entender o seu mundo, sendo participativos, requer as palavras mais adequadas para aconselhamento nas dificuldades. E eles, da mesma forma, devem se colocar no lugar dos pais para saberem o quanto também precisam de apoio e entendimento; 3 - Os filhos são o espelho dos pais. Se estes não praticam certos valores, não podem exigir que os filhos os tenham. É importante dar sempre bons exemplos para lapidar os conceitos morais dos filhos; 4 - Os filhos são como flores que precisam ser cultivadas com afeto e proteção. Quando não os têm, expressam esta necessidade com agressões morais dentro de casa ou fora dela. Atentar-se a como estão sendo educados responderá a certas dúvidas sobre seus comportamentos; 5 -Mostrar os dois lados da realidade. Dizer que na vida nem tudo é alegria, há perdas, tristezas e lutas constantes; que precisam ter uma estrutura sólida para saberem se levantar e persistir nas vitórias é uma boa forma de preparar filhos para as dificuldades; 6 - Ensinar a respeitar as diferenças sociais, raciais e religiosas, indo mais além do que aceitá-las; 7 - Passar a consciência de que um dia na vida vão ter de ser independentes, e que nada vem do céu e nem pela sorte; 8 - Passar a lição de que ter ambição é traçar voos altos para o crescimento pessoal ou profissional, a fim de construir um patrimônio para as próximas gerações; 9 - Transmitir um sorriso sempre ajuda os filhos a aprenderem que, mesmo na dificuldade, sorrir os ajuda a levá-la com mais leveza e esperança (conceito de fé); 10 - Por último ensine-os a serem gratos em qualquer situação, pois, só pelo fato de estarem vivos já significa uma grande vitória, e isto constrói a humildade. Colocar isto como padrão na sua vida e na vida futura, promove o respeito à hierarquia familiar e ao próximo. Por mais que a sociedade esteja à margem destes conceitos, cada um, ao aprendê-los, passará para um grupo e fará a diferença. Tenha um Feliz 2014! (*) Elaine Ribeiro é psicóloga formada na Universidade de Mogi das Cruzes, gestora pessoal e empresária em Jacareí.


vai bem vamos malhar!

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O Parque Imperial (foto) é um dos locais que recebeu Academia ao Ar Livre. Os moradores comemoram a melhoria que traz mais qualidade de vida. Além do Imperial, receberam as academias o Jardim Flórida, Parque Brasil, EducaMais Parque Santo Antônio, EducaMais Jardim Paraíso e Altos de Santana, EducaMais São João, Avareí, Jardim São Luiz, distrito de São Silvestre e Parque Califórnia. O projeto conta com recursos do Governo Federal, num total de R$ 271.484,92. Além dessas, já fazem sucesso as academias instaladas no Parque da Cidade e no Parque dos Eucaliptos.

vai indo

Balança, mas não cai

vai mal

a volta da poça no didinha

No final das ruas Santa Izabel e São Miguel, no Jardim Didinha, uma poça d´água tira a tranquilidade dos moradores. Para complicar ainda mais, a poça fica em frente a uma passagem para o bairro Cidade Jardim. O problema não é novo. Há alguns anos a poça desapareceu, mas retornou com força total. A poça é um excelente local para a criação do mosquito da dengue. Os transeuntes que utilizam o local para chegar aos supermercados daquela região são obrigados a desviar das águas sujas da poça.

A Prefeitura de Jacareí interditou a ponte Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como ponte do São João, por duas vezes para testes do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Nos dias 27 e 28 de novembro, a interdição foi parcial. Porém, em 7 e 8 de dezembro, a interdição foi em ambas as pistas. A prefeitura informou que os testes ocorrem periodicamente e coincidiu com o processo de erosão decorrentes das obras de represamento das águas do Rio Paraíba do Sul. Apesar dos testes do IPT, a população continua apreensiva com a situação de um principais acessos ao centro do município. Afinal, o balanço que se sente na cabeceira prejudica a ponte?


Entrevista | Marina Martins Merkx, professora aposentada

Professora lembra personalidades jacareienses A professora Marina fala de um tempo em que boiadas passavam pela ponte do São João e que pescadores tiravam dourados das águas do Rio Paraíba

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professora aposentada Marina Martins Merkx é filha de Otavio Martins, um dos três filhos de Roberto Martins que tinha famosa loja de secos e molhados na Praça do Rosário. Além de lembrar-se de detalhes desse estabelecimento presente na vida de muitos jacareienses, Marina descreve várias personalidades da época como: Lucinda Pires, Pompílio Mercadante, Ernesto Lehmann, entre outros. Morando na chácara localizada ao lado a ponte do São João, Marina conta histórias interessantes como a passagem de boiada pela ponte. Alguns dos animais caiam no rio e iam parar em sua casa, diz. Um outra curiosidade foi que o ator brasileiro John Herbet (ex-marido da atriz Eva Wilma) venceu a primeira prova de Jacareí a nado. Buzz – Podemos começar esta entrevista falando sobre quem foi Lucinda Pires? Marina Martins Merkx – Ela era tia da minha mãe materna. Tia Lucinda não se casou e decidiu dedicar sua vida aos pobres desde muito jovem. Morou algum tempo em Atibaia e, depois, veio morar conosco justamente porque não tinha se casado. Meu avô comprou uma casa, com a parte de baixo feita de pedra, na Praça do Rosário. A tia Lucinda veio junto com a mãe morar naquela casa. Hoje, minha irmã é quem mora lá. Ela fez parte da irmandade do Sagrado Coração de Jesus. Dali saiu somente para morar com minha mãe quando seus pais faleceram. Meu avô, Roberto Martins, tinha uma área muito grande e foi doando para os filhos construírem suas casas. O terreno de meu pai tinha 1.000 metros quadrados. A tia Lucinda era muito religiosa e chegou a ingressar no convento para ser freira, mas a saúde debilitada não permitiu que seguisse esse projeto de vida. Nos conventos de antigamente, havia muita severidade com as noviças e, por isto, tia Lucinda não continuou. Ela deixou o convento, porém não desistiu de sua missão neste mundo: “ajudar os pobres”. Era muito conhecida na cidade pelo trabalho beneficente. Tia Lucinda faleceu em 19 de julho de 1942, quando eu tinha dez anos. Ela levantava muito cedo, não tomava café e ia direto para a igreja. Naquela época, a gente tinha que comungar em jejum. Tomava o café na casa de minha avó paterna, a viúva do Roberto Martins. Quando não dava para dormir na minha casa, ela dormia na casa de minha avó. Era muito querida por todo mundo. A vida dela era cuidar dos pobres. Lucinda construiu uma vila de residências para os necessitados (hoje não existe mais). Ela faleceu no dia em que inaugurou as casinhas que havia construído. Sempre dizia que não queria dar trabalho para ninguém. Poupava minha mãe de qualquer trabalho. A vida dela era trabalhar para os outros. Não importava onde morava, ela ia atrás ver o que estava

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Marina: “Lucinda Pires foi uma santa”. faltando para quem a procurava. Vivia para a igreja e os pobres. Ela rezava tanto... No dia de seu falecimento, era uma data festiva na igreja (talvez, Corpus Christi). Naquela época, as procissões eram muito bonitas. Havia as irmandades que saiam paramentadas, como as filhas de Maria, que hoje nem existem mais. O padre ia atrás do andor e depois o povo acompanhando a procissão. Ela havia inaugurado as casinhas pela manhã e decidiu participar do cortejo à tarde. Usou a melhor roupa, um vestido preto, sapato preto, meia, aquela fita vermelha do Sagrado Coração de Jesus. Acompanhou toda a procissão e foi para a casa de minha avó (onde hoje é a loja Riachuelo). Era hábito da minha família se reunir em dias assim para fazer um lanche com minha avó. Ela sentou-se para ler o jornal numa poltrona; deu o último suspiro. O jornal caiu no joelho; a cabeça pendeu para baixo. Não falou mais nada. Lucinda teve um colapso cardíaco – um ataque fulminante. Ela morreu do jeitinho que precisava estar vestida para ser sepultada. Não deu trabalho para ninguém, nem mesmo na hora da morte. O velório dela foi desfile contínuo de pessoas de toda cidade. Muitos, chorando, passavam por ela dizendo: “que será de mim?” Diziam isso porque ela era uma “mãe para os pobres”. Na hora do enterro, todos queriam carregar o caixão. Não existiam carros para levar corpos para o cemitério. Quando começavam a levar o caixão, arrebentou uma das alças. Nem para isso, ela deu trabalho porque foram obrigados a arrumar uma condução que a levasse ao cemitério do Avareí. O desejo dela foi atendido: ela não deu trabalho para ninguém nem mesmo na hora da morte. O jacareiense de hoje desconhece o que Lucin-

da Pires fez pela população carente. Ela foi um santa. Buzz – A senhora poderia explicar como vendeu aquele terreno central para a Riachuelo? Marina – Depois de muitos anos, a casa do papai foi doada para mim. Senti muito ter que vendê-la. Todos pediam para que ela não fosse vendida e desejavam, inclusive, que fosse tombada. A Lojas Riachuelo me “encostou na parede”. Ou eu vendia o imóvel, ou não viveria spssegada. Realmente, hoje não posso conceber uma família morando na rua dos Correios (Acrísio Santana). Eles me pagaram muito bem. As outras áreas doadas por Roberto Martins já tinham sido vendidas. Eles (Riachuelo) me mostraram o projeto. Se eu vendesse a casa, seriam somente dois andares de loja. Se não vendesse, seriam três ou quatro andares porque a área vizinha já pertencia a eles. Diziam, inclusive, que os motores dos elevadores ficariam todos do lado da minha casa, e seria uma zoeira dia e noite. Fiquei amarrada e não tinha como fugir da venda. Aquela casa papai construiu para ele se casar, em 1927, e as três filhas, eu e minhas irmãs, nascemos ali. Além de a casa ser muito boa, localizada em ponto central, tinha um valor sentimental muito grande. Tia Lucinda possuía lá seu quartinho. Depois, em agosto de 1939, papai comprou a chácara na cabeceira da ponte (atual Vila Branca Eventos). Mudamos todos para lá. Era uma chácara abandonada, de propriedade de Arno Schurig. Papai (Otávio Martins) sempre gostou de largueza. Ele vendeu um sítio no Campo Grande para comprar essa chácara. Ele reformou-a antes de mudarmos. Depois, em 1952, papai reformou novamente a casa da chácara, deixando-a como está hoje. Ele chamou o arquiteto Ignácio Trunkl, famoso


na época por um projeto de jardim residencial em São José dos Campos. Aquelas colunas na entrada, que dão ideia de uma casa colonial norte-americana, foram feitas em 1952. Buzz – Como é a história da Casa Roberto Martins, atual prédio da Jô Calçados? Marina – Ela foi fundada em 1899. Meu avô já tinha sido comerciante em Santa Branca. A gente chamava o ramo de negócio de “secos e molhados”. Eles eram representantes do cimento Perus e do açúcar União. Também engarrafavam álcool e tinham máquina de beneficiar arroz nos fundos. Vendiam para o Vale do Paraíba e sul de Minas Gerais. Os vendedores viajantes – Humberto Lencioni foi um deles – faziam vendas até Barra Piraí, no Rio de Janeiro. Na loja, vendia-se de tudo. Era o comércio mais frequentado da época. O mais conhecido. Uma família jacareiense, antiga, dirá que foi cliente de Roberto Martins. O pessoal da roça vinha fazer compras na loja. O mercado municipal estava começando. A loja tinha uma banca no mercado. Depois de muito tempo, surgiu a Casa Maria Toledo, no mesmo ramo. Foram os primeiros concorrentes de meu avô. Meu pai saiu da firma porque não tinha filho homem para suceder-lhe nos negócios. Ele teve três filhas e nenhuma se casou com comerciante. A loja pertencia aos três irmãos Paulo, Lauro e Otavio. Papai nasceu em 1901 e a firma já existia. Os irmãos cresceram vendo a firma. Na primeira reforma da loja foi feita uma estrutura para o segundo piso. Com o aumento, a loja passou a vender móveis, eletrodomésticos e roupas. Papai ficava aborrecido porque ele nunca era ouvido na administração da loja. Em tudo, papai tinha de concordar com o que Paulo, o irmão mais velho, falava. Isso, para um visionário como papai, era difícil. Papai viu que jamais seria ouvido, desentendeu- se com o irmão e deixou a Loja Roberto Martins. Nessa altura, tio Lauro já tinha saído da sociedade e fundou a Galeria dos Presentes. Como os genros também não se interessaram pelo negócio, papai vendeu a parte dele na loja para dois primos. Para ele, não fez bem a saída. O que salvou meu pai foi o Lions Club, que ele ajudou a fundar em Jacareí. Ele trabalhou muito pelo Lions. Tio Paulo tocou a loja até morrer. Buzz – Gostaria que a senhora falasse sobre a Farmácia São José, do Jarbas Porto Matos. Marina – Ele foi uma pessoa muito empreendedora em Jacareí. A farmácia dele ficava na Praça Conde de Frontin. Todo mundo comprava remédios com ele. Jarbas também fazia os remédios. Era como se fosse um mé-

dico para o pessoal da roça. Ele construiu o primeiro prédio de apartamentos de Jacareí, o Edifício Alba. Ali, moravam os filhos dele. Foi uma pessoa de muita atuação na sociedade. Participou do Lions Clube. Ele tinha uma pessoa que aplicava injeções em casa. Existiam outras farmácias, mas a do Jarbas era a mais frequentada. Buzz – A senhora também conheceu o Doutor Pompílio Mercadante? Marina – A casa dele ficava na esquina das ruas XV de Novembro com Antônio Afonso, onde funcionou por algum tempo a biblioteca municipal. Ele foi um dos grandes médicos de Jacareí. Era também o médico dos pobres. Atendia a gente em casa. Quando a gente era pequena, somente o Dr. Pompílio cuidava de nós. Era clínico de tudo. Ele foi casado com Elvira Leal, que deu nome ao clube Elvira. Dona Elvira foi a segunda esposa dele. Com a dona Elvira, ele teve a Zilá, Magda, Iara, mãe do ministro da educação, Aloizio Mercadante, e a caçula Thaís. A casa do Doutor Pompílio era muito frequentada pelos chefes de família para jogar um carteado. Meu pai também ia. Eles formaram o Clube Florisbela. Os filhos ficavam brincando na praça do Rosário e as mulheres conversavam nos bancos do jardim. As mulheres esperavam os maridos voltarem do jogo para irem dormir. A dona Elvira foi uma virtuosa tocadora de harpa. Pompílio era pessoa séria e foi político em Jacareí. Trabalhava na Santa Casa como os outros médicos da época. Buzz – A senhora conheceu Ernesto Lehmann? Marina – O Ernesto Lehmann morou em frente à chácara do meu pai, ou seja, do outro lado Rio Paraíba do Sul (onde fica hoje o lava rápido e o Piazza Hotel). Naquela época, não passava avenida beirando rio, como hoje. A chácara ficava nas margens do Paraíba. Ele era alemão e sua esposa chamava-se dona Frida. Ele tinha um curtume, próximo da chácara. O gado era morto no matadouro, localizado também nas proximidades (hoje praça Luiz de Araújo Máximo), e o couro era levado para esse curtume para ser processado. Era frequente você ser surpreendido por uma boiada no meio da ponte (atual Nossa Senhora da Conceição) vindo em nossa direção. A boiada vinha dos sítios, com boiadeiro tocando. Não era raro um boi se desgarrar e cair no rio. Era outra ponte, também de concreto, com arcos maiores. O gado caia no rio e aparecia na chácara do meu pai. Nós enfrentamos por anos boiadas atravessando a ponte. Esse curtume funcionou por muitos anos. Ele vendeu a propriedade para o Eliseu

Del Guerra, de quem ficamos amigos também. Eliseu também continuou com o curtume por certo tempo. Buzz – Como era o Rio Paraíba? Marina – Não havia a represa de Santa Branca. A água chegava a quase metade da longa escada da nossa chácara. O rio ficava larguíssimo. O volume de água era enorme. Naquela época, somente os bons nadadores se aventuravam entrar no rio. Era o ponto de lazer do jacareiense. Eu digo que nasci dentro do rio porque nadei nele desde meus oito anos. A preocupação de meu pai, ao comprar a chácara, foi ensinar as três filhas a nadar. Aprendemos a nadar rudimentarmente. Papai amarrou uma corda embaixo de nossos braços, colocou a gente na água e mandou que nos virássemos. Nós atravessávamos o rio a nado. Depois, papai comprou uma lancha e subia uns dois ou três quilômetros rio acima. Ia quase até Bom Jesus. De lá, a gente voltava nadando porque era fácil descer rio abaixo. Por volta de 1947, ocorreu uma travessia de Jacareí a nado. Vieram nadadores de São Paulo e de outros estados. Não me lembro da largada ou partida dos nadadores. Foi a primeira competição desse tipo. Tenho certeza, como Jacareí não tinha concorrentes nos chamaram para representar a cidade. Eu não participei porque não tinha treinado. O vencedor foi o ator brasileiro, John Herbert. Não acreditei quando fizeram a pista que passa por debaixo da ponte (retorno). Eu nadava por debaixo da ponte. Passava água por ali. Baixou muito o nível do rio. Pescavam cada peixe maravilhoso! Pescavam dourados no Paraíba, Minha mãe comprava dourados ainda vivos, pois tinham acabado de sair da água. Hoje, o rio tem somente sujeira.

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Natal dos deficientes visuais Lions Club de Jacareí promove festa de confraternização para cerca de 50 deficientes visuais. O massoterapeuta Flávio Ferreira de Lima, de 48 anos, é deficiente visual desde pequeno. Com apenas 5% de visão, ele

sabe que Jacareí dispõe de poucos eventos para os cegos e aguarda com expectativa a confraternização promovida pelo Lions BuzzImagens

Casal Flávio Lima e Lurdes Morais: cegos recebem pouca atenção na cidade

Club de Jacareí. Sua esposa, Lurdes de Morais, de 63 anos, também deficiente visual, está animada com a festa marcada para o dia 15 de dezembro, na sede do Lions, na rua Santa Terezinha, 150, centro. Ambos esperam por um dia de muita diversão e um momento raro para os cegos da cidade. Para o massoterapeuta, a vida dos deficientes visuais em Jacareí não é fácil. Segundo ele, a falta de atividade só aumenta o isolamento. “Precisamos trazer o deficientes visuais para o meio da sociedade. Torná-lo participativo. Mais inclusão”, reivindica. No dia a dia, Lima encontra poucos locais com sinalização tátil, e falta respeito para com eles por parte dos transeuntes sempre apressados e conectados em seus telefone celulares. De acordo com Lima, o lado bom, desfrutado pelos que perderam a visão, é que a prefeitura oferece cursos de alfabetização e a Biblioteca Municipal possui um acervo com 500 obras em braile. Ele sente dificuldades para ler em braile, mas sua companheira tem mais facilidade. Para assistir televisão, eles utilizam um aparelho chamado tele lupa. Lima, que é albino, nasceu com apenas 15% da visão, mas esta diminuiu até se


estabilizar em 5%. Ele usa óculos escuros devido a sensibilidade à luz (fotofobia). O albinismo é um defeito na produção de melanina que resulta em pouca ou nenhuma cor (pigmento) na pele, cabelos e nos olhos. Ele, porém, não se abateu com a deficiência. Já trabalhou no Esporte Clube Elvira e Trianon Clube. Para 2014, espera engrenar novamente sua atividade profissional. Confraternização – O presidente do Lions Club de Jacareí, Claudio José Scavone, explica que a festa de confraternização dos deficientes visuais começou há 56 anos. “Todos esperam pela festa, e nós também esperamos ansiosos porque ela proporciona alegria para ambas as partes”. Segundo ele, além do idealizador Castro Júnior, o empresário Harold Holland foi outro grande colaborador desta iniciativa. O recurso para a festa vem da realização de dois bingos durante o ano. Além da festa com direito a bolo, refrigerantes e salgadinhos, todos os deficientes visuais recebem uma cesta de Natal preparada pelos integrantes do Lions Club. A cesta contém 25 itens como: panetone, guloseimas, chocolates, entre outros. E cada cesta contém ainda um livro para incentivar o hábito da leitura nos familiares dos deficientes. O Lions atende uma média de 50 pessoas nessa campanha de Natal. O Lions Club International possui o programa SightFirst (visão primeira, em português), lançado em 1989, para combater a cegueira evitável. Segundo o clube de serviço, o Lions recuperou a visão de 7 mi-

Scavone: “Todos esperam pela festa e nós também..” lhões de pessoas por meio de cirurgias de catarata, impediu a perda severa da visão para outros 20 milhões e aprimorou os serviços oftalmológicos para várias pessoas. Animada – Casada há mais de 20 anos, Lurdes é mais animada e conversadeira que o marido Flávio. Ela vai logo dizendo que gosta muito de cantar e dançar. A festa de Natal do Lions Club é uma grande oportunidade de encontrar novos amigos. Tanto ela quanto o marido cobram mais atividades para o deficientes visuais em Jacareí. Eles se conheceram no Hospital Escola Próvisão, em São José dos Campos. Lurdes explica que a noção de espaço é muito importante para o cego. Numa festa, por exemplo, ele precisa se movimentar para compreender mentalmente onde está. A mesma coisa ocorre em casa. Caso con-

trário, fica sentado numa mesa ou “preso” em casa. Lurdes nasceu com problema de visão e, devido a simplicidade dos pais, não procurou ajuda antes. Após muitos anos, soube que possui atrofia do nervo ótico. Porém, ela não se queixa e conta que tem uma vida normal. “Tenho obstáculos, mas a gente se vira e resolve”, diz. Segundo a dona de casa, ela participa da festa do Lions Club há mais de 30 anos. “Sempre gostei porque é um evento muito animado e uma oportunidade para se fazer novas amizades”. Para o dia 13 de dezembro, o então presidente Jânio Quadros instituiu o Dia Nacional do Cego. Mas a data também é conhecida como o dia de Santa Luzia, protetora da visão.


A tradição do presépio artesanal

Figureiras da região ainda produzem presépios de barro para manter a tradição do nascimento do Menino Jesus os cristãos, de recordar o nascimento do Menino Jesus, ainda é mantida nas casas da Região Metropolitana do Vale do ParaíBuzzImagens

Os presépios variam em tamanho, número de personagens e material empregado, mas essa tradição do significado para

Magela: “Nenhum presépio artesanal fica igual ao outro”

ba. Em tempos em que o comércio impõe a figura do Papai Noel e a troca de presentes se submete ao consumismo, figureiros de Jacareí, São José dos Campos, Caçapava e Taubaté, dentre algumas cidades, resistem na produção artesanal dos personagens para a manutenção desse patrimônio artístico e de devoção trazido até nós pelos portugueses. Um dos grandes divulgadores do presépio em Jacareí é o artista plástico Magela Borbagatto, eleito mestre da cultura popular brasileira por seu trabalho de preservação das paulistinhas. Ele não apenas produz presépios para exposição como também ensina interessados a produzi-los nas oficinas culturais que ministra na cidade e região. “Nenhum presépio artesanal fica igual ao outro”, compara Magela ao mostrar uma peça comprada numa loja de R$1,99 e uma artesanal. “Há uma riqueza de detalhes exclusivos dos presépios artesanais”, diz. Há cerca de 10 anos, Magela modelava em média 10 presépios por ano para vender. Hoje, produz muito pouco porque as pessoas preferem as peças de R$1,99 por uma questão de preço. Um presépio completo do mestre da cultura popular brasileira va-


ria de R$300,00 a R$400,00, enquanto nas lojas de artigos importados chineses sai por volta de R$30,00. Magela chama atenção, ainda, para o fato de poucas pessoas adotarem hoje o costume de armar presépio durante o Natal. Segundo ele as casas, cada vez menores, terminam ajudando a acabar com uma tradição de séculos. Um presépio artesanal não é pequeno e precisa de espaço para ser montado. “Alguns acham que presépio é entulho que ocupa espaço”, lembra. Deixando de existir presépio, outra tradição natalina brasileira – a Folia de Reis – também vai morrendo aos poucos. A folia é feita nas casas em que existe presépio montado, como manda a tradição. Por outro lado, lamenta Magela, as pessoas cedem à cultura estrangeira do Papai Noel. Ele explica que o Natal brasileiro é muito mais festivo que os comemorados no hemisfério norte – terra do Papai Noel. Aqui, explica, há Folia de Reis, as pastorinhas e o presépio simbolizando o nascimento de Jesus. Lá, complementa, as comidas são gordurosas, há os famosos bonecos de neve, botas enormes espalhadas pelos lugares públicos etc.. Em seus presépios, Magela adotou uma atitude simbolicamente mais acolhedora que muitas das montagens tradicionais: “o Menino Jesus fica nos braços da mãe ou do pai em vez de permanecer sozinho na manjedoura”, explica. Nos presépios de R$1,99, o artista plástico ressalta que os personagens sequer olham um para o outro. Isso, no entender do artista jacareiense, faz

toda diferença entre um presépio de resina de R$1,99 e outro artesanal de barro. Em 2011, Magela ministrou a oficina “Figuras do Vale”, no Instituto Sapucaia. O resultado foi a montagem de presépios nos mais diferentes lugares como sertão nordestino e trabalhos bastante contemporâneos. Santo de Casa - A figureira de São José dos Campos, Maria Benedita dos Santos, de 95 anos, mais conhecida como Dona Lili, é outra que mantém viva a tradição dos presépios artesanais. Ela faz parte do

projeto cultural Santo de Casa, que reúne sete figureiras joseenses que produzem presépios e imagens com argila. Dona Lili segue uma tradição que vem desde a avó. Quando criança, muito curiosa, a observava fazendo imagens de barro e resolveu experimentar. A primeira que fez foi ao quebrar um Santo Antônio, ficando, da imagem, apenas o Menino Jesus intacto. Então, pegou esse Menino Jesus e montou seu primeiro presépio. Isso ocorreu quando Dona Lili tinha apenas sete anos de idade. Não parou mais de produzir, pois nem mes-

Deixando de existir presépio, outra tradição natalina brasileira – a Folia de Reis – também vai morrendo aos poucos. A folia é feita nas casas em que existe presépio.


mo casos de doença na família impediu-a de modelar imagens de barro. Como todas as figureiras, Dona Lili recebe as encomendas no início do ano. O trabalho detalhista e demorado só pode ser feito por meio de encomenda. Ela produziu 30 presépios este ano. O auge foi a produção de 50. Com idade avançada, ela conta com uma equipe que a ajuda na elaboração das imagens. Os valores variam de R$ 20,00 a R$ 100,00 Outra figureira joseense, Maria Benedita Vieira, de 73 anos, mais conhecida como Mudinha, aprendeu com a mãe a produção de imagens para presépio. Devido a sua deficiência, ela ficava muito tempo com a mãe, Maria Vieira, de quem herdou a habilidade com a argila. Neste ano, segundo sua irmã Ana, ela produziu por volta de 10 presépios sob encomenda para venda e exposição.

Divinos - Na Divinos Livraria e Artigos Religiosos, tradicional loja de artigos do gênero, em Jacareí, a procura pelo presépio ocorre nos meses de novembro e dezembro. “Nada exagerado”, diz sua proprietária Cícera Gloria Barros Divino. Ela explica que somente casais jovens adquirem presépios porque não é algo que as famílias renovem todos os anos. A Divinos trabalha com imagens de resina e gesso. Cícera diz ainda que os jovens preferem somente a imagem do Menino Jesus. Segundo ela, outra constatação na loja é que os jovens compram presépios pequenos, enquanto os mais velhos gostam dos maiores. Para a comerciante, a família jovem, com o nascimento dos filhos, vai dando maior importância ao presépio mais completo. É quando tentam explicar a eles a história do nascimento de Jesus Cristo.

Programação de Natal 21/12, 11h às 13h: Rodrigo Rangel – 13h às 15h: Clevinho Oliveira – 15h às 17h: Marcelo Naves e Danilo Simi – 17h às 19h: Andrews Oblack 22/12, 10h às 11h: Eliseu Machado – 11h às 13h: Blues no Coreto com Marcelo Naves e Danilo Simi Local: coreto da Praça do Rosário – Centro Exposição “As Faces de Maria”, do artista plástico Vicente Sampaio, de Guaratinguetá Local: Museu de Antropologia do Vale do Paraíba – rua de XV de Novembro, 143, Centro 31/12, 22h às 2h – Festa de Réveillon com a Banda Matrix e queima de Fogos Local: avenida Davi Monteiro Lino – Parque da Cidade


Jacareiense Nota Dez

Nome - Guilherme Mendicelli / Ocupação - escritor / Atitude - chamou atenção de um editor deixando marca-páginas em livros; ele prepara o lançamento do seu segundo trabalho BuzzImagem

Guilherme diz que não esperava retorno da inédita estratégia

O jovem escritor jacareiense Guilherme Mendicelli, de 18 anos, conseguiu uma façanha com a qual todo autor iniciante sonha: chamar atenção de um editor para seu trabalho. Prestes a lançar o segundo livro, “Sofia e seu cachorrinho desajeitado”, ele lembrou à revista Buzz como conseguiu que o editor Alex Giostri publicasse seu primeiro livro, “Curvas da Ilusão”, em 2011. O gosto pela literatura começou por volta dos 10 anos quando Guilherme fazia os primeiros esboços de poemas durante as aulas. Mendicelli, aos 16 anos, precisava divulgar o blog com seu trabalho. Com ajuda de amigos, criou um marca-páginas com trechos de seus textos e seus contados eletrônicos. O primeiro lugar escolhido para divulgação foi o Festival da Mantiqueira. Ele deixou o objeto em vários livros, mas não conseguiu nenhum retorno. Em maio de 2011, ele estava folheando alguns livros na Livraria Cultura, em São Paulo, quando surgiu a ideia de repetir o inusitado processo de divulgação. Ele conta que pegou os últimos três marca-páginas, que estavam dobrados na carteira, e colocou-os em livros com capas de que mais gostou. No dia seguinte, o editor Alex Giostri entrou em contato com ele para saber mais


sobre seu trabalho. Uma semana depois e Mendicelli assinava o contrato com a editora para publicação de seu primeiro livro. O jovem diz que não imaginava que um editor se interessaria pelo seus textos. “Curvas da Ilusão” foi lançado em 1º de outubro de 2011. O episódio deixou uma certeza em Mendicelli. O escritor precisa tirar a bunda da cadeira e procurar seu público. Ele tem outra: “não sei escrever, quero aprender”. Mendicelli revela que lê uma média de 20 livros por ano. Seus favoritos são Mario Vargas Llosa e o português José Saramago. Porém, não descarta o best seller Nicholas Sparks. Nem do primeiro ele esqueceu. Foi “Terror no Acampamento”, uma série de terror escrita por R. L. Stine. Lançamento – No próximo dia 21 de dezembro, Mendicelli lança seu segundo trabalho com direito a noite de autógrafo no Jacareí Shopping. “Sofia e seu cachorrinho desajeitado” é destinado ao público infantil e fala de uma menina que luta para ter um cachorro de raça assim como sua vizinha. Mendicelli espera chamar a atenção das crianças e dos jovens para os cuidados com os animais e incentivá-las a adoção de bicho de estimação. Ele mesmo aderiu à causa. O escritor conseguiu que as empresas Mecvale Gondim e Argamais Tecnologia em Argamassa comprassem 300 exemplares de seu novo trabalho a preço de custo e os doassem para a ONG (Organização Não Governamental) Bicho Feliz, da qual faz parte. O dinheiro obtido com a venda dos livros será reverti-

do para a ONG. “Sofia...” será lançado com tiragem de 1.000 exemplares. Projetos futuros – Além do lançamento, Mendicelli está cheio de projetos. Ele tenta viabilizar outro livro infantil para que saia antes da Copa de Mundo de 2014. Trata-se da história de um gatinho que joga futebol e sonha participar do Mundial jogando pelo Brasil. Ele também começa rascunhar um romance baseado no blog “A 40 dias do resto de nossas Vidas”. O livro deverá abordar o relacionamento entre o escritor e sua namorada. Outro projeto é a biografia do cantor sertanejo João Pacífico, que morou em Guararema. Paralelo aos trabalhos de revisão de texto para blogs e site, Mendicelli ainda lançará um site sobre literatura para ajudar novos talentos das letras. Em 2014, o escritor começa um curso de jornalismo; ele já cursa a faculdade de Letras, através

do Ensino à Distância. Pretende terminar as duas faculdades ao mesmo tempo. Contato Facebook.com/gmendicelli www.guilhermemedicelli.com.br


Campeonatos Nacionais

Em 2013, os ciclistas do Clube Jacareí de Ciclismo estiveram presentes no pódio das diversas especialidades. Clythio Van Bouggenhout sagrou-se vice-campeão nacional máster em prova disputada na cidade de Belém do Pará. Rubens Donizete, no mountain bike, conquistou a medalha de bronze na elite, e a jovem Larissa Castelari foi bronze em duas provas no Campeonato Nacional de Juniores. Campeonatos Estaduais Felipe Custódio e Matheus Germânio figuraram entre os melhores em suas categorias no Campeonato Paulista de MTB. Custódio foi vice-campeão Paulista, na categoria sub-23, enquanto Germânio, além de vencer uma das etapas do campeonato, ainda terminou na terceira colocação geral da categoria júnior.

Jogos Regionais e Jogos Abertos

A equipe conquistou muitas medalhas este ano nas disputas das principais competições entre municípios do Estado de São Paulo, o que possibilitou a conquista do vice-campeonato por equipes nos Jogos Regionais e a terceira posição nos Jogos Abertos. O destaque foi o atleta Mauro Aquino com ouro nas duas provas na disciplina de bicicross. Paraolímpico

Marcos Ribeiro tornou-se campeão nacional paraolímpico de ciclismo. O título, inédito para o atleta, o colocou entre os possíveis nomes da seleção brasileira para o ano de 2014, e com esperança para a disputa na paraolimpíada do Rio, em 2016.

Projetos Sociais

O Projeto Pedal na Escola desenvolvido na EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Tito Maximo, conquistou inúmeros adeptos para a modalidade, além de ensinar vários dos alunos a pedalar.



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