a revista que está com a bola toda ENTREVISTA COM ALEX MÜLLER
1902: O PRIMEIRO JOGO DO CAMPEONATO PAULISTA
1980: PELé, ATLETA DO SéCULO
1959: JULINHO BOTELHO, VAIADO E APLAUDIDO
RIAL
Foi assim, como criança, que ambos começaram a sonhar com o futebol.
A menina, Day Natale, era uma criança elétrica, 220 volts.
Queria ser jogadora de futebol, queria ser ginasta, queria ser a Dayane dos Santos.
Começou a acompanhar jogos de futebol no Pacaembu, apaixonou-se pelo esporte e pelo Corinthians.
Aos 13 anos decidiu que seria jornalista e esse sonho se realizou.
Com cinco anos de profissão, ainda não completados, Day Natale é quase uma veterana pela quantidade de veículos pelos quais passou e pelos mais diversos cargos e funções.
Ela é a nossa entrevistada do mês.
O menino, Alex Müller, garante que nasceu gostando de futebol.
Claro, primeiro sonhou em ser jogador de futebol.
Na sequência, o sonho se virou para árbitro de futebol.
Até que um dia se encontrou com o saudoso repórter Eli Coimbra, no velho Parque Antártica, e se atreveu a falar com ele:
- Quando eu crescer, quero trabalhar com você.
Simpático como sempre, Eli Coimbra incentivou o garoto.
- Vai sim. Vai à luta!
ÍNDICE ÍNDICE
Sonhos realizados.
Conversa de poucos segundos que ficou gravada na memória do grande profissional de hoje.
Foi à luta, como lhe ensinou Eli Coimbra.
Também passou por diversos veículos e pelas mais variadas funções, e hoje é apresentador de programa esportivo da Rádio 9 de Julho e também participa do Mesa Redonda da TV Gazeta, tradicionalíssimo programa da nossa televisão, e do programa Gazeta Esportiva.
Você ainda verá nas páginas caprichadas desta Bem Bolada, o primeiro campeonato de futebol devidamente organizado, o Paulista de 1902.
Saberá também que um dia o ponta-direita Julinho, revelado pelo Juventus, foi tremendamente vaiado no Maracanã lotado. Só que os mesmos que vaiaram, passaram a aplaudi-lo freneticamente.
Saiba o porquê.
Como não poderia deixar de ser, o intrigante Quiz não pode faltar.
E a BB tem muitas outras atrações, que eu e o Silvio Natacci preparamos para você.
Leia e divirta-se.
4 04 - Entrevista exclusiva com Alex Müller
12 - Entrevista exclusiva com Day Natale 16 - Camarote
18 - 1902: Primeiro Jogo do Campeonato Paulista
20 - 1959: Julinho Botelho, Vaiado e Aplaudido
22 - Nílton Santos, 100 anos
24 - 1980: Pelé, O Atleta do Século
26 - 1940: Autódromo Interlagos, 85 anos
28 - Biblioteca
29 - Quiz
12 20 26
Mário Marinho
Ele já fez de tudo: produção, reportagens, narração... Mas o que ele gosta mesmo é de apresentar e debater!
ALEX
MÜLLER
Como começou sua vitoriosa carreira no futebol?
Desde que eu nasci. Todos em casa gostavam de futebol: meu pai, meu avô, meu tio, meu primo... Todos palmeirenses... E quando eu era criança, o que eu mais gostava de ganhar de presente eram coisas relacionadas a futebol. Até o bolo de aniversário era como se fosse um campo de futebol.
Como você iniciou sua carreira?
Desde adolescente eu imaginei estudar e trabalhar em algo ligado ao esporte. Toda criança tem o sonho primeiro de ser jogador de futebol. Quando você vê que não tem talento para isso, você vai mudando. Então, pensei em ser árbitro de futebol. Muitas vezes, quando criança, eu saía de casa não para jogar, mas para apitar o jogo. Eu sempre gostei de apitar jogo. Aí, chegou o momento da
escolha. Um dia, eu fui assistir a um jogo no Jardim Supenso do Palmeiras e me encontrei com o saudoso repórter Eli Coimbra. E eu brinquei com ele: “Quando eu crescer, eu quero trabalhar com você”. E ele respondeu: “Vem sim, vai à luta!”. Conversa rápida, de 30 segundos, que para ele não significou nada, mas que me marcou muito, tanto é que conto até hoje. Essa passagem me acendeu aquela chama. Não deu para ser jogador, não deu para ser árbitro, mas dá para ser jornalista esportivo. Então, decidi fazer jornalismo. Entrei na FIAM em 1994. Em 1996, estava no terceiro ano, e consegui entrar na Rádio Trianon, que na época tinha toda a equipe originária da Rádio Jovem Pan: Fernando Vieira de Mello, Antônio Del Fiol e outros grandes jornalistas. No próximo ano, portanto, faço 30 anos de carreira. Lá, na época, trabalhei com Orlando Duarte, Cláudio Zaidan, Márcio Bernardes... Uma equipe fantástica. Fiquei um ano lá.
Faça uma sinopse de sua carreira.
No final de 1996 e início de 97, a Trianon passou por uma crise financeira muito séria, não sei se foi por causa de um atrito com o João Carlos Di Genio, que era sócio. Tiveram que cortar ¾ dos funcionários. O Orlando Duarte e o Cláudio Zaidan também trabalhavam na época na Rádio Bandeirantes. E eles pediram para o Sérgio Cunha, diretor de lá, fazer um teste comigo. Mas o Cristiano Blota, neto do Blota Jr., também estava fazendo teste lá. Então, em tese, nós dois estávamos concorrendo por uma vaga se essa vaga existisse. Resumo da história: o Sérgio Cunha fez um tremendo suspense, mas acabou contratando os dois! Comecei como auxiliar de produção. E as coisas foram acontecendo. Foi lá que eu tive a melhor passagem da minha carreira como repórter. Lá eu fiz tudo o que um repórter esportivo sonha fazer. Todas as competições, todos os jogos... Lá eu fiquei
de 1997 a 2005. Foi quando a Rádio Record tentou entrar forte no mercado e tirou vários profissionais de diversas emissoras. Foram para lá o Paulo Roberto Martins (como chefe), Dirceu Maravilha, Fábio Sormani, Odinei Ribeiro, Juarez Soares, Gustavo Villani... E eu fui junto. E cobri a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, lá na Record, como repórter. Entre 2004 e 2008, eu trabalhei concomitantemente, como comentarista, na RedeTV!, junto com o Roberto Avallone. Em 2007, por por problemas internos da Record, eu voltei para a Bandeirantes. Fiquei lá mais oito anos. Nesse período fiz de tudo lá: repórter, comentarista, apresentador, narrador... Em 2016, fui para o Esporte Interativo, que depois virou TNT. Primeiro ano no Rio, depois em São Paulo. Saí em 2019. Fui para a Rádio 9 de Julho, onde estou até hoje. Em meados do ano passado, a Michelle Giannella e o Osmar Garraffa me convidaram para integrar o quadro de jornalistas da TV Gazeta e estou lá até hoje também.
Como você vê a imprensa esportiva hoje?
Mudou demais. Não por culpa de quem hoje está na imprensa, porque eles não conheceram a outra realidade. A diferença de 15 anos para cá é enorme. Nós não vemos mais tanta apuração de notícias, de informações, de pesquisas, porque a geração atual não pode ter acesso. Os jovens não podem mais cobrir treinos, falar com os jogadores etc. Além do que a mídia digital também mudou muita coisa. Hoje qualquer um pode ter um podcast. Enfim, perdemos qualidade. Embora tenhamos jovens com muita qualidade, como aqueles que trabalham na Gazeta. A Gazeta tem uma ótima equipe de esportes e a mais tradicional mesa redonda.
Falando de Seleção... O que você acha do novo presidente da CBF?
Se ele passar na minha frente, eu o cumprimento por educação, porque não o conheço. Não sei quem é. Todos os que ocuparam o cargo ultimamente tiveram problemas. O anterior, o Ednaldo, eu não o conhecia, e esse de agora também não. O que eu posso fazer? É torcer para dar certo. Que seja uma grata surpresa. A eleição dele não
tem lógica. Só posso torcer para dar certo. Que ele se cerque de pessoas competentes.
E do novo técnico, Carlo Ancelotti, o que você acha?
Eu não vejo problema algum. Criou-se um tabu, há muitos anos, que não poderíamos ter um técnico estrangeiro para dirigir a Seleção. O técnico tem que ser competente, não importa onde ele nasceu. O Ancelotti, pela experiência e pelas conquistas dele, é um técnico competente. Ele conhece o futebol e os jogadores brasileiros.
Você ainda tem esperança no Neymar?
Quando criança, já torcia pelo seu Palmeiras.
Pouca. Se eu dissesse que não tenho nenhuma, estaria mentindo. Ele não se ajuda também com relação à imagem dele. A minha pequena esperança é que o Ancelotti acredite nele e que, na época da Copa, ele esteja bem fisicamente. Até porque, estando bem fisicamente, ele, com uma perna só, é melhor do que qualquer outro jogador brasileiro.
Você não acha que o nível dos nossos técnicos também caiu?
Caiu. Eles sabem disso. Tanto é que há muitos técnicos brasileiros estudando na Europa.
Eles perceberam a quantidade de técnicos estrangeiros que há no Brasileirão.
O Brasil tem chance para a Copa de 2026?
Tem. Não sei se eu sou um pouco ingênuo... Acredito que uma grande camisa sempre tem que ser respeitada numa competição. Passando para a fase de mata-mata, a camisa muitas vezes pesa. A gente tem que acreditar nisso.
Quais os comentaristas esportivos, de todas as épocas, que você aprecia?
Cláudio Zaidan, Dalmo Pessoa, Flávio Prado, Roberto Monteiro, Fábio Sormani, Mauro Beting e muitos outros.
E com relação à narração feminina, o que você acha?
Se um dia aparecer uma narradora que tente não imitar os homens, talvez me agrade. Não sei se é consciente ou inconscientemente, a sensação que eu tenho é que elas buscam uma tonalidade, um estilo para manter o jeito masculino de narrar. Não estou entrando no campo da sexualidade, de machismo, feminismo... Estou falando do que entra no meu ouvido. Eu ainda não consegui me acostumar. As mulheres podem fazer tudo, mas precisam encontrar o estilo delas.
Quanto ao Brasileirão, você gosta dos “pontos corridos”?
Eu gosto. Para quem gosta de mata-mata, já existe a Copa do Brasil, a Libertadores, a Sul-Americana. Porém, o nível do nosso futebol está tão baixo, que às vezes contribui para tornar o campeonato chato. Os times não entram em campo com aquela mentalidade de dar espetáculo. Por isso, um empresário que mora em Campinas me procurou para mostrar uma fórmula de pontos corridos que ele criou para tornar o campeonato mais emocionante. Eu me apaixonei por essa fórmula. Ele patenteou essa ideia. Chama-se Campeonato 6.0. Seriam 380 jogos mata-mata dentro dos
pontos corridos. Como assim? Você pega o primeiro turno Um time ganha de 1 a 0, em casa, e conquista 3 pontos. No segundo turno, se o time da casa ganhar de 2 a 0, ele não vai ganhar 3 pontos: ele vai ganhar 6 pontos. Ele vai ganhar os 3 pontos normais e vai tirar os 3 pontos que o adversário tinha conquistado em casa, Se houver um empate de resultados, vai para os pênaltis. Quem ganhar, conquista os 6 pontos. Assim, o segundo turno seria uma loucura de emoção e de audiência. É claro que é uma ideia para ser testada em campeonatos menos importantes para depois ser levada aos campeonatos principais.
E os Campeonatos Estaduais, devem ser mantidos?
Devem. Se tirarmos os regionais, nós vamos matar um monte de coisas. Nós temos que preservar os times do interior, que são um celeiro de craques. Talvez, é claro, adequá-los ao nosso calendário atual.
O que você acha do VAR no nosso futebol?
Eu gosto do VAR. Já que a tecnologia avançou para tantas coisas, que ela possa contribuir para o futebol. Porém, acho que está faltando um equilíbrio para o uso correto do VAR. Acho que ele está muito intervencionista. Acho que ele deve ser usado apenas para lances claríssimos e, não, interpretativos. O árbitro está usando o VAR como “muleta”. Ele apita já sabendo que o VAR vai apitar para ele. Agora, inclusive, o VAR nem precisa parar o jogo. Se o árbitro quiser, ele para a partida e vai lá ver o lance. Estão fazendo um video game do futebol. Mas, sou a favor do uso do VAR racionalmente.
Quais foram os seus jogos marcantes?
Foram muitos jogos marcantes. Posso citar Palmeiras e Flamengo pela Copa do Brasil, no Palestra Itália, em 1999: o Palmeiras virou com 2 gols do Euller no final; o título da Libertadores de 1999, eu estava trabalhando inclusive: acabado o jogo, eu arranquei um tufo da grama e guardo até hoje de
recordação. E um momento marcante também da minha carreira foi quando o Vanderlei Cordeiro de Lima cruzou a linha de chegada, nas Olimpíadas de Atenas, em 2004: ele estava liderando a prova, mas um padre irlandês o empurrou e ele acabou chegando em terceiro lugar. A primeira vez que ele falou ao Brasil após o término da prova, ao vivo, foi através do microfone da Rádio Bandeirantes e eu era o repórter. Foi um dos grandes momentos da minha vida.
O que você gosta mais de fazer: reportagens, narração, apresentação ou comentários?
Tudo depende de um contexto, de uma realidade. Eu me apaixonei muito por apresentação de programas. Mas eu sempre gostei de participar de programas, de debater, tipo mesa redonda. O que eu faço hoje na Gazeta, por exemplo, é uma coisa que me dá um prazer muito grande. Debater, provocar, tirar sarro...
Quais são seus planos para o futuro?
Primeiro, é cuidar do presente. Temos que
Alex Müller com sua esposa, seus seis filhos, seu genro e um dos seus netinhos.
olhar, primeiro, com muito carinho para o hoje. Eu prefiro viver um dia de cada vez. Tocar a vida e rezar muito.
JOGO RÁPIDO
Seu hobby: Ver jogo e passear com os filhos.
Tipo de música preferido: Amo samba, pagode, sertanejo, óperas, músicas clássicas… Nos últimos tempos, tenho ouvido mais músicas italianas.
Programa de TV preferido: No passado, Programa Silvio Santos, Show do Esporte e a Mesa Redonda da Gazeta, com Roberto Avallone. Atualmente, só vejo jogos.
Melhores narradores de TV: Luciano do Valle, Silvio Luiz e Galvão Bueno.
Melhores narradores de rádio: José Silvério, Osmar Santos, Dirceu Maravilha e Ulisses Costa.
Ela desde criança curte futebol, vai a estádios e joga futebol. Hoje, brilha como repórter da CazéTV.
Como começou seu interesse por futebol?
Começou de criança. Eu fui uma criança esportista. Jogava futebol, lutava capoeira, fazia natação... Não parava quieta. Eu queria ser ginasta, queria ser a Daiane dos Santos... E queria ser jogadora de futebol! Também por influência de minha mãe e de uma tia-avó que eu tinha, que me mostraram o Corinthians, que é o time para o qual eu torço. Desde criança eu ia aos estádios. Ia muito ao Pacaembu. Aí eu fiquei a mais “viciada” da família em futebol... Ia também em jogos de outros clubes.
Como começou sua carreira no jornalismo esportivo?
Aos 13 anos eu decidi que queria ser jornalista. Muito por influência do Globo Esporte, com o Tiago Leifert, do qual gostava muito. A TV me influenciou bastante. No
começo era só uma paixão de criança. Depois, eu fiz a Faculdade Cásper Líbero. Até pela faculdade eu joguei futebol de campo. Eu me formei em 2021. Eu comecei como colaboradora na Rádio Gazeta AM, num programa chamado “No Vestiário”, aos sábados. Fiquei um ano lá.
Faça uma sinopse de sua carreira.
Depois, fiz estágio também no “Torcedores. com”. Daí eu fui para a revista “Minas”, que é um veículo focado em pautas femininas e eu escrevia sobre esportes. Logo após eu fui para o Uol. Lá eu fiz noticiário geral, inclusive esportes. Em seguida, fui para a Globo. Parecia que eu estava na Disney. Foi meu “parque de diversões”. Foi de 2020 a 2022. Em plena pandemia. Lá, eu comecei como produtora para todos os jornais, mas mais para o Globo Esporte e Esporte Espetacular. E, depois, lá eu fui produtora de podcast, editora de TV, escrevia para o
site e fazia matérias da Portuguesa e do São Caetano. Foi um período excelente para eu aprender. Foi uma grande escola. Quando eu saí, fui fazer uns produtos da Conmebol. Depois, fiquei uns quatro meses no SBT e daí fui fazer uns “frilas” na Band. Daí, recebi uma proposta do Canal Gold. Comecei a fazer reportagem de campo, em 2023. Meu primeiro jogo foi Portuguesa e Água Santa, pelo Paulistão. Em dezembro de 2023 a CazéTV me chamou e estou lá até hoje.
Como você vê a imprensa esportiva hoje?
Eu cresci vendo os jogadores sendo entrevistados, havia cobertura dos treinos... Hoje mudou tudo. A gente depende do que as assessorias passam e outras fontes também. Estamos muito mais engessados. Quando eu comecei já estava assim. E temos também a mídia digital, que abriu novas frentes, em prejuízo, infelizmente, da mídia impressa.
Falando de Seleção... O que você
achou do novo presidente da CBF?
A CBF é uma bagunça, infelizmente. Calendário maluco, a arbitragem mal conduzida, administração falha no futebol como um todo... A Seleção não ganha uma Copa desde 2002, o futebol feminino sem apoio... Essa briga política reflete em tudo. Não conheço o novo presidente, mas desejo que ele faça um excelente mandato.
E do novo técnico, Carlo Ancelotti?
Fiquei feliz com a escolha. O Ancelloti impõe respeito. Ele tem muitas conquistas, muita experiência. Tudo isso é bom para a Seleção neste momento.
Você ainda tem esperança no Neymar?
O Neymar é um excelente jogador. Quando ele pega na bola, ele é diferenciado mesmo. Seria bom ter o Neymar porque a Copa é uma competição com período curto. Seria
bom tê-lo no grupo. Só que ele precisa estar preparado, em condições de jogar. Ele vem de muitas contusões. O extracampo dele também é muito complicado. Se ele estiver em boa fase até lá, eu convocaria.
O Brasil tem chance para a Copa de 2026?
Brasil é Brasil. Não consigo ver o Brasil eliminado na fase de grupos, por exemplo. Mesmo com toda a má fase dos últimos tempos, eu não deixo de acreditar no Brasil. Tem chances, sim. E que o Ancelotti consiga tirar o que esses jogadores têm de melhor. Esses jogadores jogam muito bem em seus times, mas quando chegam para atuar na Seleção eles não rendem.
Qual seu jogo mais marcante?
Meu primeiro jogo como profissional foi muito marcante: Portuguesa e Água Santa. Essa última final do Paulistão, Corinthians e Palmeiras, eu estando trabalhando e vendo
meu time campeão depois de seis anos, também foi muito marcante. A final do futebol feminino da Olimpíada do ano passado, na França, foi muito marcante, mesmo com o Brasil ficando em segundo lugar. E como torcedora, eu tinha 12 anos, o jogo entre Corinthians e Vasco, pela Libertadores, com o Paulinho fazendo 1 a 0, de cabeça, no final da partida, foi demais!
Quais os comentaristas esportivos que você mais aprecia?
Eu acompanho muitos comentaristas da nova geração. Gosto muito da Belle Suarez, da Rádio Globo do Rio de Janeiro. Ela comenta todos os esportes.. Eu a admiro muito. Gosto também da Ana Thaís, da TV Globo. Ela tem muita personalidade e é uma pioneira.
E com relação à narração feminina, o que você acha?
Acho que demorou, mas chegamos. Está crescendo. Estão recebendo muitas críticas, muitos xingamentos gratuitos, mas estão lutando e vão conquistar cada vez mais o espaço delas.
Quanto ao Brasileirão, você gosta dos “pontos corridos”?
Eu gosto, mas prefiro o mata-mata. Eu adoro, por exemplo, a Copa do Brasil.
E os Campeonatos Estaduais, devem ser mantidos?
Devem, sim, são importantes. As equipes do interior precisam deles. Eu amo!
O que você acha do VAR no nosso futebol?
A ferramenta está aí para ajudar. Só que a gente usa muito mal. A ferramenta é muito importante, mas precisa ser melhor utilizada no Brasil.
Quais são suas atividades hoje?
Sou repórter e apresentadora na CazéTV e cubro todos os campeonatos. Estou me preparando, inclusive, para viajar aos Estados Unidos para cobrir o Mundial de Clubes. E tenho as minhas redes sociais: Instagram, Twitter, TikTok... E criei um canal no Youtube também.
Quais são seus planos para o futuro?
Meu maior sonho a curto prazo é cobrir uma Copa do Mundo, tanto a masculina como a feminina. Já cobri uma Olimpíada com 24 anos, que era outro sonho. Quero cobrir muitas finais de Paulistão, Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, Mundial de Clubes... E me aperfeiçoar cada vez mais na minha profissão, abrindo caminhos para as novas gerações.
JOGORÁPIDO
Seu hobby: Jogar futebol e leitura.
Tipo de música preferido: Atualmente, gosto muito de rap.
Programa de TV preferido: Linha de Passe.
Melhores narradores de TV e Internet: Luiz Felipe Freitas, Paulo Andrade e Everaldo Marques.
Melhores narradores de rádio: Ulisses Costa e Luís de Paula.
Prato preferido: Adoro massa.
Cantor brasileiro preferido: Arlindo Cruz.
Cantora brasileira preferida: Alcione e Elza Soares.
CAMAR TE
Lançamento do livro
“Almanaque da Presença Italiana no Futebol Brasileiro”, de Fernando Galuppo.
Duas nações, uma paixão: relações entre Itália e Brasil no futebol são finalmente documentadas (e celebradas) em livro. “Almanaque da Presença Italiana no Futebol Brasileiro”, lançamento da Garoa Livros, é parte das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil e teve sua apresentação no dia 15 de maio no Consulado Geral da Itália em São Paulo.
A influência italiana estende-se por diversas áreas da vida cultural e social brasileira – uma força motora amplamente reconhecida e documentada em diversas obras ao longo dos primeiros 150 anos de relações entre os dois países. Faltava, porém, uma obra que abordasse a maior paixão de ambas as nações: o futebol. É para preencher essa lacuna que chega o “Almanaque da Presença Italiana no Futebol Brasileiro”, lançamento da Garoa Livros com o apoio do Consulado Geral da Itália em São Paulo, Circolo Italiano e Colégio Dante Alighieri. A obra é fruto de mais de duas décadas de pesquisa do jornalista e
Mariana Haddad, viceconsulesa; Domenico Fornara, cônsul; Fernando Galuppo, o autor; Luigi Biondi, professor de imigração italiana.
historiador Fernando Razzo Galuppo, e oferece um amplo panorama de como a Itália se fez (e ainda se faz) presente no esporte brasileiro.
O livro ganhou o formato de almanaque inspirado na tradição das publicações esportivas do início do século XX, com fotos, estatísticas, curiosidades, depoimentos e histórias pouco conhecidas. “Desejo que a obra possa atingir o coração dos ítalo-descendentes e dos fãs de futebol em geral, além de reviver momentos importantes da história esportiva dessas duas nações”, declarou o autor. Na página ao lado, algumas fotos históricas constantes no livro.
A capa do livro
1
Roma e Chapecoense fizeram amistoso em 2017, após a tragédia que vitimou a delegação catarinense.
2
Equipe do Palestra Itália em 1916. Fundado em 1914 por italianos e descendentes para a prática do futebol.
3
Palmeiras e JuventusITA fizeram a final do primeiro torneiro mundial interclubes em 1951.
4
Cônsul Geral da Itália, Filippo La Rosa, foi chefe da delegação palmeirense na conquista da Libertadores em 2021.
5
Os ítalo-brasileiros Emerson Palmieri, Rafael Toloi e Jorginho foram campeões da Eurocopa de 2020 com a seleção italiana.
6
Falcão e Cerezo. Brasileiros ídolos do futebol italiano, atuando pela Roma nos anos 80.
7
Thomaz Mazzoni, jornalista de origem italiana, foi um dos pioneiros na crônica esportiva brasileira. 1 2 3 5 6 7 8 4
José Altafini (Mazzola) defendeu as seleções de Brasil e Itália. É até hoje o brasileiro com maior número de gols na Série A italiana.
8
CAMPEONATO
O PRIMEIRO DO BRASIL 1902
No começo do século 20, o presidente do Brasil era Rodrigues Alves, que governou até 1906.
O estado de São Paulo era governado por Bernardino de Campos, eleito em 1902 com mandato até 1906.
A Capital de São Paulo tinha 240 mil habitantes e o prefeito era Antônio da Silva Prado, eleito em 1899, e que foi reeleito seguidamente até terminar seu longo mandato em 1911.
A cidade dispunha de bonde, que chegou em 1872, puxado a cavalos, e já elétricos, a partir de 1900.
Foi essa cidade, que já dispunha de estradas de ferro, sistema de
transporte e contava com a construção de novos prédios e edifícios, que, no ano de 1902, recebeu dois marcantes eventos:
- Inundação na Várzea do Carmo e
- O primeiro Campeonato Paulista de Futebol.
Da inundação pouco se sabe, além dos fatos notórios que causou muito prejuízo à população da cidade. Não se sabe se houve vítimas fatais, mas, aos poucos, ela foi sendo esquecida, substituídas por outas inundações que perduram até hoje, em 2025.
Antes de falar no primeiro campeonato organizado de futebol, em 1902, é preciso lembrar que Charles Miller (São Paulo, 24 de
novembro de 1874 – 30 de junho de 1953) se tornou principal personagem na introdução e divulgação do futebol no Brasil.
Com pouco mais de 10 anos foi estudar na Inglaterra e voltou de lá em 18 de fevereiro de 1894.
Trouxe em sua preciosa bagagem: duas bolas usadas, um par de chuteiras, um livro com as regras do futebol, uma bomba de encher bolas e uniformes usados.
Era o futebol chegando nesta terra descoberta por Cabral.
E chegava para ficar.
Em 1901, foi criada a Liga Paulista de Football com o aval de cinco clubesfundadores: SPAC (São Paulo Athletic Club), Germânia, Internacional, Mackenzie e Paulistano.
No ano seguinte, o primeiro campeonato com a participação dos fundadores.
A primeira partida foi disputada no dia 3 de maio de 1902, com a vitória do Mackenzie, 2 a 1, sobre o Germânia.
O jogo que decidiu o título foi disputado no dia 26 de outubro e o SPAC venceu o Paulistano por 2 a 1, com dois gols de Charles Miller que foi o artilheiro da competição com 10 gols.
A classificação final foi esta:
1º - SPAC (São Paulo Athletic Club), com 12 pontos.
2º - Paulistano, também com 12 pontos (mas perdeu o jogo desempate).
3º - Mackenzie, 9 pontos.
4º - Germânia, 4 pontos.
5º - Internacional, 3 pontos.
ACONTECEU EM 1902...
MACKENZIE 2 1 GERMÂNIA
Data: 03 de maio de 1902.
Local: Campo do Parque da Antarctica Paulista, Árbitro: Antonio Casimiro da Costa.
Mackenzie: Redher; Belfort Duarte e Warner; Sampaio, Alício de Carvalho e Lourenço; Yelrd, Eppingaux, Pedro Bicudo, Armando Paixão e Lopes.
Germânia: Brasche; Riether e Nobiling; Kawall, Baumann e Muss; Linz, Russo, Kirschner, Nicolau Gordo e Enghehardt.
Gols: Eppingaux e Kirschner no primeiro tempo; Alício de Carvalho no segundo tempo.
OS ESCUDOS DOS PARTICIPANTES:
O Brasil está há 13 anos sob o regime republicano e Campos Salles é seu quarto presidente, que assumiu em 15/11/1898. É sucedido por Rodrigues Alves, em 15/11/1902 • A população estimada do Brasil é de 18,46 milhões de habitantes • Euclydes da Cunha lança o livro “Os Sertões” • Acontece o primeiro campeonato de futebol em São Paulo • Fundada a Casa Edison, a primeira gravadora de discos do Brasil • Fundada nos Estados Unidos a Pepsi Cola • Nascem: Bidu Sayão, Carlos Drummond de Andrade, Clementina de Jesus, Greta Garbo, Juscelino Kubitschek, Moreira da Silva e Sérgio Buarque de Holanda.
SPAC
Mackenzie - SP Paulistano
Paulistano
Paulistano
JULINHO BOTELHO, VAIADO E APLAUDIDO.
Calam-se as vaias. Explodem-se os aplausos.
O serviço de som do Maracanã anunciou a escalação do Brasil.
Calcula-se que o público presente era de cerca de 140 mil pessoas, das quais 120 mil pagaram ingresso, naquela noite de 13 de maio de 1959.
Uma surpresa muito grande: ao invés de Garrincha, era Julinho Botelho o ponta-direita daquele time.
Ouviu-se estrondosa vaia.
Assim que começou o jogo, toda vez que Julinho pegava na bola repetia-se a ensurdecedora vaia.
Mas, aos 3 minutos de jogo, o Brasil faz 1 a 0. Gol de quem?
Julinho Botelho.
O gol, entretanto, não foi capaz de calar os insatisfeitos torcedores cariocas.
Foi preciso que durante todo o jogo, Julinho vencesse seu marcador, aplicasse dribles com a velocidade característica dele, passes certos, enfim, uma atuação perfeita, irretorquível que, aos poucos, foi calando a multidão e as vaias foram sendo substituídas por aplausos, tímidos no começo, para se
transformar em frenéticos aplausos.
E Julinho saiu de campo aplaudido, cumprimentado pelos companheiros e elogiado até pelo técnico inglês Mr. Winterbottom. Soube-se depois que no vestiário brasileiro, no momento da vaia inicial, houve um certo constrangimento entre os jogadores, mas Julinho não se mostrou abatido.
- Eles vão ter que engolir essas vaias, disse com voz alta e forte. Assim, aos três minutos, Julinho marcou o primeiro gol, recebendo passe de Henrique. Aos 29 minutos, o ponta retribuiu: fez excelente jogada driblando diversos adversários e serviu na medida para que Henrique marcasse.
Estava determinada a primeira vitória do Brasil sobre a Inglaterra nesse amistoso que comemorava o primeiro aniversário da conquista do Título Mundial na Suécia.
Júlio Botelho nasceu na capital paulista em 29 de julho de 1929. Começou no Juventus-SP (1950) e passou por Portuguesa de Desportos (1951/54), Fiorentina (1955/58) e Palmeiras (1958/66). No dia 11 de janeiro de 2003, faleceu em São Paulo, aos 73 anos,
vitimado por problemas cardíacos.
Até hoje, Julinho é reverenciado na Fiorentina, onde foi peça fundamental na conquista do primeiro título de campeão italiano da equipe, na temporada de 1955-1956.
1a 0
Eram disputados apenas três minutos de jogo e ainda se ouviam as vaias, quando Canhoteiro escapou pela ponta esquerda, driblou seu marcador e entregou a bola ao centroavante Henrique. Vendo Julinho desmarcado e bem colocado, Henrique passou a bola a ele.
Julinho bateu forte, de primeira, vencendo o goleiro inglês Hopkinson.
2 a 0
Aos 29 minutos, quando ainda se ouviam vaias contra o pontadireita paulista, eis que Julinho faz uma jogada espetacular, passa por diversos adversários e entrega a bola ao centroavante Henrique. Mesmo caído, o centroavante do Flamengo tocou para o fundo das redes inglesas.
Estava consolidada a vitória com a participação expressiva de Julinho Botelho.
NÚMEROS DA CARREIRA:
Portuguesa de Desportos: 191 jogos e 101 gols.
Fiorentina: 89 jogos e 22 gols.
Palmeiras: 269 jogos e 81 gols.
Seleção Brasileira: 31 jogos e 10 gols.
ACONTECEU EM 1959...
BRASIL 2 0 INGLATERRA
AMISTOSO
Data: 13 de maio de 1959.
Local: Maracanã, Rio de Janeiro.
Árbitro: Juan Regis Brozzi (Argentina).
Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando (Formiga) e Nilton Santos; Dino Sani e Didi; Julinho, Henrique Frade, Pelé e Canhoteiro.
Técnico: Vicente Feola.
Inglaterra: Hopkinson; Don Howe, Jimmy Armfield,
Ronnie Clayton e Billy Wright; Ron Flowers e Norman Deeley; Peter Broadbent, Bobby Charlton, John Haynes e Albert Holden.
Técnico: Walter Winterbottom.
Gols: Julinho 3 e Henrique 29 do 1º.
Seleção Brasileira naquele 13 de maio de 1959.
Em pé: Djalma Santos, Bellini, Dino Sani, Nilton Santos, Gilmar e Orlando. Agachados: Mário Américo (Massagista), Julinho, Didi, Henrique, Pelé, Canhoteiro e um massagista não identificado.
O Brasil é presidido por Juscelino Kubitschek, que assumiu em 31/01/1956 • A população brasileira é de 67,7 milhões de habitantes • Che Guevara e Fidel Castro derrubam o ditador cubano Fulgencio Batista • Charles de Gaulle assume a presidência da França • O rinoceronte Cacareco é eleito vereador pelos paulistanos • É fabricado o primeiro Fusca brasileiro • Pelé faz o gol considerado o mais bonito de sua carreira, contra o Juventus, na Rua Javari • Nascem: Gretchen, Gugu, Hélio de la Peña, Hortência, Marcelo Rubens Paiva, Maria Padilha, Otávio Mesquita e Zeca Pagodinho • Morrem: Dolores Duran e Heitor Villa-Lobos.
Julinho comemora seu gol, o primeiro do Brasil.
Ele simplesmente foi eleito pela FIFA, em 2000, como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos.
NÍLTON SANTOS
100 ANOS
Ele simplesmente disputou quatro Copas do Mundo: 1950, 1954, 1958 e 1962. Foi reserva na Copa de 1950, mas titular absoluto nas Copas de 1954, 1958 e 1962. E foi Campeão Mundial em duas: 1958 e 1962.
Ele simplesmente, em razão de seus conhecimentos sobre futebol, foi chamado de “A Enciclopédia”. Ele foi o precursor em arriscar subidas ao ataque através da lateral do campo:
revolucionou a posição de lateral-esquerdo.
Ele simplesmente foi homenageado pelo Botafogo, tendo seu nome colocado no Estádio Olímpico em 2017.
Ele simplesmente é Nílton dos Santos, mais conhecido como Nílton Santos, nascido na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, e estaria completando 100 anos de vida neste mês de maio de 2025.
Chegou aos juvenis do Botafogo em 1947 e subiu para os profissionais em 1948. Estreou com a camisa do clube contra o América Mineiro. No Campeonato Carioca, estreou em 1948 contra o Canto do Rio, em Caio Martins, com o Fogão vencendo por 4 a 2.
Nílton Santos atuou sua carreira toda no Botafogo, encerrando sua gloriosa trajetória em 1964.
Em 1953, viu chegar ao Botafogo um rapaz tímido, de pernas tortas. Assistiu ao seu primeiro treino. Fascinado com os dribles de Garrincha, chamou o técnico Gentil Cardoso e disse: “Contrata logo o moleque. É melhor ter ele do nosso lado do que contra”.
Na Copa de 1958, ousou desafiar o técnico Vicente Feola, no jogo de estreia do Brasil, na Suécia, contra a Áustria, quando se mandou para o ataque. Do banco, Feola gritava: “Volta, Nílton! Volta!”. Inúteis gritos, pois lá se foi “A Enciclopédia” para marcar o segundo gol da vitória por 3 a 0.
Na Copa de 1962, no Chile, a Espanha vencia o jogo por 1 a
0. Partida difícil para o Brasil. Já eram transcorridos quase 20 minutos do segundo tempo, quando a Espanha atacou pelo lado direito de seu ataque. Nílton Santos derrubou o
atacante espanhol, visivelmente dentro da área. Um pênalti àquela altura do jogo poderia ser fatal para o Brasil. Com sua experiência, Nílton Santos deu dois passos para fora da área e apontou para o juiz o “local” da infração. O juiz foi na dele e não deu o pênalti. Começou ali a reação do Brasil, que acabou vencendo a Espanha por 2 a 1.
Jogador que nunca apelou para a violência, falou sobre si mesmo ao completar 75 anos: “Cheguei ao final da minha carreira com todos os meniscos e sem cicatrizes, sinal de que sempre joguei limpo. Se tenho sono, durmo em cinco minutos. Meu sono é tranquilo porque minha consciência também é tranquila”.
Pelo Botafogo, Nílton Santos atuou em 723 partidas, sendo o recordista, marcando 11 gols entre 1948 e 1964.
Pela Seleção, participou de 85 jogos, com 64 vitórias, 11 empates e 10 derrotas. Marcou 3 gols.
Nos últimos anos, Nílton Santos sofria do Mal de Alzheimer e faleceu em 27 de novembro de 2013, no Rio de Janeiro, vítima de infecção pulmonar.
ACONTECEU EM 1925...
O Brasil é presidido por Arthur Bernardes, que assumiu em 15/11/1922 • A população brasileira é de 32,56 milhões de habitantes • Ocorre, em São Paulo, a primeira corrida de São Silvestre. Vence Alfredo Gomes • Em 29 de junho, vai às bancas a primeira edição do jornal “O Globo”, fundado por Irineu Marinho, que falece logo após, em 21 de agosto, aos 40 anos • O Paulistano é o primeiro clube brasileiro a excursionar pela Europa, com dez jogos e nove vitórias • Nascem: Borjalo, Cyll Farney, Inezita Barroso, Lúcio Alves, Nílton Santos, Oscar Peterson, Peter Sellers, Richard Burton, Rubem Fonseca, Sérgio Cardoso e Tony Curtis.
JUSTA HOMENAGEM
Pelé, o Atleta do Século.
Pelé foi único.
E como único, Pelé recebeu homenagens que só mesmo ele poderia ter.
Uma dessas, foi o título de Atleta do Século, que ele recebeu em 1999 do Comitê Olímpico Internacional, o COI.
Porém, 19 anos antes, Pelé foi agraciado com outro título, este conferido pelo jornal esportivo francês L’Equipe.
O resultado da votação foi publicado, em sete páginas, pelo jornal francês L’Equipe , no dia 12 de julho de 1980.
“Pelé campeão do século” - grafado em letras vermelhas
Pelé recebe o prêmio de Atleta do Século, em maio de 1981, No Parque dos Príncipes, na França.
-, era o título do suplemento especial, ao lado da figura do ex-jogador do Santos e Seleção Brasileira.
Mais votado na pesquisa, Pelé teve 178 pontos, nove a mais que o atleta norte-americano Jesse Owens. Em terceiro lugar ficou o ciclista belga Eddy Merchx, com 99 pontos.
O título de Atleta do Século veio em 1999.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) convocou todos os comitês nacionais para eleger o maior atleta do Século XX.
Cada comitê deveria escolher cinco nomes e o mais votado venceria.
O resultado foi publicado na edição de dezembro da sua revista mensal, a Olympic Review.
O nome mais citado foi o de Pelé. E note-se que Pelé nunca disputou uma Olimpíada.
Mas Pelé, que marcou 1281 gols em 1363 jogos, recebeu muitas e muitas homenagens.
Também em 1999, Pelé foi nomeado pela revista norteamericana Times como uma das 100 pessoas mais influentes no século 20.
Outros tipos de homenagens, alguns até inusitados, também aconteceram ao longo da carreira de Pelé.
Em 17 de janeiro de 1962, na vitória do Santos por 5 a 1 sobre o Allianza Lima, o técnico Lula trocou Pelé por Pagão no intervalo. A torcida não gostou, protestou e ameaçou invadir o campo. O juiz, então, pediu o retorno do Rei, para que o jogo se transcorresse em Paz.
No dia 17 de julho de 1968, o Santos jogava contra a Seleção Olímpica da Colômbia (venceu por 4 a 2) e Pelé foi expulso de campo.
A torcida se revoltou, ameaçou invadir o campo e o juiz
Guilhermo Velásquez voltou atrás e Pelé ficou em campo.
Em 1969, quando o Santos excursionava pela África, a Nigéria, que estava envolvida em uma guerra, conseguiu um
cessar fogo temporário para que o Santos pudesse jogar lá.
Esse fato tornou-se polêmico e adquiriu os ares de lenda.
Porém, como ensinou o diretor Sam Peckinpah, no histórico e revolucionário faroeste “Meu ódio será sua herança”:
“Quando a lenda é maior que o fato, publique-se a lenda”.
Icônica foto do fotógrafo Domício Pinheiro, dos jornais Estadão e Jornal da Tarde.
Pelé na Copa de 1970, no México, comemora com Jairzinho.
ACONTECEU EM 1980...
O presidente da República é o general João Baptista Figueiredo, que assumiu em 15/03/1979 • A população brasileira é de 118,56 milhões de habitantes • A população mundial é de 4,5 bilhões de pessoas • Sai do ar a TV Tupi • John Lennon é morto a tiros, em Nova York • SBT e Manchete ganham suas concessões de TV • É fundado o PT • O Congresso Nacional restabelece as eleições diretas para governador dos Estados • Nascem: Caio Blat, Cauã Reymond, Cláudia Leitte, Gisele Bündchen e Yamandu Costa • Morrem: Alfred Hitchcock, Cartola, Jean-Paul Sartre, John Lennon, Nélson Rodrigues, Peter Sellers e Vinícius de Moraes.
VELOCIDADE
IN TER LA GOS
85 ANOS
Na tarde do domingo, 12 de maio de 1940, o interventor Adhemar de Barros inaugurou o autódromo da cidade que, 45 anos mais tarde, recebeu o nome de José Carlos Pace, piloto de F1 brasileiro, falecido em 1977, vítima de acidente aéreo, e é conhecido, internacionalmente, como Autódromo de Interlagos, devido sua proximidade com dois lagos artificiais: Guarapiranga e Billings.
Desde sua inauguração até hoje, 85 anos depois, o autódromo passou por modificações importantes em seu traçado, nos boxes e no espaço para os torcedores.
Até 2015, o palco de Interlagos suportava 60.000 espectadores. Com as reformas, esse público mais que dobrou e hoje ultrapassa os 200 mil, principalmente em shows musicais. Mas, o automobilismo chegou a São Paulo bem antes.
A primeira competição que se tem notícia no Brasil foi em 1908, que ocorreu entre a Capital e a cidade de Itapecerica da Serra.
O vencedor foi o conde Sílvio Penteado que fez o percurso, ida e volta, de 70 quilômetros, em hora e meia. A velocidade média atingiu a impressionantes 50 quilômetros por hora. O primeiro autódromo, com pistas exclusivas para competição
Senna venceu o GP Brasil em 1991 e 1993.
de esportes a motor, foi construído na cidade de São José do Rio Preto, em 1926.
As corridas no Brasil, já bastante populares na época, ocorriam em circuitos de rua, onde a segurança era precária. Em 1936, disputou-se a prova Cidade de São Paulo, nas ruas da cidade, e que terminou em tragédia.
Um espectador atravessou a pista e causou um grande acidente, que terminou com 5 mortos e 37 feridos.
O vencedor da prova foi o italiano Carlo Pintacuda.
Outro GP marcado por acidente aconteceu no dia 13 de agosto de 1949, numa prova disputada na avenida que circunda a Lagoa da Pampulha, no I Grande Prêmio Cidade de Belo Horizonte.
Dois acidentes determinaram o fim antecipado: no primeiro, o piloto Antônio Fernandes da Silva teve a perna amputada. No segundo, piloto mineiro Otacílio Rocha perdeu a direção, bateu num poste e, gravemente ferido, foi levado a um hospital, mas não resistiu e morreu.
Segundo a revista Autoracing, de 1940 até hoje Interlagos já registrou 14 mortes.
O piloto que mais venceu na Fórmula 1 em Interlagos é Michael Schumacher.
ACONTECEU EM 1940...
PILOTOS BRASILEIROS QUE MAIS
VENCERAM NA F1 EM INTERLAGOS:
1973
Emerson Fittipaldi (Brasil): Lotus
1974
Emerson Fittipaldi (Brasil): McLaren
1975
José Carlos Pace (Brasil): Brabham
1983
Nelson Piquet (Brasil): Brabham
1986
Nelson Piquet (Brasil): Williams
1991
Ayrton Senna (Brasil): McLaren
1993
Ayrton Senna (Brasil): McLaren
2006
Felipe Massa (Brasil): Ferrari
2008
Felipe Massa (Brasil): Ferrari
O Brasil é presidido por Affonso Penna até 14 de junho, quando faleceu. Assume, então, seu vice, Nilo Peçanha • A população brasileira é de 22,10 milhões de habitantes • Inaugurado o Theatro Municipal do Rio de Janeiro • Fundados o Sport Club Internacional (RS) e o Coritiba Foot Ball Club (PR) • Escritor Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões”, é assassinado a tiros pelo amante de sua esposa, o militar Dilermando de Assis • As festividades comemorativas do centenário de nascimento de Abraham Lincoln atraem cerca de um milhão de pessoas a Nova York • Nascem: Ataulfo Alves, Burle Marx e Carmen Miranda.
Emerson Fittipaldi, o primeiro vencedor brasileiro, em 1973.
BIBLI TECA
Gustavo Kuerten, o nosso Guga, é um desses personagens que entram na história para ficar.
Não só como maior tenista brasileiro da história, com sua direita forte e bem colocada, com as deixadinhas que matavam qualquer adversário, mas, também, por sua postura como homem, como cidadão sempre sorridente com seu sorriso largo e cativante.
Não errará quem afirmar que Guga foi o Pelé do tênis.
Lembro-me que, em 1977, eu estava frente à televisão, na casa do amigo Antoine Karam, também com outro amigo, Sérgio Arruda Mendes.
Tínhamos acabado de jogar no tênis no Continental Parque Clube e fomos para a casa do Karam, vizinho ao Clube, assistir à final de Roland Garros.
Ao final da competição, Guga campeão, estávamos os três marmanjos às lágrimas, emocionados com a conquista. Ele tinha 21 anos.
O primeiro brasileiro campeão de Roland Garros. Primeiro e único. Para ser mais exato, três vezes campeão: 1997, 2000, 2001.
“Guga, um brasileiro” é o título da biografia de Gustavo Kuerten.
Nela ele relembra a vida desde os primeiros passos, quando o pai o treinava para ser surfista.
Pouco depois, o ex-tenista Larry Passos passou a treinar o garoto, cumprindo uma promessa feita ao pai de Guga.
Ao longo do livro, Guga explica que poucas pessoas sabem como foi a construção dessa história de sucesso, que é fruto de muito empenho.
Há poucos dias, uma surpresa: Guga estaria de volta a Rolando Garros para fazer uma dupla...
Foi uma jogada inteligente da cervejaria para divulgar a parceria entre ambos.
No dia de sua primeira conquista em Roland Garros, com a simplicidade que sempre o caracterizou, Guga afirmou:
FICHA TÉCNICA
Nome: Guga Um Brasileiro
Autor: Gustavo Kuerten
Editora: Sextante
Numero de Páginas: 384
Preço: R$ 89,00 – Amazon
Guga, um brasileiro.
- Foi uma grande emoção para mim receber o troféu destes ídolos do tênis (Björn Borg e Guillermo Vilas). Eles são muito melhores do que eu, fizeram coisas incríveis para o tênis e tenho muito respeito por eles. São coisas novas para mim, essas de encontrar pessoas famosas, e gostei muito!
MáriO MAriNhO
Guga e a cerveja.
Na histórica conquista de 1997.
Nilton Santos completaria, neste mês de maio, 100 anos de vida. Quais clubes ele defendeu?
Quem foi o campeão do primeiro
Campeonato Paulista?
Você é mesmo bom de bola?
Teste seus conhecimentos
Respostas no pé da página
Contra quem o Brasil estava jogando, quando Julinho Botelho foi vaiado e aplaudido no Maracanã?
Em que ano Nilton Santos parou de jogar?
Em que cidade nasceu Charles Miller, o homem que trouxe o futebol para o Brasil?
Em que ano Julinho Botelho foi vaiado e aplaudido no Maracanã, na mesma partida, jogando pelo Brasil?
Com que idade Nílton Santos parou de jogar? Em que ano foi inaugurado o Autódromo de Interlagos?
Em que ano Pelé foi eleito O Atleta do Século, pelo jornal francês L’Equipe?
que ano aconteceu
era o governador de São Paulo quando o Autódromo de