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Museu do Azulejo exibe contributo de mulheres artistas na cerâmica dos últimos 70 anos
CCULTURA
Uma exposição que visa investigar e divulgar o “quase desconhecido” contributo das mulheres artistas portuguesas para o desenvolvimento da arte cerâmica nos últimos 70 anos vai inaugurar em dezembro, no Museu Nacional do Azulejo (MNAz), em Lisboa.
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“Territórios desconhecidos: a criatividade das Mulheres na cerâmica moderna e contemporânea portuguesa (1950-2020)” dará título a esta exposição que resulta de um projeto para divulgar o trabalho de artistas como
Maria Keil, Vieira da Silva, Estrela
Faria, Maria Emília Araújo, Joana
Vasconcelos e Rita e Catarina Almada
Negreiros, entre outras.
A exposição irá reunir peças do museu e de coleções públicas e privadas, desde azulejos a peças tridimensionais, concebidas e/ou executadas por mulheres que se destacaram neste domínio desde o pós-guerra à atualidade.
Contará ainda com a presença de obras de Clotilde Fava, Maria Ana Vasco Costa, Rita João, Teresa Cortez, Felipa Almeida, Cândida Wiggan, Fernanda Fragateiro, Bela Silva, Sónia Sapinho, Ânia Gabriel Abrantes e Graça Morais, entre outras artistas que trabalham a azulejaria e a cerâmica.
A obra desenvolvida por mulheres “encontra-se na sombra de mestres e companheiros masculinos que com elas colaboraram ou é, simplesmente, relegada para plano secundário”, e “mesmo atualmente, ainda que numa escala menor, assiste-se a uma valorização de projetos concebidos por artistas masculinos, não obstante a crescente influência e reconhecimento dos trabalhos efetuados por mulheres”, indica um texto sobre o enquadramento da exposição.
Acresce que a bibliografia acerca dos temas relacionados com a azulejaria portuguesa e a produção de objetos cerâmicos “enumera um número reduzido de protagonistas femininas”, aponta ainda o texto do museu dirigido por Alexandre Silva Pais.
O objetivo desta exposição e da equipa reunida pelo museu para este projeto, é alterar esta situação, “dando visibilidade e protagonismo a uma herança desvalorizada e esquecida, mas que se sabe ser importante, de qualidade e insuspeitamente vasta”, sublinha a nota do museu.
A equipa de investigação tem como comissária Helena Souto, investiga-
Helena Souto

dora do Instituto de Arte Design e Empresa, que dirigiu, recentemente, a vertente portuguesa de um grande projeto sobre as mulheres e o design em Portugal, o “MoMoWo: Women’s creativity since the Modern Movement”,
Integra ainda um grupo de especialistas nas áreas que pretendem abordar, nomeadamente Sandra Leandro, Emília Ferreira, João Paulo Martins e Pedro Ferreira (Faculdade de Arquitetura de Lisboa), Rita Gomes Ferrão (Universidade Nova) e Inês Leitão (Faculdade de Letras).
Os trabalhos que serão divulgados no catálogo, a publicar no âmbito desta exposição serão desenvolvidos por Helena Souto “Pioneiras ceramistas” e “As mulheres designers na Cerâmica e no Vidro nas décadas de 1950-1970”; Rita Ferrão, “Uma perspetiva geral do trabalho feminino na cerâmica”; João Paulo/Pedro Ferreira, “A integração do azulejo no feminino na arquitetura portuguesa até aos anos 1990”; Inês Leitão, “A integração do azulejo no feminino na arquitetura da Expo98 até à atualidade”; Sandra Leandro, “As questões de ordem estética determinantes até aos anos 1970”; Emília Ferreira/Ana Vasconcelos, “As questões de ordem estética determinantes da Expo98 até a atualidade”, com estes dois últimos a citar algumas protagonistas dos períodos em causa.
O projeto estava inserido na Presidência do Conselho da União Europeia, no âmbito de um dos seus vetores principais, a “Valorização da Mulher Artista, Igualdade de Género”, para decorrer no verão, mas devido ao contexto da pandemia, acabou por ser adiado 14 de dezembro de 2021.

ORIGINAIS DE TINTIN MOSTRADOS PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL
A Fundação Calouste Gulbenkian acolhe, até 10 de janeiro de 2022, uma exposição dedicada ao criador de Tintin, intitulada “Hergé”.
Até 10 d janeiro do próximo ano, numa colaboração com o Museu Hergé, em Louvain-la-Neuve, em França, será possível visitar em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, uma exposição que revela as diversas facetas do autor, da ilustração à banda desenhada, passando pela publicidade, a imprensa, o desenho de moda e as artes plásticas.
Na inauguração, decorreu a conferência “O futuro de Tintin”, com a presença de Nick Rodwell, marido da viúva do desenhador, diretor dos Studios Hergé e responsável pela gestão do seu legado, que poderá esclarecer o que está previsto para o preservar e manter vivo, sabendo-se que Hergé recusou que os seus heróis fossem retomados por outros após a sua morte.
Natural de Etterbeek, na Bélgica, onde nasceu a 22 de maio de 1907, Georges Prosper Remi ficou mais conhecido pelo pseudónimo de Hergé, obtido com a inversão das iniciais do seu nome, um R e um G. Foi com ele que, a partir de 10 de janeiro de 1929, assinou uma das séries de banda desenhada mais famosas de sempre: “As aventuras de Tintin”. Protagonizadas por um repórter que raramente foi visto a escrever para jornais, até 3 de março de 1983, data de falecimento do autor, contabilizaram 23 álbuns, mais um incompleto.
A mostra está dividida em nove núcleos: “Grandeza da arte menor”, “Hergé, o amante de arte”, “O romancista da imagem”, “O êxito e a tormenta”, “Uma família de papel”, “Hergé e a revista ‘Coeurs Vaillants’”, “A arte do reclame”, “A lição do Oriente” e “O nascimento de um mito”.
WEB SUMMIT ESGOTOU. EVENTO RECEBE OS 40 MIL PARTICIPANTES AUTORIZADOS PELA DGS

Evento tecnológico decorre de 1 a 4 de novembro no Parque das Nações, em Lisboa.
No ano passado, por causa da pandemia, a Web Summit realizou-se, mas numa versão virtual. Este ano regressa de novo ao formato presencial, em
Lisboa, com capacidade máxima para acolher 40 mil visitantes, que já está esgotada, revelou a organização do evento tecnológico, em comunicado. A
Web Summit abre no dia 1 de outubro e decorre até dia 4, no Altice Arena, no
Parque das Nações, em Lisboa.
A adesão ao evento superou as expectativas da empresa de Paddy Cosgrave, que esperava 10 mil participantes em Lisboa. “Desafiámos todas as probabilidades. O regresso está a ser bem mais rápido do que esperávamos. Pensávamos que nem chegaríamos aos dez mil participantes”, diz Paddy, citado no comunicado.
Na mesma nota à imprensa, a Web Summit diz que vão chegar à capital portuguesa 40 mil pessoas para este evento, e sublinha o facto de Portugal ser “agora o país mais vacinado do mundo”. “As pessoas vão poder conectar-se novamente em pessoa com estrelas que incluem Amy Poehler e Thierry Henry, gigantes tech como Craig Federighi da Apple e Werner Vogels, CTO da Amazon, e com a próxima geração de gigantes, como Nicolas Julia da Sorare”.
No dia da abertura sobem ao palco da Altice Arena, além de Nicolas Julia, Ayo Tometi, cofundadora do movimento Black Lives Matter e Frances Haugen, denunciante do Facebook.
Vão passar pelos palcos da Web Summit mais de mil oradores, 1500 jornalistas, 700 investidores e 1250 startups e parceiros, de acordo com os números avançados pela organização.

Paddy Cosgrave








