Revista Bem Bolada | Fevereiro 2025

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EDIÇÃO 16

Ano 2 - 2025

a revista que está com a bola toda

A MULHER NO FUTEBOL

Entrevista com ISABELLY MORAIS

NEYMAR, O RETORNO

1954: CORINTHIANS, CAMPEÃO DO IV CENTENÁRIO

1973: PALMEIRAS, CAMPEÃO BRASILEIRO

O ADEUS A LIMA

1986: SÃO PAULO, CAMPEÃO BRASILEIRO

ENTREVISTA COM FERNANDO FERNANDES

UM DOS NOSSOS MAIS PREMIADOS JORNALISTAS ESPORTIVOS

Trata-se de uma atleta nata.

Um dia a amiga Tatá falou: “Você deveria estudar jornalismo”.

Ela não só seguiu o conselho da Tatá, como optou pelo jornalismo esportivo.

Essa é a mineirinha Isabelly Morais, que começou sua carreira na Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, e hoje está no Grupo Globo, como narradora, desde 2023.

Continua eclética: narra futebol, futsal, basquete, handebol, vôlei, tênis de mesa...

A voz masculina que marca presença neste número 16 da sua Bem Bolada, a revista mensal digital que eu e o Silvio Natacci criamos, é a voz de Fernando Fernandes, competente repórter, comentarista, apresentador, dono de um programa

de Esportes que vai ao ar diariamente na TV Bandeirantes.

Ainda jovem, mas com muita experiência, Fernando Fernandes viajou por muitos e muitos países, sempre acompanhando futebol e a maioria das vezes a Seleção Brasileira.

Fernando e Isabelly têm um ponto em comum, além do jornalismo esportivo: Neymar.

A mineirinha não tem dúvidas: convocaria o Neymar já para o próximo jogo da Seleção Brasileira.

Fernandes também convocaria Neymar, mas, talvez, o escalasse somente no segundo jogo.

- É preciso dar tempo a ele.

Você vai comemorar ou conhecer o título de

Campeão dos Centenários do Corinthians.

Também o título de Campeão Brasileiro de 1973 do Palmeiras.

O título brasileiro do São Paulo, em 1986.

E, claro, a volta de Neymar. Agora, Príncipe.

O repórter Ailton Fernandes nos traz Roberto Thomé em Cadê Você?

Como não poderia deixar de ser, o Quiz, onde você se diverte e aprende.

Leia e divirta-se.

04 - Entrevista com Fernando Fernandes

10 - A Mulher no Futebol: Isabelly Morais

14 - Camarote

16 - Neymar, O Retorno

18 - 1954: Corinthians Campeão do IV Centenário

20 - 1973: Palmeiras Campeão Brasileiro

22 - 1986: São Paulo Campeão Brasileiro

24 - O Adeus a Lima

25 - Cristiano Ronaldo, 40 Anos

26 - Biblioteca

28 - Cadê Você?

29 - Quiz

Mário Marinho

Quando jovem, queria ser médico. Porém, tornou-se um dos mais importantes e premiados repórteres e apresentadores esportivos da nossa TV.

FERNANDO

FERNANDES

Foto: Divulgação/Reprodução

Como começou seu interesse por comunicação?

Eu queria ser médico. Eu nunca pensei na minha vida em ser jornalista. Eu não tive a capacidade de passar no vestibular de Medicina. Fiquei dois ou três anos tentando. Sempre gostei de esporte, mas nunca pensei em virar jornalista profissional. Estava meio perdido. Aí, entrei na Faculdade de Comunicação Social da FIAM. Os dois primeiros anos eram básicos. No terceiro ano, eu tinha que optar e optei pelo Jornalismo. Daí, nunca mais parei. Comecei na produção de um programa sertanejo da Rádio Cultura. De lá, fui trabalhar num programa noturno da Rádio Excelsior, chamado “Bar Brasil”, cobrindo a noite de São Paulo. Esse programa terminou e eu fui para um programa de Economia. Depois, fui para o Rio de Janeiro e fiquei dois anos

vendendo bebida na praia, na Barra da Tijuca.

Faça uma sinopse da sua carreira.

Quando voltei do Rio, eu entrei na Rádio Gazeta e na área do Esporte. Tinha o Osmar Santos, o Edison Scatamacchia, o César Teixeira... Fiquei três ou quatro anos lá. Fui fazer o Pan-Americano de Cuba, em 1991, e aí fui trabalhar numa Rádio e TV de Portugal. Fui o primeiro repórter brasileiro numa TV portuguesa. Foi muito legal. Fiquei três anos em Portugal. Peguei lá a primeira edição da Champions League. Eu morava na cidade do Porto e encontrei muitos brasileiros lá. Quando voltei, fui trabalhar na produtora do Osmar Santos e o Scatamacchia estava na Bandeirantes com o Juarez Soares. E eu fui para a Band em outubro de 1993.

Em 1994, estava viajando para a Copa do Mundo, nos EUA. Quando voltei, eu trabalhei tanto no SporTV quanto na Band. Aí, surgiu a oportunidade de eu virar repórter na Band. Meu primeiro jogo foi com o Jota Júnior. Depois, eu me tornei o repórter que mais trabalhou com o Luciano do Valle. Quando o Luciano faleceu, em 2014, eu estava viajando com ele para Uberlândia. Estou todo esse tempo na Band, tendo só um hiato: entre 2002 e 2005, toda a equipe foi para a Record porque a Band parou com o futebol. Depois, voltamos. Fiquei 35 anos como repórter e, há quatro anos, estou como apresentador. Hoje, eu estou com um programa diário na TV à noite, o Esporte Total, e, aos sábados à tarde, faço um programa na Rádio Bandeirantes, o Mundo dos Esportes. E tenho um programa que a gente faz na área digital da Band chamado

“Rede Elétrica”: é o único programa que coloca o torcedor ao vivo para falar de futebol.

Como você vê a imprensa esportiva hoje?

O problema é que a internet hoje não tem o filtro profissional. Hoje, muitas vezes achase que a opinião é mais importante que o fato.O Jornalismo deixou de ser fato: ele

passou a ser opinativo. Acho que as duas coisas podem conviver, mas uma não pode excluir a outra. Esse é o grande dilema do jornalismo esportivo. Hoje, exige-se que jornalista seja torcedor, bairrista etc., quando o que se espera dele é isenção. Hoje, alguns dão opinião sobre vivências que não tiveram. O Jornalismo é feito de experiências. E a gente está perdendo o respeito pelas pessoas. Atrás de uma camisa e de um microfone há uma pessoa. A gente pode fazer uma pergunta sem ser grosseiro. Temo pelas novas gerações do Jornalismo porque elas foram criadas nesse ambiente.: distante da realidade, distante do fato.

Falando de Seleção... O que você está achando do Dorival?

O nosso problema é mais profundo, mais amplo. Eu acho que nós perdemos a identidade. A partir de 1970, os europeus começaram a bloquear nosso talento, nossa

criatividade. Ao longo desse período, houve uma miscinegação muito grande de raças na Europa. O jogador europeu, que sempre teve a disciplina tática como sua virtude, ficou mais ágil, mais flexível por causa da miscigenação. Por sua vez, o jogador sul-americano procurou imitar o modelo europeu. Nós perdemos a nossa identidade. Aí vem a formação do atleta. Hoje a gente está vendendo jogador com 16, 17 anos.

Quando ele sai, ele é uma promessa de bom jogador. Então, a formação dele vai ser toda europeia. Aí, quando ele vem para a Seleção, ele vem com uma formação europeia. Os técnicos europeus acabaram com o improviso. O jogador brasileiro perdeu aquela irreverência. E isso vai se agravar.

Você convocaria o Neymar?

Eu esperaria um pouco. Eu acho que é botálo na arena muito cedo. A gente corre o risco de queimá-lo. Eu preservaria o Neymar. Eu o levaria na outra convocação.

Você não acha que caiu o nível dos nossos técnicos também?

Eu não sei se caiu ou não evoluiu. Temos que considerar também que a nossa mãode-obra está mais difícil. Hoje o futebol brasileiro está muito triste. Nós jogamos para não perder: se der, a gente ganha. O treinador brasileiro hoje quer se equiparar a uma realidade que não é a dele. Nós fugimos demais da nossa essência. Nós não temos a estrutura europeia.

Você acha que o Dorival é o nome ideal para a Seleção?

Ele chegou lá no auge dele. A gente faz uma pressão muito grande em cima do treinador. A gente está tentando ser o que a gente não é. Nós temos jogadores que arrebentam nos clubes, mas que quando vestem a camisa da Seleção sentem o peso.

O Ronaldo está querendo ser presidente da CBF. O que você acha da ideia?

Eu acho que demorou para o jogador brasileiro tomar conta do que lhe pertence. Eu acho que é um movimento importante.

A gente já está vendo até políticos se movimentando contra. Primeiro ele precisa colocar a candidatura dele na rua. Há dirigentes que não querem ele. Um cara que eu gostaria de ver na CBF é o Mauro Silva. Ele é extremamente preparado. Eu torço para que pelo menos permitam que o

Ronaldo concorra. Mas o que está pintando é que não irão permitir.

O Brasil tem chance para a Copa de 2026?

A gente tem que falar com um misto de torcedor e de realidade. Nós não temos jogadores excepcionais. Nas nossas outras seleções campeãs, nós tínhamos cinco ou seis jogadores geniais. Talvez se o Neymar tiver condições, ele possa resolver. A nossa camisa é a maior do mundo, mas a nossa bola hoje não é.

Quais os comentaristas esportivos

que você aprecia?

Eu vou cometer injustiça, vou deixar muita gente de fora. Mas cito Juarez Soares, Loureiro Jr., Gérson, Rivellino, Tostão, Carlos Aymard, Sérgio Cunha, Álvaro José, Claudio Zaidan... Tivemos e temos muita gente boa.

E com relação à narração feminina, o que você acha?

É uma evolução. Só acho que elas ainda se baseiam na narração masculina. No futuro, vai acontecer a identidade da narração feminina. Mas é um caminho sem volta.

Quanto ao Brasileirão, você gosta dos “pontos corridos”?

Gosto. Acho mais correto, mais honesto.

E os Campeonatos Estaduais, devem ser mantidos?

Eu continuaria, mas devem diminuir de tamanho. Assim como o próprio Brasileirão. Faria o Paulistão, por exemplo, com 12 clubes e, não, com 16. Já que não podemos

controlar o calendário internacional, vamos controlar o nosso.

O que você acha do VAR no nosso futebol?

Nosso VAR é “Tabajara”. Os nossos equipamentos são inferiores aos da Europa. O que é entregue para o árbitro é problema, não é solução. É preciso melhorar a nossa tecnologia. Eu sou contra o VAR. Acho que o futebol é o esporte que mais se aproxima à natureza humana. É muito mais feito de erros do que de acertos. Eu acho que estão

querendo controlar o futebol, que é algo incontrolável. O futebol não precisa de VAR: precisa de árbitros profissionalizados.

Quais são seus planos para o futuro?

Eu quero continuar trabalhando, eu gosto do que faço. Porém, se eu puder sair do Brasil, eu sairei. Lá fora é uma outra realidade de vida, de segurança. O Brasil tinha tudo para ser um país maravilhoso, mas, infelizmente...

JOGO RÁPIDO

Seu hobby: Gastronomia. Comer, um bom vinho...

Tipo de música preferido: Rock, Led Zeppelin, Michael Jackson...

Programa de TV preferido: Sou fã de documentário, Discovery...

Melhores narradores de TV: Luciano do Valle, Galvão Bueno e Silvio Luiz.

Melhores narradores de rádio: Osmar Santos, Fiori Gigliotti e José Silvério.

Prato preferido: Massa.

Cantor brasileiro preferido: Renato Russo.

Cantora brasileira preferida: Gal Costa.

A MULHER NO FUTEBOL

ISABELLY MORAIS

Saiu de sua pequena Itamarandiba-MG muito jovem, foi para BH, tornou-se a primeira mulher a narrar futebol em Minas, veio para a Band-SP e hoje é uma das três narradoras do Grupo Globo.

Como começou sua paixão pelo futebol?

Eu gosto de esporte desde sempre. Sempre gostei de praticar. Eu gostava muito de jogar futebol, futsal, handebol, vôlei... Tudo em Itamarandiba, no norte de Minas, onde nasci. Quando mudei para Belo Horizonte, eu também lutei boxe durante algum tempo. E eu joguei também flag, que agora virou uma modalidade olímpica. Eu fui para Belo Horizonte com 17 anos. Eu só parei porque não dava mais tempo. Desde sempre, enfim, eu gostei de praticar esportes e assistir aos Jogos Olímpicos, Pan-Americanos etc.

Como você começou sua carreira?

No ensino médio, eu gostava muito de matemática, português, história... Mas

um dia, minha amiga Tatá falou para mim: “Você deveria fazer Jornalismo: você apresenta os trabalhos tão bem na sala! E mais: Você poderia cobrir esportes! Você ama esportes!”. E eu disse: “É isso aí!”. A Tatá foi um anjo na minha vida! Isso foi na minha cidade, eu tinha uns 15 anos. Quando eu entrei na faculdade em BH, eu disse: “Eu quero fazer Jornalismo Esportivo!”. Eu procurei sempre fazer trabalhos ligados ao esporte.

Faça uma sinopse da sua carreira.

Comecei a narrar na Rádio Inconfidência. Iniciei lá como repórter, em 2017. Trabalhei também como produtora, apresentadora, comentarista... Eu sou a primeira mulher a narrar futebol em Minas Gerais. Quem acreditou em mim como narradora e me lançou lá foi o José

Augusto Toscano. Ele ainda é o Diretor de Esportes da Rádio Inconfidência. Eu topei ser narradora! Ele me falou: “Dia 7 de Novembro vai ter o jogo América e ABC pela Série B do Brasileirão e eu quero você narrando!”. Eu tenho comigo o seguinte: eu não digo não! Eu nunca tinha narrado antes! E dia 7 de Novembro de 2017 lá estava eu narrando! A narração mudou a minha vida! O Toscano é o meu pai na profissão! Ele me descobriu, acreditou em mim! Ele não tinha um aúdio meu, não tinha nada meu! Fiquei lá de 2017 a 2019. Eu me formei em 2019. Em 2018, a Fox lançou um projeto chamado “Narra Quem Sabe”, visando contratar mulheres narradoras para a Copa de 2018, na Rússia. Não havia quase mulher narrando nessa época. Eram 300 mulheres inscritas. Eu fui uma das três escolhidas. Então, eu narrei a Copa do Mundo de 2018 pela Fox Sports. Narrei o jogo de abertura. Fui a primeira mulher a narrar uma Copa do Mundo pela TV no Brasil. Eu narrei do Rio de Janeiro. Eu ainda era estagiária da Rádio Inconfidência e o Toscano me liberou. Depois da Copa, voltei para a Rádio Inconfidência. Fiquei até 2019, quando me formei. Saí da rádio, trabalhei em alguns veículos de lá, até que em outubro de 2020 a Band me ligou. Eles precisavam de uma mulher para narrar o Brasileirão Feminino. E me contrataram. Pela primeira vez narrei na TV aberta. Estreei em novembro de 2020. Fiquei até 2023, quase três anos na Band, narrando Brasileirão Feminino. Em abril de 2023, a Globo me ligou para trabalhar como narradora. Então, estou na Globo desde abril de 2023. Faço bastante SporTV e Premiere. Hoje, narro várias modalidades: futebol, futsal, basquete, handebol, vôlei, tênis de mesa...

resistência. Muitas vezes a gente faz uma transmissão bem redonda, cheia de informação, e vem pela internet uma chuva de críticas improcedentes. Para se ter uma ideia: quando eu comecei a narrar na Rádio Inconfidência AM, eu tinha 20 anos. A rádio tinha muitas emissoras parceiras que retransmitiam os jogos, atingindo 853 municípios. Pois a rádio perdeu emissoras parceiras porque havia uma mulher narrando!!! Eu tenho pena desses ouvintes machistas.

Atualmente, quais são suas atividades profissionais?

Eu sou narradora do Grupo Globo. Narro mais para o SporTV e Premiere.E não só futebol: muitos outros esportes.

Vamos falar da Seleção...

No início, você sentiu alguma pressão machista?

Desde o início. Principalmente na narração, onde eu tenho a maior

Quais os momentos mais marcantes de sua carreira?

Eu não posso deixar de falar daquela minha primeira narração na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte: América e ABC, no dia 7 de novembro de 2017. Foi muito emocionante. Dei várias entrevistas. Eu fui a primeira mulher a narrar em Minas. O Toscano me falou uma frase na época que eu guardo até hoje: “Vai, erra, mas faz!”. E outro momento marcante foi meu primeiro jogo de Copa do Mundo, pela TV, a Copa de 2018, na Rússia: Rússia e Arábia Saudita.

Ainda é uma incógnita. No ciclo anterior, o trabalho do Tite foi frustrante em termos de resultados. No ciclo atual, está havendo muitas trocas: de técnicos e na própria gestão da CBF. É um dos piores ciclos que a gente tem: a Copa já é no próximo ano. Gosto do Dorival, é um bom treinador. Porém, ele chegou num momento muito atrapalhado da CBF. Eu não estou pessimista porque temos bons jogadores.

Você convocaria o Neymar?

Eu convocaria o Neymar. Acho que a Seleção sofreu muito sem o Neymar. A gente não se preparou para não ter o Neymar. Eu o chamaria já na próxima convocação.

Você acha que em 2026 o Brasil tem chance?

Acho maravilhoso, é o que embala nossa temporada. Ele premia o planejamento.

Eu nunca vou dizer que o Brasil não tem chance. Em muitos momentos o Brasil saiu daqui contestado e, depois, correspondeu. Temos bons atletas.

Com relação à narração feminina, o que você está achando?

Acho que a gente vive o melhor momento da narração feminina. Quando eu comecei, em 2017, eu não conhecia nenhuma narradora. Falo com muita tranqulidade: hoje é o melhor momento da narração feminina no Brasil. E tende a melhorar. É preciso apoiar as nossas companheiras para que, no futuro, nós tenhamos muito mais narradoras.

Quais são os nossos melhores comentaristas?

Tenho um carinho gigante por muitos comentaristas, mas vou citar dois: um deles é o Claudio Zaidan, que é uma enciclopédia; além de ser muito gentil, ele tem a capacidade de observar tudo e possui uma vasta cultura. E o outro comentarista é uma mulher: a Alline Calandrini. Eu trabalhei com ela na Band e trabalho agora com ela no Grupo Globo. Eu já a admirava quando ela era jogadora. Quando ela jogava no Santos, ela já fazia Comunicação. Ela estudou Jornalismo. Então, hoje ela é uma ex-atleta, jornalista e comentarista de futebol. Além de ser ex-atleta, ela se preocupou em estudar.

Você gosta do Brasileirão com “pontos corridos”?

Eu amo o Brasileirão por pontos corridos.

E dos Estaduais, você gosta?

É uma discussão muito complexa. Eles são muito importantes para as equipes menores. Mas hoje há uma briga muio grande por causa do calendário. É necessário um calendário mais enxuto, mas não se pode acabar com os Estaduais. E ainda há o calendário internacional. É muita coisa envolvida.

O que você acha do VAR?

Acho a tecnologia muito importante. Não sou contrária ao VAR, de maneira alguma. É preciso minimizar os erros. Só que é preciso aprimorar o profissional que está operando a máquina. É um avanço importante que precisa ser aprimorado. Os árbitros também precisam ser bem treinados para que dois lances iguais não tenham interpretações diferentes.

Como você vê a crônica esportiva hoje?

A gente vive um momento muito desafiador. Às vezes se perde o caminho da informação e isso me incomoda um pouco. Às vezes para entreter, as pessoas perdem um pouco a mão. A primazia do nosso trabalho é a informação. É preciso ter cuidado, zelo pela informação. Hoje temos muitas plataformas e nem todas têm esse cuidado.

Quais são seus planos profissionais para o futuro?

Minha carreira já teve tantas situações... Eu narrei Copa do Mundo, eu narrei Jogos Olímpicos, eu fui repórter, no gramado, em jogos grandes, eu fiz tanta coisa... Mas eu quero continuar trabalhando muito, continuar estudando e desejo estar nos Jogos Olímpicos “in loco”.

JOGO

Seu hobby: Adoro cozinhar.

Tipo de música preferido: MPB e sertanejo.

Programa de TV preferido:. “Irmãos à Obra”.

Melhores narradores de Rádio: Osvaldo Pequetito e José Silvério.

Melhores narradores de TV: Luciano do Valle e Galvão Bueno.

Prato preferido: Pão de queijo.

Cantor brasileiro preferido: Milton Nascimento.

Cantora brasileira preferida: Elis Regina.

CAMAR TE

FOOTGOLF Início da temporada 2025.

No dia 09 de fevereiro foi iniciada a temporada 2025 do Footgolf, com a Primeira Etapa da Taça São Paulo, realizada no belíssimo campo do Guarujá Golf Club, na Praia de Pernambuco, Guarujá-SP. O Torneio é válido para o Ranking Brasileiro da FBFG – Federação Brasileira de Footgolf

O Footgolf é basicamente um jogo de golfe onde, no lugar dos tacos e bolinhas, são utilizados os pés e uma bola de futebol tamanho oficial (nº 5). O jogo é praticado em campos de golfe adaptados. As regras são praticamente as mesmas do golfe. É um jogo que pode ser individual, em duplas ou equipes. É um jogo de precisão onde se desafia o próprio campo e se busca superar os parceiros do jogo.

O vencedor é aquele que melhor completa o circuito, 18

buracos do campo, com o menor número de chutes. As regras e dinâmica do jogo permitem que uma extensa faixa de público (gênero e idade) possa praticá-lo, tanto de forma recreativa como competitiva. A prática independe da habilidade com o futebol e muito menos com o golfe. É um esporte para todos, observando o fair-play, a saúde e a segurança dos jogadores. Pode ser uma excelente atividade extracurricular escolar e empresarial para o networking e marketing de relacionamento. O Footgolf promove a socialização, o trabalho em equipe e a prática de exercícios físicos. Hoje já são quatro Copas do Mundo realizadas, sendo que mais de 40 países, em todos os continentes, praticam o Footgolf.

Diretoria FBFG: Alexandre Simões, Leandro Panica, Wagner Bartolotto (presidente) e Robby Moreno.

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Conselho FBFG: Mário Baptista e Robby Moreno.

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Equipe Tigre: Raul Távora, Felipe Menezes, Leandro Panica, Lucas Palko, Ricardo Palko e Bruno Pilon.

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Jogadora Daniela Montero (Equipe Caiçaras).

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Chute inicial na saída do Tee#9: Jogador Júlio Tursi (Equipe Caiçara).

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Grupo de saída com os jogadores Raul Távora, Paulo Cabrera, Carlos Denadai e Fábio Concon.

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Grupo de saída com os jogadores Wagner Bartolotto, Adriano Gati e Edson Garcia.

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Momento da finalização do buraco #8: Jogador Ademar Cândido.

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Momento da premiação categoria Feminino: Daniela Montero, Fernanda Gracia e Michele Pedroso. 1 2 3 5 6 7 8 4

(Fotos de Ingrid Alves).

PRÍN CI PE O menino virou

NEYMAR DA SILVA SANTOS JR.

Quando saiu do Brasil, em 2013, rumo ao Barcelona, Neymar tinha 21 anos de idade e ainda era chamado de Menino Ney.

O apelido carinhoso da torcida santista, homenageando sua precocidade, profissionalizou-se no Santos com apenas 17 anos, mas acabou sendo usado como referência negativa.

O menino era abusado em campo, não respeitava muito a autoridade dos técnicos, ao ser atingido por um adversário, mesmo sem grandes consequências, ele rolava e rolava e rolava no gramado.

Assim, Menino Ney acabou ganhando a conotação de moleque de pouca responsabilidade. Some-se a isso suas constantes aparições com carrões caríssimos, iates, helicópteros e baladas sem fim.

Mas, também, cercado de dúvidas daqueles que se lembram apenas do “Menino Ney”.

Ao voltar ao Brasil, em 2025, aos 33 anos de idade, o Neymar é outro.

Já não é mais o menino e logo alcançou o título Príncipe da Vila, a mesma Vila onde Pelé é Rei inquestionável.

Mesmo assim, a imagem que ficou é muito forte.

Um número, grande, de torcedores torcem o nariz quando se fala em Neymar para a Seleção Brasileira.

A primeira Copa do Mundo em que defendeu o Brasil foi a de 2014, quando ele estava em plena forma e era uma das fortes esperanças para a conquista do título.

Infelizmente, nas quartas de final, uma entrada criminosa de um jogador colombiano o tirou do jogo e da Copa.

Ficou quatro anos no Barcelona, onde formou um trio histórico, o MSN: Messi, Soares e Neymar. Um trio de respeito.

Em 2017, trocou o Barça pelo PSG, onde ficou até 2023. Durante essa época de PSG, Neymar mais aparecia nos noticiários pelos eventos sociais do que por seu desempenho dentro de campo.

Em 2023, cansado dos ares parisienses, trocou o PSG pelo Al-Hilal.

Neste ano, 2025, foi repatriado pelo Santos. Foi recebido com as pompas e circunstância devidas para a ocasião.

Neymar volta para se recuperar totalmente de uma séria contusão que o impediu de defender seu time, o Al-Hilal, desde outubro de 2023.

Na verdade, ele só participou de sete jogos pelo Al-Hilal desde agosto de 2023.

Sofreu várias contusões, a pior delas uma ruptura no ligamento do joelho.

Só voltou ao futebol agora, no Santos.

No dia 23 de fevereiro, jogando contra a Internacional, em Limeira, Neymar marcou o primeiro gol Olímpico de sua carreira.

Um feito espetacular que o levou a ser aplaudido até pela torcida adversária.

Para se ter melhor dimensão sobre o gol Olímpico, basta dizer que Pelé marcou em toda a carreira 1283 gols. Só um deles foi Olímpico.

O futebol precisa de Neymar; a Seleção Brasileira precisa de Neymar; Neymar precisa da Seleção Brasileira, pois a Copa do Mundo de 2026 pode ser sua última chance de conquistar um título mundial.

Neymar e a torcida no dia do gol Olímpico.

esquerda para a direita:

Corinthians Campeão do IV Centenário

O ÚLTIMO CAMPEÃO DOS

CENTENÁRIOS

Um dos títulos mais emblemáticos do Corinthians foi o de 1954, quando se comemorava o IV Centenário da cidade de São Paulo. Título que acabou dando ao Corinthians a condição de Campeão dos Centenários, já que, em 1922, ano do centenário da Independência do Brasil, o Timão também foi campeão.

O Paulistão de 1954, na verdade, foi decidido em 1955, no dia 6 de fevereiro.

O Pacaembu estava lotado. O adversário era o Palmeiras e a rivalidade da época já garantia um bom público.

Some-se a isso o fato de o Corinthians jogar precisando apenas do empate, enquanto o Palmeiras precisava vencer para continuar almejando o título que, nesse caso, só iria ser decidido na próxima e última rodada do Campeonato.

Os cronistas esportivos da época narram que, muitas horas antes do jogo, os torcedores começaram a chegar.

Os dois times começaram o duelo com muito cuidado.

O Timão tinha três pontos a mais que o Palmeiras. Na época, as vitórias recebiam apenas dois pontos.

No caso de empate, a diferença de três pontos seria mantida e o Timão seria campeão, já que restava apenas mais um jogo para encerrar a competição.

Apesar dos cuidados maiores do Palmeiras, o Corinthians abriu o marcador aos 10 minutos do primeiro tempo, com um improvável gol de cabeça de Luizinho que, por ser baixinho, tinha o apelido de Pequeno Polegar.

O Palmeiras só conseguiu empatar aos 7 do segundo tempo, através de Nei.

Da
Gilmar, Rafael, Goiano, Homero, Idário, Alan, Nonô, Roberto Belangero, Simão, Luizinho, Cláudio e Oswaldo Brandão.

Ainda sobrou muito tempo para que qualquer um dos dois times marcasse mais um gol. Porém, o que se viu foram as duas equipes reforçarem seus cuidados.

Mas a equipe comandada por Oswaldo Brandão, que dava os primeiros passos em sua vitoriosa carreira de técnico, houve por bem manter seu sistema defensivo ligadíssimo à espera do apito final do árbitro Esteban Marino que consagrou o Campeão dos Centenários.

O comentarista do jornal o Estado de São Paulo fez as seguintes apreciações a respeito da atuação dos jogadores campeões, na edição de 08 de fevereiro de 1955:

“Os dois quadros jogaram um bom futebol, embora não tivessem chegado a desempenhar-se de modo a entusiasmar os críticos.

Gilmar, o grande goleiro corintiano, esteve impecável. Tem seu posto indiscutivelmente assegurado no selecionado paulista que participará do campeonato brasileiro.

O restante da defesa corintiana procurou suprir suas deficiências técnicas com entusiasmo e disposição.

Homero e Alan formaram uma segura dupla de zagueiros.

Na intermediária, Goiano exerceu mais o papel de terceiro zagueiro do que o de centro- médio. Roberto foi o que mais ajudou o ataque, sem descuidar-se da vigilância adversária.

Idário, o mais fraco, embora nunca tenha comprometido. No ataque, sobressaiu-se Luizinho pelo trabalho perfeito de armar o jogo com muita habilidade e, além disso, marcou o gol do título.

Cláudio, como sempre, um ótimo capitão, sabendo distribuir o jogo para os companheiros. Baltazar pouco fez, muito marcado pela defesa adversária.

Rafael fez um bom primeiro tempo, mas não repetiu a atuação no segundo.

Simão, o menos eficiente do ataque.”

ACONTECEU EM 1954...

DESTAQUES

GILMAR

O goleiro não só foi decisivo na campanha do título de 1954, como foi um dos maiores goleiros corinthianos de todos os tempos. Ele atuou por 398 jogos e defendeu o Corinthians de 1951 a 1961.

LUIZINHO

Luiz Tochillo tinha apenas 1,64 metro de altura e ganhou o apelido de Pequeno Polegar. Era driblador e ousado. Diz a lenda que certa vez, aproveitando-se de sua altura, passou entre as pernas de seu marcador. Mas, não há imagem que comprove isso. Vestiu a camisa corinthiana por 608 vezes.

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CORINTHIANS PALMEIRAS

Data: 06 de fevereiro de 1955.

Local: Pacaembu.

Árbitro: Esteban Marino (Uruguai).

Público: não disponível.

Renda: Cr$ 1.233.055,00

Corinthians: Gilmar; Homero e Alan; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Rafael e Simão.

Técnico: Oswaldo Brandão.

Palmeiras: Laércio; Manoelito e Cação; Nilio, Waldemar Fiúme e Dema; Liminha, Humberto, Nei, Jair Rosa Pinto e Rodrigues.

Técnico: Aymoré Moreira.

Gols: Luizinho 10 do 1º; Nei 7 do 2º.

O Brasil é presidido por Getúlio Vargas até 24 de agosto, quando se suicida. O vice Café Filho assume interinamente e fica até 08/11/1955 • A população brasileira é de 58,43 milhões de habitantes • A cidade de São Paulo comemora o seu IV Centenário • Inaugurados, em São Paulo, o Parque do Ibirapuera e a Catedral da Sé • Realizada a V Copa do Mundo, na Suíça, e a Alemanha é campeã • O rock balança o mundo e Elvis Presley conquista o planeta • Martha Rocha é eleita Miss Brasil • Nascem: Chitãozinho, João do Pulo, John Travolta, Regina Casé e Dr. Sócrates • Morrem: Oswald de Andrade e Roquette Pinto.

Em pé: Eurico, Leão, Dudu, Luís Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca. Agachados: Edu, Leivinha, César, Ademir da Guia e Nei.

PALMEIRAS

BICAMPEÃO BRASILEIRO

Em 1971, aconteceu o primeiro Campeonato Brasileiro, com a participação de 20 times, e o Atlético Mineiro foi o campeão.

Em 1972, ocorreu o segundo Brasileirão e o número de times aumentou: foram 26 e o campeão foi o Palmeiras.

Para 1973, nada menos que 40 times entraram na disputa, com um regulamento bem confuso. Era a época do milagre econômico brasileiro. Vivíamos sob a ditadura militar e todos os estados queriam colocar seu representante na competição.

Depois de 39 jogos, o Palmeiras chegou à final contra o São Paulo, no dia 20 de fevereiro de 1974, no Morumbi. Por ter feito melhor campanha, o Verdão precisava apenas do empate: e conseguiu.

O técnico José Poy, do Tricolor, escalou Chicão para colar em Ademir da Guia. Está certo que Ademir era a grande estrela. Porém, havia também Dudu, que foi o grande nome daquele jogo

que terminou sem gols e, portanto, com mais um título para o Palmeiras: o Bicampeonato Brasileiro!

A Academia era a mesma de 1972. Ou quase. O ataque tinha duas novidades: Ronaldo na ponta-direita e o argentino Madurga, que se revezava com César no comando do ataque.

O mineiro Ronaldo foi revelado pelo Atlético, atuava pela ponta direita, mas, na verdade, era um meia que ajudava na armação. Chegou ao Palmeiras em 1972 e ficou até 1975, totalizando 183 jogos e 30 gols.

O argentino Madurga era, originariamente, meia, mas também jogava como centroavante, substituindo César quando esse não podia jogar. Chegou ao clube em 1972 e ficou até o ano seguinte. Foram 62 jogos e 11 gols.

Eis os clubes que participaram desse enorme Brasileirão de 1973: América-MG, América-RN, América-RJ, AtléticoMG, Atlético-PR, Bahia-BA, Botafogo-RJ, Ceará-CE, CeubDF, Comercial-MS, Corinthians-SP, Coritiba-PR, CRB-AL, Cruzeiro-MG, Desportiva-ES, Figueirense-SC, Flamengo-RJ, Fluminense-RJ, Fortaleza-CE, Goiás-GO, Grêmio-RS, GuaraniSP, Internacional-RS, Moto Clube-MA, Nacional-AM, NáuticoPE, Olaria-RJ, Palmeiras-SP, Paysandu-PA, Portuguesa de Desportos-SP, Remo-PA, Rio Negro-AM, Santa Cruz-PE, Santos-SP, São Paulo-SP, Sergipe-SE, Sport-PE, Tiradentes-PI, Vasco da Gama-RJ e Vitória-BA.

Foram tantos jogos, que o Campeonato, que começou no dia 25 de agosto, só terminou no dia 20 de fevereiro do ano seguinte. O Palmeiras disputou 40 jogos, com 25 Vitórias, 12 Empates e 3 Derrotas. Marcou 52 gols e sofreu 13.

O artilheiro do Palmeiras neste Brasileirão foi Leivinha, com 20 gols, um a menos que o artilheiro do Campeonato que foi Ramón, do Santa Cruz.

Leivinha foi um dos jogadores mais completos que passaram pelo Palmeiras. Nasceu em Novo Horizonte-SP, em 11 de setembro de 1949. Começou a jogar nos infantis do Clube Atlético Linense. Em 1966, foi para a Portuguesa e, em 1971, transferiu-se para o Verdão. Caiu como uma luva naquele time que marcou época e viria se tornar a segunda Academia. Em 1975, foi para o Atlético de Madrid, junto com Luís Pereira. Pelo Palmeiras, disputou 267 jogos e marcou 108 gols.

Leivinha, o artilheiro do Palmeiras na competição.

Data: 20 de fevereiro de 1974 .

Local: Morumbi.

Árbitro: Arnaldo Cezar Coelho.

Público: 76.549.

Renda: Cr$ 997.860,00.

Palmeiras: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo, Leivinha, César e Nei.

Técnico: Oswaldo Brandão.

São Paulo: Waldir Peres; Forlan (Nelsinho), Paranhos, Arlindo e Gilberto; Chicão, Zé Carlos (Ratinho) e Pedro

Rocha; Terto, Mirandinha e Piau.

Técnico: José Poy.

ACONTECEU EM 1973...

O Brasil está sob regime militar e é presidido pelo general Emílio Garrastazu Médici, que assumiu em 30/10/1969 • A população brasileira é de 100,24 milhões de habitantes • Éder Jofre conquista o título mundial dos penas • O filme “O Poderoso Chefão” ganha o Oscar • Estreia da primeira novela em cores da TV brasileira: “O Bem-Amado”, de Dias Gomes • Presidente Richard Nixon formaliza o cessar-fogo na Guerra do Vietnã • TV Globo lança o programa “Fantástico” • Nascem as apresentadoras Adriane Galisteu, Angélica e Eliana, e o apresentador Rodrigo Faro • Morrem: Agostinho dos Santos, Pablo Neruda, Pablo Picasso, Piolim e Pixinguinha.

EMOÇÃO ATÉ O FIM SÃO PAULO CAMPEÃO BRASILEIRO

O Campeonato Brasileiro de 1986 foi um dos mais desorganizados dessa história que começou em 1971. A desorganização, os regulamentos confusos, ações na justiça perduraram até 2003 com a adoção dos Pontos Corridos. Mas, o São Paulo, que não tinha nada com isso, tratou de mostrar o seu futebol.

Nas três primeiras rodadas, foi dirigido por José Carlos Serrão. A partir da quarta rodada até o final, foi dirigido por José Macia, o Pepe de tantas glórias.

A CBF resolveu unir as Séries A e B numa mesma competição. Assim, o Brasileirão partiu com 80 clubes, 40 de cada série.

A competição começou no dia 30 de agosto de 1986 e terminou em 25 de fevereiro de 1987.

Após idas e vindas, classificações, recursos na Justiça, inclusive a Comum, sobraram São Paulo e Guarani para a decisão do título.

O primeiro jogo foi disputado no Morumbi, no dia 22 de fevereiro de 1987, já que o Guarani tinha melhor campanha.

Romualdo Arppi Filho apitou o jogo, que teve torcida de 81.060 pagantes numa tarde de domingo.

Aos 15 minutos do segundo tempo, o goleador Evair colocou o Guarani na frente: 1 a 0.

Três minutos depois, outro artilheiro, o Careca, marcou para o São Paulo: 1 a 1.

Assim terminou o primeiro jogo.

Três dias depois, na quarta-feira, 25 de fevereiro, os dois se encontram novamente para decidir o título.

O Brinco de Ouro da Princesa, estádio do Guarani, recebeu 37.370 torcedores e o juiz foi José de Assis Aragão.

Eis os gols no tempo normal de jogo: Nelsinho marcou contra aos 2 minutos de jogo, colocando o Guarani na frente.

Aos 9 minutos, foi a vez de Bernardo marcar e empatar o jogo, 1 a 1, resultado final dos primeiros 90 minutos.

Na prorrogação, Pita colocou o Tricolor à frente, aos 26 minutos: 2 a 1.

Em pé: Fonseca, Gilmar, Wagner Basílio, Darío Pereyra e Bernardo. Agachados: Müller, Silas, Careca, Pita e Sídney.

Seis minutos depois, Boiadeiro empatava o jogo: 2 a 2.

As emoções continuavam fortes.

João Paulo colocou o Guarani na frente: 3 a 2.

Nos últimos minutos de jogo, Careca empatou: 3 a 3.

A decisão foi para os pênaltis.

Boiadeiro, pelo Guarani, e Careca, pelo São Paulo, perderam suas cobranças. Tosin, Guarani, e Darío Pereyra, São Paulo, marcaram: 1 a 1.

João Paulo perdeu e Fonseca marcou: 2 a 1 Tricolor.

Valdir Carioca marcou e Rômulo também: 3 a 2 para o São Paulo.

Nas cobranças finais, Evair empatou, 3 a 3.

Mas, o zagueiro Wágner Basílio, do São Paulo, não perdeu, marcando o gol do título: 4 a 3 nos pênaltis.

Assim, o São Paulo levou o caneco daquele ano tão confuso do Brasileirão.

ACONTECEU EM 1986...

Pepe foi o comandante do Tricolor na vitoriosa campanha de 1986. Ele havia assumido o time na quarta rodada do campeonato (nas três primeiras partidas, o treinador foi José Carlos Serrão). No primeiro jogo à frente do elenco, uma goleada por 4 a 0 sobre o Ceará, no Morumbi. Da estreia em diante, manteve o São Paulo invicto por treze jogos. Ao fim do Campeonato, ostentou um cartel de 16 vitórias, 11 empates e apenas quatro derrotas.

3 3

SÃO PAULO GUARANI

Data: 25 de fevereiro de 1986.

Local: Brinco de Ouro (Campinas).

Árbitro: José de Assis Aragão.

Público: 37.370.

Renda: Cz$ 4.222.000,00.

São Paulo: Gilmar; Fonseca, Wágner Basílio, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Müller, Careca e Sidnei (Rômulo).

Técnico: Pepe.

Guarani: Sérgio Neri. Marco Antônio, Waldir Carioca, Ricardo e Zé Mário; Tite (Vagner), Tosin e Marco Antônio Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo.

Técnico: Carlos Gainete.

Gols: Nelsinho (contra) 2 e Bernardo 9 do 1º.

Prorrogação: Pita 1 e Marco Antônio Boiadeiro 7 do 1º; João Paulo 2 e Careca 14 do 2º.

Pênaltis: São Paulo, 4 a 3.

O Brasil é presidido por José Sarney, que assumiu em 15 de março de 1985 • A população brasileira é de 134,65 milhões de habitantes • O ministro da Fazenda, Dílson Funaro, lança o Plano Cruzado, congelando preços e salários por um ano e cortando três zeros do cruzeiro • Acontece a XIII Copa do Mundo, no México, e a Argentina é campeã • “Xou da Xuxa” estreia na TV Globo • Em 15 de novembro, voltam a ser realizadas eleições diretas para governadores, senadores e deputados estaduais e federais • Nasce a jogadora Marta • Morrem: Flávio Cavalcanti, Lilian Lemmertz, Nelson Cavaquinho, Ronnie Cord, Sadi Cabral e Simone de Beauvoir.

Pita comemora o gol da virada Tricolor.
Careca erguendo a taça de campeão de 1986.

ANTÔNIO LIMA DOS SANTOS

*18-01-1942 + 03-02-2025

Adeus ao Curinga da Vila

Frase sobre Lima que era recorrente na Vila Belmiro: “Aqui no Santos, ele só não jogou de goleiro”. Um certo exagero, é claro, mas com fundo de verdade.

Originariamente, Lima era lateral-direito. Mas atuou nas quatro posições da zaga santista. Foi também médio volante, armador e atacante. Lima nasceu na cidade de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais.

Com a morte do pai, quando Lima era ainda um garotinho, sua mãe se mudou para São Paulo.

Sua carreira começou nos juvenis dos times de várzea de São Paulo.

Numa dessas equipes, ele foi observado por Osvaldinho, ex-jogador do Palmeiras, que o encaminhou às divisões amadoras do Juventus. O primeiro contrato profissional com o Moleque Travesso foi assinado quando ele tinha 16 anos. O técnico da equipe grená, José Carlos Bauer, o “Monstro do Maracanã” (apelidado dado à sua magnífica atuação na Copa de 1950), percebeu a qualidade do jovem lateral do time de aspirantes e o promoveu para a equipe principal. Foi defendendo o Juventus que o Curinga da Vila, Lima, viu Pelé marcar o gol que ele elegeu como o mais bonito de sua carreira, no dia 2 de agosto de 1959. Com a camisa 10 do Santos, o Rei chapelou três adversários e marcou um golaço.

Naquela partida, Lima jogou no meio de campo, mas costumava jogar na lateral direita, e foi para essa posição que o técnico Lula o indicou para

o Santos, em 1961. Como meio-campista, o ídolo santista foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966.

Foram 692 jogos pelo Santos, marcou 63 gols, sendo o 4º jogador do Alvinegro que mais vezes vestiu a camisa do time de Vila Belmiro, ficando atrás apenas de Pelé, Zito e Pepe. Com a camisa da Seleção Brasileira disputou 18 partidas e marcou seis gols.

Depois do Santos, Lima defendeu o Jalisco Gadalajara, do México, entre 1971 e 1974. Após isso, ele ainda atuou pelo Fluminense e pelo Tampa Bay Rowdies, dos Estados Unidos.

Aposentou-se pela Portuguesa Santista, em 1979, mas continuou colaborando com o Santos, principalmente na área de marketing.

O eterno Curinga da Vila morreu aos 83 anos de idade.

Liima e o Rei Pelé

CRISTIANO RONALDO

Nome:

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro Nascimento:

05-02-1985, Funchal, Ilha da Madeira, Portugal

Primeiro Clube Profissional:

Sporting, 2001 a 2003

Sporting CP: Supertaça Cândido de Oliveira: 2002.

Títulos mais importantes na carreira:

ANOS

Manchester United: Copa da Inglaterra: 2003–04; Copa da Liga Inglesa: 2005–06 e 2008–09; Premier League: 2006–07, 2007–08 e 2008–09; Supercopa da Inglaterra: 2007; Liga dos Campeões da UEFA: 2007–08; Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2008.

Real Madrid: Copa do Rei: 2010–11 e 2013–14; La Liga: 2011–12 e 2016–17; Supercopa da Espanha: 2012 e 2017; Liga dos Campeões da UEFA: 2013–14, 2015–16, 2016–17 e 2017–18; Supercopa da UEFA: 2014 e 2017; Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2014, 2016 e 2017.

Juventus: Supercopa da Itália: 2018 e 2020; Serie A: 2018–19 e 2019–20; Copa da Itália: 2020–21.

Al-Nassr: Copa dos Campeões Árabes: 2023.

Seleção Portuguesa: Eurocopa: 2016; Liga das Nações da UEFA: 2018–19.

Clube atual: Al-Nassr, Arábia Saudita (desde 2023)

Cristiano Ronaldo baseia sua vida em três pilares: a Família, o Futebol e os Carros pelos quais tem a paixão de colecionador.

É também colecionador de títulos, como se vê ao lado, e já conquistou o título de Melhor do Mundo, da Fifa, por cinco vezes.

Também é um dos maiores goleadores da história do futebol mundial com 874 gols até o dia 05-02-24, seu aniversário.

Considerado por toda a imprensa como um atleta perfeito: não bebe, não fuma e é avesso às baladas tão comuns em jogadores famosos.

Certa vez, perguntaram-lhe por que não tinha tatuagens como tantos outros jogadores. Sua resposta: “Eu respeito o meu corpo como respeito um templo”.

Cristiano Ronaldo completa, neste ano, 40 anos.

BIBLI TECA

O jornalista, escritor e dramaturgo

Marcelo Rubens Paiva escreveu o livro “Ainda Estou Aqui” em 2015.

Quase dez anos depois, o livro, que foi transformado em filme, alcançou um sucesso inimaginável em se tratando de filme brasileiro.

Pela primeira vez em nossa história cinematográfica, um filme recebeu três indicações para o Oscar 2025: Melhor Filme, Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Diretor (Walter Salles).

Marcelo Rubens Paiva tem hoje 65 anos de idade.

Seu primeiro sucesso literário foi “Feliz

Ano Velho”, escrito em 1982, e que narra o acidente que sofreu, em 1976, portanto com 20 anos, e que o tornou tetraplégico.

O acidente aconteceu quando saltou de

uma pedra em um lago raso, num açude à beira da Rodovia dos Bandeirantes, em Campinas.

Marcelo fraturou uma vértebra, a quinta cervical do pescoço, ao bater com a cabeça no fundo do lago que era raso e ele não sabia.

Depois de um tratamento longo e dolorido, ele recuperou parte dos movimentos do braço.

No livro, ele conta a história do desaparecimento de seu pai, o exdeputado Rubens Paiva, cassado pelos militares do golpe de 1964.

O Exército o buscou em casa para prestar depoimento, sobre o quê jamais se soube.

Assim como nunca se soube do paradeiro do corpo do ex-deputado.

FICHA TÉCNICA

Título: Ainda Estou Aqui

Ano: 2003

Autor: Marcelo Rubens Paiva

296 páginas - Editora Alfaguara

Preço sugerido: R$ 58,30

Ainda Estou Aqui, o livro.

Isso aconteceu em 1971.

Sua mãe, Eunice, passa a lutar para descobrir o que aconteceu com o marido. Formada em Direito, passa a defender os direitos dos menos favorecidos e também dos indígenas.

Na época do desaparecimento do pai, Marcelo, que é paulista de nascimento, morava, com toda a família, no Rio de Janeiro. Para facilitar o sustento da família, Eunice pega os filhos e volta para São Paulo.

Somente muitos anos depois, ela, já sofrendo com o Alzheimer, recebe a Certidão de Óbito de seu marido.

Livro e filme são obrigatórios para quem quer conhecer melhor esse período turbulento que sacudiu o nosso País, de 1964 a 1985.

Marcelo Rubens Paiva: o autor.

CADÊ V CÊ ?

Mais um talento desprezado pela TV

AILTON FERNANDES

O gaúcho Roberto Thomé está no jornalismo de televisão há quase 50 anos. Construiu uma carreira sólida com cobertura de Copas do Mundo, jogos olímpicos e transmissões de futebol ao vivo pelos principais estádios do País. Fez centenas de reportagens e apresentou programas esportivos ao vivo. No entanto, toda esta experiência não é levada em conta pelos principais diretores das emissoras de televisão na hora de montar novas equipes.

Aposentado, sem espaço na grande mídia, mudou-se para a pequena São Francisco do Sul, em Santa Catarina. No ano passado, fez – por home office - comentários de jogos do Campeonato Paranaense e no programa do amigo Luiz Andreoli na RTN TV (Canal 17,1). A emissora foi vendida e saiu do ar.

Em 1984, Roberto Thomé estava na RBS, afiliada da Rede Globo, quando recebeu um convite do chefe de reportagem, José Maria de Aquino, para ser repórter da emissora em São Paulo. Permaneceu na emissora por 18 anos e cobriu as Copas do México (1986), da Itália (1990) e da França (1998).

O destaque obtido na Globo o transformou em um dos repórteres esportivos mais conhecidos do País. No início de 2002. foi para a TV Record. Lá, em 2012, no final da transmissão da decisão do futebol dos Jogos Olímpicos de Londres (México 2x0 Brasil), deu uma notícia exclusiva: a queda do técnico Mano Menezes do comando da Seleção Brasileira e a chegada de Luiz Felipe Scolari. Thomé permaneceu durante 21 anos no jornalismo da TV Record.

O repórter Roberto Thomé não é exceção. Tino Marcos, Ivan Moré, Luiz Ceará e Luiz Andreoli, entre outros, também estão fora do mercado. Com as grandes reportagens colocadas para escanteio, resta aos torcedores acompanharem aqueles debates chatos e longos que estão no ar apenas para cobrir buracos da programação.

Quando o Corinthians foi campeão do IV Centenário de São Paulo, quem era seu técnico?

a b c d

Qual foi o primeiro clube profissional de Cristiano Ronaldo?

Quem foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1986, vencido pelo São Paulo, com 25 gols? 1 5 9 2 6 10 11 3 7 4 8

Quantas vezes Neymar foi o artilheiro do Campeonato Paulista?

Sylvio Pirillo Rato

Oswaldo Brandão

Jim Lopes

Quando o Palmeiras foi Campeão Brasileiro de 1973, quem era seu técnico?

Dudu

Oswaldo Brandão

c d d Cilinho

Mário Travaglini

Rubens Minelli

Quando o São Paulo foi Campeão Brasileiro de 1986, quem era seu técnico?

Carlos Alberto Silva

Mário Travaglini

Pepe

Quando Neymar venceu seu primeiro Cmpeonato Paulista, em 2010, quem era o técnico do Santos?

Quem foi o artilheiro do Campeonato Paulista de 1954, o do IV Centenário de São Paulo, com 36 gols?

Tozzi, Palmeiras

Quem foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1973, vencido pelo Palmeiras, com 21 gols?

Quantas vezes Neymar foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro?

Contra quem Neymar estreou no time profissional do Santos, em 2009?

Linha Carnival

Toda produzida em madeira cumaru, assinada pelo designer Pepe Lima

Pode ficar também na área externa.

Pepe Lima é formado pelo Centro Universitário Belas Artes, em São Paulo, e atua no setor moveleiro há 15 anos.

Especializou-se no Politecnico di Milano, em Milão, onde trabalhou com o Studio Incontri.

Há três anos voltou para o Brasil.

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